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Matheus Monteiro Martinez - 193/12

Direito Ambiental I
Profa. Ana Maria de Oliveira Nusdeo
- O direito é uma técnica de controle de comportamentos
16/04/2021
Aula 01: Evolução do Direito Ambiental e Desafios
○ Objetivos:
1) Equacionar os conflitos
2) Garantir direitos
3) Manter as condições ambientais
● Essa não é a única linha de surgimento do Dir. Ambiental;
○ Exemplos de conflitos:
■ Desmatamento ilegal
■ Demarcação de terras
○ Composição entre Interesses Gerais e Específicos;

● Surgimento dos Problemas Ambientais


○ Sociedades Desenvolvidas (60’s - 70’s)
■ Surgimento de problemas ambientais (contaminação, poluição,
etc...)
■ Tragedy of commons
- Primavera Silenciosa - Rachel Carson
■ The limits to growth
● Conclusão de que o desenvolvimento deveria ser
interrompido;
■ Desenvolvimento nos ordenamentos domésticos

● Reação aos problemas ambientais


○ 1º Direito Privado
■ Final do séc. XIX e pós-2ª Guerra;
○ Controle da poluição
■ Pós-2ª Guerra e anos 90;
■ Constitucionalização;
○ 3ª Fase (em construção)
■ Após anos 90;
■ Documentos Internacionais;

● Desenvolvimento Sustentável:
○ Preservação das condições ambientais para o futuro;
■ Sem as normas ambientais, talvez já tivéssemos atingido uma
ruptura ecossistêmica; (como verificar isso?)

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1) Estocolmo 1972 - Conflitos Desenvolvidos e em Desenvolvimento


a) Reconhecimento à soberania;
i) Elementos interessantes para o desenvolvimento do Direito
Ambiental:
● Princípio 8: Indispensabilidade do desenvolvimento
econômico e social para assegurar ao homem um
ambiente de vida e trabalho favorável e criar condições
de melhorar a qualidade de vida na terra;
● Princípio 9: Transferência maciça de recursos e de
assistência financeira e tecnológica que complementem
esforços dos países em desenvolvimento;
● Princípio 11: Pol Ambientais devem melhorar e não afetar
diversamente o desenvolvimento dos países em
desenvolvimento;
● Ênfase em planejamento integrado (ainda hoje não
temos)
● Após Estocolmo
○ Questão Fundamental: Garantir desenvolvimento ambiental;

2) Relatório Cocoyoc 1974


a) Encontro de diplomatas ligados à agenda ambiental;

3) Relatório Brundtland 1986


a) Desenvolvimento Sustentável
i) “É o que atende às necessidades das gerações presentes sem
afetar a capacidade das gerações futuras de atenderem às
suas”
- “Desenvolvimento sustentável: A institucionalização de um conceito” (NOBRE,
Marcos)

4) Conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento - Rio de Janeiro 1992


a) Assinatura da Declaração do Rio
b) Agenda 21
c) Convenção - Quadro sobre Mudanças Climáticas
i) Não traz deveres sobre redução de emissão, mas traz deveres
acessórios.
ii) Vinculatividade jurídica (soft law);
d) Convenção-Quadro sobre Diversidade Biológica
● Declaração do Rio
○ Reforço a vários princípios de Estocolmo
■ Soberania sobre seus recursos naturais e políticas ambientais;

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■ Preservação para futuras gerações;


■ Articulação entre desenvolvimento e proteção do M.A.;
■ Princípios do Direito Ambiental e do Direito Ambiental
Internacional;
● 1- Responsabilidade comuns mas diferenciadas;
○ P7:;
○ Os países que contribuíram mais devem ter uma
responsabilidade proporcionalmente maior ao
nível de dedicação à questão ambiental ao longo
dos anos. Ou seja, aqueles que já se direcionaram
a essa questão no passado;
○ Mesma responsabilidade em diferentes
proporções;
○ Ex: Crédito de carbono, maior financiamento pelos
países mais ricos, etc…
● 2- Participação e informação
● 3- Precaução
● 4- Poluidor-pagador
● Pós Rio-92
○ Ênfase em 3 aspectos:
■ Social
■ Ambiental
■ Econômico

5) Rio + 20 2012
○ Reforça compromissos, economia verde e quadro institucional
○ Início do debate que daria origem à PNUMA

6) Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2015


○ Cúpula da ONU

● Desafios para o Direito Ambiental


○ Regular para a Sustentabilidade
○ Direito Ambiental: “Arquitetura legal-institucional”
○ Pressupostos teóricos:
■ Abordagem econômica - discussão de políticas
■ Abordagem ética - compreensão filosófica e hermenêutica
● “Ética prática” (SINGER, Peter)
● Ética tem um elemento de circunstância (historicamente
alocados)
● Relação com as gerações futuras
● Mas relação entre grupos contemporâneos

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● E relação com outros seres


○ Do antropocentrismo ao biocentrismo
■ Preocupação com “novos paradigmas” - “epistemologia”
○ Como tem sido feito?
■ Regras e princípios;
■ Criação de Órgãos;
■ Políticas e programas;
● Law and Order (comando e controle)
● Plano de Ação para Prevenção e Controle do.
Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm)

