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MARINHA DO BRASIL

DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS

NORMA TÉCNICA AMBIENTAL


SOBRE ELABORAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO
AMBIENTAL

NORTAM - 09
NORTAM-09/DPC

NORMA TÉCNICA AMBIENTAL

SOBRE ELABORAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL

MARINHA DO BRASIL

DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS

2007

FINALIDADE: NORMATIVA

NORTAM-09/DPC
MARINHA DO BRASIL

MG/FA/09/C DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS

PORTARIA No 54/DPC, DE 25 DE ABRIL DE 2007.

Aprova a Norma Técnica Ambiental –


NORTAM-09, sobre Elaboração de
Laudo Técnico Ambiental.

O DIRETOR DE PORTOS E COSTAS, no uso das atribuições que lhe são


conferidas pela Portaria no 156, de 3 de junho de 2004, do Comandante da Marinha, resolve:

Art. 1o Aprovar a NORMA TÉCNICA AMBIENTAL – NORTAM-09, sobre


ELABORAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL, que a esta acompanha.

Art. 2o As alterações, acréscimos e cancelamentos de folhas desta Norma serão


efetuadas, quando necessário, por meio de Folhas de Distribuição de Modificação (FDM),
emitidas e validadas por Ato Normativo específico desta Diretoria.

Art. 3o Esta Portaria entra em vigor na presente data.

GERSON CARVALHO RAVANELLI


Vice-Almirante
Diretor
JOSÉ DE ANDRADE E SILVA NETO
Capitão-de-Corveta
Assistente
AUTENTICADO DIGITALMENTE

Distribuição:
Listas: 8 (exceto COMCONTRAM), 10 (exceto ComOpNav)
DAdM
DHN
IEAPM
SDM (Arq MB)
Arquivo
NORTAM-09/DPC

ÍNDICE

Páginas
FOLHA DE ROSTRO I
ÍNDICE II
FOLHA DE REGISTRO DEE MODIFICAÇÕES IV

INTRODUÇÃO
1 - Histórico V
2 - Propósito V
3 - Definições VI
4 - Referências X

CAPÍTULO 1 - DIMENSÃO DO DANO


1.1 - Conceito 1-1
1.2 - Interação do óleo com o mar e o ar 1-2
1.3 - Processos do Intemperismo 1-3
1.3.1 - Aspectos de cada processo 1-3
1.3.2 - Combinação dos processos 1-8
1.4 - Persistência do óleo 1-8
1.5 - Volume derramado 1-12
1.6 - Sensibilidade ambiental 1-14
1.7 - Como avaliar a dimensão do dano 1-16

CAPÍTULO 2 - CONSEQUÊNCIAS ADVINDAS DA INFRAÇÃO


2.1 - Efeitos do derramamento de óleo 2-1
2.2 - Impacto do óleo nas atividades costeiras 2-1
2.2.1 - Atividades recreativas 2-1
2.2.2 - Indústria 2-1
2.3 - Efeitos biológicos do óleo 2-2
2.4 - Impacto do óleo em habitats marinhos específicos 2-4
2.4.1 - Águas abertas e leito do mar 2-4
2.4.2 - Águas do litoral e áreas adjacentes 2-5
2.5 - Impacto do óleo na pesca e na maricultura 2-7
2.6 - Operação de resposta ao derramamento 2-8

- II -
NORTAM-09/DPC

CAPÍTULO 3 - LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL


3.1 - Conceito 3-1
3.2 - Informações do acidente 3-1
3.3 - Formato e assinatura 3-1

CAPÍTULO 4 - COMPETÊNCIA PARA ELABORAR O LAUDO TÉCNICO


AMBIENTAL E PROCEDIMENTOS
4.1 - Formulários de Informações 4-1
4.2 - Requisitos para o emissor do laudo 4-2
4.2.1 – Especialidades preferenciais para o analista ambiental 4-2
4.2.2 – Profissionais de outras áreas 4-2
4.2.3 – Assinatura do LTA 4-2

ANEXOS
ANEXO A - PORTARIA Nº. 24/IBAMA, DE 04 DE ABRIL DE 2007 A-1
ANEXO B - CLASSIFICAÇÃO DE ÓLEOS B-1
ANEXO C - ESQUEMA DE CORES PARA CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE C-1
SENSIBILIDADE AMBIENTAL (ISL)
ANEXO D - SÍMBOLOS E ABREVIATURAS USADAS NAS CARTAS NÁUTI- D-1
CAS
ANEXO E - COMUNICADO PRELIMINAR SOBRE INCIDENTES COM ÓLEO E E-1
DERIVADOS.
ANEXO F - INFORMAÇÕES PARA ELABORAR O LTA F-1
ANEXO G - LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL (HIPOTÉTICO) G-1

- III -
NORTAM-09/DPC

FOLHA DE REGISTRO DE MODIFICAÇÕES

NÚMERO EXPEDIENTE QUE A DATA


PÁGINAS
DA DETERMINOU E DA RUBRICA
AFETADAS
MODIFICAÇÃO RESPECTIVA DATA ALTERAÇÃO

- IV -
NORTAM-09/DPC

INTRODUÇÃO

1 - HISTÓRICO

Desde a época do carvão como combustível para navios, a Marinha do Brasil já aplicava
multas, na Baía de Guanabara e em outros locais de intensa navegação, aos navios que varressem
para o mar as cinzas de carvão, que possuíam elementos com a capacidade de reagir com a água.
Mesmo com a substituição do carvão pelo óleo de caldeira e óleo combustível, a Marinha man-
teve a prerrogativa de multar navios que poluíssem as águas, com base na Lei nº 5.357, de 17 de
novembro de 1967 (“Lei do Óleo”).
Com a revogação dessa Lei pela Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000 (Lei de Poluição das
Águas), a Autoridade Marítima manteve a sua competência legal para aplicar multas em navios,
plataformas e suas instalações de apoio que provoquem poluição das águas, estendendo seus
limites às Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB).
Também a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei dos Crimes Ambientais), em seu
art. 70 § 1º, respalda a competência da Autoridade Marítima para lavrar auto de infração ambien-
tal e instaurar o respectivo processo administrativo. O Laudo Técnico Ambiental é parte intrínse-
ca do Processo Administrativo. O mencionado artigo coloca os representantes da Autoridade
Marítima no mesmo nível dos funcionários dos órgãos ambientais, integrantes do SISNAMA.
Mas ainda, a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Política Nacional de Meio Ambiente),
verdadeiro alicerce de toda legislação ambiental brasileira, considera os órgãos e entidades da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, responsáveis pela proteção e melhoria da qualida-
de ambiental, como parte da estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA).

2 - PROPÓSITO

Estabelecer normas para a elaboração do Laudo Técnico Ambiental (LTA) nos incidentes
de descarga de óleo e seus derivados nas AJB, provenientes de navios, plataformas e suas insta-
lações de apoio.
O LTA deverá ser parte integrante do auto de infração ambiental a ser aplicado pelos A-
gentes da Autoridade Marítima, “identificando a dimensão do dano envolvido e as conse-
quências advindas da infração” (Decreto nº 4.136/2002, art. 50, §1º), para efeito da valoração
da sanção (multa) administrativa.
A multa aplicada pelo Agente da Autoridade Marítima é um procedimento administrativo,
com finalidade punitiva. O Laudo Técnico Ambiental, como parte do auto de infração adminis-
trativa, também se constitui um ato administrativo.
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O LTA em questão não contempla os procedimentos complexos de um laudo técnico am-


biental, no âmbito de um Processo Civil. Em uma ação cível deverão ser considerados, entre
outros, os custos de operação de resposta a emergência, incluindo a contenção, a remoção ou
neutralização dos produtos derramados, a recuperação das áreas atingidas e quantificados os pre-
juízos econômicos decorrentes do derramamento, tais como redução da atividade turística, pes-
queira, perda de equipamentos, limpeza de embarcações e de praias, etc.
Nesta Norma, também, não se pretende examinar o crime ambiental que, eventualmente,
possa ter sido cometido em um derramamento de óleo e seus derivados nas AJB.
Esta NORTAM é direcionada especificamente:
a) aos Oficiais e Servidores Civis de Nível Superior e Nível Médio das Capitanias dos
Portos, Delegacias e Agências envolvidos com o levantamento de dados e informações necessá-
rias à elaboração do LTA (Anexos E e F); e
b) aos Oficiais e Servidores Civis de Nível Superior da Diretoria de Portos e Costas
(DPC) e do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), organizações cre-
denciadas para emitir o LTA pela Portaria Nº.24/IBAMA, de 04 de abril de 2007 (Anexo A) e
de acordo com o Capítulo 4 desta Norma.

3 - DEFINIÇÕES

AMOSTRA - porção representativa de água, ar, qualquer tipo de efluente ou emissão atmosférica
ou qualquer substância ou produto, coletada para fins de análise de seus componentes e suas
propriedades. Em biologia: parte de uma população ou universo, tomada para representar a qua-
lidade ou quantidade de todo um conjunto.

AUTO DE CONSTATAÇÃO - "Documento, emitido por autoridade competente, que serve para
atestar o descumprimento, por determinada pessoa, de lei, regulamento ou intimação, podendo
dar origem ao auto de infração”.

AUTO DE INFRAÇÃO - "Documento pelo qual a autoridade competente certifica a existência de


uma infração à legislação, caracterizando devidamente a mesma e impondo, de forma expressa,
penalidade ao infrator".

BIODEGRADAÇÃO - É o processo de degradação do óleo por meio de microorganismos, prin-


cipalmente bactérias. A intensidade do processo está condicionada basicamente a quatro fatores:
a) concentração de bactérias oleofílicas no ambiente;
b) concentração de oxigênio dissolvido na coluna d’água;
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c) temperatura; e
d) disponibilidade de nutrientes.

BIOTA - É o conjunto de plantas e animais que habitam uma determinada região da biosfera.

CRIME AMBIENTAL - Condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, conforme caracterizadas


na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), como crimes contra a
fauna, a flora, o ordenamento urbano e patrimônio histórico, contra a administração ambiental ao
causar poluição e outros crimes ambientais.

DANO AMBIENTAL – é uma alteração adversa da biota, decorrente da atividade humana.

DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL - A alteração adversa das características do


meio ambiente.

DENSIDADE °API - É uma escala criada pela American Petroleum Institute, com a finalidade de
expandir a escala de densidade específica, permitindo, assim, uma melhor visualização e compa-
ração entre os diferentes óleos. A densidade API é expressa pela seguinte fórmula:
° API = 141.5 . - 131.5
Densidade Específica

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL - Parte do estudo de impacto ambiental, destinado a caracterizar a


situação do meio ambiente na área de influência, antes da execução do projeto, mediante com-
pleta descrição e análise dos fatores ambientais e suas interações.

DISPERSÃO - É a quebra da mancha de óleo em pequenas gotículas, sendo um dos processos


naturais de degradação mais determinantes para o desaparecimento da mancha.

DISSOLUÇÃO - Ação de um líquido sobre um sólido, cujo resultado definido é tomar este tam-
bém a forma líquida; líquido que contém uma substância em dissolução.

EMULSIFICAÇÃO - A emulsificação do óleo é o resultado da mistura de água com o óleo (a-


proximadamente 80% de água), formando uma matéria densa e estável chamada de “mousse”.

ESPALHAMENTO OU FRAGMENTAÇÃO - É o processo que mais afeta o comportamento do


óleo durante as primeiras horas do derramamento. O espalhamento faz com que, após uma hora,
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a camada de óleo tenha uma espessura de décimos de milímetro e, após duas ou três horas, pou-
cos microns, aumentando assim a taxa de dispersão, evaporação e dissolução.

EVAPORAÇÃO - É o processo de degradação mais importante entre as primeiras 24 e 48 horas


após o derramamento. É determinada primeiramente pela volatilidade do óleo.
De uma maneira geral, os fatores que mais determinam a taxa de evaporação são: a composição e
as propriedades do óleo, a área da mancha, a velocidade do vento, o estado do mar, as temperatu-
ras do ar e da água e a intensidade da radiação solar.

FILME (PELÍCULA) – Fina camada de óleo na superfície da água.

GRAVIDADE ESPECÍFICA - É a divisão da massa de um dado material, no caso petróleo e de-


rivados, pela massa de água destilada, considerando o mesmo volume e temperatura para as duas
substâncias. Óleos com baixa gravidade específica tendem a ser ricos em compostos voláteis e
altamente fluidos.

HABITAT - O local físico ou o local onde um organismo vive e onde obtém alimento, abrigo e
condições de reprodução.

IMPACTO AMBIENTAL - Qualquer alteração significativa no meio ambiente, ou em um ou mais


de seus componentes, provocada pela ação humana.

MEIA VIDA – Tempo levado para a remoção, por processos naturais, de 50% do óleo derramado
sobre a superfície do mar.

MEIO AMBIENTE - O conjunto de condições, leis naturais, influências e interações de ordem


física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

OXIDAÇÃO - Processo que consiste na reação do oxigênio com hidrocarbonetos, geralmente


promovido pela radiação solar, podendo quebrar os hidrocarbonetos em moléculas solúveis, ou
combiná-los, formando compostos persistentes.

PERSISTÊNCIA - O óleo espalhado no mar sofre uma série de mudanças físicas e químicas, al-
gumas delas levando ao desaparecimento desse óleo da superfície do mar, enquanto outras levam
à sua permanência. A persistência é a capacidade de permanência do óleo no ambiente.

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POLUIÇÃO - A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades antrópicas que, dire-


ta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

POLUIDOR - A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou


indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.

PONTO DE FLUIDEZ ("pour point") - A menor temperatura em que um óleo é capaz de escor-
rer ao ser derramado.

