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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL


Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural

MANUAL DO OPERADOR
DO CENTRO DE SERVIÇOS
DE NEGÓCIOS
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL
Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural

MANUAL DO
OPERADOR
DO CENTRO DE
SERVIÇOS DE
NEGÓCIOS

Apoio:

INSTITUTO PARA A PROMOÇÃO DAS


PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Empowered lives,
Resilient nations.
Ficha Técnica

Título: Manual do Operador do Centro de Serviços de


Negócios
Propriedade: MITADER-DNDR e IPEME
Equipa Técnica: Carlos Vilanculo, Leia Bila, Ivan Arizcurinaga
Vasquez e Siro Álvaro
Redacção: Carlos Vilanculo
Revisão: Leia Bila e Ivan Arizcurinaga Vasquez
Coordenação: Leia Bila
Endereço da DNDR: Bairro da Maxaquene “C”, Rua 3253, nº 134,
C.P. 4518, telefax: 21419824,
email: dnpdr@ruralmoc.gov.mz, Maputo.
Endereço do IPEME: Av.25 de Setembro,Nº1509, 1º Andar, Maputo.
Maquetização: Laranja, Lda
Impressão e Acabamento: Laranja, Lda
Tiragem: 600 exemplares

Maputo, 2015
Abreviaturas
ADEL Agência de Desenvolvimento Económico Local
AT&C Assistência Técnica e Capacitação
BAÚs Balcões de Atendimento Único
B.I. Bilhete de Identidade
CCD Conselho Consultivo Distrital
CCLs Conselhos Consultivos Locais
COrE Centro de Orientação ao Empresário
CSNs Centros de Serviços de Negócios
CV Custos Variáveis
DEL Desenvolvimento Económico Local
DIRE Documento de Identificação de Residente Estrangeiro
DNDR Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural
DPA Direcção Provincial da Agricultura
DPICs Direcções Provinciais da Indústria e Comércio
DPPFs Direcções Provinciais do Plano e Finanças
ESNEC Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de
Chibuto
FARE Fundo de Apoio à Reabilitação Económica
FDA Fundo de Desenvolvimento Agrário
FDD Fundo de Desenvolvimento Distrital
FE Fundo de Estradas
FFH Fundo para o Fomento de Habitação
FIIL Fundo de Investimento de Iniciativa Local
FFM Fundo de Fomento Mineiro
FFP Fundo de Fomento Pesqueiro
FFPI Fundo de Fomento à Pequena Indústria
FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento
de Água
FISAC Fundo de Inserção Social do Antigo Combatente
FFP Fundo de Promoção Desportiva
FUNAB Fundo Nacional do Ambiente
FUNAE Fundo Nacional de Energia
FUNDAC Fundo de Desenvolvimento Artístico e Cultural
FUTUR Fundo do Turismo
GTs Grupos de Trabalho
Ha Hectare
ICE Imposto de Consumo Específico
IMC Índice de Margem de Contribuição
INEFP Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional
INSS Instituto Nacional de Segurança Social
IPEME Instituto para a Promoção de Pequenas e Médias
Empresas
IRPC Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas
IRPS Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares
ISPC Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes
IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado
MC Margem de Contribuição
MIC Ministério da Indústria e Comércio
MASA Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar
MPMEs Micro, Pequenas e Médias Empresas
MT Metical
NUIT Número Único de Identificação Tributária
ODM Objectivo de Desenvolvimento do Milénio
ONGs Organizações Não Governamentais
POA Plano Operativo Anual
PDM Plano de Desenvolvimento do Município
PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento do Distrito
PESOD Plano Económico e Social e Orçamento Distrital
PFMI Projecto de Finanças e Mercados Inclusivos
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRI Prazo de Retorno do Investimento
PV Preço de Venda
SIMA Sistema de Informação dos Mercados Agrícolas
SIRPP Sistema de Recolha de Preços de Produtos
SDAEs Serviços Distritais de Actividades Económicas
Ton Toneladas
UFSA Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições
ÍNDICE
1. CAPÍTULO 1. - INTRODUÇÃO ...................................... 11
1.1 Contextualização e Justificativa ............................................ 11
1.2 Objectivo e Utilidade do Manual .......................................... 12
1.3 Conteúdo do Manual ............................................................. 13
1.4 Metodologia de Elaboração do Manual ................................ 14

2. CAPÍTULO 2. - DESCRIÇÃO DOS CENTROS


DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS ...................................... 14
2.1 Conceito e natureza ............................................................... 14
2.2 Objectivos ............................................................................. 14
2.3 Base de Dados ....................................................................... 15
2.4 Princípios e Valores ............................................................... 18
2.5 Grupo Alvo ........................................................................... 18

3. CAPÍTULO 3. - METODOLOGIA DE
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PELOS
CENTROS DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS .................. 19
3.1 Informação Sobre Mercados ................................................. 21
3.1.1 Preços de Produtos e Serviços .............................................. 21
3.1.2 Actores das Cadeias de Valor ................................................ 28
3.1.3 Base de Dados de Associações, Cooperativas e MPMEs ..... 29
3.1.4 Legislação Sobre Negócios e Investimentos ........................ 30
3.1.5 Eventos de Natureza Económica .......................................... 31
3.2 Promoção de Ligações de Mercado ...................................... 32
3.3 Assistência Técnica E Capacitação ....................................... 35
3.3.1 Base de Dados de Instituições de
Assistência Técnica e Capacitação ....................................... 36
3.3.2 Promoção / Realização de Acções de Capacitação .............. 36
3.3.3 Assistência Técnica .............................................................. 38
3.3.3.1 Planilha Informática de
Apoio à Elaboração de Planos de Negócios ........................ 38
3.3.3.2 Análise e Desenho de Cadeias de Valor ............................... 49
3.3.3.3 Licenciamento de Actividades Económicas ......................... 52
3.3.3.4 Apoio à Elaboração de Contratos Comerciais ..................... 55
3.3.3.5 Divulgação de Obrigações Fiscais ....................................... 55
3.4 Marketing Territorial ............................................................ 56
3.4.1 Boas Práticas na Realização de Actividades Produtivas ...... 59
3.5 Acesso ao Financiamento .................................................... 60
3.5.1 Base de Dados Sobre Financiamento ................................... 60
3.5.2 Divulgação de Linhas de Crédito Disponíveis ..................... 63
3.5.3 Apoio Para Acesso às Linhas de
Financiamento Disponíveis .................................................. 63
ANEXO 1: MODELO DE CONTRATO ....................................... 65
ANEXO 2: MODELO DE PLANO ANUAL DO CSN ................. 70
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Pacote e Descrição dos Serviços dos CSNs ...................... 19
Tabela 2: Ficha de Recolha de Informação de
Preços usada no SIRPP ..................................................... 22
Tabela 3: Ficha de Recolha de Informação do SIMA ...................... 24
Tabela 4: Actores da Cadeia de Valor de Tomate no Distrito X ....... 28
Tabela 5: Base de Dados de Associações,
Cooperativas e MPMEs .................................................... 29
Tabela 6: Quadro-Resumo da Legislação sobre Negócios e
Investimentos .................................................................... 31
Tabela 7: Eventos de Natureza Económica ...................................... 32
Tabela 8: Quadro-Resumo das Oportunidades de Negócios ............ 34
Tabela 9: Base de Dados de Instituições de Assistência
Técnica e Capacitação ...................................................... 36
Tabela 10: Diagnóstico e Plano de Acção da Associação
25 de Junho ....................................................................... 37
Tabela 11: Cadeia de Valor dos galináceos com base na
demanda da empresa X em Bilene ................................... 51
Tabela 12: Boas Práticas na Realização de Actividades Produtivas .. 60
Tabela 13: Base de Dados sobre Financiamento ................................ 62

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Diagrama dos Conteúdos da Base de Dados dos CSNs .... 17
Figura 2: Localização Geográfica das Actividades dos Fundos de
Fomento por Província ..................................................... 61
Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 11
12 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização e Justificativa

Actualmente, há um cada vez maior reconhecimento do papel


das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) na promoção
do desenvolvimento sócio-económico no país, pois as mesmas
contribuem para o crescimento do Produto Interno Bruto, constituem
uma fonte de criação de emprego, elevação do nível de rendimento,
inovação e competitividade das economias dos diversos países,
contribuindo assim para a melhoria do nível de vidas das pessoas.
Em Moçambique, o Governo tem realizado diversas acções visando
facilitar o surgimento e desenvolvimento de MPMEs, tais como
a aprovação de instrumentos legais, a criação de instituições de
prestação de serviços às MPMEs, a facilitação no licenciamento
de actividades económicas, entre outras. A criação do Instituto
para a Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME) e dos
BAÚs e a aprovação do licenciamento simplificado de actividades
económicas atestam essa preocupação do Governo na promoção e
facilitação de iniciativas empresariais.
Apesar disso, as MPMEs ainda enfrentam barreiras para o seu
crescimento e sustentabilidade, tais como a fraca capacidade
de planificação e gestão de negócios, o dificil acesso às novas
tecnologias, à informação relevante e oportuna sobre os mercados,
ao financiamento para a abertura e expansão de negócios, às ligações
com as grandes empresas, entre outras.
Assim, o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
(MITADER), através da Direcção Nacional do Desenvolvimento
Rural (DNDR), com apoio de parceiros de cooperação, designadamente
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
está, em parceria com o IPEME, a desenvolver, desde 2012, uma

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 13


iniciativa de instalação e operacionalização de 8 Centros de Serviços
de Negócios (CSNs), nos Serviços Distritais de Actividades
Económicas (SDAEs) dos distritos de Mandlakazi, Bilene e Chibuto
(província de Gaza), Ribáuè, Mecuburi, Murrupula e Nacala-Porto
(província de Nampula) e Metuge (província de Cabo Delgado),
para servirem de mecanismos de facilitação de negócios e orientação
empresarial às associações de produtores, cooperativas, MPMEs e
empreendedores locais, incluindo os beneficiários dos “7 Milhões”.
Neste contexto, foi elaborado o presente Manual do Operador do
CSNs, que serve de instrumento técnico de orientação sobre como
prestar os serviços de apoio ao desenvolvimento de negócios.

1.2 Objectivo e Utilidade do Manual

Com o presente manual pretende-se munir os técnicos dos CSNs de


um instrumento técnico que, de forma prática, lhes permita orientar
na provisão de serviços de Assistência Técnica e Capacitação (ATC)
para o desenvolvimento de negócios às associações de produtores,
cooperativas, MPMEs e empreendedores locais, incluindo os
beneficiários dos “7 Milhões”, bem como a criação e funcionamento
dos mecanismos de articulação, através de grupos de trabalho
(GTs) com os mega-investimentos e apoio aos Governos Locais no
desenho e divulgação do marketing territorial.

