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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO AGRESTE LTDA – SOESA


FACULDADE DE ENSINO REGIONAL ALTERNATIVA – FERA
CNPJ: 07.664.688/0001-54
Portaria de Credenciamento N° 1099 em 03/09/2008 – Publicada no DOU em
04/09/2008.
Site:www.fera-al.com.br/ E-mail: contato@fera-al.com.br

FACULDADE DE ENSINO REGIONAL ALTERNATIVA – FERA


EXTENSÃO EM PEDAGOGIA

ANA PAULA MOTA DE ANCHIETA

FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

NOVO ORIENTE – CE
2020
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04/09/2008.
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ANA PAULA MOTA DE ANCHIETA

Trabalho de Conclusão de Curso, modalidade artigo,


apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de
Ensino Regional Alternativa – FERA. Curso de Extensão
em Pedagogia, como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciado em Pedagogia.

Orientadora: Prof.º

NOVO ORIENTE – CE
2020
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04/09/2008.
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AGRADECIMENTOS

A Deus e a todos que me ajudaram nessa trajetória acadêmica foram tão importantes
para que eu chegasse onde estou.

A todos, muito obrigada.


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ANA PAULAMOTA DE ANCHIETA

FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso, modalidade de artigo,


apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de
Ensino Regional Alternativa – FERA. Curso de Extensão
em Pedagogia, como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciado em Pedagogia.

Orientadora: Prof.º Esp. Alexandre Pereira Sales

Data de aprovação: ____ de ____ de_______

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________
Prof.º Esp. Alexandre Pereira Sales
Faculdade de Ensino Regional Alternativa – FERA
Orientador

______________________________________________
Prof.ª Esp. Francisca Kelma de Oliveira Luz
Faculdade de Ensino Regional Alternativa – FERA
Examinadora

_______________________________________________
Prof.º Esp. Elvis Narciel da Silva Gonçalves
Faculdade de Ensino Regional Alternativa – FERA
Examinador

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04/09/2008.
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Dedico esse trabalho a meu esposo em


especial pela sua paciência e dedicação.

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Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se


educam entre si, mediatizados pelo mundo.

Paulo Freire
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ARTIGO: FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO


INFANTIL

RESUMO

Este estudo tem como objetivos geral analisar como a formação continuada dos professores da
Educação Infantil tem colaborado com a prática docente. Bem como os objetivos específicos
buscam conceituar e refletir sobre a formação continuada de professores da Educação Infantil,
conhecendo as concepções dos docentes da Educação Infantil a respeito do processo de
formação continuada e também transformações adquiridas pela formação continuada que os
profissionais docentes consideram importantes para sua prática pedagógica. A metodologia
utilizada foi uma pesquisa qualitativa delineada por meio de um estudo de caso múltiplo
pertinente à formação continuada de professores da Educação Infantil de um Centro
Educacional Infantil de Novo Oriente. A coleta dos dados em campo foi feita através de
questionário. A partir das respostas obtidas e da literatura revisada formulou-se o resultado da
presente pesquisa entendendo a formação como um processo de planejamento evidenciou uma
articulação entre teoria e prática. O estudo permitiu concluir que na visão dos professores, a
formação continuada docente é fundamental para o aperfeiçoamento de sua prática
pedagógica em meio a uma sociedade que exige uma educação comprometida com as
mudanças e transformações sociais.

Palavras-chaves: Formação continuada de professores. Prática Pedagógica. Educação


Infantil.
8

ABSTRACT

This study has as general objectives to analyze how the continuous education of the teachers
of the Infant Education has collaborated with the teaching practice. As well as the specific
objectives, they seek to conceptualize and reflect on the continuing education of teachers of
Early Childhood Education, knowing the conceptions of Early Childhood teachers regarding
the process of continuing education and also transformations acquired by continuing
education that teachers consider important for their practice pedagogical The methodology
used was a qualitative research delineated by means of a multiple case study pertinent to the
continuing education of teachers of the Infantile Education of a Children's Educational Center
of New East. Data collection in the field was done through a questionnaire. From the answers
obtained and from the literature reviewed, the result of the present research was understood as
understanding the formation as a planning process, we evidenced an articulation between
theory and practice. The study allowed us to conclude that in the view of teachers, continuing
teacher education is fundamental for the improvement of their pedagogical practice in the
midst of a society that demands an education committed to social changes and
transformations.