PONTO DE FULGOR - A menor temperatura em que os vapores emitidos por um combustível


líquido, quando em mistura com o ar atmosférico, se inflamam em presença de uma chama, sem,
no entanto, continuarem queimando quando a chama é afastada.

PONTO DE VAPORIZAÇÃO - Temperatura em que, sob pressão constante, um líquido está em


equilíbrio com o seu vapor.

RECUPERAÇÃO – Capacidade das espécies de restabelecer a população existente antes do dano


ambiental.

RECURSOS AMBIENTAIS - A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os es-


tuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.

RESTAURAÇÃO – Restabelecimento das condições ambientais anteriores a um evento.

SEDIMENTAÇÃO - É o processo no qual as partículas do óleo flutuante afundam e alcançam o


fundo do mar. Para que ocorra a sedimentação, é necessário que as partículas de óleo menos den-
sas que a água se misturem ao material particulado suspenso na coluna d’água ou que as frações
mais leves do óleo evaporem, tornando-o mais pesado.

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SENSIBILIDADE AMBIENTAL DA LINHA DE COSTA - Classificação das diferentes seções do


litoral de acordo com suas características geomorfológicas, permitindo prever o resultado da in-
teração com óleo, quanto à persistência natural e condições de limpeza/remoção do óleo.

VISCOSIDADE - É a resistência do óleo para fluir. Óleos de alta viscosidade fluem com dificul-
dade, enquanto os óleos de baixa viscosidade têm maior fluidez. A viscosidade diminui com o
aumento da temperatura, portanto, a extensão da mancha que está recebendo radiação solar e a
temperatura da água do mar são importantes considerações, para se determinar a viscosidade do
óleo no ambiente.

VOLATILIDADE - É a faixa de temperatura em que uma substância passa do estado líquido para
o gasoso.

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) ALMEIDA, Josimar Ribeiro de; OLIVEIRA, Simone Gomes de; PANNO, Márcia. Perícia
Ambiental. Rio de Janeiro, THEX, 2000.

2) BRASIL. Decreto nº 2.508, de 4 de março de 1998. Promulga a Convenção MARPOL.

3) _____. Decreto nº 2.596, de 18 de maio de 1998. Regulamenta a Lei nº 9.537.

4) _____. Decreto nº 2.870, de 10 de dezembro de 1998. Promulga a Convenção MARPOL.

5) _____. Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999. Regulamenta a Lei nº 9.605.

6) _____. Decreto nº 4.136, de 20 de fevereiro de 2002. Regulamenta a Lei nº 9.966.

7) _____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Política Nacional do Meio Ambiente.

8) _____. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a Ação Civil Pública de Responsa-
bilidade por Danos ao Meio Ambiente.

9) _____. Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997. LESTA.

10) _____. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Lei dos Crimes Ambientais.

11) _____. Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas gerais para
a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.

12) _____. Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000. Lei do Óleo (dispõe sobre a prevenção, controle
e fiscalização da poluição causada por óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas, em
águas sob jurisdição nacional).

13) _____. Ministério do Meio Ambiente. Especificações e normas técnicas para a elabora-
ção de carta de sensibilidade ambiental.

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14) BUCHHOLZ, Rogene A . Principles of environmental management : the greening of


business. 2.ed. New Jersey : Prentice Hall, 1998.

15) CAPPARELLI, Marco Antonio de Araújo. Poluição marinha. Brasília : Art Brasil Design
Gráfico, 2002.

16) COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Proposta de cri-


tério para valoração monetária de danos causados por derrames de petróleo ou de seus
derivados no ambiente marinho. São Paulo, 1992.

17) HARTE, John; HOLDREN, Cheryl; SHIRLEY, Christine. Toxics A to Z : a guide to eve-
ryday pollution hazards. Califórnia : University of California Press, 1991.

18) THE INTERNATIONAL TANKER OWNERS POLLUTION FEDERATION LIMITED.


The International Tanker Owners Pollution Federation Limited Handbook. London,
2004/2005.

19) ______. Response to marine oil spills. London, 1987.

20) MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Qualidade e gestão ambiental : sugestões para im-
plantação das Normas ISSO 14.000 nas empresas. 2.ed. São Paulo : Ed. Juarez de Oliveira,
2000.

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CAPÍTULO 1
DIMENSÃO DO DANO

1.1 - CONCEITO
O dano ambiental deve ser visto em função da capacidade de suporte do ambiente. O meio
ambiente está sempre sendo naturalmente modificado pelas forças da natureza, seja através de
alterações bruscas, como as provocadas por terremotos e vulcanismo, seja por alterações lentas
decorrentes dos ciclos biogeoquímicos.
Claro que as forças da natureza como vulcanismos, terremotos, tempestades, furacões e
incêndios, podem causar transformações ambientais maiores que os danos causados pelo homem.
Essas transformações, obviamente, não serão objetos desta Norma.
O dano ambiental se apresenta quando surge uma “anormalidade” – em virtude da ação
humana –, ou seja, uma modificação das propriedades físicas e químicas dos elementos naturais,
de tal ordem, que estes não podem ser usados ou só podem ser usados com restrições.
Essa anormalidade está ligada à intensidade do dano, de tal modo que o prejuízo deve ser
grave ou, de forma contínua, contribuir para sua gravidade.
O dano pode decorrer de um único ato grave como, por exemplo, o rompimento de um
tanque de um navio petroleiro, ou por uma série de pequenas quantidades de esgoto oleoso de
praça de máquinas, de forma contínua, em um terminal pesqueiro.
O dano ambiental é uma alteração adversa do meio ambiente, decorrente da atividade
humana. Em conseqüência do dano ambiental, outros danos também podem estar presentes no
ambiente aquático, tais como:
a) à saúde;
b) às atividades produtivas;
c) à pesca;
d) à maricultura;
e) ao bem estar: lazer, turismo; e
f) à outras atividades econômicas.
A dimensão do dano e as consequências advindas da poluição são, no campo
administrativo, avaliadas no curto prazo de um dia, de uma semana, ou pouco mais. A eventual
avaliação de longo prazo, quando necessária, do prejuízo potencial que pode advir no futuro,
envolve perícias custosas e de longo prazo, mais compatível com reparação civil do que com a
multa administrativa. Esta tem o sentido punitivo, mas deve levar em conta outros fatores, como
a capacidade financeira do infrator. Um dano ambiental de baixa intensidade pode ter suas
consequências minoradas até por processos naturais, no entanto, a quebra de uma pequena

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empresa pode causar um problema social sem retorno. A multa assim imposta tem o sentido de
punir, educar e evitar a degradação ambiental.

1.2 - INTERAÇÃO DO ÓLEO COM O MAR E O AR


Quando o óleo (termo que, genericamente, deve ser entendido nesta Norma como óleo e
seus derivados) é derramado no mar, ele se espalha e se move sobre a superfície, sendo assim
submetido a vários processos que provocam mudanças químicas e físicas, coletivamente
conhecidas como “intemperismo”. O diagrama abaixo representa, esquematicamente, os
diferentes processos associados ao intemperismo.

Evaporação
Espalhamento Oxidação Espalhamento
Emulsificação

Biodegradação Dispersão

Dissolução

Sedimentação

Fonte: ITOPF Hand Book, 2002/2003

A maior parte desses processos, tais como evaporação, dispersão, dissolução e


sedimentação, levam ao desaparecimento do óleo da água, enquanto outros, particularmente a
formação de emulsões (“mousse”) e o conseqüente aumento na sua viscosidade, promove sua
maior permanência na superfície da água.
A rapidez e a importância relativa de cada processo depende de diversos fatores, tais
como: quantidade e tipo de óleo, condições meteorológicas reinantes e condições do mar, se o
óleo permanece no mar ou se foi direcionado para a costa.
Em um prazo mais longo, o meio ambiente marinho assimilará o óleo derramado, por meio
do processo de biodegradação.

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1.3 - PROCESSOS NO INTEMPERISMO


1.3.1 - Aspectos de cada Processo
A fim de permitir uma melhor avaliação da importância relativa de cada processo, seus
principais aspectos são abaixo descritos, de forma simplificada:
a) ESPALHAMENTO
• Espalhamento inicial
Ocorre nos primeiros momentos do derramamento e por isso é um dos processos
mais importantes nos estágios iniciais do derramamento. A força principal que atua nesse
momento sobre o óleo é o seu peso. Um grande derramamento instantâneo se espalha mais
rapidamente do que uma descarga lenta. Nesse estágio inicial, o óleo se espalha como uma
mancha coesa e a velocidade de espalhamento é influenciada pela viscosidade do óleo.
• Ponto de Fluidez
Óleos de alta viscosidade se espalham lentamente e aqueles que se encontram em
temperaturas inferiores ao seu ponto de fluidez (“pour point”), dificilmente se espalham.
Depois de algumas horas a mancha começa a se partir e a formar estreitos
“corredores de vento”, paralelos à direção do vento. Nesse estágio, a fluidez do óleo se torna
menos importante, pois o espalhamento adicional é causado principalmente pela turbulência do
mar na superfície.
• Espalhamento subseqüente
A “rate” de espalhamento varia também de acordo com as condições hidrográficas
existentes: correntes, marés e velocidade do vento.
Após 12 horas de um derramamento no mar, o óleo poderá estar espalhado dentro
de uma área de até 5 Km2, limitando a possibilidade de seu efetivo recolhimento. Em águas
interiores, onde a resposta à emergência pode ser mais rápida, a possibilidade de contenção da
mancha de óleo é maior, excetuando-se os casos de pequenos derramamentos de óleo de baixa
viscosidade, quando o espalhamento não é uniforme e podem ocorrer grandes variações na
espessura da mancha de óleo.
b) EVAPORAÇÃO
• Fatores influentes
A velocidade de evaporação é determinada, principalmente, pela volatilidade do
óleo. Quanto maior a proporção de componentes com baixos pontos de vaporização, maior será a
evaporação. O espalhamento inicial do óleo também influencia a evaporação, pois, quanto maior
a superfície da área, mais rapidamente os componentes leves irão se evaporar. Mar grosso,
ventos com alta velocidade e temperaturas elevadas aumentarão ainda mais a razão de
evaporação.

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Em termos amplos, pode-se dizer que os componentes do óleo com pontos de


vaporização abaixo de 200º C irão evaporar-se dentro de um período de 24 horas, em clima
temperado.
• “Rates” de evaporação
Nos casos de derramamento de produtos refinados, como querosene ou gasolina,
os mesmos podem evaporar-se completamente em poucas horas. O petróleo leve pode evaporar
até 40% de seu volume durante o primeiro dia. Por outro lado, o petróleo pesado e o óleo
combustível quase não produzem nenhuma evaporação. Qualquer resíduo de óleo remanescente,
após a evaporação de suas partes mais leves, terá sua densidade e viscosidade aumentada, o que
eleva a ação do intemperismo e orienta a escolha das técnicas de limpeza.
• Perigo de fogo e explosão
Quando óleos extremamente voláteis são derramados em áreas confinadas, pode
haver risco de fogo e explosão. O óleo, sendo inflamável, freqüentemente induz a pensar-se na
queima de manchas de óleo na superfície do mar. Embora seja possível a ignição de mancha de
óleo, é difícil manter a combustão, mesmo quando pavios ou mechas sejam empregados, devido
à pequena espessura da camada de óleo e o efeito de resfriamento da água sob essa camada. Os
resíduos remanescentes de uma combustão parcial são mais difíceis de serem contidos,
recolhidos ou tratados, do que o óleo que sofreu intemperismo natural.
c) DISPERSÃO
• Comportamento das partículas de óleo
As ondas e a turbulência da superfície do mar atuam sobre a mancha de óleo, no
sentido de produzir partículas de óleo de diferentes tamanhos. As partículas pequenas
permanecem em suspensão, enquanto que as maiores voltam à superfície, onde elas podem se
juntar com outras partículas, criando outra mancha ou espalhar-se em uma camada muito fina.
Partículas pequenas o suficiente para permanecerem em suspensão podem se misturar na coluna
d’água, e o conseqüente aumento da área de interação, criada pelo óleo disperso, pode aumentar
os mecanismos de outros processos, como biodegradação e sedimentação.
• Influência do estado do mar
A razão de dispersão natural é bastante dependente da natureza do óleo e do estado
do mar, sendo mais rápida na presença de ondas que se quebram. A espessura da mancha de
óleo, a qual está relacionada à quantidade de óleo derramado e ao grau de espalhamento, é um
importante fator na razão de dispersão, pois partículas menores são produzidas a partir de finas
camadas de óleo (“filme”).
• Influência da viscosidade
Óleos que permanecem fluidos e podem se espalhar sem serem afetados por outros
processos do intemperismo, podem se dispersar completamente em poucos dias, em condições
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NORTAM-09/DPC

