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TRIMESTRAL | NOV-DEZ-JAN N.

º 55/2014/2015

Na
Intimidade
com Deus:
a Oração
© MANUEL MORAIS

Índice
EDITORIAL VIDA DA IGREJA
A intimidade com Deus A Igreja em Notícia 32
e a resposta aos desafios 01
A METODOLOGIA DAS ENS
CONSELHEIRO ESPIRITUAL A reunião de equipa 34
Na Intimidade com Deus - a Oração 02 O lugar da oração
nas reuniões de equipa 36
VIDA DO MOVIMENTO
Ecos da Supra Região 05 “QUEM É O PADRE CAFFAREL?”
Províncias 09 Orar é ou não Vital? 39
Próximas atividades 26
INTERCESSORES
Correio da ERI O Senhor está perto
Mensagem do Casal da ERI de quantos O invocam 41
Responsável pela Comunicação
PARTIRAM PARA O PAI 43
e Relacionamento com os Casais Jovens 27
LIVROS RECOMENDADOS 44
VIDA DE CASAL
Oração em família 29
EDITORIAL

Fátima e Eduardo Frutuoso


Casal Responsável pela Comunicação

A intimidade com Deus


e a resposta aos desafios
Foi com um misto de surpresa e inquie- amigos equipistas, pedimos a compre-
tação que acolhemos o convite da Mar- ensão para as falhas e imperfeições que
garida e do João Paulo para assumirmos certamente, aqui e ali, irão acontecer…
a responsabilidade da Comunicação do Quanto à estrutura da Carta, ela vai con-
movimento. Surpresa porque nada nos tinuar com a mesma organização, com
fazia prever que fossemos confrontados um tema unificador e um conjunto de
com este desafio. Inquietação por não secções/rubricas que pretendem espe-
termos a certeza absoluta das nossas ca- lhar as preocupações e necessidades
pacidades para o cumprir em pleno, prin- dos casais das ENS em termos de in-
cipalmente no que respeita à Carta, que, formação, formação e partilha. A única
nos últimos anos, contou com um traba- novidade é a disponibilização, a partir
lho notável da Rita e do Pedro Cabral. de agora, de um espaço próprio, dentro
Hesitámos algum tempo, mas percebe- da secção “Vida do Movimento”, para
mos, entretanto, pelo discernimento e a partilha dos nossos irmãos equipistas
pela oração, que não podíamos negar- da Província Angola.
-nos a continuar ao serviço de um mo- O tema desta Carta confronta-nos com
vimento que tanto nos tem dado. Mais, o apelo de Deus a vivermos com Ele
compreendemos que era o próprio Se- uma relação de proximidade pela ora-
nhor que nos desafiava a sair da nossa ção. Deus quer que nos aproximemos
zona de conforto e a agarrar o projeto d’ Ele e sejamos capazes de lhe confiar
com alegria e empenho. Agradecemos, a nossa intimidade com tudo o que ela
por isso, à Margarida e ao João Paulo encerra de mesquinho ou de transcen-
o convite, por nos desinstalar e nos fa- dente. Aproveitemos a oportunidade
zer crescer, e à Rita e ao Pedro toda a para nos questionarmos sobre como
disponibilidade já demonstrada para está a nossa relação com Deus e como
nos apoiar nas dúvidas que ao longo do está o nível da nossa generosidade na
caminho nos irão surgir. E a todos vós, resposta aos seus desafios.

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CONSELHEIRO ESPIRITUAL

Pe. Carlos José Delgado


Conselheiro Espiritual da Supra Região

Na Intimidade
com Deus - a Oração
Ao começar a escrever sobre este ou resultado, pois ninguém alcança o
tema como que me tremem as mãos, Senhor Deus se Ele o não atrair. Vale-
pois estou a escrever para pessoas de ria a pena aprofundar não apenas o
um movimento eclesial que tem como que é típico do P. Caffarel mas a sua
fundador um dos homens que, no sé- proposta, uma vez que ele é de ver-
culo vinte, mais e melhor escreveu, dade um pedagogo da oração.
ensinou, fundou escola, testemunhou A intimidade com Deus foi, desde
e viveu dedicando-se exclusivamente sempre, uma busca de todo o ser hu-
à oração na última parte de sua vida. mano, que está atento ao que vive
Basta pegar nos livros (para referir dentro de si, no seu interior mais pro-
apenas os que estão traduzidos em fundo e onde sempre surge a atração
português) como Oração Interior1, por uma maior e melhor relação com
Na Presença de Deus. Cem cartas o ser divino que o transcende. Mas
sobre a oração2 e Novas Cartas o relacionamento com Deus não é
sobre a Oração3, para nos darmos uma realidade espontânea, supõe
conta do nível que ele alcançou e a um certo esforço, caminho a percorrer
riqueza das propostas que nos dá. e algo a aprender. O P. Caffarel come-
Mas Henri Caffarel não foi um teórico, çou pela busca de Cristo na Sagrada
foi sobretudo um homem que viveu Escritura, aí onde se expressa a reve-
e não guardou para si a riqueza que lação de Deus ao ser humano e que
o Senhor lhe ia manifestando. É que se centraliza na pessoa de Jesus vivo
toda esta problemática da intimidade no meio de nós. Escutando a Palavra,
com Deus não é tanto uma conquista, ela acaba com os barulhos nefastos e
mas é sobretudo um dom, um fruto vai descobrindo, com a sua luz, o ros-

1 CAFFAREL, Henri, Oração Interior, Editorial A. O., Braga 19893ª.


2 CAFFAREL, Henri, Na Presença de Deus. Cem cartas sobre a oração. Lucerna, Cascais, 2008.
3 CAFFAREL, Henri, Novas Cartas sobre a Oração, Paulus Editora, Apelação, 2012.

2
CONSELHEIRO ESPIRITUAL

to de Jesus, pois é n’Ele que se revela expressão então muito em voga. Por
toda a plenitude da divindade. Assim, a isso pedia que se começasse sempre
escuta da Palavra de Deus é escuta de a oração unindo-se a Cristo Total, ou
Jesus Cristo, que habita em nós e supõe seja, ao Corpo Místico de Cristo, uno em
também a escuta da humanidade, a Ele todos os seus membros e até unido a
unida, suplicando-lhe a salvação deste toda a criação (a Igreja viva e atuan-
mundo, que também deve ser servido te no mundo de hoje!). Esta visão de
pela Igreja orante. Daí o valor da ora- Igreja é assim como que natural, lógi-
ção comunitária e em união com todo o ca em sua santidade. É o Espírito Santo
Povo de Deus. que a conduz e ilumina. E o mesmo se
Há uma passagem do Evangelho de S. pode dizer acerca da oração, pois ela é
João que é basilar para se entender um sobretudo dom de Deus, mais do que
pouco da mensagem sobre a oração atividade humana. O fundamental está
que o P. Caffarel nos deixou. Ela é como em querer abrir-se à voz de Deus, que
que o ponto de partida: “Se alguém em nós fala, ou clama: “Abba, ó Pai!”.
me tem amor, há de guardar a mi- Parece-me que tudo isto está por detrás
nha palavra; e o meu Pai o amará, daquele belo poema:
e Nós viremos a ele e nele faremos
morada” (Jo 14, 23). “Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
Primeiro dois dados, que são como Deixa-me ir ter contigo no fundo do meu ser.
que pressupostos: “se alguém me tem
amor” e “há de guardar a minha pala- Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
vra”. Este amor a Jesus supõe e resulta Adoro-Te, meu Deus, no fundo meu ser.
de uma fé, já consciente e assumida
responsavelmente, de alguém que se Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
encontrou com a pessoa de Jesus e Louvado sejas Tu no fundo meu ser.
se sentiu reconhecido no seu ser mais
profundo. E o “há de guardar a minha Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
palavra” é lógico, pois é fruto ou conse- Entrego-me ao teu amor no fundo do meu ser.
quência desse amor.
Para o P. Caffarel este encontro com Je-
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
sus leva a um dar-lhe espaço para viver Que surja a tua alegria no fundo do meu ser.
e atuar em nós: “Sua morada”! E então
vem a entrega ou oferta de si mesmo
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
a Ele que nos faz viver para o serviço Guarda-me de todo o mal no fundo do meu ser.
de Deus em Cristo Total, para usar uma

3
CONSELHEIRO ESPIRITUAL

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
Faz-me viver de Ti no fundo do meu ser. Glória ao teu santo Nome no fundo do meu ser.
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
Eu quero o que Tu queres no fundo do meu ser. Deslumbra-me de luz no fundo do meu ser.”
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser (P. Henri Caffarel)

Reúne o universo no fundo do meu ser.


© PAULO AMARAL

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VIDA DO MOVIMENTO

Margarida e João Paulo Mendes


Casal Responsável pela Supra Região Portugal

Ecos da Supra Região

Queridos casais O amor de Jesus, que abençoou e con-


e conselheiros espirituais, sagrou a união dos esposos, é capaz
Estamos a viver um tempo privilegia- de manter o seu amor e de o renovar…
do, após o Sínodo Extraordinário dos O amor de Cristo pode restituir aos
Bispos sobre a família, e com ele a esposos a alegria de caminharem jun-
oportunidade para vivermos melhor tos. Pois o matrimónio é isto mesmo:
o caminho conjunto de um homem
e mais profundamente este sentido
e de uma mulher, no qual o homem
de comunhão entre todos e com a
tem o dever de ajudar a esposa a ser
Igreja, na pessoa do nosso Papa Fran-
mais mulher, e a mulher tem o dever
cisco. Ele, que tem um carinho e pre-
de ajudar o marido a ser mais homem.
ocupação particulares relativamente
É a reciprocidade das diferenças. Não
à família, recorda-nos: “O caminho
é um caminho suave, sem conflitos,
do povo de Deus no deserto, guiado
não! Não seria humano. É uma via-
por Moisés, faz pensar nas famílias,
gem laboriosa, por vezes difícil…mas
nas nossas famílias, a caminho pelas isto é a vida! No meio desta teologia
estradas da vida, na história de cada que a Palavra de Deus nos oferece so-
dia...É incalculável a força, a carga de bre o povo em caminho, mas também
humanidade presente numa família: sobre as famílias em caminho, sobre
a ajuda mútua, o acompanhamento os esposos em caminho, um peque-
educativo, as relações que crescem no conselho: nunca deixeis terminar o
com o crescimento das pessoas, a par- dia sem fazer a paz. É suficiente um
tilha das alegrias e das dificuldades... pequeno gesto. E assim continuar a
As famílias constituem o primeiro lu- caminhar. O matrimónio é símbolo da
gar onde nos formamos como pessoas vida, da vida real, não é uma «ficção»!
e, ao mesmo tempo, são os «tijolos» É sacramento do amor de Cristo e da
para a construção da sociedade… Igreja, um amor que tem na Cruz a sua

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VIDA DO MOVIMENTO

confirmação e garantia. Desejo, a todos ao mesmo tempo, garantir a unidade


vós, um caminho lindo e fecundo. Que e fidelidade ao carisma, proporcionou
o amor cresça! Desejo-vos a felicidade. espaços de reflexão, partilha e conví-
Existirão as cruzes…mas o Senhor esta- vio. Da responsabilidade da equipa da
rá sempre lá para nos ajudar a seguir SR, este encontro contou também com
em frente. Que o Senhor vos abençoe!” a colaboração do casal Teresa e Duarte
de Cunha e do Sr. Pe. Armindo Vaz, que
Formação de Responsáveis partilharam com todos o seu testemu-
de Setor nho/reflexão sobre o serviço no movi-
Decorreu em Fátima, nos dias 31 de mento. Certos de que o setor é o motor
maio e 1 de junho, com a participação do movimento, pela proximidade e co-
dos casais que vão assumir a respon- nhecimento da realidade das equipas;
sabilidade do setor em 2014/2015, ou sentimo-nos alegres e confiantes, mas
que, tendo assumido no ano passado, conscientes da responsabilidade pela
não tiveram oportunidade de estar animação, ligação e crescimento das
presentes em 2013. Esta formação, ENS. Em espírito de serviço saibamos
que pretende ser um auxílio aos casais acolher a vontade do Pai! Obrigado pelo
que iniciam a sua missão como RS e, vosso empenho e generosidade!