Key-words: Continued teacher training. Pedagogical Practice. Child education.


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................10

CAPITULO 1 : FORMAÇÃO DE PROFESSORES UM CONTEXTO


HISTÓRICO........11

RESULTADOS: FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DADOS E ANÁLISE DE UM


ESTUDO DE CASO.....16

CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................23

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:....................................................................24
10

1 INTRODUÇÃO

No contexto atual, a formação continuada de professores tem sido tema recorrente nas
discussões, reflexões e aprofundamento dos educadores que compreendem a importância do
fenômeno educativo. A formação continuada de professores se insere como campo
investigativo amplo, tendo em vista ser uma realidade que apresenta especificidades que
exigem do professor formação teórico-prática e atualização permanente a partir de um
compromisso com a melhoria deste nível de ensino. Nesse sentido, o papel de apresentar a
necessidade da formação continuada como processo de educação, busca de novos
conhecimentos e atualizações e, principalmente, como exercício reflexivo e fazer pedagógico
na escola infantil torna-se imprescindível nesse contexto contemporâneo
O marco da educação infantil no Brasil ocorre com a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDBEN (Lei 9.394/96). Essa Lei preconiza
responsabilidades para os estados e municípios no que concerne à organização de seus
sistemas de ensino.
As transformações ocorridas na sociedade têm indicado que a educação de crianças
vem ganhando maior realce em face do reconhecimento de que essa fase da vida tem grande
importância na formação do indivíduo havendo a necessidade da atualização constante de
informação e busca de novos conhecimentos por parte dos profissionais da educação infantil.
Este trabalho visa compreender como a formação continuada realizada pelos profissionais de
Educação Infantil tem contribuído para o desenvolvimento de habilidades e competências
para a docência, visando a ressignificação dos saberes e práticas para a atuação como
docentes.
Nesta pesquisa optou-se por realizar um estudo de caso qualitativo com questionário
contendo perguntas pertinentes ao tema do artigo. Entretanto, mesmo com algumas mudanças
significativas no campo da educação ainda encontramos situações que precisam ser melhores
ressignificadas em favor de um trabalho de qualidade. Nesse sentido, ao realizar um trabalho
voltado à formação de professores, têm-se a convicção de que se está contribuindo de alguma
forma, para uma educação de mais qualidade.
11

2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES UM CONTEXTO HISTÓRICO

A necessidade de formar professores, é marcante ao longo da história e se faz presente


desde os primórdios do século XVII. Segundo Santos (2010) já fora idealizada por Comenius.
Mas, essa era uma problemática que exigia uma ação institucional que viera a ocorrer apenas
no século XIX, após a Revolução Francesa, quando alguns teóricos da época apontaram a
necessidade de universalizar o ensino, ou seja, levar o conhecimento ao povo, contudo, essa
ideologia esbarrou em prospecções políticas. No entanto, a necessidade de se manter um
sistema já instituído e que agora passava por uma série problemas institucionais, levaram a
criação de Escolas Normais, instituições estas que tinham como objetivo formar professores.
Estudos realizados por Saviani (1997) ressaltam que a primeira preocupação em
termos de qualificação foi com os professores para a educação inicial, por volta do século
XVI. Iniciativas relativas à formação de professores das séries iniciais, eram tomadas em
vários lugares do mundo. Somente no século XVII, é que foram implantadas as primeiras
escolas normais na Alemanha e Hungria.
Já no Brasil, foi apenas na Velha República que se passou a falar em formação inicial
de professores primários. De acordo com Silva (2015), em 1880, foi criada a escola normal
que sugeria uma maneira audaciosa de formar professores na prática com uma grade de
disciplinas que procuravam dar um caráter científico a formação deste profissional.
Na década de 30, era necessário prevenir para evitar nacionalismos observados durante
a guerra e também para difundir propostas pedagógicas como a Escola Nova. Posteriormente
à Segunda Guerra Mundial, as duas grandes potências pretendiam expandir sua ideologia de
diversas formas, sendo uma delas pela educação. Isso tornou necessárias as reformas
educativas e, para que estas reformas fossem implantadas na América Latina, era estratégico
“capacitar recursos humanos” em todos os níveis, principalmente no nível educacional.
(Boiba 2015 apud ALVORADOPRADA, 2010, p. 372)
Nas décadas de 60, 70, 80, no auge da guerra fria, foram desenvolvidas inúmeras
ações de “capacitação, reciclagem, treinamento”, entre outras, que industriais e tecnológicos.
Ainda Boíba (2015) afirma que nesse contexto, a formação de professores foi se constituindo
num produto de consumo, ofertado pelo Estado, órgão que implementava as reformas, para
em seguida ser demandada e adquirida pelos próprios docentes.

