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A LÓGICA DO CISNE NEGRO

R E SU M
O impacto do altamente improvável
Autor: Nassim Nicholas Taleb

ESU MO Resumo: Percival Oliveira

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de colaboradores que entenderam o propósito de trans-
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cialmente a Deus!

RESUMO A LÓGICA DO CISNE NEGRO

O impacto do altamente improvável
Visão geral
Poucos livros que li têm uma ligação tão grande entre seu título e seu conteúdo.
A lógica descrita acompanha todo o livro, norteando, assim, a ideia central do im-
pacto do improvável.
Antes da descoberta do primeiro cisne negro, as evidências empíricas levavam as
pessoas a terem como “certeza absoluta” que só seria possível existir cisnes bran-
cos. Essa tal condição se estende para inúmeras “certezas absolutas”, que acom-
panham as mais diversas sociedades e, dentro dessas sociedades, seus indivídu-
os. As experiências que constroem cada indivíduo criam um código de conduta e
observações que, não raramente, levam a pré-conceitos sobre possíveis eventos
que acontecem em nosso dia a dia, ou mesmo servindo de base para previsões
futuras, na tentativa de calcular possíveis riscos e, assim, estar preparado para
diversas situações.
Essa questão do incontrolável, ou melhor dizendo, do improvável, faz parte de
nossas vidas. Sendo assim, passa despercebido, tornando-se em consideração a
seu impacto, mais ou menos relevante.
RESUMO A LÓGICA DO CISNE NEGRO
O impacto do altamente improvável
Toda tentativa de previsão para qualquer evento carrega certa incerteza. Sem
dúvida, quanto mais conhecimento e experiências vividas sobre o assunto a ser
analisado, pode-se conferir uma diminuição nos possíveis riscos. Porém, tal aná-
lise só mascara os resultados. Como podemos observar, grandes eventos que
mudaram o mundo e os que mudam nossas vidas têm certo grau de improvável.
O surgimento do Google, por exemplo, ou mesmo o atentado de 11 de setembro
nos fazem pensar sobre o quanto nossa questão de prever o futuro é frágil.
Especialistas sobre os mais diversos assuntos aparecem todos os dias, e aqueles
que se dizem conhecedores se multiplicam com a ajuda da tecnologia e a veloci-
dade das informações. Mas a pergunta que fica é: qual a diferença entre opiniões
de um especialista em finanças, possuidor de planilhas e históricos das mais di-
versas empresas, e do motorista de taxi que tem, em seu dia a dia, contato com
as pessoas que fazem essas empresas? Teoricamente, a diferença deve ser muito
pequena.
Estamos preparados para os Cisnes Negros?
Muitas vezes, somos levados a acreditar que, em nossas vidas, existem somen-
te cisnes brancos. Dentro de diversos grupos, podemos dar destaque a um em
especial: o grupo de pessoas empreendedoras que, de modo geral, confiam nas
suas experiências e fatos vividos para a tomada de suas decisões.
Olhando para trás, os empreendedores buscam a diminuição dos riscos que os
envolvem. Contudo, a simples entrada de um novo concorrente com um produto
inovador mais competitivo e com uma estratégia de divulgação mais agressiva
pode se transformar em um cisne negro. Isso porque, mesmo com o planejamen-
to mais detalhado e pessimista, naquele momento, o empreendedor não conse-
guiria determinar a entrada no mercado de tal concorrente.
Lembro-me de um capítulo de outro livro, “Cem dias entre o céu e o mar”, do nos-
so aventureiro “Brasuca”, Amir Klink. Além de um grande aventureiro, um plane-
jador convicto. Quando ele descreve seu início de planejamento na sua aventura
de atravessar o oceano em um barco a remo, ele coloca a sua dificuldade em
desenvolver um barco pequeno, de fácil controle, que enfrentaria um mar muitas
vezes revolto. Nesse desafio de projetar e construir tal embarcação, o mesmo não
conseguia desenvolver um barco que não virasse, e isso o levou a quase desistir
de sua aventura, quando um amigo sugeriu desenvolver um barco preparado
para virar. Esse foi o ponto de mudança. A partir desse momento, todo o barco
foi desenvolvido para virar.
Essa analogia entre o planejamento e o preparo para o improvável é o que define
estarmos preparados para encontrarmos com cisnes negros.
RESUMO A LÓGICA DO CISNE NEGRO
O impacto do altamente improvável
Absurdo da confirmação
Em todas as nossas ações e atitudes, buscamos uma confirmação sobre o fato. A
confirmação de nossas decisões nos garante que estamos corretos. Porém, se a
repetição de um evento cancela todos os outros, isso pode nos levar a, novamen-
te, mascarar resultados.
O fato de avistarmos outro cisne branco não garante ou define a não existência
