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FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

RESUMO:

Este estudo tem como objetivos geral analisar como a formação continuada dos
professores da Educação Infantil tem colaborado com a prática docente. Bem como os
objetivos específicos buscam conceituar e refletir sobre a formação continuada de
professores da Educação Infantil, conhecendo as concepções dos docentes da Educação
Infantil a respeito do processo de formação continuada e também transformações
adquiridas pela formação continuada que os profissionais docentes consideram
importantes para sua prática pedagógica. A metodologia utilizada foi uma pesquisa
qualitativa delineada por meio de um estudo de caso múltiplo pertinente à formação
continuada de professores da Educação Infantil de um Centro Educacional Infantil de Novo
Oriente. A coleta dos dados em campo foi feita através de questionário. A partir das
respostas obtidas e da literatura revisada formulou-se o resultado da presente pesquisa
entendendo a formação como um processo de planejamento, evidenciamos uma
articulação entre teoria e prática. O estudo permitiu concluir que na visão dos professores,
a formação continuada docente é fundamental para o aperfeiçoamento de sua prática
pedagógica em meio a uma sociedade que exige uma educação comprometida com as
mudanças e transformações sociais.

Palavras-chaves: Formação continuada de professores. Prática Pedagógica.


Educação Infantil.

Abstract :

1 INTRODUÇÃO
No contexto atual, a formação continuada de professores tem sido tema
recorrente nas discussões, reflexões e aprofundamento dos educadores que
compreendem a importância do fenômeno educativo. A formação continuada de
professores se insere como campo investigativo amplo, tendo em vista ser uma
realidade que apresenta especificidades que exigem do professor formação teórico-
prática e atualização permanente a partir de um compromisso com a melhoria deste
nível de ensino. Nesse sentido, o papel de apresentar a necessidade da formação
continuada como processo de educação, busca de novos conhecimentos e
atualizações e, principalmente, como exercício reflexivo e fazer pedagógico na
escola infantil torna-se imprescindível nesse contexto contemporâneo
O marco da educação infantil no Brasil ocorre com a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDBEN (Lei 9.394/96). Essa Lei
preconiza responsabilidades para os estados e municípios no que concerne à
organização de seus sistemas de ensino.
As transformações ocorridas na sociedade têm indicado que a educação de
crianças vem ganhando maior realce em face do reconhecimento de que essa fase
da vida tem grande importância na formação do indivíduo havendo a necessidade
da atualização constante de informação e busca de novos conhecimentos por parte
dos profissionais da educação infantil. Este trabalho visa compreender como a
formação continuada realizada pelos profissionais de Educação Infantil tem
contribuído para o desenvolvimento de habilidades e competências para a
docência, visando a ressignificação dos saberes e práticas para a atuação como
docentes.
Nesta pesquisa optou-se por realizar um estudo de caso qualitativo com
questionário contendo perguntas pertinentes ao tema do artigo. Entretanto, mesmo
com algumas mudanças significativas no campo da educação ainda encontramos
situações que precisam ser melhores ressignificadas em favor de um trabalho de
qualidade. Nesse sentido, ao realizar um trabalho voltado à formação de
professores, têm-se a convicção de que se está contribuindo de alguma forma, para
uma educação de mais qualidade.