//Ideia: Direito Ambiental me parece diferente dos demais Direitos (eg Comercial)
por não haver um histórico tão extenso. Então diferenciá-lo e estudá-lo são
atividades que devem ser feitas de maneira diferente como de costume. Agora,
como essas atividades devem ser realizadas? Ainda não sei, mas sei que estamos
construindo esse “histórico” Direito Ambiental nesse exato momento. Nossa
atenção deve ser redobrada e habilidade técnica reforçada;
- Nós carregamos sim um histórico de preservação do meio ambiente!! Cultura
indígina, culturas cosmocêntricas. Em algum momento isso se perdeu.
- Hoje, a Constituição do Equador reconhece direitos próprios da natureza
devido ao seu valor próprio!
//Meio ambiente vira um sujeito de direito?
//Como as pautas são incorporadas no nosso ordenamento jurídico?
- Convenção: Estabelece deveres e conceitos para os países
- Rio de Janeiro|| Biodiversidade trouxe o conceito sobre o Patrimônio
Genético (riqueza advinda da diversidade biológica) (depende da
autorização do país sede) (EUA não assinaram)
- O jeito tradicional/convencional é assinar a convenção
(fornecimento de diretrizes e observância de princípios na
medida do possível) (de cima para baixo)

23/04/2021
Aula 02: Economia, Meio Ambiente e Direito
1) Abordagem econômica da questão ambiental
● Como a economia aborda os problemas ambientais (“Falhas de
mercado”)
○ Situação: Pousada vs. Queimada da palha da Cana-de-açúcar
■ Externalidade: Transferência de custos da atividade de
uma atividade para outrém;
● Positiva: Manutenção de mata nativa (implicação
de uma série de benefícios ambientais), Rios

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voadores, Aprimoramento da mão de obra


(aumento de qualidade do serviço);
○ Bens públicos: Classe especial de
externalidade positiva, marcada pela não
rivalidade ou não exclusividade;
● Negativa: Poluição (ex);
- “Falha de mercado”;
- “Custos ou benefícios que se transferem de determinadas
unidades do sistema econômico para outras ou para a
comunidade como um todo, extra-mercado”;
■ Alternativas de solução:
● Internalização de custos das externalidades;
● Formas de composição;
● Criação de “mercado das externalidades”;
2) Dois autores que cuidaram do tema: Pigou e Coase
● Arthur Cecil Pigou - “The Economics Welfare” (1932)
○ A extensão da externalidade já era percebida
independentemente da questão ambiental;
■ Externalidades Negativas: Taxas;
■ Externalidades Positivas: Subsídios;
○ Outros mecanismos de correção;
○ Correção e problemas ambientais;
● Ronald H. Coase - (1910-2013)
○ “The problem of social cost” (1916)
○ Qual a crítica à proposta pigouviana?
■ Proporcionalidade da correção (taxas);
■ Demora para a inserção de subsídios;
■ Proposta: Na ausência de custos de transação, as partes
racionalmente chegam a um resultado mais eficiente do
que a intervenção do Estado, independente da alocação
inicial do direito (negociação das externalidades);
3) Discussão sobre instrumentos de comando e controle e econômicos
● De que meios o direito dispõe para solucionar falhas de mercado que
afetam o meio ambiente?
i) Instrumentos de Comando e Controle:
a) Procedimentos e padrões a serem obedecidos pelos
agentes
- Ex: Licenciamento ambiental (autorização para o exercício da atividade
econômica);
- Ex: Obrigações dos proprietários rurais em manter uma parte de suas
propriedades protegidas (reservas legais);
b) Penalidades

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//Consenso em torno da educação ambiental: Sociedade brasileira não só está


atrasada como aparentemente retrocedeu. Visto como uma questão supérflua;
//O direito não está no vácuo, está no contexto social. Social Norms. Se o direito
estiver inserido em um contexto alinhado, a eficácia das normas será maior;
//Políticas de desenvolvimento sustentável. Trazer madeireiros para a legalidade.
//Custo do Risco = ValorMulta * ProbSerPego;

4) Críticas e “corrente alternativa”


● O que são sanções premiais?
○ Instrumentos econômicos precificados:
■ Alteram os preços dos bens e serviços da economia, para cima
(superavitário) ou para baixo (deficitário) - aproximando-se das
taxas/subsídios pigouvianos;
■ Funções:
● Corrigir uma externalidade ambiental;
● Financiar determinadas receitas e cobrir custos
(fiscalização);
○ A taxa deve corresponder ao exercício do poder de
polícia; [brincadeira: Você é fiscalizado e ainda
paga por isso?]
● Induzir um comportamento social;
- Ex: Tributos/taxas ambientais, preços públicos, royalties…
- Cobrança pelo uso da água (Lei 9.433/97)
■ art. 19: Água como valor econômico; racionalização do seu uso;
financiamento de programas e intervenções;
■ receita deve ser aplicada prioritariamente na bacia em que
foram gerados os recursos (art. 22);
■ Preço público;
○ Instrumentos econômicos de mercado:
■ Precificação dos movimentos de redução eficientes do mercado
(Mercado de Carbono);
■ Redução gradual do número de quotas para a redução da
poluição
- Ex: Mercado de carbono, quotas para reservas ambientais;
○ Instrumentos de informação;
○ Combinação de instrumentos:
■ (Police mix);
■ Conjunto que se procure harmônico para dar conta dos
conflitos;
○ Abordagem econômica alternativa: Economia ecológica

