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ODONTOLÓGICAS:
PERSPECTIVAS ATUAIS
QUANTO À COMPOSIÇÃO
E AO PROCESSAMENTO
Luciana Fávaro Francisconi
Leandro de Moura Martins
Luciana Mendonça da Silva
Flávia Pardo Salata Nahsan
Linda Wang
Paulo Afonso Silveira Francisconi
INTRODUÇÃO
Os materiais restauradores de uso direto devolvem forma, função e, na maioria das
vezes, estética, diretamente a um dente preparado no consultório odontológico em, geralmen-
te, uma única sessão clínica.
Ao contrário, os materiais indiretos são utilizados para restaurações que são comumente
confeccionadas sobre um modelo de gesso no laboratório de prótese e, em um segundo
momento, fixadas aos preparos dentários. Dessa forma, sua aplicação está, na maioria das
vezes, relacionada a várias sessões clínicas para finalização do tratamento.1
Dentre os sistemas restauradores indiretos, os cerâmicos tiveram, nos últimos anos, uma
grande evolução impulsionada pela busca por uma melhor estética tanto para dentes anteriores
quanto para posteriores, sempre associada a propriedades físicas e biológicas satisfatórias.3,6
Desde sua introdução para uso exclusivamente associado ao metal, no início dos anos de
1960, tem-se atribuído constante atenção ao desenvolvimento dos sistemas cerâmicos. Histo-
ricamente, pode-se considerar que as propriedades mecânicas das primeiras cerâmicas
odontológicas limitavam sua utilização, suplantando as vantagens relacionadas à estética.
Por causa da relativa baixa resistência à tração e friabilidade, elas deveriam ser usadas exclusi-
vamente em associação a infraestruturas de metal, que aumentavam sua resistência à fratura.7
No entanto, o metal pode afetar a estética da cerâmica, diminuindo a transmissão de luz
através dela e promovendo manchamento por meio da liberação de íons metálicos. Além
disso, alguns pacientes apresentam reações alérgicas ou sensibilidade a vários metais.
Por serem, ainda, um material vitrificado e frágil, as cerâmicas podem sofrer fraturas quando
submetidas a forças extremas e a forte impacto e, se não forem altamente lisas e polidas,
podem desgastar rapidamente restaurações ou dentes naturais opostos.1
OBJETIVOS
Após a leitura deste artigo, o leitor poderá:
reconhecer as principais cerâmicas odontológicas e as particularidades de cada uma;
compreender que nenhuma das cerâmicas disponíveis atualmente é aplicável a toda e
qualquer situação clínica;
selecionar a cerâmica mais bem indicada para cada ocasião específica, de acordo com
sua composição microestrutural e com a forma como é processada;
identificar as implicações relacionadas ao comportamento biomecânico e à cimentação
das diferentes cerâmicas odontológicas diante de sua utilização.
Ainda que amplamente utilizadas no cotidiano de diversas civilizações para inúmeras finalida-
des, as cerâmicas passaram a ser indicadas para uso odontológico somente há cerca de 230
anos (1774), pelo químico francês Alexis Duchateau. Insatisfeito com as próteses confecciona-
das com dentes de animais ou de marfim, ele os substituiu por dentes cerâmicos, ao verificar
a durabilidade e a resistência ao manchamento e à abrasão desse material quando utilizado
em utensílios domésticos.
Com o auxílio do cirurgião-dentista Nicholas Dubois de Chemant, a arte das cerâmicas foi,
então, introduzida na Odontologia.10 Pouco tempo depois, em 1838, John Murphy confeccio-
nou a primeira restauração cerâmica por meio da técnica da lâmina de platina, e, entre 1888
e 1903, foi Charles Henry Land, dentista de Detroit, quem se dedicou ao estudo e ao aperfeiçoa-
mento dos materiais cerâmicos para uso odontológico. Finalmente, no início da década de
1960, a aceitação mundial das cerâmicas pela Odontologia foi alcançada diante do primeiro
caso bem-sucedido com o emprego de um sistema restaurador metalocerâmico.11-13
A palavra “cerâmica” vem do grego keramiké, que deriva de keramos, que significa “olaria”
ou “barro/argila”. É usada para dar nome a um material inorgânico, com propriedades tipica-
mente não metálicas composto por elementos metálicos (ou semimetálicos) e não metálicos
(por exemplo, óxido de alumínio [Al2O3], óxido de cálcio ou cal [CaO], nitreto de silício [Si3N4],
dentre outros), obtido a partir da queima em altas temperaturas de matérias-primas naturais.14-16
As primeiras cerâmicas para uso odontológico pertenciam a essa família, por serem compos-
tas basicamente por caulim (aproximadamente 50%), feldspato (aproximadamente 25%) e
quartzo (aproximadamente 25%), e eram, assim, comumente referidas como porcelanas
odontológicas.14-16 Contudo, como em Odontologia as cerâmicas são utilizadas para confecção
de peças de tamanho reduzido, a plasticidade desse material não era um fator tão importante,
assim como o é para a confecção de peças maiores, como vasos ornamentais, por exemplo.
Toda porcelana é, portanto, uma cerâmica, mas nem toda cerâmica é uma porcelana.
Dessa forma, já que, atualmente, os materiais cerâmicos de uso odontológico não
contêm caulim, devem ser denominados simplesmente cerâmicas, e não porcelanas,
odontológicas.15
Ainda assim, alguns autores referem-se aos materiais cerâmicos constituídos princi-
palmente por feldspato como porcelanas odontológicas ou porcelanas feldspáticas.
