Você está na página 1de 6

GARANTIAS

A lista do CTN é não taxativa.

A natureza das garantias atribuídas ao CT não altera a natureza deste nem a da OT a que corresponda.
 Importante na ordenação de preferências entre os créditos, de acordo com sua natureza, nos processos coletivos de
cobrança. Como a garantia dada não altera a natureza tributária do crédito, também não altera sua posição na lista.

1. Renda e patrimônio do sujeito passivo respondem pelo CT

Responsabilidade pessoal  Todo o patrimônio responde, mesmo que o débito ultrapasse o valor do bem que gerou a dívida.

“Inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do
ônus ou da cláusula”

Exceções:

a) Bens e rendas declarados inalienáveis e impenhoráveis diretamente pela lei (CPC, art. 649)

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:


I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II – os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os
de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão
de vida;
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV – os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões,
pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal,
observado o disposto no § 3º deste artigo;
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis
necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão;
VI – o seguro de vida;
VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
X – até o limite de 40 salários-mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do
próprio bem.
§ 2º O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento
de prestação alimentícia.
§ 3º (Vetado).

STJ: A restituição de IR é impenhorável quando a retenção do tributo foi feita em virtude de pagamento de qualquer das verbas
compreendidas no art. 649, inciso IV.

b) Na falência, o CT não mais prefere aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado

Agora, não se pode mais afirmar de maneira ampla e irrestrita que os bens gravados por ônus real respondem pelo crédito
tributário, pois, na falência, tal regra não é mais aplicável.
2. Presunção de fraude na alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo

Momento: Regular inscrição da DA

STJ: Indispensável a comunicação formal do sujeito passivo. Publicação no Diário Oficial.

Presunção absoluta

Única exceção: Quando reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.

Inaplicabilidade da Súmula nº 375 do STJ


 Para se configurar não há necessidade de:
o Registro de penhora do bem alienado
o Prova de má-fé do terceiro adquirente

3. Penhora on-line

É a comunicação on-line da ordem determinando a indisponibilidade dos bens, não sua efetiva penhora, que é efetivada em
momento posterior.

Art. 185-A do CTN Art. 655-A do CPC

 Prevê somente uma medida


 Prevê medidas mais abrangentes o Entidade supervisora do sistema bancário
o Órgãos e entidades que promovem registros de
transferências de bens, especialmente:  Aplicável a:
 Registro público de imóveis o Credores privados
 Autoridades supervisoras do mercado bancário e o Dívida Ativa não-tributária (STJ)
de capitais o Dívida Ativa tributária, quando estipular regra mais
vantajosa para o credor (STJ)
 Aplicável somente à Dívida Ativa tributária (STJ)  Não exige o exaurimento das diligências para
que se determine a indisponibilidade dos bens
4. Exigência de prova de quitação de tributos – garantias indiretas

a) Falência

A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos dos quais seja sujeito passivo, na condição de
contribuinte ou responsável.

b) Recuperação Judicial

A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto
nos arts. 151 (suspensão da exigibilidade do CT), 205 (CND) e 206 (CPDEN) do CTN.

Quitação = Regularidade

c) Partilha ou Adjudicação

Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos
aos bens do espólio ou às suas rendas.

Também para a partilha extrajudicial (CPC).

d) Licitações e Contratos

Salvo quando Nenhum departamento Sem prova da quitação de todos os tributos:


Celebrará contrato ou
expressamente da administração pública  devidos à Fazenda Pública interessada, e
aceitará proposta em
autorizado da U, E, DF e M, ou sua  relativos à atividade que contrata ou concorre.
concorrência pública
por lei autarquia

A regra é hoje suplantada pelas exigências bem mais rígidas da Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993).
PRIVILÉGIOS

1. Regra geral

I – Legislação do trabalho e Acidente de trabalho


II – Tributário

O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos
decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.

2. Falência e Concordata

0 – Extraconcursais
0 – Importâncias passíveis de restituição

I – Legislação do trabalho, limitados a 150 salários-mínimos por credor, e Acidentes de trabalho


II – Garantia real até o limite do valor do bem gravado
III – Tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV – Privilégio especial
V – Privilégio geral
VI – Quirografários
VII – Multas contratuais e as Penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as Multas tributárias;
VIII – Subordinados.

 Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 dias
anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada (Lei de Falências).
 STJ – Súmula 307 – A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida
antes de qualquer crédito (ESAF 2005).
Importâncias
 STJ: “as contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados pela massa falida e não
passíveis de
repassadas aos cofres previdenciários devem ser restituídas antes do pagamento de qualquer crédito,
restituição
inclusive trabalhista, porque a quantia relativa às referidas contribuições não integra o patrimônio do
falido”. Para o Tribunal, seria aplicável ao caso a Súmula nº 417 do STF.
 Súmula nº 417 do STF: Pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do falido, recebido em
nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a disponibilidade.
Será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com
Créditos com
sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado (Lei
Garantia real
de Falências).

Regras aplicáveis:
 Falência
 Concordata em andamento na data de entrada em vigor da nova Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005).

Contestado o CT
 Se concursal  Já são naturalmente objeto de execução fiscal
 Se extraconcursal  O juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total
do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza
e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada.
3. Inventário e Arrolamento

São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os
créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário
ou arrolamento.

4. Liquidação judicial

São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de
direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

Absoluta preferência do CT

Lembrando:
 STJ: Tem atribuído responsabilidade pessoal dos sócios no caso de dissolução irregular da sociedade.

5. Autonomia do executivo fiscal

A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial,
concordata, inventário ou arrolamento.

STJ: É uma prerrogativa da Fazenda Pública e não uma regra que a vincula. Pode optar pela habilitação.

STJ: Escolhendo um rito, ocorre a renúncia da utilização do outro, não se admitindo uma dúplice garantia.

A ação de execução fiscal é exceção à universalidade dos juízos nos processos colectivos de cobrança.

STJ: Aparelhada a execução fiscal com penhora, uma vez decretada a falência da executada, sem embargo do prosseguimento da
execução singular, o produto da alienação deve ser remetido ao juízo falimentar, para que ali seja entregue aos credores,
observada a ordem de preferência legal.
6. Concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direito público

I–U  STF – Súmula 563 – O concurso de preferência a que


CTN II – E, DF e Territórios, conjuntamente e pro rata; se refere o parágrafo único do art. 187 do CTN é
III – M, conjuntamente e pro rata. compatível com o disposto no art. 9º, I, da CF/69.

I – U e suas autarquias;  STJ – Súmula 497 – Os créditos das autarquias


LEF II – E, DF e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; federais preferem aos créditos da Fazenda estadual
III – M e suas autarquias, conjuntamente e pro rata”. desde que coexistam penhoras sobre o mesmo bem.

ATENÇÃO
 Quando (e se) chegado o momento da quitação dos créditos tributários, em não sendo suficientes os recursos restantes
para o pagamento de todas as pessoas jurídicas de direito público, mesmo sem a existência de múltiplas penhoras sobre
o mesmo bem, devem ser seguidas as regras do concurso de preferência.
 Mas aconselha-se que sejam consideradas verdadeiras as afirmativas no sentido de que a aplicação das regras do
concurso de preferência dependem da existência de penhoras concomitantes sobre o mesmo bem.

Você também pode gostar