O Manual do Operador do CSN será útil:

a) Aos técnicos dos SDAEs, afectos ou não ao CSN, orientando-


lhes na prestação eficiente dos serviços do CSN;
b) Professores da disciplina de Empreendedorismo de diversos
níveis de ensino relacionadas com o DEL, parceiros naturais
do CSN, para melhoria de competências nestas matérias;

14 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


c) Aos Directores dos SDAEs, para encaminhar a informação
de e para o CSN de uma maneira mais estruturada e para
promover os serviços do CSN, tanto internamente (governo
local) como externamente (sector privado financeiro e não
financeiro, produtivo e de serviços), associações, cooperativas,
MPMEs, as próprias comunidades locais, organizações da
sociedade civil e Conselhos Consultivos Locais (CCLs);
d) Ao Administrador Distrital/Presidente do Município, para
promover os serviços do CSN, aprovar o seu plano anual de
atividades e efectuar a avaliação permanente da prestação
dos serviços;
e) Ao sector privado financeiro e não financeiro, produtivo
de bens e serviços, indústria extractiva, associações e
cooperativas, empreendedores emergentes, as MPMEs e
beneficiários dos 7 milhões, para o acesso aos serviços do
CSN e o funcionamento dos mecanismos de articulação,
especialmente relacionados com os mega-investimentos.

1.3 Conteúdo do Manual


Quanto maior for o contributo dos CSNs, mais robusta e dinâmica
poderá tornar-se a economia do distrito, em particular, e da
província, em geral. Assim, nos 3 capítulos do presente manual
são fundamentadas as razões da necessidade deste instrumento e
destacados os elementos-chave que podem contribuir para incentivar
o surgimento das MPMEs nos distritos. No presente capítulo de
Introdução são apresentados a contextualização, justificativa,
objectivo, destinatários e conteúdo do manual. No segundo capítulo
são descritos o conceito, natureza, objectivos, princípios, valores e
grupos-alvo dos CSNs. O terceiro capítulo descreve a metodologia
de prestação de serviços dos CSNs, nas áreas de a) informação
sobre mercados, b) promoção de ligações de mercados, c) ATC, d)
marketing territorial e e) acesso ao financiamento.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 15


1.4 Metodologia de Elaboração do Manual

A elaboração do presente manual teve como base o Guião de


Operações dos CSNs, elaborado em Agosto de 2013, e as conclusões
no Retiro para a Elaboração dos Conteúdos dos CSNs, realizado
nos Pequenos Libombos em Julho de 2014, no qual participaram
técnicos da DNDR, IPEME, DPA de Gaza e SDAEs de Bilene,
Mandlakazi e Chibuto.

CAPÍTULO 2. DESCRIÇÃO DOS CENTROS DE


SERVIÇOS DE NEGÓCIOS

2.1 Conceito e Natureza

Os CSNs são serviços públicos, prestados pelos SDAEs e outras


instituições parceiras, de provisão de ATC para o desenvolvimento
de negócios às associações de produtores, cooperativas, MPMEs e
empreendedores locais, incluindo os beneficiários dos “7 Milhões”,
assim como aos governos locais no seu processo de planificação da
economia local, dentro dos instrumentos estratégicos e operacionais,
e também às grandes empresas nacionais e mega-investimentos, na
promoção de mecanismos de diálogo para propiciar definições claras
sobre o conteúdo local e a responsabilidade social corporativa.

2.2 Objectivos

Os objectivos dos CSNs são:


• Disponibilizar um serviço integrado de apoio ao negócio
local;

16 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


• Criar e fortalecer a capacidade e estrutura empresarial e
associativa local;
• Contribuir para a emergência e desenvolvimento de MPMEs
locais dinâmicas, modernas, inovadoras e que participam
activamente nas cadeias de valor das grandes empresas;
• Contribuir para o aumento do rendimento e dos meios de
subsistência dos grupos sociais vulneráveis (especialmente
jovens e mulheres) e, consequentemente, para a melhoria do
nível de vida dos mesmos grupos.
• Contribuir no diálogo e trabalho em equipa para propiciar
a identificação e dimensionamento das potencialidades
locais, as suas cadeias de valor e oportunidades de negócio
que estas oferecem, tanto a partir da exploração local como
dos mega-investimentos.

2.3 Base de Dados

O CSN possui uma base de dados que constitui um repositório de


toda a documentação, informação e instrumentos de trabalho que
serão usados pelo operador do CSN. A referida base de dados está
estruturada da seguinte forma:
a. Documentos Estratégicos: estratégias nacionais e planos
estratégicos de desenvolvimento das províncias, distritos e
municípios abrangidos;
b. Pilar Jurídico (ambiente de negócios): instrumentos legais
sobre as actividades económicas (áreas da Agricultura,
Ambiente, associativismo e cooperativismo, autarquias locais,
Ciência e Tecnologia, Edificação, Energia, Finanças Rurais,
Florestas e Fauna Bravia, Geografia e Cadastro, Indústria e
Comércio, Investimentos, Minas, Pecuária, Pescas, Serviços
ao Estado, Trabalho, Tributação e Alfândegas, e Turismo);

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 17


c. Pilar de Financiamento: modelo da ficha para recolha de
informação sobre as instituições e serviços financeiros que
financiam iniciativas de DEL;
d. Assistência Técnica e Capacitação (ATC): modelo da ficha
para recolha de informação sobre os provedores de ATC em
matérias ligadas aos DEL, estrutura-modelo de planos de
negócios, manuais práticos sobre o DEL, modelos de planos
e relatórios, e planilha informática de apoio à elaboração
de planos de negócios;
e. Infra-estruturas de Apoio à Produção e Comercialização
(acesso à tecnologia): modelo da ficha para recolha de
informação sobre infra-estruturas de apoio à produção e
comercialização (incluindo acesso à tecnologia) e lista de
inovações tecnológicas existentes no país;
f. Mercados Internos e Externos (Marketing Territorial):
modelo da ficha de recolha de informação sobre os mercados
internos e externos, bem como alguns instrumentos de
marketing territorial (revistas e folhetos);
g. Educação para o Desenvolvimento (sustentabilidade dos
processos de DEL): contém os elementos pedagógicos para
integrar nos currículos locais e da alfabetização funcional,
a descrição das potencialidades locais, as suas cadeias de
valor e as oportunidades de negócio que estes oferecem, para
alem de conceitos de empreendedorismo, competitividade e
atitude empresarial.
h. Sistemas de Informação: base de dados, permanentemente
actualizado, que contêm toda a informação sobre
o enquadramento jurídico (ambiente de negócios),
financiamento do DEL, ATC, infraestrutura de apoio à
produção e comercialização (acesso à tecnologia), mercados
internos e externos (marketing territorial) e educação

18 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


para o desenvolvimento (sustentabilidade do processo
de desenvolvimento local), perfis distritais/municipais,
relatórios de avaliação, cadastro de MPMEs, associações,
cooperativas e anúncios de concursos públicos; calendário
de eventos, feiras, workshops, seminários, conferências e
outros.

Figura 1: Diagrama dos Conteúdos da Base de Dados dos


CSNs

Estratégias nacionais e planos


Documentos
estrat égicos provinciais, distritais e
Estratégicos municipais

Enquadramento Instrumentos legais sobre


Juridico actividades económicas

Financiamento Instituições e serviços financeiros

Assistência Provedores de AT&C, manuais sobre


Base de dados

Técnica e DEL, modelos e planilha informática


Capacitação de planos de negocios
do CSN

Infra-estruturas de Infra-estruturas de apoio a


apoio à produção e produção e comercialização
comercialização e lista de inovações técnologicas

Mercados Mercados internos e externos e


internos e instrumentos de marketing
externos territorial

Perfis distritais / municipais,


Sistema de estudos , relatorios , cadastro de
informação MPMEs e anúncios públicos

Educação para o Conteúdo local no currículo e


desenvolvimento alfabetiza ção funcional

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 19


2.4 Princípios e Valores
Na realização das suas actividades, os CSNs guiam-se pelos
seguintes princípios e valores:
• Celeridade;
• Parceria;
• Eficiência;
• Profissionalismo;
• Proactividade;
• Trabalho em equipa.

2.5 Grupo Alvo


Os grupos-alvo das actividades dos CSNs são todos os agentes
económicos que actuam no distrito (em diversas etapas da cadeia
produtiva, desde o fornecimento de matérias-primas, produção,
conservação, processamento e distribuição do produto final),
especialmente os jovens e as mulheres. Dentre os referidos agentes,
encontram-se:
i. Associações de produtores, cooperativas, MPMEs e outros
empreendedores locais;
ii. Os mega-investimentos, dada a sua relevância na
determinação da agenda local de desenvolvimento e no
funcionamento dos mecanismos de articulação, para o
alcance das ligações empresariais relacionadas com o
“conteúdo local” e a “responsabilidade social empresarial/
corporativa”;
iii. Os Governos Locais (distritais e municipais) no que diz
respeito à integração das potencialidades e outras matérias
sobre DEL nos seus instrumentos da planificação e o seu
correspondente plano de acção.

20 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


CAPÍTULO 3. METODOLOGIA DE
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
PELOS CENTROS DE
SERVIÇOS DE NEGÓCIOS
Há uma gama de serviços de desenvolvimento de negócios que
podem ser prestados para a criação e desenvolvimento de MPMEs.
Entretanto, os CSNs prestam serviços em 5 áreas, conforme descrito
na tabela seguinte:

