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FICHA TÉCNICA
Coordenador:
Douglas Luís Três
Gestor do Projeto:
Adriano Oliveira Alves
FONTES DE APOIO.................................................................................................................... 34
HIGHLIGHTS O que descobrimos
01. 02.
O ano de 2019 foi declarado o ano do vegano
O crescimento do mercado de beleza natural,
pela The Economist, tendo em vista um
livre de crueldade, vegana e orgânica segue uma
crescimento bem superior aos anos anteriores de
tendência de consumo mundial.
consumidores que adotam esse estilo de vida.
03. 04.
O mercado de beleza vegana deverá atingir
A geração millenial (nascidos entre 1985 a 1999) mundialmente 20,8 bilhões de dólares em 2025.
são os principais responsáveis pelo crescimento Em 2017 esse mercado foi estimado em 12,9
desse mercado. bilhões, sendo assim, haverá um crescimento de
mais de 61% no período (2017-2025).
05. 06.
Já o mercado de cosméticos sem crueldade Nas redes sociais o assunto de cosméticos que
crescerá no mundo 6,1% entre os anos de não são testados em animais (cruelty free) foram
2017-2023. os mais comentados.
07. 08.
Consumidores no controle – mais do que nunca,
eles estão lendo e fazendo pesquisas sobre os
As mulheres veganas são as que mais comentam
produtos, serviços e marcas e, diante dessas
sobre o assunto.
informações, tomando decisões em relação ao
que consumir e por qual marca optar.
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01.
Mudanças de comportamento
dos consumidores exigem
transformações no mercado
de beleza
Os consumidores estão cada vez mais conscientes e criteriosos com suas escolhas e preferências de
compras. Esse comportamento, em que há a valorização por produtos e serviços mais sustentáveis e
éticos, foi se refletindo primeiramente na alimentação, logo em seguida na moda e, nos últimos anos,
de forma mais acentuada, também no segmento de beleza.
Os influenciadores digitais estão entre os principais disseminadores a favor dos benefícios do consumo
de produtos mais sustentáveis na beleza e na reivindicação por marcas mais comprometidas com a
sociedade e o meio ambiente.
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02.
Contexto:
Qual é a diferença entre
produtos orgânicos, veganos,
naturais e livres de crueldade?
O primeiro passo para analisar o mercado de produtos que não agridem o meio ambiente é compreender
as diferenças adotadas nas nomenclaturas presentes em rótulos e embalagens.
→→ Cosméticos veganos: não utilizam matérias-primas de origem animal: mel, cera de abelha,
lanolina, colágeno, albumina, carmim e gelatina, entre outros.
→→ Cosméticos livres de crueldade (cruelty free): referem-se a produtos que não foram
testados em animais. No entanto, isso não quer dizer que não contenham matérias-primas de
origem animal na composição. Assim, podem existir produtos cruelty free que não são veganos.
Cenário global
A tendência crescente do mercado de negócios éticos e ecologicamente corretos é motivada
principalmente pelas gerações mais jovens. Os millenials (ou também chamados de geração Y) –
nascidos após o início da década de 1980 e até o final da década de 1990, são responsáveis por
dois terços do poder de compra global e suas escolhas estão refletindo suas preocupações com o
esgotamento dos recursos naturais, as emissões de carbono e a crueldade contra os animais.
De acordo com dados da pesquisa “Eco Pulse” realizada em 2017 nos EUA, país referência na
concentração demográfica etária dessa geração e também importante representante na disseminação
de tendências mundiais, 90% dos millenials buscam comprar de marcas em que as práticas sociais e
ambientais sejam confiáveis e 95% deles recomendam essa marca a um amigo.
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Com essa recomendação, outras gerações também são influenciadas pelo comportamento,
aumentando o movimento de consumo consciente. Além disso, a população de forma geral, com a
disponibilização de mais informações e acesso mais facilitado, está também descobrindo os benefícios
dos produtos veganos.
De acordo com a revista Forbes, só nos EUA o veganismo cresceu 600% em 3 anos. Em 2014 apenas
1% da população se declarava vegana, em 2017 o número de pessoas aumentou para 6%. Esse
crescimento está refletido também nas vendas: até junho de 2018 a comercialização de alimentos
veganos no país aumentou dez vezes mais rápido que a vendas dos demais alimentos.
