Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONSTRUCTIVISMO
NO INÍCIO
3. Alguns realistas não estão longe desta posição. Tenho em mente o realismo
"interno" de Hilary Putnam (1981: 49-74) e o realismo "experiencial" de
George Lakoff (1987: 260-268). Note-se a observação de Putnam de que
"Nelson Goodman e eu detectamos uma convergência em nossos pontos de
vista, ...". (1981: xii).
4. "É bem diferente daqueles princípios que procuram colocar a priori a existência
de aparências sob regras. Pois como a existência não pode ser construída, os
princípios podem se aplicar somente às relações de existência e podem render
somente princípios reguladores" (1933: 210, ênfase no original).
5. "O construtivismo kantiano sustenta que a objetividade moral deve ser entendida
em termos de um ponto de vista social devidamente interpretado que todos podem
construir" (Rawls, 1980: 519).
6. Jerrold L. Aronson (1984: 260) deu crédito pelo termo "giro epistemológico" a
Robert Paul Wolff (1963). Richard Rorty (1967) usou "giro linguístico" na coleta
de uma ampla gama de material valioso que apareceu nos trinta e cinco anos
anteriores.
Construtivismo 39
7. Empiristas e realistas estão eles mesmos divididos sobre o status de entidades não
observáveis como termos em teorias científicas. Encontrei Richard N. Boyd
(1984) de particular ajuda no esclarecimento de posições empiristas, realistas e
construtivistas atualmente debatidas por filósofos da ciência.
40 Parte 1:
história" (pp. 93-94). Eu posso ter as duas coisas porque 1 não aceito
que Ashley totalize a dualidade - que estamos fora da história ou
dentro dela. Estamos sempre dentro de nossas construções, mesmo
quando escolhemos nos afastar delas, condená-las, reconstruí-las.
A desconstrução privilegia as palavras em uma guerra contra as
palavras. Ela é logocêntrica em seu próprio caminho estreito. A
importância então do aforismo de Goethe, No início era o ato, é que ele
nega prioridade ou à palavra ou ao mundo (compare Redner 1982: 56-58,
67-75). Uma "escritura" é inteligível apenas como uma construção social
e um evento natural, produzido pela mente, mas fenomenal por direito
próprio. O que é revolucionário em tal posição é que ela faz a filosofia
voltar à ontologia, permitindo assim uma aproximação da filosofia e da
teoria social que não privilegia nem à custa da outra (compare Aronson
1984). Pelo menos no mundo de língua inglesa, eu me sinto seguro em
dizer que esta "volta ontológica" (meu termo) é mais obra de
Wittgenstein do que de qualquer outra pessoa.
LUGAR DE WITTGENSTEIN
8. Embora não publicado até 1979, o trabalho de Cavell apareceu em 1961 como
sua dissertação de doutorado, na qual Pitkin o utilizou extensivamente.
Construtivismo 45
10. O termo "semelhança familiar" é Wittgenstein's (1968: par. 67). É uma de suas
formulações mais famosas e úteis (Introdução, nota de rodapé 12).
11. Wittgenstein aceitou a possibilidade de jogo livre, por exemplo, "jogar sem
objetivo com uma bola ... " (1968: par. 83). A regra aqui é que as regras
associadas a qualquer jogo conhecido a ser jogado com uma bola são suspensas.
Qualquer jogador que fizesse o que desejasse ainda estaria seguindo essa regra e
o faria cegamente. O jogo livre depende de um jogo com essa única regra.
48 Parte 1:
Se esses críticos estiverem certos, então as regras para Wittgenstein não podem ter
nenhum significado social. Isto me parece uma construção perversamente estreita do
que Wittgenstein deve ter significado. Mas se a "visão comunitária" de Kripke está
certa, então Wittgenstein tinha uma teoria social "take-for-granted" que fornecia
regras com um contexto social "take-for-granted".
Construtivismo 49
ESTRUTURA
13. O próprio Rawls p o d e ter escorregado aqui: "Algumas regras cabem numa
concepção, outras regras na outra, ... " (1955: 29). Tal posição é defensável somente
na medida em que as regras são marcadas para especialização funcional. Assim o
filósofo legal H. L. A. Hart (1961: 77-96) tipificou todas as regras como primárias
ou secundárias, sendo a primeira reguladora e a segunda constitutiva como uma
questão de especialização funcional. Em trabalhos anteriores (1974: 22-35), fiz uma
distinção entre "regras interativas" e "regras institucionais", sendo a primeira
reguladora em função e a segunda constitutiva. Que as regras são necessariamente
constitutivas e regulamentares, pelo menos na visão construtivista, não exclui a
discriminação entre regras por referência a sua especialização funcional pretendida.
As instituições são, naturalmente, o marcador conceitual para tais casos de
especialização. Consequentemente, é perfeitamente legítimo identificar regras
secundárias ou institucionais como um nexo conceitual estabelecido de regras sem
exigir que elas sejam regras de uma categoria distintiva. Para mais informações
sobre a relação da instituição com a constituição, e sua relação com as categorias
de regras, consulte os capítulos 2 e 4.
Construtivismo 53
14. Esta posição é ocupada por acadêmicos que de outra forma se opõem sobre a
maioria das questões substantivas e metodológicas. De um lado estão aqueles que
se baseiam na teoria amplamente axiomatizada da escolha social, na qual atores
racionais agem para garantir resultados preferenciais sob restrições fixadas
externamente. De outro lado estão os que se baseiam em uma tradição
experimental que identifica distorções na percepção, limites ao conhecimento e
impedimentos internos à ação, e os atribui às complexidades da mente humana. O
primeiro toma a racionalidade individual como um dado adquirido e procede de
forma dedutiva; o segundo começa com um comportamento mais ou menos
aproximado das exigências de racionalidade e procede de forma indutiva.
Respectivas lealdades disciplinares são óbvias (ver também Hogarth e Reder
1987).
Construtivismo 57
FIGURA 1-1
TEORIAS SOCIAIS: POSSIBILIDADES GERAIS
15. O termo "estruturação" é em si uma escolha problemática para Giddens. Parece sugerir
que a ênfase está nos processos relativos às estruturas como pontos fixos de referência
e, portanto, uma inclinação em direção ao pólo objetivista. No entanto, Giddens
terminou a passagem que acaba de citar reivindicando para si mesmo um "ponto de
partida hermenêutico...". (1984: 3). O tratamento da estrutura de Giddens, tão difícil
quanto distintivo, tem o objetivo de evitar tal inclinação. "As estruturas existem
paradigmaticamente, como qualquer abstrato
Construtivismo 59
17. Estas listas de recursos são resumidas a partir de definições um pouco mais longas
apresentadas em forma de tabela por Giddens (1984: 258), mas utilizam apenas suas
palavras.
18. Giddens parece não ter usado o termo "regra", ao contrário de "regras", até bem
recentemente. O domínio é uma condição de controle; regra é uma forma estável
de controle (1985a: 9). Consulte o capítulo 6 abaixo para uma discussão
prolongada sobre regra e termos relacionados.
Construtivismo 65