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Aquicultura 522 (2020) 735079

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Aquicultura
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Efeitos da frequência alimentar no crescimento, utilização da ração, atividade das enzimas

digestivas e composição corporal deLitopenaeus vannameiem sistemas intensivos de troca zero
baseados em bioflocos

Wujie Xuuma,b,c,d, Yu Xuuma, Haochang Suuma, Xiaojuan Huuma, Yunna Xuuma, Zhuojia Liuma,
Guoliang Wenuma,b,c,d,⁎, Yucheng Caouma,b,c,d,⁎
umaInstituto de Pesquisa de Pesca do Mar da China Meridional, Academia Chinesa de Ciências da Pesca, Guangzhou 510300, China
bLaboratório Chave de Exploração e Utilização de Recursos Pesqueiros do Mar da China Meridional, Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, Guangzhou 510300, China
cLaboratório-chave de Ecologia e Meio Ambiente da Pesca, Província de Guangdong, Guangzhou 510300, China
dShenzhen Base South China Sea Fisheries Research Institute, Academia Chinesa de Ciências da Pesca, Shenzhen 518121, China

INFORMAÇÕES DO ARTIGO ABSTRATO

Palavras-chave: Um experimento de alimentação de oito semanas foi conduzido para investigar os efeitos da frequência diária de alimentação
Biofloco no crescimento, utilização da ração, atividade de enzimas digestivas e composição corporal deLitopenaeus vannameijuvenis
Camarão criados em sistemas de cultivo intensivo de troca zero baseados em bioflocos. O experimento foi realizado em doze tanques
Alimentando
com 800 L de água rica em bioflocos. Camarões juvenis (1,52 ± 0,37 g) foram estocados em tanques a 240 tanques de
Crescimento
camarões−1(300 ind m−3). Três frequências de alimentação de três, seis, doze vezes foram estabelecidas uniformemente nas
Enzima
24 horas de um dia para os grupos experimentais de F3, F6, F12 respectivamente. Cada grupo teve quatro tanques
distribuídos aleatoriamente, e os camarões foram cultivados por oito semanas com a mesma ração diária com base no
monitoramento das bandejas de alimentação no grupo F3. Durante o experimento, todos os parâmetros de qualidade da
água monitorados foram mantidos dentro de faixas aceitáveis para a carcinicultura. Ao final do experimento, a taxa de
sobrevivência dos camarões foi superior a 89,03% em todos os três grupos. Notavelmente, com o aumento da frequência
diária de alimentação de três para seis e depois para doze, foram encontradas diferenças significativas como: (1) o peso final,
a taxa de crescimento e a produtividade dos camarões aumentaram;
(3) as atividades específicas da protease e amilase no estômago do camarão e a atividade específica da lipase na glândula
digestiva aumentaram; (4) o teor de proteína bruta do corpo inteiro do camarão aumentou enquanto o teor de umidade
diminuiu. Em conjunto, esses resultados demonstram que a frequência diária de alimentação pode afetar o crescimento, a
utilização da ração, a atividade das enzimas digestivas e a composição corporal de L.vannameijuvenis criados em sistemas
intensivos de troca zero baseados em bioflocos. Distribuir uma ração controlada de ração diária em horários frequentes
durante 24 horas do dia é benéfico para o crescimento, utilização da ração, digestão de nutrientes e deposição de proteínas
de L.vannameiem sistemas baseados em bioflocos sob condições controladas.

1. Introdução cultivo intensivo de camarão (Tacon et al., 2013).

A moderna cultura intensiva de camarões depende cada vez mais do
desenvolvimento e uso de rações artificiais compostas. Como a alimentação e a
alimentação dos camarões geralmente representam os maiores custos
operacionais, o manejo alimentar é uma das práticas críticas que determinam a
viabilidade financeira e ambiental dos sistemas de produção intensivos.Tacon et
al., 2013). Busca-se um bom manejo alimentar para melhorar o crescimento e a
produção de camarões com alta eficiência alimentar e impacto mínimo na
qualidade da água.Tacon et al., 2013). Frequência de alimentação, tempo, ração e
método de dispersão constituem o regime de manejo alimentar para
Considerando o tempo de trabalho e o custo da mão de obra na prática, a ração era
frequentemente oferecida manualmente em horário fixo de alimentação durante o dia, e
as frequências de alimentação geralmente variam de duas a quatro vezes por dia,
mesmo em fazendas de cultivo intensivo de camarão.Carvalho e Nunes, 2006;de Lima et
al., 2009;Robertson et al., 1993). Cientificamente, essas práticas raramente levam em
consideração o comportamento alimentar e os processos fisiológicos das espécies de
camarão-alvo no sistema de cultivo pretendido.Bardera et al., 2018;Tacon et al., 2002).