Com esse cenário de crescimento, a tendência do veganismo não pode mais ser vista apenas como um
nicho, mas sim como representativo do mercado, que requer atenção dos empreendedores, visto que o
aumento da demanda é difundido globalmente. Confira as estatísticas que evidenciam essa ascensão:
• A Austrália foi o país mais popular para o veganismo em 2018, segundo o Google Trends
(ferramenta que demonstra o volume de pesquisas sobre assuntos específicos ao longo do
tempo). Logo em seguida aparece o Reino Unido e a Nova Zelândia.
• Em 2019 o Reino Unido lidera as pesquisas por veganismo no Google Trends. No país também
o número de pessoas que se identificam como veganas aumentou 350%, em comparação a uma
década atrás.
• No continente Africano, a África do Sul é o país com o maior número de veganos e aparece como
o 23º destino mais popular no mundo para esse público.
• A Índia está no topo da lista dos países mais vegetarianos, com quase 38% da população, dado
que coloca o país também como potencial mercado para demais produtos veganos.
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Muito além da alimentação
Essa demanda pelo vegano fez com que outras indústrias, além da de alimentos, ficassem em evidência.
É o caso do mercado de beleza vegana, que de acordo com o relatório da Grand View Research,
deverá atingir mundialmente 20,8 bilhões de dólares em 2025. Como em 2017 esse mercado foi
estimado em 12,9 bilhões, o crescimento esperado é de mais de 61% no período (2017-2025).
Somente nos Estados Unidos o mercado de cosméticos veganos deverá ultrapassar 3,16 bilhões de
dólares até 2025.
Já o mercado de cosméticos sem crueldade crescerá no mundo 6,1% entre os anos de 2017 e 2023,
de acordo com dados do Market Research Future. O relatório também prevê a Índia como um dos
principais mercados.
No Google Trends, quando analisado o volume de pesquisas com o termo “produtos veganos” nos
últimos 5 anos (2014-2019) no Brasil, percebe-se uma tendência clara de expansão, estando o ápice
no mês de junho de 2019 (período de realização desta análise).
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Buscas com o termo “produtos veganos”
no Google Trends (2014-2019)
80
70
70
60
50 43
40
30 23 23
21
20
10 8
0
2014 2015 2016 2017 2018 2019
* Os números representam o interesse de pesquisa relativo ao ponto mais alto no gráfico de uma determinada região em um dado
período. Um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo. Um valor de 50 significa que o termo teve metade da
popularidade. Uma pontuação de 0 significa que não havia dados suficientes sobre o termo.
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Interesse por região
Os cinco locais em que o termo “produtos veganos” teve maior procura, durante o período analisado
(junho de 2014 a junho 2019) foram:
Santa Catarina 81
Distrito Federal 72
Rio de Janeiro 66
0 50 100
* Os valores são calculados em uma escala de 0 a 100, em que 100 é o local com a maior popularidade como uma fração do total de
pesquisas naquele local; 50 indica um local que tem metade da popularidade e 0 indica um local em que não houve dados suficientes
para o termo.
Assuntos relacionados
nas buscas
1. Leite
2. Maquiagem
3. Agricultura orgânica
4. Beleza
5. Biscoito
Quando analisada a relação que o termo
“produtos veganos” possui com outros
assuntos, é perceptível o interesse dos
Consultas relacionadas
consumidores em produtos do segmen-
1. Produtos veganos online to de beleza. Além disso, alguns nichos
desse mercado já são também visíveis,
2. Produtos veganos para cabelo como o de maquiagens e o de produtos
para o cabelo.
3. Produtos veganos no mercado
Como modelo de negócio, destaca-se o de vendas de produtos online, demanda que pode ocorrer
também pela dificuldade dos consumidores de encontrarem produtos em lojas físicas, mas que
também demonstra um grande potencial para novos negócios se estabelecerem nesse mercado.
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Mas o que é exatamente falado sobre o assunto?
?
Quais são as particularidades, os desafios e as tendências para os negócios?
O Sistema de Inteligência Setorial foi atrás dessas respostas e, por meio de um mix de técnicas
de pesquisa e ferramentas digitais, reuniu informações importantes que serão apresentadas
neste estudo.
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03.
Metodologia
Fluxo do estudo – Etapas
3. Análise do ambiente digital com diferentes ferramentas: Google Trends, Google Adwords e
Facebook Audience.