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VIDA DO MOVIMENTO

Reunião da Supra Região Reunião da Supra Região


Sob o lema “A comunhão, fonte de e Colégio da Supra Região
vida”, decorreu em Fátima, nos dias Nos dias 12 e 13 de setembro, nova-
21 e 22 de junho último, a reunião mente em Fátima, reuniu a Equipa da
da Equipa da SR. Estiveram presentes SR. Com a presença dos casais Provin-
os casais Provinciais, responsável do ciais, novo responsável pela P. Norte,
Secretariado, responsável da Comu- Sílvia e Pedro Soares, novo responsá-
nicação, o CSR, o CE da SR, Pe. Carlos vel pela Comunicação, Fátima e Edu-
Delgado e, com muita alegria de todos, ardo Frutuoso, o Pe. Samuel Dombele,
o novo casal que irá em novembro as- em representação do CE da Província
sumir a responsabilidade da província Angola, responsável do Secretariado,
Angola, Deolinda e António Oliveira. CSR e o CE da SR. Foi tempo de dar-
Foi partilhado o balanço de cada pro- mos graças a Deus pelos que genero-
víncia, incluindo as regiões Açores e samente chegam de novo, mas tam-
Madeira, suas alegrias, dificuldades e bém pelos que com alegria, sentido do
anseios. Igualmente foi apresentado o dever cumprido e alguma emoção à
balanço de atividades da SR. Tivemos mistura, terminam agora as suas mis-
momentos de oração, celebração da Eu- sões de responsabilidade. Saudamos
caristia, terço na Capelinha e um tempo particularmente a Fernanda e o Antó-
de formação orientado pelo CE sobre a nio Felgueiras que deixam a responsa-
“Comunhão Eucarística”. Tendo como bilidade da P. Norte; a Cristina e o João
base o documento de S. João Paulo II, Baptista Makenengo que deixam a
“A Igreja vive da Eucaristia”, o nosso CE responsabilidade da P. Angola e a Rita
recordou-nos que ao sermos batizados, e o Pedro Cabral que deixam a respon-
somos mergulhados na vida divina e sabilidade da Comunicação. Agradece-
depois alimentamo-nos nela através da mos o esforço e dedicação em prol do
comunhão (na Eucaristia); é ela que nos Movimento das ENS em Portugal.
fortalece. Une-nos uns aos outros e a O Colégio da Supra Região teve lugar
Cristo. A Eucaristia é o dom por excelên- a 13 e 14 de setembro, sob o lema
cia, porque é o dom do próprio Senhor. “…nós anunciamos Cristo crucificado”
Este dom conduz à missão. Louvamos o (1 Cor 1,23). Foram debatidos vários
Senhor por esta oportunidade de cresci- assuntos práticos da vida do movimen-
mento vivida por toda a equipa! to em espírito de abertura e partilha.
Procurámos acolher todos com ale-
gria, particularmente os que se encon-
travam presentes pela primeira vez:

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VIDA DO MOVIMENTO

Amélia e António Assunção, novo RR dias de trabalho, reflexão, oração e


Douro Sul; Amélia e João Nunes, novo também convívio e partilha. Viemos
RR Centro Interior; referimos também com a certeza de que todos procuram
a Ana e o Mário Jorge Cabral, novo RR ser fiéis ao que o Pe. Caffarel espera
Açores, que não estiveram presentes. das ENS. A simplicidade e o acolhi-
Todos estamos ao serviço das ENS, mento estavam presentes em cada
cada um com os seus dons e talentos rosto com que nos cruzámos. Vive-se
específicos, por isso procurando dar o um verdadeiro espírito de partilha e
melhor de si. entreajuda entre todos, o que nos faz
A partilha dos balanços de cada re- sentir em missão de serviço, corres-
gião permite-nos sentir toda a SR e ponsabilizando-nos uns pelos outros.
ter presentes os equipistas de Norte Damos graças ao Senhor pela genero-
a Sul, incluindo Açores, Madeira, Cabo sidade e entrega de todos e por nos
Verde, S. Tomé e Príncipe, Angola e querer como humildes trabalhadores
Moçambique. desta Sua vinha.
Tivemos momentos de oração, o terço
na Capelinha e a Eucaristia de encerra-
mento dos trabalhos. O tempo de for-
mação e reflexão, que o CE nos propor-
cionou, centrou-se no “Mistério da Cruz
do Senhor”. A cruz é símbolo da nossa
união indestrutível com Cristo e mer-
gulha-nos no Seu ser mais profundo.
A mensagem que devemos anunciar
é que Cristo morreu na cruz, mas está
vivo para sempre. Saibamos ser fiéis a
este anúncio, através da nossa vida!

Colégio Internacional
de Medway (Boston)
Foi com muita alegria que partici- Para todos os equipistas, marquem
pámos neste Colégio, de 20 a 26 de nas vossas agendas, ENCONTRO NA-
julho, que reúne os responsáveis de CIONAL das ENS em 22 e 23 de
todas as SR e R. isoladas do nosso novembro, em Fátima.
Movimento. Estiveram presentes 30 Sob o olhar carinhoso de Maria, este-
casais e 7 CE de todo o mundo. Foram jamos atentos à vontade do Pai.

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VIDA DO MOVIMENTO

Fernanda e António Felgueiras


Casal Responsável da Província Norte

Província Norte
Caros equipistas, a preocupação de “pensarmos” tudo
Esta mensagem será a última que es- com o Senhor para, juntos, podermos
crevemos neste espaço pois, como dis- discernir a Sua vontade!
semos na última Carta, cessamos agora Entendemos o nosso papel de Casal
a nossa missão como Casal Provincial Responsável Provincial nas suas duas
Norte (a passagem de testemunho será vertentes: como membro da Equipa da
feita no Encontro Nacional de Novem- Supra Região e como elemento de li-
bro próximo). gação e coordenação das 4 Regiões da
O Senhor fez maravilhas connosco e Província.
continuará a fazê-las com o casal que, Na medida das nossas capacidades e
com a sua generosidade e saber, nos disponibilidades, esforçámo-nos por fa-
sucederá: a Sílvia e o Pedro Soares, da zer o que era ou nos parecia necessário,
Região Douro Sul. em tempo oportuno.
De novo, a todos os que nos acom-
panharam nesta linda caminhada, os
nossos agradecimentos e a certeza da
nossa oração.

Sílvia e Pedro Soares


Só foi possível realizar as atividades Casal Responsável da Região Douro Sul
do âmbito da nossa missão, com mui-
to diálogo um com o outro (às vezes, REGIÃO DOURO SUL
porque não dizê-lo, num tom mais Quando fomos convidados para assumir
elevado!!!), mas principalmente com a responsabilidade da Região Douro Sul,

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VIDA DO MOVIMENTO

escolhemos como lema “a felicidade trabalhamos porque acreditamos que


está mais em dar do que em receber” eles foram os principais mentores de
porque sempre nos sentimos interpela- todo este trabalho e a todos os Equipis-
dos a pôr a render os dons que Deus nos tas da nossa Região, que tanto nos mi-
deu e por acreditarmos que é estando maram. Sobretudo, sentimo-nos felizes
ao serviço que damos testemunho da por termos sido responsáveis por uma
nossa fé: “vede como eles se amam!” Região tão viva e dinâmica!
Assim, quando assumimos esta respon- Ao casal que vai assumir a responsabili-
sabilidade, o nosso principal objetivo foi dade desta Região – Amélia Maria e An-
“mimar” os casais que pertencem às tónio Assunção, da Cortegaça 3 – dese-
ENS, não só através das atividades que jamos as maiores felicidades e que Deus
foram proporcionadas como também os ilumine sempre no seu caminho!
através da formação e da ligação porque
“só se ama aquilo que se conhece” e
isto só acontece quando ligamos rostos.
Por outro lado, as famílias que estão
nas “periferias” sempre foram uma
grande inquietação para nós. Por isso,
desde a primeira hora, procuramos Xão e António Dória
aproximar as ENS à comunidade atra- Casal Responsável da Região Douro Norte
vés da organização de ações direcio-
REGIÃO DOURO NORTE
nadas a casais que não pertenciam às
ENS e a jovens que terminaram a sua Somos a Conceição e o António Dória e
caminhada catequética. desta vez coube-nos falar um bocadi-
Sentimos verdadeiramente que esta deve nho da nossa região.
ser também uma missão das ENS porque Pois bem: ela nasceu da restrutura-
quem recebe esta riqueza não a pode ção das Regiões Porto 1, da qual éra-
guardar para si ou para as suas equipas. mos Regionais, e Porto 2. Em conjunto,
E agora que terminamos a nossa mis- após muita reflexão, achou-se melhor
são, sentimos que as sementes estão agrupar os Sectores da cidade do Porto
lançadas, algumas terão caído no ca- numa só região – Região Porto – e criar
minho, outras em terreno pedregoso, a Região Douro Norte, que agrega os
outras entre espinhos e outras em boa sectores Maia, Trofa e J.
terra. Esperamos que as que caíram em É uma região com um elevado poten-
terra boa dêem bom fruto. cial de crescimento e constituída pelos
Deixamos uma palavra de apreço e gra- Setores:
tidão ao CE, CRS e CRECIP com quem

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VIDA DO MOVIMENTO

iniciativa de 6 casais e do abade da pa-


Sãozinha róquia, o Sr. Padre Joaquim Ribeiro.
e José Guilherme Bento
Casal Responsável
Inicialmente ligadas à Região Porto, as
do Setor Maia ENS da Trofa passaram pela Região Nor-
te e Porto 1.
SETOR MAIA
Atualmente, o Setor Trofa pertence à
A Maia 1 surgiu na sequência dum CPM, recém-criada Região Douro Norte e é
em que os seus casais participaram. constituído por 16 equipas, estando em
A iniciativa foi do casal Maria da Graça fase de formação duas novas equipas.
e Fernando Araújo Barros que já conhe-
Aqui mostramos um pouco do que são
ciam o Movimento. A reunião zero acon-
as ENS na Trofa.
teceu em 5 de Janeiro de 1986. Ficaram
ligados ao Setor F da Região Porto.
Em 26 de outubro de 1990, com 7 equi-
pas (3 das quais em pilotagem) reali-
zou-se a 1ª Reunião da Equipa do Setor
da Maia, então criado.
Um Setor dinâmico, que foi crescendo Fátima e Eduardo Queirós
Casal Responsável do Setor J
e que, durante alguns anos, acolheu al-
gumas equipas de Gondomar. Das 19 SETOR J
equipas que entretanto se formaram,
O Setor J foi criado em 2009 com 8
somos hoje 16 equipas ativas e man-
equipas distribuídas por Gondomar, Va-
temos, como atividades regulares, o Dia
longo, Paredes, Penafiel e Lousada.
de Setor, Missas de Setor, Via-Sacra,
Jornadas (de 2 em 2 anos), além das Atualmente conta com 13 equipas
participações nas atividades propostas (5 em Gondomar; 3 em Valongo; 2 em
pela Região. Paredes; 2 em Penafiel e 1 em Lousa-
da), 65 casais, 10 Conselheiros Espiritu-
ais e 6 casais piloto.
A média de idades dos elementos das
equipas é de 50 anos, a média de anos
Elsa e Augusto Campos
Casal Responsável de casamento é de 26 e a de ordenação
do Setor Trofa dos Conselheiros Espirituais é de 25.
SETOR TROFA
As ENS chegaram à Trofa em 13-10-
-1978, dia em que nasceu a Trofa 1, por