Geralmente, os camarões se alimentam lentamente e comem continuamente. Para
Litopenaeus vannamei,eles são propensos a exibir preferência por atividade locomotora
noturna e alimentação no

⁎Autores correspondentes em: South China Sea Fisheries Research Institute, 231 West Xingang Road, Guangzhou 510300, China.
Endereço de e-mail:cyc_715@163.com (Y. Cao).

https://doi.org/10.1016/j.aquaculture.2020.735079
Recebido em 18 de novembro de 2019; Recebido em formulário revisado em 15 de janeiro de 2020; Aceito em 3 de fevereiro de 2020
Disponível on-line em 04 de fevereiro de 2020
0044-8486/ © 2020 Elsevier BV Todos os direitos reservados.
W. Xu, et ai.
horas escuras (Hernandez-Cortes et al., 1999;Robertson et al., 1993; Santos et al.,
2016). O estudo deHernandez-Cortes et al. (1999)mostrou claramente que a
ingestão alimentar de L.vannameijuvenil ocorreu continuamente durante 24 horas
do dia; e as atividades das enzimas digestivas estiveram intimamente associadas à
atividade alimentar dos camarões, ambas mais elevadas durante a fase escura do
dia. Além disso, haverá perdas por lixiviação e perdas por manipulação durante os
intervalos de alimentação, porque é provável que nem todas as rações sejam
consumidas oportunamente pelos camarões cultivados se entregues no momento
errado e com baixa frequência (Carvalho e Nunes, 2006;de Lima et al., 2009;Wade
et al., 2018). Juntos, esses achados devem chamar a atenção de que não é uma
boa opção alimentar os camarões apenas durante o dia (Santos et al., 2016;Tacon
et al., 2002); e, além disso, deve ser apropriado fornecer alimentos em intervalos
mais curtos com quantidades reduzidas (Carvalho e Nunes, 2006;Nunes e Parsons,
2000).
Estudos que tentam otimizar a frequência alimentar diária na cultura de L.
vannameitêm muitas vezes contado com a sobrevivência, crescimento e eficiência
alimentar. A maioria deles indicou que aumentar a frequência diária de
alimentação ou distribuir a ração diária várias vezes ao dia pode melhorar a taxa
de crescimento e a taxa de conversão alimentar em sistemas de engorda.
Aalimahmoudi et al., 2016;Robertson et al., 1993;Tacon et al., 2002; Ullman et al.,
2019;Ye et al., 2005). Por outro lado, alguns estudos também não mostraram
vantagem significativa quando os camarões foram alimentados mais de duas ou
três vezes por dia.Carvalho e Nunes, 2006;Velasco et al., 1999). A variação desses
resultados pode ser causada por diferenças no sistema de cultivo, densidade de
cultivo, tempo de alimentação, ração de alimentação, método de alimentação e
assim por diante (Arnold et al., 2016;Tacon et al., 2002;Tacon et al., 2013). De
qualquer forma, nos últimos anos, o uso de comedouros automáticos durante
todo o dia provou ser bem sucedido na prática da carcinicultura, o que poderia
não só reduzir o tempo e o trabalho dedicado à alimentação, mas também
melhorar a produção de camarões e a eficiência alimentar.Jescovitch et al., 2018;
Ullman et al., 2019). A principal vantagem do alimentador automático é que ele
pode possibilitar a alimentação frequente mesmo à noite.
Sistemas baseados em bioflocos têm sido desenvolvidos para cultivo intensivo
de camarão nos últimos anos.Avnimelec, 2015;Bossier e Ekasari, 2017; Browdy et
al., 2012;Samocha et al., 2017), com notável sucesso para L.vannamei (Ray et al.,
2010;Ray e Lotz, 2017;Samocha et al., 2017). O sistema é caracterizado por
desenvolver biomassa microbiana densa na água para remover espécies tóxicas
de nitrogênio, como amônia e nitrito, sob condições de troca de água limitadas ou
nulas.Ebeling et al., 2006;Ray et al., 2011;Xu et al., 2016). Além disso, os bioflocos
formados a partir de várias comunidades microbianas podem melhorar a
utilização da alimentação, o desempenho de crescimento e o estado de saúde do
camarão cultivado.Avnimelec, 2015;Xu et al., 2016). Estudos anteriores
demonstraram que os bioflocos podem não apenas fornecer nutrição adicional,
mas também desempenhar um papel positivo na atividade das enzimas digestivas
de camarões cultivados.Xu et al., 2012a, 2012b). Esses achados sugerem que a
condição nutricional e a resposta digestiva de camarões cultivados podem mudar
em sistemas baseados em bioflocos, o que exige a otimização do manejo
alimentar. No entanto, até o momento, poucos estudos examinaram a frequência
de alimentação e ração em sistemas baseados em bioflocos para cultivo intensivo
de camarão.Nery et al., 2019;Peixoto et al., 2018). Assim, este estudo foi conduzido
para investigar os efeitos da frequência diária de alimentação sobre o
crescimento, utilização da ração, atividade de enzimas digestivas e composição
corporal de L.vannameijuvenis criados em sistemas intensivos de troca zero
baseados em bioflocos. Os resultados fornecerão orientações sobre práticas
alimentares para os agricultores melhorarem o desempenho de crescimento e a
utilização alimentar de camarões em sistemas de cultivo intensivos baseados em
bioflocos.