2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES UM CONTEXTO HISTÓRICO


A necessidade de formar professores, é marcante ao longo da história e se
faz presente desde os primórdios do século XVII. Segundo Santos (2010) já fora
idealizada por Comenius. Mas, essa era uma problemática que exigia uma ação
institucional que viera a ocorrer apenas no século XIX, após a Revolução Francesa,
quando alguns teóricos da época apontaram a necessidade de universalizar o
ensino, ou seja, levar o conhecimento ao povo, contudo, essa ideologia esbarrou
em prospecções políticas. No entanto, a necessidade de se manter um sistema já
instituído e que agora passava por uma série problemas institucionais, levaram a
criação de Escolas Normais, instituições estas que tinham como objetivo formar
professores.
Estudos realizados por Saviani (1997) ressaltam que a primeira preocupação
em termos de qualificação foi com os professores para a educação inicial, por volta
do século XVI. Iniciativas relativas à formação de professores das séries iniciais,
eram tomadas em vários lugares do mundo. Somente no século XVII, é que foram
implantadas as primeiras escolas normais na Alemanha e Hungria.
Já no Brasil, foi apenas na Velha República que se passou a falar em
formação inicial de professores primários. De acordo com Silva (2015), em 1880, foi
criada a escola normal que sugeria uma maneira audaciosa de formar professores
na prática com uma grade de disciplinas que procuravam dar um caráter científico a
formação deste profissional.
Na década de 30, era necessário prevenir para evitar nacionalismos
observados durante a guerra e também para difundir propostas pedagógicas como
a Escola Nova. Posteriormente à Segunda Guerra Mundial, as duas grandes
potências pretendiam expandir sua ideologia de diversas formas, sendo uma delas
pela educação. Isso tornou necessárias as reformas educativas e, para que estas
reformas fossem implantadas na América Latina, era estratégico “capacitar
recursos humanos” em todos os níveis, principalmente no nível educacional. (Boiba
2015 apud ALVORADOPRADA, 2010, p. 372)
Nas décadas de 60, 70, 80, no auge da guerra fria, foram desenvolvidas
inúmeras ações de “capacitação, reciclagem, treinamento”, entre outras, que
industriais e tecnológicos. Ainda Boíba (2015) afirma que nesse contexto, a
formação de professores foi se constituindo num produto de consumo, ofertado
pelo Estado, órgão que implementava as reformas, para em seguida ser
demandada e adquirida pelos próprios docentes.
2.1 CONCEITOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA

De acordo com Boiba(2015) apud Silva & Rizzo (2012) o final dos anos 20
até o atual momento, a preocupação com a formação de professores vem se
construindo e se afirmando. Segundo o autor, a reestruturação do ensino superior
na década de 1930, no final dos anos 60 e no início da década de 70 trouxe várias
implicações para a formação de professores.
O surgimento do Curso de Formação Pedagógica, em 1934 e a sua
desvinculação das Faculdades de Filosofia, Ciências Humanas e Letras e a criação
dos Institutos e Faculdades (Lei nº 5.692/71) são uma expressão das implicações
dessas reformas no campo de formação de professores.
Na década de 60, algumas Secretarias de Educação começaram a organizar
cursos de aperfeiçoamento profissional para os professores com o intuito de buscar
uma melhoria nas escolas.
A Reforma de Ensino de 1º e 2º graus no início dos anos 70 e a consequente
reforma das Secretarias de Educação dão início à promoção de diferentes ações de
treinamento e capacitação profissional. Mas, todo o processo de aperfeiçoamento
profissional de educação fica atrelado ao processo de implantação da Lei 5.682/71,
que se faz por meio de uma intensa legislação federal e de inúmeros pareceres.
Em relação ao conteúdo formativo, Libâneo (1997) afirma que a qualificação
do professor exigido pela sociedade inclui mudanças na concepção filosófica da
educação resultando na reestruturação do ensino brasileiro através da
implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº Lei 9394/96, que
contempla nos artigos 61 a 67, que a formação dos profissionais de educação está
definida em três campos de formação no âmbito do magistério: a inicial, para
formação de professores de educação básica; a pedagógica, destinadas aos
portadores de diploma de ensino superior que queiram atuar na educação básica; e
a contínua, que deve ser oferecida aos profissionais da educação dos diversos
níveis de ensino.
O papel da formação em serviço é destacado no artigo 61, inciso I (Lei nº
9394/96), ao prescrever que:

A formação de profissionais da educação […] terá como


fundamentos: a associação entre teoria e práticas, inclusive mediante
a capacitação em serviço, sem definir princípios e procedimentos
para que os Estados e Municípios organizem os processos de
formação contínua.