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VIDA DO MOVIMENTO

Mª do Carmo e António Pedro


Casal Responsável da Província Centro

Província Centro
Queridos amigos,
Nesta Carta partilhamos um pouco mais
da nossa diversidade: 3 Regiões, 17 Isabel e Tozé Marques
Casal Responsável
Setores…, grande diversidade de “lín- da Região Centro Interior
guas”, mas o mesmo espírito: servir.
Queridos amigos equipistas:
A Região Centro Interior partilha a ale-
gria da renovação no serviço: muito Já passaram 4 anos desde que a Mª José
obrigado ao casal Isabel e Tózé Mar- e o Rocha vieram a nossa casa desafiar-
ques e as boas vindas ao novo casal nos, acordar-nos da letargia em que já
regional: Amélia e João Nunes. Estamos nos íamos acomodando!...
muito gratos pela vossa generosidade. Pensámos imediatamente que só uma
Da Centro Litoral fica-nos o desafio para resposta era possível: sim! Se Deus nos
aproveitarmos os momentos de encon- chamava para a messe, nós só tínhamos
tro para refletir sobre a razão de ser das que largar tudo e pôr-nos a caminho.
ENS. Juntos somos luz uns para os outros! Pedimos ao Espírito Santo que estivesse
connosco e que a Sua Luz iluminasse o
A Região Centro Sul diz-nos que a ex-
caminho. E assim partimos para a mis-
pansão acontece, mesmo quando pare-
são, com muitas dúvidas e incertezas,
ce difícil, se os Setores caminharem em
conscientes das nossas limitações e dos
conjunto e em sintonia com os desafios
nossos parcos talentos, mas com uma
do Movimento.
vontade enorme de servir. Contámos
Louvamos a Deus por estes dons. Bem sempre com a ajuda dos amigos equi-
hajam. pistas da Região, da Província e da Su-
pra Região, que se foram cruzando con-
nosco. Que saudades já sentimos deles!
Fomos caminhando, até que chegámos
ao Encontro Internacional de Brasília.
Este Encontro foi para nós inesquecível
e constituiu um novo fôlego – “Ousar

12
VIDA DO MOVIMENTO

o Evangelho”, fazendo de cada casal


equipista um samaritano a cuidar dos
”caídos” na beira do caminho. Passou Xana e Henrique Dias
Casal Responsável
também a ser o nosso desafio na RCI. da Região Centro Litoral
“Ousar o Evangelho”, na RCI, passava
por alargar o Movimento a mais ca- Os setores de Aveiro realizaram, no
sais, constituindo equipas novas ou passado dia 4 de outubro, o seu en-
renovando as já existentes. Passava contro de abertura. Deixamos aqui o
também por chamar os equipistas a testemunho do CR do Setor Aveiro B
comprometer-se não só com o Movi- sobre o acontecimento.
mento mas também com a Igreja e a
Sociedade. Sentimos que demos um
passo pequenino mas que ficámos
muito aquém do que pretendíamos.
A nossa missão na RCI chegou ao fim e Maria Idalina Noronha
e Manuel Araújo
lá fomos chamar o casal Amélia e João Casal Responsável
Nunes da Covilhã para continuar a ca- do Setor Aveiro B
minhada. Com o espírito de missão e
serviço que caracteriza os casais das Ecos da abertura do Ano
ENS, também eles deram o seu “sim”. nos Setores de Aveiro
As maiores bênçãos para eles. O programa teve início com um tempo
de oração presidida pelo Pe. Nestor So-
bral, CE do Setor B e de duas Equipas.
Se Deus nos chamava para a
messe, nós só tínhamos que O Tema – A Família na Comunidade
largar tudo e pôr-nos a caminho. Cristã” foi apresentado pelo Pe. Ma-
nuel Rocha, também CE duma Equipa.
A todos aqueles que Deus colocou no Iniciou o trabalho com uma rica re-
nosso caminho durante esta missão um flexão sobre a família na sua origem
muito obrigado. Bem hajam e contem natural e espiritual, no amor humano
sempre connosco já que seguiremos o de um homem e de uma mulher, que-
apelo do Papa Francisco – evangelizar, rida por Deus desde o início da criação
com a alegria de quem tem a certeza (“criou-os homem e mulher”) e que,
de que a bênção de Deus e de Maria por Jesus Cristo, foi elevado à dignida-
nunca nos abandona, ainda que tudo à de de sacramento. União estável de
volta pareça prestes a desmoronar. um homem e de uma mulher alicer-
Um abraço fraterno a todos os equipis- çada na fidelidade, indissolubilidade
tas do casal Isabel e TóZé. e abertura à vida. Família que precisa

13
VIDA DO MOVIMENTO

de ser defendida na sua natureza e


constituição e nos seus valores. Mª João
Referindo-se às ENS afirmou que são e Manuel Lourenço
Casal Responsável
uma escola de formação e os seus da Região Centro Sul
elementos encontram na Pastoral Fa-
miliar um vastíssimo campo para o Neste número da Carta, damos a pala-
exercício do seu carisma. vra ao CR do Setor Tomar, onde decor-
reu a abertura das atividades de quatro
Após o convívio seguiu-se a Eucaris-
dos setores desta Região.
tia, com a igreja do Seminário cheia.
Foi o primeiro contacto das ENS com
o nosso Bispo, D. António Moiteiro, re-
centemente chegado à nossa Diocese.
Cristina Maurício
No início da Eucaristia foi feita ao Senhor e Rui Constantino
Bispo, em nome dos três Setores, uma Casal Responsável
do Setor Tomar
saudação pelo casal de Ligação à Diocese.
Na homilia, muito rica e clara, o Senhor Início das atividades em Tomar
Bispo situou os textos da liturgia e diri- O encontro de arranque de ano dos
giu-se diretamente às ENS, transpondo Setores de Almeirim A e B, Santarém
para o contexto atual a vinha, os vinha- e Tomar, decorreu na Igreja de S. João
teiros e os frutos. Realçou a Pedagogia em Tomar.
dos PCE como fundamental para o ca-
O Setor de Tomar, bem como a comu-
sal e o Dever de se Sentar, feito a três,
nidade paroquial, receberam os casais
como meio eficaz para discernir, com
das equipas dos outros setores, familia-
o olhar de Deus, os sinais dos tempos.
res e CE com grande alegria e espírito
Lembrando o Sínodo dos Bispos so-
de acolhimento.
bre “Os Desafios Pastorais da Família”,
incentivou-nos a ser missionários da Após um longo período de estagnação,
família, e terminou repetindo: “O amor o Setor de Tomar tem 2 Equipas em pi-
do casal cristão é a imagem mais per- lotagem: a Entroncamento 1 (a termi-
feita do amor de Deus pelo homem”. nar) e a Tomar 11 (realizou a reunião 1
em outubro).
Queremos dar graças a Deus pelo con-
tributo que o Pe. Mário Duarte e o Pe.
Sérgio Santos têm dado para que este
Setor esteja a dar “novos frutos”.

14
VIDA DO MOVIMENTO

Teresa e Rui Barreira


Casal Responsável pela Província Sul

Província Sul
Neste número da Carta, para além de aqui os frutos dos contínuos ataques à
um texto nosso e de um outro do casal familia, que tanto têm contribuído para
responsável pela nova/renovada Região a sua desagregação, deformação e des-
Sintra/Oeste, quisemos dar voz ao Bis- truição? A família opõe-se ao individu-
po Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, que alismo, pois tem início na comunhão
vem convidar todos os equipistas da área conjugal (“aliança”, na qual o homem e
do Patriarcado a empenhar-se na prepa- a mulher “mutuamente se dão e rece-
ração do Sínodo diocesano de 2016. bem um ao outro”), vivendo a sua re-
alidade numa comunidade de pessoas,
O filósofo francês Gilles Lipovetsky, para quem o modo próprio de existir e
que veio a Lisboa para participar no viver juntas é precisamente a comu-
3º Encontro Presente no Futuro (3-4 nhão. Se é na familia que, enquanto
escola de amor, aprendemos a viver e
de outubro de 2014), organizado pela
a crescer numa autêntica comunidade
Fundação Francisco Manuel dos Santos,
de pessoas, se esta se torna ausente, o
afirmou, em entrevista à Renascença,
que nos restará?
que a causa jihadista “é um movimen-
to que, paradoxalmente, se aproveita
da destruição social e cultural, da in-
dividualização da nossa sociedade, de
uma sociedade que não tem um en-
quadramento comunitário, que deixou
D. Nuno Brás
de propor “objetivos fortes”, e que por Bispo Auxiliar de Lisboa
isso é capaz de atrair um determinado
número de jovens, já que é capaz de Diocese de Lisboa em Sínodo:
propor “objetivos fortes”, mas que é “O sonho missionário
expressão do aspeto desestruturante da de chegar a todos”
individualização que grassa atualmente Na sua Exortação Apostólica “A alegria
nas nossas sociedades. Como não ver do Evangelho”, o Papa Francisco pedia

15
VIDA DO MOVIMENTO

aos Bispos que, com o objetivo de fa- de tomar a sério “o sonho missionário
vorecer a comunhão missionária das de chegar a todos” (n. 31).
respetivas dioceses, estimulassem e Os trabalhos de preparação do Síno-
procurassem “o amadurecimento dos do já foram lançados: cada grupo de
organismos de participação propos- cristãos já existente (e, portanto, cada
tos pelo Código de Direito Canónico e Equipa de Nossa Senhora existente na
de outras formas de diálogo pastoral, diocese) ou aqueles que se venham
com o desejo de ouvir a todos” (n. 31). a criar com este objetivo, são convi-
E, em nota, indicava precisamente o dados, por um lado, a ler a Exortação
Sínodo diocesano como a primeira Apostólica do Santo Padre (um capítu-
dessas formas. lo em cada trimestre) e, à sua luz, a
Ora o Código de Direito Canónico de- rever a vida da respetiva comunidade
fine um Sínodo diocesano como uma paroquial, movimento, congregação
“assembleia de sacerdotes e de outros ou instituto religioso; e, por outro
fiéis da Igreja particular, escolhidos lado, a procurar iniciativas concretas
para auxiliar o Bispo diocesano para o de evangelização e a partilhá-las com
bem de toda a comunidade diocesa- todos (os materiais de trabalho são
na” (can. 460). Desde 1640 que ne- acessíveis a todos por meio da inter-
nhum Sínodo diocesano era convoca- net: www.patriarcado-lisboa.pt).
do na diocese de Lisboa. No final de cada trimestre, os resul-
Àquela vontade do Santo Padre veio tados de cada grupo serão recolhidos
juntar-se, no caso concreto da diocese pela Comissão Preparatória. Deste es-
de Lisboa, a comemoração, em novem- forço de síntese surgirá, por volta de
bro de 2016, dos 300 anos da sua qua- julho de 2016, o documento de tra-
lificação como “Patriarcado”, dada pelo balho do Sínodo, que será objeto da
Papa Clemente XI, que a justificou com reflexão dos sacerdotes, religiosos e
a atividade missionária então desen- leigos chamados pelo nosso Bispo a
volvida pelos cristãos da nossa diocese. participar nas sessões sinodais.
Foi assim que o Patriarca de Lisboa, D. Para além disso, todos somos, desde
Manuel Clemente, anunciou no passa- já, convidados a rezar pelo bom êxito
do dia 22 de janeiro de 2014 a convo- do Sínodo diocesano, em comunidade
cação de um Sínodo Diocesano com o e individualmente.
objetivo de colocar toda a diocese em No fundo, trata-se não apenas de
dinamismo missionário. Usando pala- pensar mas, sobretudo, de fazer com
vras do Papa Francisco no documento que no coração de todos os cristãos da
a que já fizemos referência, trata-se nossa diocese se reacenda a alegria de