2. Materiais e métodos
2.1. Camarão experimental e sistema de cultivo
O estudo foi realizado nas instalações da Base de Testes do Laboratório
de Aquicultura de Camarão em Shanwei, província de Guangdong, China.
Pós-larvas de doze dias (PL12) doL. vannameiforam obtidos de
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Hainan Haishang Shrimp Breeding Inc. (Wenchang, Hainan, China). As pós-
larvas foram criadas em uma área de 36 m2lagoa à base de bioflocos
operada com troca de água zero. O melaço foi adicionado à água de cultura
quando as concentrações de nitrogênio amoniacal total (TAN) estavam
acima de 1,0 mg L−1. Durante a fase de viveiro, a suplementação de carbono
foi baseada no nível real de TAN na água de cultivo, exigindo a adição de 6 g
de carbono para cada 1 g de TAN encontrado na água (Ebeling et al., 2006).
Após 30 dias de período de viveiro, os camarões juvenis foram classificados
para peso semelhante (1,52 ± 0,37 g) e estocados nos tanques experimentais no
tanque de 240 camarões−1(equivalente a uma densidade de 300 ind m−3volume de
água). Enquanto isso, 16 juvenis foram amostrados aleatoriamente para análise
da composição centesimal de todo o corpo. Doze tanques experimentais
redondos, de fundo plano, feitos de polietileno branco de alta densidade, foram
colocados em casa de vegetação com estrutura semifechada e teto
semitranslúcido. Cada tanque tinha um volume de 1000 L com 0,9 m2área inferior
e equipado com duas pedras de ar para aeração. A rede foi usada para cobrir os
tanques para evitar que os camarões escapassem. Um fracionador de espuma de
pequeno porte feito de tubo de PVC foi equipado para cada tanque. Oitocentos
litros de água, metade dos quais era água rica em bioflocos do viveiro descrito
anteriormente e a outra metade água do mar filtrada com areia, foram
bombeados para cada tanque.
2.2. Projeto experimental e manejo alimentar
Três frequências diárias de alimentação foram definidas com alimentadores
automáticos cronometrados, ou seja, três, seis e doze vezes por dia para os grupos
experimentais de F3, F6, F12, respectivamente. Cada grupo tinha quatro tanques
atribuídos aleatoriamente. O horário de alimentação foi definido às 6:00, 14:00 e 22:00
para F3, 6:00, 10:00, 14:00, 18:00, 22:00 e 02:00 para F6, e 6:00 , 8:00, 10:00, 12:00, 14:00,
16:00, 18:00, 20:00, 22:00, 24:00, 02:00 e 04:00 para F12. A ração era carregada nos
alimentadores automáticos às 14:00 todos os dias, e a ração não alimentada era
verificada e registrada. Os alimentadores automáticos alimentaram os camarões de cada
grupo em horários pré-definidos em porções iguais. A ração de alimentação inicial foi
calculada com base em uma taxa de crescimento assumida de 1,5 g por semana−1, taxa
de conversão alimentar (FCR) de 1,3 e taxa de sobrevivência de 100%. A ração de
alimentação foi posteriormente ajustada com base na observação diária das bandejas de
alimentação dentro de duas horas no grupo F3 (1 bandeja por tanque). A mesma
quantidade de ração foi aplicada em todos os tanques experimentais e registrada
diariamente.
Uma ração comercial formulada da Guangdong Guangxin Feed Inc.,
(Maoming, Guangdong, China) foi usada neste estudo. A análise da amostra de
ração mostrou um teor de proteína bruta de 40,1%, teor de lipídios brutos de
8,0%, teor de fibra de 3,5% e teor de cinzas de 14,0%. O melaço de cana (34%C/w
carbono e gravidade específica de 1,4) foi adquirido no mercado e utilizado como
carbono orgânico para atingir a relação C/N de entrada de 12:1, o que significava
que 0,56 mL de melaço deveriam ser adicionados diariamente para cada 1 g de
ração oferecido (Xu et al., 2016). A razão C/N foi calculada com base nos teores de
carbono-nitrogênio da alimentação e o teor de carbono do melaço, assumindo
que a alimentação tinha 50% de carbono e 6,4% de nitrogênio (40% de proteína
bruta na alimentação x 16% de nitrogênio na proteína) . O experimento de
alimentação durou oito semanas.