Todavia, às cerâmicas compostas principalmente por cristais, como os de alumina,
leucita, dissilicato de lítio e zircônia, que apresentam concentração mínima ou mesmo
inexistente de feldspato, não se deve atribuir, sob hipótese alguma, a alcunha “por-
celanas odontológicas”.11
A matriz vitrosa é composta por uma cadeia básica de óxido de silício (SiO2), e a proporção
silício e oxigênio está relacionada com a viscosidade e expansão térmica da cerâmica.9
A ela são adicionados vários elementos modificadores, como óxido de potássio (K2O),
óxido de sódio (Na2O), óxido de alumínio (Al2O3) e óxido de boro (B2O3), além de pig-
mentos que reproduzem a cor dos dentes. Os modificadores controlam a temperatura
de fusão, a contração térmica e a solubilidade; em excesso, porém, podem interferir na
estabilidade química da cerâmica.14,18
Em geral, quanto mais cristalina for a microestrutura de uma cerâmica, mais opaca ela
será.19 Contribuem, ainda, para determinação da translucidez das cerâmicas, o tamanho
e a densidade das partículas que as compõem, seu índice de refração e sua porosidade,
dentre outros fatores.16
As cerâmicas normalmente não reagem com a maioria dos líquidos, gases, substâncias alcali-
nas e ácidas e permanecem estáveis por longos períodos.14 Mas, apesar de serem muito
resistentes em alguns sentidos, também são extremamente delicadas, friáveis e podem falhar
catastroficamente ao sofrer mínima flexão. Esses materiais são resistentes à compressão, mas
frágeis à tração; ao contrário dos metais, que são dúcteis e que, portanto, apresentam compor-
tamento elástico e plástico.19
Assim, a principal preocupação dos pesquisadores, fabricantes e clínicos tem sido diminuir
essa suscetibilidade, seja por modificações na própria estrutura da cerâmica ou por meio da
associação a uma infraestrutura rígida, metálica (restaurações metalocerâmicas) ou mesmo
cerâmica, de alta resistência (restaurações ceramocerâmicas), que possa suportar uma cerâ-
mica de cobertura, frágil.20
Além disso, a maioria das características negativas das cerâmicas pode ser compensada pelo
conhecimento científico e clínico de um profissional experiente.4
No entanto, por ser do início da década de 1940, a classificação das cerâmicas odontológicas
quanto à sua temperatura de fusão é considerada pouco específica, obsoleta, e era mais
empregada às cerâmicas triaxiais, compostas por três ingredientes principais: quartzo, feldspato
e argila (caulim). A temperatura de fusão das cerâmicas era ditada pelas quantidades relativas
desses três componentes.19
Assim, com base nas classificações mais aceitas atualmente,4,23,24 serão discutidos a seguir os
materiais cerâmicos de uso indireto, de acordo com:
sua composição microestrutural:
– cerâmicas feldspáticas;
– cerâmicas aluminizadas;
– vidros ceramizados – à base de leucita e à base de dissilicato de lítio;
– cerâmicas à base de zircônia;
a forma como são processados:
– sinterização;
– prensagem/injeção;
– sinterização associada à infiltração por vidro;
– usinagem.
Além disso, serão enfatizadas as principais orientações para sua utilização e as implicações
relacionadas ao comportamento biomecânico e à cimentação dos mesmos (Quadro 1).
Aluminizadas Média Vitadur α/ Vita Sinterização Facetas laminadas, inlays, onlays, Acidorresistentes
concentração Vitadur N/ Vita overlays e coroas totais e para
recobrimento de infraestruturas
confeccionadas em cerâmicas
aluminizadas de alta concentração.
Alta In-Ceram Alumina (Vita) Sinterização associada Infraestruturas para coroas totais
concentração In-Ceram Zircônia (Vita) à infiltração por vidro ou próteses parciais fixas de até
três elementos.
Procera All Ceram (Nobel Biocare) Usinagem Infraestruturas para coroas totais
Procera All Zyrcon (Nobel Biocare) ou próteses parciais fixas de até
três elementos.
Vidros À base de leucita IPS Empress (Ivoclar Vivadent Inc.) Prensagem/injeção Facetas laminadas, inlays, onlays, Acidossensíveis
ceramizados IPS Empress Esthetic (Ivoclar overlays e coroas totais
Vivadent Inc.) anteriores.
Dicor (Dentsply)
Optec OPC (Jeneric Pentron)
Cerpress (Dillon Company Inc.)
Finesse All-Ceramic (Dentsply)
Vitapress Omega 900 (Vita)
Cergogold (Degussa)
MATERIAIS CERÂMICOS: COMPOSIÇÃO MICROESTRUTURAL, EXEMPLOS COMERCIAIS, PROCESSAMENTO USUAL, INDICAÇÕES E SENSIBILIDADE
CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS: PERSPECTIVAS ATUAIS QUANTO À COMPOSIÇÃO E AO PROCESSAMENTO
2. Por que restaurações indiretas com infraestruturas metálicas têm sido cada vez menos
utilizadas?