16
VIDA DO MOVIMENTO

evangelizar aqueles que ainda não co-


nhecem Jesus: como diz o Santo Padre,
Ele “quer evangelizadores que anun- Nazaré
ciem a Boa-Nova, não só com palavras,
mas sobretudo com uma vida transfigu-
Alcobaça
rada pela presença de Deus” (EG 259).
Caldas
da Rainha

Óbidos
Peniche
Bombarral

Lourinhã
Cadaval
Lena e Armando Silva
Casal Responsável pela Região Sintra/Oeste

Caros equipistas, Torres


Alenquer
Vedras
Há 2 anos, o Senhor chamou-nos para
Sobral
aceitarmos a responsabilidade de ser- de Monte
Agraço Arruda
mos Casal Regional da Região Sintra. Mafra dos Vinhos

Conscientes das nossas limitações, mas


confiantes no Senhor e recordando o
que alguém nos disse um dia, “Deus Sintra

não escolhe os capacitados, mas ca- Amadora


pacita os escolhidos”, aceitámos com
muito amor e entrega a missão que nos
foi confiada. Atualmente é composta por 68 Equipas,
Decorridos estes 2 anos, damos graças 350 casais, 65 Conselheiros Espirituais,
a Deus, pelo nosso Sim ao serviço de 6 Equipas inscritas para o próximo EEN
Deus e dos irmãos neste Movimento em novembro e mais 4 Equipas em pi-
que tanto amamos e tanto nos tem lotagem, distribuídas por 5 Setores: Cal-
ajudado na nossa caminhada em Igreja das da Rainha, Sintra A, Sintra B, Sintra
e em Família. C e Torres Vedras.
Este ano, as nossas responsabilidades No ano passado procurámos fazer o
foram acrescidas com o alargamento nosso “trabalho de casa”, ou seja, ir a
da Região. As Regiões Sintra e Oeste fo- algumas atividades dos Setores de Cal-
ram agregadas, passando a chamar-se das e Torres Vedras para conhecermos
Região Sintra/Oeste. os casais que compõem esses Setores.

17
VIDA DO MOVIMENTO

Com muita alegria partilhamos o amor querido Conselheiro Espiritual, Padre


e acolhimento com que sempre fomos Miguel Ribeiro e a mais-valia por tam-
recebidos e os laços que sentimos esta- bém podermos fazer caminhada com
rem a ser criados. os Casais Responsáveis de Setor e Casal
Queremos ainda deixar o nosso agrade- RECIP, que compõem a Equipa da Região,
cimento ao Casal Regional cessante, Fá- e que sentimos estarem empenhados e
tima e Eduardo, pelo excelente trabalho unidos na expansão do Movimento.
desenvolvido na Região Oeste e pelo Agradecemos-Te Senhor, a missão que
apoio e disponibilidade que sempre nos nos confiaste, pois sabemos que estás
deram e que sabemos terá continuidade. sempre connosco.
Nesta missão pretendemos ainda real-
çar o apoio e ajuda do sempre nosso
© Eduardo Frutuoso

18
VIDA DO MOVIMENTO

Guida e Luís Costa


Casal Responsável da Província África

Província
África
Caros amigos, reçarmos, como não podia deixar de ser,
Nesta carta vamos dar voz à Região de algumas palavras de agradecimento.
Moçambique porque está a viver dois Agradecermos, em primeiro lugar, a
momentos de grande intensidade. Um Deus que, ao longo destes 4 anos ao
com a realização do 1.º Encontro Nacio- serviço desta grande Região, foi-nos
nal das ENS de Moçambique, que se rea- mostrando o que fazer, como fazer e
lizou na Guiúa, Província de Inhambane, quando fazer. Queremos, muito since-
e outro pela passagem de testemunho ramente, confessar que, quando fomos
do casal Ester e Isaías Nhabomba para chamados para esta tão grande missão,
o casal Rosalina e António Gabriel. Que pensámos que se tratava de algum
o Senhor os abençoe e proteja na mis- equívoco. Não éramos nós, certamente,
são que lhes confiou de responsáveis tão pequenos que somos! Mas era pura
pela Região de Moçambique. verdade! Daí em diante, devíamos co-
meçar a cair na real, passe a expressão.
Mas, paulatinamente, fomo-nos aper-
cebendo que se tratava, afinal, de um
trabalho de equipa, bastando, para tal,
solicitar apoio. Foi assim que fomos re-
cebendo de todos vós tanto apoio que,
Ester e Isaías Nhabomba
Casal Responsável cessante da Região Moçambique em muitos casos, foi mais ensinamen-
to do que apoio. Aprendemos muito,
Caríssimos Irmãos Equipistas, mas muito mesmo! Por isso, é mister
Foi este momento de fecho que nós, que depois de Deus, o nosso humilde
Casal Nhabomba, há bem pouco tempo agradecimento vá para todos vós, carís-
Casal Regional, escolhemos para, antes simos irmãos em Cristo, e em particular
do nosso ADEUS como Regionais, ende- a toda a equipa regional.

19
VIDA DO MOVIMENTO

Nesta nossa caminhada não podemos Aos nossos inesquecíveis amigos, os res-
deixar de evocar e agradecer aos nos- ponsáveis pela Província África, nossos
sos sempre presentes Conselheiros Espi- hierarquicamente chefes diretos, Guida
rituais, Padres e Irmãs religiosas, sem os e Luís Costa, por quem nutrimos grande
quais a nossa missão teria sido pratica- amizade, muita confiança e que, apesar
mente impossível, com particular ênfa- de longe de nós, sempre procuraram sa-
se para o nosso Conselheiro da Região, ber das nossas dificuldades, das nossas
o Reverendo Padre Eduardo, a quem vitórias e sempre prontos a nos dar uma
tivemos que recorrer vezes sem conta mão de encorajamento, dizemos-lhes
em muitas situações melindrosas e aci- de viva voz que os seus nomes estarão
dentes de percurso. O Padre Eduardo foi sempre ligados pela positiva à história
para nós um verdadeiro Pai, um indis- da Região de Moçambique.
pensável companheiro de viagem e, so-
bretudo, um grande precetor. Por isso a
nossa profunda vénia ao Padre Eduardo.
Os nossos agradecimentos estendem-
-se também ao Senhor Bispo de Lichin-
ga, D. Élio Greselin, e ao Senhor Bispo
Rosalina e António Gabriel
de Quelimane, D. Hilário Massinga, pelo Casal Responsável da Região Moçambique
encorajamento que nos deram aquando
da visita de cortesia que lhes fizemos Momentos vividos aquando
em novembro de 2011, nas suas Dio- do 1º Congresso das ENS
ceses, em missão das ENS. As ENS po- em Moçambique
dem e devem dar um grande apoio O Congresso de Guiúa, o primeiro na
à Igreja, sobretudo no Ministério da história do Movimento das ENS na Re-
Família – disseram-nos eles. gião de Moçambique, o mesmo é dizer,
Agradecemos igualmente aos senhores na nossa história como equipistas, foi
Bispos de Gurúè, de Pemba, de Nacala um momento de encontro festivo en-
e de Chimoio, que nos receberam em tre as diferentes equipas de todo o país
audiência, a nós e ao nosso Conselhei- (Região), à exceção dos equipistas de
ro Espiritual regional, em novembro de Lichinga e Chimoio, os únicos ausentes,
2011, aquando da Conferência Episco- infelizmente, por motivos de segurança,
pal no Seminário Santo Agostinho, na devido à instabilidade política que se
Matola. O assunto era o mesmo – im- vive no país. No total participaram 210
plantar o Movimento nas Dioceses. Pela pessoas, das quais 2 bispos, 6 sacerdo-
sua anuência e encorajamento, esta- tes conselheiros espirituais e 2 religiosas
mos profundamente agradecidos. também conselheiras espirituais.

20
VIDA DO MOVIMENTO

Na nossa modesta análise, o Congresso do em causa a coesão das equipas e


de Guiúa constituiu um grande marco afetando a expansão do Movimento.
na vida e história do Movimento, em As conclusões das várias equipas mistas,
geral, e dos casais equipistas partici- trazidas ao plenário, e complementadas
pantes, em particular. pelos contactos interpessoais entre os
Para além das cinco palestras que, no equipistas nos momentos de lazer e
nosso ponto de vista, foram verdadeiras convívio, constituíram um grande enri-
lições de aprendizagem de como en- quecimento na vida do Movimento.
frentar os grandes desafios que se colo- Não deixaríamos de nos referir ao im-
cam à família, onde os casais equipistas portantíssimo momento das celebra-
devem ser o fermento da sociedade na ções eucarísticas diárias em que, antes
sua intervenção junto dos casais em cri- do início de cada jornada, pedíamos a
se, as palestras serviram também para Deus a bênção para os trabalhos do dia,
o aprofundamento espiritual na vida através da intercessão da nossa Padro-
dos equipistas, sob a orientação dos eira junto ao Seu Filho Jesus Cristo.
conselheiros espirituais. Finalmente, os nossos agradecimentos
Outro momento de particular interesse vão para Dom Francisco Chimoio, Dom
foi o das reuniões de equipas mistas, Adriano Langa e toda a equipa de con-
em que casais de diferentes equipas, selheiros espirituais, que nos deram o
setores e pontos de origem puderam seu carinhoso acompanhamento espi-
trocar as suas experiências de como ritual durante todo o Congresso, bem
respondem aos diversos desafios que, como os momentos de orações que nos
de diferentes formas e circunstâncias, proporcionaram.
se colocam à vida dos casais, pon-