moderadas de mar. Ao contrário, óleos viscosos, ou aqueles que formam emulsão estável
água/óleo, tendem a constituir grossos blocos na superfície da água e mostrarão pouca tendência
para dispersar. Tais óleos podem durar várias semanas.
d) EMULSIFICAÇÃO (OU EMULSÃO)
Por definição, emulsificação é a dispersão coloidal de um líquido em outro, ou a
divisão de corpo líquido (no caso, o óleo) em finos glóbulos, no seio de um veículo também
líquido (no caso, a água do mar).
• Persistência
Muitos óleos tendem a absorver água para formar emulsões água/óleo, as quais
podem aumentar o volume de poluentes por um fator entre 3 e 4. Tais emulsões são
extremamente viscosas, de forma que outros processos, que ajudariam a dissipar o óleo,
demoram mais a ocorrer. Esta é a principal razão para persistência dos óleos crus médios e leves
na superfície do mar. Em condições de mar grosso a moderado, a maioria dos óleos formam
emulsões rapidamente, cuja estabilidade depende da concentração de asfaltenos.
• “Mousse”
Óleos com conteúdo de asfaltenos maior que 0,5% tendem a formar emulsões
estáveis, frequentemente conhecidas como “mousse de chocolate”, enquanto que os óleos que
possuem conteúdo menor de asfalteno tenderão a dispersar-se. Emulsões podem ser novamente
separadas em óleo e água, se aquecidas pela luz do sol em condições calmas do mar, ou quando
“encalhadas” na linha da costa.
• Conteúdo da água
A razão pela qual ocorre a emulsão é primariamente função do estado do mar,
embora óleos viscosos tendam a absorver água mais lentamente. Em ventos acima de Força 3, da
escala Beaufort, alguns óleos de baixa viscosidade podem incorporar de 60% a 80% de água em
relação ao próprio volume, dentro de 2 a 3 horas. Em contraste, óleos muito viscosos podem
levar 10 horas ou mais para absorver 10% da água, submetidos à mesma situação e, mesmo após
vários dias, o conteúdo de água raramente excede 40%.
• Mudança de propriedades
A absorção de água normalmente resulta em uma mudança gradativa de cor do óleo,
de negro para marrom, laranja e amarelo. Na medida em que a absorção da água aumenta, o
valor da densidade da emulsão se aproxima do valor da densidade da água do mar.
e) DISSOLUÇÃO
A razão e extensão em que um óleo se dissolve depende de sua composição,
extensão do espalhamento, temperatura da água, turbulência e grau de dispersão. Os
componentes pesados do óleo cru são virtualmente insolúveis na água do mar, enquanto que
componentes mais leves, particularmente os hidrocarbonetos aromáticos, tais como benzeno e
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tolueno, são ligeiramente solúveis. Contudo, esses componentes são também os mais voláteis e,
por isso, se evaporam mais rapidamente, de 10 a 1000 vezes mais rápido do que pela dissolução.
A concentração de hidrocarbonetos dissolvidos, portanto, raramente excede 1 ppm (parte por
milhão) e, assim, a dissolução não representa uma contribuição efetiva na remoção do óleo da
superfície do mar.
f) OXIDAÇÃO
• Reação com o oxigênio
As moléculas de hicarbonetos reagem com o oxigênio e se decompõem
quimicamente em produtos solúveis, ou se combinam formando um piche persistente. Muitas
dessas reações de oxidação são provocadas pela luz do sol e, embora ocorram durante toda a vida
da mancha de óleo, o efeito na dissipação total é menor em relação a outros processos de
intemperismo.
• Luz do sol
Sob forte luz do sol, os “filmes” finos de óleo decompõem-se quimicamente, na
razão não maior que 0,1% por dia. Na oxidação de camadas espessas de óleo de alta viscosidade,
ou de emulsão óleo/água, deverá haver maior persistência do que degradação. Isso é devido à
formação de componentes com alto peso molecular, os quais formam uma película protetora
externa.
Por exemplo, as placas de piche, que às vezes se depositam nas praias ao longo da
linha da costa, consistem de um sólida crosta externa composta por agregados, partículas de
sedimentos em torno de um interior mais macio, menos submetido ao intemperismo.
g) SEDIMENTAÇÃO
• Óleos pesados
Alguns óleos pesados residuais têm gravidade específica maior que 1 (um) e, nesse
caso, afundarão em águas doces ou salobras. Contudo, poucos óleos crus são suficientemente
densos, de tal forma que somente seus resíduos afundarão em água salgada. O afundamento
decorre, usualmente, da agregação de partículas de sedimentos, ou de matéria orgânica ao óleo.
Alguns óleos crus pesados, como os produzidos na Venezuela e na Bacia de Campos, como
também a maioria dos óleos combustíveis pesados e as emulsões água-óleo com a gravidade
específica perto de 1 (um), necessitam de muito pouca matéria particulada para exceder a
gravidade específica da água do mar (cerca de 1,025).
• Efeito da temperatura
Pode-se esperar que a temperatura também afete o comportamento do óleo com
flutuabilidade neutra. Uma variação de 10º C na temperatura ambiente provocará uma variação
da temperatura da água do mar de apenas 0,25%, enquanto que a densidade do óleo mudará
cerca de 0,5%. O óleo que flutua com dificuldade durante o dia pode submergir quando a
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temperatura cair à noite, devido ao maior crescimento relativo em densidade, mas pode voltar a
emergir posteriormente, em águas mais quentes.
• Mecanismo de sedimentação
Águas rasas freqüentemente possuem bastante partículas sólidas em suspensão,
criando as condições para a sedimentação. É pouco provável que isso ocorra em mar aberto, mas
o zooplâncton pode, eventualmente, ingerir partículas de óleo durante sua alimentação, que serão
incorporados às suas fezes e cairão no leito do mar.
• Placas de piche
O óleo lançado sobre as praias do litoral freqüentemente mistura-se com sedimentos
e, se essa mistura for transportada pelo "vai e vem das ondas" em direção ao mar, ela pode
afundar. Em praias arenosas e expostas, a contaminação pesada pode levar à acumulação de
grandes quantidades de sedimentos no óleo, formando densas placas ou “tapetes” de piche.
Ciclos sazonais de acúmulo de sedimentos e o efeito da erosão podem criar camadas de óleo que
são sucessivamente enterradas e desenterradas. Costas abrigadas tendem a ser constituídas de
sedimentos de grãos muito finos e, se o óleo se incorporar a esses sedimentos, é possível que lá
permaneça por um longo período.
h) BIODEGRADAÇÃO
• Microorganismos
A água do mar possui uma variedade de bactérias marinhas, fungos e germes que
podem utilizar o óleo como uma fonte de carbono e energia. Esses microorganismos estão
amplamente distribuídos no mar, embora eles tendam a ser mais abundantes em águas
cronicamente poluídas, como as que recebem descargas industriais e esgotos sanitários não
tratados. Os principais fatores que afetam a velocidade de biodegradação são a temperatura e a
disponibilidade de oxigênio e nutrientes, principalmente os compostos de nitrogênio e fósforo.
• Oxigênio e nutrientes
Cada tipo de microorganismo tende a degradar um grupo específico de
hidrocarbonetos e, embora exista uma grande variedade de bactérias que são capazes de degradar
a maioria dos componentes de hidrocarbonetos existentes no óleo cru, alguns componentes são
resistentes ao ataque desses microorganismos. Embora os microorganismos não estejam sempre
presentes em grande quantidade no mar aberto, em condições favoráveis eles se multiplicam
rapidamente, até que esse processo seja limitado por deficiência de oxigênio ou nutriente.
• Interface água/óleo
Uma vez que os microorganismos vivem na água do mar (a biodegradação
normalmente ocorre apenas na interface água/óleo), o óleo lançado na linha da costa, acima da
altura da preamar, é decomposto muito lentamente, podendo perdurar vários anos. No mar, a
criação de gotículas de óleo, por meio de processos naturais ou por ação de dispersantes
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químicos, aumenta a área de interface disponível para a atividade biológica e, assim, amplia a
degradação.
• Velocidades de biodegradação
A variedade de fatores que influenciam a biodegradação torna difícil prever a
velocidade da remoção do óleo por esse processo. Em águas temperadas, proporções diárias de
biodegradação, entre 0,001 e 0,03 gramas por toneladas de águas do mar, têm sido relatadas, mas
podem chegar a 0,5 a 60 gramas por tonelada de água do mar, em áreas com poluição crônica.
Uma vez que o óleo seja incorporado aos sedimentos, as velocidades de biodegradação são muito
reduzidas devido à falta de oxigênio e nutrientes.
1.3.2 - COMBINAÇÃO DOS PROCESSOS
Os processos de espalhamento, evaporação, dispersão, emulsificação e dissolução são
mais importantes durante o estágio inicial do derramamento, enquanto que a oxidação,
sedimentação e biodegradação são processos de longo prazo, que determinarão o destino final do
óleo.
Os mecanismos de interação entre todos os processos mencionados são complexos,
alguns levam ao “desaparecimento” do óleo (evaporação, dispersão, dissolução e sedimentação)
e outros, como a emulsificação, com a conseqüente criação de “mousse”, promove o aumento de
sua viscosidade e, assim, de sua persistência.
A velocidade e a importância de cada processo, vai depender principalmente:
a) da quantidade e do tipo de óleo;
b) das condições meteorológicas e do estado mar; e
c) da localização do derramamento.

1.4 - PERSISTÊNCIA DO ÓLEO


Como os processos de interação do óleo com o mar e o ar não são perfeitamente
entendidos, uma avaliação de confiança envolve modelos empíricos, baseados no tipo de óleo.
Nos derramamentos de óleo, freqüentemente, é feita uma distinção entre óleos não-persistentes,
que tendem a desaparecer rapidamente da superfície do mar, e óleos persistentes que, em
contraste, dissipam-se mais lentamente e, usualmente, exigem ações de resposta com o emprego
de técnicas de contenção/recolhimento/limpeza.
Os tipos mais comuns de óleo e seus derivados são classificados, normalmente, como:
óleos persistentes: petróleo cru
óleo combustível
diesel pesado
lubrificantes

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óleos não persistentes : diesel leve


gasolina
querosene
As principais propriedades que afetam o comportamento do óleo derramado no mar são:
a) gravidade específica (sua densidade em relação à água pura, freqüentemente expres-
141,5
sa em º API, onde º API = – 131,5; além de determinar se o óleo irá flutuar
Gravidade Específica

ou não, a gravidade específica pode dar uma indicação geral das propriedades do óleo; por
exemplo, óleos com baixa gravidade específica (alto ºAPI) tendem a ser ricos em componentes
voláteis e altamente fluidos;
b) características da destilação (sua volatibilidade);
c) viscosidade (sua resistência à fluir); e
d) ponto de fluidez (temperatura abaixo da qual o óleo não flui mais).
Nos modelos empíricos de avaliação do comportamento do óleo derramado, os óleos mais
comumente transportados por navios petroleiros são classificados em 4 grupos, conforme a sua
gravidade específica, de acordo com a tabela do Anexo B – CLASSIFICAÇÃO DE ÓLEOS.
Uma vez tendo sido classificado o tipo de óleo, as suas “rates” de dissipação podem ser
previstas, conforme apresentado no gráfico a seguir:

Volume de óleo e emulsão água/óleo


remanescente na superfície do mar, como um
percentual do volume derramado.
V Grupo III
O
L
U
M
E
Grupo II
(%) Grupo I Grupo IV

0
15 30 45 60 75
90 105 10
120 135 25
150 165 180 40
HORAS 195 210 55 º API
225

Fonte: ITOPF Hand Book, 2002/2003

Desse gráfico, depreende-se que os óleos do Grupo I (não persistentes) tendem a dissipar-
se completamente, por evaporação, em poucas horas e, normalmente, não formam emulsões.
Óleos dos Grupos II e III podem perder até 40% do volume na evaporação, porém, devido
à sua tendência para formar emulsão, apresentam um aumento inicial de volume, como também
uma redução da dispersão natural, particularmente no caso dos óleos do Grupo III.

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Os óleos do Grupo IV são muito persistentes devido à sua falta de material volátil e por
possuírem alta viscosidade, o que impede tanto a evaporação como a dispersão.
A National Ocean Atmospheric Administration (NOAA) possui o software "ADIOS", no
qual podem ser recuperadas as características de até 1.000 diferentes tipos de óleo. Esse
programa faz simulações do deslocamento de mancha de óleo e pode ser "baixado" da Internet
no endereço: www.response.restoration.noaa.gov/software/adios/adios.html.
É importante entender que esses modelos (gráficos e tabelas) servem como um guia útil,
para entender como um determinado tipo de óleo irá se comportar, a fim de se avaliar a
dimensão do dano que pode ser gerado por um derramamento.
MEIA VIDA - uma maneira de descrever a persistência de um óleo é por intermédio da
meia vida, para cada grupo. A meia vida é o tempo levado para a remoção, por processos
naturais, de 50% do óleo da superfície do mar. Depois de 6 meia-vidas, pouco mais de 1% do
óleo permanecerá. Esse processo pode ser verificado na figura acima, que também leva em
conta o efeito da emulsão do volume de óleo no tempo considerado. As meia-vidas foram
selecionadas com base em observações feitas no campo e pretendem dar uma visão de como a
persistência varia de acordo com as propriedades físicas do óleo.
As condições do tempo e do clima podem influenciar a meia vida de uma mancha de óleo.
Por exemplo, em mar muito grosso, um óleo do Grupo III pode se dissipar em um intervalo de
tempo mais típico de óleo do Grupo II. Ao contrário, em condições de temperaturas frias e mar
calmo, o óleo do Grupo III pode ter uma persistência mais próxima de óleo do Grupo IV.
A tabela abaixo, baseada na publicação ITOPF, 1986, apresenta valores que incluem,
além da densidade, o ºAPI, composição, meia vida e persistência:

GRUPO DENSIDADE ºAPI COMPOSIÇÃO MEIA VIDA PERSISTÊNCIA

I < 0,80 > 45 Leve ~ 24 hs 1-2 dias

II 0,80 a 0,85 35 a 45 Leve ~ 48 hs 3-4 dias

III 0,85 a 0,95 17,5 a 35 Pesado ~ 72 hs 6-7 dias

IV > 0,95 < 17,5 Pesado ~ 168 hs > 7 dias

Por exemplo, de acordo com o Relatório da CETESB (Operação Mafra IV, 2000), o óleo
Marlin, proveniente da Bacia de Campos, é considerado pesado, persistente e classificado como
sendo do Grupo IV, tendo em vista a sua densidade = 0,9488 Kg/l e o seu grau API = 17,1.

