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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS COLATINA
3° ANO DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO CURSO TÉCNICO DE
INFORMÁTICA PARA A INTERNET

AMANDA PORTES RAIZ, GABRIEL FERREIRA, WILLIAM WALLACE CRISTO


BULIAN

CIDADES METRÓPOLES

COLATINA
2022
AMANDA PORTES RAIZ, GABRIEL FERREIRA, WILLIAM WALLACE CRISTO
BULIAN

CIDADES METRÓPOLES

Trabalho apresentado à disciplina de


Geografia, como requisito parcial para
avaliação semestral.
Professora: Lilia Márcia de Alvarenga
Lourete.

COLATINA
2022
1. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DA OBRA ANALISADA
2. PANORAMA INICIAL
A obra "Cidades e Metrópoles: Uma Perspectiva Geográfica para a Análise
dos ‘Problemas Ambientais’ Urbanos", de Ângelo Serpa, trata-se de um artigo
voltado para a discussão ao redor de problemas ambientais, no que se refere à
gestão de resíduos sólidos dentro do contexto urbano, e ainda à questão da gestão
de áreas verdes, numa perspectiva política e econômica. A análise possui como
objeto de estudo a região metropolitana de Salvador, Bahia.

3. ESTRUTURA DA OBRA
4. SOBRE O CONTEÚDO
Após apresentar o tema, o autor introduz a obra definindo premissas da
Geografia. Ele contraria o conceito ultrapassado da Geografia dicotômica — Física e
Humana —, e diz que o estudo deve ser algo fluido, dinâmico. Palavras do próprio:
“É preciso, sobretudo, pensar o espaço como algo dinâmico e mutável, reflexo e
condição da/ para a ação dos seres humanos, como espaço vivido , algo passível
de “apropriação” (SERPA, 2006)” (SERPA, A. 2008, p.31). Em seguida, faz dois
questionamentos que, segundo ele, vêm intrínsecos ao tema em questão:

“Qual a especificidade dos “problemas


ambientais” no contexto urbano e metropolitano?”;
“Qual o papel da Geografia frente a uma natureza
“ocultada” pelas estratégias dos agentes
hegemônicos de produção do espaço urbano e
metropolitano?” (SERPA, 2008, p.31)

A partir desses dois questionamentos, cita o ponto principal da discussão:

“[...] os problemas ambientais urbanos são de


ordem sobretudo ética, política e econômica e [...]
a Geografia deve se debruçar sobre a
problemática ambiental buscando desvendar
essas dimensões no contexto urbano e
metropolitano, a partir do entendimento das
relações sociedade-natureza numa perspectiva ao
mesmo tempo temporal e espacial.” (SERPA,
2008, p.31)

Então, após comentar sobre a história da discussão em âmbito mundial, o


autor parte para seu objeto de estudo — os aterros sanitários da Bahia, e a região
metropolitana de Salvador — e suas análises e conclusões, a partir dos conceitos
fundamentais postos por ele anteriormente.
Em sua dissertação, o autor mostra as parcerias entre empresas privadas e
as gestões estaduais e municipais para a realização do serviço ambiental. No caso
dos aterros, faz críticas justamente a essa parceria, e a sua eticidade: a coleta
quantitativa do aterro agiria em detrimento de coletas seletivas e da reciclagem,
ambas mais voltadas à sustentabilidade e ao meio-ambiente. “É a quantidade de
lixo recolhida que importa e não seu reaproveitamento” (SERPA, 2008, p.34).
O autor também fala sobre a falta de organização dos gestores com relação
aos catadores, já que, segundo ele, muitos catadores não fazem parte das
associações criadas devido à burocracia e à baixa dos preços da reciclagem — por
conta do alto número de pessoas e à não-ampliação dos quadros das associações
— (SERPA, 2008, p.36).
É falado sobre a proteção de áreas verdes nas zonas interurbanas, e como
ela, segundo o autor, foi feita com viés elitista. O início dessa proteção se deu com o
avanço dos estudos das cidades sustentáveis na europa; e com o aumento da
desigualdade social no Brasil. O autor rechaça a valorização da estética da classe
alta em detrimento da preciosidade ecológica na escolha das áreas de proteção
(SERPA, 2008). Ainda em vias de desigualdade, o autor fala sobre o planejamento
das cidades visando um marketing para empresas externas; ação que, mais uma
vez, é feita desconsiderando a parcela periférica da cidade.
Em conclusão, o autor fala sobre possíveis maneiras de solucionar esses
problemas; sobre nossas limitações de gestão na esfera municipal; sobre a
confusão dessa mesma gestão; e sobre o papel central da Geografia nesse tipo de
discussão.