© MANUEL MORAIS

21
VIDA DO MOVIMENTO

Cristina e João Baptista Makenengo


Casal Responsável da Província Angola

Província Angola
Que melhor mês haveria* para con- e marcado pela fraqueza como todos.
versarmos um pouco sobre a oração Estamos nas vésperas da passagem de
que é tão cara ao Movimento e aos testemunho para o novo casal Provin-
seus membros – o MAGNIFICAT? Que cial de Angola. De facto, já escolhemos
abençoadas são as ENS por se colo- o casal que assumirá a responsabilida-
carem sob proteção de Maria, a Mãe de pela vida da Província. Preparemo-
d’Aquele que é o centro da vida espi- -nos para esse momento. Em primeiro
ritual dos equipistas! lugar, reavivando a fé e a convicção de
Inspirado por Deus foi o Pe. Henri que a escolha vem do Alto. Por isso
Caffarel quando entendeu que, para acolhemos com fé e alegria o casal
chegar a Cristo, não havia melhor indicado ou eleito. Em segundo lugar,
guia que a própria Mãe do Salvador. ajudando-o a desempenhar a missão
E aqui estamos nós, em grande nú- com generosidade.
mero de pessoas de Portugal e de Responsabilidade na eleição e corres-
África Lusófona, que numa “submis- ponsabilidade no exercício da missão.
são de homem livre” deseja compro- Maria, quando chamada à missão e
meter-se a seguir este caminho de dignidade de mãe, sentiu sua peque-
esperança, cantando e louvando com nez, após aceitar o chamado mostrou-
Maria as maravilhas que o Senhor faz se generosa e corajosa. Deus serve-se
e fez em nós. de instrumentos pequenos e simples
Deus fala e se revela através de pes- para fazer-se presente; usa o que é
soas escolhidas e tiradas do meio do frágil para as grandes obras. “Sabe tra-
próprio povo (cf Ez 2, 2-5). A missão balhar com  instrumentos insuficientes”
de falar em nome de alguém exige (Papa Francisco). A palavra “respon-
absoluta fidelidade àquele que se sável” amedronta. O temor assalta os
representa. O escolhido é humano chamados à responsabilidade; é bom

* Texto redigido em outubro de 2014

22
VIDA DO MOVIMENTO

sinal, porque revela consciência de


responsabilidade, mas também revela A graça é luz. A luz de cada um
imperfeição. É preciso superar o temor é sinal da fecundidade da graça,
para exercê-la de forma amadurecida. e juntos como equipa formam
O temor é vencido acolhendo a chama- um belo lustre.
da vinda da boca de Deus. Maria teve
medo ao escutar o Anjo. “Não tenhas
alegria e paz, sinal de esperança, pon-
medo, disse o Anjo, pois achaste graça
diante de Deus”. Ao escolhido Deus re- to de unidade e solidariedade. Um SIM
pete: “Achaste graça diante de Mim”. é uma bênção de Deus para a equipa.

Os casais são portadores do chamado Especialmente neste mês de outubro


divino. O SIM é fruto da fusão de dois dedicado à Mãe de Jesus, peçamos-
elementos: o divino, a graça de Deus e -lhe, como nossa padroeira e inter-
o humano, a disponibilidade do esco- cessora, que nos ajude a servir a Deus
lhido, que colocará a boa vontade e os sempre mais perfeitamente, acolhen-
talentos à disposição da graça. A graça do e cuidando de seus filhos. Confie-
é a semente, o casal responsável é o mos à Virgem Maria a fecundidade dos
semeador, as Equipas o terreno. Con- nossos “SIM’s à vida pessoal, conjugal
jugue, misture e amasse o seu esforço e familiar, à nossa missão nas ENS e
com a graça de Deus e a sua equipa na Igreja, unindo-nos, cotidianamen-
será uma vinha florida, verdadeira te, a Ela no Magnificat.
Igreja, reunida em nome de Cristo
para orar, escutar a Palavra e partilhar
Notícias de Angola
a vida e o pão ao redor da Mesa da
Fraternidade, onde formamos um só As notícias sobre as atividades realiza-
corpo e um só coração. A graça, como das em Angola, sejam as mais gerais da
o fermento, mostra sua força na mas- Província sejam as mais específicas das
sa que a acolhe e se deixa invadir por regiões Angola Norte, Centro e Sul es-
ela. A graça é luz. A luz de cada um tão publicadas no sítio da Internet das
é sinal da fecundidade da graça, e Equipas de Nossa Senhora, em www.
juntos como equipa formam um belo ens.pt, no separador ENS Portugal/An-
lustre. Para a equipa, o SIM, é fonte de gola/Notícias.

23
VIDA DO MOVIMENTO

Gina e Anselmo Barcelos


Casal Responsável da Região Açores

Região Açores
Caros amigos equipistas! Por último, uma palavra para a nossa
Chegámos ao Colégio há quatro anos Região Açores, que nestes quatro anos,
atrás, quando o lema da equipa da Su- através dos setores, deu ao movimento
pra Região era “ Eu sou o caminho a mais equipas, com casais novos cheios
verdade e a vida, ninguém vai ao Pai de energia e vontade de levar a outros
senão por Mim”. Ao longo desses qua- casais a vivência da espiritualidade
tro anos fomos fazendo caminho com conjugal, praticando os pontos concre-
o nosso casal provincial do sul e ilhas tos de esforço, que tanto nos ajudam a
e com todas as regiões de norte a sul crescer como casal cristão, para solicitar
e seus provinciais, vivemos momen- a todos eles, sem exceção, que sejam
tos de muita alegria fraterna, oração e generosos quando convocados para
reflexões profundas partilhadas pelos integrarem alguma equipa de serviço
conselheiros espirituais, que muito nos (setor, formação, pilotagem, região) e
enriqueceram e nos ajudaram a ca- que participem ativamente nas ativida-
minhar em casal e em equipa. Enfim, des propostas pelo movimento.
recebemos mais do que aquilo que fo- Para todos um abraço fraterno.
mos capazes de dar, por isso dizemos:
“Somos servos inúteis; fizemos o que
devíamos fazer” (Lc 17,10).
Agora, na hora da partida, com a nova
equipa da Supra Região, cujo lema é
“Eu venho, Senhor, para fazer a Vossa
vontade”, queremos desejar à Ana e
© Fátima Frutuoso

ao Mário Jorge Cabral, que vão assumir


a responsabilidade da Região Açores, as
maiores alegrias e muita garra para que
a nossa Região continue a dar muitas
equipas ao movimento.

24
VIDA DO MOVIMENTO

Pe. Manuel Ramos


Conselheiro Espiritual da Região Madeira

Região Madeira
Discernir os sinais indicarão portas abertas, para anunciar
da Memória e da Missão* ao mundo os valores da família e do ma-
O começo de um novo ano é sempre trimónio cristão sob o olhar de Deus que
uma porta que se abre para novos desa- é Pai e caminha connosco lado a lado.
fios no ser peregrino da família dos filhos A atual geração está a tornar-se incrédu-
de Deus. la. É uma geração que não se coloca con-
Na comunhão com a Igreja, o novo ano tra Deus ou contra a Igreja, mas é uma
é marcado pela realização da III Assem- geração que está a aprender a viver sem
bleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Deus e sem a Igreja. Há transformações
Bispos sob o tema “Os desafios pastorais na família, na escola, na cultura ociden-
da Família no contexto da Evangelização” tal. Exigindo também da Igreja mudanças
e por ser o ano dedicado à Vida Consa- profundas, em atitude profética, no olhar
grada. Estes acontecimentos deverão e viver o nosso tempo.
despertar em nós muita oração e aten- Perante estes cenários, os casais cristãos
ção às propostas concretas que nascerão são desafiados a abrir portas para ence-
para a Igreja. tar caminhos de conversão, para serem
A nossa caminhada em Movimento e em fermento na massa, faróis do amor du-
Equipa será sob o farol “Discernir os sinais radouro do matrimónio cristão e da famí-
dos tempos”. Esta é uma atitude proféti- lia “igreja doméstica”. Seguindo o pen-
ca que todos temos a obrigação de as- samento do Pe. Caffarel “se as ENS não
sumir para intuir os caminhos da missão forem um viveiro de homens e mulheres
em cada tempo e circunstâncias concre- prontos para assumir, corajosamente, to-
tas. Só da fé, do amor salvífico de Deus, das as suas responsabilidades na Igreja e
da comunhão, é que pode brotar esta na cidade, perdem a sua razão de ser”.
“intuição”, o “perscrutar” os sinais, que

* O artigo completo pode ser consultado no site das ENS, no espaço de notícias destinado à Região Madeira.

25
VIDA DO MOVIMENTO

Próximas atividades
Supra Região Portugal 2015
Reunião da Supra Região
Janeiro de 2015, dias 10 e 11

Encontro de Equipas Novo Fôlego (EENF)


Fevereiro de 2015, dias 7 e 8

Encontro de Equipas Novas (EEN)


Fevereiro de 2015, dias 14 e 15 – Província Centro

Encontro de Equipas em Caminhada (EECam)


Fevereiro de 2015, dias 21 e 22

Encontro de Equipas em Comunhão (EECom)


Fevereiro de 2015, dias 21 e 22

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Correio da ERI

Françoise e Rémi Gaussel


Casal da ERI Responsável pela Comunicação e Relacionamento com os Casais Jovens

Mensagem do Casal da ERI


Responsável pela Comunicação
e Relacionamento com os Casais Jovens

Queridos amigos, conhecermo-nos melhor uns aos ou-


Somos Françoise e Rémi Gaussel da tros”. Os meios modernos que temos à
Equipa Responsável Internacional, en- nossa disposição facilitam essa aproxi-
carregados da comunicação e das rela- mação. O sítio Internet é, a este respei-
ções com os casais jovens. Terminámos, to, um instrumento eficaz que é preciso
em agosto de 2013, a nossa missão de melhorar continuamente, atualizar e
casal responsável da Supra-Região Fran- tornar mais atraente. Vai ser criada uma
ça-Luxemburgo-Suíça. Estamos casados comissão de redação para refletir nessa
há quarenta e seis anos e temos dois renovação; vai também ser dada uma
filhos casados e sete netos. atenção especial para que as várias ru-
A internacionalidade do nosso Movi- bricas sejam regularmente enriquecidas
mento é fonte de uma grande riqueza; e atualizadas. Correspondentes das di-
o último encontro em Brasília demons- ferentes zonas ficarão encarregados de
trou-o mais uma vez. É, pois, importan- nos informar sobre acontecimentos que
te que os equipistas do mundo inteiro mereçam ser levados ao conhecimen-
possam estar em comunhão; para isso, to de todos… A parte dedicada ao Pe.
é preciso aprender a conhecer melhor Caffarel e à sua obra será revista, apro-
a realidade das nossas vidas, a com- fundada e ilustrada. Além disso, com a
preender melhor as nossas culturas, a preocupação de evangelizar e de nos
apreender melhor a nossa maneira de mantermos fiéis ao carisma fundador,
viver em equipa. A comunicação de- serão propostos textos de reflexão so-
sempenha, pois, um papel importante. bre o matrimónio e o casal. Progressiva-
Como diz o Papa Francisco, “comunicar mente, o sítio internacional é assim cha-
bem ajuda-nos a aproximarmo-nos e a mado a tornar-se um sítio de referência.