A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº


9394/96 (BRASIL, 1996), também conhecida como Lei Darcy Ribeiro, promulgada
em 20 de Dezembro de 1996, é o marco inicial do período de reformas na
educação brasileira. Ficou determinado segundo a Lei que, para atuar na educação
básica, era necessário possuir nível superior em Licenciatura ou normal superior.
Pensar a respeito do professor como ser concreto necessita que nos
remetemos ao seu mundo de atuação. Devemos nos aproximar da realidade nos
dias atuais e confrontarmo-nos com um numeroso leque de desafios. Diante das
propostas da LDB 9394/96, referente ao processo de formação continuada do
professor, se faz necessário entender que a formação deve ser acompanhada da
reflexão sobre as dimensões pessoais e profissionais do professor na sociedade
atual, estamos diante de um novo paradigma vigente, diante de uma sociedade que
busca respostas.
As pesquisas sobre formação de professores têm destacado a importância
de se analisar a questão da prática pedagógica como algo relevante, opondo-se
assim às abordagens que procuravam separar formação e prática cotidiana.
Na realidade brasileira, embora ainda de uma forma um tanto “tímida”, é a
partir da década de 1990 que se buscam novos enfoques e paradigmas para
compreender a prática pedagógica e os saberes pedagógicos e epistemológicos
relativos ao conteúdo escolar a ser ensinado/aprendido.
Neste período, inicia-se o desenvolvimento de pesquisas que, considerando
a complexidade da prática pedagógica e dos saberes docentes, buscam resgatar o
papel do professor, destacando a importância de se pensar a formação numa
abordagem que vá além da acadêmica, envolvendo o desenvolvimento pessoal,
profissional e organizacional da profissão docente.
Neste contexto, as pesquisas sobre a formação de professores e os saberes
docentes surgem com marca da produção intelectual internacional, com o
desenvolvimento de estudos que utilizam uma abordagem teórico-metodológica
que dá a voz ao professor, a partir da análise de trajetórias, histórias de vida etc.
Segundo Nóvoa (2002), esta nova abordagem veio em oposição aos estudos
anteriores que acabavam por reduzir a profissão docente a um conjunto de
competências e técnicas, gerando uma crise de identidade dos professores
promovem o desenvolvimento de formas de agir.
Refletir sobre o tema, leva-nos a pensar que, se a formação que os
professores recebe não os levam à reflexão crítica sobre a prática e, ainda, não
oferece conhecimentos teórico e prático suficiente para uma boa atuação
profissional, então, os mesmos não podem ser considerados os únicos
responsáveis pela situação em que se encontra a qualidade da Educação Infantil.
Assim, a formação recebida pode ser outro fator que influência negativamente a
prática pedagógica impedindo um atendimento de qualidade para as crianças.
É importante para o professor a construção dos saberes ao longo de sua
carreira profissional, no exercício da profissão docente, assim como, é importante
que os saberes construídos estejam alicerçados em uma formação que assegure
momentos de reflexão sobre a prática educativa. Neste sentido, Nóvoa (2002,)
defende que:

[…] a formação não se constrói por acumulação (de cursos,


conhecimentos ou técnicas), mas sim por meio de um trabalho de
reflexão crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente
de uma identidade pessoal. Por isso é importante investir a pessoa
e dar um estatuto ao saber da experiência (grifo do autor).