Tabela 1: Pacote e Descrição dos Serviços dos CSNs


Serviços Conceitos Objectivos Conteúdos do serviço
Preços de produtos/serviços
Reduzir as Inventário dos actores das cadeias de valor dos
Recolha, assimetrias de produtos/serviços (e as suas capacidades
sistematização e informação qualitativas e quantitativas), incluindo os
1. divulgação de entre os actores centros de produção e as entidades que
Informação informação que de DEL, de compram excedentes agrícolas, se houver.
sobre contribua para o modo a garantir Base de dados de associações, cooperativas e
mercados funcionamento tomada de MPMEs locais e sua capacidade de
eficiente dos decisões fornecimento
mercados informadas Legislação sobre negócios e investimentos
sobre negócios.
Eventos de natureza económica (feiras,
conferências, etc)
Contribuir para Identificação de oportunidades de mercado
Integração dos a criação e/ou para o estabelecimento de ligações de mercado
produtores desenvolviment que envolvam as comunidades de baixa-renda
locais nas o de negócios Identificação dos produtores de bens e serviços
2. Promoção
cadeias de valor rentáveis e interessados no estabelecimento das suas
de ligações
das empresas, sustentáveis, próprias empresas de agro-negócios e de
de mercado
com base em com benefícios ligações de mercado com as empresas de maior
contratos entre para as porte
as duas partes. comunidades de Apoio às MPMEs para cadastramento na
baixa renda. UFSA
Base de dados de instituições de AT&C
Promoção/realização de acções de capacitação
sobre matérias ligadas ao desenvolvimento de
negócios (empreendedorismo, elaboração de
planos de negócios, criação de empresas,
gestão de negócios, associativismo empresarial
Realização de e outras)
Elevar o nível
21
acções de
AT&C aos
Manual do de
OperadorAnálise,
do Centro
desenhode(participativo/inclusivo)
Serviços de Negócios e
conhecimento e desenvolvimento de cadeias de valor das
empreendedores
3. habilidades dos principais potencialidades locais
locais sobre
cadeias de valor rentáveis e interessados no estabelecimento das suas
de ligações
das empresas, sustentáveis, próprias empresas de agro-negócios e de
de mercado
com base em com benefícios ligações de mercado com as empresas de maior
contratos entre para as porte
as duas partes. comunidades de Apoio às MPMEs para cadastramento na
baixa renda. UFSA
Base de dados de instituições de AT&C
Promoção/realização de acções de capacitação
sobre matérias ligadas ao desenvolvimento de
negócios (empreendedorismo, elaboração de
planos de negócios, criação de empresas,
gestão de negócios, associativismo empresarial
Realização de e outras)
Elevar o nível
acções de
de Análise, desenho (participativo/inclusivo) e
AT&C aos
conhecimento e desenvolvimento de cadeias de valor das
empreendedores
3. habilidades dos principais potencialidades locais
locais sobre
AT&C empreendedores Potenciação dos produtores locais para
temáticas
locais sobre adquirirem capacidade empresarial, que lhes
ligadas ao
desenvolvimento permita aproveitar as oportunidades de
desenvolvimento
de negócios negócios que oferecem as cadeias de valor de
de negócios
“conteúdo local” e “responsabilidade social
empresarial/corporativa”
Licenciamento de actividades económicas
Apoio aos produtores (propiciando a sua
capacidade empresarial) na elaboração e gestão
de contratos com as empresas
Divulgação de obrigações fiscais
Identificação e mapeamento das
potencialidades e oportunidades de negócio
locais que estas oferecem
Integração das potencialidades e das cadeias de
valor desenhadas (incluindo as oportunidades
de negócios que elas oferecem) nos PEDDs e
PDMs.
Marketing das potencialidades e oportunidades
Promoção das de negócios locais, a partir da elaboração de
Atrair
4. potencialidades revistas e folhetos de promoção do território e
investimentos
Marketing e oportunidades outros meios relevantes
para o distrito
territorial de negócios Boas práticas na realização de actividades
e/ou município
locais produtivas
Constituição dos mecanismos de articulação
participativos e inclusivos (grupos de trabalho)
que permita a análise da economia local a nível
de diagnóstico, a estratégia de
desenvolvimento a partir do desenho das
cadeias de valor e identificação das
oportunidades de negócio e o plano de acção
ser inserido nos PEDDs e PDMs
Base de dados sobre financiamento
Divulgação de linhas de crédito disponíveis
Facilitação aos para MPMEs, associações, cooperativas e
empreendedores Garantir o empreendedores locais
22 Manual
5. Acesso ao
do Operador
locais para do Centro
capitalde Serviços
Apoio àsdeMPMEs,
Negócios
associações, cooperativas e
acesso aos necessário para empreendedores locais na preparação da
financiamento
fundos para a criação e/ou documentação necessária para aceder às linhas
que permita a análise da economia local a nível
de diagnóstico, a estratégia de
desenvolvimento a partir do desenho das
cadeias de valor e identificação das
oportunidades de negócio e o plano de acção
ser inserido nos PEDDs e PDMs
Base de dados sobre financiamento
Divulgação de linhas de crédito disponíveis
Facilitação aos para MPMEs, associações, cooperativas e
empreendedores Garantir o empreendedores locais
locais para capital Apoio às MPMEs, associações, cooperativas e
5. Acesso ao
acesso aos necessário para empreendedores locais na preparação da
financiamento
fundos para a criação e/ou documentação necessária para aceder às linhas
criação e/ou desenvolvimento de financiamento disponíveis
desenvolvimento de negócios Apoio às MPMEs na preparação e
de negócios estabelecimento de diálogo com as grandes
empresas e mega-investimentos para aceder as
linhas de financiamento empresariais

3.1 Informação sobre Mercados

3.1.1 Preços de Produtos e Serviços

O primeiro serviço é a divulgação de informação sobre os preços


dos produtos e serviços existentes no território. Assim, os CSNs
usam os sistemas de informação de preços sob gestão do MASA
e MIC (SIMA e SIRPP, respectivamente), em funcionamento nos
distritos.
O SIRPP possui duas linhas de funcionamento a nível distrital, para
recolha de informação:
a. Primeira linha: com recurso a fichas impressas disponíveis
nas DPICs e SDAEs (ver tabela 2, abaixo), a informação
sobre preços é recolhida (nas Terças feiras) em 4 a 6
estabelecimentos comerciais (retalhistas e grossistas). Essa
informação é, uma vez por semana, enviada à DPIC, que
procede à sua globalização e envio ao MIC.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 23


Tabela 2: Ficha de Recolha de Informação de Preços usada
no SIRPP
INFOCOM
Atenção Sra. Isabel Formulário
DNC Semanal
Preços
MIC
DIRECCAO PROVINCIAL DA INDUSTRIA E COMERCIO DE GAZA
Precos ao publico nas lojas/ mercados da Cidade de Xai-Xai
Nome da loja Nome da loja Nome da loja Nome do mercado Media Media Variacao
Nº Produto u/m
Fresh Meat Shobito Disha Trading Limpopo actual anterior (%)
1 CEREAIS
1.1 Acucar branco, nacional MT/Kg 42.00 42.00 42.00 42.00 42.00 0.00
1.2 Acucar branco importado MT/Kg
1.3 Açucar castanho nacional MT/Kg 36.00 36.00 36.00 36.00 36.00 0.00
1.4 Acucar castanho importado MT/Kg
1.5 Arroz extra nacional MT/Kg
1.6 Arroz extra importado MT/Kg
1.7 Arroz corrente, nacional MT/Kg
1.8 Arroz corrente importado MT/Kg 28.00 27.00 30.00 28.33 28.33 0.00
1.9 Farinha de milho nacional 30.00 30.00 32.00 30.67 30.67 0.00
2 Farinha de trigo nacional MT/Kg 40.00 40.00 42.00 40.67 40.67 0.00
2.1 HORTICOLAS
2.2 Batata reno nacional MT/Kg
2.3 Batata reno importada MT/Kg 30.00 30.00 25.00 28.33 28.33 0.00
2.4 Tomate nacional MT/Kg 50.00 50.00 50.00 0.00
2.5 Tomate importado MT/Kg
2.6 Feijao manteiga nacional MT/Kg 75.00 75.00 70.00 73.33 73.33 0.00
2.7 Feijao manteiga importado MT/Kg
2.8 Cebola nacional MT/Kg
2.9 Cebola importada MT/Kg 30.00 30.00 25.00 28.33 28.33 0.00
2,10 Repolho nacional MT/cabec 30.00 30.00 30.00 0.00
2,11 Repolho importado MT/cabec
2,12 Alho nacional MT/Kg
2,13 Alho importado MT/Kg 150.00 150.00 150.00 150.00 0.00
2,14 Pimento importado MT/Kg 40.00 40.00 40.00 0.00
2,15 Cenoura nacional MT/Kg
3 Cenoura importada MT/Kg 40.00 40.00 40.00 0.00
3.1 AVICULTURA
3.2 Frango congelado nacional MT/Kg
3.3 Frango vivo MT/Kg 150.00 150.00 150.00 0.00
3.4 Ovos nacionais MT/duzia 55.00 55.00 60.00 56.67 58.33 -0.03
4 Ovos importados MT/duzia
4.1 PEIXE
4.2 Carapau 16 importado MT/Kg 65.00 70.00 67.50 67.50 0.00
4.3 Carapau 18 importado MT/Kg
4.4 Carapau 20 importado MT/Kg
4.5 Carapau 25 importado MT/Kg 78.00 80.00 79.00 79.00 0.00
4.6 Carapau 30 importado MT/Kg
5 Peixe seco nacional aberto MT/Kg
5.1 OLEAGINOSA
5.2 Óleo alimentar nacional MT/Lit 70.00 70.00 72.00 70.67 70.67 0.00
5.3 Óleo alimentar importado MT/Lit
5.4 Amendoim nacional MT/KG 55.00 55.00 60.00 56.67 56.67 0.00
5.5 Amedoim importado MT/KG 80.00 80.00 80.00 0.00

b. Segunda linha: são usados telemóveis, que têm um pacote


tecnológico instalado, com a lista dos produtos e das lojas
onde deve ser feita a recolha de preços dos produtos. Após
o processamento electrónico da informação, a mesma é
enviada via telemóvel directamente ao MIC. Para o usuário
aceder aos preços dos produtos, deverá, no seu telemóvel,
recorrer ao seguinte procedimento:

24 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


1. Abrir o campo de mensagens;
2. Escrever o local (espaço) produto (espaço) preço
(espaço). Por exemplo: Chibuto_Mandioca_Preço
3. Enviar a mensagem para o 82 10 14 ou 84 10 14.

Após o envio da mensagem, irá receber, no seu telemóvel, os preços


mínimo, médio e máximo do produto no local em apreço.
No quadro do SIMA, o SDAE faz o levantamento dos preços dos
produtos que são comercializados pelos produtores locais, usando
a ficha seguinte:

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 25


Tabela 3: Ficha de recolha de informação do SIMA

26 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 27
28 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios
Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 29
Para divulgação dessa informação, os CSNs recorrem à internet,
jornais, rádios, televisão, redes sociais, boletins, folhetos, revistas,
quadros locais de informação, feiras, bolsas de turismo, conferências
de investidores e outros eventos de natureza económica. Semanal e
diariamente (quando a informação é diária) os responsáveis do CSN
devem colocar toda esta informação nas vitrinas da Administração
Distrital ou do Conselho Municipal.

3.1.2 Actores das Cadeias de Valor

O CSN possui informação sobre os actores da cadeia de valor dos


4-5 principais produtos/serviços do distrito incluindo informação
quantitativa e qualitativa, como ilustrado no exemplo seguinte:

Tabela 4: Actores da Cadeia de Valor de Tomate no Distrito X

Produto Tomate – 1000 ton.


Etapas Fornecimento Produção Processamento Comercialização Consumo final
de insumos e
financiamento
Actores SDAE – 40% Associação 7 Plan - Mohamed Pemba Beach
de insumos de Abril (600 Sociedade de Armazenistas e Hotel (50
PANNAR – ton/ano.) e Investimentos Distribuidores ton/ano),
60% de Associação 25 e Turismo Lda (1000 Shoprite
insumos de Junho (400 (1000 ton/ano.) (800ton/ano.) e
GAPI - ton/ano.) ton/ano.) Restaurante
financiamento Kauri (50
ton/ano.)

A tabela preenchida, permite que qualquer actor que queira entrar


em certa etapa da cadeia de valor de um produto/serviço tenha
informação básica sobre os actores que fazem parte dessa cadeia,
com particular destaque para os potenciais consumidores finais
(mercado).