2.1 CONCEITOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA


12

De acordo com Boiba(2015) apud Silva & Rizzo (2012) o final dos anos 20 até o
atual momento, a preocupação com a formação de professores vem se construindo e se
afirmando. Segundo o autor, a reestruturação do ensino superior na década de 1930, no final
dos anos 60 e no início da década de 70 trouxe várias implicações para a formação de
professores.
O surgimento do Curso de Formação Pedagógica, em 1934 e a sua desvinculação das
Faculdades de Filosofia, Ciências Humanas e Letras e a criação dos Institutos e Faculdades
(Lei nº 5.692/71) são uma expressão das implicações dessas reformas no campo de formação
de professores.
Na década de 60, algumas Secretarias de Educação começaram a organizar cursos de
aperfeiçoamento profissional para os professores com o intuito de buscar uma melhoria nas
escolas.
A Reforma de Ensino de 1º e 2º graus no início dos anos 70 e a conseqüente reforma
das Secretarias de Educação dão início à promoção de diferentes ações de treinamento e
capacitação profissional. Mas, todo o processo de aperfeiçoamento profissional de educação
fica atrelado ao processo de implantação da Lei 5.682/71, que se faz por meio de uma intensa
legislação federal e de inúmeros pareceres.
Em relação ao conteúdo formativo, Libâneo (1997) afirma que a qualificação do
professor exigido pela sociedade inclui mudanças na concepção filosófica da educação
resultando na reestruturação do ensino brasileiro através da implementação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação nº Lei 9394/96, que contempla nos artigos 61 a 67, que a
formação dos profissionais de educação está definida em três campos de formação no âmbito
do magistério: a inicial, para formação de professores de educação básica; a pedagógica,
destinadas aos portadores de diploma de ensino superior que queiram atuar na educação
básica; e a contínua, que deve ser oferecida aos profissionais da educação dos diversos níveis
de ensino.
O papel da formação em serviço é destacado no artigo 61, inciso I (Lei nº 9394/96), ao
prescrever que:

A formação de profissionais da educação […] terá como fundamentos:


a associação entre teoria e práticas, inclusive mediante a capacitação
em serviço, sem definir princípios e procedimentos para que os
Estados e Municípios organizem os processos de formação contínua.
13

A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9394/96


(BRASIL, 1996), também conhecida como Lei Darcy Ribeiro, promulgada em 20 de
Dezembro de 1996, é o marco inicial do período de reformas na educação brasileira. Ficou
determinado segundo a Lei que, para atuar na educação básica, era necessário possuir nível
superior em Licenciatura ou normal superior.
Pensar a respeito do professor como ser concreto necessita que nos remetemos ao seu
mundo de atuação. Devemos nos aproximar da realidade nos dias atuais e confrontarmo-nos
com um numeroso leque de desafios. Diante das propostas da LDB 9394/96, referente ao
processo de formação continuada do professor, se faz necessário entender que a formação
deve ser acompanhada da reflexão sobre as dimensões pessoais e profissionais do professor na
sociedade atual, estamos diante de um novo paradigma vigente, diante de uma sociedade que
busca respostas.
As pesquisas sobre formação de professores têm destacado a importância de se
analisar a questão da prática pedagógica como algo relevante, opondo-se assim às abordagens
que procuravam separar formação e prática cotidiana.
Na realidade brasileira, embora ainda de uma forma um tanto “tímida”, é a partir da
década de 1990 que se buscam novos enfoques e paradigmas para compreender a prática
pedagógica e os saberes pedagógicos e epistemológicos relativos ao conteúdo escolar a ser
ensinado/aprendido.
Neste período, inicia-se o desenvolvimento de pesquisas que, considerando a
complexidade da prática pedagógica e dos saberes docentes, buscam resgatar o papel do
professor, destacando a importância de se pensar a formação numa abordagem que vá além da
acadêmica, envolvendo o desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional da profissão
docente.
Neste contexto, as pesquisas sobre a formação de professores e os saberes docentes
surgem com marca da produção intelectual internacional, com o desenvolvimento de estudos
que utilizam uma abordagem teórico-metodológica que dá a voz ao professor, a partir da
análise de trajetórias, histórias de vida etc. Segundo Nóvoa (2002), esta nova abordagem veio
em oposição aos estudos anteriores que acabavam por reduzir a profissão docente a um
conjunto de competências e técnicas, gerando uma crise de identidade dos professores
promovem o desenvolvimento de formas de agir.
Refletir sobre o tema, leva-nos a pensar que, se a formação que os professores recebe
não os levam à reflexão crítica sobre a prática e, ainda, não oferece conhecimentos teórico e
prático suficiente para uma boa atuação profissional, então, os mesmos não podem ser
14