Nessa visão teórica,Boiba(2015) apud Kramer (2005), esclarece que a idéia


de investir na pessoa está ligada à perspectiva de que a formação envolve
aspectos da vida social, pessoal entrelaçados à vida profissional, conferindo-lhe
então autonomia docente.
Corroborando com Nóvoa e Kramer, Charlot (2003) enfatiza que, o ser
humano não pode se apropriar de tudo que a espécie humana criou, em todos os
tempos em todos os lugares, ou seja, a educação é hominização (tornar-se
humano) e socialização. segundo o autor, induz os princípios fundamentais de uma
teoria da relação com o saber. Desta forma, “aprender não é apenas adquirir
saberes, no sentido escolar e intelectual do termo, dos enunciados. É também
apropriar-se de práticas e de formas relacionais e confrontar-se com a questão do
sentido da vida, do mundo em si mesmo” (IBIDEM, 2003, p. 32).
Nesse viés teórico, tanto a formação inicial quanto a formação continuada
oferecida nas escolas, representam um grande desafio no processo de qualificação
dos professores, uma vez que, sua trajetória no Brasil foi marcada por diferentes
tendências pedagógicas e, ainda hoje, emergem das diferentes concepções de
educação e sociedade presentes na realidade brasileira.
Para Freire (1996), a formação continuada é concebida como um processo
contínuo e permanente de desenvolvimento profissional, sendo a reflexão crítica
sobre a prática fundamental para aprimoramento da ação docente. O pensamento
de Hameline (apud NÓVOA, 1995, p.28) vai ao encontro de Freire e nos mostra
que, “o esforço de formação passa sempre pela mobilização de vários tipos de
saber: saberes de uma prática reflexiva; saberes de uma teoria especializada;
saberes de uma militância pedagógica”, tendo os professores que se assumirem
como produtores de sua profissão.
Entretanto, o processo de democratização do ensino passa pelos
professores, por sua valorização profissional, suas condições de trabalho, sua
maneira de ver, sentir e pensar as coisas do mundo e também por sua formação.
Então, é fundamental o investimento na profissão docente.
Estudos sobre a profissão docente apontam que formar profissionais
capazes de organizar situações de aprendizagem, com postura necessária ao
ofício, desenvolvendo competências profissionais, visando práticas de formação
fundamentada e refletida, constitui elementos fundamentais para o progresso do
ensino.
Como esses saberes se constroem, através da experiência, dos
conhecimentos teóricos, responsabilidade pessoal e autonomia, bases necessárias
que interferem em tomadas de decisões conscientes, podendo contribuir
significativamente com as transformações na prática docente. Para Boiba (2015)
apud Perrenoud (2000, p.12), “não é simples formar professores para que eles
adquiram e desenvolvam competências profissionais, sobretudo se desejamos que
as práticas de formação sejam fundamentadas e refletidas”.
3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DADOS E ANÁLISE DE UM ESTUDO DE
CASO

A pesquisa em referência foi desenvolvida em Novo Oriente município do


Ceará, tendo como sujeitos 4 docentes da educação básica e 1 coordenador
pedagógico em nível de educação infantil de um Centro Educacional Infantil da
mesma cidade. Para traçar o perfil o questionário aplicado compunha de uma parte
inicial na qual foram registrados os dados de identificação.
Antes da aplicação dos questionários, os informantes foram orientados sobre
os passos da pesquisa. Em seguida os questionários foram entregues aos
participantes, sendo determinado um prazo para a entrega para que assim a
pesquisadora desse prosseguimento à pesquisa. O questionário entregue contem
onze perguntas abertas, relacionadas com os saberes e as transformações
ocorridas através da formação continuada de professores com mostra o quadro:

QUADRO 1 – PERGUNTAS E RESPOSTAS OBTIDAS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO


APLICADO

PERGUNTAS RESPOSTAS
Nível de escolaridade Todos os sujeitos possuem Especialização
Ano de conclusão da formação inicial P ¹-2002
P² – 2011
P³ – 2007
P 4-2008
Após conclusão do nível superior, você P¹ – sim, afinal a profissão professor requer
sentiu necessidade de continuar os o constante aprendizado.
estudos? P² – sim, porque através dos estudos é que
construímos novos conhecimentos para
aliar na prática de sala de aula.
P³ – sim, precisamos estar sempre nos
reciclando e buscando novas
aprendizagens pra desenvolver um bom
trabalho.
P4 – sim, é imprescindível que enquanto
profissional possa aliar conteúdos teóricos
e pratico para exercer a docência.
Há quanto tempo atua? P 1 – 1998
P² – 2008
P³ – 2010
P 4 – 2010
Há quanto tempo atua como docente nessa P1 – 1 ano e meio
instituição? P² - 2 anos
P³ – 3 anos
P 4 – 2 anos
Você costuma participar de propostas de P1 – não
formação continuada oferecidos pelo SME? P² – sim, é o processo permanente de
Porquê? aperfeiçoamento dos saberes necessários
a atividade docente realizado ao longo da
vida profissional.
P³ - sim, são formações boas sempre
aprendemos algo que não tínhamos
conhecimento.
P 4 – sim, para um melhor
acompanhamento das propostas de ensino
Que cursos de formação continuada já P1 – parâmetros curriculares nacionais,
participou oficinas de trabalho, BNCC, IMEPH
P² – PAIC
P³ – paic
P 4 – paic, palestras e workshops
Esses cursos têm contribuído para sua P1 – Sim, o desenvolvimento da ação
prática pedagógica na sala de aula? cotidiana em sala se tornou de fácil acesso
Explique como. e desenvolvimento melhor.
P² – SIM, porque propõe uma intervenção
sistemática que colocamos em prática,
contribui muito para a qualidade do ensino
municipal.
P³ – sim, eles nos proporcionam muito
conhecimento ativ. Diferenciada, fala que
brincando também se aprende. E nos
ensina a confeccionar brinquedos com
reciclados, nos auxilia como se posicionar
diante de situações na sala de aula.
P 4 – sim, pois podemos acrescentar novas
práticas ao planejamento e executar na
sala de aula.
Como você compreende a relação entre P1- faz-se necessário as formações
formação continuada e seu continuadas para o desenvolvimento de
desenvolvimento profissional na educação? ações na sala de aula.
P² – ser professor hoje significa não
somente ensinar determinados conteúdos,
mas sobretudo ser educado comprometido
com as transformações da sociedade
oportunizando aos alunos o exercício do
direito a cidadania.
P³ - foram de suma importância pq esses
conhecimentos, proporcionaram inclusive
passar no concurso e atuar na rede
municipal.
P 4 – no processo de formação o professor
tem que se colocar como aprendiz pois a
profissão requer profundas transformações
pessoais, profissionais e sociais.
O que você entende sobre qualidade de P1 – depende da formação de professores,
ensino? para que isso seja uma constante no dia-a-
dia da sala de aula.
P² – poucos se preocupam com o mais
importante que é educação isso só vem a
desmotivar.
P³ – temos que ter profissionais
qualificados, para estar preparado para
assumir uma sala de aula, local adequado,
e material para desenvolver um bom
trabalho.
P 4 – entendo que deve existir valorização
do professor, acesso a formação eficiente,
condição de trabalho espaço troca de
experiências para entender nossa realidade
de ensino.
O que você pensa sobre a relação entre P1 – os dois devem andar juntos para que o
formação continuada de professores e processo de ensino aprendizagem seja
qualidade do processo de ensino alcançado de forma positiva.
aprendizagem? P² – formação continuada tem que
continuar para aprimorar nossos
conhecimentos e melhorar qualidade de
ensino possibilitar ao educando o
desenvolvimento de sua autonomia
intelectual, de seu pensamento crítico,
habilidades e competências.
P³ – temos que buscar novos
conhecimentos porque cada dia o nosso
publico são diferentes temos que ter um
pouco de conhecimento de tudo:
tecnologia, arte, cultura e sempre qualificar
nossa aprendizagem.
P 4 – é importante entender que a formação
nos ajuda como pessoas que se
transformam e ao nosso meio, produzir
novas formas de aprendizagem para elevar
o ensino publico às suas melhorias.

Para esta pesquisa optei por realizar um estudo de caso qualitativo que de
acordo com Yin (2010) e Gil (2009) “é um estudo limitado a uma ou poucas
unidades, que podem ser uma pessoa, uma família, um produto, uma instituição,
uma comunidade ou mesmo um país. É uma pesquisa detalhada e profunda”.

Segundo Bogdam e Biklen (1994), a pesquisa qualitativa tem um


ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador
como seu principal instrumento; envolve a obtenção de dados
descritivos, no contato direto com o do pesquisador e a situação
estudada; enfatizando mais o processo do que o produto e se
preocupa em retratar as perspectivas dos participantes. A pesquisa
qualitativa exige o contato direto com o ambiente de pesquisa, no
caso, a escola e os professores, tanto na observação, na coleta de
dados e principalmente na análise dos dados, na tentativa de
adentrar mais profundamente no tema em evidência, considerando
que os objetivos propostos demarcam um espaço de investigação e
ao mesmo tempo exigem uma aproximação da realidade a ser
estudada.