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■ Aplicam-se as leis da termodinâmica (física): Conservação e


tendências à produção de entropia;
■ Visão sistêmica da relação econômica (subsistema) e meio
ambiente (sistema);
● “Dessa forma, a economia não pode crescer mais que o
meio ambiente”;
■ Consideração sobre a resiliência ecossistêmica para a
delimitação de áreas prioritárias de ação;
■ Conflitos ecológicos distributivos integram o objeto de sua
discussão;
● Ecologismo dos pobres;
30/04/2021
#Princípios do Direito Ambiental
● Princípios ocupam papel central no direito ambiental, até mesmo quando há
uma regra que disciplina o assunto;
● Contextualização da importância dos princípios no direito ambiental
○ Declarações internacionais
■ Estocolmo e Rio denominam seus parágrafos como princípios,
mas também forneceram princípios para o ordenamento
jurídico brasileiro;
○ Fundamentação das decisões
■ Base da argumentação ou “complemento” de regras
● Quais princípios?
1) Uma mineradora pede autorização ao Estado para iniciar suas atividades. Há
impactos? Quais? São previsíveis? Como proteger o ambiente?
a) Princípio do poluidor-pagador; (p. 16 Declaração do Rio)
i) Internalização dos custos ambientais decorrentes da poluição;
ii) Esfera reparadora (semelhante às Resp. Civil)
iii) Esfera mitigadora (Redução da ocorrência do problema)
iv) art. 225 §3º CF/88: Princípio da Reparação integral;
2) Caso da poluição eletromagnética nos sistemas de energia elétrica
a) Princípio da precaução; (p. 15 Declaração do Rio de Janeiro)
i) Incerteza científica absoluta não será utilizada para adiamento
da tomada de decisão;
ii) Riscos vs. Incertezas;
iii) Novas técnicas e tecnologias;
iv) Inversão do ônus da prova;
- Riscos (probabilidade de ocorrência) vs. Incertezas
- Novas técnicas e tecnologias
- Inversão do ônus da prova

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b) Princípio da prevenção;
i) Diante a certeza científica;
- Prioridade a medidas que impeçam a superveniência do dano
- Atacado pelo autolicenciamento;
c) In dubio pro natura;
● O Direito Ambiental, assim como os Direitos Humanos, é um disciplina
afirmativa;
3) Quem deve custear as despesas com o passivo ambiental? O Estado? A
comunidade empreendedora?;
a) Princípio da reparação ambiental (integral);
- Esfera reparadora e mitigadora;
- Art. 225, §3º;

b) Princípio do usuário-pagador;
i) Uso autorizado, privativo: Pagamento;
ii) Uso de bens ambientais de domínio público;
c) Princípio do protetor-recebedor;
i) Retribuição àquela pessoa de direito que age de maneira a
proteger o meio ambiente dentro dos parâmetros determinados
por lei;
ii) Lei 12.305/10
d) Princípio da função social da propriedade;
i) Poder-dever de agir vinculada a uma finalidade específica
(oposto da autonomia da vontade)

● Como vemos os princípios dos direitos ambientais?

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○ Será possível aproximar os princípios das regras?


■ Sim, o mais próximo talvez seja poluidor-pagador;

07/05/2021
● Gestão integrada dos recursos naturais
○ Fortalecimento do movimento ambientalista;
○ Edição da lei 6938/81 - Lei da Política Nacional do Meio Ambiente;
○ Princípios, objetivos e instrumentos basilares do direito ambiental
(Muitos deles “constitucionalizados”);
○ Regras sobre responsabilidade por danos ambientais;
○ Legitimidade para propor ação por danos;
○ Criação de uma política é do legislativo ou executivo?

● Políticas públicas e Direito
○ Política pública. O que é?
■ Estabelecimento de objetivos e estruturação de instrumentos e
meios;
■ “Suporte jurídico” em leis. Necessidades de planos, programas
mais corretos;
● Lei 6938/81
○ Definições;
■ Base p/ construção de argumentos de outras leis;
○ art. 3º
■ I: “Meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas”;
● Geral o suficiente para compreender o meio ambiente,
porém não inclui a dimensão social - humana - nesse
mesmo universo;
■ III: “Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante
de atividades que direta ou indiretamente:
● Atos: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; b) criem condições adversas às
atividades sociais e econômicas; c) afetem
desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições
estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
● Efeitos: e) lancem matérias ou energia em desacordo
com os padrões ambientais estabelecidos”;
■ IV: “Poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental”;
■ II: “Degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa
das características do meio ambiente”;

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■ V: “Recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores,


superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora”;
○ Princípios, objetivos;
■ Não são os princípios do DA;
■ art. 2º:
● “Ação governamental na manutenção do equilíbrio
ecológico”;
○ Instrumentos;
■ art. 9º
● Padrões de qualidade;
● Zoneamento ambiental;
● Avaliação de impactos ambientais;
● Licenciamento;
● Criação de espaços territoriais especialmente protegidos
pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais
como áreas de proteção ambiental, de relevante
interesse ecológico e reservas extrativistas;
○ Responsabilidade civil;
■ art. 14 §1: “”
● MP da União e dos Estados terá legitimidade para propor
ações em defesa do meio ambiente;
○ Constituição do Sisnama;
■ Sistema Nacional do Meio Ambiente;
● Articulação de competências federativas e de
participação da sociedade;
■ Conama:
● Poder Regulamentar;
● Art. 6º §1º:
● §2:
● Padrões
○ Qualidade: Níveis totais;
○ Emissão: Níveis individuais. Problema dos acúmulos ou
combinações;
○ Água: Conama 357/2005;
○ Ar fontes fixas: Resolução 491/2018 - Suspensa ADI

14/05/2021
● "A proteção do meio ambiente na Constituição Brasileira", RF 317/177, 1992
● “Proteção Jurídica do Meio Ambiente - I Florestas” - Nicolao Dino de Castro e
Costa Neto. Del Rey. 2003;
● “American Constitutional Law: 1” - Laurence H. Tribe. 1999.