considerados os únicos responsáveis pela situação em que se encontra a qualidade da


Educação Infantil. Assim, a formação recebida pode ser outro fator que influência
negativamente a prática pedagógica impedindo um atendimento de qualidade para as crianças.
É importante para o professor a construção dos saberes ao longo de sua carreira
profissional, no exercício da profissão docente, assim como, é importante que os saberes
construídos estejam alicerçados em uma formação que assegure momentos de reflexão sobre a
prática educativa. Neste sentido, Nóvoa (2002,) defende que:

[…] a formação não se constrói por acumulação (de cursos,


conhecimentos ou técnicas), mas sim por meio de um trabalho de
reflexão crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de
uma identidade pessoal. Por isso é importante investir a pessoa e dar
um estatuto ao saber da experiência (grifo do autor).

Nessa visão teórica, Boiba(2015) apud Kramer (2005), esclarece que a idéia de investir na
pessoa está ligada à perspectiva de que a formação envolve aspectos da vida social, pessoal
entrelaçados à vida profissional, conferindo-lhe então autonomia docente.
Corroborando com Nóvoa e Kramer, Charlot (2003) enfatiza que, o ser humano não
pode se apropriar de tudo que a espécie humana criou, em todos os tempos em todos os
lugares, ou seja, a educação é hominização (tornar-se humano) e socialização. segundo o
autor, induz os princípios fundamentais de uma teoria da relação com o saber. Desta forma,
“aprender não é apenas adquirir saberes, no sentido escolar e intelectual do termo, dos
enunciados. É também apropriar-se de práticas e de formas relacionais e confrontar-se com a
questão do sentido da vida, do mundo em si mesmo” (IBIDEM, 2003, p. 32).
Nesse viés teórico, tanto a formação inicial quanto a formação continuada oferecida
nas escolas, representam um grande desafio no processo de qualificação dos professores, uma
vez que, sua trajetória no Brasil foi marcada por diferentes tendências pedagógicas e, ainda
hoje, emergem das diferentes concepções de educação e sociedade presentes na realidade
brasileira.
Para Freire (1996), a formação continuada é concebida como um processo contínuo e
permanente de desenvolvimento profissional, sendo a reflexão crítica sobre a prática
fundamental para aprimoramento da ação docente. O pensamento de Hameline (apud
NÓVOA, 1995, p.28) vai ao encontro de Freire e nos mostra que, “o esforço de formação
passa sempre pela mobilização de vários tipos de saber: saberes de uma prática reflexiva;
15

saberes de uma teoria especializada; saberes de uma militância pedagógica”, tendo os


professores que se assumirem como produtores de sua profissão.
Entretanto, o processo de democratização do ensino passa pelos professores, por sua
valorização profissional, suas condições de trabalho, sua maneira de ver, sentir e pensar as
coisas do mundo e também por sua formação. Então, é fundamental o investimento na
profissão docente.
Estudos sobre a profissão docente apontam que formar profissionais capazes de
organizar situações de aprendizagem, com postura necessária ao ofício, desenvolvendo
competências profissionais, visando práticas de formação fundamentada e refletida, constitui
elementos fundamentais para o progresso do ensino.
Como esses saberes se constroem, através da experiência, dos conhecimentos teóricos,
responsabilidade pessoal e autonomia, bases necessárias que interferem em tomadas de
decisões conscientes, podendo contribuir significativamente com as transformações na prática
docente. Para Boiba (2015) apud Perrenoud (2000, p.12), “não é simples formar professores
para que eles adquiram e desenvolvam competências profissionais, sobretudo se desejamos
que as práticas de formação sejam fundamentadas e refletidas”.
16