7. Em relação à composição microestrutural das cerâmicas indiretas, como elas são classificadas?
Ainda, às cerâmicas feldspáticas podem ser acrescentados outros óxidos metálicos, como o
de silício (aproximadamente 65%), o de alumínio (aproximadamente 15%), e o de potássio,
que conferem melhores propriedades mecânicas ao material, e os de ferro ou níquel (mar-
rom), de cobre (verde), de titânio (marrom-amarelado), de manganês (lavanda), de cobalto
(azul) e de zircônio ou estanho (opacidade), que atuam como pigmentos, permitindo que as
cerâmicas possam simular a aparência dos dentes naturais.15
Por apresentarem uma quantidade considerável de fase vítrea na sua composição, as cerâmicas
feldspáticas são acidossensíveis, ou seja, passíveis de serem condicionadas com ácido fluorídrico
e, posteriormente, silanizadas.15 Assim, após a aplicação de um adesivo, podem unir-se a
agentes cimentantes resinosos.
Vale ressaltar que, adicionando-se certos componentes às cerâmicas feldspáticas, tais como
o bórax, é possível diminuir a temperatura de fusão desses materiais.25 Assim, as cerâmicas
feldspáticas de baixa fusão, como a Finesse (Dentsply), a All Ceram (DeguDent) e a Dulceram
LFC (Degussa), podem ser encontradas no mercado. Essas cerâmicas apresentam menor con-
teúdo de leucita e/ou cristais de leucita mais finos, o que confere a elas, dentre outras proprieda-
des, um menor potencial de causar abrasão em um dente ou uma restauração antagonista.4,15
O óxido de alumínio, ou alumina, tem sido empregado com sucesso, uma vez que está
relacionado a melhores características estéticas e mecânicas, a um baixo custo e à facilidade de
obtenção. Sua adição à composição das cerâmicas atribui às mesmas, dentre outras melhorias,
a diminuição das tensões geradas durante o resfriamento das peças, uma vez que o coeficiente
de expansão térmica da matriz vítrea e o das partículas de alumina são muito semelhantes.28
A indicação das cerâmicas aluminizadas de alta concentração talvez seja uma das
mais versáteis, pois se pode trabalhar tanto em regiões anteriores como em posterio-
res, em próteses unitárias ou múltiplas de até três elementos.3,20,28,30,31
Deve-se sempre considerar a região em que vai ser realizada a restauração para que
se possa indicar a melhor das três subdivisões do respectivo sistema.
Por ser um material quase que exclusivamente cristalino, já que não apresenta quanti-
dade considerável de fase vítrea na sua composição, as cerâmicas aluminizadas de
alta concentração são acidorresistentes, ou seja, insensíveis ao condicionamento
com ácido fluorídrico e, posteriormente, à silanização.15 Convém enfatizar, ainda,
que a aplicação de ácido fluorídrico em cerâmicas aluminizadas obtidas por sinteri-
zação associada à infiltração por vidro pode promover a eliminação do vidro infiltrado
sobre a estrutura de alumina, aumentando sua porosidade e diminuindo, consequen-
temente, sua resistência. Dessa forma, a aplicação do ácido é contraindicada.
9. Por que o óxido de alumínio tem sido empregado com sucesso como reforço às cerâmicas
odontológicas?
10. Quais as principais características do sistema In-Ceram, de acordo com suas composições
de óxido de alumínio, óxido de magnésio e zircônia?
VIDROS CERAMIZADOS
Os vidros ceramizados são parcialmente cristalizados e obtidos pela nucleação e desenvolvimen-
to de cristais na fase vítrea da matriz.14 A fase cristalina é obtida a partir da cristalização
controlada e dirigida de certos tipos de vidro, processo denominado ceramização.4,14,23
Já que a fratura de estruturas friáveis, com fase cristalina forte, quase sempre tem
início a partir de pequenos defeitos de superfície que se propagam na fase vítrea,
deve-se considerar que a dimensão desses defeitos pode ser limitada de acordo
com a distância entre as partículas cristalinas dispersas nessa fase. Quanto menor o
cristal e maior a fração de seu volume, menor será a distância média livre e, conse-
quentemente, maior a resistência do material. Daí a importância do processo de
ceramização, que permite que o tamanho e a quantidade dos cristais da fase cristalina
possam ser cuidadosamente controlados.12 Ele atribui às cerâmicas um aumento da
resistência à fratura, à abrasão e aos choques térmicos, bem como maior durabilidade
química e redução da translucidez excessiva.14
Quanto à forma como são processados, podem ser prensados/injetados, usinados ou, menos
frequentemente, podem estar disponíveis na forma de pó e líquido para sinterização.4
Até 1990, não era possível obter cerâmicas com mais de 20% de leucita. Por um acontecimento
acidental na manipulação de um forno elétrico, ocorreu uma cristalização em altas temperatu-
ras, resultando daí uma cerâmica com 45% de leucita, com maior resistência e, por se tratar
de leucita, com excelente translucidez.21
A partir do sistema IPS Empress foi idealizado o sistema IPS Empress Esthetic, que dispõe
de três diferentes constituintes:
pastilhas/lingotes para infraestruturas;
cerâmica de cobertura (veneer);
revestimento para inclusão (Esthet Speed).
O IPS Empress Esthetic é um vidro ceramizado à base de leucita, cuja pastilha para injeção
apresenta a formulação clássica do sistema IPS Empress com características otimizadas. Com
cristais de leucita menores, distribuídos de forma mais homogênea e compacta, o sistema
alcança melhores propriedades mecânicas, assim como maiores níveis de translucidez. Coor-
denada com as novas pastilhas, a cerâmica de cobertura foi desenvolvida para estratificação
da porção incisal em facetas e coroas anteriores. Assim, com a cerâmica de cobertura, criam-
se bordas incisais bastante naturais, com efeitos de translucidez e opalescência, enquanto do
terço médio para o cervical trabalha-se sobre a própria cerâmica injetada, por meio da caracte-
rização extrínseca.