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● MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO DE 88


● Direito Ambiental é um Direito difuso
○ Objeto indeterminado e titulares infinitos;
- art. 255: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e
futuras gerações”;
● “Norma-princípio”: Estabelece o direito;
1) Caracterização do meio ambiente como direito fundamental:
○ O que é bem de uso comum do povo?
■ Bem Público: De origem natural, ou não, que pode demandar
tutela jurídica para que não se esgote (Ex: Rios || ruas, praça);
■ Limitador do Direito de Propriedade;
■ Não se trata de domínio público patrimonial;
■ Luís Roberto Barroso: Domínio público, exterioriza-se também
em poderes de soberania, além de propriedade;
■ “Bens de Interesse público”;
■ Macrobem vs. Microbem:
● Meio ambiente, interação, equilíbrio vs. sítio, cachoeira,
rio;
● 2) Regras para efetividade do Direito;
○ Incumbências do Poder Público;
○ Proteção de espaços territoriais. Apenas Leis podem reduzir espaço
protegido;
//Lei de Licenciamento:
○ Terras devolutas: Terra ainda não cadastrada seja como propriedade
pública ou privada;
■ Vítimas da grilagem, assim como algumas terras públicas;
■ Regras: ônus de argumentação para justificar a
não-aplicabilidade/exceção;
■ Princípio: ponderação, mandamento de otimização;
● 3) Constitucionalização de temas relevantes (disposições particulares);
○ “Tríplice responsabilidade”:
■ Administrativa, Civil e Penal;
■ Ocorrem em esferas independentes;
● §3º: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados (responsabilidade civil)”;
○ Proteção aos ecossistemas:
■ §4º: “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica (...)”;

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● 4) Inserção da preservação do meio ambiente entre os princípios da Ordem


Econômica
○ art. 170: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por finalidade assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observando
os seguintes princípios:”
○ Direito à livre iniciativa: Em consonância (ponderação ou limitação?)
com a preservação ambiental;
//Desafio: Questão ambiental deixou de ser prioridade. Consenso.
○ Caso de conflitos. Meio ambiente como baliza e limite. Grande peso.
○ Adoção do princípio do desenvolvimento sustentável (art. 170, VI + art.
225);
○ Espaço para instrumentos econômicos:
■ Tributação diferenciada;
■ Instrumentos financeiros; (ex. Lei 12.187/2009)
■ Pagamento por serviços ambientais;
○ art. 186: “A função social [mitigação do direito absoluto de propriedade]
é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, os
seguintes requisitos:”
■ II - Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente;
■ Ex: Imóvel rural improdutivo...
■ art. 182,§2º: “A propriedade urbana cumpre sua função social
quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor”;
● 5) Atribuição de competências aos entes federados em matéria ambiental
● 6) Tratamento/Domínio dos recursos naturais;

21/05/2021
● Competência Executiva/administrativa em matéria ambiental no Brasil:
● Constituição:
○ Separação de poderes (Federal, estadual e municipal);
○ CF/88 - art. 21;
○ Competência comum:
■ Maior parte das questões ambientais;
■ Não há hierarquia, a distribuição de competência ocorre para
que haja uniformidade e conformação de competência;
■ CF/88 - art. 23, inc. V, VI, VII e VIII;
● Normas para cooperação entre a União e os Estados;
● Competência administrativa:
○ Fiscalização e aplicação de penalidades;

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○ Manifestação no caso concreto (licenciamento,


autorização);
○ Objetivo de promover a cooperação administrativa;
○ Competência excludente:
○ Competência concorrente:
■ União: Norma geral (ampla);
■ Entes federativos: Especificação da norma geral (suplementar);
■ Sentido contrário à concorrência de mercado (objetivo de
vencer, excluir outros participantes);
■ Sentido de que os entes federativos disciplinam,
concomitantemente, e não excludentemente, determinada
matéria;
■ A lei estadual e municipal somente poderá regulamentar de
maneira a configurar mais especificamente os dispositivos
normativos sem, de alguma forma, contradizer o normas
superiores e anteriores;
○ O município pode legislar em matéria ambiental?
■ Análise do art. 30 CF/88;
● Lei Complementar 140/2011:
○ Regras para fiscalização;
○ Cada ente controla e fiscaliza atividades e empreendimentos para os
quais tenha a atribuição para licenciar ou autorizar;
■ “art. 17 §3º. O dispositivo no caput deste artigo não impede o
exercício pelos entes federativos, da atribuição comum de
fiscalização da conformidade em empreendimentos e
atividades efetiva ou potencialmente poluidores, ou utilizadores
de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor,
prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão
que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que
se refere o caput”;
■ art. 7, inc XIV;
■ art. 8, inc. XIV;
■ art. 9, inc. XIV;
● Regras para fiscalização e autuação:
○ Lei de crimes ambientais:
■ “art. 70 §1º. São competentes para lavrar auto de infração
ambiental e instaurar processo administrativo, os funcionários
de órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, designados
para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das
capitanias dos portos, do Ministério da Marinha”;
28/05/2021
● Responsabilidade civil em Matéria Ambiental

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○ Super importante;
○ Complexidade doutrinária;
○ Responsabilidade é um caminho muito frequentemente utilizado para
reparar danos ou cessar atividades que poderão causar danos;
○ Responsabilidade civil muito abrangente;
● Qual é a principal característica da responsabilidade ambiental na esfera e
quais princípios influenciam esse regime diferenciado?
○ Aspecto Reparatório:
■ Abordagem sancionatória (Penal, Administrativo);
■ Responsabilidade civil é reparatória;
■ “O medo de ser responsabilizado pode operar de maneira até
mais eficiente que a possibilidade de receber uma multa”;
■ Princípio do poluidor-pagador;
● Impugnando para que a responsabilidade ocorra;
■ Princípio da reparação integral;
● Determinando que a reparação seja dada integralmente;
○ Os danos são reparados a partir do instituto da Responsabilidade
Civil;
■ Aspecto preventivo na Responsabilidade:
● Princípio do poluidor-pagador:
○ O empreendedor tem o dever de antecipar a
ocorrência dos danos;
● Princípio da prevenção [mais amplo]:
○ EIA e RIMA;
○ “Prevenção de danos conhecidos e
desconhecidos”;
○ Se justifica na prevenção, também, de riscos;
■ “Provado o risco, é possível promover a
cessação da atividade”;
● Princípio da precaução:
○ “Antecipar danos desconhecidos”;
○ “Raciocínio de fronteira”;
○ Base legal da responsabilidade objetiva:
■ Lei 938/81: art. 14, §1º “Sem obstar a aplicação das
penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade. [...]”;
● art. 3º, IV: Poluidor, pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, responsável, direta ou indiretamente,
por atividade causadora de degradação ambiental;

