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º 55/2014/2015
Na
Intimidade
com Deus:
a Oração
© MANUEL MORAIS
Índice
EDITORIAL VIDA DA IGREJA
A intimidade com Deus A Igreja em Notícia 32
e a resposta aos desafios 01
A METODOLOGIA DAS ENS
CONSELHEIRO ESPIRITUAL A reunião de equipa 34
Na Intimidade com Deus - a Oração 02 O lugar da oração
nas reuniões de equipa 36
VIDA DO MOVIMENTO
Ecos da Supra Região 05 “QUEM É O PADRE CAFFAREL?”
Províncias 09 Orar é ou não Vital? 39
Próximas atividades 26
INTERCESSORES
Correio da ERI O Senhor está perto
Mensagem do Casal da ERI de quantos O invocam 41
Responsável pela Comunicação
PARTIRAM PARA O PAI 43
e Relacionamento com os Casais Jovens 27
LIVROS RECOMENDADOS 44
VIDA DE CASAL
Oração em família 29
EDITORIAL
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CONSELHEIRO ESPIRITUAL
Na Intimidade
com Deus - a Oração
Ao começar a escrever sobre este ou resultado, pois ninguém alcança o
tema como que me tremem as mãos, Senhor Deus se Ele o não atrair. Vale-
pois estou a escrever para pessoas de ria a pena aprofundar não apenas o
um movimento eclesial que tem como que é típico do P. Caffarel mas a sua
fundador um dos homens que, no sé- proposta, uma vez que ele é de ver-
culo vinte, mais e melhor escreveu, dade um pedagogo da oração.
ensinou, fundou escola, testemunhou A intimidade com Deus foi, desde
e viveu dedicando-se exclusivamente sempre, uma busca de todo o ser hu-
à oração na última parte de sua vida. mano, que está atento ao que vive
Basta pegar nos livros (para referir dentro de si, no seu interior mais pro-
apenas os que estão traduzidos em fundo e onde sempre surge a atração
português) como Oração Interior1, por uma maior e melhor relação com
Na Presença de Deus. Cem cartas o ser divino que o transcende. Mas
sobre a oração2 e Novas Cartas o relacionamento com Deus não é
sobre a Oração3, para nos darmos uma realidade espontânea, supõe
conta do nível que ele alcançou e a um certo esforço, caminho a percorrer
riqueza das propostas que nos dá. e algo a aprender. O P. Caffarel come-
Mas Henri Caffarel não foi um teórico, çou pela busca de Cristo na Sagrada
foi sobretudo um homem que viveu Escritura, aí onde se expressa a reve-
e não guardou para si a riqueza que lação de Deus ao ser humano e que
o Senhor lhe ia manifestando. É que se centraliza na pessoa de Jesus vivo
toda esta problemática da intimidade no meio de nós. Escutando a Palavra,
com Deus não é tanto uma conquista, ela acaba com os barulhos nefastos e
mas é sobretudo um dom, um fruto vai descobrindo, com a sua luz, o ros-
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CONSELHEIRO ESPIRITUAL
to de Jesus, pois é n’Ele que se revela expressão então muito em voga. Por
toda a plenitude da divindade. Assim, a isso pedia que se começasse sempre
escuta da Palavra de Deus é escuta de a oração unindo-se a Cristo Total, ou
Jesus Cristo, que habita em nós e supõe seja, ao Corpo Místico de Cristo, uno em
também a escuta da humanidade, a Ele todos os seus membros e até unido a
unida, suplicando-lhe a salvação deste toda a criação (a Igreja viva e atuan-
mundo, que também deve ser servido te no mundo de hoje!). Esta visão de
pela Igreja orante. Daí o valor da ora- Igreja é assim como que natural, lógi-
ção comunitária e em união com todo o ca em sua santidade. É o Espírito Santo
Povo de Deus. que a conduz e ilumina. E o mesmo se
Há uma passagem do Evangelho de S. pode dizer acerca da oração, pois ela é
João que é basilar para se entender um sobretudo dom de Deus, mais do que
pouco da mensagem sobre a oração atividade humana. O fundamental está
que o P. Caffarel nos deixou. Ela é como em querer abrir-se à voz de Deus, que
que o ponto de partida: “Se alguém em nós fala, ou clama: “Abba, ó Pai!”.