As indicações do sistema IPS Empress Esthetic continuam a ser limitadas para restau-
rações unitárias, parciais ou totais em dentes anteriores, pois, como para toda cerâmi-
ca à base de leucita, a resistência mecânica é insuficiente para ser usada na fabricação
de próteses fixas de múltiplos elementos.12
Outros vidros ceramizados à base de leucita são representados pelos sistemas Dicor
(Dentsply), Optec OPC (Jeneric Pentron), Cerpress (Dillon Company Inc.), Finesse All-Ceramic
(Dentsply), Vitapress Omega 900 (Vita) e Cergogold (Degussa),15 disponíveis na forma de
pastilhas/lingotes para prensagem/injeção; e pelo sistema Optec HSP (Jeneric Pentron), dispo-
nível na forma de pó e líquido para sinterização.4
Ainda que os vidros ceramizados à base de dissilicato de lítio continuem sendo um material
relativamente friável e sujeito à formação e propagação de trincas e até a sofrer fraturas
catastróficas, eles apresentam resistência flexural entre 300 e 400MPa e tenacidade entre 2,8
e 3,5MPa/m1/2.29 Assim, são três a quatro vezes mais resistentes do que as cerâmicas feldspá-
ticas.11
O exemplo clássico de vidro ceramizado à base de dissilicato de lítio é o sistema IPS Empress
II, da Ivoclar Vivadent Inc.3,12 A resistência flexural desse sistema é de 350 a 450MPa, o que
possibilita seu uso para facetas laminadas, inlays, onlays, overlays, coroas totais unitárias em
dentes anteriores e posteriores e próteses fixas de até três elementos, em casos selecionados,
com limite para o pôntico até o segundo pré-molar. Para esse sistema, foi criada uma cerâmica
de recobrimento com cristais de fluorapatita que, associada à cerâmica à base de dissilicato
de lítio (60% em volume) da infraestrutura, resulta em uma restauração protética com brilho,
translucidez e fluorescência próximos aos das estruturas dentárias.3,35 O alto conteúdo cristalino
de dissilicato de lítio garante ao material boa resistência e lisura de superfície; enquanto a
fluorapatita diminui o potencial abrasivo da cerâmica, em relação às feldspáticas convencio-
nais.3,4
Repaginando o clássico sistema IPS Empress II, a Ivoclar Vivadent Inc. apresenta o sistema IPS
e.max. Esse sistema coordena tanto técnicas de injeção à alta temperatura como a tecnologia
CAD-CAM.
Associada ao sistema CAD-CAM, uma cerâmica de cobertura, IPS e.max Ceram, à base de
nanofluorapatita, foi desenvolvida para estratificar todos os tipos de estruturas IPS e.max.12
Vale ressaltar que os materiais à base de dissilicato de lítio que compõem o sistema
IPS e.max continuam a ser indicados para facetas laminadas, inlays, onlays, overlays,
coroas unitárias (ver Figuras 21 a 27 mais adiante no Caso Clínico 2) e próteses
parciais fixas de três elementos em áreas de menor esforço mastigatório até segundo
pré-molar.
14. São exemplos clássicos de vidros ceramizados à base de dissilicato de lítio os sistemas:
A) IPS Empress e IPS Empress II.
B) IPS Empress e IPS Empress Esthetic.
C) IPS Empress Esthetic, IPS e.max Press e IPS e.max ZirCAD.
D) IPS Empress II, IPS e.max Press e IPS e.max CAD.
Resposta no final do artigo
15. Para que estão indicados, respectivamente, os vidros ceramizados à base de leucita e de
dissilicato de lítio?
16. Qual o objetivo de se adicionar dissilicato de lítio (Li2Si2O5) a determinados vidros cerami-
zados como fase cristalina na concentração de 60%?
Quando estabilizada com ítrio, a estrutura tetragonal (t) pode ser mantida em tempe-
ratura ambiente. Condições externas, como tensões de tração atuando na extremida-
de da trinca, podem transformar a fase tetragonal metaestável (t) para a monoclínica
mais estável (m).36 Essa transformação (t-m) tem uma expansão de volume associada
de 3 a 5%, o que, em zircônia pura, pode levar a uma falha catastrófica.37 No
entanto, por meio da adição de óxidos de estabilização, tensões compressivas e
microtrincas criadas ao redor das partículas transformadas efetivamente se opõem
à abertura das trincas e aumentam a sua resistência à propagação,39 resultando na
tenacidade por transformação do material com melhora da sua resistência.40,41,42
Por meio desse fenômeno, a Y-TZP possui uma resistência que se aproxima da do aço.38,39
Apesar dessa resistência, sua tenacidade é de 9MPa/m1/2, em comparação com 40MPa/m1/2
para o aço. Além de sua excepcional resistência à flexão, de 900 a 1.200MPa, o módulo de
elasticidade intermediário da zircônia (780GPa) oferece vantagens em estruturas estratificadas
mudando o modo de dano e fratura na camada de revestimento de cerâmica em comparação
com a prótese de alumina (340GPa).43 Curiosamente, a dureza, sendo uma combinação de
módulo de elasticidade e resistência, é menor para a zircônia do que para a alumina.43 Com
propriedades mecânicas superiores às das demais cerâmicas, a Y-TZP ampliou as indicações
das próteses cerâmicas para próteses parciais fixas de 3 a 4 elementos em qualquer região
bucal.44
A zircônia, ainda que estabilizada por ítrio, cério, cálcio ou magnésio, é suscetível à
degradação em várias situações de ambientes, como ao vapor d’água, à umidade
do ar e a outros fluidos; contudo, em ambiente aquoso, o efeito é mais catastrófico
e ocorre em curtos períodos de tempo.41
Uma vez que a estrutura esteja concluída, os dados são transferidos da unidade de
CAD para a unidade de fabricação assistida por computador (CAM), ou um padrão de
cera convencional é escaneado, como no sistema Cercon. Os sistemas Cercon e LAVA
usam blocos de Y-TZP parcialmente sinterizados para a usinagem das infraestruturas,
enquanto no DC-Zirkon (DCS) as infraestruturas são usinadas em blocos totalmente
sinterizados.