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■ Código Civil, Art. 927: Parágrafo único “Haverá obrigação de


reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem”;
● Teoria do risco:
○ Quando o risco se traduz em danos, cabe a
responsabilização do autor;
● Dano Ambiental:
○ Lesão de interesses juridicamente protegidos;
○ Quem é a vítima?
■ José Rubens Morato Leite: “Dano ambiental constitui uma
expressão ambivalente, porque às vezes designa uma alteração
no meio ambiente (direito difuso) e outras, ainda, os efeitos que
tal alteração provoca na saúde das pessoas e em seus
interesses”;
■ Direito Difuso:
● Cujo o titular é indeterminado e o objeto indivisível.
○ Concepção que permite superar o individualismo
do direito;
■ “Conflitos são cada vez mais coletivos ao
passo que o direito é construído para
resolver conflitos interindividuais”;
○ Objeto é macrobem (bem jurídico);
Ex: Área comum de prédio condomínio se
assemelha aos objetos indivisíveis;
■ Dano “ricochete”:
● Dano individualizado;
○ Dano ao terceiro por meio do dano ambiental;
● Microbem (demais direitos);
■ Danos “socioeconômicos e humanos”:
● Danos a terceiros muito significativos;
● Impactos severos na esfera de direitos das pessoas;
○ Jus à espécies de indenização;
● Meios processuais:
○ Procedimentos Preparatórios:
■ Inquérito Civil:
● Instrumento pré-processual. Prerrogativa do MP. Angariar
provas mediante solicitação de documentos ou oitivas.
TAC (Termo de Ajustamento de Conduta);
● Fim de cessar conduta lesiva ao meio ambiente e
repará-la;

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■ Ações civis públicas:


● Lei 7347/85;
● MP, Procuradorias, AGU… e a sociedade?
○ Associações civis públicas criadas a mais de uma
ano que tenham por objetivo a defesa ambiental
podem entrar com Ações Civis Públicas;
■ Ações civis privadas;
● Categorias do Dano Ambiental:
○ Patrimonial:
■ “Patrimônio” ambiental difuso e também o individual;
■ art. 225, §4º: Patrimônios nacionais;
Ex: Amazônia, Pantanal, Cerrado, etc...
■ Patrimônio individual;
■ Dimensão coletiva e individual;
○ Moral:
■ Existe um dano moral ambiental?
● Min. Zavascki: Não, pois dano moral é uma experiência
individual;
● Com o passar dos anos...
● STJ: Sim, aqueles que implicam na perda da qualidade de
vida;
■ Dimensão coletiva e individual;
○ Danos intercorrentes:
■ Lapso temporal entre a ocorrência do dano e a ocorrência da
reparação;
■ Dimensão coletiva: Privação da sociedade;
● Reparação do dano:
○ Reparação in natura:
■ Obrigação de fazer;
○ Recuperação pecuniária (indenização):
■ Fundo nacional ou estadual de direitos difusos (art. 13, Lei
7347/85);
● Problema de efetividade de como traduzir o dano em
pecúnia;
● Problema de orientação, pois alguns projetos do Fundo
não se direcionam à reparação dos danos ambientais;
○ Reparação por equivalente - compensação:
■ Compensar uma área com características ambientais
semelhantes o mais próximo possível da área do dano;
● Elementos para a Responsabilidade Civil (objetiva):
○ Dano: Para responsabilizar, é preciso de apenas dois elementos;
■ Ato/atividade: Tipicidade(?)

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■ Nexo causal:
● Não é naturalístico;
● Aplicação deve ser cuidadosa: Abstração entre atividade
e o dano;
● Flexibilizado, pois o dano ambiental, muitas vezes, não é
produto de um só degradador;
○ Existem situações em que o dano ambiental é
causado por uma cumulatividade que apresentam
resultados somente após determinado período;
○ Multiplicidade de causas (Ex: Distritos industriais,
Polo de cubatão > conjunto de poluidores é
passível de imputação de débito solidário);
■ Responsabilidade civil independe de culpa;

○ Nexo de causalidade de teorias:


■ Caso Responsabilidade Subjetiva:
● Negligência?
■ Risco criado:
● Admite as excludentes de culpabilidade. Caso fortuito;
força maior; culpa de terceiro. Há ruptura da causalidade;
■ Risco integral:
● Não admite. Existência da atividade é condição para o
evento danoso. (Risco agravado? Cristiano Farias);
● Não aceitar excludente de responsabilidade;
● Doutrina pensa em situações excepcionais;
● Jurisprudência ainda não contemplou situações tão
excepcionais quanto as proposições da doutrina;
■ Posição intermediária:
● Força maior e fato de terceiro, desde que o agente não
concorra. Note-se o caso fortuito; “caso fortuito interno”;
● Caso fortuito: Imprevisível;
● Força maior: Inevitável (Força da natureza);
● Única situação possível para o rompimento do nexo de
causalidade;
● Solidariedade:
○ Lei brasileira não disciplina o tema expressamente;
○ Doutrina e jurisprudência: Solidariedade passiva em matéria de dano
ambiental. Fundamento? (indivisibilidade do dano);
○ Art. 265, CC/02;
■ “A solidariedade não se presume, resulta de lei ou da vontade
das partes";
● Causador indireto:

17
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

○ Poder Público: Art. 225 - Compete ao Estado preservar o MA;


○ Poder-dever de fiscalização, preservação, controle;
○ Discussões recentes:
■ Financiador?
■ Cadeia produtiva?