de cisnes negros. Ou, ainda, se afirmarmos que só existem cisnes brancos, implica
que todos os objetos não brancos não são cisnes.
A confirmação, por muitas vezes, nos dá a falta de perspectiva para analisarmos
outras fases do evento. Sendo assim, paramos diante da simples ausência de
questionamento.
A figura do especialista serve para demonstrar as confirmações que, muitas ve-
zes, buscamos para tomar algum tipo de decisão. O que precisamos avaliar é, se
dentro das possíveis previsões, está sendo colocada a questão do improvável. O
improvável que pode acabar com a mais fundamentada confirmação.
Se isolar dos fatos que ocorrem naturalmente em nossas vidas em prol de confir-
mações pode simplificar nossas ideias. Porém, abrem margem para despencar-
mos com o improvável que irá acontecer.
Visão linear
Dentro de nossa estratégia de sobrevivência, os eventos tendem a criar uma me-
mória sobre nossos atos presentes. Tal memória nos leva a acreditar que possí-
veis fatos podem ser lineares, ou seja, que as coisas acontecem dentro de uma
ordem de tempo e prioridades. Essa visão nos leva a enganos constantes e sem-
pre provamos de eventos não programados.
A atual crise financeira que agrava o desenvolvimento de diversos países é prova
disso. Países que possuíam uma bolha imobiliária tendem a ter a sua crise agra-
vada, exemplo dos Estados Unidos e Espanha. Países que não possuíam tal pro-
blema tendem a se recuperar de forma mais rápida.
Essa atual situação nos leva a pensar em dois caminhos de países diferentes e,
em dado momento, podemos analisar algum ponto comum que
nos leve a pensar que existe certa coerência ou, até mesmo,
certo “planejamento”.
Mas hoje observamos a calmaria entre uma tem-
pestade e outra, e nos esquecemos que as causa
que levaram aos efeitos que temos hoje foram
imprevisíveis, acumulativas e que, em determi-
nado momento, foram apresentadas a todos.
Com uma breve análise, podemos verificar vá-
rios “cisnes negros” acontecendo em diversos
momentos de forma aleatória.
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O impacto do altamente improvável
Sobre a probabilidade (curva de sino)
Não podemos desprezar todos os estudos sobre probabilidade. Assim como de-
vemos muito a essas teorias e suas ferramentas, devemos ter uma visão mais
crítica sobre os fatos abordados com tais ferramentas ou observações feitas por
meio dessa perspectiva.
Quando observamos eventos que levam em conta tal ferramenta de análise e
probabilidade, como eventos em coleta de dados para tomada de decisão finan-
ceira, percebemos que alguns eventos possíveis tendem a ser desconsiderados
de forma errônea, pois levam em consideração um número e não suas possíveis
tendências.
Empresas que conheço que tomaram decisões baseadas em seus sentimentos
e direcionadas por outras métricas, são as empresas que, de uma forma ou
outra, conseguiram um destaque ou um crescimento, tanto no faturamento
como na sua imagem. Foram contempladas com o sucesso em algum momen-
to.
Pasteur é citado no livro pela máxima “a sorte favorece quem está pre-
parado”. Isso resume, em tese, o que devemos considerar quando so-
mos colocados à frente de estatísticas e probabilidades de ocorrências.
Antes ficar tentando diminuir os possíveis riscos, devemos
estar preparados para o máximo de desvios que
nossas atividades e desafios possam imprimir
em cada fase de nossas decisões.
Não buscar o certo absoluto
A busca da exatidão ou acerto de nossas previsões nos causa certa letargia. En-
quanto buscamos sem saber o quanto isso será representativo nos resultados
que buscamos, qualquer percentual ou número para determinar uma ação deve
conter uma margem de erro. Tal margem é até mais importante do que o próprio
número projetado.
As projeções, quando iniciadas, já carregam por sua incerteza um grau de stress
elevado, pois é essa projeção que define se o caminho escolhido foi o melhor ou
não. A espera do momento de avaliação, ou seja, o momento da verdade, às vezes
é menos estressante do que o próprio tempo de espera para se validar a projeção
feita.
Todo esse processo tem como base o acerto das projeções. Porém, deve-se ter
em mente que o mínimo erro pode fazer parte das projeções sem afetar o resul-
tado final. Sendo assim, torna o processo mais saudável e menos traumático em
sua definição.
O quanto de tempo deve-se investir exatamente nas nossas projeções,
levando-se em conta dados e estatísticas?
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O impacto do altamente improvável
Vigilância infinita
Por questões de pura “sobrevivência”, estamos sempre em vigilância. Essa busca