2.3. Gerenciamento de tanques e monitoramento da qualidade da água
Todos os tanques foram aerados continuamente através de pedras de ar
conectadas a uma bomba de ar. Nenhuma água foi trocada durante todo o
experimento e água doce municipal foi adicionada para compensar as perdas por
evaporação conforme necessário. Para cada tanque, carbonato de sódio (Na2CO3)
foi adicionado quando necessário para manter o pH acima de 7,0 (Furtado et al.,
2012), e fracionadores de espuma foram executados para manter o volume de
biolfloc inferior a 20,0 mL L−1.
Todos os dias às 08:00, salinidade, temperatura, concentração de
oxigênio dissolvido e pH foram medidos para cada água do tanque usando
um multímetro portátil YSI-650 (Yellow Springs Instruments Inc., Yellow
Springs, EUA). Semanalmente, foram coletadas amostras de água de cada
W. Xu, et ai.
tabela 1
Peso inicial, peso final, taxa de crescimento, taxa de sobrevivência e rendimento de L.vannameijuvenil em um experimento de cultivo intensivo de oito semanas sob três frequências de alimentação em
tanques de troca zero baseados em bioflocos.
Grupo Peso inicial (g) Peso final (g)
F3 1,52 ± 0,37 14,20 ± 0,94uma
F6 1,52 ± 0,37 14,84 ± 0,57uma
F12 1,52 ± 0,37 16,34 ± 0,64b
F3, F6, F12 referem-se a grupos alimentados por 3, 6, 12 vezes durante 24 horas do dia, respectivamente.
Cada valor representa a média ± SD (N =4). Valores na mesma linha com diferentes sobrescritos são significativamente diferentes (P <.05).
tanque para analisar alcalinidade, TAN, nitrito-nitrogênio (NO−2 - N), nitrato-ni-
trogen (NÃO3-N)
− e sólidos suspensos totais (TSS) de acordo com o
“Métodos padrão para o exame de água e águas residuais” (APHA, 1998
). O volume de bioflocos foi medido diariamente no local com cones
Imhoff (Xu e Pan, 2012).
2.4. Colheita e amostragem de camarão
Após oito semanas, a água do tanque foi drenada e os camarões foram
colhidos. Os camarões de cada tanque foram contados e o peso corporal total
(peso úmido) foi determinado. Seis camarões de cada tanque foram coletados
aleatoriamente para amostragem de tecidos digestivos. A glândula digestiva,
estômago e intestino dos camarões amostrados foram excisados, agrupados e
então pesados e homogeneizados duas vezes com água destilada (1:3c/v)a 0 °C
por 30 s cada vez com um liquidificador elétrico a 8.000 r min−1. O homogenato foi
centrifugado a 10.000 ×g,4 ° C por 30 min para eliminar restos de tecido e lipídios.
O sobrenadante (extrato enzimático) foi dispensado em tubos Eppendorf de 1,5
mL e mantido a -20 °C até o ensaio enzimático. Além disso, seis camarões de cada
tanque foram amostrados aleatoriamente para análise da composição centesimal
de todo o corpo.
2.5. Atividade enzimática e análise de composição centesimal
O teor de proteína total nas soluções sobrenadantes foi medido com o
método de Bradford (Bradford, 1976) usando albumina de soro bovino como
padrão. A atividade de protease foi medida de acordo com um método
modificado dePan e Wang (1997)usando caseína como substrato e reagindo
com reagente Folin-fenol. Uma unidade de protease foi definida como a
quantidade de enzima necessária para liberar um μg de tirosina por minuto
em pH 7,8 e 30 °C. A atividade de amilase foi medida de acordo com o
método dePan e Wang (1997)usando amido solúvel como substrato e
reagindo-o com ácido 3,5-dinitrosalicílico. Uma unidade de amilase foi
definida como a quantidade de enzima necessária para liberar um mg de
maltose por minuto em pH 7,8 e 30°C. A atividade da lipase foi medida de
acordo com um método modificado deJiang et ai. (2007)usando azeite como
substrato e reagindo-o com reagente de acetato de cobre. Uma unidade de
lipase foi definida como a quantidade de enzima necessária para liberar um
μmol de ácido graxo por minuto em pH 7,8 e 30°C. A atividade enzimática foi
expressa como atividade específica (uma unidade de enzima por mg de
proteína).