//Reparar o meio ambiente é de urgência (Argumento de sustentação);


- Direito fundamental difuso e Bem jurídico
- Repara o dano ambiental, depois os sujeitos são compensados;
- A culpa alonga a discussão e causa inércia;
- Inércia é muito prejudicial;

04/06/2021
● Responsabilidade Administrativa Ambiental
○ “Decisão de Salles ‘trava’ ação de Ibama e Icmbio”;
■ ICN prevê o questionamento da responsabilidade administrativa
dos funcionários que estão tendo que lidar com uma
desproporcional ao prazo estabelecido pelo MMA;
○ Responsabilidades por danos ao Meio Ambiente:

■ Exercício do poder de polícia (atividade vinculada da


Administração);
■ Definido no CTN:
● “Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de

18
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública


ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”;
○ Responsabilidade Administrativa e Penal
■ Administrativa:
● Lei de Crimes Ambientais: 9605/98;
● Decreto 6514/08;
■ Penal:
● Lei de Crimes Ambientais: 9605/98;
○ Crimes vs. Infrações:
■ Crimes: Tipificados na lei (art. 29-69);
■ Infrações: “Toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas
de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente”;
● Condutas das infrações: Decreto 6514/08;
● Sanções e procedimentos: Às vezes, idênticas aos
crimes;
○ Autoridade competente:
■ Para lavrar o auto e instaurar o processo administrativo: os
funcionários dos órgãos do SISNAMA designados para a
atividade de fiscalização, os agentes da capitania dos portos do
M. Marinha (art. 70, §1) - LC 140/2011;
■ Os órgãos em questão devem indicar em ato próprio a
autoridade administrativa responsável pelo julgamento da
defesa;
■ Deve ter um nível hierárquico inferior, para caber o recurso;
○ Processo Administrativo:


○ Sanções - critérios:

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Matheus Monteiro Martinez - 193/12

■ Gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da infração e


suas consequências para a saúde pública e MA;
■ Antecedentes do infrator ao cumprimento da legislação
ambiental;
■ Situação econômica do infrator, em caso de multa;
○ Medidas administrativas preventivas:
■ Apreensão;
■ Embargo de obra ou atividade;
■ Suspensão de venda ou fabricação de produto;
■ Suspensão parcial ou total de atividade;
■ Destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos ou
instrumentos da infração e
■ Demolição;

11/06/2021
● Espaços protegidos: Lei 9.985/00
○ Regras sobre dominialidade:

- Estação Ecológica:
○ Finalidade: Proteger áreas representativas de ecossistemas brasileiros,
pesquisa de Ecologia, proteção do ambiente natural, desenvolvimento
da educação conservacionista, preservação da natureza e pesquisas
científicas;
○ Domínio: Público;
○ Atividades Permitidas: Uso indireto de recursos naturais, restauração
do ecossistema, manejo de espécies, coleta (fim científico) e pesquisa
científica;
● Unidades de conservação de uso sustentável:
○ O grupo das Unidades de Uso Sustentável é composto pelas seguintes
categorias de unidade de conservação:
○ I - Área de Proteção Ambiental;

20
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

○ II - Área de Relevante Interesse Ecológico;


○ III - Floresta Nacional - dom público
○ IV - Reserva Extrativista - dom público
○ V - Reserva de Fauna - dom público
○ VI - Reserva de Desenvolvimento Sustentável - dom público
○ VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural - privada
● Área de Proteção Ambiental:
○ Área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana,
dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a
diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar
a sustentabilidade do uso dos recursos naturais;
○ APA é constituída por terras públicas ou privadas (Grandes áreas com
proteção não tão grande assim);
● Reserva Extrativista:
○ Área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte,
e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura
dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos
naturais da unidade;
○ Domínio público, com uso concedido às populações extrativistas
tradicionais;
○ As áreas particulares incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas;
//Terras indígenas não entram nessas caracterizações pois recebem tratamento
legal específico;
● Criação de UCs
○ Quem cria?
■ Ato do Poder Público: lei (Poder Legislativo) ou decreto (Poder
Executivo), na esfera federal, estadual ou municipal (exceto
RPPN);
■ Necessidade de estudos técnicos e de consulta pública (exceto
para a criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica);
○ Através de que instrumentos?
○ Quais procedimentos são exigidos?
● Alteração das UCs
○ art. 225, §1, inc. III da CF: Apenas mediante lei;
○ art. 22, § 7º da Lei 9.985/00: “A desafetação ou redução dos limites de
uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei”;
● Transformação das UCs