me tem amor, há de guardar a mi- Parece-me que tudo isto está por detrás
nha palavra; e o meu Pai o amará, daquele belo poema:
e Nós viremos a ele e nele faremos
morada” (Jo 14, 23). “Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
Primeiro dois dados, que são como Deixa-me ir ter contigo no fundo do meu ser.
que pressupostos: “se alguém me tem
amor” e “há de guardar a minha pala- Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
vra”. Este amor a Jesus supõe e resulta Adoro-Te, meu Deus, no fundo meu ser.
de uma fé, já consciente e assumida
responsavelmente, de alguém que se Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
encontrou com a pessoa de Jesus e Louvado sejas Tu no fundo meu ser.
se sentiu reconhecido no seu ser mais
profundo. E o “há de guardar a minha Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
palavra” é lógico, pois é fruto ou conse- Entrego-me ao teu amor no fundo do meu ser.
quência desse amor.
Para o P. Caffarel este encontro com Je-
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
sus leva a um dar-lhe espaço para viver Que surja a tua alegria no fundo do meu ser.
e atuar em nós: “Sua morada”! E então
vem a entrega ou oferta de si mesmo
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
a Ele que nos faz viver para o serviço Guarda-me de todo o mal no fundo do meu ser.
de Deus em Cristo Total, para usar uma
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CONSELHEIRO ESPIRITUAL
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
Faz-me viver de Ti no fundo do meu ser. Glória ao teu santo Nome no fundo do meu ser.
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser
Eu quero o que Tu queres no fundo do meu ser. Deslumbra-me de luz no fundo do meu ser.”
Ó Tu que estás em mim no fundo do meu ser (P. Henri Caffarel)
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
Colégio Internacional
de Medway (Boston)
Foi com muita alegria que partici- Para todos os equipistas, marquem
pámos neste Colégio, de 20 a 26 de nas vossas agendas, ENCONTRO NA-
julho, que reúne os responsáveis de CIONAL das ENS em 22 e 23 de
todas as SR e R. isoladas do nosso novembro, em Fátima.
Movimento. Estiveram presentes 30 Sob o olhar carinhoso de Maria, este-
casais e 7 CE de todo o mundo. Foram jamos atentos à vontade do Pai.
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VIDA DO MOVIMENTO
Província Norte
Caros equipistas, a preocupação de “pensarmos” tudo
Esta mensagem será a última que es- com o Senhor para, juntos, podermos
crevemos neste espaço pois, como dis- discernir a Sua vontade!
semos na última Carta, cessamos agora Entendemos o nosso papel de Casal
a nossa missão como Casal Provincial Responsável Provincial nas suas duas
Norte (a passagem de testemunho será vertentes: como membro da Equipa da
feita no Encontro Nacional de Novem- Supra Região e como elemento de li-
bro próximo). gação e coordenação das 4 Regiões da
O Senhor fez maravilhas connosco e Província.
continuará a fazê-las com o casal que, Na medida das nossas capacidades e
com a sua generosidade e saber, nos disponibilidades, esforçámo-nos por fa-
sucederá: a Sílvia e o Pedro Soares, da zer o que era ou nos parecia necessário,
Região Douro Sul. em tempo oportuno.
De novo, a todos os que nos acom-
panharam nesta linda caminhada, os
nossos agradecimentos e a certeza da
nossa oração.
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
Província Centro
Queridos amigos,
Nesta Carta partilhamos um pouco mais
da nossa diversidade: 3 Regiões, 17 Isabel e Tozé Marques
Casal Responsável
Setores…, grande diversidade de “lín- da Região Centro Interior
guas”, mas o mesmo espírito: servir.
Queridos amigos equipistas:
A Região Centro Interior partilha a ale-
gria da renovação no serviço: muito Já passaram 4 anos desde que a Mª José
obrigado ao casal Isabel e Tózé Mar- e o Rocha vieram a nossa casa desafiar-
ques e as boas vindas ao novo casal nos, acordar-nos da letargia em que já
regional: Amélia e João Nunes. Estamos nos íamos acomodando!...
muito gratos pela vossa generosidade. Pensámos imediatamente que só uma
Da Centro Litoral fica-nos o desafio para resposta era possível: sim! Se Deus nos
aproveitarmos os momentos de encon- chamava para a messe, nós só tínhamos
tro para refletir sobre a razão de ser das que largar tudo e pôr-nos a caminho.