5. Levantamento do perfil das pessoas que falam sobre o assunto em ambientes digitais.
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Termos de coleta
Os termos utilizados para coletar as postagens nas redes sociais foram identificados por meio de
pesquisas nas ferramentas: Google Trends, ferramenta que permite calcular a popularidade do
termo buscado ao longo do tempo (quase) em tempo real e Google Adwords, que permite aferir a
popularidade de palavras-chave, além de fornecer uma projeção de volume médio do tráfego mensal
em sites que disponham do termo de busca em suas pesquisas.
Com base nisso, foram relacionadas estratégias de buscas que continham termos como beleza,
maquiagem, cosméticos veganos, orgânicos, sustentável, verde e cruelty free (livre de crueldade) e
todas as derivações possíveis.
Foram atribuídas também hashtags comumente utilizadas por influenciadores, marcas e consumidores
em geral nas postagens sobre o assunto. Entre elas, as principais são: make orgânica, maquiagem
orgânica, beleza orgânica, beleza vegana, cosmético orgânico, cosmético vegano, cruelty free, livre de
crueldade, beleza sustentável, entre outras.
Influenciadores
No mercado vegano em geral, os influenciadores estão entre
os principais agentes de popularização da causa. Assim, para
identificar comportamentos, tendências e perfis de consumo
é fundamental avaliar como eles estão se posicionando na
rede e quais conteúdos estão disseminando.
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Tags utilizadas
Beleza: setor como um todo, com postagens que de alguma forma citaram ou
relacionaram a adoção do vegano/natural/orgânico em produtos e serviços.
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04.
Resultados da pesquisa
Com base nas análises das publicações coletadas nas redes sociais foi possível identificar algumas
“tribos” e tendências.
Mulheres
75%
Homens
25%
15
Geração
Quais são as palavras que aparecem com maior frequência nas publicações?
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Hashtags mais utilizadas
Alguns termos e movimentos já bem populares em outros países estão também se disseminando no
Brasil. Isso ficou evidente no ranking de palavras e hashtags utilizadas nas postagens sobre a temática.
Conheça melhor os significados desses termos:
O termo makeup, na tradução para o português “maquiagem”, também apareceu nas postagens com
muita intensidade. O valor dele se destaca quando usado em conjunto com outros termos relacionados
à temática, visto que existe uma série de produtos voltados para o mercado de maquiagens veganas,
naturais, livre de crueldades e ou orgânicas.
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Rede social com maior atividade
* O Facebook fez algumas restrições que impactaram diretamente no monitoramento de redes sociais. As limitações afetaram principalmente
a coleta de dados de grupos, eventos, assim como a interação e publicação dentro desses ambientes. Assim, consequentemente, o
volume de menções nesta rede também foi influenciado.
Para minimizar esse impacto e reunir mais características comportamentais do público que faz uso do Facebook para discutir sobre o
mercado de cosméticos que não agridem o meio ambiente e preservam o bem-estar animal, também fizemos um recorte de informações
utilizando o Audience Insights (ferramenta para analisar métricas dos usuários no Facebook).
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Considerando que esse público atribui uma série de práticas que dispensa a aquisição
e uso de todo e qualquer produto de origem animal, incluindo os cosméticos, associa-
mos no Facebook Insights os interessados em veganismo no Brasil.
Traços em destaque
→→ Mulher
→→ Jovem
→→ Alto nível educacional
→→ Casada
→→ Reside em capitais
→→ Utiliza o celular para buscar/trocar informações
→→ Se interessa por:
• Cosméticos
• Economia compartilhada
• Educação
• Feminismo
• Sustentabilidade
• Turismo
• Vestuário
Gênero
18-24 18-24
21% 24%
25-34 (millenials) 25-34 (millenials)
28% 34%
35-44 35-44
23% 21%
79% 45-54
21% 45-54
Mulheres 15% Homens 12%
55-64 55-64
9% 6%
65+ 65+
4% 3%
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Localização (principais)
Fortaleza
1%
Belém
0,6% Recife
0,9%
Salvador
Brasília 0,9%
1%
Rio de Janeiro
Belo Horizonte 4%
1%
Curitiba São Paulo
1% 7%
Florianópolis
Porto Alegre 0,6%
1%
Dispositivo
1% 31% 68%
Apenas desktop Desktop e portátil Apenas celular
Assuntos
A partir da base de publicações coletadas nas redes sociais (2.252) e classificadas, chegamos a oito
categorias de assuntos com poder de influência.