5. ANÁLISE CRÍTICA:
Nós achamos de suma importância o autor pôr em evidência as nuances que
muitas vezes ficam escondidas por trás dos panos de heroísmo das empresas que o
tratam de sustentabilidade e meio-ambiente. Ainda mais, demonstrar o viés utilizado
nos programas de sustentabilidade propostos pela própria gestão pública. Ele passa
sua ideia de forma concisa, tanto em texto, quanto em imagens e mapas. A
constante repetição de seu alicerce teórico* demonstra seu compromisso para com
a Geografia no mundo num mundo fluido, contrariando os conceitos dicotômicos
ultrapassados. Sua crítica é clara, e não deixa nada a desejar, tanto em cunho
social, ético ou acadêmico.

6. SOBRE O AUTOR
Angelo Serpa é professor titular de Geografia Humana da Universidade
Federal da Bahia; bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq; docente
permanente dos Programas de Pós-graduação em Geografia e em Arquitetura e
Urbanismo da UFBA; doutor em Planejamento Paisagístico e Ambiental pela
Universität für Bodenkultur Wien, com pós-doutorado em Planejamento
Urbano-Regional e Paisagístico realizado na Universidade de São Paulo e em
Geografia Cultural e Urbana realizado na Université Paris IV e na Humboldt
Universität zu Berlin. Tem experiência nas áreas de Geografia e de Planejamento,
com ênfase em Geografia Urbana, Geografia Regional e Geografia Cultural,
Planejamento Urbano, Planejamento Regional e Planejamento Paisagístico. Pela
Contexto é autor dos livros A Cidade Contemporânea, O Espaço Público Na Cidade
Contemporânea, Lugar e Mídia, A Produção do Espaço Urbano e Turismo e
Paisagem (fora de catálogo).
É professor titular de Geografia Humana da Universidade Federal da Bahia
(por concurso público específico da matéria, realizado em 2012); pesquisador com
bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq (nível 1B); doutor em Planejamento
Paisagístico e Ambiental pela Universitaet Für Bodenkultur Wien (1994), com pós
doutorado em Estudos de Organização do Espaço Exterior e Planejamento
Urbano-Regional e Paisagístico realizado na Universidade de São Paulo
(1995-1996) e em Geografia Cultural e Urbana realizado na Université Paris IV
(Sorbonne/2002-2003) e na Humboldt Universität zu Berlin (2009). Tem experiência
nas áreas de Geografia e de Planejamento, com ênfase em Geografia Urbana,
Geografia Regional e Geografia Cultural, Planejamento Urbano, Planejamento
Regional e Planejamento Paisagístico, trabalhando principalmente os seguintes
temas de pesquisa: teoria e método em geografia, espaço público, periferias
urbanas e metropolitanas, manifestações da cultura popular, identidade de bairro,
cognição e percepção ambiental, apropriação sócio-espacial dos meios de
comunicação, relação entre lugar e mídia, estratégias de regionalização
institucional, empreendedorismo popular, bairros empreendedores, comércio e
serviços de rua, relação entre representação e Geografia. É docente permanente
nos Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal da Bahia, instituição na qual também é editor responsável
pela Revista GeoTextos.

● Obras por Angelo Serpa:


○ O espaço público na cidade contemporânea
○ Por uma geografia dos espaços vividos
○ Lugar e mídia
○ Fala, periferia! Uma reflexão sobre a produção do espaço periférico
metropolitano
○ Urbana baianidade, baiana urbanidade
○ Vu du Brésil

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