As análises de composição aproximada de proteína bruta, lipídios brutos e
teor de cinzas de amostras de camarão foram realizadas pelos métodos padrão de
AOAC (2000). A proteína foi determinada pela dosagem de nitrogênio (N · 6,25)
pelo método de Kjeldahl, lipídio por extração com éter com Soxhlet e cinzas por
incineração em estufa a 550 °C. A umidade da amostra de camarão foi
determinada por secagem em estufa a 105 °C por 24 h.
2.6. Cálculos e análise estatística
Taxa de sobrevivência, taxa de crescimento, rendimento, taxa de conversão
alimentar (FCR), taxa de eficiência de proteína (PER) e valor produtivo de proteína (PPV)
foram calculados com as seguintes equações: Taxa de sobrevivência (%) = 100 ×
(contagem final de camarões colhidos∕contagem inicial de camarões estocados), taxa de
crescimento (g sem.−1) = (peso final médio de camarão − peso inicial médio de
Aquicultura 522 (2020) 735079
Taxa de crescimento (g sem.−1) Taxa de sobrevivência (%) Rendimento (kg m−3)
1,59 ± 0,12uma 89,03 ± 3,70uma 3,80 ± 0,30uma
1,67 ± 0,07uma 90,36 ± 2,17uma 4,02 ± 0,18a, b
1,85 ± 0,08b 90,15 ± 1,77uma 4,42 ± 0,23b
camarão)∕semanas de cultivo, rendimento (kg m−3) = peso total do camarão
colhido∕volume de água, FCR = peso total da ração oferecida∕peso total de
camarão ganho, PER = peso total de camarão ganho∕peso total da proteína
alimentar oferecida, PPV (%) = 100 × (peso total do camarão colhido × teor de
proteína do camarão colhido − peso total do camarão inicial × teor de
proteína do camarão inicial)∕peso total de proteína alimentar oferecida. No
presente estudo, os parâmetros de eficiência (FCR, PER e PPV) são referidos
como eficiência “aparente” e são mais práticos do que biológicos, pois o
consumo real das dietas não pode ser monitorado em tanques à base de
bioflocos, nem o impacto do canibalismo e consumo de bioflocos sejam
avaliados diretamente (Tacon et al., 2002).
Todas as análises estatísticas foram realizadas com o software IBM SPSS Statistics
20.0 para Windows (IBM Corporation, NY, EUA). Os dados foram analisados com ANOVA
de uma via após a realização de um teste de homogeneidade de variância. As diferenças
foram consideradas significativas emP <.05. Quando foram encontradas diferenças
significativas, utilizou-se o teste de Tukey para identificar diferenças entre os grupos.
3. Resultados
3.1. Qualidade da água e desempenho no crescimento de camarões
Todos os parâmetros de qualidade da água monitorados foram
mantidos dentro de faixas aceitáveis para a carcinicultura ao longo do
período experimental de oito semanas, sem diferença significativa entre as
três frequências de alimentação (Tabela Suplementar 1).
A frequência de alimentação não teve efeito significativo na taxa de
sobrevivência dos camarões (P > .05), que foi superior a 89,03% em todos os três
grupos (tabela 1). Com o aumento da frequência alimentar, o peso final, a taxa de
crescimento e o rendimento dos camarões aumentaram significativamente.P <.05)
(tabela 1).
3.2. Utilização alimentar e atividade enzimática digestiva de camarões
A frequência de alimentação teve efeitos significativos na eficiência de
utilização de alimentos do camarão em termos de CA, PER e PPV.Figura 1).
Com o aumento da frequência de alimentação, o FCR diminuiu
significativamente enquanto PER e PPV aumentaram significativamente.P <.
05). A FCR em F12 foi de 1,19, significativamente menor que a de F3;
enquanto o PER e o VPP em F12 foram de 2,06 e 37,09% respectivamente,
ambos significativamente maiores que os de F3.
A frequência alimentar teve efeitos significativos nas atividades específicas de
protease, amilase e lipase na glândula digestiva, estômago e intestino do
camarão.Figura 2). Com o aumento da frequência alimentar, a atividade específica
da lipase na glândula digestiva e as atividades específicas da protease e amilase
no estômago do camarão aumentaram significativamente (P <.05); enquanto a
atividade específica da protease na glândula digestiva do camarão apresentou
tendência crescente.