30 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


3.1.3 Base de Dados de Associações, Cooperativas e
MPMES
Os CSNs possuem uma base de dados sobre as associações, cooperativas
e MPMEs existentes a nível local, preenchida como no exemplo abaixo:

Tabela 5: Base de Dados de Associações, Cooperativas e


MPMEs
Nome da Localização (km Sector de Produtos/ Área de Capacidade Pessoa de
organização da vila sede e Actividade Serviços produçã de produção contacto
km da capital (Qualidade e o ou uso e rendimento
provincial) tipologia do medio por ha
produto)
Associação P.A. de Chalala, Agricultura Mandioca 3ha Mandioca: 30 Alberto
3 de distrito de Nikwaha e ton/ano Bila:
Fevereiro Mandlakazi. Milho 824545450
Milho: 15
30Km da Vila- Sussuma ton/ano
sede e 60Km de
Xai-Xai
Cooperativa P.A. de Pecuária Gado bovino, 4ha Efectivo Maria
Sasseka Mazucane, raça Brahman actual: 450 Matusse:
distrito de cabeças. 843131310
Mandlakazi. Efectivo
40Km da Vila- adicional: 50
sede e 70Km de cabeças/ano.
Xai-Xai
Chauque P.A. de Nguzene, Indústria Processamento N.A. Processament João
Agroproces distrito de de citrinos o de 400ton de Chaúque:
samento Mandlakazi. citrinos por 862020202
Lda. 20Km da Vila- ano.
sede e 50Km de
Xai-Xai
Mussa P.A. de Turismo Acomodação, N.A. 250 camas António
Resort Chidenguele, restauração e Mussa:
distrito de desporto 823030303
Mandlakazi. aquático
20Km da Vila-
sede e 60Km de
Xai-Xai
Carpintaria Vila-sede do Serviços Fabrico de N.A. 300 mesas e José
Manusse distrito de mesas e 1000 cadeiras Cumbane:
Lda. Mandlakazi. cadeiras, e por ano. 865454540
60Km de Xai-Xai reparação de
mobiliário

N.A.–Não Aplicável
P.A.–Posto Administrativo 31
3.1.4 Legislação sobre Negócios e Investimentos

Os CSNs possuem toda legislação sobre DEL, particularmente


sobre negócios e investimentos, que deve ser facultada a todos os
interessados, sempre que o solicitarem. Para facilitar a sua consulta,
a referida legislação é agrupada em ordem alfabética, por sectores
de actividade económica, conforme ilustrado abaixo:
a. Agricultura;
b. Ambiente;
c. Associativismo e cooperativismo;
d. Autarquias locais;
e. Ciência e Tecnologia;
f. Edificação;
g. Energia;
h. Finanças Rurais;
i. Florestas e Fauna Bravia;
j. Geografia e Cadastro;
k. Indústria e Comércio;
l. Investimentos;
m. Minas;
n. Pecuária;
o. Pescas;
p. Serviços ao Estado;
q. Trabalho;
r. Tributação e Alfândegas; e,
s. Turismo.

32 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


Tabela 6: Quadro-Resumo da Legislação sobre Negócios e
Investimentos
Sector Matéria Dispositivo Data de Entidade Número Data de Data de
Regulada Legal: Aprovação que do BR Publicação Entrada
(Decreto, Lei, aprovou no BR em Vigor
Despacho nº)
Identificaçã Diploma 02 De Ministério I Série 05 De 05 De
o e Registo Ministerial nº Novembro da nº 49 Dezembro Dezembr
de Gado 218/2002 De 2002 Agricultura De 2002 o de 2002
Pecuária

Sanidade Decreto nº 2 de Junho Conselho I série, 17 de 17 de


animal 26/2009 de 2009 de nº 32 Agosto de Fevereiro
Ministros 2009 de 2010
14 de Abril Assembleia I série, 17 de 17 de
Turismo Turismo Lei nº de 2004 da nº 24 Junho de Setembro
04/2004 República 2004 de 2004

O CSN actualiza regularmente toda a legislação e o respectivo


quadro-resumo dos dispositivos legais em sua posse.

3.1.5 Eventos de Natureza Económica

Os CSNs devem, logo no início do ano, possuir e actualizar


informação sobre os eventos de natureza económica do distrito e
da província (como sejam, feiras, conferências, bolsas de turismo,
rondas de negócios, etc.), devendo, para o efeito, preencher e
actualizar um formulário como no exemplo abaixo:

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 33


Tabela 7: Eventos de Natureza Económica

Tipo de Local e data de Organizador Participantes Pessoa de


Evento realização contacto
Feira de Nacala-Porto, campo Conselho Instituições públicas José
negócios do Desportivo de Municipal de nacionais, provinciais Sande:
Nacala, dias 7-9 de Nacala-Porto e distritais, sector 861515150
Julho de 2014 privado, produtores
locais
Conferência Pemba, pavilhão da Agência de Instituições públicas António
de Negócios e Universidade Desenvolvimento nacionais, provinciais João:
Investimentos Católica, dias 5-7 de Económico e distritais, sector 841000000
Agosto de 2014 Local de Cabo privado, produtores
Delgado locais

3.2 Promoção de Ligações de Mercado

Para a promoção de ligações de mercado, os CNS seguem os passos


abaixo:
a. Passo 1: identificar as oportunidades de mercado para
as MPMEs e os produtores locais, isto é, identificar as
empresas (supermercados, hoteis, restaurantes, indústrias
alimentares e têxteis, etc.) que demandam certos produtos/
serviços, cuja oferta local não consegue satisfazer o nível
de procura dessas empresas, em função da elaboração
participativa/inclusiva das cadeias de valor (conteúdo
local) e responsabilidade social empresarial/corporativa.
Para o efeito, deverão ser usados os seguintes meios para recolha
de informação:
i. Constituição de grupos de trabalho, onde participam
as MPMEs e produtores locais, as grandes empresas,
as instituições de financiamento e AT&C;
ii. Solicitação e realização de encontros com as empresas;

34 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


iii. Solicitação e análise do plano de aquisições de bens e
serviços das empresas;
iv. Participação em eventos económicos (feiras, rondas de
negócios, conferências, bolsas de turismo, etc.);
v. Recolha regular de informação sobre os novos
investimentos na província/distrito e as oportunidades
de negócios a eles ligados;
vi. Pesquisa na internet;
vii. Outros meios que forem julgados convenientes.
b. Passo 2: com base na informação recolhida no passo 1,
elabora uma base de dados das oportunidades de mercado,
usando o modelo abaixo:

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 35


Tabela 8: Quadro-Resumo das Oportunidades de Negócios
Nome da Localiz Sector de Dimensão da Requisitos para estabelecimento da Pessoa de
empresa ação Actividade oportunidade ligação de mercado com a empresa contacto
de negócio
(demanda
da empresa)
Pemba Cidade de Hotelaria e 60Kg de i) O produtor deve fornecer 60Kg de José Bila:
Beach Pemba turismo tomate por tomate e 70Kg de cebola por mês, ao 824545450
Hotel mês; 70Kg longo de todo o ano, sem interrupção;
de cebola por ii) o tomate e a cebola devem ser de
mês. tamanho médio, sem manchas e
embalados em recipientes adequados;
iii) o produtor deve ser capaz de,
dentro de 48 horas, fornecer
quantidades adicionais não
especificadas de tomate e cebola,
sempre que solicitadas pela empresa.

SaveRite Cidade Comércio Média de i) O produtor deve fornecer 150Kg de Maria


de Xai- 150Kg de peixe serra por mês, ao longo de todo Matusse:
Xai peixe-serra o ano, sem interrupção; ii) o peixe 843131310
por mês, deve ser de tamanho médio,
variável em congelado e embalados em
função da recipientes adequados; iii) o peixe
demanda dos deve ser entregue à porta da
clientes da SaveRite; iv) o produtor deve ser
empresa capaz de, dentro de 48 horas, fornecer
quantidades adicionais não
especificadas de peixe, sempre que
solicitadas pela empresa.

c. Passo 3: em função das oportunidades de negócios e


requisitos para estabelecimento de ligações de mercado, o
CSN recorre à sua base de dados e experiência de trabalho
de campo para identificar as associações, cooperativas e/ou
micro e pequenas empresas locais que tenham potencial e/
ou interesse para estabelecer as ligações de mercado com
as empresas. Para a realização deste exercício, o CSN toma
como base a informação constante na Base de Dados de
Associações, Cooperativas e MPMES (ver tabela 3).

36 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


3.3 Assistência Técnica e Capacitação (ATC)

A ATC constitui o principal serviço dos CSNs e está diluido em


todos os 4 segmentos de serviços destes centros. O pacote de
serviços de AT&C a prestar deve ser adaptado à demanda de cada
território (distrito/município), o que significa que as temáticas da
ATC podem ser diferentes de território para território, em função
das potencialidades e oportunidades de negócios locais. A título de
exemplo, os distritos com maior potencial agrícola precisam de mais
serviços de ATC em matérias ligadas às tecnologias melhoradas de
produção agrícola e gestão de agro-negócios, enquanto que distritos
com aptidão para a pesca necessitarão de mais ATC para melhorar
as práticas de pesca, processamento e negócios de peixe.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 37


3.3.1 Base de Dados de Instituições de Assistência
Técnica e Capacitação

O CSN possui uma base de dados sobre as instituições que prestam


assistência técnica e capacitação em matérias ligadas ao DEL,
conforme ilustrado no exemplo abaixo:

Tabela 9: Base de Dados de Instituições de ATC


Nome da Localização Âmbito da AT&C (serviços Requisitos/modalida Contacto
instituição oferecidos) de de acesso aos
serviços
CSN de Vila-sede do Informação sobre mercados, O requisito é ter uma Francisco
Murrupula distrito de ligações de mercado, ideia ou estar a Magamba.
Murrupula capacitação em realizar um negócio. 823040555
empreendedorismo, elaboração Para aceder aos
de planos de negócios, gestão de serviços de ATC,
negócios, marketing e outras. dirija-se ao CSN.
ADEL de Cidade de Capacitação em análise e Pagamento dos custos Faizal
Cabo Pemba desenvolvimento de cadeias de administrativos da Júnior.
Delgado valor, gestão de negócios. capacitação e 864040509
honorários aos
formadores
ONG Chibuto Agrotecnica de hortícolas Serviços gratuitos. O Fernando
Khurula produtor deve possuir Massamba.
pelo menos um hectar 862033204
de hortícolas.

3.3.2 Promoção / Realização de Acções de Capacitação

O CSN não só realiza acções de capacitação em matérias ligadas


ao desenvolvimento de negócios (empreendedorismo, elaboração
de planos de negócios, criação de empresas, gestão de negócios,
associativismo empresarial para mulheres e outras) como também
encaminha os empreendedores locais às instituições de ATC
especializadas em determinadas matérias, com recurso à base de
dados sobre instituições de ATC.

38 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


Para a definição dos conteúdos das acções de capacitação, o CSN
deve:
a. Passo 1: de forma participativa (incluindo grandes
empresas e as MPMEs), o CSN realiza um diagnóstico
para identificar as necessidades de ATC das associações,
cooperativas e/ou micro e pequenas empresas locais e
elaborar o correspondente plano de assistência, de modo
que as mesmas sejam capacitadas para cumprir com os
requisitos exigidos pelas empresas para o estabelecimento
de ligações de mercado.
Assim, é usada a ficha de diagnóstico e plano de acção ilustrada no
exemplo seguinte:

Tabela 10: Diagnóstico e plano de acção da Associação 25


de Junho
Fraquezas Causas Acções a realizar
detectadas
Baixo nível de Falta de Realizar acções de capacitação em matéria de plano
conhecimento sobre oportunidade de de negócios e gestão de negócios
gestão de negócios capacitação em
gestão de negócios
Baixo nível de Uso de sementes de Apoio técnico à associação na preparação da
produção baixo rendimento documentação para solicitação de 4ha adicionais ao
(20ton/ano) e Dificuldades de governo local
produtividade (7 acesso à água para Apoio técnico à associação na elaboração do plano
ton/ha) do tomate irrigação de negócio, que inclua o pedido de financiamento
Ocorrência regular aos “7 Milhões” ou fundos provenientes das
de pragas empresas parceiras para aquisição de sementes
híbridas, pesticidas e motobombas
Falta de clareza na Inexistência de Apoio à associação na elaboração do seu
divisão de tarefas documento escrito regulamento interno
entre os membros de descrição de
da associação tarefas

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 39


a. Passo 2: com base nos resultados do diagnóstico, o CSN
elabora e implementa o plano de ATC, que é componente do
Plano Anual do CSN (ver modelo deste plano, em anexo),
que deverá tomar em conta o calendário do PESOD,
o calendário agrícola, o cronograma para desembolso
dos fundos dos “7 Milhões” e outros aspectos que forem
considerados relevantes. Em caso de necessidade, o CSN
encaminha os empreendedores locais às instituições de ATC
especializadas nas várias áreas.