nos da à falsa impressão de segurança, pois acreditamos que, se ficarmos aten-
tos, poderemos evitar os possíveis eventos negativos e aproveitar ao máximo os
eventos positivos.
Mas como foi colocado no livro, “vigilância infinita simplesmente não é possível”.
Essa colocação nos faz pensar no óbvio e reforçar a situação de que devemos
nos preparar ao invés de buscar prever o que pode acontecer, também na falsa
impressão de segurança.
A energia de tempo e conhecimento deslocada para a vigilância poderá ser des-
viada para a preparação e visão de uma forma diferente e criativa de nos pre-
pararmos. Essa reflexão me fez lembrar da história construída pelo McDonald’s.
Essa história demonstra o aparecimento de um cisne negro, não possível na visão
dos verdadeiros fundadores. Porém, demonstrou-se na visão empreendedora de
um vendedor de máquinas de milk-shake, que conseguiu visualizar, dentro de um
cenário decadente, uma grande oportunidade de negócio. Mesmo depois de um
péssimo acordo inicial, o empreendedor continuou a ver o cisne negro positivo, e
o acompanhou até concretizar, de fato, seu plano. O que essa história demonstra
em relação à vigilância constante é que, nesse caso como em muitos outros, a
preocupação foi em desenvolver as possibilidades, e não ser vigilante a estatísti-
cas ou números, pois, nesse cenário, essa historia não teria de desenrolado e se
tornado um grande sucesso.
Previsores
Não faltam pessoas que se dizem especialistas fazendo previsões ou criando pos-
síveis cenários para o futuro de determinado ramo ou área de estudo.
Esses previsores, na sua grande maioria, defendem-se por meio de suas próprias
experiências ou, ainda, atrás de números e pesquisas, dando a cada uma sua pró-
pria versão ou perspectiva.
Porém, sempre que aparece algum evento com fatores incontroláveis em que
um grupo de previsores apresentam suas teses, somente alguns chegarão perto
do resultado, mas a grande maioria costuma ficar longe do possível. Sempre que
isso acontecia, particularmente, pouco me chamava a atenção. Contudo, agora
começo a perceber os diversos desvios que cada “tentativa” de prever pode, na
verdade, mostrar-nos o quanto estamos longe do acerto, sem contar o quanto
esse acerto pode ser valioso ou não em nossas vidas.
Previsores sempre existiram e sempre existirão. Vejo agora uma certa semelhança
entre previsões financeiras e ler o horóscopo pela manhã. O comum é que sem-
pre teremos uma amplitude muito maior e genérica do que um acerto preciso.
Hoje, firmo a ideia de que prever fica mais difícil do que se preparar para os pos-
síveis eventos e, assim, viver de forma mais ampla. Nas finanças, essa regra, de
forma geral, é seguida. Não faltam pessoas defendendo suas previsões e a per-
gunta que fica é: se temos tantos especialistas, como o mundo e várias empresas,
grandes e pequenas, ainda continuam errando em suas tomadas de decisões?
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O impacto do altamente improvável
Observações e práticas
Quando começamos a ter mais conhecimento sobre certo assunto, tendemos a
criar uma visão mais crítica e, muitas vezes, restrita sobre esse assunto. Mistura-
mos nossas observações com nossas práticas, quando podemos desenvolvê-las.
Porém, o conhecimento é fundamental para criarmos nossas opiniões.
Com relação à observação dos cisnes negros, temos um conflito criado por nossa
busca de conhecimento, que nos mostra a grande maioria de cisnes brancos e,
assim, fortalece nossa prática com provas mais fáceis de compreender.
Nossas observações sobre eventos que fazem parte de nossas vidas criam com-
parativos, e esses comparativos, como disse acima, podem nos restringir, criando
um limite em nossa visão sobre o assunto estudado. O que posso descrever sobre
minha experiência pessoal é que, refletindo sobre meus próprios investimentos
nos últimos anos, segui dicas e conselhos que, na verdade, são superficiais. Por
mais que tenha estudado eventos já ocorridos, o que percebo é que todo ganho
real, com certeza, deve-se ao risco assumido e a cisne negros. Isso determina a
busca pela preparação e não pela prevenção.
Se preparar está diretamente ligado a nossas observações e experiências. Porém,
o foco deve ser alterado e direcionado para uma compreensão maior, determi-
nando as ações e o tempo de busca pelos resultados.
Ser firme
Devemos ser firmes em relação ao improvável. Sendo assim, devemos rever nos-
sas condições sobre as probabilidades que nos cercam. Muitas vezes, ficamos in-
crédulos ou aborrecidos por eventos menores que, no fundo, nada mudam nos-
sas vidas.