3.3. Composição corporal do camarão
A frequência alimentar teve efeitos significativos na composição
centesimal de todo o corpo do camarão.mesa 2). Com o aumento de
3
W. Xu, et ai.
Figura 1.Taxa de conversão alimentar (A), índice de eficiência de proteína (B) e valor produtivo de proteína (C) deL. vannameijuvenil em um experimento de cultivo intensivo de oito semanas sob três
frequências de alimentação em tanques de troca zero baseados em bioflocos.
F3, F6, F12 referem-se a grupos alimentados por 3, 6, 12 vezes durante 24 horas do dia, respectivamente.
Cada valor representa média ± SE (N = 4). Letras diferentes entre grupos dentro do mesmo parâmetro indicam diferenças significativas (P <.05).
Figura 2.Atividades específicas de enzimas digestivas na glândula digestiva, estômago e
intestino de L.vannameijuvenil no final de um experimento de cultivo intensivo de oito
semanas sob três frequências de alimentação em tanques de troca zero baseados em
bioflocos. (A) protease, (B) amilase, (C) lipase.
F3, F6, F12 referem-se a grupos alimentados por 3, 6, 12 vezes durante 24 horas do dia,
respectivamente.
Cada valor representa média ± SE (n =4). Letras diferentes entre grupos dentro do
mesmo tecido indicam diferenças significativas (P <.05).
4
Aquicultura 522 (2020) 735079
frequência alimentar, o teor de proteína bruta do camarão aumentou
significativamente, enquanto o teor de água do camarão diminuiu
significativamente.P <.05). O teor de proteína bruta dos camarões em
F12 foi de 19,25%, significativamente superior aos de F3 e F6; enquanto
o teor de umidade do camarão em F12 foi de 73,96%,
significativamente inferior ao de F3.
4. Discussão
No presente estudo, demonstramos que a frequência diária de alimentação
pode afetar o crescimento, utilização da ração, atividade de enzimas digestivas e
composição corporal de L.vannameijuvenis criados em sistemas intensivos de
troca zero baseados em bioflocos. Durante o experimento, a mesma ração diária
controlada foi definida para todas as três frequências de alimentação testadas.
Após oito semanas de alimentação, a taxa de crescimento e o rendimento dos
camarões cultivados melhoraram significativamente à medida que a frequência
diária de alimentação aumentou de três vezes para seis e depois para doze. Os
camarões alimentados doze vezes tiveram o maior peso final de 16,34 ± 0,64 g,
taxa de crescimento de 1,85 ± 0,08 g sem.−1, e rendimento de 4,42 ± 0,23 kg m−3.
Além disso, a qualidade da água aceitável e a alta sobrevivência dos camarões
foram obtidas em todas as três frequências de alimentação. Esses resultados são
comparáveis à eficiência prática de L.vannameicultura em sistemas de produção
baseados em bioflocos (Ray e Lotz, 2017; Somacha et al., 2017). Efeitos
significativos obtidos neste sistema baseado em bioflocos de pequena escala nas
condições experimentais também podem ser verdadeiros para o cultivo comercial
de L.vannamei,que exigem mais testes para confirmar embora.
O aumento do crescimento e produção de L.vannameialimentados com frequências
alimentares mais altas podem ser atribuídos à melhora do consumo de ração, digestão e
utilização pelos camarões neste estudo. Em primeiro lugar, o consumo de ração pode ser
melhorado à medida que as perdas por lixiviação e as perdas por manipulação são
reduzidas durante o menor intervalo de tempo das alimentações adjacentes.Beseres et
al., 2005;Carvalho e Nunes, 2006;Wade et al., 2018), embora a ingestão real da ração não
possa ser estimada devido à alta turbidez e à água rica em bioflocos em nossos sistemas
de cultivo. Como a ração diária foi ajustada conforme necessário e controlada na mesma
quantidade para as três frequências de alimentação, a quantidade dividida para cada
alimentação reduziu significativamente à medida que a frequência de alimentação
aumentou. Apesar do hábito alimentar lento de embalar e mastigar os pellets de ração,
os camarões conseguiram consumir a ração oferecida em dezenas de minutos durante
cada alimentação nos grupos alimentados com seis e doze vezes ao dia como
observamos durante o experimento. Assim, as perdas por lixiviação e manipulação da
ração oferecida poderiam ser significativamente reduzidas à medida que seu tempo de
exposição na água fosse reduzido, e mais ração e seus nutrientes fossem efetivamente
consumidos pelos camarões.Bardera et al., 2018;Zhou et al., 2003). Ou seja, a ração, uma
vez distribuída, poderia ser consumida integralmente pelo camarão o quanto antes. Em
segundo lugar, os camarões alimentados com frequências mais altas podem ingerir mais
bioflocos como suplemento
W. Xu, et ai.
mesa 2
Composição aproximada (% base de peso úmido) de todo o corpo de L.vannameino final de um experimento de cultura intensiva de oito semanas sob três frequências de alimentação
em tanques de troca zero baseados em bioflocos.