3.3.3 Assistência Técnica

Há uma enorme gama de serviços de assistência técnica que são


prestados pelos CSNs, dos quais merecem especial atenção: i) a
elaboração de planos de negócios, ii) a análise e desenho de cadeias
de valor, iii) o licenciamento de actividades económicas, iii)
elaboração de contratos comerciais, e iv) divulgação de obrigações
fiscais.

3.3.3.1 Planilha Informática de Apoio à Elaboração


de Planos de Negócios

Como elaborar o Plano de Negócio?


Plano de Negócio é um documento que descreve os objectivos do
negócio que se pretende implantar, observando os passos que devem
ser dados para o alcance dos objectivos pretendidos, diminuindo os
riscos e as incertezas para o empreendedor, empresa ou investidores.
Um plano de negócio bem elaborado ajuda o proponente a avaliar
se vale a pena abrir, manter ou ampliar o seu negócio.
Para apoiar a elaboração dos planos de negócios, os CSNs possuem
uma planilha informática, em excel, que está dividida em duas

40 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


partes principais, a saber: a) a parte descritiva ou qualitativa e b) a
parte financeira ou quantitativa.
O presente exercício em formato excel apresenta os passos a
observar na elaboração do Plano de Negócio.

Folha 1. Sumário Executivo


O sumário executivo refere-se à secção de rosto do Plano de Negócio
que contém a identificação do empreendedor e faz o resumo do
negócio que se pretende implantar, indica como realizá-lo, o
objectivo que se pretende atingir e a faz a interpretação técnica dos
indicadores de viabilidade financeira do negócio. Os indicadores
de viabilidade financeira do negócio são: o ponto de equilíbrio
anual, índice da margem de contribuição anual, prazo de retorno do
investimento, lucratividade e rentabilidade. Estes indicadores serão
definidos no ponto 7, folha 7.10.
O sumário executivo é elaborado depois da conclusão da elaboração
do plano de negócios e deve ser escrito numa linguagem bastante
acessível que possibilite uma leitura bastante entusiasta.

Folha 2. Dados do Empreendedor e do


Empreendimento
Os dados do empreendedor e do empreendimento apresentam
elementos de identifição do empreendedor (nome, endereço,
distrito, formação, experiência profissional, habilidades relevantes
e atribuições) e empreendimento (tipo, nome da associação/
cooperativa/empresa, localização, data de criação e legalização,
NUIT, contacto) bem como a missão, visão e os principais objectivos
do negócio.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 41


Folha 3. Avaliação do Negócio
A Avaliação do Negócio é baseada na análise FOFA, isto é,
(F) Forças referem-se às vantagens competitivas do empreendedor
sobre seus concorrentes. Por outras palavras significa facilidades do
empreendedor para atingir os objectivos propostos,
(O) Oportunidades referem-se às facilidades que permitem ao
empreendedor alcançar seus objectivos ou melhorar sua posição no
mercado,
(F) Fraquezas referem-se aos factores que podem colocar o
empreendimento em situação de desvantagem face à concorrência
ou que podem prejudicar a actuação no ramo escolhido;
(A) Ameaças referem-se às dificuldades que se podem colocar
diante do empreendimento, ocasionando a perda de mercado ou a
redução de sua lucratividade.
As Forças e Fraquezas são considerados factores internos porque
estão relacionados com o potencial interno do empreendedor sendo
por isso controláveis. Por exemplo, o preço competitivo de venda de
um produto ou a localização estratégica da empresa são considerados
factores de força para o empreendedor mas, a indisponibilidade de
recursos financeiros ou falta de experiência anterior no ramo podem
constituir um factor de fraqueza do empreendedor. A capitalização
destes exemplos depende do potencial do empreendedor, por isso
são considerados factores internos.
Contrariamente, as Oportunidades e Ameaças são considerados
factores externos porque a sua ocorrência não é do controlo do
empreendedor. Por exemplo a escassez de concorrentes na região
ou existência de linhas de financiamento podem ser considerados
como oportunidade para investir num negócio pré-escolhido mas
a existência de poucos fornecedores, escassez de mão-de-obra

42 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


qualificada ou insegurança e violência na região pode constituir uma
ameaça. A solução destes problemas não depende da capacidade do
empreendedor, por isso são considerados factores externos.

Folha 4. Análise do Mercado


A análise do mercado é basicamente orientada para o estudo dos
clientes. Permite identificar e mapear:
• os potenciais clientes de modo a trazer soluções para
satisfazer as suas necessidades,
• os concorrentes que actuam no mesmo ramo de actividade
para avaliar o parâmetro de comparação e/ou de parceria,
e
• os fornecedores que assegurarão a aquisição da matéria-
prima e equipamentos utilizados para a fabricação ou venda
de bens e serviços.
O estudo de mercado bem desenvolvido é uma ferramenta que
permite a entrada do empreendedor no mercado com conhecimentos
das grandes variáveis que possam influenciar negativa e/ou
positivamente para os seus negócios. Portanto, ajuda o empreendedor
a desenvolver estratégias competitivas no mercado para o sucesso
dos seus negócios.

Folha 5. Plano de Marketing


Para vender mais é preciso fazer um Plano de Marketing, isto é
promover e divulgar o produto. Os principais elementos do plano
de marketing são:
• O Produto que se pretende vender e/ou serviços a prestar
que satisfazem as necessidades dos seus clientes,

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 43


• O Preço do produto e/ou a vender, compatível com o
mercado e com a capacidade dos clientes,
• A Praça estratégica de localização do negócio e;
• A Promoção com o objectivo apresentar, informar, convencer
os clientes a comprar os seus produtos ou serviços e não os
dos concorrentes.
Este método de Plano de Marketing é conhecido por 4Ps Mix.

Folha 6. Plano Operacional


O plano operacional descreve a capacidade produtiva, comercial
ou de prestação de serviços; indica como irá decorrer o processo
produtivo, os recursos humanos necessários e como serão feitas as
principais actividades do negócio.

Folha 7. Plano Financeiro


O Plano Financeiro refere-se à projecção financeira do negócio em
termos de despesas e receitas com vista avaliar a viabilidade financeira
do negócio. O Plano Financeiro ajuda a tomar decisões inteligentes
sobre a implantação do negócio porque incorpora elementos que
indicam o comportamento financeiro do empreendimento ao longo
do tempo.
Nas seguintes 11 folhas da planilha excel estão descritas as secções
que comportam o Plano Financeiro.

Folha 7.1 Despesas Pré-operacionais


As despesas pré-operacionais são todas aquelas que o negociante
têm de incorrer antes do início da operação do seu negócio, como,
por exemplo, a legalização do terreno onde vai implantar o seu

44 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


negócio, a construção da necessária infra-estrutura (exemplo:
construção ou reabilitação da banca), a elaboração do seu plano de
negócio, entre outras.

Folha 7.2 Investimento em Material Fixo (Dura-


douro)
O Investimento em material duradouro refere-se ao custo dos
bens que têm um tempo de vida de pelo menos 1 ano. Exemplos
de materiais duradouros num projecto agrícola são o tractor, as
enxadas, os ancinhos, entre outros. Adicionalmente, nesta folha
deverá ser preenchida uma segunda ficha, que contém as taxas de
amortizações do referido material fixo. Os valores das taxas de
amortizações estão definidas por lei (ver Decreto 72/2013, de 23 de
Dezembro).

Folha 7.3 Fundo de Maneio


O fundo de maneio constitui o capital circulante do negócio, ou
seja, o valor necessário para a operacionalização diária do negócio.
Dependendo do tipo de negócio, este fundo é composto por
mercadorias (quando se tratar, por exemplo, de uma mercearia),
insumos (quando se trate de projectos agrícolas), salários, transporte,
água, energia, entre outros.

Folha 7.4 Investimento Total


O investimento total é a soma das despesas pré-operacionais,
material fixo e fundo de maneio, constituindo, portanto, o valor
global que o negociante deve possuir para iniciar o seu negócio.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 45


Folha 7.5 Fontes de Capital
Nesta ficha é descrito onde o negociante irá buscar os recursos
financeiros para o seu negócio. As fontes de capital podem ser total
ou parcialmente constituídas por fundos próprios ou por capital
alheio, que constituirá um passivo (dívida) para o negócio.

Folha 7.6 Amortização de Capital


Esta ficha contém um simulador de financiamento bancário, com
base nos valores do montante a financiar, prazo de pagamento,
período de carência (período em que se paga somente os juros e
não o capital), reembolso de capital e taxa de juro. Com esta ficha
é possível visualizar os juros e o serviço da dívida ao longo do
período em que é feita a projecção financeira do negócio.

Folha 7.7 Mapa de Despesas Mensais e Anuais


Esta ficha contém o alistamento de todas as despesas mensais e anuais
do negócios, dividido em duas categorias, a saber a) custos fixos e b)
custos variáveis. Os custos fixos são aqueles que são independentes
do que produzimos no negócios, ou seja, quer produzamos, quer
não, teremos que pagar esses custos. Exemplo: arrendamento das
instalações do negócio, consumíveis de escritório, salários do
pessoal do escritório e outros. Os custos variáveis são os que são
dependentes do que produzimos no nosso negócio, tais como os
insumos, as mercadorias, salários do pessoal eventual, a energia que
usamos para o funcionamento da motobomba, entre outros. Nesta
ficha também está previsto um valor de 5% de imprevistos, que
recai sobre o total de custos (custos fixos mais custos variáveis).

46 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


Folha 7.8 Projecção de Receitas
Nesta ficha é feita uma projecção das receitas mensais e anuais
do negócio. Na projecção de receitas, há 3 cenários possíveis:
optimista, médio e pessimista. Para efeitos de projecção de receitas,
aconselha-se sempre a usar o último cenário (pessimista), por ser
o que dá mais garantias em termos de sucesso do negócio. Se na
prática ocorrer o cenário médio ou optimista, será ainda melhor
para a viabilização e sustentabilidade do negócio.

Folha 7.9 Projecção do Fluxo de Caixa


Esta ficha é gerada automaticamente com base na informação
das fichas anteriores e constitui uma previsão do dinheiro que,
no futuro, vai entrar e sair no “caixa do negócio”. Durante a
realização do negócio, o fluxo de caixa é útil no sentido de que
fornece informações para a tomada de decisões, como por exemplo
a necessidade de captação de mais recursos para o negócios, a
aplicação dos excedentes de caixa, entre outras.

Folha 7.10 Demonstrativo de Resultados


O demonstrativo de resultados é um exercício que fornece uma
síntese financeira dos resultados de um negócio, durante certo
período de tempo, demonstrando claramente se há lucro ou prejuízo.
Os valores que constam nesta ficha são gerados automaticamente,
com base nos valores das fichas anteriores.