3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DADOS E ANÁLISE DE UM ESTUDO DE


CASO

A pesquisa em referência foi desenvolvida em Novo Oriente município do Ceará,


tendo como sujeitos 4 docentes da educação básica e 1 coordenador pedagógico em nível de
educação infantil de um Centro Educacional Infantil da mesma cidade. Para traçar o perfil o
questionário aplicado compunha de uma parte inicial na qual foram registrados os dados de
identificação.
Antes da aplicação dos questionários, os informantes foram orientados sobre os passos
da pesquisa. Em seguida os questionários foram entregues aos participantes, sendo
determinado um prazo para a entrega para que assim a pesquisadora desse prosseguimento à
pesquisa. O questionário entregue contem onze perguntas abertas, relacionadas com os
saberes e as transformações ocorridas através da formação continuada de professores com
mostra o quadro:

QUADRO 1 – PERGUNTAS E RESPOSTAS OBTIDAS ATRAVÉS DO


QUESTIONÁRIO APLICADO

PERGUNTAS RESPOSTAS
Nível de escolaridade Todos os sujeitos possuem Especialização
Ano de conclusão da formação inicial P ¹-2002
P² – 2011
P³ – 2007
P 4-2008
Após conclusão do nível superior, você P¹ – sim, afinal a profissão professor requer o
sentiu necessidade de continuar os estudos? constante aprendizado.
P² – sim, porque através dos estudos é que
construímos novos conhecimentos para aliar
na prática de sala de aula.
P³ – sim, precisamos estar sempre nos
reciclando e buscando novas aprendizagens
pra desenvolver um bom trabalho.
P4 – sim, é imprescindível que enquanto
profissional possa aliar conteúdos teóricos e
pratico para exercer a docência.
Há quanto tempo atua? P 1 – 1998
P² – 2008
P³ – 2010
P 4 – 2010
Há quanto tempo atua como docente nessa P1 – 1 ano e meio
instituição? P² - 2 anos
17

P³ – 3 anos
P 4 – 2 anos
Você costuma participar de propostas de P1 – não
formação continuada oferecidos pelo SME? P² – sim, é o processo permanente de
Porquê? aperfeiçoamento dos saberes necessários a
atividade docente realizado ao longo da vida
profissional.
P³ - sim, são formações boas sempre
aprendemos algo que não tínhamos
conhecimento.
P 4 – sim, para um melhor acompanhamento
das propostas de ensino
Que cursos de formação continuada já P1 – parâmetros curriculares nacionais,
participou oficinas de trabalho, BNCC, IMEPH
P² – PAIC
P³ – paic
P 4 – paic, palestras e workshops
Esses cursos têm contribuído para sua prática P1 – Sim, o desenvolvimento da ação
pedagógica na sala de aula? Explique como. cotidiana em sala se tornou de fácil acesso e
desenvolvimento melhor.
P² – SIM, porque propõe uma intervenção
sistemática que colocamos em prática,
contribui muito para a qualidade do ensino
municipal.
P³ – sim, eles nos proporcionam muito
conhecimento ativ. Diferenciada, fala que
brincando também se aprende. E nos ensina a
confeccionar brinquedos com reciclados, nos
auxilia como se posicionar diante de
situações na sala de aula.
P 4 – sim, pois podemos acrescentar novas
práticas ao planejamento e executar na sala
de aula.
Como você compreende a relação entre P1- faz-se necessário as formações
formação continuada e seu desenvolvimento continuadas para o desenvolvimento de ações
profissional na educação? na sala de aula.
P² – ser professor hoje significa não somente
ensinar determinados conteúdos, mas
sobretudo ser educado comprometido com as
transformações da sociedade oportunizando
aos alunos o exercício do direito a cidadania.
P³ - foram de suma importância pq esses
conhecimentos, proporcionaram inclusive
passar no concurso e atuar na rede municipal.
P 4 – no processo de formação o professor
tem que se colocar como aprendiz pois a
profissão requer profundas transformações
pessoais, profissionais e sociais.
O que você entende sobre qualidade de P1 – depende da formação de professores, para
ensino? que isso seja uma constante no dia-a-dia da
18