ENS. Juntos somos luz uns para os outros! Pedimos ao Espírito Santo que estivesse
connosco e que a Sua Luz iluminasse o
A Região Centro Sul diz-nos que a ex-
caminho. E assim partimos para a mis-
pansão acontece, mesmo quando pare-
são, com muitas dúvidas e incertezas,
ce difícil, se os Setores caminharem em
conscientes das nossas limitações e dos
conjunto e em sintonia com os desafios
nossos parcos talentos, mas com uma
do Movimento.
vontade enorme de servir. Contámos
Louvamos a Deus por estes dons. Bem sempre com a ajuda dos amigos equi-
hajam. pistas da Região, da Província e da Su-
pra Região, que se foram cruzando con-
nosco. Que saudades já sentimos deles!
Fomos caminhando, até que chegámos
ao Encontro Internacional de Brasília.
Este Encontro foi para nós inesquecível
e constituiu um novo fôlego – “Ousar
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
Província Sul
Neste número da Carta, para além de aqui os frutos dos contínuos ataques à
um texto nosso e de um outro do casal familia, que tanto têm contribuído para
responsável pela nova/renovada Região a sua desagregação, deformação e des-
Sintra/Oeste, quisemos dar voz ao Bis- truição? A família opõe-se ao individu-
po Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, que alismo, pois tem início na comunhão
vem convidar todos os equipistas da área conjugal (“aliança”, na qual o homem e
do Patriarcado a empenhar-se na prepa- a mulher “mutuamente se dão e rece-
ração do Sínodo diocesano de 2016. bem um ao outro”), vivendo a sua re-
alidade numa comunidade de pessoas,
O filósofo francês Gilles Lipovetsky, para quem o modo próprio de existir e
que veio a Lisboa para participar no viver juntas é precisamente a comu-
3º Encontro Presente no Futuro (3-4 nhão. Se é na familia que, enquanto
escola de amor, aprendemos a viver e
de outubro de 2014), organizado pela
a crescer numa autêntica comunidade
Fundação Francisco Manuel dos Santos,
de pessoas, se esta se torna ausente, o
afirmou, em entrevista à Renascença,
que nos restará?
que a causa jihadista “é um movimen-
to que, paradoxalmente, se aproveita
da destruição social e cultural, da in-
dividualização da nossa sociedade, de
uma sociedade que não tem um en-
quadramento comunitário, que deixou
D. Nuno Brás
de propor “objetivos fortes”, e que por Bispo Auxiliar de Lisboa
isso é capaz de atrair um determinado
número de jovens, já que é capaz de Diocese de Lisboa em Sínodo:
propor “objetivos fortes”, mas que é “O sonho missionário
expressão do aspeto desestruturante da de chegar a todos”
individualização que grassa atualmente Na sua Exortação Apostólica “A alegria
nas nossas sociedades. Como não ver do Evangelho”, o Papa Francisco pedia
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VIDA DO MOVIMENTO
aos Bispos que, com o objetivo de fa- de tomar a sério “o sonho missionário
vorecer a comunhão missionária das de chegar a todos” (n. 31).
respetivas dioceses, estimulassem e Os trabalhos de preparação do Síno-
procurassem “o amadurecimento dos do já foram lançados: cada grupo de
organismos de participação propos- cristãos já existente (e, portanto, cada
tos pelo Código de Direito Canónico e Equipa de Nossa Senhora existente na
de outras formas de diálogo pastoral, diocese) ou aqueles que se venham
com o desejo de ouvir a todos” (n. 31). a criar com este objetivo, são convi-
E, em nota, indicava precisamente o dados, por um lado, a ler a Exortação
Sínodo diocesano como a primeira Apostólica do Santo Padre (um capítu-
dessas formas. lo em cada trimestre) e, à sua luz, a
Ora o Código de Direito Canónico de- rever a vida da respetiva comunidade
fine um Sínodo diocesano como uma paroquial, movimento, congregação
“assembleia de sacerdotes e de outros ou instituto religioso; e, por outro
fiéis da Igreja particular, escolhidos lado, a procurar iniciativas concretas
para auxiliar o Bispo diocesano para o de evangelização e a partilhá-las com
bem de toda a comunidade diocesa- todos (os materiais de trabalho são
na” (can. 460). Desde 1640 que ne- acessíveis a todos por meio da inter-
nhum Sínodo diocesano era convoca- net: www.patriarcado-lisboa.pt).