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Termos mais mencionados
veganfoodshare beautiful
gguida_
whatveganseat veganfood vegetarian
beauty govegandairyfree
vegan
just organic
nem veganism
hair
like love uma tem link
crueltyfree
juro
food free beleza skin skincare
new
ela
makeup
naturalbio plantbased
care
day will one make
healthy
belezanatural
products can
now
veganlife
vegansofig use
explicar
vegansofinstagram
healthyfood
Quando avaliamos a nuvem de assuntos mais comentados nas redes sociais, é pos-
sível também identificar uma predominância para o movimento cruelty free . Tal
dado revela um cenário influente no mercado de cosméticos e por isso as empresas
precisam ficar atentas ao que está sendo falado e ações que estão sendo realizadas.
Nas redes sociais as publicações sobre o movimento foram as que mais reuniram menções negativas.
O teor negativo dos conteúdos se deve principalmente pelo fato de que inúmeros influenciadores
movem ações contra grandes empresas que ainda realizam testes em animais.
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Veganos estão entre os principais
propagadores da causa
O movimento cruelty free é bastante difundido e requisitado pelos veganos e isso se deve
principalmente pelo fato desse público adotar uma série de posturas em suas condutas,
que inclui principalmente a defesa dos animais.
Com isso, foi impossível identificar no monitoramento das redes sociais uma aposta dos empreendedores
desse mercado quanto ao desenvolvimento de produtos veganos, que de modo consequente também
são cruelty free e assim contemplam um público maior de consumidores.
Consumidor no controle
Mais do que nunca, os consumidores estão lendo e fazendo pesquisas sobre produtos, serviços
e marcas e, diante dessas informações, tomando decisões em relação ao que consumir e
por qual marca optar.
Conheça três principais comportamentos que identificamos nas redes sociais sobre
o consumidor consciente de cosméticos:
Ele adota esse consumo também por entender que esses produtos causam menos reações
adversas e efeitos colaterais que os tradicionais e são mais benéficos para a saúde.
Ele reivindica legislações que defendam os seus propósitos, mas não fica à espera da lei,
ele é ativo em ações que julga serem necessárias para que o meio ambiente e os animais
sejam protegidos.
Alguns países da União Europeia já aboliram a prática de testes em animais na indústria de cosméticos.
No entanto, outros, como EUA e China, estão entre os principais executores de testes em animais em
prol da beleza humana. Mais recentemente, agora em 2019, a China pôs fim à obrigatoriedade de
testar cosméticos em animais. Embora isso não signifique o fim da prática no país, é um movimento
que indica uma transição para um mercado mais consciente.
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No Brasil ainda são permitidas tanto a prática pela indústria de beleza como também a comercialização
de cosméticos que empregaram o mesmo procedimento. Contudo, há um projeto de lei que prevê,
entre outros pontos, a obrigatoriedade de constar a informação sobre testes em animais nas
embalagens dos cosméticos.
Mesmo que ainda não exista uma legislação federal no país, sete estados brasileiros já aboliram a
prática: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná, Pará, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Contamos também com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos, ligado ao Instituto
Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, que visa desenvolver métodos alternativos para
experimentação de pesquisas em cosméticos. É o primeiro centro na América do Sul com tal objetivo.
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Representatividade feminina e negra
e a influência no consumo desse mercado
Além dos reflexos na compra de cosméticos, alimentos e vestuário, os consumidores que
defendem o consumo consciente também estão bem atentos ao ativismo em causas como
o feminismo e a representatividade negra. Isso também ficou evidenciado nas análises
feitas nas redes sociais. Muitos dos influenciadores monitorados (apresentados nas páginas a seguir)
expõem essas relações nas definições da sua biografia. Essa convergência de causas se reflete também
no consumo de produtos de beleza. Um exemplo é a representatividade negra, em que mais mulheres
estão enaltecendo seus cabelos cacheados e crespos, resultando numa maior procura por produtos
que atendam especificamente esse perfil.
Personalização é a palavra-chave
para um público que sabe o que quer
O público que busca um consumo mais sustentável está a todo momento se atualizando
sobre ingredientes/substâncias/componentes e práticas que não agridam de alguma forma
o meio ambiente ou que prejudiquem a sociedade como um todo. Por isso, investir nesse
mercado exige comprometimento e inovação constantes. Nas redes sociais apareceram em maior
ocorrência produtos para a pele, como cremes de hidratação que utilizam na sua fórmula apenas
flores, plantas ou ingredientes naturais, como cera de abelha, colágeno etc.