27
Correio da ERI

Como o matrimónio cristão e a família, imaginação e criatividade. Não sendo


célula base da sociedade, atravessam as realidades quotidianas as mesmas
atualmente uma grave crise no mun- nos diferentes países do mundo, é
do, é imperativo que as Equipas de preciso refletir em evoluções do Movi-
Nossa Senhora reflitam nos meios a uti- mento a adaptar consoante os lugares
lizar para se darem a conhecer melhor. e as circunstâncias. Compete à ERI tra-
O carisma fundador e a pedagogia do çar caminhos de unidade e abrir cami-
nosso Movimento podem ser fonte de nhos novos a fim de responder às ex-
ajuda para um grande número de jo- pectativas de todos os casais que têm
vens casais inquietos perante essa evo- necessidade de ser acompanhados de
lução e desejosos de fazer a sua união forma a permitir que a sua união seja
duradoura e ancorada na Fé. Na sua duradoura. A primeira ação fraternal é
última exortação apostólica, o Papa facilitar o encontro desses jovens com
Francisco não deixou de nos convidar o Amor de Deus dando-lhes testemu-
a “sair da própria comodidade e ter a nho da Boa Nova que Jesus nos veio
coragem de alcançar todas as periferias anunciar. “O Evangelho – como dizia o
que precisam da luz do Evangelho”. Papa Francisco nas JMJ do Rio – é para
Além disso, o nosso Movimento, fun- todos, e não apenas para alguns. Não
dado na espiritualidade conjugal e no é apenas para aqueles que nos pa-
sacramento do matrimónio, tem por recem mais próximos, mais abertos,
missão evangelizar em profundidade mais acolhedores. É para todas as pes-
os jovens casais que já são equipistas. soas”. As Equipas de Nossa Senhora
Temos, pois, que dar testemunho a fa- têm o dever de, com a ajuda do Espíri-
vor do matrimónio, olhar com fé esta to, aceitar este grande desafio.
nobre instituição e mostrar que a du-
rabilidade não é uma utopia mas que,
Comunicar bem ajuda-nos
com a ajuda do Senhor e o exercício
a aproximarmo-nos e a
da vontade, é possível e entusias-
conhecermo-nos melhor
mante. Impõe-se, mais do que nunca, uns aos outros.
ajudar os casais a viver uma espiritu-
alidade conjugal forte para discernir,
face a uma sociedade que veicula um
certo número de contraverdades e
preconiza a superficialidade. É preciso
conciliar iniciação e aprofundamento,
gradualidade e exigência, o que exige

28
VIDA DE CASAL

Regiani e Tiago Líbano Monteiro


Equipa L151, Setor Lisboa J, Região Lisboa 1

Oração em família
Somos a Regiani e o Tiago Líbano Mon- lançam-nos para uma oração mais de-
teiro, casados há 22 anos e pais de 7 morada, domingo a domingo, ao acen-
filhos com idades dos 20 aos 9 anos e der as velas da coroa. Já na Quaresma
pertencemos à Equipa L151 de Lisboa. é o respeito pelo jejum e abstinência e
Na nossa juventude – a Regiani no Bra- uma via-sacra, dentro de casa ou em
sil e o Tiago em Portugal – tanto nas Equipa, que nos lançam para momen-
nossas famílias de base como nas Equi- tos mais profundos de oração. Em maio
pas de Jovens de Nossa Senhora a que damos mais atenção a Nossa Senhora,
pertencemos, habituámo-nos a rezar rezando de vez em quando o terço en-
em grupo: desde a oração antes das quanto arrumamos a cozinha ou numa
refeições até à adoração do Santíssi- viagem mais comprida.
mo, passando por momentos de oração Deus não se torna mais ou menos pre-
com meditação e partilha. Pensamos sente consoante a maior ou menor
que isso contribuiu muito para a natura- qualidade da nossa oração. Deus está
lidade com que foi surgindo e crescen- sempre connosco a 100%! Mas nós te-
do a nossa oração em família. mos que fazer a nossa parte: abrir-Lhe
Desde recém-nascidos levámos sempre a porta e deixá-Lo entrar, porque Ele
os nossos filhos à missa. Pensamos que nunca força a entrada! E este é, para
isto os foi habituando aos momentos nós, o grande desafio: como passar aos
de oração e de silêncio que exigem, nossos filhos esta vontade de eles abri-
da parte deles, uma postura adequa- rem o seu coração a Deus, num total
da. Em casa rezamos sempre antes respeito pela liberdade deles e neste
das refeições (com ou sem convidados, contexto atual de uma sociedade pro-
quaisquer que sejam) e ao deitar, bem fundamente egoísta que lhes entra
como no início das viagens maiores. pela porta dentro sem pedir licença?
No Advento a montagem em conjunto Como diz o Papa Francisco, no início da
do presépio, da árvore de Natal, da co- Exortação Apostólica Evangelii Gaudium
roa do Advento e dos enfeites da casa (nº 2), “Quando a vida interior se fecha

29
© JOÃO PAULO MENDES

VIDA DE CASAL

nos próprios interesses, deixa de haver ma de tempos a tempos. Por exemplo,


espaço para os outros, já não entram os na oração antes das refeições introduzi-
pobres, já não se ouve a voz de Deus, mos o “Pão da Palavra”, oferecido por
já não se goza da doce alegria do seu um casal da nossa equipa. É uma caixa
amor, nem fervilha o entusiasmo de fa- com muitos papéis redondos, em for-
zer o bem.” Não temos nenhuma recei- mato de hóstia, cada um com um trecho
ta nem nenhuma bala de prata… Temos bíblico seguido de uma pequena oração.
a vida do dia a dia, a nossa oração con- Todos os dias, de forma rotativa, há um
jugal onde pedimos ajuda ao Senhor, os filho que tira um papel e lê a oração.
nossos deveres de se sentar onde, na Uma vez estávamos nós a pensar como
presença de Deus, tentamos encontrar dar a volta a esta tendência para os ir-
novas propostas de caminhos onde os mãos se criticarem permanentemente
nossos filhos possam encontrar esta uns aos outros. Criámos então uma
alegria do Amor de Deus e se sintam “tabela de elogios” durante 1 mês que
entusiasmados em fazer o bem. E, sem indicava, para cada dia e para cada fi-
dúvida, uma oração familiar participada lho, um irmão a quem ele tinha que
ajuda muito a promover este objetivo. fazer um elogio (na verdade nós tam-
Damos assim muita importância a não bém entrámos na tabela). Assim, em
deixar cair a oração numa rotina. A ora- cada dia e na oração da noite, todos
ção tem que ser viva, tem que mexer nós tínhamos que fazer um elogio
connosco, tem que nos confortar nos a um e receber um elogio de outro.
momentos difíceis mas também tem O resultado foi muito interessante: to-
que nos provocar, desafiar, desinstalar. dos aderimos ativamente e o nível dos
Para isso é fundamental a participação elogios surpreendeu muito pela positi-
ativa de cada um e mudanças de esque- va, principalmente para quem estava

30
VIDA DE CASAL

habituado a ouvir tantas críticas. Por cientes da presença de Deus no meio


várias vezes alguns se comoveram por de nós, pedimos-Lhe que nos ajude a
não imaginarem que os outros pudes- saber escutar os outros com atenção
sem, no fundo, pensar tão bem deles. e a procuramos as melhores soluções
Esta promoção de ver o bem no ou- para todos. Não é complicado de fazer
tro é um exercício fantástico e muito e ajuda muito a criar um espírito paci-
necessário nos dias de hoje. Os nossos ficador e participativo, tanto dos filhos
filhos pediram para fazer de novo, e já como dos pais, importante em particu-
estamos a repetir a dose! lar nos temas mais difíceis.
Por último gostávamos de referir o nos- Que Deus nos ajude a transmitir aos nos-
so Dever de se Sentar em família. De sos filhos, pela nossa vida e pela oração,
vez em quando fazemos uma reunião a essência da família, para que eles pos-
para decidir sobre questões da vida sam descobrir que a verdadeira alegria
familiar introduzidas por nós ou pelos está no serviço aos outros em total gra-
nossos filhos. Sentamo-nos todos à tuidade e liberdade. Isto é fazer o bem,
mesa e rezamos primeiro com o mes- isto é amar, é isto que nos faz felizes!
mo espírito do dever de se sentar: cons-

31
VIDA DA IGREJA

Pe. Carlos José Delgado


Conselheiro Espiritual da Supra Região

A Igreja em Notícia
A Família no centro das atenções – Os holofotes têm-se virado apenas para
Durante o passado mês de outubro (de os temas mais polémicos, como o dos
5 a 19) decorreu em Roma uma Assem- divorciados, recasados e homossexuais.
bleia Extraordinária e preparatória do Mas há temas muito mais decisivos e
Sínodo dos Bispos, que culminará em mesmo, quando se fala dos sofrimen-
outubro de 2015, sob o tema “Os desa- tos relativos à família, que provocam
fios pastorais da família no contexto da o atual agir da pastoral eclesial, temos
evangelização”. Trata-se, sem dúvida, muitos mais: solidão da viuvez, o ce-
de um acontecimento da maior impor- libato não consentido, a esterilidade, a
tância para a vida da Igreja, das comuni- violência, sofrimento dos pais e avós na
dades cristãs, das ENS e dos cristãos em educação, etc… Mas estes temas não
geral. O acompanhamento feito pelos constituem chamariz! Peçamos a força
media tem sido intenso e, como sem- e a luz do Espírito de Deus para nos
pre, tendendo a distorcer os conteúdos abrir o caminho do verdadeiro e santo
que vão transparecendo, já nesta fase amor familiar, segundo a Sua vontade
das primeiras discussões, e portanto de nos dias de hoje, como tanto o deseja-
apresentação de conteúdos o mais di- va e propunha o Pe. Caffarel.
versificados possível. Daí ser importante Viagens do Papa Francisco – É curioso
seguir o Sínodo com atenção através de estar atento à lógica e prioridade que
sites seguros (como por exemplo: “Síno- manifesta o Papa Francisco nas suas
do – a pensar a Família hoje”, Agência viagens fora do Vaticano. Desde Lampe-
Ecclesia, Santa Sé, etc.) e não apenas dusa até à projetada ao Sri Lanka: que
pela imprensa generalista. move o Papa Francisco? Se S. João Pau-
A fase mais decisiva é a do final de lo II denunciava facilmente um pastor e
outubro de 2015, mas depois o Santo um teólogo, o papa Francisco denuncia
Padre ainda irá redigir uma Exortação um evangelizador que levanta muitas
Apostólica, sancionando então as con- interrogações, esperando uma resposta
clusões apresentadas. posterior e pelo mundo inteiro. Na Albâ-

32
VIDA DA IGREJA

nia foi o apelo à fidelidade, perante o 7% de população católica e enfrenta


exemplo dos mártires e a urgência da muitas dificuldades e perseguições.
evangelização: “Matar em nome de E a Índia ali tão perto!...
Deus é um grande sacrilégio!” E a sua Meios de Comunicação Social – Já é
passagem pela zona da Terra Santa, conhecido o tema da mensagem do
como ela foi carregada de simbolismo Papa para o Dia Mundial das Comuni-
e de interpelações!... Por alguns elas cações Sociais, a realizar no dia 17 de
foram bem sentidas… Os frutos são maio de 2015: “Comunicar a família:
aguardados em esperança confiante. ambiente privilegiado do encontro na
E o mergulho no mundo oriental da gratuidade do amor”. Está também
Coreia?!... E a China ali tão perto! em sintonia com o Sínodo dos Bispos.
Em 20 de novembro está prevista a O texto será conhecido no dia 24 de
sua ida rápida ao Conselho Europeu, janeiro de 2015, festa de São Francisco
mas em janeiro (13 a 15) de 2015 está de Sales, o padroeiro dos jornalistas.
projetada uma visita ao Sri Lanka (que
(Recolha na “Agência Ecclesia”
significa “terra santa”, em sânscrito, pelo Pe. Carlos José Delgado)
ainda língua litúrgica). Tem apenas

© Eduardo Frutuoso

33
A METODOLOGIA DAS ENS

Henry Caffarel
Fundador das ENS

A reunião de equipa*

“Ter fé”? É olhar com os olhos de Deus quando recomenda ao Pai aqueles que
todas as realidades humanas e, tam- lhe foram entregues e que vão ter a
bém, todas as realidades sobrenaturais; rude missão de levar a sua mensagem
é ver todas as coisas do ponto de vista a todos os homens. E que termina: “Pai
de Deus. Ter fé é justamente possuir o Santo, guarda em Teu nome aqueles
olhar de Deus no coração. que me deste, para que sejam UM,
O objetivo desta conferência é convidá- como nós somos UM.”
los a ver com os olhos da fé a reunião Podemos ler nos Atos dos Apóstolos al-
mensal das nossas equipas, a olhá-la guns desses grandes textos que cons-
com os olhos de Deus. tituem precisamente os estatutos da
Há uma palavra técnica, uma palavra da Ecclesia.
Igreja que define com precisão a nossa Temos o quadro, certamente idílico, da
reunião mensal – é uma palavra grega primeira assembleia cristã, da primeira
que conservarei sem traduzir: “Ecclesia”. Ecclesia. “Todos os crentes viviam uni-
A grande preocupação de Nosso Senhor dos e colocavam tudo em comum”.
Jesus Cristo, durante toda a sua vida Todos os dias, com um só coração, fre-
apostólica, foi agrupar, reunir. A vontade quentavam assiduamente o templo.
de Cristo foi reunir homens à sua volta. Rompiam o pão em suas casas. Toma-
Ora com eles, ensina-os a orar... vam seu alimento com alegria e simpli-
E talvez em nenhum lugar se descobre cidade de coração. Louvavam a Deus e
mais profundamente os sentimentos tinham a simpatia de todo o povo.
de Cristo em relação aos seus discí- Esta primeira assembleia chamava-se
pulos do que durante a sua grande e “Ecclesia”, o que quer dizer em grego,
impressionante oração depois da Ceia, assembleia, a assembleia do povo.