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Dependendo do tipo de ambiente, temperatura do ar, temperatura e hidrodinamismo da


água e do volume de óleo derramado, óleos do Grupo III e IV podem permanecer de meses até
10 anos nos costões, praias ou mangues (ITOPF, 1986; IPIECA, 1991).
Um outro aspecto que tem sido mais recentemente abordado, diz respeito à toxicidade do
óleo. Por meio da metodologia desenvolvida pelo EPA (Environment Protection Agency-USA),
a toxicidade aguda é medida pelo CL50 , que é definida como a dose de uma substância que
mata 50% dos organismos no teste. Na determinação da toxicidade do óleo, a CETESB utiliza a
FRAÇÃO HIDROSOLÚVEL (FHS) do óleo, que causa a morte de 50% do organismo-teste
(microcrustáceo marinho Mysidopsis juniae), no período de 96 horas.
Na tabela abaixo, é feita a comparação de alguns tipos de óleo:

TOXICIDADE ( 96 horas)
TIPO DE ÓLEO
CL50

Marlin 23,8%

Albacora I e II 32,7 e 47,5%

Árabe pesado 58%

No caso do óleo Marlin, isso significa que 23,8% da FHS causou a morte de 50% do
organismo teste em 96 horas, ou seja, quanto menor a dose, no caso o CL50 , mais tóxico é a
substância, no caso o óleo.
Os efeitos do óleo sobre a vida marinha podem ser causados pela sua natureza física
(contaminação física e asfixia) ou pelos componentes químicos do óleo (efeitos tóxicos de seus
componentes e acumulação). Um aspecto importante nas substâncias tóxicas diz respeito à
dosagem, isto é, a proporção entre o veneno e o corpo receptor. Se injetarmos uma grama de um
veneno em uma pessoa, ela poderá morrer; se injetarmos uma miligrama, ela poderá sofrer
apenas um efeito colateral, de menor importância.
Sendo o mar um sistema aberto, com grande circulação de água, e sendo a água um
elemento excepcional para acelerar as reações químicas entre as substâncias dissolvidas, o mar
torna-se, de fato, um reator químico capaz de diminuir a toxicidade do óleo; na medida em que o
óleo espalha-se, dispersa-se, volatiliza-se e é transportado pelas correntes marinhas, a sua
toxicidade é gradualmente reduzida. O mesmo não ocorre em um lago, ou em águas abrigadas,
onde a troca de água seja reduzida.
Por essa razão, a toxicidade pode ser tratada – para fins de avaliação das consequências
advindas do derramamento de óleo – junto com sua persistência, ou de forma separada, desde
que se lance mão de valores empíricos arbitrados, os quais terão pouca base experimental.

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1.5 - VOLUME DERRAMADO


• Fórmula
O volume derramado é um dos elementos fundamentais para avaliar a dimensão do dano,
principalmente em função da área atingida pelo derramamento, pois V = A x E, onde:
V= volume em m3
A= Área em Km2
E= espessura em mm
Muitas vezes, o volume de óleo derramado é conhecido ou estimado razoavelmente, como
por exemplo, quando o tanque de óleo de um navio é perfurado em uma colisão e é conhecido o
volume de óleo existente no tanque, antes do incidente. Quando não se dispõe de informações
desse tipo, uma avaliação precisa do óleo flutuante é virtualmente impossível, devido a
dificuldade de medir-se sua espessura.
• Espessura
Na situação de não sabermos a ordem de grandeza correta da espessura da mancha de
óleo, a mesma pode ser estimada, considerando certos fatores. O óleo espalha-se rapidamente e,
a maioria dos óleos líquidos, logo atingem uma espessura média de cerca de 0,1 mm,
caracterizado por uma aparência negra ou marrom escura. Da mesma forma, a coloração do
“brilho” da mancha de óleo na superfície do mar fornece indícios do valor aproximado da
espessura da mancha (a cor do “brilho” depende do tipo de óleo, da espessura da mancha, do
ângulo de visada e das condições de iluminação).
A tabela abaixo constitui uma orientação para estabelecer-se uma relação entre a cor do
brilho, a espessura da mancha e o volume de óleo flutuante.

ESPESSURA VOLUME
COR DO APROXIMADO
TIPO DE ÓLEO APROXIMADA
BRILHO
(mm) (m3/Km2)
“Filme” Prateado 0,0001 0,1
“Filme” Irisdicente 0,0003 0,3
óleo cru e Negro /
0,1 100
óleo combustível Marrom escuro
Emulsões água/óleo
Marrom / Laranja >1 > 1000
(“mousse”)

Embora não seja possível estabelecer-se uma estimativa confiável do conteúdo de água
em uma “mousse” sem uma análise de laboratório, aceitando-se que valores entre 50% até 80%
são típicos, é possível o cálculo da quantidade aproximada de óleo, considerando que as
“mousses” mais típicas que flutuam têm 1mm ou mais de espessura. Contudo, é importante

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mencionar que a espessura da “mousse” e de outros óleos viscosos é particularmente difícil de


ser medida, tendo em vista seu pequeno espalhamento.
• Área na superfície
Para estimar a quantidade de óleo flutuante é necessário não somente medir a espessura,
mas também determinar a área e a respectiva porcentagem dessa área que está coberta por óleo
(emulsão e “filme”).
Estimativas precisas são complicadas devido à incidência de descontinuidades no
interior da própria mancha. Para evitar uma visão distorcida, é necessário olhar-se de cima para
baixo, verticalmente sobre a mancha, para avaliar-se a sua distribuição. Ou seja, em áreas
abertas, é recomendável o emprego de aeronave para o dimensionamento da mancha de óleo.
Vôos cronometrados, à velocidade constante, ou com equipamento de posicionamento de
precisão, como o GPS, podem cobrir rapidamente extensas áreas afetadas.
Por exemplo, se observamos uma mistura de “mousse” e “filme” prateada flutuando
sobre o mar, em uma operação de reconhecimento aéreo, na velocidade de 150 nós, e cobrirmos
uma área de largura e comprimento respectivamente de 30 e 60 segundos, podemos calcular a
área da mancha:
Largura: 30 (segundos) x 150 (nós) = 1,25 milhas náuticas
3600 (segundos em 1 hora)
Comprimento: 60 x 150 = 2,5 milhas náuticas
3600

A = Área = L x C = 1,25 x 2,5 = 3,125 milhas náuticas quadradas (mn2)


A = 3,125 mn2 = 10,72 Km2

Se, da aeronave, o observador estimou que 10% da área estava coberta de “mousse” e
90% estava coberta de filme, arbitrando a mistura água/óleo em 50%, podemos calcular o valor
estimado do volume de óleo derramado, considerando a tabela da pg. 1-13.
Mousse (volume) = 0,1 (10%) x 10,72 (área em Km2) x
0,50 (mistura água/óleo) x 1000
(tabela, coluna 4) = 536m3 de óleo
Filme (volume) = 0,9 (90%) x 10,72 x 0,1 = 0,96m3 de óleo.
Volume total da mancha = 536 + 0,96 = 536,96 m3.
Este exemplo serve para mostrar que embora o “filme” cubra a maior parte da área
(90%), sua contribuição ao volume total de óleo presente na mancha é desprezível, em relação ao
volume maior de "mousse". Portanto, é crucial na avaliação do volume derramado distinguir-se o
que é “filme”, óleo espesso e emulsão.

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Para estimar volume de óleo derramado em áreas abrigadas, em pequeno volume, não há
necessidade de aeronave, embora o uso do helicóptero permita uma excelente visão do incidente.
Com emprego de lancha e a carta náutica de maior escala do local, utilizando-se pontos de
referência em terra, pode-se plotar o contorno da mancha na carta náutica. Os pontos de
referência podem ser faróis, faroletes, balizas, píeres , armazéns, etc.
Em locais próximos de Serviços de Sinalização Náutica, lanchas com equipamentos
integrados para batimetria , tipo HYDRO, podem contornar todo o perímetro da mancha e, com
o emprego do “software” do próprio equipamento, calcular a extensão da área atingida.

1.6 – SENSIBILIDADE AMBIENTAL DA ÁREA ATINGIDA


• Características da área
As características da área do incidente de derramamento de óleo têm uma importância
relevante, tanto na interação de todos os processos de intemperismo, já descritos anteriormente,
como nas consequências ambientais advindas desse derramamento, em função da sensibilidade
ambiental da área atingida, representada nas Cartas de Sensibilidade Ambiental ao Óleo
(Cartas SAO) e até mesmo, parcialmente, nas cartas náuticas.
As Cartas SAO são instrumentos importantes que auxiliam a tomada de decisão nas
ações de resposta a incidentes por derramamento de óleo no mar. Definem as áreas que possuem
prioridade de proteção, além de evidenciarem as áreas costeiras e marinhas, caracterizando a
sensibilidade ambiental desses ambientais ao óleo.
• Índice de Sensibilidade do Litoral (ISL)
Percebe-se, até intuitivamente, que o efeito do derramamento de uma determinada
quantidade de óleo pesado sobre um costão rochoso liso, de alta declividade, exposto, é diferente
do efeito sobre uma área de mangue, por exemplo. Dizemos, portanto, que o mangue é mais
sensível do que o costão rochoso. Se considerarmos uma escala de 1 a 10, diríamos que o
mangue teria um valor igual a 10 e o costão rochoso exposto, 1. Vários outros tipos de costas,
com diferentes características, seriam intermediárias entre 1 e 10; esses valores são conhecidos
como Índice de Sensibilidade do Litoral (ISL).
A tabela do Anexo C corresponde ao esquema de cores adotado pelo Brasil para a
classificação do ISL, a partir de pequenas modificações de uma tabela elaborada pelo National
Ocean Atmospheric Administration (NOAA), dos Estados Unidos da América.
O Anexo D apresenta os símbolos e abreviaturas usados nas Cartas Náuticas brasileiras,
pois, na ausência de Carta SAO, a carta náutica pode dar informações importantes sobre o ISL.
Naturalmente que as cartas SAO possuem mais informações para resposta ao derramamento,
posto que além do ISL, agrega os recursos biológicos e os usos humanos dos espaços e recursos
(atividades sócio-econômicas).
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• Carta de Sensibilidade Ambiental (Carta SAO)


As Cartas de Sensibilidade Ambiental para derramamento de óleo (Carta SAO) são
utilizadas como ferramentas em 3 situações principais:
a) nos Planos de Contingência (Plano de Emergência Individual, Plano de Área,
Plano Nacional de Contingência): para priorizar as áreas a serem protegidas, estabelecer
estratégias das ações de resposta (contenção/recolhimento/limpeza) e para avaliar previamente os
meios necessários à essas ações;
b) nas ações de resposta ao derramamento: para realizar a avaliação geral dos
danos, identificar os locais especialmente sensíveis, as rotas de acesso, as áreas de sacrifício,
etc.; e
c) no Planejamento Ambiental: para avaliar os recursos que estejam em perigo,
reforçar os instrumentos políticos e administrativos de ordenamento territorial.
Na avaliação do dimensionamento do dano, considerados vários fatores, a
sensibilidade ambiental deve, obrigatoriamente, ser levada em conta, haja vista que quanto mais
sensível for o litoral, maior será o dano.
Tendo em vista a extensão das vias navegáveis interiores brasileiras, com milhares de
quilômetros e considerando que as cartas SAO se destinam a derramamentos no ambiente
marinho ou em deltas e barras de rios, para os acidentes em rios brasileiros, deve ser considerado
o índice de sensibilidade 10, pois a água do rio serve não apenas para a navegação, mas também
para a pesca, a agricultura e, em especial, para o consumo de pessoas e animais.
As Cartas SAO nacionais estão sendo elaboradas por empresas contratadas pelo
Ministério do Meio Ambiente (MMA), de acordo com a publicação "Especificações e Normas
Técnicas para a Elaboração de Cartas de Sensibilidade ao Óleo", editada pelo MMA em 2002.
Essa publicação encontra-se disponível no "site" da DPC, na página das Normas Técnicas do
Meio Ambiente, na INTRANET.
As cartas SAO estão sendo confeccionadas tendo como referência as bacias
sedimentares (Bacia de Campos, Bacia Potiguar, Bacia do Foz do Amazonas, etc.), totalizando
16 bacias sedimentares, de acordo com um Plano Cartográfico Nacional, e abrangendo 3 níveis
de escala:
Cartas Estratégicas (abrangência regional, bacia marítima), de pequena escala;
Cartas Táticas (todo o litoral da bacia), de média escala; e
Cartas Operacionais (locais e alto risco/sensibilidade), de grande escala.
O Plano Cartográfico Nacional para as Cartas SAO, bem como três exemplos de Cartas
SAO (Estratégica, Tática e Operacional) encontram-se disponíveis na INTRANET, no "site" da
DPC, na página das Normas Técnicas de Meio Ambiente.

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• Disponibilidade das Cartas SAO


O primeiro trecho a ser elaborado corresponde à Bacia Potiguar-Ceará. À medida que o
MMA disponibilizar essas cartas, as mesmas deverão ser consultadas pelas OM envolvidas com
o auto de infração. Não estando disponíveis as cartas SAO, a Sensibilidade do Litoral deverá ser
estabelecida na carta náutica de escala mais representativa da área atingida, inserindo-se o
esquema de cores previstos no Anexo C e uma transcrição sintética da característica: mangue,
coral, praia de areia fina, costão rochoso etc. É provável que um mesmo trecho do litoral possa
apresentar características distintas. Nesse caso, as características de maior sensibilidade serão
aquelas a serem plotadas. As informações necessárias para essa caracterização poderão ser
obtidas com fotografias da área atingida e seu entorno por meio do emprego de helicóptero ou
lancha.