Parâmetro Inicial
Umidade 76,94 ± 0,61
Proteína bruta 17,23 ± 0,49
Lipídio bruto 1,65 ± 0,04
Cinzas 2,66 ± 0,10
F3, F6, F12 referem-se a grupos alimentados por 3, 6, 12 vezes durante 24 horas do dia, respectivamente.
Cada valor representa média ± SE (N = 4). Valores na mesma linha com diferentes letras sobrescritas indicam diferenças significativas (P <.05).
Comida. Aparentemente, como a ração diária de alimentação foi controlada, a
quantidade de ração distribuída em cada alimentação pode não saciar todos os
camarões cultivados sob frequências de alimentação mais altas.Nunes et al., 2006).
Consequentemente, como comedores vorazes, os camarões cultivados podem procurar
ingerir mais no localbioflocos como alimento suplementar, que estavam prontamente
disponíveis no sistema de cultivo (Gamboa-Delgado e Márquez-Reyes, 2018;Xu et al.,
2012b). Isso também está de acordo com o comportamento alimentar contínuo desta
espécie de camarão (Beseres et al., 2005;Hernandez-Cortes et al., 1999; Wade et al., 2018
).L. vannameitêm estômagos pequenos e os alimentos ingeridos podem se mover
rapidamente pelo sistema digestivo em menos de uma hora (Beseres et al., 2005;Pontes
e Arruda, 2005), produzindo assim um apetite mais rápido por mais alimentos (Peixoto et
al., 2018). Por fim, o aumento da atividade das enzimas digestivas foi detectado nos
camarões alimentados com frequências alimentares mais altas neste estudo, o que
beneficiou ainda mais a digestão e utilização dos alimentos ingeridos (ração e bioflocos).
Neste estudo, a atividade específica da lipase na glândula digestiva e as
atividades específicas da protease e amilase no estômago de camarões
cultivados aumentaram significativamente com o aumento da frequência
alimentar. É reconhecido que a produção e atividade de enzimas digestivas
são controladas endogenamente pelo sistema digestivo e pelos ritmos
fisiológicos do camarão.Hernandez-Cortes et al., 1999). Estudos anteriores
mostraram que a produção de enzimas digestivas era contínua durante o
ciclo de 24 horas de um dia, e sua produção e atividade não eram
fortemente influenciadas pela alimentação ou frequência alimentar.
Hernandez-Cortes et al., 1999;Nery et al., 2019). Esta característica da
fisiologia digestiva permite que o camarão cultivado ingira e digira a ração
em intervalos curtos; além disso, a atividade das principais enzimas
digestivas do camarão aumentou com maior frequência alimentar, o que
pode estar relacionado à ingestão de bioflocos pelo camarão nestes
sistemas de cultivo. Estudos anteriores mostraram que o biofloco teve efeito
positivo na atividade das enzimas digestivas do camarão cultivado (Xu et al.,
2012a;Xu e Pan, 2012). Os autores especulam que o camarão cultivado pode
aproveitar para comer mais bioflocos, pois menos alimento pode ser
acessado a cada alimentação sob frequências de alimentação mais altas. A
especulação pode ser corroborada pelo fato de que o aumento significativo
da protease e da amilase foi detectado apenas no estômago e não na
glândula digestiva e no intestino do camarão cultivado. Como o estômago
do camarão é o primeiro órgão digestivo, onde o biofloco ingerido entra e
pode liberar sua protease e amilase microbiana, é mais provável que a
produção ou secreção de enzimas pelos microrganismos associados ao
biofloco tenha contribuído para o aumento da protease e amilase no
estômago do camarão cultivado (Nery et al., 2019;Xu et al., 2012a). No
entanto, não está claro por que a atividade da lipase na glândula digestiva
do camarão cultivado aumentou à medida que a frequência alimentar diária
aumentou em sistemas baseados em bioflocos.