18. Qual é o processo que leva a zircônia a ter uma resistência mecânica próxima à do aço?
Entender como as cerâmicas odontológicas são processadas é importante, pois parece haver
uma correlação entre o sucesso clínico das restaurações indiretas e o método pelo qual elas
foram obtidas.
SINTERIZAÇÃO
As reações termoquímicas entre os componentes do pó de uma cerâmica são praticamente
completadas durante o processo de manufatura original. Durante a queima de uma cerâmica
não ocorre, portanto, nenhuma reação química; o vidro é simplesmente fundido acima de
sua temperatura de transição, quando as partículas se fundem pela sinterização da fase
líquida e sofrem novamente resfriamento. Assim, o que ocorre é que as partículas individuais
sofrem fusão pela sinterização para produzir um sólido coeso.13,14
PRENSAGEM/INJEÇÃO
O processamento das cerâmicas odontológicas por prensagem e/ou injeção (ver Figuras 28 a
40 mais adiante no Caso Clínico 3) baseia-se na “técnica da cera perdida”, usada, original-
mente, para obtenção de restaurações indiretas metálicas.
Já nos sistemas injetados, lançados em 1991, a cerâmica é fundida, ou seja, não apenas
plastificada, mas aquecida até se tornar fluida, e, então, injetada por centrifugação dentro
do revestimento. Da mesma forma como para as cerâmicas prensadas, a restauração resfria-
da é removida do revestimento e ajustada; em seguida, pode ser caracterizada por pigmen-
tos superficiais ou, se for infraestrutura, recoberta com uma cerâmica de cobertura. As cerâ-
micas usadas nessa técnica são, em sua maioria, compostas por óxido de magnésio, que, em
alguns casos, por meio de sua expansão, compensam a contração de sinterização.47
21. Como é feito o processamento das cerâmicas odontológicas pelo processo de prensagem/
injeção?
22. Acredita-se que o processamento das cerâmicas odontológicas por prensagem e/ou injeção
promova melhor adaptação das restaurações quando comparada com a alcançada por
cerâmicas convencionalmente sinterizadas. Por quê?
Essa técnica consiste no preparo de uma suspensão estável por meio de partículas no tamanho
entre 1 e 5µm e poucas partículas em torno de 20µm que são misturadas com um líquido
especial (solução de 1% de álcool polivinil) em ultrassom. Essa suspensão (slip) é posta sobre
um modelo de gesso poroso (gesso paris), no qual foi usado espaçador para permitir uma
linha de cimentação de 45µm, que absorve a fase líquida por capilaridade. Esse gesso expande,
compensando, assim, a contração tardia do material no processo de sinterização.49
Após ser dado o formato desejado da infraestrutura sobre o modelo, a estrutura cerâmica é
sinterizada por 10 horas a uma temperatura de 1.120ºC. A alumina possui uma temperatura
de fusão muito elevada. Por isso, não ocorre a total densificação da fase sólida, restando
apenas pontos de união onde as partículas se tocam, mantendo um esqueleto poroso no
formato desejado. Esse pacote denso de partículas atua como um bloqueador de trincas.49
Nesse momento, um vidro de lantânio é infiltrado por capilaridade (casting) em quase toda
a estrutura para que permita o escape de ar, ocupando os espaços vazios e densificando a
cerâmica que será levada novamente ao forno a 1.100ºC durante 4 a 6 horas. Depois da
remoção do excesso, outra queima de 10 minutos é realizada a 960ºC para verificar o exces-
so de vidro.47,49
USINAGEM
O processo de usinagem, também conhecido por torneamento ou fresagem, consiste no
desgaste ou corte, por meio de equipamentos especiais, de blocos pré-fabricados de diferentes
materiais cerâmicos para dar forma a restaurações indiretas parciais ou totais, unitárias ou
múltiplas, ou a infraestruturas também unitárias ou múltiplas.21
Os blocos cerâmicos a serem usinados por meio de ambas as técnicas descritas também
podem ser de dois tipos: parcial ou totalmente sinterizados.47,50-52
Em geral, são os blocos de zircônia parcialmente estabilizada por ítrio que são
usinados ainda quando parcialmente sinterizados devido à grande resistência desses
materiais, a fim de evitar o grande desgaste do equipamento e de tornar o processo
mais rápido (green milling). Questiona-se, porém, a adaptação das restaurações
obtidas a partir da usinagem de blocos parcialmente sinterizados, justamente por
causa da contração sofrida no processo de sinterização final, nem sempre adequa-
damente compensada.