* Extratos adaptados de “A Ecclesia”, conferência realizada pelo Pe. Henri Caffarel em São Paulo (Brasil), em
julho de 1957, dirigida aos Casais Responsáveis das ENS.

34
© Fátima Frutuoso
Nesta palavra Ecclesia, há outra palavra mensal, para descobrir o mistério que
grega que é preciso notar: “clesis”, que ali se vive, quando estiverem reunidos
quer dizer “convocação”. em nome do Senhor.
A Ecclesia é a assembleia dos convocados. “O pequeno grupo cristão é verdadeira-
Para os apóstolos, os discípulos, Eccle- mente uma célula da Igreja. Ora, a célu-
sia tinha um sentido infinitamente rico, la vive da vida do corpo: em cada célula
uma repercussão extraordinária, pois do meu corpo, minha alma está toda
lembrava uma palavra chave, uma tra- ela presente e viva. Da mesma forma,
dição que era conservada viva, em Isra- em cada célula da Igreja, em cada Ec-
el, desde séculos. clesia, a alma da grande Igreja está pre-
A “Ecclesia do Deserto” é a imensa as- sente, viva, impaciente por dispensar e
sembleia de todos esses Hebreus, pri- desdobrar todas as suas virtualidades
sioneiros dos Egípcios, libertados por de santificação.”
Moisés, ou melhor, por Deus. Se esta reunião é uma Ecclesia, então o
Hoje em dia, a palavra Ecclesia evoca mistério da grande Igreja está presente
para nós apenas a grande Igreja. na pequena Igreja.

Quanto às reuniões de cristãos, ninguém A pequena Ecclesia tem um centro; o


teria a ideia de chamá-las de “Ecclesia”, seu centro é precisamente Jesus Cristo,
o que é realmente lamentável. É justa- invisível mas presente no meio dela.
mente por isso que, aos poucos, se per- É preciso que toda a Ecclesia, mesmo a
de o sentido desta realidade misteriosa menor, seja um diálogo entre a assem-
que é uma assembleia de cristãos. bleia e Cristo misteriosamente presente.
Vou abordar o mistério de uma peque- Um diálogo: não somente de vozes,
na Ecclesia. Convido-vos a avivar a vos- mas corações que respondem uns aos
sa fé e a olhar, à luz da fé, a reunião outros e vidas que se dão.

35
A METODOLOGIA DAS ENS

Maria Junília e António Manuel Oliveira


Equipa Póvoa 2, Setor Póvoa do Varzim, Região Norte

O lugar da oração
nas reuniões de equipa

Por ação do Espírito “que faz tudo em piloto, bem como o nosso CE iam-nos
todos”, no ano já distante de 1976, guiando com ternura e paciência. Difícil
fomos desafiados pelo Padre Joaquim mesmo era a meditação individual, es-
Gonçalves (mais tarde Bispo de Vila cutada por todos em profundo silêncio,
Real, responsável pela implantação logo seguida da oração pessoal.
da Pastoral Familiar na Arquidiocese Ano após ano, estes momentos fo-
de Braga) a aprofundar a nossa espi- ram ocupando o lugar privilegiado das
ritualidade conjugal através do Movi- nossas reuniões, como fator de alegria
mento das Equipas de Nossa Senho- e unidade. Começámos a perceber
ra. Por graça de Deus, em novembro como é bom falar com o Pai que nos
daquele ano, com um grupo de casais ama. Como diz o nosso fundador, Pe.
que conhecemos em trabalho pastoral Caffarel, logo na sua primeira carta:
de CPM, começámos a fazer parte da “a meditação, justamente, é o céu; é,
Equipa Póvoa 2, Região Norte, acom- pelo menos, a sua realidade essencial:
panhados pelo Padre Cândido Pedrosa. a presença de Deus, o amor de Deus,
Receosos de não termos capacidade o acolhimento de Deus ao seu Filho…
para levar a cabo este desafio ou de Portanto, Deus está em nós, no centro
não sermos dignos do convite, fomos do nosso ser. Presente, vivo, ativo”.
trilhando o novo caminho de comu- A oração propicia este encontro no
nhão e amor. amor e faz-nos entrar no coração de
Tudo era novo, mas maravilhoso. Deus, construindo comunhão.
A reunião de equipa, esperada com an- Foi difícil perder o nervosismo desta
siedade, causava alguma angústia por- exigência do Movimento, mas lenta-
que tinha que ser preparada com zelo. mente fomos percebendo o que o
A Fernanda e o Zé Eduardo Sá, casal profético Pe. Caffarel queria dizer:

36
A METODOLOGIA DAS ENS

“o objetivo essencial das Equipas é aju- de todos como ação de graças pelo
dar os casais a tender para a santidade: aprofundamento que, em conjunto, o
nem mais, nem menos”. A oração é o casal conseguiu desenvolver naquele
cimento agregador. Hoje podemos dizer mês. No Magnificat, com que termina-
que a nossa reunião mensal de equipa mos todas as nossas reuniões, sentimo-
é para nós, casais da Póvoa 2, segun- -nos unidos a Maria louvando e glori-
do os seus testemunhos, um oásis, um ficando o Senhor. Todos os caminhos
tempo de oração, de união ao Pai atra- de “espiritualidade” exigem conversão,
vés de Jesus que é caminho e de Ma- mas este, da espiritualidade conjugal,
ria, a Senhora do Acolhimento. É esta porque compromete no mesmo projeto
atitude de Maria que sentimos no casal dois seres tão diferentes, mulher e ho-
que nos recebe e que agradecemos an- mem, numa via de respeito pela liber-
tes da refeição. Segue-se o momento dade e identidade de cada um, exige
da Oração em que, unidos no mesmo uma grande disponibilidade para a con-
Espírito, escutamos a Palavra que Deus versão imediata. Só pela oração per-
nos dirige naquele dia, interiorizamo- sistente é possível fazer este caminho
la, meditando e rezando. As intenções e chegar “ao outono da vida” unidos
que cada casal e o CE colocam, para se- como na “primavera da nossa vida”!
rem rezadas durante o mês, consolidam Para além dos momentos intensos de
a nossa união e prolongam a oração oração em equipa, ao longo destes trin-
no nosso dia a dia. É neste ambiente ta e oito anos, temos encontrado ou-
que fazemos a nossa Partilha de Vida, tras oportunidades para rezar, louvan-
agradecendo os sucessos e pedindo do e bendizendo o Senhor por tantas
ajuda para vencer as nossas falhas. maravilhas que em nós vai operando:
É em atitude de oração que ouvimos os o dom dos filhos e netos, com que
nossos companheiros de jornada e com enriquece cada casal; as realizações e
eles agradecemos as maravilhas que o êxitos pastorais dos Sacerdotes que nos
Senhor vai operando em nossas vidas acompanham; ou mesmo para pedir a
sendo suporte e alento nos momentos intercessão em situações dolorosas de
menos bons que também aparecem. doença, desemprego, incompreensão
O Tema de estudo é colocado diante ou separação. A Póvoa 2 viveu um mo-
mento de grande sofrimento, há cinco
anos, quando Deus chamou para a sua
Deus está em nós, no centro do casa o nosso CE, Cónego Cândido Pe-
nosso ser. Presente, vivo, ativo. drosa, depois de ter caminhado con-
nosco durante trinta e três anos, com

37
A METODOLOGIA DAS ENS

uma presença constante e um exem- e dinâmica incita-nos a caminhar e a


plar testemunho de vida. Fizemos vio- manter uma grande união, levando-nos
lência ao céu a pedir que continuasse a discernir as provações e a vencer as
entre nós, mas aceitávamos a vontade dificuldades de cada dia, como etapas
de Deus como rezamos na oração que de crescimento espiritual.
Cristo nos ensinou: seja feita a vossa Pedimos ao Espírito Santo que nos
vontade. E a vontade era que partisse mantenha unidos e em comunhão,
para receber a recompensa do serviço para testemunhar e passar aos nossos
prestado à Igreja e para nos enviar um filhos e netos este sinal de unidade e
outro Sacerdote seu amigo, compa- espiritualidade, e nos conceda o dom
nheiro de casa e de espiritualidade, o de escutar sempre as palavras cheias
Sr. Padre Manuel Graça que continua a de ternura, da nossa Mãe, a Senhora do
ser, para nós, um dom inspirador. Com SIM: fazei tudo o que Ele vos disser.
a sua juventude, afabilidade, sabedoria

38
QUEM É O PADRE CAFFAREL?

Isabel e Augusto Veiga de Miranda


Casal responsável pela Equipa de Reflexão
e Aprofundamento do Pensamento do Padre Caffarel

Orar é ou não Vital?


De Henri Caffarel: Profeta do Sacramen- A questão é saber se comer é vital; a
to do Matrimónio, ENS, Supra Região questão é saber se rezar é vital.
Portugal, 2010, pp. 21-23: Afinal talvez seja culpa nossa, dos Pa-
“Os nossos amores humanos requerem dres, se os cristãos não acreditam no
encontros, diálogo, momentos de inti- valor da oração. Será que os alertamos o
midade. É vital. suficiente para a anemia espiritual que
O mesmo se passa com o amor de os espreita? Quando vêm confessar-se
Deus. Ele definha na alma do cristão de cobardia, de orgulho, de impureza,
que não se proporciona a si próprio, em em vez de os estimularmos para não
cada dia, momentos de encontro com o reincidirem, será que chamamos a sua
Senhor, momentos de diálogo, de inti- atenção para a sua verdadeira causa,
midade, isto é, de oração. E isso não é para o seu estado de menor resistência
menos vital! que os torna terrivelmente vulneráveis?
E quando me perguntam, “mas onde Recomendamos-lhes a única solução
quer que eu arranje tempo para re- que lhes permitirá adquirir vitalidade
zar?”, isso deixa-me pensativo... Ou não espiritual e, portanto, resistir às amea-
entendeu o caráter vital da oração para ças interiores e exteriores: a oração?
alimentar a vida espiritual e religiosa, Após 20 anos de ministério, creio po-
ou então é assunto para o psiquiatra, tal der afirmá-lo com segurança: o cristão
como a mãe de família numerosa que que não consagra cada dia dez minutos
sofria de forte anemia e que respondia – um quarto de hora – a esta forma de
ao médico “como é que quer que eu rezar que se chama Oração ou Medita-
tenha tempo para comer, com 8 filhos ção permanecerá sempre infantil, ou
e tudo o que isso implica, os biberões, melhor definhará. Viverá graves crises,
as fraldas para lavar, os banhos dos pe- das quais não sairá vitorioso, ou talvez
quenos, as traduções de línguas para os mesmo, nem consiga sair delas por
mais velhos...?” muito tempo.