sala de aula.
P² – poucos se preocupam com o mais
importante que é educação isso só vem a
desmotivar.
P³ – temos que ter profissionais qualificados,
para estar preparado para assumir uma sala
de aula, local adequado, e material para
desenvolver um bom trabalho.
P 4 – entendo que deve existir valorização do
professor, acesso a formação eficiente,
condição de trabalho espaço troca de
experiências para entender nossa realidade de
ensino.
O que você pensa sobre a relação entre P1 – os dois devem andar juntos para que o
formação continuada de professores e processo de ensino aprendizagem seja
qualidade do processo de ensino alcançado de forma positiva.
aprendizagem? P² – formação continuada tem que continuar
para aprimorar nossos conhecimentos e
melhorar qualidade de ensino possibilitar ao
educando o desenvolvimento de sua
autonomia intelectual, de seu pensamento
crítico, habilidades e competências.
P³ – temos que buscar novos conhecimentos
porque cada dia o nosso publico são
diferentes temos que ter um pouco de
conhecimento de tudo: tecnologia, arte,
cultura e sempre qualificar nossa
aprendizagem.
P 4 – é importante entender que a formação
nos ajuda como pessoas que se transformam
e ao nosso meio, produzir novas formas de
aprendizagem para elevar o ensino publico às
suas melhorias.

Para esta pesquisa optei por realizar um estudo de caso qualitativo que de acordo com
Yin (2010) e Gil (2009) “é um estudo limitado a uma ou poucas unidades, que podem ser uma
pessoa, uma família, um produto, uma instituição, uma comunidade ou mesmo um país. É
uma pesquisa detalhada e profunda”.

Segundo Bogdam e Biklen (1994), a pesquisa qualitativa tem um


ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como
seu principal instrumento; envolve a obtenção de dados descritivos, no
contato direto com o do pesquisador e a situação estudada;
enfatizando mais o processo do que o produto e se preocupa em
19

retratar as perspectivas dos participantes. A pesquisa qualitativa exige


o contato direto com o ambiente de pesquisa, no caso, a escola e os
professores, tanto na observação, na coleta de dados e principalmente
na análise dos dados, na tentativa de adentrar mais profundamente no
tema em evidência, considerando que os objetivos propostos
demarcam um espaço de investigação e ao mesmo tempo exigem uma
aproximação da realidade a ser estudada.

A pesquisa constituiu no levantamento de informações e estudo a respeito da formação


continuada dos profissionais da educação
A pesquisa em referência foi desenvolvida em novo oriente CE tendo como sujeitos 4
professores de educação infantil e 1 coordenador de uma instituição de educação infantil.
Para traçar um perfil dos sujeitos o questionário aplicado compunha de uma parte inicial
com os dados de identificação quanto à formação e de perguntas abertas.
Todos possuem licenciaturas e atuam na educação infantil em relação ao tempo de
formação p1 tem 16 anos de formação à nível superior e 3 tem entre 7 e 11 anos. Atualmente
conforme as propostas da LDB para atuar na educação básica precisa apresentar título em
nível superior de graduação. Para professores de educação infantil e de séries iniciais o curso
normal em nível médio constitui formação mínima para o exercício do magistério. Observa-se
também que entre os pesquisados apenas 1 tinha 20 anos de magistério e os outros em torno
de 10 a 9 anos de atuação.
Gatti (2009) apud castro (2015) defende que não existe clareza sobre o que é
considerado formação continuada. Para ela cursos após a graduação, atividades genéricas
encaradas como possibilidade de contribuir para o desenvolvimento profissional, como
reuniões pedagógicas, horas de trabalho coletivo na escola, seminários e cursos oferecidos
pela secretaria de educação ou outras instituições estão sendo considerada formação
continuada, mesmo que não proporcionem trocas.
Quando indagados sobre a contribuição na prática pedagógica os mesmos afirmaram
que desenvolviam melhor o trabalho, bem como propor intervenções. Nessa perspectiva
entende-se a formação continuada como parte do desenvolvimento profissional ao longo da
carreira docente, por possibilitar um novo sentido a prática pedagógica e ressignificando sua
atuação. Assim, (Imbernom, 2010) afirma: trazer novas questões e buscar compreendê-las sob
enfoque da teoria e prática permite articular novos saberes na construção da docência.
20