do na diocese de Lisboa. No final de cada trimestre, os resul-
Àquela vontade do Santo Padre veio tados de cada grupo serão recolhidos
juntar-se, no caso concreto da diocese pela Comissão Preparatória. Deste es-
de Lisboa, a comemoração, em novem- forço de síntese surgirá, por volta de
bro de 2016, dos 300 anos da sua qua- julho de 2016, o documento de tra-
lificação como “Patriarcado”, dada pelo balho do Sínodo, que será objeto da
Papa Clemente XI, que a justificou com reflexão dos sacerdotes, religiosos e
a atividade missionária então desen- leigos chamados pelo nosso Bispo a
volvida pelos cristãos da nossa diocese. participar nas sessões sinodais.
Foi assim que o Patriarca de Lisboa, D. Para além disso, todos somos, desde
Manuel Clemente, anunciou no passa- já, convidados a rezar pelo bom êxito
do dia 22 de janeiro de 2014 a convo- do Sínodo diocesano, em comunidade
cação de um Sínodo Diocesano com o e individualmente.
objetivo de colocar toda a diocese em No fundo, trata-se não apenas de
dinamismo missionário. Usando pala- pensar mas, sobretudo, de fazer com
vras do Papa Francisco no documento que no coração de todos os cristãos da
a que já fizemos referência, trata-se nossa diocese se reacenda a alegria de
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VIDA DO MOVIMENTO
Óbidos
Peniche
Bombarral
Lourinhã
Cadaval
Lena e Armando Silva
Casal Responsável pela Região Sintra/Oeste
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
Província
África
Caros amigos, reçarmos, como não podia deixar de ser,
Nesta carta vamos dar voz à Região de algumas palavras de agradecimento.
Moçambique porque está a viver dois Agradecermos, em primeiro lugar, a
momentos de grande intensidade. Um Deus que, ao longo destes 4 anos ao
com a realização do 1.º Encontro Nacio- serviço desta grande Região, foi-nos
nal das ENS de Moçambique, que se rea- mostrando o que fazer, como fazer e
lizou na Guiúa, Província de Inhambane, quando fazer. Queremos, muito since-
e outro pela passagem de testemunho ramente, confessar que, quando fomos
do casal Ester e Isaías Nhabomba para chamados para esta tão grande missão,
o casal Rosalina e António Gabriel. Que pensámos que se tratava de algum
o Senhor os abençoe e proteja na mis- equívoco. Não éramos nós, certamente,
são que lhes confiou de responsáveis tão pequenos que somos! Mas era pura
pela Região de Moçambique. verdade! Daí em diante, devíamos co-
meçar a cair na real, passe a expressão.
Mas, paulatinamente, fomo-nos aper-
cebendo que se tratava, afinal, de um
trabalho de equipa, bastando, para tal,
solicitar apoio. Foi assim que fomos re-
cebendo de todos vós tanto apoio que,
Ester e Isaías Nhabomba
Casal Responsável cessante da Região Moçambique em muitos casos, foi mais ensinamen-
to do que apoio. Aprendemos muito,
Caríssimos Irmãos Equipistas, mas muito mesmo! Por isso, é mister
Foi este momento de fecho que nós, que depois de Deus, o nosso humilde
Casal Nhabomba, há bem pouco tempo agradecimento vá para todos vós, carís-
Casal Regional, escolhemos para, antes simos irmãos em Cristo, e em particular
do nosso ADEUS como Regionais, ende- a toda a equipa regional.
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VIDA DO MOVIMENTO
Nesta nossa caminhada não podemos Aos nossos inesquecíveis amigos, os res-
deixar de evocar e agradecer aos nos- ponsáveis pela Província África, nossos
sos sempre presentes Conselheiros Espi- hierarquicamente chefes diretos, Guida
rituais, Padres e Irmãs religiosas, sem os e Luís Costa, por quem nutrimos grande
quais a nossa missão teria sido pratica- amizade, muita confiança e que, apesar
mente impossível, com particular ênfa- de longe de nós, sempre procuraram sa-
se para o nosso Conselheiro da Região, ber das nossas dificuldades, das nossas
o Reverendo Padre Eduardo, a quem vitórias e sempre prontos a nos dar uma
tivemos que recorrer vezes sem conta mão de encorajamento, dizemos-lhes
em muitas situações melindrosas e aci- de viva voz que os seus nomes estarão
dentes de percurso. O Padre Eduardo foi sempre ligados pela positiva à história
para nós um verdadeiro Pai, um indis- da Região de Moçambique.
pensável companheiro de viagem e, so-
bretudo, um grande precetor. Por isso a
nossa profunda vénia ao Padre Eduardo.