Desde 1989, é possível obter restaurações indiretas por meio da usinagem de blocos
cerâmicos. As primeiras cerâmicas usinadas eram feldspáticas, ou seja, obtinha-se por uma
técnica muito mais custosa uma peça que poderia ter sido obtida pela tradicional técnica de
estratificação e sinterização.21 Nos dias atuais, as cerâmicas à base de zircônia têm sido utiliza-
das no processamento por usinagem de forma mais intensa. Todavia, não são as únicas
cerâmicas que podem ser assim processadas. As cerâmicas aluminizadas, e, menos frequente-
mente, os vidros ceramizados, à base de leucita ou à base de dissilicato de lítio, e mesmo as
cerâmicas feldspáticas também podem ser usinadas.11
Existe, ainda, uma tendência atual de se associar a técnica de usinagem para confecção de
infraestruturas à técnica de prensagem/injeção para aplicação da cerâmica de recobrimento.
Exemplos de sistemas baseados nessa nova tendência incluem o IPS e.max (Ivoclar Vivadent
Inc.), o Ceramco PFZ Press (Dentsply) e o Cerabien CZR Press (Noritake).21
Vale ressaltar que o processamento das cerâmicas por usinagem tornou possível a
obtenção não apenas de restaurações indiretas, parciais ou totais, unitárias ou múl-
tiplas, ou de infraestruturas, também unitárias ou múltiplas; mas, ainda, de munhões
de alumina e zircônia para implante (ver Figuras 23 a 25 mais adiante no Caso
Clínico 2), que promovem melhor estética para as próteses sobre implantes, reduzindo
a possibilidade do aparecimento de uma cinta metálica e permitindo uma boa adapta-
ção entre pilar e implante.11
NOVAS TENDÊNCIAS
Os avanços nas composições e processamentos das cerâmicas odontológicas indicam que a
resistência mecânica desses materiais pode ser melhorada. Durante o processo de aumento
da resistência das cerâmicas, existe uma tendência à piora nas qualidades estéticas. O desafio
está, então, em desenvolver estruturas cerâmicas com excelente estética e resistência.
Uma vez que o modelo CAD-3D é criado, uma sequência de impressão para construir as camadas
umas sobre as outras é realizada. Essa estratégia tem sido usada para montar uma variedade de
estruturas com aplicações que vão desde a eletrônica até o arcabouço de osso para enxerto.55
Em Odontologia, um material graduado seria uma coroa formada na parte interna por cerâmica
feldspática, no meio por zircônia ou alumina e na superfície externa por cerâmica feldspática
mais uma vez. Dessa forma, o material combinaria a estética e a adesão presentes nas cerâmicas
feldspáticas com a resistência da alumina ou zircônia.56,57
COMPLICAÇÕES BIOLÓGICAS
As complicações biológicas são menos frequentes do que as complicações mecânicas em
coroas ou próteses parciais fixas totalmente cerâmicas.50 A falha biológica mais frequente é a
perda de vitalidade pulpar, com taxa de 2,1% em 5 anos.50
A segunda maior causa de fracassos em sistemas totalmente cerâmicos está relacionada com
a recidiva de lesão cariosa, com taxa anual de 0,37%.50
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS
Como já foi dito, as cerâmicas são frágeis e suscetíveis à fratura, especialmente quando
sujeitas a carregamento cíclico e em ambiente úmido.60 O desempenho estrutural dos siste-
mas cerâmicos permanece menos estável do que o do sistema metalocerâmico, pois a fratura
catastrófica ou da cerâmica de revestimento afeta de 5 a 10% das coroas totalmente cerâmicas
em um período de 6 anos.61
A sobrevida clínica é um assunto de grande interesse e tem sido o foco de diversas revisões.
Uma metanálise de restaurações cerâmicas de vários tipos de materiais constatou que, em
todas as posições na boca, coroas densamente sinterizadas de alumina (Procera, Nobel Biocare,
Göteborg, Suécia) possuem uma taxa de sobrevivência de 5 anos de 96,4%, bastante seme-
lhante ao do vidro ceramizado à base de leucita (95,4%) (IPS Empress, Ivoclar Vivadent Inc.,
Schaan, Liechtenstein) e da cerâmica infiltrada por vidro In-Ceram (94,5%) (Vita Zahnfabrik,
Bad Säckingen, Alemanha).62 Por comparação, 95,5% de dissilicato de lítio (IPS Empress II,
Ivoclar Vivadent Inc.) sobreviveu por 10 anos.63 Aos 5 anos, a taxa de sobrevivência para
coroas metalocerâmicas foi de 95,6%.62
27. Qual a falha biológica mais frequente em coroas ou próteses parciais fixas totalmente
cerâmicas?
FACETAS LAMINADAS
As facetas laminadas – convencionais ou minimamente invasivas (“lentes de contato”) – têm
sido cada vez mais indicadas por terem um desempenho clínico satisfatório, estética excepcional
e comprometimento invasivo mínimo.70-72
Para que as facetas laminadas permaneçam retidas aos preparos dentários notoria-
mente não retentivos, devem ser fixadas com agentes cimentantes resinosos, capazes
de se ligar, simultaneamente, ao substrato dentário e ao substrato cerâmico acidos-
sensível devidamente tratados.73,74
Ainda que sejam, então, os cimentos resinosos os mais indicados para fixação de coroas
totais e próteses parciais fixas confeccionadas com cerâmicas feldspáticas ou vidros cerami-
zados, os cuidados referentes à técnica de “cimentação adesiva”, nome popular atribuído
ao uso dos cimentos resinosos, não devem ser ignorados. O tratamento do substrato
dentário e do substrato cerâmico é essencial à interação do cimento resinoso com o preparo
e com a restauração.