Folha 7.11 Indicadores de Viabilidade Financeira


Nesta ficha constam os indicadores de viabilidade financeira, que
visam mostrar em que medida o negócio é (ou não) viável, da forma
como é apresentado. Os referidos indicadores são:

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 47


a) Ponto de Equilíbrio Anual (PE)
O PE, também designado Ponto Crítico de Vendas (Break-even
Point, em Inglês), representa o que o negócio deve facturar de modo
que não tenha prejuízos mas também não registe ganhos. Ou seja, o
ponto de equilíbrio representa o momento a partir do qual as vendas
vão permitir à empresa cobrir totalmente os custos e passar a ter
lucro. A fórmula de cálculo do PE é:

PE = Custo Fixo Total/Índice de Margem de Contribuição

Portanto, para que um negócio seja bem sucedido, o gestor deve


saber qual é o seu PE e garantir que, em primeiro lugar, o mesmo seja
atingido e, numa segunda fase, seja ultrapassado, de forma a garantir
lucros. Por exemplo, se o PE de uma mercearia são 120.000,00MT
(cento e vinte mil meticais) anuais, significa que mensalmente
esse negócio deve ter uma receita mínina de 10.000,00MT (dez
mil meticais)1 para que não tenha prejuízos mas também ainda não
registe lucros. Os lucros só podem começar a registar-se a partir das
vendas acima dos 10.000,00MT (dez mil meticais).
b) Índice de Margem de Contribuição
A Margem de Contribuição (MC) é a diferença entre o preço de
venda e o custo variável. Tal diferença pode ser negativa ou
positiva. Se for negativa, significa que a venda de cada produto
está a “afundar” o negócio. Se for positiva, é sinónimo de que cada
venda está a alavancar o negócio. Portanto, quanto mais elevada
(positiva) for a margem de contribuição, maior é a possibilidade de
sucesso do negócio.

1
Esse valor deriva da divisão de 120.000,00MT (cento e vinte mil meticais)
pelos 12 meses do ano.

48 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


A fórmula de cálculo da MC é:

MC = Preço de Venda – Custo Variável

A MC pode ser expressa como um valor absoluto total, um valor


absoluto unitário ou uma percentagem. Quando se expressa em
percentagem, estamos perante o Índice de Margem de Contribuição
(IMC), que é, portanto, a relação percentual entre a MC e o preço
de venda. Dito de outro modo, o IMC representa, em termos
percentuais, com quanto cada unidade vendida ou o total das vendas
contribui para cobrir o total dos custos fixos e gerar lucro.
A fórmula de cálculo do IMC é:

IMC = (Receita Total – Custo Variável Total)/Receita Total

c) Prazo de Retorno de Investimento (PRI)


O PRI (designado Payback Period, em Inglês) é o tempo necessário
para recuperar o valor de todo o investimento realizado no negócio.
O PRI calcula-se com base no fluxo de caixa do negócio. Quanto
mais curto o PRI, melhor é para o negócio, pois estar-se-á a recuperar
o valor investido em menos tempo.
Para o cálculo do PRI, usa-se a seguinte fórmula:

PRI = Investimento Inicial/Resultado Operacional


ou
PRI = Investimento Inicial/Lucro Líquido

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 49


A limitação do PRI simples é o facto de que este instrumento não
toma em conta a taxa de juro, a inflação do período ou o custo de
oportunidade. Além disso, nem sempre os fluxos de caixa esperados
são constantes. Assim, uma análise mais aprofundada desta
ferramenta deve tomar em consideração estes aspectos.
d) Lucratividade
Lucratividade é o valor percentual que representa a relação entre
o lucro líquido e a receita total do negócio. Por exemplo, se uma
empresa tem uma lucratividade de 15%, significa que em cada
100MT (cem meticais), depois de pagos todos os custos (incluindo
impostos), restam 15MT (quinze meticais). Quanto maior for a
lucratividade, maior é a probabilidade de sucesso do negócio. A
lucratividade calcula-se da seguinte forma:

Lucratividade = (Lucro Líquido/Receita Total) X 100%

e) Rentabilidade
Rentabilidade é o valor percentual que representa a relação entre o
lucro líquido da empresa e o investimento total; é uma varíavel que
mostra ao investidor a velocidade de retorno do capital investido.
Quanto maior for a rentabilidade, maior é a probabilidade de sucesso
do negócio.A rentabilidade é calculada da seguinte forma:

Rentabilidade = (Lucro Líquido/Investimento Total) X 100%

50 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


3.3.3.2 Análise e Desenho de Cadeias de Valor

Uma ‘’cadeia de valor’’representa o conjunto de actividades realizadas


por uma organização, desde as relações com os fornecedores e ciclos
de produção e de venda até à fase da distribuição final2. A cadeia de
valor de uma organização é parte integrante das cadeias de valor
dos seus fornecedores e distribuidores, o que permite compreender
o fluxo de agregação de valor até ao consumidor final, no quadro de
unidades de negócio interdependentes.
Uma das tarefas do CSN é a análise e desenho das cadeias de
valor dos produtos das empresas com quem, potencialmente, as
associações e/ou cooperativas poderão estabelecer ligações de
mercado. Nessa análise o CSN deverá:
a. Identificar claramente a empresa que irá adquirir os
bens produzidos pelas associações, cooperativas e
empreendedores locais, pois qualquer negócio não é viável
se não houver mercado;
b. Identificar e dimensionar (quantificar) as oportunidades
de negócios para associações, cooperativas, MPMEs e
empreendedores locais, em função da demanda da empresa
refletida em cada um dos elos das cadeias de valor.
As cadeias de valor das potencialidades locais integram os
operadores económicos, financiadores e de assistência técnica
e capacitação, públicos e privados, de todas as dimensões, desde
local, sub-nacional, nacional até internacional, a partir do desenho
da sequência lógica de actividades relacionadas com os insumos,
produção, processamento/transformação, comercialização e
satisfação do consumidor final.

2
PORTER, Michael (1990). Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 51


Nessa óptica, e por razões metodológicas, a tabela seguinte (tabela
11) é elaborada, em primeiro lugar, a partir da análise da coluna
do meio (1) potencialidades e sua cadeia de valor, a qual desenrola
todos e cada um dos elos da cadeia; posteriormente é preenchida
e analisada a coluna (2) que descreve a situação atual de cada elo
e finalmente são identificadas, na coluna (3) as oportunidades de
negócios que surgem da comparação entre a coluna (1) e a (2).
No exemplo abaixo, consta o desenho de uma cadeia de valor dos
galináceos demandados pela empresa X, no distrito de Bilene:

52 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


Tabela 11: Cadeia de valor dos galináceos com base na
demanda da empresa X em Bilene

(2) Situação Actual (1) Potencialidade e sua (3) Oportunidades de


cadeia de valor negócio
Produção
A produção actual dos 20 A empresa tem uma demanda Apoiar os criadores locais
avicultores locais é de 10.000 mensal de 40.000 galináceos (AT&C, financiamento,
galináceos etc.) para produção de mais
30.000 galináceos
Actualmente, os avicultores Deverá existir, no distrito, Instalação de uma
locais compram 10.000 pintos uma incubadora com incubadora com capacidade
em Maputo, por não existirem capacidade para produzir pelo para produzir pelo menos
fornecedores a nível local menos 40.000 pintos por mês 40.000 pintos por mês
Actualmente há uma loja de Deverá existir pelo menos Instalar uma loja com
venda de insumos (rações, uma loja com capacidade para capacidade para
medicamentos, etc.) que apenas fornecer insumos (rações, fornecimento de insumos a
responde às necessidades de medicamentos, etc.) a 40.000 30.000 galináceos
cerca de 10.000 galináceos galináceos
Os avicultores existentes têm Os 20 avicultores existentes Prestar assistência técnica e
défice de conhecimento em deverão ter domínio das capacitar 20 avicultores em
técnicas de produção avícola e técnicas de avicultura e gestão técnicas de avicultura e
gestão de negócios de negócios gestão de negócios
Processamento
Os 10.000 galináceos são Um matadouro com Instalar um matadouro com
abatidos em condições não capacidade para 40.000 capacidade mensal de abate
adequadas, devido à falta de galináceos por mês deverá ser de 40.000 galináceos
matadouro de galináceos instalado no distrito
Comercialização
O transporte dos 10.000 É necessário contar com um Adquirir um camião-
galináceos é feito em viaturas camião-frigorífico com frigorífico para o transporte
impróprias, sem condições de capacidade de transporte de dos 40.000 galináceos por
frio 40.000 galináceos por mês mês
Os 10.000 galináceos são É necessário pelo menos 1 Instalação de um talho
vendidos vivos ou em condições talho com capacidade dotado de sistema
impróprias, por não existir um instalada para venda de conservação, com
talho com condições adequadas 40.000 galináceos por mês capacidade mensal de
40.000 galináceos
5.000 Galináceos são vendidos a A empresa x precisa comprar 35.000 Galináceos de boa
empresa x e os outros 5.000 são 40.000 galináceos de qualidade
vendidos no mercado local excelente qualidade

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 53


3.3.3.3 Licenciamento de Actividades Económicas

Uma das actividades realizadas pelos CSNs é o licenciamento


de actividades económicas. Para o efeito, os CSNs seguem os
procedimentos previstos na legislação relativa a essa matéria,
recorrendo à sua base de dados sobre legislação. Nos casos em que
não exista BAU no distrito, os CSNs, sempre que necessário, recorre
ao BAU instalado na capital da província para aconselhamento e
orientação técnica no processo de licenciamento de actividades
económicas.
A informação relevante sobre o licenciamento de empresas está
prevista nos seguintes dispositivos legais:
i. Decreto nº 52/2003, de 24 de Dezembro (Número Único de
Identificação Tributária);
ii. Decreto-Lei nº 1/2006, de 3 de Maio (Registo de Entidades
Legais);
iii. Decreto nº 14/2007, de 30 de Maio (Criação do BAÚ);
iv. Decreto-Lei nº 2/2009, de 24 de Abril (Código Comercial);
v. Decreto nº 5/2012, de 7 de Março (Licenciamento
Simplificado);
vi. Decreto nº 34/2013, de 2 de Agosto (Licenciamento da
Actividade Comercial).
Entretanto, nos BAÚs das cidades de Maputo, Xai-Xai, Inhambane,
Beira, Nampula e Pemba, já está em vigor, desde Maio de 2014,
um regime simplificado para abertura de empresas, com recurso
ao chamado Formulário Único. Nesse regime, devem ser seguidos
apenas 4 passos para o registo e licenciamento de uma empresa, a
saber:

54 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


i. Reserva de nome: para o efeito, preenche-se o modelo da
minuta de pedido de reserva de nome, paga-se uma taxa de
75MT (setenta e cinco meticais) e o acto (reserva de nome)
consuma-se no próprio dia;
ii. Celebração de contrato de sociedade: é celebrado através
de um documento escrito, assinado por todos os sócios,
com assinatura reconhecida presencialmente no BAÚ,
na Conservatória do Registo das Entidades Legais ou no
Notário onde existe um modelo de contrato de sociedade
disponível. No caso em que na sociedade comercial estejam
envolvidos bens imóveis, é obrigatória a celebração de
escritura pública. Este acto (celebração de contrato de
sociedade) é gratuito no BAÚ e na Conservatória e consuma-
se no próprio dia;
iii. Registo de sociedade comercial, obtenção de NUIT e
licenciamento comercial ou simplificado: a secção A do
Formulário Único versa sobre as obrigações inerentes ao
registo de empresas e exercício de actividades económicas
no país, designadamente:
a. Registo da sociedade: certidão de registo entregue no
próprio dia, sendo que a taxa aplicável varia consoante
o montante de capital social;
b. Publicação dos estatutos no Boletim da República:
este pedido é feito em simultâneo com o de registo da
sociedade, sendo a taxa aplicável por página formatada
de 900MT (novecentos meticais) em 2014;
c. Registo fiscal (NUIT): realizado no própria dia e
gratuito;
d. Licenciamento simplificado: obtido no próprio dia,
sendo a taxa aplicável de 50% do valor do salário
mínimo em vigor na função pública;