Os nossos agradecimentos estendem-
-se também ao Senhor Bispo de Lichin-
ga, D. Élio Greselin, e ao Senhor Bispo
Rosalina e António Gabriel
de Quelimane, D. Hilário Massinga, pelo Casal Responsável da Região Moçambique
encorajamento que nos deram aquando
da visita de cortesia que lhes fizemos Momentos vividos aquando
em novembro de 2011, nas suas Dio- do 1º Congresso das ENS
ceses, em missão das ENS. As ENS po- em Moçambique
dem e devem dar um grande apoio O Congresso de Guiúa, o primeiro na
à Igreja, sobretudo no Ministério da história do Movimento das ENS na Re-
Família – disseram-nos eles. gião de Moçambique, o mesmo é dizer,
Agradecemos igualmente aos senhores na nossa história como equipistas, foi
Bispos de Gurúè, de Pemba, de Nacala um momento de encontro festivo en-
e de Chimoio, que nos receberam em tre as diferentes equipas de todo o país
audiência, a nós e ao nosso Conselhei- (Região), à exceção dos equipistas de
ro Espiritual regional, em novembro de Lichinga e Chimoio, os únicos ausentes,
2011, aquando da Conferência Episco- infelizmente, por motivos de segurança,
pal no Seminário Santo Agostinho, na devido à instabilidade política que se
Matola. O assunto era o mesmo – im- vive no país. No total participaram 210
plantar o Movimento nas Dioceses. Pela pessoas, das quais 2 bispos, 6 sacerdo-
sua anuência e encorajamento, esta- tes conselheiros espirituais e 2 religiosas
mos profundamente agradecidos. também conselheiras espirituais.
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VIDA DO MOVIMENTO
© MANUEL MORAIS
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VIDA DO MOVIMENTO
Província Angola
Que melhor mês haveria* para con- e marcado pela fraqueza como todos.
versarmos um pouco sobre a oração Estamos nas vésperas da passagem de
que é tão cara ao Movimento e aos testemunho para o novo casal Provin-
seus membros – o MAGNIFICAT? Que cial de Angola. De facto, já escolhemos
abençoadas são as ENS por se colo- o casal que assumirá a responsabilida-
carem sob proteção de Maria, a Mãe de pela vida da Província. Preparemo-
d’Aquele que é o centro da vida espi- -nos para esse momento. Em primeiro
ritual dos equipistas! lugar, reavivando a fé e a convicção de
Inspirado por Deus foi o Pe. Henri que a escolha vem do Alto. Por isso
Caffarel quando entendeu que, para acolhemos com fé e alegria o casal
chegar a Cristo, não havia melhor indicado ou eleito. Em segundo lugar,
guia que a própria Mãe do Salvador. ajudando-o a desempenhar a missão
E aqui estamos nós, em grande nú- com generosidade.
mero de pessoas de Portugal e de Responsabilidade na eleição e corres-
África Lusófona, que numa “submis- ponsabilidade no exercício da missão.