Sobre a relação entre formação continuada e o desenvolvimento profissional percebe-


se nas respostas que a metade dos entrevistados colocam a importância para o docente buscar
ações transformadoras sejam na sala de aula, como a si próprio.
Segundo eles, deve-se ter a responsabilidade de formar um indivíduo social, crítico,
moral, e ético e não se deter apenas ao desenvolvimento cognitivo, mental e intelectual.
Diante das constantes transformações ocorridas nos últimos séculos foi necessário que toda
instituição educativa “que tivesse a função de educar”, mudasse radicalmente, tornando se
algo realmente diferente, adaptando-se às enormes mudanças que sacudiram o mundo.
Segundo Imbernón (2011) apud Boiba, (2015), a profissão docente deve abandonar a
concepção predominante no século XIX de mera transmissão do conhecimento acadêmico, de
onde de fato provém, e que quase se tornou obsoleta para a educação dos futuros cidadãos em
uma sociedade democrática.
Dos participantes questionados destaca-se um que demonstra que consideram de
fundamental importância ter uma política educacional, assim como uma gestão escolar
comprometida com este processo, pois um ensino de qualidade não cabe simplesmente aos
professores, mas a todos envolvidos em tal processo. O processo de capacitação docente não
pode se restringir apenas a participação dos educadores em palestras, seminários e cursos, mas
principalmente no envolvimento e comprometimento de todos os envolvidos no processo
educacional, pois o momento atual exige uma atuação que consiga contribuir de forma eficaz
para o um ensino de mais qualidade.
A concepção da maioria dos professores sobre a relação entre formação e qualidade de
ensino, concorda que é necessário, além de uma boa formação contínua, ter um ambiente
favorável e boas condições de trabalho. Para Libâneo (2011) “o professor precisa juntar a
cultura geral, a especialização disciplinar e a busca de conhecimentos conexos com sua
matéria, porque formar o cidadão hoje é, também, ajudá-lo a se capacitar”. Todavia, o
repensar a concepção da formação dos professores, objetivava até um tempo atrás, a
capacitação destes através da simples transmissão de conhecimentos, com o intuito de que
aprendessem, mas tal concepção vem sendo substituída pela abordagem que analisa a prática
que este profissional vem desenvolvendo, tendo em vista a temática do saber docente, a busca
de conhecimento para os professores, considerando os saberes utilizados em um trabalho de
mais qualidade.
Partindo do pressuposto que a presente pesquisa busca alcançar o entendimento do
tema procuramos realizar a aplicação do questionário também ao coordenador para conhecer
suas concepções e ampliar mais a pesquisa.
21

O coordenador é parte essencial na representação da gestão escolar, este configura-se


na dimensão pedagógica organizando as praticas de ensino do ambiente escolar. Entendendo
que o coordenador tem sua importância dentro da escola realizou-se a pesquisa com aplicação
de questionário analisando a formação, experiências e saberes sobre o ensino. Assim o quadro
baixo nos mostra:

Quadro-2. – PERGUNTAS E RESPOSTAS OBTIDAS ATRAVÉS DO


QUESTIONÁRIO APLICADO

PERGUNTAS RESPOSTAS
Ano de conclusão da formação inicial 2011
Após conclusão do nível superior, você Sim, pela necessidade que o professor tem de
sentiu necessidade de continuar os estudos? estar sempre se informando, atualizando e
inovando sua prática.
Há quanto tempo atua como coordenador? 2 anos
Há quanto tempo atua como docente nessa 2 anos
instituição ?
Você costuma participar de propostas de Sim não opinou
formação continuada oferecidos pelo SME?
Porquê?
Que cursos de formação continuada já Palestras, formações da SME, pós- graduação
participou
Esses cursos têm contribuído para sua prática Com certeza e através dessas formações que
pedagógica na sala de aula? Explique como. a gente consegue compreender melhor o
cotidiano da escola que atuamos.
Como você compreende a relação entre De forma imprescindível, pois através das
formação continuada e seu desenvolvimento formações podemos pensar, repensar e
profissional na educação? analisar diversas situações que de certo modo
agem de forma positiva ou negativa na vida
escolar dos discentes.
O que você entende sobre qualidade de Já avançamos muito, porém ainda estamos
ensino? longe de um ensino de qualidade. E de
fundamental importância que o País coloque
a educação no topo das prioridades. O
desestimulo por parte dos professores mal
remunerados e principalmente o desinteresse
por parte das famílias em relação ao que
acontece com os filhos na escola. No dia que
os governantes compreenderem a real
importância e o valor de um professor ai
sim, estaremos no caminho certo para uma
qualidade de ensino significativa.
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No quadro 2, acima, as respostas obtidas pelo coordenador entrevistado nos mostra