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 55


e. Licenciamento comercial: licença obtida no máximo
de 8 ou 10 dias (dependendo se a actividade necessita
de vistoria ou não), sendo a taxa aplicável igual ao
valor do salário mínimo em vigor na função pública,
adicionado a 50% desse valor, no caso de actividades
que necessitam de vistoria;
iv. Declaração de início de actividades para efeitos fiscais e
laborais, inscrição no INSS e visto do horário de trabalho:
a secção B do Formulário Único versa sobre obrigações
atinentes ao início de laboração de empresas, que podem
ser solicitadas simultaneamente no próprio dia e de forma
gratuita, designadamente:
a. Declaração de início de actividades para efeitos fiscais/
facturação;
b. Inscrição da empresa no INSS;
c. Comunicação de início de actividades para efeitos
laborais;
d. Visto do mapa de horário de trabalho.
O Formulário Único não dispensa o cumprimento de requisitos
substantivos para os diferentes actos, ao abrigo da legislação
aplicável. Apenas é exigido ao requerente a apresentação do
documento de identificação (da pessoa singular ou colectiva, ou
procuração, consoante o caso) e NUIT. O BAÚ é responsável
por receber o pedido de serviço solicitado no Formulário Único,
conferir a documentação de suporte e processar o pedido do utente,
através da articulação interna com os outros serviços responsáveis.

56 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


3.3.3.4 Apoio à Elaboração de Contratos Comerciais

O CSN joga um papel importante na assistência às associações,


cooperativas e empreendedores locais na formulação de contratos
comerciais com as empresas, que consubstanciam a concretização
de ligações de mercado. Embora cada caso deva ser visto de forma
específica, no anexo 1 é apresentado um modelo de contrato
comercial, que poderá ser usado como base para a elaboração de
contratos.

3.3.3.5 Divulgação de Obrigações Fiscais

As actividades económicas são sujeitas à tributação pelo Estado, com


o objectivo último de satisfazer as necessidades da colectividade.
Em Moçambique, a Lei nº 15/2002, de 26 de Junho, define o sistema
tributário no país, que inclui impostos e taxas.
Um dos papeis que os CSNs realizam é a divulgação das obrigações
fiscais, em parceria com as Direcções das Áreas Fiscais e BAUs.
Assim, dos vários impostos nacionais e autárquicos3, merece
destaque a necessidade de divulgação das taxas por licenças e taxas
por actividade económica e o ISPC, por serem os mais comuns a
nível dos distritos e municípios. Os dispositivos legais sobre as
obrigações fiscais encontram-se na base de dados dos CSNs, no
pilar do enquadramento jurídico.

3
Os impostos nacionais enquadrados na tributação directa são o IRPC, o IRPS
e o ISPC e os da tributação indirecta são o IVA, o ICE e os direitos aduaneiros.
Os impostos autárquicos são o Imposto Pessoal Autárquico, o Imposto Predial
Autárquico, o Imposto Autárquico de Veículos, o Imposto Autárquico de Sisa, a
Contribuição de Melhorias, taxas por licenças e taxas por actividade económica e
as tarifas e taxas pela prestação de serviços.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 57


3.4 Marketing Territorial

Os CSNs realizam 3 tipos de marketing, a saber:


a. Marketing Territorial;
b. Marketing Empresarial;
c. Marketing Institucional.

Marketing Territorial
No actual contexto de globalização, escassez de recursos e intensa
competitividade entre os vários níveis de territórios (países,
províncias, distritos, municípios), há um cada vez maior esforço
de promoção, “venda”, valorização do terrítório face aos mercados
competitivos, oferecendo uma imagem diferenciada para influir
positivamente no comportamento dos actores internos e externos,
que podem contribuir para o desenvolvimento económico desse
território. É esse esforço que actualmente se designa marketing
territorial.
O marketing territorial constitui a aplicação dos princípios do
marketing aos territórios. Diferentemente do marketing empresarial,
no marketing territorial o produto são as potencialidades do próprio
território, com o seu património, a sua história, os seus habitantes
e as suas dinâmicas, sejam económicas, sociais ou culturais. O
objectivo último é criar riqueza para as populações, através da
atracção de investimentos, empresas, turistas e até residentes.
O marketing territorial é o exercício final do processo de
integração do DEL incluindo os mega-investimentos na agenda
do desenvolvimento através da sua inserção nos documentos de
planificação estratégica e anual dos territórios PEDD/PESOD e
PDM/POA. Consequentemente, para chegar ao marketing territorial
o CSN apoia os Governos Locais da seguinte maneira:

58 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


a) Constituição de Grupos de Trabalho participativos e
inclusivos cujos membros devem ser: os governos locais
(conselhos técnicos), MPMEs, empreendedores emergentes,
grandes empresas (mega-investimentos), sector financeiro
bancário, microfinanças, fundos sectoriais e FDD, sector não
financeiro – assistência técnica e capacitação, instituições
académicas e de investigação, institutos de emprego e
formação profissional, IPEME, agências de desenvolvimento
económico local, ONGs de cariz económico e organizações
da sociedade civil;
b) Revisão do desempenho da economia local (diagnóstico) dos
últimos 5 anos com demonstrações gráficas do crescimento
ou decrescimento;
c) Revisão da estratégia de desenvolvimento dos planos
estratégicos, incluindo para o efeito a identificação e
dimensionamento das principais potencialidades susceptíveis
de converterem-se em vectores DEL, o estudo das suas
cadeias de valor, identificando as oportunidades de negócios
que estas oferecem. Quando se tratar de potencialidades
cuja exploração pressupõem mega-investimentos, realiza-
se o estudo das cadeias de valor do “conteúdo local” e
da “responsabilidade social empresarial/corporativa”
identificando assim as oportunidades de negócio a nível
local (distrito-município-província). Assim determinar-se a
influência e o impacto dos mega-investimentos na economia
local;
d) Revisão do plano de acção em função deste novo abordagem
de desenvolvimento económico local quer no horizonte
temporal estratégico (10-20 anos) quer anualmente através
do PESOD e POA.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 59


Marketing Empresarial e Institucional
O termo Marketing, do ponto de vista empresarial, é o processo
através do qual se definem os produtos ou serviços de interesse para
os consumidores, bem como as estratégias que serão utilizadas para
atingir o maior volume de vendas possível e satisfazer o cliente.
Um dos papeis que os CSNs realizam é a prestação de AT&C às
MPMES, associações, cooperativas e empreendedores locais
na realização do seu marketing empresarial, que se baseia nos
chamados “4 Ps”, a saber:
a. Produto: é o que se vende ao cliente, podendo ser um
produto, um bem tangível (exemplo: tomate) ou um serviço,
um bem intangível (exemplo: assistência médica). O produto
deve satisfazer as necessidades dos clientes, tendo em conta
as suas características e funcionalidades;
b. Preço: é o valor monetário que é cobrado ao cliente para
aceder ao produto ou serviço; o preço deve ser competitivo
e estar de acordo com o valor que o cliente está disposto a
pagar;
c. Praça: é o local onde o negócio será realizado. Recomenda-
se que a praça seja acessível e confortável para o cliente;
d. Promoção: são as estratégias de divulgação dos produtos/
serviços da empresa. Exemplos: anúncios nas rádios
comunitárias, distribuição de folhetos, internet, entre outros.
Adicionalmente, os CSNs, sempre que solicitados, realizam a
promoção dos serviços das instituições de DEL que operam no
território (por exemplo, IPEME, ADELs, ONGs, INEFP e outras),
recorrendo a meios como folhetos, revistas, boletins, quadros locais
de informação, feiras, conferências de investidores, entre outras.

60 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


3.4.1 Boas Práticas na Realização de Actividades
Produtivas

Os CSNs possuem informação sobre as “boas práticas” na realização


de actividades produtivas por parte de MPMEs, associações,
cooperativas e empreendedores locais. Neste manual, entende-se
por “boas práticas” todos os comportamentos, práticas, processos
e sistemas de uma organização que, por serem manifestamente
positivos (desejáveis) e fora do comum, são merecedores de
divulgação e réplica em outras comunidades ou distritos.
As “boas práticas” têm a ver com diversos assuntos, como por ex-
emplo a gestão da organização, os seus processos de produção, o
tipo de relacionamento entre os membros da organização, o impacto
e/ou sustentabilidade das acções da organização, a difusão de con-
hecimento, o estabecimento de parcerias, entre outras matérias.
Para compilação da informação sobre “boas práticas”, usa-se o
formulário seguinte:

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 61


Tabela 12: Boas Práticas na Realização de Actividades
Produtivas
Nome da Localização Sector de Produtos/ Descrição das Vantagens Pessoa de
organização (km da sede Actividade Serviços/ Boas Práticas contacto
distrital e
Qualidade
da capital
e
provincial) quantidade
Cooperativa Vila-sede do Agricultura Milho A associação usa Torna o trabalho Alberto
3 de distrito de Sussuma telemóvel para da associação Bila:
Fevereiro Chibuto efectuar as suas mais eficiente e 824545450
transacções as suas
financeiras transações
financeiras mais
seguras.
Associação P.A. de Pesca Peixe Visto que Por causa da José
7 de Abril Chidenguele nenhum dos economia de Simango:
, distrito de membros possui escala, minimiza 862021223
Mandlakazi meio de os custos de
transporte, e transporte que
dadas as cada associado
dificuldades iria incorrer
financeiras, na individualmente
altura da
comercialização
produção os 20
membros da
associação fazem
uma contribuição
monetária para
aluguer de um
camião-
frigorífico para
escoamento do
peixe aos postos
de venda.

3.5 Acesso ao Financiamento

3.5.1 Base de Dados sobre Financiamento


Um dos papéis dos CSNs é o apoio aos empreendedores locais na
busca de recursos financeiros que permitam o início ou expansão
dos seus negócios. A maior parte das fontes de financiamento

62 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


nos distritos são os Fundos de Fomento e o mais popularizado é
denominado “7 Milhões” e abrange os 128 distritos do país. Outras
fontes de financiamento são as instituições bancárias, instituições
de micro-finanças, grupos de poupança e crédito rotativo, grandes
empresas, projectos implementados por instituições públicas ou
ONGs, entre outras. O mapa que se segue refere-se ao levantamento
realizado em 2010 sobre a localização geográfica dos Fundos de
Fomento por província.