são de homem livre” deseja compro- Maria, quando chamada à missão e
meter-se a seguir este caminho de dignidade de mãe, sentiu sua peque-
esperança, cantando e louvando com nez, após aceitar o chamado mostrou-
Maria as maravilhas que o Senhor faz se generosa e corajosa. Deus serve-se
e fez em nós. de instrumentos pequenos e simples
Deus fala e se revela através de pes- para fazer-se presente; usa o que é
soas escolhidas e tiradas do meio do frágil para as grandes obras. “Sabe tra-
próprio povo (cf Ez 2, 2-5). A missão balhar com instrumentos insuficientes”
de falar em nome de alguém exige (Papa Francisco). A palavra “respon-
absoluta fidelidade àquele que se sável” amedronta. O temor assalta os
representa. O escolhido é humano chamados à responsabilidade; é bom
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VIDA DO MOVIMENTO
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VIDA DO MOVIMENTO
Região Açores
Caros amigos equipistas! Por último, uma palavra para a nossa
Chegámos ao Colégio há quatro anos Região Açores, que nestes quatro anos,
atrás, quando o lema da equipa da Su- através dos setores, deu ao movimento
pra Região era “ Eu sou o caminho a mais equipas, com casais novos cheios
verdade e a vida, ninguém vai ao Pai de energia e vontade de levar a outros
senão por Mim”. Ao longo desses qua- casais a vivência da espiritualidade
tro anos fomos fazendo caminho com conjugal, praticando os pontos concre-
o nosso casal provincial do sul e ilhas tos de esforço, que tanto nos ajudam a
e com todas as regiões de norte a sul crescer como casal cristão, para solicitar
e seus provinciais, vivemos momen- a todos eles, sem exceção, que sejam
tos de muita alegria fraterna, oração e generosos quando convocados para
reflexões profundas partilhadas pelos integrarem alguma equipa de serviço
conselheiros espirituais, que muito nos (setor, formação, pilotagem, região) e
enriqueceram e nos ajudaram a ca- que participem ativamente nas ativida-
minhar em casal e em equipa. Enfim, des propostas pelo movimento.
recebemos mais do que aquilo que fo- Para todos um abraço fraterno.
mos capazes de dar, por isso dizemos:
“Somos servos inúteis; fizemos o que
devíamos fazer” (Lc 17,10).
Agora, na hora da partida, com a nova
equipa da Supra Região, cujo lema é
“Eu venho, Senhor, para fazer a Vossa
vontade”, queremos desejar à Ana e
© Fátima Frutuoso
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VIDA DO MOVIMENTO
Região Madeira
Discernir os sinais indicarão portas abertas, para anunciar
da Memória e da Missão* ao mundo os valores da família e do ma-
O começo de um novo ano é sempre trimónio cristão sob o olhar de Deus que
uma porta que se abre para novos desa- é Pai e caminha connosco lado a lado.
fios no ser peregrino da família dos filhos A atual geração está a tornar-se incrédu-
de Deus. la. É uma geração que não se coloca con-
Na comunhão com a Igreja, o novo ano tra Deus ou contra a Igreja, mas é uma
é marcado pela realização da III Assem- geração que está a aprender a viver sem
bleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Deus e sem a Igreja. Há transformações
Bispos sob o tema “Os desafios pastorais na família, na escola, na cultura ociden-
da Família no contexto da Evangelização” tal. Exigindo também da Igreja mudanças
e por ser o ano dedicado à Vida Consa- profundas, em atitude profética, no olhar
grada. Estes acontecimentos deverão e viver o nosso tempo.
despertar em nós muita oração e aten- Perante estes cenários, os casais cristãos
ção às propostas concretas que nascerão são desafiados a abrir portas para ence-
para a Igreja. tar caminhos de conversão, para serem
A nossa caminhada em Movimento e em fermento na massa, faróis do amor du-
Equipa será sob o farol “Discernir os sinais radouro do matrimónio cristão e da famí-
dos tempos”. Esta é uma atitude proféti- lia “igreja doméstica”. Seguindo o pen-
ca que todos temos a obrigação de as- samento do Pe. Caffarel “se as ENS não
sumir para intuir os caminhos da missão forem um viveiro de homens e mulheres
em cada tempo e circunstâncias concre- prontos para assumir, corajosamente, to-
tas. Só da fé, do amor salvífico de Deus, das as suas responsabilidades na Igreja e
da comunhão, é que pode brotar esta na cidade, perdem a sua razão de ser”.
“intuição”, o “perscrutar” os sinais, que
* O artigo completo pode ser consultado no site das ENS, no espaço de notícias destinado à Região Madeira.