39
QUEM É O PADRE CAFFAREL?

Após 36 anos de vida sacerdotal pare- nuncia uma Palavra, é o seu Verbo, e é
ce-me cada vez mais evidente que, se o seu Filho. Di-la num silêncio eterno,
tantos cristãos estão moral e psiquica- é em silêncio que a alma o ouve” (S.
mente doentes, vivem ansiosos, depri- João da Cruz).
midos ou sobre-excitados – se tantos O silêncio é difícil no nosso mundo in-
casais não chegam a acordo, à harmo- crivelmente barulhento. [...]
nia, à união, à alegria que haviam es-
No entanto, o silêncio interior é pos-
perado – se a cristandade se revela tão
sível. Para aí chegar é preciso treino
profundamente dividida, tanto no plano
com paciência e delicadeza. Os meios
do pensamento como no da ação, é
violentos nunca foram bons meios de
porque a importância da oração é des-
pacificação. E é mesmo de pacificação
conhecida. Quando os indivíduos e as
que se trata, pacificação de todas as fa-
sociedades não se ligam mais a Deus
culdades a fim de as tornar disponíveis
pela oração, ficam entregues às forças
a Deus, imóveis, à “escuta”. Este último
de desagregação, sem defesas...
termo evoca uma certa qualidade do si-
A minha experiência não me deixa dú- lêncio: o recolhimento. É uma atenção
vidas, a oração é vital para vós leigos, bem desperta, pronta a perceber a voz
como para nós sacerdotes. Entenda- interior. [...]
mo-nos bem, não falo de uma rápida
Tende confiança, perseverai na Oração
oração da manhã ou da noite, mas da
e Cristo apaziguará e conduzirá a Ele as
que se chama oração interior ou medi-
vossas faculdades errantes, como o pas-
tação... [...]
tor de que fala Santa Teresa de Ávila,
Este Deus que está dentro de vós não é que ao cair da noite toca a flauta para
um Deus silencioso, Ele fala; mas para juntar as ovelhas dispersas nos prados.”
o ouvir é preciso silêncio. “O Pai pro-
© PEDRO CABRAL

40
INTERCESSORES

Rita e Joaquim Carvalho


Casal Responsável pelos Intercessores

“O Senhor está perto


de quantos O invocam” *
Na carta aos intercessores o CR inter- É com este Amor de Deus com que
nacional (Gerard/Christine Roberty) somos abençoados que abraçamos os
exulta à prática da CARIDADE, virtude intercessores e o seu projecto de o dis-
teologal que leva a fazer o bem aos tribuir pelos que dele necessitam.
outros, inspirada no amor ao próximo. Como em todo o empreendimento
“Tudo é claro para nós cristãos e ainda que se quer ver crescer e no início de
mais para nós intercessores que toma- cada ciclo ou ano sempre se fazem
mos a nosso cuidado as intenções de projectos na esperança de que “este
oração pelos irmãos em sofrimento, ano é que vai ser…” não poderíamos
na procura de uma resposta para uma fugir à regra. Tendo Cristo como alia-
situação angustiante ou uma acção de do e o Espírito Santo como orientador,
graças pela resposta a um pedido feito estamos confiantes. O propósito é: au-
ao Senhor. Frequentemente, no curso mentar a família intercessora através
dos séculos, a palavra “caridade” to- de novas adesões e conseguir cada
mou conotação pejorativa ligada à ne- vez mais pedidos de intercessão “por-
cessidade de “fazer caridade” para se tugueses”. Todos temos problemas e
tributar sobre a sua boa posição social pedidos de ajuda mas, muitas vezes,
ou riqueza. Hoje, a nossa sociedade, porque os achamos só nossos e temos
atingida pela miséria, solidão, isola- alguma relutância em os expor, não
mento, redescobriu o verdadeiro sen- os partilhamos. Está na hora de nos
tido desta palavra que significa amor aproveitarmos desta inspiração do P.
ao próximo, e muito mais ainda, que Caffarel – intercedemos pelos outros e
se inscreve num amor ainda maior: o beneficiemos da oração dos que nos
Amor de Deus.” querem ajudar a ser atendidos pelo Pai.

* Este texto não segue as normas do último Acordo Ortográfico.

41
© MANUEL MORAIS

Para alcançarmos o primeiro propósito Deus!”. Sim, mas todos os nossos pedi-
tentamos chegar mais junto dos casais dos têm como apoio essa espera lon-
das ENS através do apoio de casais res- ga e profunda da beatitude que Deus
ponsáveis regionais que tentarão sen- promete para nós e para todos. O silên-
sibilizar os equipistas para se juntarem cio da oração impõe-nos esta compro-
à cadeia de oração que gostaríamos vação: ao rezar por alguém, o Senhor
de completar. Temos muita esperança manda-nos levantar os olhos para a Sua
neste próximo ano e naquilo que Jesus presença e o Seu mistério, para a Sua
nos irá trazer. Essa mesma Esperança misericórdia e para a Sua paz.
de que nos falava o P. Marcovitz quando O P. Radclif (Brasília 2012) dizia ”Como
dizia na última carta aos intercessores: disse o Cardeal Martini – embora as ENS
”… a esperança não é só a confiança não sejam um movimento de acção,
em Deus para o nosso porvir, mas tam- querem ser um movimento de gente
bém a perspectiva de salvação (nossa e activa; que nos impede de agir? Talvez,
da humanidade). A esperança leva-nos diante do sofrimento do mundo, nos
a antever (de maneira segura) a felici- sintamos incompetentes. Que diferen-
dade da vida na eternidade, pois Deus ça pode fazer a minha insignificante
não nos pode enganar”. pessoa? Mahatma Gandhi disse: o que
É precisamente a promessa da Sua vin- quer que façam será insignificante, mas
da que confere todo o entusiasmo à é importante que o façam – cada um
esperança. Aqui está todo o apoio para de nós deverá ter a sua pequena acção.
a nossa oração. Como não ficar interpe- Com a graça de Deus, ela pode mudar
lado por pedidos tão importantes pelos o mundo.”
quais rezamos? Muito frequentemente Pedimos ao Senhor que nos ajude a ser
há urgência em pedir, suplicar, forçar generosos na nossa contribuição!
as portas do Céu. “É preciso importunar

42
PARTIRAM PARA O PAI

“Eu sou a Ressureição e a Vida; aquele


que crê em Mim, ainda que esteja morto,
viverá; e todo aquele que vive e crê em
Mim, não morrerá eternamente” Jo II,25-26
✝ João Lopes Porto
2014-04-23, Equipa Porto 6, Setor I, Região Porto
 lívia Lourdes Cardoso Costa Malheiro Sarmento
✝O
2014-05-16, Equipa Porto 47, Setor C, Região Porto
 aria Arminda Soares Barbosa
✝M
2014-06-01, Equipa Guimarães 5, Setor Guimarães, Região Norte
 ntónio Neves da Gama
✝A
2014-06-03, Equipa Covilhã 3, Setor Covilhã, Região Centro Interior
 aria Alda Brandão
✝M
2014-06-05, Equipa Arouca 1, Setor Vouga, Região Douro Sul
 aria Ribeiro Silva
✝M
2014-06-06, Equipa Leiria 16, Setor Leiria B, Região Centro Sul
✝ C arlos Santos Henriques
2014-06-18, Equipa Porto 70, Setor I, Região Porto
✝ José Ribeiro Abreu
2014-06-22, Equipa Feira 5, Setor Feira, Região Douro Sul
 ntónio Alfredo Monteiro
✝A
2014-06-29, Equipa Vila Real 4, Pré-Setor Vila Real/Alijó, Região Norte
✝ S ofia Pires Ramos
2014-09-14, Equipa Figueira 8, Setor Coimbra Beira Mar, Região Centro Litoral
✝ F ernando Cascão
2014-09-27, Equipa Cantanhede 2, Setor Coimbra Beira Mar, Região Centro Litoral

43
LIVROS RECOMENDADOS

Jesus está contigo todos os dias do ano


Sarah Young, Lua de Papel, 2012.
Este livro de Sarah Young parte da consciência
da presença incondicional e permanente de Jesus
na vida de cada homem e de cada mulher.
Jesus nunca nos abandona, não obstante haver
momentos em que os nossos sentidos não
conseguem captar a Sua presença.
Em jovem, numa aldeia dos Alpes franceses, Sarah Young
viveu uma experiência muito forte de encontro com Jesus, que ela percebeu
presente na beleza estonteante da paisagem alpina. Essa experiência marcou
indelevelmente a sua vida. Desde então, tem procurado Jesus na oração e na
escrita, desenvolvendo a capacidade de escuta e transpondo para o papel
o resultado desse diálogo íntimo com Deus.
O livro que aqui se apresenta é a consequência dessa procura e desse encontro,
expressa em 366 mensagens “de coragem, conforto e esperança”, uma para cada
dia do ano. Trata-se de um contributo valioso para quem se esforça por viver o
desafio da intimidade com Deus e a procura da plenitude.

A Família que reza no dia a dia


Pietro Fiordelli, Paulus, 2011.
A Família que reza no dia a dia é uma obra de Dom
Pietro Fiordelli, ex-bispo de Prato, em Itália, entretanto
já falecido. No decurso do seu ministério episcopal,
sempre dedicou uma atenção especial à temática da
família. Partindo do princípio de que as famílias que
rezam em conjunto são mais fortes e mais unidas,
o autor quis, com esta obra, fornecer às famílias um
meio para fortalecer a sua relação pela oração.
Cada página é dedicada a um dia diferente, de acor-
do com o calendário anual. As famílias são convidadas
a rezar quando estão sentadas à mesa, através de um esquema pré-definido que
contém um excerto do Evangelho, um pequeno comentário, uma invocação, uma
prece e ainda uma oração de benção da mesa.

44
Ficha Técnica
Carta das Equipas de Nossa Senhora

Ano 51
Nº55, Nov, Dez 2014 e Jan 2015
Diretor
João Paulo Mendes
Equipa Redatorial
Fátima e Eduardo Frutuoso
Equipa da Supra Região
Traduções
Fátima e António Moitinho de Almeida
Design
Arco da Velha
E-mail
carta@ens.pt
Capa
Arco da Velha
Impressão e acabamento
Clio by RiP-Artes Gráficas, Lda
Propriedade, Administração e Editor
EQUIPAS DE NOSSA SENHORA
Movimento de Espiritualidade Conjugal
(Instituição Particular de Solidariedade Social)
NIF: 501 753 265
Av de Roma, nº 96, 4º E | 1700-352 LISBOA
T: 216 097 677 | TM: 925 826 364
E-mail: ens@ens.pt | Web: www.ens.pt
Tiragem deste número: 5.600 exemplares
Publicação trimestral fornecida gratuitamente a todos os membros das ENS

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