Por outro lado, a indicação da “cimentação adesiva” para esses casos pode estar baseada na
possibilidade de melhoria da estética. Outrossim, os primeiros relatos relacionados ao uso
dos cimentos autocondicionantes para fixação de restaurações cerâmicas aluminizadas ou à
base de zircônia são promissores,86 ainda que dados clínicos de longo prazo não estejam
disponíveis até o momento.
29. Por que as facetas laminadas têm sido cada vez mais indicadas?
Figura 1 – Condição inicial do sorriso da paciente. Figura 2 – Aspecto clínico vestibular insatisfatório
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. dos incisivos centrais superiores (11 e 21), restaura-
dos com facetas diretas de resina composta.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 3 – Aspecto clínico palatino dos incisivos Figura 4 – Início do preparo dos dentes, utilizan-
centrais superiores (11 e 21), tratados endodonti- do-se a técnica da silhueta.
camente. Observar as respectivas aberturas coro- Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
nárias restauradas, a presença de restaurações de
Classe III em resina composta e, consequente-
mente, o grande comprometimento dos dentes.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 7 – Aspecto externo das coroas finaliza- Figura 8 – Aspecto interno das coroas.
das pela aplicação de uma cerâmica de recobri- Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
mento que contém cristais de fluorapatita que,
associada à cerâmica à base de dissilicato de lítio
(60% em volume) da infraestrutura, resulta em
uma restauração protética com brilho, translucidez
e fluorescência próximos aos das estruturas den-
tárias.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 13 – Fotoativação do sistema adesivo por Figura 14 – Preparo do substrato dentário reali-
20 segundos. zado sob isolamento relativo com aplicação do
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, seguido
de lavagem com água em abundância.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 17 – Fotoativação do sistema adesivo por Figura 18 – Inserção do cimento resinoso conven-
20 segundos. cional (RelyX ARC [3M Espe]) no interior da coroa.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 21 – Condição inicial do sorriso da pacien- Figura 22 – Aspecto clínico insatisfatório dos den-
te. tes anteriores superiores (13 a 23).
Fonte: Arquivo de imagens do Dr. José Magela do Prado, Fonte: Arquivo de imagens do Dr. José Magela do Prado,
da ABO-RO. da ABO-RO.
Figura 25 – Facetas laminadas (dentes 13, 12, Figura 26 – Aspecto das restaurações indiretas
11, 21 e 23) e coroa total sobre implante (dente após cimentação com um agente cimentante resi-
22), confeccionadas em vidro ceramizado à base noso dual.
de dissilicato de lítio (Sistema IPS e.max Press as- Fonte: Arquivo de imagens do Dr. José Magela do Prado,
sociado à cerâmica de cobertura IPS e.max Ceram da ABO-RO.
[Ivoclar Vivadent Inc.]), posicionadas, respectiva-
mente, sobre os troqueis dos dentes preparados
e sobre o pilar cerâmico à base de zircônia.
Fonte: Arquivo de imagens do Dr. José Magela do Prado,
da ABO-RO.
Figura 28 – Padrões de cera das restaurações in- Figura 29 – Base e anel para inclusão dos padrões
diretas confeccionados sobre o modelo de gesso. de cera em revestimento.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O fato de, muitas vezes, se ter contato com a cerâmica apenas no momento da
cimentação não é desculpa para a pouca atenção atribuída pelos cirurgiões-dentistas
às perspectivas relacionadas a esse material.2
Atividade 2
Resposta: Infraestruturas metálicas aumentam a resistência à fratura das cerâmicas
odontológicas convencionais utilizadas para recobrimento das mesmas. No entanto, o metal
pode afetar a estética da cerâmica, diminuindo a transmissão de luz através dela e promovendo
Atividade 3
Resposta: A
Comentário: Em geral, quanto mais cristalina for a microestrutura de uma cerâmica, mais
opaca ela será.
Atividade 5
Resposta: B
Comentário: A classificação das cerâmicas odontológicas quanto à sua temperatura de fusão,
por ser do início dos anos 1940, é considerada pouco específica e obsoleta e era mais emprega-
da às cerâmicas triaxiais, compostas por três ingredientes principais: quartzo, feldspato e
argila (caulim). A temperatura de fusão das cerâmicas era ditada pelas quantidades relativas
desses três componentes. As classificações mais aceitas atualmente categorizam as cerâmicas
considerando-se sua composição microestrutural e a forma como são processadas.
Atividade 8
Resposta: V; F; V; F
Comentário: Por apresentarem uma quantidade considerável de fase vítrea na sua composição,
as cerâmicas feldspáticas são acidossensíveis, ou seja, passíveis de serem condicionadas com
ácido fluorídrico e, posteriormente, silanizadas. Assim, após a aplicação de um adesivo, podem
unir-se a agentes cimentantes resinosos. Adicionando-se certos componentes às cerâmicas
feldspáticas, tais como o bórax, é possível diminuir a temperatura de fusão desses materiais.
Atividade 9
Resposta: O óxido de alumínio tem sido empregado com sucesso como reforço às cerâmicas
odontológicas por estar relacionado a melhores características estéticas e mecânicas, a um
baixo custo e à facilidade de obtenção. Sua adição à composição das cerâmicas atribui às
mesmas, dentre outras melhorias, a diminuição das tensões geradas durante o resfriamento
das peças, uma vez que o coeficiente de expansão térmica da matriz vítrea e o das partículas
de alumina são muito semelhantes.