1.7 – COMO AVALIAR A DIMENSÃO DO DANO


• Classificação das descargas
Todos os conceitos, informações técnicas sobre a interação do óleo com o mar e ar, os
aspectos de cada processo e sua interação, o tipo de óleo, a quantidade derramada e a
sensibilidade do local atingido nos leva a estabelecer a dimensão do dano, não em termos de
dimensão física, embora importante, mas em termos que nos permita afirmar com segurança,
considerando todas essas variáveis, qual a graduação desse dano: gravíssimo, muito grave,
médio, pequeno, muito pequeno e por que deve ser assim considerado.
Embora o dano não corresponda ao valor numérico da quantidade de óleo derramado, é
importante observar que, de acordo com a Resolução CONAMA nº 293/2001, as descargas de
óleo nas AJB são assim classificadas:
• pequenas: volume derramado até 8m³
• médias: volume derramado de 8m3 a 200m3
• grandes: volume derramado acima de 200m3 ("descarga de pior caso")
Já o ITOPF (The International Tanker Owners Pollution Federation Limited) faz a
seguinte classificação:
• pequenas descargas: até 7 m3.
• médias descargas: de 7 a 700 m3.
• grandes descargas: acima de 700 m3.
Ressalta-se que, segundo dados divulgados pela ITOPF, de 10.000 derramamentos de
óleo por navios e balsas, aproximadamente 85% são de descargas consideradas pequenas.
Nesta NORTAM, são adotados os valores de classificação das descargas aprovadas pela
Resolução CONAMA nº 293/2001.

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• Dados a serem considerados na avaliação da dimensão do dano


Os dados fornecidos pelas CP, Del ou AG através do formulário "INFORMAÇÕES
PARA ELABORAÇÃO DO LTA", que constitui o Anexo F, constituem os subsídios para a
elaboração do Laudo Técnico Ambiental.
O formulário visa abranger todos os tipos de incidentes ambientais com derrames de
óleos/derivados de navios, plataformas e suas instalações de apoio; contudo, as informações
descritas abaixo devem constar, em todas as ocorrências.
a) identificação do infrator, se conhecido;
b) local de ocorrência do incidente ambiental (anexar: fotografias e cópia da carta
náutica ou equivalente, assinalando o local do incidente e as áreas atingidas, mostrando a(s)
embarcação(ões), plataforma(s) ou sua(s) instalação(ões) de apoio, em ângulos que possibilitem
sua identificação; a localização do material lançado em relação à(s) embarcação(ões),
plataforma(s) ou sua(s) instalação(ões) de apoio; a avaliação das dimensões da extensão poluída
e locais de bordo por onde haja indícios de ter sido lançado ou escorrido o óleo ou mistura
oleosa).
c) descrição do incidente ambiental, com um breve histórico, informando os indícios da
provável causa do incidente; as medidas que foram adotadas para conter e recolher o óleo
derramado, a quantidade de óleo que se estima ter sido recolhida, o tempo decorrido entre o
derramamento e a resposta inicial, bem como a instituição que coordenou as ações de resposta.
d) identificação do óleo e seus derivados; como foi obtido o volume de óleo
derramado, se é estimado ou preciso, se corresponde a grande, média ou pequena descarga; se foi
obtido por testemunha, sondagem dos tanques, livro de óleo, etc.; a extensão estimada de área
atingida pelo óleo derramado em Km2, informando como obteve essa informação (se com o
emprego de helicóptero, embarcações ou por informação de testemunha);
e) condições ambientais, danos ambientais e socioeconômicos observados; e
f) outras informações que possam melhorar o entendimento sobre o incidente, pelo
analista que vai elaborar o LTA.

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NORTAM-09/DPC

CAPÍTULO 2
CONSEQUÊNCIAS ADVINDAS DA INFRAÇÃO

2.1 - EFEITOS DO DERRAMAMENTO DE ÓLEO


Um derramamento de óleo pode causar sérios impactos econômicos nas atividades
costeiras e naquelas que exploram os recursos do mar. Na maioria dos casos, esses danos são
temporários e causados, principalmente, porque as propriedades físicas do óleo possuem
capacidade de criar condições inconvenientes e perigosas.
O impacto na vida marinha é composto pela toxicidade e pelos efeitos da contaminação
resultante da composição química do óleo, como também pela diversidade e variabilidade dos
sistemas biológicos e de sua sensibilidade à poluição por óleo.
A extensão do dano causado por um derramamento nem sempre reflete a quantidade de
óleo derramado. Pouco óleo em uma área sensível pode causar um dano muito mais
considerável, do que uma grande quantidade de óleo em um litoral rochoso e desolado, ou em
mar aberto.

2.2 - IMPACTO DO ÓLEO NAS ATIVIDADES COSTEIRAS


2.2.1 - ATIVIDADES RECREATIVAS
• Impacto visual
A contaminação de áreas de lazer na costa é uma característica comum de vários
derramamentos de óleo, que levam intranqüilidade ao público e interferem nas atividades
recreativas, como: banho de mar, velejar, navegar, pescar e mergulhar. Proprietários de hotéis,
restaurantes e outros estabelecimentos ou prestadores de serviços, que ganham a vida atendendo
aos turistas, também podem ser afetados.
Devido ao impacto visual, óleos persistentes e seus resíduos causam profundo transtorno e
preocupação, com o seu maior efeito ocorrendo pouco antes ou durante o período de verão.
Os distúrbios em áreas costeiras com atividades recreativas, devido a uma simples mancha
de óleo são, relativamente, de curta duração e qualquer efeito no turismo é uma questão de
restabelecer-se a confiança do público, uma vez que a operação de limpeza esteja terminada.

2.2.2 - INDÚSTRIA
• Estações geradoras
As indústrias que dependem de contínuo suprimento de água do mar de resfriamento
podem vir a ser afetadas, adversamente, por um derramamento de óleo. As plantas geradoras de
energia, em particular, são freqüentemente construídas junto à costa, de modo a terem acesso aos
grandes volumes de água de que necessitam para resfriamento de suas unidades. Se quantidades
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NORTAM-09/DPC

substanciais de óleo forem admitidas no seu sistema de resfriamento, pode ocorrer a


contaminação dos tubos do condensador, ocasionando uma redução do fluxo de água ou a
obstrução completa desses tubos, com a interrupção da operação da unidade, até que uma
limpeza seja feita.
• Estaleiros e portos
Estaleiros, com carreiras ou dique seco para construção e reparo naval, podem ser afetados
por derramamento de óleo, causando danos à superfície não pintada dos navios, ou recentemente
pintada, além de criar riscos aos trabalhadores. Pode ocorrer interferência com o transporte
marítimo, em decorrência de derramamento de óleo e operações de limpeza, particularmente
quando ocorrem nos portos ou em suas proximidades. A instalação de barreiras ou o fechamento
de comportas para a contenção do óleo (como seria o caso na Hidrovia Tietê-Paraná), pode
causar prejuízos ao tráfego aquaviário. A contaminação direta do cais e dos cabos de amarração
dos navios, com resíduos oleosos e lixo flutuante agregado, é uma ocorrência comum, nos
incidentes de derramamento de óleo.
• Perigo de incêndio
Outras atividades rotineiras do porto, como a operação de “ferry” (tráfego Rio-Niterói, por
exemplo) podem ser prejudicadas, principalmente depois de um derramamento de óleo cru leve,
gasolina ou outro material inflamável. O uso de equipamentos de solda ou outros equipamentos
que gerem fagulha deve ser suspenso, enquanto persistir o perigo de incêndio. Por essa razão,
mesmo um pequeno derramamento, quando ocorrido em um porto movimentado, pode ter
repercussões consideráveis.

2.3 - EFEITOS BIOLÓGICOS DO ÓLEO


• Considerações
Os efeitos do óleo sobre a vida marinha podem ser causados pela sua natureza física
(contaminação física e asfixia), ou pelos componentes químicos do óleo (efeito tóxico e
acumulação que levam o organismo à deterioração). A vida marinha pode ser também afetada
pelas ações de resposta ao derramamento ou, indiretamente, pelos danos físicos ao habitat no
qual essas espécies vivem.
• Mudanças naturais
Populações de plantas e de animais marinhos estão sujeitas à considerável flutuação natural
no número de indivíduos, devido, por exemplo, a mudanças no clima, nas condições
hidrográficas ou na disponibilidade de alimentos. Portanto, a composição das espécies e a
estrutura de idade das várias populações, dentro de um habitat marinho em particular, estão
longe de apresentar valores constantes, pelo contrário, estão sempre em um estado de equilíbrio

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NORTAM-09/DPC

dinâmico. Por esta razão, é extremamente difícil avaliar os efeitos de um derramamento de óleo e
distinguir se as mudanças foram causadas pelo óleo ou pela mencionada natural variabilidade.
• Perdas naturais
Os diferentes estágios da vida de uma espécie podem mostrar tolerâncias e reações
bastantes diferentes em relação à poluição por óleo. Normalmente, os ovos, as larvas e os
estágios juvenis serão mais suscetíveis que os adultos. Todavia, muitas espécies marinhas
produzem um número muito grande de ovos e larvas para superar perdas naturais. Isso resultará
que menos de 1, em 100.000 ovos ou larvas, chegará a maturidade, porém o excesso de produção
provê uma reserva para compensar qualquer perda extrema devido as condições locais adversas.
Este fato torna pouco provável que qualquer perda localizada de ovos ou larvas, causada
por derramamento de óleo, tenha um efeito que possa ser observado sobre a dimensão, ou a
saúde, das populações futuras das espécies atingidas.
• Recuperação
A capacidade das populações de plantas e animais se recuperarem de um derramamento de
óleo e o tempo necessário para que o equilíbrio do habitat seja restabelecido depende da
gravidade e duração do transtorno, bem como do potencial de recuperação das espécies
atingidas.
Organismos abundantes e com alta mobilidade nos estágios jovens, produzidos em grandes
números, podem repopulacionar a área rapidamente, quando as condições prévias ao
derramamento são restauradas, enquanto que populações mais velhas, espécies de lento
amadurecimento, com baixas “rates” reprodutivas, podem demorar anos para recuperar seus
números e estrutura de idade. De uma maneira geral, as espécies se recuperam mais rapidamente
nas regiões tropicais do que nas regiões frias.
• Restauração
Embora seja possível restaurar as características físicas de um habitat atingido por óleo,
para a situação anterior ao derramamento, a extensão em que essa recuperação biológica pode ser
estimulada é bastante limitada. Mesmo que a limpeza de mangues e costas pantanosas e o
replantio de espécies locais possam ser viáveis em algumas situações, muito cuidado dever ser
exercitado para garantir que a área não seja fisicamente danificada, pois um processo de limpeza
pode ser ainda mais destrutivo, a longo prazo, do que a perda momentânea da vegetação. A
recolocação de animais é praticamente impossível e, embora algumas espécies possam ser
reproduzidas e soltas no ambiente, ou mesmo ser transportadas de áreas não atingidas (ex: certas
espécies de pássaros, mamíferos, répteis, e peixes), é altamente improvável que tais programas
venham a acelerar a recuperação natural de um complexo habitat marinho.

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NORTAM-09/DPC

2.4 - IMPACTO DO ÓLEO EM HABITATS MARINHOS ESPECÍFICOS


• Considerações
São comentados, a seguir, os impactos potenciais dos derramamentos de óleo sobre
habitats marinhos selecionados. Dentro de cada habitat prevalece uma grande variedade de
condições ambientais distintas e, freqüentemente, não existe uma divisão clara entre um habitat e
outro.

2.4.1 - Águas abertas e leito do mar


• Plâncton
Plâncton é o termo aplicado para pequenas plantas e animais flutuantes, transportados
passivamente pelas correntes marítimas e de marés, nas camadas superiores do mar. O plâncton
forma a base da cadeia alimentar no mar e inclui os estágios jovens de peixes, mariscos e muitos
animais que vivem no leito do mar.
Sua sensibilidade à poluição por óleo tem sido demonstrada experimentalmente. Em mar
aberto, a rápida diluição do óleo naturalmente disperso e seus componentes solúveis, como
também a mortalidade natural do plâncton e sua distribuição irregular no mar, comparável a
"remendos", tornam pouco provável a ocorrência de efeitos significativos.
• Peixes e mamíferos
Grandes animais nadadores, tais como lulas, peixes, tartarugas, baleias e golfinhos são
altamente móveis e raramente são afetados em águas abertas, mesmo em maiores
derramamentos. Em águas costeiras, alguns mamíferos marinhos como focas e répteis, tais como
tartarugas, podem ser particularmente vulneráveis aos efeitos adversos da poluição por óleo,
devido a sua necessidade de vir à superfície para respirar e sair da água para procriar.
Peixes adultos que vivem nas águas próximas à costa e peixes juvenis, que vivem em
berçários nas águas rasas, também podem sofrer risco de exposição ao óleo dissolvido ou
disperso.
• Bentos
Plantas e animais que vivem agregados ao fundo do mar (bentos) também formam uma
importante parte da cadeia alimentar e, em águas próximas à costa, muitos desses animais
(mariscos) e algumas algas são explorados comercialmente. Os riscos das manchas de óleo na
superfície afetarem o fundo do mar é mínimo, mas em águas rasas, gotas de óleos podem chegar
ao fundo, particularmente durante o período de mar grosso.
Óleos crus recentes e produtos leves refinados, com uma alta proporção de componentes
tóxicos, podem causar dano local nos bancos de algas e em vários outros animais, como
mexilhão, ouriço do mar e vermes. A incorporação do óleo aos sedimentos pode levar um tempo
de residência, de vários anos, em áreas localizadas, com a possibilidade de efeitos sub-letais e de
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NORTAM-09/DPC

estragar espécies comerciais. O óleo submetido ao mau tempo pode acumular partículas de
sedimentos e afundar, especialmente depois de estacionar em praias, havendo a possibilidade de
causar danos às espécies bênticas.