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Receitas para a produção DIY (sigla para “faça você mesmo” em
português) desses cosméticos também apareceram entre as
publicações. O material está no formato de receitas, tutoriais,
indicação de benefícios e como recurso terapêutico para o
bem-estar físico e psicológico, que é o caso da aromaterapia,
prática que faz uso de óleos essenciais e outros tipos de
fragrâncias como um tipo de medicina alternativa.
Ideia de negócio personalizado coletado nas redes sociais: produtos veganos, naturais ou orgânicos
para bebês e crianças. Dado que a pele dos pequenos é muito mais sensível que a dos adultos,
introduzir produtos mais saudáveis nos cuidados pessoais desse público é um nicho de mercado a
ser aproveitado.
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Salões de beleza precisam evoluir em seus processos
Eles estão entre os que mais crescem no setor, seus serviços são solicitados mesmo em
cenários financeiros desfavoráveis. Tendo essa demanda contínua e crescente, aumenta
também a quantidade de resíduos gerados para atender a essa clientela.
Utilização em abundância de resíduos químicos, cortantes, vidros, embalagens plásticas, entre outros,
e a pouca adoção de recursos naturais na prestação dos serviços em salões de beleza foram os
problemas apontados nas redes sociais.
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05.
Mulheres e influentes
elas são as protagonistas
da beleza sustentável nas
redes sociais
A maioria absoluta dos perfis identificados e que são ativos com o movimento é de mulheres.
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Mari Morena: fala sobre beleza vegana, principalmente relacionada a cabelos
cacheados e crespos e também é ativista LGBT.
• Redes de maior atividade: 148 mil seguidores • 73.561 seguidores •
369.290 inscritos • 2.119 seguidores
Sandila Vieira: faz sucesso no Instagram e no YouTube com seu estilo dark e
também dando dicas de maquiagem e produtos veganos.
• Redes de maior atividade: 26,8 seguidores • canal Nox et Lux com
85.882 inscritos
Yasmin Brunet: atriz, modelo e influenciadora digital. Luta pela causa animal, dá
dicas de beleza e alimentação plant-based.
• Redes de maior atividade: 2,1 milhões de seguidores • 333.187
inscritos
Bora Veganizar:
alimentação, beleza, vestuário etc., dicas para uma vida vegana.
Karen Bachini:
make e higiene pessoal veganas.
Karina Veiga:
cosméticos naturais, lifestyle, cabelos, maquiagem, moda, cultura e afins.
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Maquiagem não é futilidade por Larissa Lancastre:
canal sobre autoestima, dicas de maquiagem e produtos veganos para cabelo.
Nicole Make:
maquiagem vegana.
Vegana bacana:
receitas de comida e make veganas e orgânicas.
Vegflix:
dicas sobre o universo vegano.
Ari Vegan:
maquiagens e cosméticos livres de crueldade animal. Possui um blog com o
mesmo nome.
Mari Morena:
voltado principalmente para produtos para o cabelo. Inclui produtos veganos.
Nicole Make:
maquiagem vegana. Assim como nas demais redes, trabalha também a
divulgação frequente no Facebook.
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Engajamento no período monitorado
Instagram 1
É importante avaliar o número de organic posts (conteúdo gerado) no período analisado, com o
número de interação (curtidas e comentários). Evidentemente, personalidades como Yasmin Brunet
e Hana Khalil possuem uma visibilidade maior, consequentemente, um engajamento maior em suas
postagens. Mas é perceptível também a notoriedade dos perfis Vegana Pobre e Sandila Vieira (@
mochlath), que possuem um menor número de postagens, mas um considerável engajamento.
1
Não foi possível analisar perfis que não possuem a “conta business”, mesmo que com conta verificadas, por limitação do Instagram.
Exemplo: ativista Luísa Mel.
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YouTube
Maquiagem
4 3 4.141 386 86 0 26
não é futilidade
Entre os canais de vídeos, Karen Bachini foi a que mais publicou no período, gerando um número
significativo de inscritos, visualizações, curtidas, comentários e dislikes (marcação do vídeo como “não
gostei”. Esse último também é uma importante variável a ser analisada em canais de vídeos.