Atividade 10
Resposta: In-Ceram Alumina: sistema bastante opaco, utilizado apenas para infraestrutura,
necessita de uma cerâmica fesldspática para cobertura. Indicada para próteses na região
anterior e posterior (unitárias e múltiplas de até três elementos). In-Ceram Spinell: maior
Atividade 12
Resposta: C
Comentário: Para promover o aumento da resistência dos vidros ceramizados, sem causar,
no entanto, prejuízo da estética, são adicionados a esses materiais cristais de leucita, na
concentração de 35 a 55%, ou cristais de dissilicato de lítio, na concentração de 60%. Cerâmi-
cas à base de zircônia não são classificadas como vidros ceramizados.
Atividade 13
Resposta: B
Comentário: Um exemplo clássico de vidro ceramizado à base de leucita é o sistema IPS
Empress, da Ivoclar Vivadent Inc. Esse sistema apresenta em sua composição 35% de volume
de leucita. A partir do sistema IPS Empress, foi idealizado o sistema IPS Empress Esthetic, um
vidro ceramizado à base de leucita, cuja pastilha para injeção apresenta a formulação clássica
do sistema IPS Empress. Suas características foram, entretanto, otimizadas.
Atividade 14
Resposta: D
Comentário: O exemplo clássico de vidro ceramizado à base de dissilicato de lítio é o sistema
IPS Empress II, da Ivoclar Vivadent Inc. Repaginando o sistema IPS Empress II, a Ivoclar Vivadent
Inc. apresenta, ainda, o sistema IPS e.max. Desse sistema, o IPS e.max Press e o IPS e.max
CAD são exemplos de cerâmicas à base de dissilicato de lítio, processadas, respectivamente,
por prensagem/injeção e usinagem.
Atividade 15
Resposta: Os vidros ceramizados à base de leucita estão indicados para facetas laminadas e
restaurações unitárias parciais, intra e extracoronárias (inlays, onlays e overlays), ou totais,
para dentes anteriores, já que o aumento, em média, da resistência flexural para 120MPa e
da tenacidade para 1,2MPa/m1/2 não são significativos se comparados aos valores observados
para os demais sistemas cerâmicos disponíveis atualmente. Os vidros ceramizados à base de
dissilicato de lítio, por sua vez, estão indicados para facetas laminadas, inlays, onlays, overlays,
coroas unitárias para dentes anteriores e posteriores e mesmo para próteses parciais fixas de
três elementos, em áreas de menor esforço mastigatório, até segundo pré-molar, já que
apresentam resistência flexural entre 300 e 400MPa e tenacidade entre 2,8 e 3,5MPa/m1/2.
Atividade 20
Resposta: Com cada camada esculpida, o processo de queima é iniciado e as partículas
sofrem uma aproximação que, por consequência, resultará em contração da cerâmica. Como
cada camada é sinterizada e esfriada antes de ser colocada a próxima camada, a contração
que acompanha o processo de sinterização é compensada pela camada seguinte.
Atividade 23
Resposta: A infiltração por vidro elimina a porosidade da estrutura de alumina e confere
resistência à infraestrutura. A adição de pó de alumina ligeiramente sinterizado e infiltrado
com um vidro de baixa fusão de lantânio de sódio produz uma cerâmica bastante densa e
muito resistente. A difusão do vidro entre as porosidades da alumina preenchendo esses
espaços forma uma estrutura híbrida, densa e bastante resistente, entre 450 a 680MPa. Esse
aumento de quatro vezes na resistência da cerâmica à base de alumina em relação à cerâmica
feldspática se deu pela capacidade de inclusão de 89% de pó de alumina.
Atividade 24
Resposta: A
Comentário: Os blocos cerâmicos a serem usinados, por meio do sistema de cópia e usinagem
ou por meio do sistema CAD-CAM, podem ser de dois tipos: parcial ou totalmente sinterizados.
Em geral, os blocos de zircônia parcialmente estabilizada por ítrio são usinados ainda quando
parcialmente sinterizados, devido à grande resistência desses materiais, a fim de se evitar
grande desgaste do equipamento e de se tornar o processo mais rápido (green milling).
Atividade 25
Resposta: D
Comentário: O processamento das cerâmicas por usinagem está associado a níveis insignifi-
cantes de porosidade (1 a 17 poros/peça), quando comparados àqueles observados para
restaurações obtidas por prensagem (103 a 621 poros/peça), por exemplo. Tem-se demonstra-
Atividade 31
Resposta: D
Comentário: Restaurações indiretas confeccionadas exclusivamente com cerâmicas alumini-
zadas ou à base de zircônia, ou cuja infraestrutura seja confeccionada com esses materiais,
não exigem o uso de cimentos resinosos para o seu reforço. Além disso, os cimentos resinosos
não se unem quimicamente à superfície interna dessas restaurações, a não ser que esta
tenha sido devidamente tratada, por exemplo, por processos de silicatização (Co-Jet; Rocatec),
pela aplicação de agentes de união (primers), pela aplicação de sprays de plasma ou de
hidróxido de sódio, de maneira isolada ou associada, ou que o cimento contenha o monômero
acidofuncional 10-metacriloioxidecil di-hidrogênio fosfato (MDP). Ainda, os cimentos de fosfato
de zinco e ionoméricos convencionais ou modificados por resina são indicativos de simplicidade
técnica durante a fixação das restaurações. Assim, os agentes cimentantes resinosos de
polimerização exclusivamente química ou dual devem ser preferencialmente utilizados para
fixação de cerâmicas aluminizadas ou à base de zircônia apenas quando a adaptação das
restaurações não for plenamente satisfatória. Outra indicação da “cimentação adesiva” deve
ser a possibilidade de melhoria da estética.
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