2.4.2 - Águas do Litoral e área adjacente


• Litoral
A linha da costa, mais do qualquer outra parte do ambiente, está exposta aos efeitos do
óleo flutuante. O impacto pode ser particularmente grande em locais onde grandes áreas de
pedra, areia e lama são descobertas na baixa-mar. Enquanto que os animais e plantas, que vivem
na faixa entre marés, são capazes de suportar exposição de curto prazo a condições adversas, eles
podem ser mortos pelos componentes tóxicos do óleo ou serem asfixiados por óleos e emulsões
viscosas submetidas ao intemperismo. Os animais podem, também, ser narcotizados pelo óleo,
de tal maneira que se desprendem das rochas ou emergem de suas tocas, tornando-se suscetíveis
aos predadores ou lançados pelas ondas em áreas nas quais não conseguem sobreviver.
A recolonização da linha da costa pelas plantas e pela espécie animal dominante pode ser
rápida: sobre as rochas, o estágio ocorre, normalmente, com o restabelecimento de algas, seguido
de um retorno mais lento das espécies que delas se alimentam. Contudo, o completo
reestabelecimento do equilíbrio natural de uma linha de costa poluída por óleo, em situações
extremas, pode levar vários anos.
• Mangues
Nas regiões tropicais, florestas de mangues são amplamente distribuídas e substituem
pântanos salgados em costas abrigadas e estuários. Os manguezais possuem raízes respiratórias
complexas, acima de uma superfície de lama organicamente rica e pobre em oxigênio, na qual
eles vivem. O emaranhado de raízes e sedimentos retidos criam hábitos propícios aos peixes,
camarões, caranguejos, ostras, caramujos, mexilhões e outros animais que vivem, direta ou
indiretamente, dos nutrientes das folhas que caem dos manguezais. Os manguezais também
fornecem alimento e abrigo às larvas e filhotes de peixes e camarões de importante valor
comercial. A pesca nos riachos e canais de drenagem e a captura de mariscos e caranguejos, do
meio das raízes de suporte, sustentam as comunidades locais em nível de subsistência.
O óleo pode bloquear as passagens de ar para as raízes das árvores de mangues, ou
interferir com seu balanço de sal, causando a queda das suas folhas e a morte das árvores. Os
sistemas de raízes podem ser danificados pelo óleo que penetrar na vizinhança de tocas de
animais e o efeito pode persistir por algum tempo, inibindo a recolonização por brotos de
mangue. Os efeitos a longo prazo nos animais será um pouco menos severo.

- 2-5 -
NORTAM-09/DPC

• Corais
Recifes de corais em formação são encontrados ao largo da maioria das costas e ilhas
tropicais, em águas mornas e rasas, de salinidade e claridade adequadas. Os corais crescem nos
locais calcificados pelos resíduos de colônias de corais mortos, os quais formam projeções,
grutas e outras irregularidades, que são habitadas por uma rica variedade de peixes e outros
animais. Pelo lado de terra dos recifes, uma lagoa com baixa energia ambiental é sempre
encontrada, usualmente com fundo de areia e com vegetação de fundo, protegida pelo arrecife de
fora. Se os corais forem destruídos, os arrecifes por si mesmos ficam sujeitos à erosão das ondas.
Recifes de corais estão geralmente submersos e apenas se forem brevemente expostos, na
maré baixa, é que se tornam vulneráveis a serem atingidos pelo óleo, presente na superfície da
água. Por causa da turbulência e da ação das ondas características dos recifes, os corais podem
ser expostos a gotículas de óleo, dispersas naturalmente. Os efeitos do óleo nos corais e na sua
fauna associada são fortemente determinados pela proporção dos componentes tóxicos do óleo,
pela duração da exposição ao óleo, tanto quanto pelo grau de outros fatores estressantes.
Observações de corais contaminados com óleo sugerem que outros efeitos sub-letais podem
ocorrer, como a modificação de processos reprodutivos, comportamentos anormais e redução ou
suspensão do crescimento. A maioria dos efeitos é temporário, mas efeitos similares na fauna
associada dos recifes podem ter maiores repercussões, tendo em vista que os animais afetados
podem ser arrastados da proteção dos recifes, pelas ondas e correntes marinhas.
• Pássaros
Os pássaros que se congregam em grande número no mar ou na costa para reprodução,
alimentação ou muda, são particularmente vulneráveis à poluição por óleo. Eles incluem atobás,
gaivotas, andorinhas do mar, cormorans e uma grande variedade de outras espécies. Os pássaros
que mergulham para se alimentar podem ser afetados. Embora o óleo ingerido pelos pássaros
durante o mergulho em vôo possa ser letal, a causa mais comum de morte é pelo
abafamento/afogamento, inanição e perda da temperatura corporal, ocasionadas pelos danos à
plumagem pelo óleo. As penas com óleo perdem suas propriedades de impermeabilidade e
isolamento.
São muitos os exemplos de manchas de óleo causando ampla mortalidade de pássaros no
mar, levando preocupação à sobrevivência de populações. Muitos pássaros marinhos, que
habitualmente têm vida longa, passam a apresentar maturidade atrasada e baixa velocidade de
reprodução. Esses fatores, considerados juntos, impedem uma rápida recuperação das aves
marinhas. Entretanto, pesquisas recentes indicam que nem todos os pássaros maduros procriam
num dado tempo, e que esses indivíduos formam uma reserva, para a recolocação de pássaros
mortos. A mortalidade causada por derramamento de óleo pode não ser portanto, um impacto

- 2-6 -
NORTAM-09/DPC

detectável nas populações locais das aves marinhas, exceto, possivelmente, no caso de colônias
isoladas, com potencial limitado de recolonização por aves de outras localizações geográficas.
A limpeza e reabilitação de aves contaminadas por óleo requer pessoal treinado e,
inevitavelmente, causa considerável sofrimento aos pássaros. Embora os pássaros possam ser
salvos individualmente, a razão para a limpeza dos pássaros é normalmente baseada mais no bem
estar do animal, do que qualquer expectativa de promover a recuperação das populações de aves,
exceto no caso de espécies ameaçadas.

2.5 - IMPACTO DO ÓLEO NA PESCA E MARICULTURA


Um derramamento de óleo pode danificar diretamente barcos e equipamentos usados para
capturar ou cultivar espécies marinhas. Equipamentos flutuantes e armadilhas fixas, que se
estendem por sobre a superfície do mar, são mais passíveis de serem contaminadas pelo óleo
flutuante, enquanto que redes submersas, covus, linhas e redes de arrasto, estão usualmente
protegidas, desde que não sejam içadas em uma superfície marinha oleosa. No entanto,
ocasionalmente, elas podem ser afetadas por óleo submerso.
Ocasionalmente, são relatadas reduções na pesca de peixes, crustáceos e outros organismos
marinhos após um derramamento de óleo. Quase sempre, é devida à uma redução do esforço de
pesca, embora, em raras ocasiões, mortalidades ocasionais podem ser causadas por contaminação
física, ou contato próximo, a um derramamento recente de óleo em águas rasas, com uma troca
pobre de águas. Algumas vezes é sugerido que estoques de peixes e crustáceos serão esvaziados,
por alguns anos, após um derramamento, devido a danos em ovas e larvas. No entanto,
experiências de grandes derramamentos de óleo mostraram que a possibilidade de tais efeitos, a
longo prazo, são remotas, uma vez que a super produção normal de ovas provê um reservatório
para compensar quaisquer perdas localizadas.
Matérias-primas cultivadas, como peixes em gaiolas, estão mais em risco num
derramamento de óleo: seus mecanismos naturais de defesa são inibidos, além da oleosidade nos
equipamentos de cultivo poder ocasionar uma fonte prolongada de insumo de componentes de
óleo e de contaminação dos organismos. A cultura de algas marinhas é particularmente
vulnerável em áreas de marés, uma vez que podem se contaminadas com óleo nas marés baixas.
As algas cultivadas suspensas, em águas profundas, a partir de superfícies flutuantes, estão
melhor protegidas.
É comparativamente fácil determinar mortalidades por derramamento de óleo em estoques
cultivados de tamanho conhecido. As perdas podem ser quantificadas, comparando-se à
produção pós-derramamento, com campos e valores de mercado de anos anteriores ou de áreas
adjacentes não afetadas. No caso de espécies de ocorrência natural, a verificação é
freqüentemente mais difícil, uma vez que avaliações precisas dos estoques são impossíveis e
- 2-7 -
NORTAM-09/DPC

quaisquer indivíduos mortos podem ser consumidos por animais que comem carniça. Estatísticas
de pesca por redes são raramente detalhadas, de forma a permitir verificar que qualquer declínio,
devido a um derramamento de óleo, possa ser isolado de mudanças trazidas por outros fatores,
como esforços de pesca variáveis e flutuações naturais no tamanho do estoque.
Um derramamento de óleo pode causar perda de confiança no mercado, uma vez que o
público pode não desejar comprar produtos marinhos da região, independente de tais produtos
estarem contaminados. Devido às sérias conseqüências econômicas advindas das perdas nas
vendas, cuidados consideráveis são freqüentemente tomados para impedir que peixes e
crustáceos contaminados cheguem ao mercado. Idealmente, isto deve envolver a coleta de
amostras e a realização de testes toxicológicos por pessoal qualificado, na ocasião do
derramamento. Para eliminar o efeito de avaliações subjetivas, os testes devem estabelecer
corretamente a ausência e presença de contaminação, em controles limpos e deliberadamente
oleosos, respectivamente. Estas amostras de controle devem ser introduzidas junto às amostras
de teste, de uma maneira aleatória de forma a não dar pistas ao provador. Deve ser feito um
número de testes repetidos, por cada provador, para assegurar que os resultados sejam
estatisticamente significantes.
Podem ser impostas proibições à pesca e à coleta de produtos marinhos, após um
derramamento, tanto para impedir a venda de pescado contaminado no mercado, quanto para
proteger da contaminação equipamentos e redes de pesca. A área coberta pela proibição deve ser
diretamente relativa ao local e à extensão da mancha de óleo, e a justificativa para sua
manutenção revista freqüentemente, tendo em vista a posição do óleo flutuante e dos resultados
dos testes de provas. Tais proibições devem ser mantidas enquanto o óleo estiver presente, mas
não devem se estender além do tempo necessário. A criação de espécies cultivadas sempre segue
uma agenda rigorosa e atrasos podem se mostrar contraproducentes se o crescimento for
prejudicado e a colheita subseqüente, como resultado, for pobre.

2.6 - OPERAÇÃO DE RESPOSTA AO DERRAMAMENTO


As conseqüências advindas de um incidente de derramamento de óleo nas águas poderão
ser minimizados se houver uma rápida ação de resposta, envolvendo equipamentos adequados
prontos a serem utilizados e recursos humanos bem adestrados. Quanto mais rápida a resposta,
melhores serão os resultados.
Nos portos, terminais e estaleiros nacionais já existem os Planos de Emergência
Individuais, que agrupados em um Plano de Área podem dar uma resposta imediata ao incidente.
O rápido acionamento dos meios de resposta em águas interiores e costeiras possibilitam o
recolhimento de grande parte do óleo derramado. O mesmo já não ocorre em alto mar, onde as

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NORTAM-09/DPC

ondas dificultam o lançamento de barreiras e diminuem a sua eficácia, e a ação dos ventos, junto
com as ondas, estimulam o espalhamento e a formação de “mousse”.
Em alto mar, incidentes envolvendo navios-tanques transportando óleo pesado têm as
piores consequências quando a mancha é empurrada em direção à costa. Nos recentes casos do
NT “Erika” (na França) e do NT “Prestige” (na Espanha), apenas cerca de 15% do óleo
derramado foi recolhido. Em situações como essas, parece não haver dúvida que a melhor linha
de ação corresponde ao imediato emprego de dispersantes.
Quanto aos derivados de óleo leve, como querosene, gasolina e óleo diesel leve, devido a
sua alta razão de evaporação, normalmente não é feita operação de recolhimento, apenas ações
de contenção e subseqüente espera até sua evaporação completa. Naturalmente que, nesses casos,
as consequências adversas ao meio ambiente serão muito reduzidas.

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NORTAM-09/DPC

CAPÍTULO 3
LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL

3.1 - CONCEITO
O Laudo Técnico Ambiental (LTA) é um documento redigido por uma pessoa, ou por
pessoas, de nível superior, conhecedoras do assunto e que preencham os requisitos constantes do
item 4.2 desta norma, que deverão analisar todos os dados que receberam ou coletaram, em
determinado incidente de derramamento de óleo. O LTA deverá descrever, de forma sucinta e
completa, a dimensão do dano ambiental e as conseqüências advindas do incidente,
estabelecendo a sua gravidade. O LTA deverá subsidiar a autoridade que autuou o infrator,
quanto à valoração da multa a ser aplicada, dentro do princípio da razoabilidade.