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VIDA DO MOVIMENTO
Próximas atividades
Supra Região Portugal 2015
Reunião da Supra Região
Janeiro de 2015, dias 10 e 11
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Correio da ERI
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Correio da ERI
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VIDA DE CASAL
Oração em família
Somos a Regiani e o Tiago Líbano Mon- lançam-nos para uma oração mais de-
teiro, casados há 22 anos e pais de 7 morada, domingo a domingo, ao acen-
filhos com idades dos 20 aos 9 anos e der as velas da coroa. Já na Quaresma
pertencemos à Equipa L151 de Lisboa. é o respeito pelo jejum e abstinência e
Na nossa juventude – a Regiani no Bra- uma via-sacra, dentro de casa ou em
sil e o Tiago em Portugal – tanto nas Equipa, que nos lançam para momen-
nossas famílias de base como nas Equi- tos mais profundos de oração. Em maio
pas de Jovens de Nossa Senhora a que damos mais atenção a Nossa Senhora,
pertencemos, habituámo-nos a rezar rezando de vez em quando o terço en-
em grupo: desde a oração antes das quanto arrumamos a cozinha ou numa
refeições até à adoração do Santíssi- viagem mais comprida.
mo, passando por momentos de oração Deus não se torna mais ou menos pre-
com meditação e partilha. Pensamos sente consoante a maior ou menor
que isso contribuiu muito para a natura- qualidade da nossa oração. Deus está
lidade com que foi surgindo e crescen- sempre connosco a 100%! Mas nós te-
do a nossa oração em família. mos que fazer a nossa parte: abrir-Lhe
Desde recém-nascidos levámos sempre a porta e deixá-Lo entrar, porque Ele
os nossos filhos à missa. Pensamos que nunca força a entrada! E este é, para
isto os foi habituando aos momentos nós, o grande desafio: como passar aos
de oração e de silêncio que exigem, nossos filhos esta vontade de eles abri-
da parte deles, uma postura adequa- rem o seu coração a Deus, num total
da. Em casa rezamos sempre antes respeito pela liberdade deles e neste
das refeições (com ou sem convidados, contexto atual de uma sociedade pro-
quaisquer que sejam) e ao deitar, bem fundamente egoísta que lhes entra
como no início das viagens maiores. pela porta dentro sem pedir licença?
No Advento a montagem em conjunto Como diz o Papa Francisco, no início da
do presépio, da árvore de Natal, da co- Exortação Apostólica Evangelii Gaudium
roa do Advento e dos enfeites da casa (nº 2), “Quando a vida interior se fecha
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© JOÃO PAULO MENDES
VIDA DE CASAL
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VIDA DE CASAL
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VIDA DA IGREJA
A Igreja em Notícia
A Família no centro das atenções – Os holofotes têm-se virado apenas para
Durante o passado mês de outubro (de os temas mais polémicos, como o dos
5 a 19) decorreu em Roma uma Assem- divorciados, recasados e homossexuais.
bleia Extraordinária e preparatória do Mas há temas muito mais decisivos e
Sínodo dos Bispos, que culminará em mesmo, quando se fala dos sofrimen-
outubro de 2015, sob o tema “Os desa- tos relativos à família, que provocam
fios pastorais da família no contexto da o atual agir da pastoral eclesial, temos
evangelização”. Trata-se, sem dúvida, muitos mais: solidão da viuvez, o ce-
de um acontecimento da maior impor- libato não consentido, a esterilidade, a
tância para a vida da Igreja, das comuni- violência, sofrimento dos pais e avós na
dades cristãs, das ENS e dos cristãos em educação, etc… Mas estes temas não
geral. O acompanhamento feito pelos constituem chamariz! Peçamos a força
media tem sido intenso e, como sem- e a luz do Espírito de Deus para nos
pre, tendendo a distorcer os conteúdos abrir o caminho do verdadeiro e santo
que vão transparecendo, já nesta fase amor familiar, segundo a Sua vontade
das primeiras discussões, e portanto de nos dias de hoje, como tanto o deseja-
apresentação de conteúdos o mais di- va e propunha o Pe. Caffarel.