Foi possível verificar também entre os perfis em destaque o aparecimento de alguns que não foram
levantados em análise anterior, como o canal da Rayssa Eckert e Ana C. Pasternak. Tais perfis não se
dedicam exclusivamente ao mercado de produtos naturais, orgânicos, veganos ou livre de crueldade,
mas no período geraram conteúdo referente ao assunto.
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Facebook 2
Beleza
1 Pura 15 35 121 9 0 0 0 0 8
Store
Nicole
2 4 3 48 24 3 0 0 0 11
Make
Mari
3 3 0 535 69 8 1 0 0 5
Morena
Foi no Facebook que apareceu entre os destaques uma página voltada para um negócio do setor.
Conforme descrito em seu perfil, a loja Beleza Pura Store comercializa cosméticos e produtos de
cuidado com a pele, naturais, veganos, orgânicos, sem glúten e 100% cruelty free. Totalmente online, a
loja oferece produtos para higiene pessoal, maquiagem, tratamento, corpo e banho, cabelos, homem,
gestante, criança e bebê.
Conheça mais sobre as estratégias da loja nos canais digitais e inspire-se: Facebook I E-commerce.
2
Por limitação do Facebook também só foi possível monitorar contas que são páginas e que geraram conteúdo no período.
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06.
Considerações finais
As redes sociais permitem de fato uma difusão mais ampla do mercado de produtos de beleza naturais,
orgânicos, veganos e livres de crueldade e conecta de uma forma mais direta marcas e consumidores.
Do mesmo modo, à medida que fatos e opiniões se espalham mais rapidamente por meio das redes
sociais, as empresas precisam ficar atentas para acompanhar simultaneamente as transformações de
demandas e expectativas dos consumidores.
É fato também que os consumidores têm mais conhecimento e poder, tanto para enaltecer como para
desprestigiar uma marca. E no setor de beleza isso vem acontecendo de forma constante nas redes
sociais, como foi mostrado nesta pesquisa.
Foi notável que o movimento de defesa dos animais, cruelty free (livre de crueldade), está tendo
bastante aderência na internet e que o mercado de cosméticos está entre os protagonistas dessa
revolução pela qual anseiam os consumidores e influenciadores do movimento.
Participar ou não desse movimento pode ser benéfico ou prejudicial para as empresas, dependendo
de como elas vão direcionar suas estratégias. Por isso, é preciso planejar, pesquisar e ter bastante
conhecimento a respeito de ingredientes, componentes e propósitos, pois esse mercado concentra
consumidores esclarecidos, atualizados e exigentes.
Só se manterão à frente empresas que prestarem muita atenção às tendências de beleza, aos
interesses e preocupações dos consumidores e souberem se posicionar de forma proativa perante
esses anseios. Vale portanto criar parcerias com empresas de outros segmentos, como alimentação
e vestuário, buscar influenciadores para divulgar as ações da sua marca, obter certificações para dar
segurança aos consumidores e estar sempre se capacitando com o que há de novo.
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FONTES DE APOIO
Andrea Cheng. Why you should care about vegan beauty. The New York Times. 2019.
Fabio Chaves. Forbes: 70% da população mundial está deixando a carne e número de veganos nos
EUA cresceu 600%. Vista-se. 2018.
Germany dominates global vegan product market, says report. Plant Based News. 2018
Gisella Meneguelli. Cresce o número de pessoas veganas no mundo inteiro, revela pesquisa.
GreenMe. 2018.
How Are Vegan Trends Shaping the Beauty Industry?. Beauty Business. 2019
Kat Smith. There’s been a 175% increase in vegan cosmetics since 2013. Livekindly. 2018.
The complete beginner’s guide to vegan makeup, cosmetics and skin care. WildMint. 2019.
The Economist diz que 2019 será o ano do veganismo. Vegazeta. 2018.
Vegan cosmetics market size worth $20.8 billion by 2025 | CAGR 6.3%.
Grand View Research. 2018.
Vegan cosmetics market size, share & trends analysis report by product (skin care, hair care,
makeup), by sales channel (e-commerce, supermarket, departmental store, specialty store), and
segment forecast, 2018 – 2025. Grand View Research. 2018.
Why the global rise in vegan and plant-based eating isn’t a fad (600% increase in U.S. vegans +
other astounding Stats). Food Revolution. 2018.
William Defebaugh. Millennials are more likely to shop eco-friendly, new study finds. 2018.
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