que o mesmo possui especialização na área e sente necessidade de estar sempre se atualizando
e inovando em sua prática. Para o trabalho diário de um coordenador escolar necessita-se de
estar preparado para melhor atuar diante das diversidades que surgem ao longo do processo de
ensino
O coordenador pedagógico é essencial para a escola, exercendo função de articulador
na prática docente. A escola é um espaço privilegiado para a interação entre os professores e
coordenador, Por isso, é que o governo, professor, coordenador e demais sujeitos da equipe
escolar devem se aproximar pelo mesmo objetivo e responsabilidade como uma educação de
qualidade.
23

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação brasileira, nas últimas décadas passou por significativas transformações


influenciadas por diversos fatores que culminam na consolidação de uma sociedade
globalizada. No contexto educacional se volta para atender as necessidades do mercado que a
cada dia aumenta dessa forma, pensar na formação do professor requer importantes reflexões
que ultrapassam os muros da escola.
A qualificação do docente imposto pelo mercado hoje, inclui em mudanças na
educação resultando na reestruturação do ensino brasileiro através da implementação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) nº 9394/96, que contempla a formação
dos profissionais da educação voltada ao atendimento da realidade que se insere no novo
tecido social caracterizado pelos novos ideais.
Os saberes ressignificados dos professores, adquiridos através das formações, trata-se
não só de buscar diferentes técnicas pedagógicas através das formações, mas principalmente
do compromisso do profissional de educação, para que se possa promover a mudança de
qualidade na atuação dos mesmos e tornar o processo de ensino-aprendizagem mais
significativo tanto para os professores como para os alunos.
Com base na literatura estudada, conclui-se que o professor precisa ter uma visão
global para ressignificar sua ação, assim, se torna necessário conhecer e refletir sobre o
processo de formação docente e a atuação do professor no cotidiano escolar para que se possa
atender a uma sociedade que a cada dia se torna mais exigente quanto à competência do
mesmo diante de seu papel no mundo atual.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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continuada. Cad.Cedes, Campinas,v.35,n.95.p.37-55.jan-abr,2015.
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INFANTIL: RELAÇÃO DO SABER COM A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA. ENFOPE
, 10 encontro internacional de formação de professores UFS SERGIPE .2010
Boiba. 2015. VALDÊNIA DA SILVA,. FORMAÇÃO CONTINUADA: SABERES
RESSIGNIFICADOS NA FORMAÇÃO DOCENTE – UM ESTUDO DE CASO. Dissertação
apresentada na Escola Superior de Educação Almeida Garrett Lisboa 2015.
Silva, Maria de Jesus Assunção. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO INFANTIL: DIFERENTES PARADIGMAS E A PEDAGOGIA CRÍTICA.
XIII CONGRESSODE EDUCAÇAO: Educere formação de professores contextos sentidos e
praticas– UFPI, 2015.
Novoa, Antonio. Formação de professores e profissionais docentes. In: NÓVOA, Antonio. Os
professores e sua formação. 2. Ed. Dom Quixote: Lisboa, Portugal, 1995.
LIBANEO, Carlos, J. Adeus professor. Adeus professora? Novas exigências educacionais e
profissão docente. 13 ed. São Paulo: Cortez. Acessado em
<https://pt.slideshare.net/clsilva77/libaneo2011>
Brasil, Lei nº 9394. LDB-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. De 20 de
dezembro de 1996.
Nóvoa, António, Formação de professores e profissão docente. Lisboa : Dom Quixote, 1992.
ISBN 972-20-1008-5. Acessado em <http://repositorio.ul.pt/handle/10451/4758>
Freire, Paulo . Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7ª ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.

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