O aumento da ingestão de ração e capacidade de digestão poderia melhorar ainda
mais a utilização da ração e a retenção de proteína de L.vannamei juvenis criados em
sistemas baseados em bioflocos. Os resultados deste estudo também mostraram que a
CA diminuiu enquanto tanto o PER quanto o VPP aumentaram significativamente com o
aumento da frequência alimentar diária. Um estudo recente deNunes et ai. (2019)
também relataram que a alimentação de L.vannamei juvenil dez vezes durante o dia e a
noite por alimentadores automáticos resultou em
Aquicultura 522 (2020) 735079
Final entre grupos
F3 F6 F12
76,14 ± 0,36uma 75,10 ± 0,21a, b 73,96 ± 0,71b
17,52 ± 0,18uma 18,60 ± 0,28b 19,25 ± 0,32b
1,80 ± 0,03uma 1,92 ± 0,06uma 1,98 ± 0,05uma
2,85 ± 0,03uma 2,92 ± 0,04uma 2,94 ± 0,03uma
um FCR significativamente menor do que duas e quatro vezes durante o dia
manualmente. Juntos, esses resultados sugerem que deveria ser mais vantajoso
alimentar L.vannameijuvenis várias vezes durante 24 horas do dia em termos de
eficiência de utilização da ração, o que poderia reduzir o custo da ração. Mais
importante, o aumento da frequência diária de alimentação pode promover não
apenas a utilização da ração, mas também a utilização, assimilação e deposição de
proteína dietética no camarão cultivado. Como a inclusão de proteína nas rações
de camarões continua sendo o principal item caro, vale a pena demonstrar ainda
mais que a melhoria da utilização de proteína na dieta do camarão pelo aumento
da frequência de alimentação pode ser obtida na cultura comercial de L.vannamei
em sistemas baseados em bioflocos. De qualquer forma, os valores de FCR, PER e
PPV observados neste estudo variaram de 1,39 a 1,19, 1,76 a 2,06 e 28,44% a
37,09% respectivamente, que são substancialmente comparáveis ou superiores
ao observado em outros estudos sobre L.vannameiem sistemas de cultura
baseados em bioflocos (Panigrahi et al., 2019;Xu et al., 2012b).
A frequência diária de alimentação também influenciou a composição
corporal total dos camarões cultivados neste estudo. Com o aumento da
frequência alimentar, o teor de proteína bruta do camarão aumentou
enquanto o teor de umidade diminuiu significativamente. A redução do teor
de umidade resultou indiretamente em uma melhora no teor de proteína do
corpo inteiro do camarão. Em grupos com maiores frequências de
alimentação diária, a melhora no teor de proteína bruta do camarão é
consistente com as melhorias na utilização de proteína dietética e eficiência
de retenção, indicando que o aumento da digestibilidade da proteína
dietética e retenção de nitrogênio no tecido do camarão.Ghosh, 2018;
Moreno-Arias et al., 2017). Muito poucos estudos investigaram o efeito da
frequência alimentar na composição do camarão.Zhou et al., 2003; Ding et
al., 2017).Zhou et ai. (2003)relataram que os teores de umidade, proteína
bruta, lipídios brutos e cinzas do corpo inteiro do camarão não foram
afetados pelo aumento da frequência diária de alimentação de três para
sete vezes por dia. Isso é diferente dos nossos resultados, o que pode ser
devido a diferentes sistemas de cultivo (sistema de água limpa com troca de
massavs. sistema baseado em bioflocos sem troca de água). De qualquer
forma, o aumento do teor de proteína bruta no corpo inteiro do camarão
pode indicar melhora na qualidade do camarão cultivado.
5. Conclusão
Os resultados deste estudo indicam que a distribuição de uma ração controlada de
ração diária em horários frequentes durante 24 horas do dia é benéfica para o
crescimento, utilização da ração, digestão de nutrientes e deposição de proteínas de L.
vannameiem sistemas baseados em bioflocos sob condições controladas. Essas
descobertas podem fornecer orientações sobre práticas alimentares para os agricultores
melhorarem o desempenho de crescimento e a utilização alimentar de camarões em
sistemas de cultivo intensivos baseados em bioflocos.
Reconhecimentos
Este trabalho foi apoiado pela Fundação Nacional de Ciências
Naturais da China [NSFC 31602167]; o Programa Nacional de P&D da
China [2019YFD0900402]; o Programa de Agricultura da China
5
W. Xu, et ai.
Sistema de Pesquisa [CARS48]; o Fundo Especial Provincial de Guangdong para
Equipes de Inovação Tecnológica da Indústria Agrícola Moderna [2019KJ149]; o
Fundo Especial de Guangdong para o Projeto de Desenvolvimento Econômico
(Desenvolvimento Moderno das Pescas) [2019B12]; e o Fundo de Pesquisa Basal
da Instituição Científica de Interesse Público Central, Instituto de Pesquisa de
Pesca do Mar da China Meridional, CAFS [2019TS06].
Declaração de Interesse Concorrente
Os autores declaram que não têm interesses financeiros
concorrentes ou relações pessoais que possam ter influenciado o
trabalho relatado neste artigo.
Apêndice A. Dados complementares
Dados complementares a este artigo podem ser encontrados on-line em
https://doi.org/10.1016/j.aquaculture.2020.735079.
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