Cisnes negros podem ser mais comuns do que possamos imaginar e são, muitas
vezes, nossa grande oportunidade de mudança atrelada ao nosso desenvolvimen-
to, tanto pessoal como profissional. Não mudei minha ideia sobre independência
financeira, mas mudei minha forma de vê-la e como devo desenvolver minhas
competências e me preparar para os imprevistos.

Nunca conseguiremos ter certeza do futuro, só não podemos nos tornar escra-
vos das previsões e acreditar que nossas vidas devem seguir um fluxo normal.
Buscar a compreensão das possibilidades de dar certo ou errado, assim como os
ambientes que se criam e se alteram ao longo do tempo, nos levará a acreditar na
plenitude da vida, com suas diferenças e imprevistos.

Quando analisamos a própria história e verificamos o que levou a humanidade a

criar riqueza, observamos que partiu da compreensão do risco. Hoje, o mundo
muda muito mais rápido do que podemos acompanhar, mas deve mu-
dar para que possamos analisar de forma diferente os eventos
do dia a dia.

Ser firme e saber que

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Conclusão
Após a leitura, fui provocado a repensar sobre a questão do improvável em minha
vida. O que percebi foi o quanto esses eventos improváveis mudaram o curso do
meu planejamento.
Não deixo de acreditar em planejamento e nas ferramentas que, ao longo do tem-
po, foram desenvolvidas para isso. Porém, a mudança de visão se faz necessária
se percebemos o quanto o improvável é provável. A certeza se faz menos presen-
te, mas sua busca faz parte da nossa natureza. Saber onde colocar nosso dinheiro
para garantir nosso futuro é uma busca de grande parte das pessoas, ao mesmo
tempo em que as empresas buscam maneiras de “tirar nosso dinheiro”.
Ter disciplina e saber o que se deseja são fatores essenciais para uma vida em
equilíbrio. Além de questões financeiras, questões pessoais nos fazem determinar
valores diferentes em momentos diferentes de nossas vidas, o livro demonstra,
além das questões financeiras, questões pessoais como posicionamento diante
dos fatos que nos perseguem.
Acreditar na preparação e que devemos estar preparados para quando o barco
virar, pode ser, na verdade, a busca do equilíbrio. Sabemos que teremos desafios,
momentos bons e momentos ruins. A graça é exatamente não saber quando eles
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O impacto do altamente improvável
irão acontecer e qual será sua intensidade.
Como já sabemos, “tudo é relativo”. Devemos usar isso ao nosso favor. Essa é a
ligação que faço entre minhas observações e o livro. Como em finanças, muitas
vezes, perder é ganhar menos, isso nos leva a refletir sobre outros assuntos.
Busca constante por melhores taxas e maiores ganhos, por vezes nos limitam a
enxergar só o ganho monetário e, assim, não contabilizamos quanto isso custa
para nossas vidas e nossos valores.
O ganho efetivo deve vir seguido de princípios e valores, fatores que, muitas ve-
zes, são deixados de lado em nome de ganhos financeiros.
O tempo que investimos em nossas vidas é mais importante do que o dinheiro
que investimos em aplicações financeiras que tiram nosso sono ou mudam nos-
sos valores.
Mudança de visão como consequência à mudança de foco foi à principal lição que
tirei do livro, assim como uma nova perspectiva sobre meus investimentos, tanto
financeiros quanto pessoais.
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