3.2 - INFORMAÇÕES DO INCIDENTE


O primeiro representante da Autoridade Marítima que chegar ao local do incidente de
derramamento de óleo, fará todas as anotações, tirará fotografias, arregimentará testemunhas do
fato (2 no mínimo), preencherá o formulário de Comunicação do Incidente (Anexo E), o
formulário de INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO LTA (Anexo F), de forma
inequívoca, seguindo as orientações dessa Norma e da NORTEC-07.
Essas informações se destinam, precipuamente, à elaboração do LTA, mas poderão
também servir para a elaboração do Auto de Infração.
Algumas dessas informações poderão ser coletadas, também, no dia seguinte ao
derramamento, até com o objetivo de torná-las mais precisas.
O formulário do Anexo F – INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO LTA – deverá
ser empregado em todos os incidentes de derramamento, devendo ser assinado por um
Oficial/Praça ou Servidor de Nível Superior/Nível Médio, responsável pelo seu preenchimento e
pelo Responsável pela OM (CP, DL ou AG). Pode haver situações em que nem todas as
informações estejam disponíveis. Nessas situações, deverá ser colocado um traço no respectivo
item do formulário.

3.3 - FORMATO E ASSINATURA


A legislação não prescreve a forma como o LTA deve ser apresentado. Alguns requisitos,
no entanto, devem ser atendidos:
• elaborado por escrito (manuscrito ou datilografado);
• assinado pelo autor ou autores; e
• completo, claro e limitado ao incidente.
Um LTA deve conter 3 fases: situação do incidente, análise e conclusões.
- 3-1 -
NORTAM-09/DPC

Na “SITUAÇÃO”, o autor descreve o histórico do incidente, a hora, o local, a embarcação


envolvida, o tipo de óleo derramado, como a Capitania (Delegacia ou Agência) foi informada, a
que horas e por quem. Qual servidor da Capitania compareceu ao local do incidente, com lancha
ou viatura, quais as providências que estavam em andamento, se foi feito autuação, quem foi
autuado e qualquer outra informação que auxilie o entendimento do incidente e suas
consequências.
Na “ANÁLISE”, o autor, de forma metódica e racional, com base nos dados recebidos,
relativos ao formulário do Anexo F desta NORTAM, aplica os conceitos constantes dos
capítulos 1 e 2, avaliando a dimensão do dano e as conseqüências ambientais advindas do
incidente.
Nas “CONCLUSÕES”, o autor aponta o responsável pelo dano ambiental, ou os suspeitos
desse dano, e a gravidade do incidente, conforme classificação abaixo:
• dano ambiental gravíssimo;
• dano ambiental muito grave;
• dano ambiental grave;
• dano ambiental pouco grave; e
• dano ambiental insignificante.

O Anexo G apresenta um exemplo simplificado hipotético de Laudo Técnico Ambiental,


para servir como orientação para a sua elaboração.

- 3-2 -
NORTAM-09/DPC

CAPÍTULO 4
COMPETÊNCIA PARA ELABORAR O LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL E
PROCEDIMENTOS

4.1 - FORMULAÇÃO DE INFORMAÇÕES


Os procedimentos gerais a serem adotados pelo Agente da Autoridade Marítima para a
coleta de informações do incidente de derramamento de óleo e seus derivados estão descritos no
Capítulo 5 e item A do Anexo 5-A da NORTEC-07.
Nesta Norma serão detalhados os procedimentos para a aquisição das informações
necessárias para subsidiar o Laudo Técnico Ambiental.
O formulário do Comunicado Preliminar de Incidente de Derramamento de Óleo e
Derivados em Águas Jurisdicionais Brasileiras, Anexo E desta norma e Anexo 1 da Portaria Nº.
24/IBAMA, é a comunicação inicial do incidente aos órgãos competentes, previsto na legislação.
Deverá ser preenchido pelo primeiro Oficial/Praça, ou Servidor Civil de Nível Superior/Nível
Médio da CP, DL, AG, que chegar ao local do incidente e que esteja envolvido funcionalmente
com inspeções e vistorias. Após autenticação pelo Agente da Autoridade Marítima, deverá ser
encaminhado à DPC e ao IEAPM por meio de FAX. Também deverão ser enviados ofícios com
cópias deste formulário ao IBAMA Regional, Órgão Ambiental Estadual e Agência Nacional do
Petróleo – ANP (Agência Regional ou Nacional no caso de não haver a Regional).
A mensagem (MSG) prevista no item 3 alínea c do Anexo 5-A da NORTEC-07 também
deve ser enviada.
O formulário de informações, que constitui o Anexo F desta NORTAM, é o documento
essencial para a elaboração do Laudo Técnico Ambiental (LTA). Quanto mais completo for esse
formulário, mais instrumentos terá o analista ambiental para elaborar um LTA de boa qualidade.
O formulário "INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO LTA" também deverá ser
preenchido pelo primeiro Oficial/Praça, ou Servidor Civil de Nível Superior/Nível Médio da CP,
DL, AG, que chegar ao local do incidente. Preenchido o formulário, o mesmo deverá ser
encaminhado para a Diretoria de Portos e Costas (DPC), Gerência de Meio Ambiente, com cópia
ao IEAPM.
O LTA deverá ser elaborado pela DPC ou IEAPM, podendo haver necessidade de análises
laboratoriais no IEAPM ou em outros laboratórios, conforme o caso. As análises que se fizerem
necessárias à obtenção das informações requeridas pelo item 5 do Anexo F, serão realizadas pelo
IEAPM, de acordo com as normas da NORTAM-01, por meio de encaminhamento das amostras
pela CP, DL ou AG envolvida. A DPC poderá solicitar, também, àquele Instituto informações
adicionais que contribuam para a avaliação das dimensões do dano e das conseqüências
ambientais advindas do acidente. Como previsto na NORTAM-01, poderá haver situações em
- 4-1 -
NORTAM-09/DPC

que não se fará necessária a coleta de amostras, por exemplo, quando o poluidor e o poluente
forem conhecidos por meio de flagrante, testemunha ou confissão.

4.2 - REQUISITOS PARA O EMISSOR DO LAUDO


4.2.1 – ESPECIALIDADES PREFERENCIAIS PARA O ANALISTA AMBIENTAL
O LTA deverá ser assinado por mais de um analista ambiental, principalmente quando
ocorrerem graves danos ambientais decorrentes do incidente de derramamento. Estará
credenciado para a emissão do LTA o militar ou servidor civil, que preencha os seguintes
requisitos:
a) ser graduado ou pós-graduado em uma das seguintes especialidades, em cursos
reconhecidos pelo Ministério da Educação:
• oceanografia
• biologia marinha
• química e engenharia química
• geologia marinha
• geofísica marinha
• engenharia oceânica
• gestão ambiental
• engenharia do meio ambiente;
b) ter mais de 2 anos de formado; e
c) estar inscrito no Cadastro Técnico Federal, do IBAMA.

4.2.2 – PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS


O LTA poderá ser também emitido por profissionais de outras especialidades que tiverem
trabalhado, efetivamente, mais de dois anos na área de meio ambiente.

4.2.3 – ASSINATURA DO LTA


Nas médias e grandes descargas de óleos, assim definidas no item 1.7 desta NORTAM, o
LTA será elaborado por um analista e verificado por um segundo analista. Ambos devem assinar
o LTA. Esse procedimento também é desejável nas descargas pequenas, embora o LTA, nessa
situação, possa ser assinado por apenas um analista.

- 4-2 -
NORTAM-09/DPC

ANEXO A
Portaria do IBAMA de Credenciamento da DPC e IEAPM para
Emissão de Laudo Técnico Ambiental
Publicada no D.O.U. em 05 de abril de 2007, Seção 1, páginas 90 e 91

-A1-
NORTAM-09/DPC

ANEXO B

CLASSIFICAÇÃO DE ÓLEOS
Os diversos tipos de óleo, desde o petróleo cru pesado aos combustíveis leves,
podem ser classificados conforme sua gravidade específica.
GRUPO 1 GRUPO 3 (Petróleos médios)
Gravidade Específica < 0.8 (ºAPI>45) Gravidade Específica 0.85 – 0.95
Gasolina (ºAPI 17.5 – 35)
Nafta Alto ponto de fluidez Baixo ponto de
Querosene > 5ºC** fluidez
Diesel Leve Bakr Arabian Light
GRUPO 2 (Petróleos leves) Belayim (marine) Arabian Medium
Gravidade Específica 0.8 – 0.85 Cabinda Arabian Heavy
(ºAPI 35 – 45) ElMorgan Buchan
Alto ponto de fluidez Baixo ponto de Mandji Champion Export
> 5ºC* fluidez Soyo Flotta
Argyll Abu Dhabi Suez Mix Forcados
Amna Berri Trinidad Forties
Arjuna Beryl Zaire Iranian Heavy
Auk Brass River Khafji
Bass Straight Brega Kuwait
Beatrice Brent Spar Maya
Bunyu Ekofisk Nigerian Medium
Cormorant Kirikuk Tia Juana Light
Dunlin Kale Marine
Escravos Montrose Óleo Combustível
Médio
Ed Sider Murban
Gippsland Mix Murchison *Esses óleos estariam no Grupo III, no
Lucina Qatar Marine caso de temperaturas acima de seu
Nigerian Light Saharan Blend ponto de fluidez. À temperaturas mais
Ninian Sirtica baixas, passariam ao Grupo IV.
Qua Iboe Statfjord GRUPO 4
Rio Zulia Zakum Gravidade Específica > 0.95 (ºAPI<17.5)
San Joachim or Pour Point >30ºC
Santa Rosa Diesel Pesado Bachequero Heavy Merey
Sarir Bahia Minas
Seria Boscan Panuco
Thistle Bu Attifil Pilon
Zuetina Cinta Quiriquire
Cyrus Shengli
Duri Taching
Gamba Tia Juana Pesado
Handil Wafra Eocene
*Esses óleos estariam no Grupo II, no Heavy Lake Mix
caso de temperaturas acima de seu Jatibarang Óleo Pesado
ponto de fluidez. À temperaturas mais Jobo/Morichal (Bunker C)
baixas, passariam ao Grupo IV. Lagunillas

Fonte: ITOPF – The International Tanker Owners Pollution Federation Limited, Handbook 2004/2005.

-B-1-
NORTAM-09/DPC

ANEXO C

ESQUEMA DE CORES PARA CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE SENSIBILIDADE


AMBIENTAL (ISL)

Fonte: Ministério do Meio Ambiente – Especificações e Normas Técnicas para elaboração


de Cartas de Sensibilidade Ambiental para Derramamento de Óleo, 2002 (pg 2.2).

-C-1-
NORTAM-09/DPC

ANEXO D

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS USADOS NAS CARTAS NÁUTICAS

- D-1 -
NORTAM-09/DPC

ANEXO D

- D-2 -
NORTAM-09/DPC

ANEXO D

- D-3 -
NORTAM-09/DPC

ANEXO D

- D-4 -
NORTAM-09/DPC

ANEXO D

- D-5 -
NORTAM-09/DPC

ANEXO D

- D-6 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO E
MARINHA DO BRASIL

COMUNICADO PRELIMINAR DE INCIDENTE DE DERRAMAMENTO DE ÓLEO E


DERIVADOS EM ÁGUAS JURISDICIONAIS BRASILEIRAS

Endereçados: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA,
Órgãos Estaduais de Meio Ambiente – OEMAs, Agência Nacional do Petróleo – ANP.

1. Identificação do navio/ plataforma/ instalação de apoio que originou o incidente


Nome:
sem informação

2. Data e hora da primeira observação


Hora: Dia/mês/ ano:
sem informação

3. Data e hora estimadas do incidente


Hora: Dia/mês/ano:
sem informação

4. Localização geográfica do incidente


Latitude: Longitude:

Para águas interiores


Distância a montante da cidade mais próxima:
Distância a jusante da cidade mais próxima:
sem informação

5. Óleo/derivado derramado
Tipo de óleo:
Volume estimado:

6. Causa provável do incidente

sem informação

7. Situação atual da descarga


paralisada não foi paralisada sem informação

8. Medidas de salvamento e assistência


sem evidência de ação ou providência no momento acionado Plano de Emergência
Individual acionado Plano de Área Outras providências. Qual (is)

9. Data e hora da comunicação


Hora: Dia/mês/ano

10. Outras informações

11. Identificação do Informante


Nome completo: Assinatura:
OM: Local e data:
Cargo/função na OM:

Nome completo
Capitão dos Portos: Assinatura:

- E-1 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO F
INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL DE
INCIDENTE AMBIENTAL COM ÓLEO/DERIVADOS DERRAMADOS POR NAVIOS,
PLATAFORMAS E SUAS INSTALAÇÕES DE APOIO

1. IDENTIFICAÇÃO DO INFRATOR - Pessoa Física


1.1. Nome completo: 1.2. Data de nascimento:

1.3. Endereço completo:


Bairro: Município: UF:
Telefone residencial: Telefone comercial/celular:

1.4. Carteira de identidade: Órgão Expedidor/UF:

1.5. Cadastro de Pessoa Física - CPF:

1.6. Situação Econômica:


( ) abaixo de R$250,00 ( ) entre R$250,00 e $500,00
( ) entre R$500,00 e R$ 1.000,00 ( ) entre R$1.000,00 e R$2.500,00
( ) entre R$2.500,00 e R$5.000,00 ( ) acima de R$5.000,00

1.7. Nível de escolaridade do infrator: ( ) analfabeto ( ) nível fundamental ( ) nível médio


( ) nível superior

1.8. Outras informações:

2. IDENTIFICAÇÃO DO INFRATOR (NAVIO/PLATAFORMA/INSTALAÇÃO DE APOIO)


2.1. ( ) embarcação (navio) ( ) plataforma ( ) instalações de apoio
( ) outros, especificar.