21
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

○ Aumento da área e mudança de categoria da menos para a mais


restritiva: lei ou decreto;
○ Redução da área e mudança de categoria da mais para a menos
restritiva: (apenas) lei;
○ ADI 4.717 (J.2018);
18/06/2021
● APP(áreas de preservação permanente): [Lei 12.651/2012]
○ Também podem ser criadas por ato do poder público:
■ Por que não criar uma AP? Porque a APP é menor e pode ser
localizada em pontos específicos;
■ Ainda assim, as APPs mais importantes são aquelas criadas em
função da sua localização;
Ex.: Faixa de segurança em rodovias…
○ Regime APP:
■ art. 7º: “Deve ser mantida pelo proprietário da área, possuidor
ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado”;
● §1º Obrigação de promover a recomposição
(ressalvados usos autorizados);
○ Supressão APP:
■ Baixo impacto (art. 3º, X);
■ Utilidade Pública (art. 3º, VIII);
● Tem a ver o interesse público na área em questão;
○ Obras de infraestrutura em transporte, obras
viárias, saneamento, energia, telecomunicações,
radiodifusão, estrutura para tratamento de
resíduos sólidos;
○ Obras de defesa civil;
○ Outras atividades similares caracterizadas em
procedimento administrativo próprio, quando
inexistir alternativa técnica e locacional;
■ Interesse Social (art. 3º, IX);
● Atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro
e cascalho;
● Outras atividades caracterizadas em procedimento
administrativo próprio, falta de alternativa locacional;
● Cadastro Ambiental Rural:
○ Criação do CAR, no âmbito do SINIMA (Sistema Nacional de
Informação sobre Meio Ambiente);
○ Obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar
as informações ambientais das propriedades e posses rurais,
compondo base de dados para controle e manipulamento;

22
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

● Reserva Legal:
○ Somente pode ser instituída em áreas rurais;
○ Pode-se computar a APP na RL?
■ Agora pode, antes não podia;
○ Cômputo da APP na RL:
■ Art. 15. Será admitido cômputo da APP no cálculo da reserva
legal, desde que:
I - o benefício previsto não implique a conversão de novas áreas
para uso alternativo do solo;
○ Vegetação nativa:
■ Possibilidade de manejo sustentável, comercial, aprovado pelo
órgão competente (art. 17);
○ Registro no órgão ambiental competente, por meio do CAR, vedada a
alteração de sua destinação (art. 18);
○ É obrigatória a suspensão imediata das atividades em área de Reserva
Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de 2008 (art. 17,
§3º);

25/06/2021
Licenciamento Ambiental:
● Legislação ambiental estava sofrendo ataques infralegais;
○ “Fazer a boiada passar”;
○ Política de desmonte da legislação ambiental;
1) Noções sobre o licenciamento:
● O que é o licenciamento?
○ Processo administrativo (procedimento/ato administrativo);
○ Está no âmbito do poder de polícia da administração;
■ Possibilidade da administração restringir interesses particulares
em prol do interesse público;
■ Manifestação nos casos concretos: A partir da provocação de
particulares;
○ Competência executiva (art. 23, CF/88);
○ Instrumento da política nacional do meio ambiente (art. 9º, IV);

23
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

○ Instrumento preventivo;
■ Princípio da prevenção (prioridade às medidas que evitem o
surgimento do dano).
■ Lic “corretivo”;
2) O debate sobre a natureza jurídica do licenciamento:
● Licença:
○ Ato vinculado: Havendo o preenchimento de requisitos e condições, é
dever da obrigação conferir licença;
○ Renovação da licença é uma oportunidade importante para a gestão
ambiental. No entanto, a licença é ato permanente;
○ Se aproxima da autorização por não ser definitiva e contemplar a
discricionariedade técnica;
● Autorização:
○ Discricionariedade;
○ Caráter precário: Pode ser revogado a qualquer momento pela
administração;
3) Competências para o licenciamento:
● Existe uma lei geral sobre licenciamento?
● Com que base se exige que os empreendedores se submetam a ele?
○ Lei 6.938/81, art. 10: “A construção, [...] dependerão de prévio
licenciamento ambiental”;
● Regras de competência:
○ LC 140/2011:
■ União - art. 7º, XIV: a) Brasil e fronteiras; b) mar territorial; c)
terras indígenas; d) Unidades de conservação instituídas pela
União, exceto APAs; e) em dois ou mais Estados; f) caráter
militar; g) material radioativo; h) outros definidos em norma
regulamentar;
■ Estados - art. 8º, XIV: a) utilizadores de recursos ambientais; b)
potencialmente poluidores ou capazes de causar degradação
ambiental;
■ Municípios - art. 9º, XIV: a) atividades que possam causar
impactos de âmbito local conforme tipologia dos conselhos
Estaduais; b) Ucs instituídas pelos Municípios, exceto APAs;
○ Decreto 8437/2015;
○ Deliberação Consema 01/2018:
■ Municípios: Impacto ambiental local (porte e potencial poluidor
- Tipologia);
● Municípios com Conselho Municipal de MA, com caráter
deliberativo e composição paritária;
● Profissionais qualificados e habilitados para a atividade e
estrutura de fiscalização;

24
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

● Sistema de monitoramento e fiscalização que garanta o


cumprimento das exigências;
4) Licenças, prazos para análise e validade:
● Etapas sucessivas das licenças:
○ Licenciamento “Trifásico”: fases sucessivas;
■ Licença prévia (LP): Após a análise e estudos relativos à
viabilidade do projeto;
■ Licença de Instalação (LI): Possibilita o início da implantação
do empreendimento;
■ Licença de operação (LO): Vistoria da atividade e autorização
para o funcionamento;
○ Todas tem prazo de validade regulado pela Res 237/97;
○ Há também o licenciamento simplificado (aglutinado);
● Trâmite do licenciamento (art. 10, Res 237/97):
○ 1) definição dos docs, projeto e estudos ambientais necessários ao
início do processo;
○ 2) requerimento da licença e seu anúncio público;
○ 3) análise dos docs, projetos e estudos; apresentados e vistoria
técnicas se necessário;
○ 4) solicitação de esclarecimentos e complementações;
○ 5) Realização ou dispensa de audiência pública;
○ [...]
● Processo de licenciamento:
○ Certidão da Prefeitura (Conformidade com a Lei de Uso e Ocupação do
Solo);
○ Autorização para a suspensão de vegetação;
○ Outorga para o uso da água;
5) Avaliação de impacto ambiental:
● No âmbito do licenciamento (antes da LP);
● Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): Lei 6.938/81;
● Estudos de Impacto Ambiental (EIA): Constituição Federal, art. 225, IV:
“Instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente”;
○ Exigência de publicidade;
● Res 237/97: “estudos ambientais”;
● RAP: Resolução da Secretaria do Meio Ambiente 42/97;
● Eas;
● EIA - Caracterização do impacto e dispensa:
○ Res CONAMA 1/86: Roll exemplificativo;
○ Res CONAMA 237/97, art. 3º § único: “o órgão ambiental competente
verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente

25
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

causador de significativa degradação, definirá os estudos ambientais


pertinentes”;
● Audiências públicas:
○ Res CONAMA 1/86: art. 11: “órgão licenciador deve abrir prazo para a
manifestação dos órgãos públicos e interessados e, se julgar
necessário, realizar audiência pública para a discussão do EIA e RIMA”;
○ CF, art. 225, §1º, IV: “[...] publicidade”;
○ Res CONAMA 9/87: Audiência se solicitado por MP, sociedade civil e
mais de 50 cidadãos;
● Pareceres de outras autoridades:
○ PI 60/2015;
○ Fundação Nacional do Índio - FUNAI;
■ Dar parecer quando a obra causa direto à propriedade indígena;
○ Fundação Cultural Palmares - FCP
■ Parecer em impacto à propriedade quilombola;
○ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN;
○ Ministério da Saúde;
○ ICMBio:
■ Lei 9985/00, §3º;
● Modificação, Suspensão ou Cancelamento:
○ Art. 19, Res 237/97:
■ O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada,
poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e
adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida;
● I, II, III;
02/07/2021
● Apresentações profa. Isabel, prof. Rubens: Escazú agreement;

26
Matheus Monteiro Martinez - 193/12


○ Acordo de Escazú é o primeiro a positivar o princípio de vedação ao
retrocesso;
○ Impacto é gestão de riscos, efeitos, causas. E não somente causas e
efeitos;


● Revisão Geral:
○ Introdução:
■ Evolução do tratamento e abordagem econômica;
○ Fundamentos:
■ Princípios e tratamento constitucional;
■ (arts. 225; 186; 170; 23; 24 e 20 CF/88);
■ Princípios:

27
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

● Conceituação desses princípios nas Declarações


Internacionais (Estocolmo 1972 e Rio 1992);
● Fundamentação das decisões (base da argumentação e
“complemento”);
● Processo de agregação de novos princípios;
● Princípios são o outro lado da moeda dos direitos.
● Princípios enquanto mandados de otimização;
● Meio ambiente ecologicamente ● In dubio pro natura
equilibrado ● Poluidor-pagador
● Participação ● Reparação integral
● Informação ● Usuário- pagador
● Desenvolvimento sustentável ● Protetor-recebedor
● Prevenção ● Função social da propriedade
● Precaução (p. 15 - Declaração (socioambiental)
do Rio de Janeiro) ● Proibição do retrocesso

○ Responsabilidade por danos:


■ Civil e administrativa;

○ Principais instrumentos da PNMC:


■ Espaços protegidos, licenciamento e avaliação de impacto;
■ Leis que estabelecem políticas: Objetivos, meios e estrutura
institucional;
■ Definições;
● III - Poluição: A degradação da qualidade ambiental
resultante de atividade que direta ou indiretamente:
○ a) Prejudiquem a saúde, segurança ou bem estar;
b) criem adversas às atividades sociais e
econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do
MA;
○ e) Lancem matérias ou energia em desacordo com
os padrões ambientais estabelecidos;

28
Matheus Monteiro Martinez - 193/12

● IV - Poluidor: A PF ou PJ, de direito público ou privado,


responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental;
■ Princípios, objetivos;
■ Instrumentos;
■ Responsabilidade CIVIL;
● Lei 938/81: art. 14, §1º;
■ Constituição do SISNAMA;
● “órgãos e entidades da União, Estados, do DF, territórios e
municípios, bem como fundações instituídas pelo poder
público responsável pela melhoria da qualidade
ambiental”;
● SISTEMA: Articular competências federativas e articular
participação da sociedade;
● Nível Federal;
● CONAMA - Colegiado - Poder Regulamentar;
● IBAMA - Poder de fiscalização; imposição de penalidades
e licenciamento;

Fichamento - “Direito ambiental à deriva” - Ana Maria de Oliveira Nusdeo (Agosto, 04.
2021. Estadão. Editor: Fausto Macedo)

- A legislação ambiental brasileira é considerada avançada, ainda que nem sempre


efetiva;
- O objetivo do licenciamento é fornecer uma análise prévia de uma obra ou
empreendimento a fim de assegurar a adoção de opções e mecanismos que
minimizem e mitiguem danos ambientais, baseando-se em estudos e análises técnicas;
- PL 3729-D: coloca em xeque a capacidade do Licenciamento ambiental assegurar a
adoção de opções e mecanismos mitigadores de danos ambientais;
- PL confere isenção de licenciamento; criação de licença auto-declaratória;
ampliação da modalidade de licenças excepcionais; redução da proteção de
terras indígenas, quilombolas e de unidades de conservação; desconsideração
das regras de uso do solo dos municípios;
- Ainda, diminui a frequência da aplicação trifásica do protocolo de
licença ambiental; restringe a análise de impactos indiretos em áreas
próximas ao empreendimento apenas às terras homologadas e
reconhecidas (excluindo territórios em processo de homologação e de
reconhecimento que compõem ¼ das terras indígenas e quilombolas);
- A tramitação célere do projeto é um atentado à democracia e às gerações futuras, pois
seus efeitos serão projetados a longo prazo;

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