Figura 2: Localização geográfica das actividades dos FF’s


por província

C. DELGADO (FARE, FUNAE, FUNDAC,


FFH, FUTUR, FFP, FPD, FIPAG, FISAC)
NIASSA (FISAC, FUNAE, FARE, FUNAB,
FFM, FUTUR, FFH, FFP, FFPI)

NAMPULA (FIPAG, FISAC, FDA, FUNAE,


FARE, FFHFFM, FUNAB, FUTUR, FFP, FPD, FFP)
TETE (FISAC, FUNAE, FDA, FARE, FIPAG
FUNDAC, FUNAB, FUTUR, FFH, FFP, FFM)

ZAMBÉZIA (FISAC, FARE, FUNAE,


FUNAB, FUTUR, FFH, FFP, FFPI)

MANICA (FUTUR, FISAC, FUNAE, FIPAG


FUNAB, FARE, FFM, FFH, FFP, FFPI) SOFALA (FIPAG, FUTUR, FISAC, FUNAE, FFPI,
FUNAB, FDA, FARE, FFH, FFP, FFM, FUNDAC)

INHAMBANE (FIPAG, FISAC, FDA, FUNAB,


GAZA (FIPAG, FISAC, FUNAE, FARE, FDA, FARE, FUNAE, FFM, FUTUR, FFH, FFP, FUNDAC)
FUNDAC, FUNAB, FUTUR, FFH,FFP)

MAPUTO- PR.(FIPAG, FISAC, FUNAB, FUNAE, FFPI


FARE, FDA, FUNDAC, FUTUR, FFH, FFP, FPD)
MAPUTO- CIDADE (FUTUR, FUNDAC
FIPAGFISAC, FUNAB, FUNAE, FARE, FFH, FFP )

Estes fundos têm uma dimensão nacional e âmbito sectorial, com


diferentes formas de representatividade ao nível do território
nacional.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 63


Para facilitar a assistência aos interessados, os CSNs têm uma base
de dados sobre financiamento, que se resume na tabela seguinte:

Tabela 13: Base de dados sobre financiamento


Nome da Tipo de Tipo de Sector Taxas Área Requisitos Documentos Endereço
Instituição Instituição serviços (es) que de geográfic para acesso ao exigidos e contacto
Financeira que financia Juro a de financiamento
oferece actuação
Fundo Fundo Financia Todos os 3 a 7% Toda a Ter Copia de BI Av. do
Distrital de público mento de sectores província nacionalidade do Trabalho
Desenvolvi- activida- de de Cabo Moçambicana; proponente e 76, Pemba.
mento des de actividade Delgado residente no da 2ª pessoa, 843030500
geração económica local a mais de requerimento
de renda e 2 anos; ter dirigido ao
emprego e idade igual ou presidente do
produção superior a 18 CCD,
de anos e não declaração da
comida superior a 65 2ª pessoa,
anos declaração do
bairro, NUIT
e projecto.
BCI Banco Crédito, Indústria 20% Toda a Ter idade igual BI, Rua
comercial poupança alimenta província ou superior a declaração de Maguiguan
e leasing rcomércio de Gaza 18 anos e não residência, a 42,
e pescas superior a 65 plano de Bilene.
anos. Ser negócio (para 21314050
reconhecida crédito),
pela autoridade NUIT e plano
Administrativa de negócio.
Local ou da
instituição
onde trabalha
Fundo de Fundo Financia- Sector 10% Toda a Ter BI, Av.
Desenvolvi- público mento de agrário província nacionalidade declaração de Ngunhunh
mento actividades de Moçambicana, residência, ana 32,
Agrário agrárias Nampula ter idade igual NUIT e plano Nampula.
ou superior a de negócio. 823040500
18 anos e não
superior a 65
anos. Ser
reconhecido
pela autoridade
Administrativa
Local como
pessoa idónea.
Socremo Instituição Crédito Indústria, 20% Distrito Ter BI, Av.
de micro- comércio, de nacionalidade declaração de Albuquerque
finanças pescas Chókwè Moçambicana, residência, 67,
ter idade igual plano de cidade de
ou superior a negócio (para Chókwè.
18 anos e não crédito). 862030400
superior a 65
anos. Ser
reconhecido
pela autoridade
Administrativa
Local ou da
instituição
onde trabalha
3.5.2 Divulgação de Linhas de Crédito Disponíveis

A informação constante na base de dados acima deve ser partilhada


com todos os interessados, desde MPMEs, associações, cooperativas,
comerciantes, empreendedores locais e público em geral. No quadro
desse processo, os CSNs organizam sessões nas quais as instituições
financeiras são convidadas a divulgar os produtos e serviços
financeiros que oferecem aos agentes económicos. Outros meios de
divulgação da informação são a afixação do material informativo
sobre as linhas de financiamento nos quadros locais de informação,
os portais dos governos governos, as rádios comunitárias, as feiras
e outros.

3.5.3 Apoio para Acesso às Linhas de Financiamento


Disponíveis

Para além da partilha desta informação com os referidos actores,


os CSNs têm igualmente o papel de assisti-los na preparação da
documentação necessária para aceder aos fundos disponíveis, com
particular realce para o plano de negócios, pois este constitui um
documento indispensável para obtenção de financiamento.
Os CSNs apoiam igualmente as MPMEs na preparação e
estabelecimento de diálogo com as grandes empresas e mega-
investimentos para aceder às suas linhas de financiamento. Esse
processo inclui o contacto com as grandes empresas no sentido de
obtenção do seu plano de aquisições de bens e serviços, para efeitos
de divulgação às MPMEs.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 65


ANEXOS
Anexo 1: Modelo de Contrato
Anexo 2: Modelo de Plano Anual do CSN

66 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


Anexo 1: MODELO DE CONTRATO

CONTRATO DA CULTURA DE _____________ (nome da cultura)

Entre a ___________________ (nome da empresa), representada


neste acto por _________________ (nome do representante da
empresa), na qualidade de __________________________(função
do representante da empresa), adiante designada por _________
(abreviatura do nome da empresa, se aplicável), e __________
(nome do produtor), portador do Bilhete de Identidade nº
__________________________, emitido em _____/_____/_______
pelo Arquivo de Identificação Civil de _____________________,
residente na Localidade de _________________________,
Posto Administrativo de _________________________,
Distrito de ___________________________, Província
de ___________________, com conta bancária no
Banco _____________________________, com o nº
_______________________, com NIB ______________________
_______________, nº de telemóvel _________________________,
adiante designado por PRODUTOR, é celebrado o presente
CONTRATO DE FORNECIMENTO, que se regerá pelos termos
constantes das cláusulas seguintes:
CLÁUSULA PRIMEIRA
Objecto
O presente contrato estabelece os termos e condições que vão reger
o relacionamento entre as partes no desenvolvimento da ligação de
mercado para a cultura de ____________________.

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 67


CLÁUSULA SEGUNDA
Âmbito
O presente memorando aplica-se à ___________________________
________ (nome da empresa) e _____________________________
(nome do produtor), no quadro da sua colaboração visando
o desenvolvimento da ligação de mercado para a cultura de
____________________.
CLÁUSULA TERCEIRA
Compromissos Gerais
1. As partes comprometem-se a tomar as medidas adequadas
para promover a realização do objecto previsto no presente
contrato e abster-se de qualquer acção que possa minar os
pressupostos do objecto.
2. Em situações em que cada uma das partes tem conhecimento
sobre o atraso real ou potencial na execução do escopo do
trabalho descrito na cláusula segunda, deverá fornecer
imediatamente uma notificação escrita à outra parte, incluindo
toda a informação pertinente relativa às razões do atraso e
proposta de acções de correcção.
CLÁUSULA QUARTA
Obrigações da _________________ (nome da empresa)
Constituem obrigações da _______________________ (nome da
empresa):
1. Fornecer ao PRODUTOR insumos agrícolas a crédito/
gratuitamente, nomeadamente semente certificada (ou mudas),
fertilizantes e produtos químicos, cujos nomes, preços e
quantidades estão indicados no anexo 1, que é parte integrante
do presente contrato;

68 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


2. Prestar assistência técnica ao PRODUTOR, através dos seus
técnicos afectos nas zonas de cultivo;
3. Quando for tecnicamente recomendável, fornecer ao
PRODUTOR as vestimentas necessárias para as operações de
colheita e manuseamento da produção;
4. Comprar toda a produção do PRODUTOR, excepto nos
casos em que haja evidências de incumprimento das normas
técnicas da _________________ (nome da empresa) e/ou não
utilização dos insumos fornecidos pela mesma;
5. Com envolvimento do PRODUTOR, realizar uma auditoria
aos campos agrícolas deste, visando determinar o percentual
de sobrevivência das sementes/mudas fornecidas pela empresa
e, em função disso, deduzir o passivo real do PRODUTOR em
relação à____________________ (nome da empresa).
CLÁUSULA QUINTA
Obrigações do PRODUTOR
Constituem obrigações do PRODUTOR:
1. Usar os insumos fornecidos pela __________________
(nome da empresa) exclusivamente na cultura que é objecto
deste contrato;
2. Cumprir rigorosamente todas as instruções técnicas dadas
pelos técnicos da ________________ (nome da empresa);
3. Atingir as metas de produção acordadas com a
_______________ (nome da empresa);
4. Vender a/o ________________ (nome da cultura) produzida/o
à __________________ (nome da empresa), na quantidade e
qualidade acordada com esta;

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 69


CLÁUSULA SEXTA
(Legislação Aplicável)
1. O presente contrato rege-se pelo ________________________
(instrumento legal: Lei, Decreto, Diploma Ministerial nº ____,
de ________).
CLÁUSULA SÉTIMA
(Validade)
2. O presente contrato tem a duração de ___________ (meses/
anos de duração) e entra em vigor a partir da data da sua
assinatura.
CLÁUSULA OITAVA
(Alterações)
1. Durante a vigência deste contrato, quando se verificarem
circunstâncias de força maior alheias à vontade de cada uma
das partes, poderão ser negociadas alterações não substanciais
ao mesmo.
CLÁUSULA NONA
(Resolução de Conflitos)
1. Qualquer conflito resultante da implementação do presente
contrato será resolvido com recurso ao bom senso e à negociação
entre as partes, tendo em conta a legislação aplicável.
2. Na impossibilidade de solução consensual, recorrer-se-á às
estruturas competentes (tribunais) para resolução do litígio.
CLÁUSULA DÉCIMA
(Assinatura do Contrato)
O presente memorando será assinado em dois exemplares originais
de igual conteúdo e valor jurídico, cabendo um exemplar à cada
uma das partes.

70 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


_______ (local), ______ (dia) de __________ (mês) de _____ (ano)

(Função do representante da empresa) O PRODUTOR

____________________________ __________________
(Nome) (Nome)

Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 71


Anexo 2: MODELO DE PLANO ANUAL DO CSN

República de Moçambique
Província de Nampula
Administração Distrital de Ribaue
Serviço Distrital de Actividades Económicas
CENTRO DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS
PLANO ANUAL DE 2014
Meios de Período (Mes)
Ord Actividades Subactividades Metas Beneficiários Responsáveis
verificação J F M A M J J A S O N D

01 base de dados Empreendedores,


Recolha e sobre 6 sectores de MPMEs, Relatório
sistematização de actividade económica associações de trimestral,
CSN
informação sobre (agricultura, turismo, produtores, observação
mercados pescas, industria, cooperativas e directa
comércio e pecuária) público em geral
Informação
1
sobre mercados Empreendedores,
01 programa Relatório
MPMEs,
Disseminação de radiofonico sobre trimestral,
associações de
informação sobre preços semanalmente CSN grelha de
produtores,
mercados difundido via rádio programas da
cooperativas e
comunitaria e DPIC rádio
público em geral

Promoção de
2 ligações de
mercado

Assistência
3 técnica e
capacitação

Marketing
4
territorial

Acesso ao
5
financiamento

72 Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios


Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 73
Apoio:

INSTITUTO PARA A PROMOÇÃO DAS


PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Empowered lives,
Resilient nations.

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