2.3. Nome: 2.4.Tipo:

2.5. Armador/Empresa:

2.6. Em caso de embarcações:


2.6.1. Número de Registro:
2.6.2. Porto de Registro:
2.6.3. Número IMO:
2.6.4. Nacionalidade:
2.6.5. Porto de origem: Porto de destino:

2.6.4. Livro de Registro de Óleo (ou de operações de carga e descarga de óleo e misturas oleosas):
( ) sim ( ) não
2.6.5. Outras informações:

- F-1 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO F
2.7. Em caso de plataforma/ instalação de apoio:
2.7.1. Cadastro Técnico Federal: ( ) sim ( ) não
2.7.2. Número de registro: Validade
2.7.3. Licença federal ambiental: ( ) sim ( ) não

2.7.4. Tipo de licença/autorização: ( ) licença prévia ( ) licença de instalação


( ) licença de operação ( ) licença prévia de perfuração - LP-pre
( ) licença de produção para pesquisa - LP-pro ( ) outra

2.7.5. Outras informações:

3. LOCAL DE OCORRÊNCIA DE INCIDENTE AMBIENTAL


3.1. UF: 3.2. Município:

3.3. Coordenadas geográficas/UTM:

3.4. Referência para acesso ao local (pessoas/ pontos de referência):

3.5. Posicionamento em carta náutica ou reprodução em mesma escala:

3.6. Outras informações:

4. DESCRIÇÃO DO INCIDENTE AMBIENTAL


4.1. Data de ocorrência: _____/____/____ Dia da semana: Hora estimada:

4.2. Data da vistoria: ____/____/____ Dia da semana: Hora:

4.3. Circunstância do Acidente:


( ) transferência de óleo ( ) acidente de navegação ( ) outros,
especificar

4.4. Descrição do histórico do incidente (continuar no verso se o espaço não for suficiente):

- F-2 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO F

4.5. Condições ambientais:


4.5.1. Condições meteorológicas (na hora estimada do acidente):
a) ( ) tempo ensolarado ( ) tempo nublado ( ) tempo chuvoso ( ) neblina
b) Vento (escala Beaufort, se não tiver valores exatos):
Direção:
Velocidade:
c) Temperatura do ar (°C):

4.5.2. Condições hidrográficas:


a) Temperatura da água (°C) (quando possível):
b) Maré no momento do incidente:
( ) vazante ( ) enchente
Altura da maré:
c) Correnteza:
( ) forte ( ) fraca ( ) nula

4.5.3. Outras informações:

5. IDENTIFICAÇÃO DO ÓLEO

5.1.Tipo de óleo/derivado:
( ) petróleo cru ( ) diesel pesado ( ) diesel leve ( ) óleo combustível
( ) lubrificantes ( ) gasolina ( ) querosene ( ) outros, especificar

5.2. Nome como é mais conhecido:

5.3.. Volume do óleo derramado:


( ) valor exato ( ) valor aproximado
Método de obtenção do volume:

5.4. Área e/ou volume estimado:


( ) do filme: ( ) do mousse:
( ) da mancha:
Método de obtenção da área:

5.5. Aspecto da mancha (marcar os itens observados):


( ) prateada ( ) iridescente ( ) marrom escura ( ) negro
( ) homogênea ( ) não homogênea

- F-3 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO F
5.6. Classificação da descarga: ( ) pequena ( ) média ( ) grande

5.7. Outras informações:

6. DESCRIÇÃO DOS DANOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS


6.1. ( ) Águas interiores ( ) Águas costeiras
Especificar:

6.2. ( ) ar ( ) solo ( ) fauna ( ) vegetação


Especificar:

6.3. Danos a áreas protegidas:


( ) UC federal ( ) UC Estadual/Municipal ( ) possibilidade de dano em UC
( ) não afetou UC ( ) APP
6.4. Tipo e nome da unidade/descrição da APP:

6.5. Danos ao meio biótico:


6.5.1. Informar se foram atingidas e em que quantidade:
a) área de nidificação:

b) área de alimentação:

c) área de reprodução:

d) área de berçário:

6.5.2. Informar se foram avistados peixes, aves ou mamíferos mortos na área atingida (se dispuser de números, informar):

6.5.3. Informar se foram observados danos nas áreas de matas (nascentes, ciliares, outras):

6.5.4. Outras informações:

6.6. Danos socioeconômicos:

- F-4 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO F
6.6.1. Informar se foram observados danos à saúde de pescadores, portuários, tripulantes de embarcações e da população
em geral, especificando o número de pessoas atingidas e a gravidade da situação, se houve atendimento de
primeiros socorros, baixa hospitalar ou óbito.

6.6.2. Informar se houve danos às atividades produtivas, estaleiros, fábricas, usinas etc.:

6.6.3. Informar se foram observados danos à pesca e à aqüicultura, especificando-os se possível:

6.6.4. Informar se foram observados danos às atividades de lazer e turismo, bem como à beleza cênica do local,
especificando-os sempre que possível:

6.6.5. Outras informações:

7. IDENTIFICAÇÃO DE ATENUANTES E AGRAVANTES

7.1. Reincidência nos crimes de natureza ambiental:


( ) sim rescindência genérica ( ) sim reincidência específica ( ) não
Especificar:

7.2. Medidas adotadas para salvaguarda da vida humana:

7.3. Adoção de medidas que minimizem os danos: ( ) sim ( ) não


Especificar:

7.4. Outras informações:

8. AÇÕES DE RESPOSTA

8.1. Tempo de resposta identificando o(s) ator(es):

8.2. Plano de Emergência Individual: ( ) sim ( ) não


Acionado: ( ) sim ( ) não

- F-5 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO F
8.3. Plano de Área: ( ) sim ( ) não
Acionado: ( ) sim ( ) não

8.4. Shipboard Oil Pollution Emergency Plans (SOPEP): ( ) sim ( ) não


Acionado: ( ) sim ( ) não

8.5. Contenção e recolhimento de óleo derramado (descrever):

8.6. Descrever as ações nas áreas de maior sensibilidade:

8.7. Instituições envolvidas:

8.8. Outras informações:

9. DIFICULDADES NA OBTENÇÃO DAS INFORMAÇÕES

Local e data:

________________________________________ _______________________________________
NOME COMPLETO Assinatura do Responsável pelas Informações
RESPONSÁVEL PELA OM (CP, DEL OU AG) NOME COMPLETO – FUNÇÃO

- F-6 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO G
EXEMPLO DE LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL
(DERRAMAMENTO HIPOTÉTICO)

1 - SITUAÇÃO DO INCIDENTE
No dia 20 de março de 2003, às 14:15 hs, a Lancha "Sotavento", da Delegacia da Capitania
dos Portos em São Sebastião, realizava Inspeção Naval de rotina no Canal de São Sebastião,
quando ao passar perto do Píer nº 4 do Terminal Marítimo da Empresa OLEOBRAS, observou
um brilho na água que conduzia ao Navio Petroleiro "Onassis", de bandeira cipriota.
A Inspeção Naval estava sendo conduzida pelo Capitão-Tenente (T) EMÍLIO DE SOUZA
FREITAS que verificou, sem nenhuma dúvida, que o óleo era proveniente do NT "Onassis" e
que já se estendia a uma distância de cerca de 100 metros do navio. O CT (T) FREITAS tirou
fotografias do local e colheu amostras de óleo no mar e no convés do navio, de acordo com a
NORTAM-01; o navio já havia acionado o seu Plano de Emergência (SOPEP) e contido o der-
ramamento a bordo. A coleta de amostras, segundo o CT (T) FREITAS, foi apenas para compro-
var a culpabilidade do navio, caso esse não admitisse sua responsabilidade, o que não chegou a
ocorrer, pois o navio reconheceu que o derramamento tinha ocorrido a bordo.
A OLEOBRAS acionou o seu Plano de Emergência Individual (PEI) do Terminal, colo-
cando 500 metros de barreiras de contenção de óleo em torno da mancha, além de mobilizar duas
embarcações equipadas com recolhedores de óleo.
Segundo informações do Comandante do NT "Onassis", o derramamento ocorreu devido a
um erro de manobra de um tripulante do navio, ocasionando a saída de óleo pelo suspiro de um
dos tanques de carga, derramando o produto no convés e parte caindo no mar, aproximadamente
200 litros, segundo o Comandante do navio e cerca de 400 litros, segundo o CT (T) FREITAS.
De acordo com o Comandante do NT "Onassis", o óleo estava sendo transportado da Bacia
de Campos para o Terminal de São Sebastião e era do tipo Marlin, um óleo pesado e persistente.
O CT (T) FREITAS preencheu os seguintes formulários:
a) de Comunicação do Incidente (Anexo E) e enviou à Gerência de Meio Ambiente da
DPC, ao IBAMA Regional, Ao Órgão Estadual de Meio Ambiente e a Agência Nacio-
nal de Petróleo;
b) de autuação do navio (Anexo 3-B da NORMAM-07) e enviou à Assessoria Jurídica da
Diretoria de Portos e Costas (DPC); e
c) o formulário "Informações para Elaboração do Laudo Técnico Ambiental", (Anexo F),
também enviado à Gerência de Meio Ambiente da DPC, a fim de subsidiar a elabora-
ção deste Laudo.

- G-1 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO G
2 - ANÁLISE
A hora que ocorreu o incidente do derramamento foi uma hora após a preamar e, não fosse
a contenção de óleo feita no mar, pelo Terminal, e a bordo pelos tripulantes do navio, o óleo der-
ramado possivelmente teria sido levado pela corrente de maré ao longo do Canal de São Sebasti-
ão e poderia atingir uma área de manguezal, correspondente a um ecossistema frágil e de elevada
sensibilidade ambiental (ISL 1).
Pelo volume de óleo recolhido pelo "skimmer", 350 litros, pode-se afirmar que a estimativa
do volume derramado feita pelo CT (T) FREITAS (400 litros) está mais próxima da realidade,
do que o volume estimado pelo Comandante do navio (200 litros).
As operações de resposta ao derramamento foram muito bem sucedidas, recolhendo-se 350
litros dos aproximados 400 litros derramados. A maior parte do óleo recolhido era o óleo da car-
ga do navio, do tipo "Marlim". Alguns componentes mais leves, que não se evaporaram, passa-
ram por uma falha na barreira de contenção e formaram um "filme" irisdicente, de cerca de 1 Km
de comprimento por 300 metros de largura.
De acordo com a tabela orientadora do item 1.5 da NORTAM-XX e com um filme de óleo
com espessura de 0,0003mm ocupando uma área de 0,3 Km2 (1 Km de comprimento x 0,3 Km
de largura), temos um volume de óleo não recolhido de 0,09 m3 (0,3 x 0,3 x 0,09), ou 90 litros de
óleo. Podemos dessa forma estimar, com base nesses dados, que foram derramados 440 litros de
óleo, recolhidos 350 litros e lançados na natureza 90 litros da parte mais leve do óleo, devido a
uma falha na barreira de contenção.
O vento fraco reinante, com intensidade de 7 a 10 nós (escala Beaufort), soprando de leste,
pouco afetou a mancha de óleo, não tendo havido agitação das águas e nem tempo suficiente
para a formação de "mousse".
O sol forte acelerou a evaporação da película de óleo remanescente e, 2 dias depois do der-
ramamento, não havia mais resquícios de óleo no local.
Não foi observada mortandade de peixes ou pássaros. Houve uma reclamação por parte dos
catadores de caranguejos. O Presidente da Colônia de Pescadores reclamou, junto à imprensa,
quanto às constantes agressões ao meio ambiente pela operação de NT no Terminal Marítimo.
Na realidade, o Terminal possui um Plano de Emergência Individual eficaz. Durante o ano
de 2003 foram observados, naquele Terminal, três derramamentos operacionais, com pequenos
volumes derramados, prontamente contidos, não podendo afirmar-se que naquele local existe
uma poluição crônica causada pelo óleo.
O óleo "Marlim" é um óleo persistente, classificado no Grupo IV, com densidade de
0,9488 Kg/l e grau API = 17,1º. Apresenta uma persistência superior a 7 dias, mas a parte mais
pesada do óleo foi recolhida logo após o derramamento.

- G-2 -
NORTAM-09/DPC
ANEXO G
Não houve impacto em atividades recreativas e de pesca, embora possa ser afirmado que
os catadores de caranguejo ficaram um dia sem trabalhar, devido ao cheiro forte da fina película
de óleo que atingiu o manguezal.

3 - CONCLUSÃO
Embora persistente, a maior parte do óleo "Marlim" derramado foi recolhido, permanecen-
do no meio ambiente apenas uma pequena porção superficial:
- volume derramado: 440 litros (inferior a 0,5 m3)
- volume recolhido: 350 litros
- volume lançado no meio ambiente: 90 litros, da parte mais leve do óleo.
Dois dias depois do derramamento, não havia mais vestígios de óleo no local. Não houve
mortandade de peixes e pássaros e apenas os catadores de caranguejo ficaram um dia sem traba-
lhar. Trata-se de uma atividade de subsistência, sem valor econômico substantivo.
O local não é objeto de poluição crônica e a resposta ao derramamento permitiu o recolhi-
mento de 80% do óleo derramado, justamente as partes mais densas do óleo.
Entende-se que o NT "Onassis" foi o responsável pelo incidente, segundo o Auto de Infra-
ção lavrado pela Delegacia da Capitania dos Portos de São Sebastião.
O incidente pode ser classificado como "dano ambiental pouco grave", de acordo com o i-
tem 3.3 da NORTAM-XX.

Local, data.

_________________________________________
Nome do Analista Ambiental
Profissão - Nº. Cadastro Técnico Federal – IBAMA
Função – DPC ou IEAPM

_________________________________________
Nome do Analista Ambiental
Profissão - Nº. Cadastro Técnico Federal – IBAMA
Função – DPC ou IEAPM

- G-3 -

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