A pesquisa constituiu no levantamento de informações e estudo a respeito


da formação continuada dos profissionais da educação
A pesquisa em referência foi desenvolvida em novo oriente CE tendo como
sujeitos 4 professores de educação infantil e 1 coordenador de uma instituição de
educação infantil. Para traçar um perfil dos sujeitos o questionário aplicado
compunha de uma parte inicial com os dados de identificação quanto à formação
e de perguntas abertas.
Todos possuem licenciaturas e atuam na educação infantil em relação ao
tempo de formação p1 tem 16 anos de formação à nível superior e 3 tem entre 7 e
11 anos. Atualmente conforme as propostas da LDB para atuar na educação básica
precisa apresentar título em nível superior de graduação. Para professores de
educação infantil e de séries iniciais o curso normal em nível médio constitui
formação mínima para o exercício do magistério. Observa-se também que entre os
pesquisados apenas 1 tinha 20 anos de magistério e os outros em torno de 10 a 9
anos de atuação.
Gatti(2009) apud castro (2015) defende que não existe clareza sobre o que é
considerado formação continuada. Para ela cursos após a graduação, atividades
genéricas encaradas como possibilidade de contribuir para o desenvolvimento
profissional, como reuniões pedagógicas, horas de trabalho coletivo na escola,
seminários e cursos oferecidos pela secretaria de educação ou outras instituições
estão sendo considerada formação continuada, mesmo que não proporcionem
trocas.
Quando indagados sobre a contribuição na prática pedagógica os mesmos
afirmaram que desenvolviam melhor o trabalho, bem como propor intervenções.
Nessa perspectiva entende-se a formação continuada como parte do
desenvolvimento profissional ao longo da carreira docente, por possibilitar um novo
sentido a prática pedagógica e ressignificando sua atuação. Assim, (Imbernom,
2010) afirma: trazer novas questões e buscar compreendê-las sob enfoque da
teoria e prática permite articular novos saberes na construção da docência.
Sobre a relação entre formação continuada e o desenvolvimento profissional
percebe-se nas respostas que a metade dos entrevistados colocam a importância
para o docente buscar ações transformadoras sejam na sala de aula, como a si
próprio.
Segundo eles, deve-se ter a responsabilidade de formar um indivíduo social,
crítico, moral, e ético e não se deter apenas ao desenvolvimento cognitivo, mental e
intelectual. Diante das constantes transformações ocorridas nos últimos séculos foi
necessário que toda instituição educativa “que tivesse a função de educar”,
mudasse radicalmente, tornando se algo realmente diferente, adaptando-se às
enormes mudanças que sacudiram o mundo. Segundo Imbernón (2011) apud
Boiba, (2015), a profissão docente deve abandonar a concepção predominante no
século XIX de mera transmissão do conhecimento acadêmico, de onde de fato
provém, e que quase se tornou obsoleta para a educação dos futuros cidadãos em
uma sociedade democrática.
Dos participantes questionados destaca-se um que demonstra que
consideram de fundamental importância ter uma política educacional, assim como
uma gestão escolar comprometida com este processo, pois um ensino de qualidade
não cabe simplesmente aos professores, mas a todos envolvidos em tal processo.
O processo de capacitação docente não pode se restringir apenas a participação
dos educadores em palestras, seminários e cursos, mas principalmente no
envolvimento e comprometimento de todos os envolvidos no processo educacional,
pois o momento atual exige uma atuação que consiga contribuir de forma eficaz
para o um ensino de mais qualidade.
A concepção da maioria dos professores sobre a relação entre formação e
qualidade de ensino, concorda que é necessário, além de uma boa formação
contínua, ter um ambiente favorável e boas condições de trabalho. Para Libâneo
(2011) “o professor precisa juntar a cultura geral, a especialização disciplinar e a
busca de conhecimentos conexos com sua matéria, porque formar o cidadão hoje
é, também, ajudá-lo a se capacitar”. Todavia, o repensar a concepção da formação
dos professores, objetivava até um tempo atrás, a capacitação destes através da
simples transmissão de conhecimentos, com o intuito de que aprendessem, mas tal
concepção vem sendo substituída pela abordagem que analisa a prática que este
profissional vem desenvolvendo, tendo em vista a temática do saber docente, a
busca de conhecimento para os professores, considerando os saberes utilizados
em um trabalho de mais qualidade.
Partindo do pressuposto que a presente pesquisa busca alcançar o
entendimento do tema procuramos realizar a aplicação do questionário também ao
coordenador para conhecer suas concepções e ampliar mais a pesquisa.
O coordenador é parte essencial na representação da gestão escolar, este
configura-se na dimensão pedagógica organizando as praticas de ensino do
ambiente escolar. Entendendo que o coordenador tem sua importância dentro da
escola realizou-se a pesquisa com aplicação de questionário analisando a
formação, experiências e saberes sobre o ensino. Assim o quadro baixo nos
mostra:

Quadro-2. – PERGUNTAS E RESPOSTAS OBTIDAS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO


APLICADO

PERGUNTAS RESPOSTAS
Ano de conclusão da formação inicial 2011
Após conclusão do nível superior, você Sim, pela necessidade que o professor tem
sentiu necessidade de continuar os de estar sempre se informando,
estudos? atualizando e inovando sua prática.
Há quanto tempo atua como coordenador? 2 anos
Há quanto tempo atua como docente nessa 2 anos
instituição ?
Você costuma participar de propostas de Sim não opinou
formação continuada oferecidos pelo SME?
Porquê?
Que cursos de formação continuada já Palestras, formações da SME, pós-
participou graduação
Esses cursos têm contribuído para sua Com certeza e através dessas formações
prática pedagógica na sala de aula? que a gente consegue compreender melhor
Explique como. o cotidiano da escola que atuamos.
Como você compreende a relação entre De forma imprescindível, pois através das
formação continuada e seu formações podemos pensar, repensar e
desenvolvimento profissional na educação? analisar diversas situações que de certo
modo agem de forma positiva ou negativa
na vida escolar dos discentes.
O que você entende sobre qualidade de Já avançamos muito, porém ainda estamos
ensino? longe de um ensino de qualidade. E de
fundamental importância que o País
coloque a educação no topo das
prioridades. O desestimulo por parte dos
professores mal remunerados e
principalmente o desinteresse por parte das
famílias em relação ao que acontece com
os filhos na escola. No dia que os
governantes compreenderem a real
importância e o valor de um professor ai
sim, estaremos no caminho certo para uma
qualidade de ensino significativa.

No quadro 2, acima, as respostas obtidas pelo coordenador entrevistado nos


mostra que o mesmo possui especialização na área e sente necessidade de estar
sempre se atualizando e inovando em sua prática. Para o trabalho diário de um
coordenador escolar necessita-se de estar preparado para melhor atuar diante das
diversidades que surgem ao longo do processo de ensino
O coordenador pedagógico é essencial para a escola, exercendo função de
articulador na prática docente. A escola é um espaço privilegiado para a interação
entre os professores e coordenador, Por isso, é que o governo, professor,
coordenador e demais sujeitos da equipe escolar devem se aproximar pelo mesmo
objetivo e responsabilidade como uma educação de qualidade.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação brasileira, nas últimas décadas passou por significativas


transformações influenciadas por diversos fatores que culminam na consolidação
de uma sociedade globalizada. No contexto educacional se volta para atender as
necessidades do mercado que a cada dia aumenta dessa forma, pensar na
formação do professor requer importantes reflexões que ultrapassam os muros da
escola.
A qualificação do docente imposto pelo mercado hoje, inclui em mudanças
na educação resultando na reestruturação do ensino brasileiro através da
implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) nº
9394/96, que contempla a formação dos profissionais da educação voltada ao
atendimento da realidade que se insere no novo tecido social caracterizado pelos
novos ideais.
Os saberes ressignificados dos professores, adquiridos através das
formações, trata-se não só de buscar diferentes técnicas pedagógicas através das
formações, mas principalmente do compromisso do profissional de educação, para
que se possa promover a mudança de qualidade na atuação dos mesmos e tornar
o processo de ensino-aprendizagem mais significativo tanto para os professores
como para os alunos.
Com base na literatura estudada, conclui-se que o professor precisa ter uma
visão global para ressignificar sua ação, assim, se torna necessário conhecer e
refletir sobre o processo de formação docente e a atuação do professor no
cotidiano escolar para que se possa atender a uma sociedade que a cada dia se
torna mais exigente quanto à competência do mesmo diante de seu papel no
mundo atual.

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