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Recuperação e Reforço

PATOLOGIA

✓Introdução;
✓Terminologia;
✓Sintomas mais comuns – exemplos;
✓Parecer ou Relatório de Análise de Estruturas;
✓Exemplo de Laudo Estrutural;
Introdução
PATOLOGIA:
PATO vem do Grego PATHOS= doenças
LOGIA vem do Grego LÓGOS= estudo.
Estudo da origem, mecanismo e agentes causadores de anomalias ou falhas
no desempenho de obras.

Porque construções com qualidade?


✓ Evitar gastos com reparos;
✓ Aumentar a vida útil da obra;
✓ Atender Norma de Desempenho (por exemplo Edificações Residenciais);
✓ Manter conceito positivo da construtora.

Patologia x Qualidade
✓ Estruturas mais esbeltas;
✓ Estruturas mais arrojadas;
✓ Estruturas mais econômicas.

Sempre que possível, o construtor corrige os eventuais defeitos estruturais de


maneira que o cliente não saiba a real gravidade do caso (exemplo: diz-se
tratamento ao invés de recuperação ou reforço).
Uma construção pode ser comparada com um ser vivo. Sua saúde vai
depender dos cuidados com ela durante a gestação (projeto), crescimento
(construção) e restante da vida (manutenção).

Assim como um ser vivo, uma obra está submetida a agentes externos:
temperatura, umidade e ventos; também a ações mecânicas que podem
cansá-la, fadigá-la e até mesmo danificá-la.

Toda atenção e cuidados são importantes durante a construção mas não


terminam com o final da obra. Com o início da utilização surgem pequenos ou
grandes defeitos que devem ser corrigidos (Assistências Técnicas).

Por fim, a construção, com o passar do tempo, envelhece, num processo


contínuo, mais ou menos lento, conforme os materiais que a compõem.
Como ocorre com as pessoas, há estruturas sadias e estruturas enfermas.
Essas últimas tem um desenvolvimento pouco feliz seja por defeitos de
projeto, construção ou manutenção. Essas é que serão estudadas aqui.

(extraído de CÁNOVAS. Patologia y Terapéutica del Hormigon Armado)


Terminologia
SINTOMA= manifestação patológica
Alteração física, química ou mecânica em elementos ou componentes de um
sistema construtivo, com algum grau de risco ou de interferência no
desempenho e durabilidade das obras.

FALHA= dano ou lesão

MECANISMO= como é que acontece


Cessado o mecanismo, cessa a anomalia
(exemplo: transporte de agente agressivo)

CAUSA= agente causador


(exemplo CO2, Cl, umidade)

ORIGEM= Projeto, Materiais, Execução, Uso ou Manutenção.


DIAGNÓSTICO
Identificação ou descrição do mecanismo, da origem e causas da
manifestação patológica.

AVALIAÇÃO / ANÁLISE / PARECER


Determinação da condição, do grau de dano, da deterioração e da situação de
funcionalidade de uma estrutura.

PROGNÓSTICO
Juízo ou estimativa de evolução da deterioração , baseada nos resultados do
diagnóstico e em alguns cenários de intervenção.

TERAPIA
Tratamento definido em função do diagnóstico e prognóstico; pode ter prazo
de validade limitado.
Sintomas mais comuns - exemplos

Corrosão da armadura de um pilar. Notar perda na armadura


longitudinal e estribo rompido devido a corrosão.
Flecha excessiva na estrutura causando trincas nas alvenarias.
Descamação, esfoliação, desagregação e expansão devido a
incêndio.
Trinca inclinada em viga, junto ao
apoio, indicando deficiência de
estribos.
Concreto segregado em um pilar.
Túneis de massa cartonada feito por
cupins numa laje de concreto.

Manchas de umidade na face


inferior de uma laje de concreto.
Parecer ou Relatório de Análise de Estruturas

1) Natureza do trabalho.
2) Antecedentes, histórico ou anamnese do caso.
3) Vistoria preliminar.
4) Inspeção detalhada.
5) Diagnóstico do problema.
6) Prognóstico
7) Definição das intervenções (Terapia).
8) Conclusões.
Exemplo de Laudo Estrutural

•Introdução
Trata-se de um edifício em concreto armado que possui vigas de transição
entre as suas colunas, nos diversos pavimentos, e os pilares do Térreo, 1º ,2º
e 3º subsolos.

•Visita técnica
Foi realizada visita técnica, em 28/01 último, por solicitação da Sra. Síndica.
A ocorrência de trincas em pilares e armaduras expostas em lajes e viga,
motivou essa solicitação.
Na visita, sendo realizada inspeção técnica, foi possível constatar patologia em
pilares (ver croqui anexo), lajes e vigas.
Croqui dos pilares

P13 P1 P2
P3 P4

P9
P11 P7
P14 P5

LOJA P10

P6
P12 P8
•Patologia observada
Os pilares P1 a P14 que constam no croqui, nos trechos inspecionados, foram
submetidos a exame tátil-visual e apresentaram diversos pontos de som oco
(teste de percussão) o que sinaliza provável ocorrência de oxidação de
armaduras gerando desplacamento do cobrimento de concreto (ver figuras).

Na inspeção detalhada, realizada pela Falcão Bauer, em 04/05, foram abertas


janelas no revestimento dos pilares para se verificar o concreto.

Não foi identificada patologia nos pilares da loja e nem da casa do zelador.
Não foi identificada patologia nos pilares do 3º subsolo.

Alguns pilares apresentam marcas de reparos realizados no passado, mas,


que já apresentam som oco.
Foi levantada uma área de reparo em pilares de 15 m².

Um exame visual na face inferior de diversas lajes e de algumas vigas, nos três
subsolos, mostrou pontos de armadura exposta corroída.
Foi levantada uma área de reparo em lajes e vigas de 17 m², incluso 1º e 2º
subsolos. No terceiro subsolo não foi identificada patologia nem em lajes nem
em vigas.
Pilar apresentando
trinca no
revestimento
Janela aberta peça Falcão Bauer no
revestimento de um dos pilares
•Análise
Agentes agressivos, tais como água de chuva e de infiltrações, gás carbônico
proveniente dos veículos, atuando ao longo dos anos, provocam a patologia
observada nos elementos estruturais do edifício visitado.

Além disso, no caso dos pés de pilares, ocorreu ataque químico do produto
usado, segundo informou a Sra. Síndica, para limpeza das pedras; não
recomendamos a utilização desse tipo de produto que, por ser de natureza
ácida é altamente nocivo ao concreto armado.

Os elementos mais críticos da estrutura de um edifício são os pilares, já que


eles suportam toda a carga da edificação. Pelo fato do edifício em questão
possuir vigas de transição, seus pilares são de grandes dimensões e suportam
altas cargas.

Assim, a recuperação estrutural dos pilares deve ser feita de maneira a cessar
a corrosão das armaduras e recompor a seção de concreto original.
As lajes e vigas também devem ser igualmente tratadas, apesar da menor
criticidade desses elementos estruturais comparando com os pilares.
•Conclusões
Recuperar estruturalmente os trechos com patologia presentes nos pilares nos
trechos entre o Térreo e 2º subsolo. Não foram identificados trechos com
patologia no 3º subsolo.

Recuperar estruturalmente os trechos com patologia presentes na face inferior


de lajes e viga no 1º e 2º subsolo. Não foram identificados trechos com
patologia no 3º subsolo.

O não tratamento desses elementos estruturais acarretará em aumento


geométrico, ao longo do tempo, da patologia presente com a conseqüente
redução gradativa da segurança da estrutura do edifício.

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