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ASSUNTO
Resultados das análises do Rio Verruga e Rio Periquito.
REFERÊNCIA
Solicitação nº 403/2021 – USV
1. APRESENTAÇÃO
Seguem informações técnicas sobre resultados analíticos de coletas de água realizadas no Rio
Periquito e Verruga no dia 17 de setembro de 2021.
2. ANÁLISE
2.2. No início do mês de setembro de 2021 foi observada presença de lama densa e peixes
mortos no Rio Verruga. No dia 17 de setembro a equipe do Sema de Vitória da Conquista e
representantes do laboratório de Controle de qualidade da Embasa – USV coletaram
amostras de água no Rio Periquito e Rio Verruga (tanto antes quanto após o encontro com o
Rio Periquito). Durante a vistoria, foi observado em certo trecho do Rio Periquito o que
aparentava ser uma lama de fundo de barragem.
2.3. Na tabela 01 constam informações sobre ensaios analíticos realizados em trechos desses
rios. Os resultados foram analisados de acordo coma Resolução CONAMA n° 357/2005 –
Classe 2.
2.4. Todos os resultados destacados em vermelho encontram-se acima dos limites estabelecidos
pelo CONAMA 357, Classe 02. Todos os pontos do corpo hídrico que foram analisados
apresentaram fósforo acima do limite.
2.4.1. Analisando os pontos 01 e 02, montante e jusante da Barragem, observa-se que houve
incremento nos valores de quase todos os parâmetros, com destaque para aumento
considerável das concentrações de Fósforo e Sólidos Dissolvidos à jusante da
Barragem, como pode ser observado na tabela 01. Esses resultados indicam uma
degradação da qualidade da água à jusante da Barragem, possivelmente motivadas por
fontes alóctones e autóctones localizadas ao longo da bacia hidrográfica.
2.4.2. Na análise dos pontos 03 e 04, nota-se que a maioria dos parâmetros apresentou
concentrações maiores no Rio Verruga antes do encontro com Rio Periquito – Ponto 04,
sendo a diferença mais acentuada no parâmetro microbiológico Escherichia coli.
2.4.3. Entre os pontos 05 e 06, nota-se no Rio Verruga que valores de Oxigênio Dissolvido
(OD) tanto à montante como à jusante da ETE estão em conformidade ao exigido pelo
CONANA 357/2005, classe 2.
2.5. Oxigênio Dissolvido é um fator limitante para manutenção da vida aquática e de processos
de autodepuração em sistemas aquáticos naturais. Uma das causas mais frequentes de
mortandade é a queda na concentração de oxigênio nos corpos d’água. O valor mínimo de
oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da vida aquática, estabelecido pela Resolução
CONAMA 357/2005 classe 2 é de 5,0 mg/L. De maneira geral, valores de oxigênio dissolvido
menores que 2 mg/L pertencem a uma condição perigosa, denominado HIPOXIA, ou seja,
baixa concentração de Oxigênio dissolvido na água. Em alguns trechos do Rio Verruga,
próximos ao lançamento do Rio Periquito, os valores de OD estavam baixos, quase em
condição de Hipoxia. No entanto, conforme mencionado anteriormente, nos trechos do Rio
Verruga próximos ao lançamento de esgoto tratado pela ETE de Vitória da Conquista os
valores de OD estavam em conformidade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados apresentados, verificou-se que em alguns trechos do Rio Verruga
próximos ao lançamento do Rio Periquito, os valores de Oxigênio Dissolvido (OD), vital para a
preservação da vida aquática, estavam baixos, quase em condição de Hipoxia, indicando provável
causa da mortandade dos peixes. Observou-se que o lançamento do efluente pela ETE Vitória da
Conquista, apesar de causar aumento da carga orgânica no Rio Verruga, não altera as condições
do Oxigênio dissolvido no local, mantendo as taxas de OD em conformidade ao enquadramento
Conama 357/2005, classe 2, diferente do cenário encontrado à jusante da barragem. Entretanto não
se pode afirmar qual dinâmica ecossistêmica causou a Hipoxia que levou os peixes à morte. Para
averiguar se a degradação observada é recente, sugere-se um mapeamento das ações/tensores
antrópicos na área investigada.
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Lilian Cruz Fabrício Tourinho