versificados possível. Daí ser importante Viagens do Papa Francisco – É curioso
seguir o Sínodo com atenção através de estar atento à lógica e prioridade que
sites seguros (como por exemplo: “Síno- manifesta o Papa Francisco nas suas
do – a pensar a Família hoje”, Agência viagens fora do Vaticano. Desde Lampe-
Ecclesia, Santa Sé, etc.) e não apenas dusa até à projetada ao Sri Lanka: que
pela imprensa generalista. move o Papa Francisco? Se S. João Pau-
A fase mais decisiva é a do final de lo II denunciava facilmente um pastor e
outubro de 2015, mas depois o Santo um teólogo, o papa Francisco denuncia
Padre ainda irá redigir uma Exortação um evangelizador que levanta muitas
Apostólica, sancionando então as con- interrogações, esperando uma resposta
clusões apresentadas. posterior e pelo mundo inteiro. Na Albâ-
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VIDA DA IGREJA
© Eduardo Frutuoso
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A METODOLOGIA DAS ENS
Henry Caffarel
Fundador das ENS
A reunião de equipa*
“Ter fé”? É olhar com os olhos de Deus quando recomenda ao Pai aqueles que
todas as realidades humanas e, tam- lhe foram entregues e que vão ter a
bém, todas as realidades sobrenaturais; rude missão de levar a sua mensagem
é ver todas as coisas do ponto de vista a todos os homens. E que termina: “Pai
de Deus. Ter fé é justamente possuir o Santo, guarda em Teu nome aqueles
olhar de Deus no coração. que me deste, para que sejam UM,
O objetivo desta conferência é convidá- como nós somos UM.”
los a ver com os olhos da fé a reunião Podemos ler nos Atos dos Apóstolos al-
mensal das nossas equipas, a olhá-la guns desses grandes textos que cons-
com os olhos de Deus. tituem precisamente os estatutos da
Há uma palavra técnica, uma palavra da Ecclesia.
Igreja que define com precisão a nossa Temos o quadro, certamente idílico, da
reunião mensal – é uma palavra grega primeira assembleia cristã, da primeira
que conservarei sem traduzir: “Ecclesia”. Ecclesia. “Todos os crentes viviam uni-
A grande preocupação de Nosso Senhor dos e colocavam tudo em comum”.
Jesus Cristo, durante toda a sua vida Todos os dias, com um só coração, fre-
apostólica, foi agrupar, reunir. A vontade quentavam assiduamente o templo.
de Cristo foi reunir homens à sua volta. Rompiam o pão em suas casas. Toma-
Ora com eles, ensina-os a orar... vam seu alimento com alegria e simpli-
E talvez em nenhum lugar se descobre cidade de coração. Louvavam a Deus e
mais profundamente os sentimentos tinham a simpatia de todo o povo.
de Cristo em relação aos seus discí- Esta primeira assembleia chamava-se
pulos do que durante a sua grande e “Ecclesia”, o que quer dizer em grego,
impressionante oração depois da Ceia, assembleia, a assembleia do povo.
* Extratos adaptados de “A Ecclesia”, conferência realizada pelo Pe. Henri Caffarel em São Paulo (Brasil), em
julho de 1957, dirigida aos Casais Responsáveis das ENS.
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© Fátima Frutuoso
Nesta palavra Ecclesia, há outra palavra mensal, para descobrir o mistério que
grega que é preciso notar: “clesis”, que ali se vive, quando estiverem reunidos
quer dizer “convocação”. em nome do Senhor.
A Ecclesia é a assembleia dos convocados. “O pequeno grupo cristão é verdadeira-
Para os apóstolos, os discípulos, Eccle- mente uma célula da Igreja. Ora, a célu-
sia tinha um sentido infinitamente rico, la vive da vida do corpo: em cada célula
uma repercussão extraordinária, pois do meu corpo, minha alma está toda
lembrava uma palavra chave, uma tra- ela presente e viva. Da mesma forma,
dição que era conservada viva, em Isra- em cada célula da Igreja, em cada Ec-
el, desde séculos. clesia, a alma da grande Igreja está pre-
A “Ecclesia do Deserto” é a imensa as- sente, viva, impaciente por dispensar e
sembleia de todos esses Hebreus, pri- desdobrar todas as suas virtualidades
sioneiros dos Egípcios, libertados por de santificação.”
Moisés, ou melhor, por Deus. Se esta reunião é uma Ecclesia, então o
Hoje em dia, a palavra Ecclesia evoca mistério da grande Igreja está presente
para nós apenas a grande Igreja. na pequena Igreja.
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A METODOLOGIA DAS ENS
O lugar da oração
nas reuniões de equipa
Por ação do Espírito “que faz tudo em piloto, bem como o nosso CE iam-nos
todos”, no ano já distante de 1976, guiando com ternura e paciência. Difícil
fomos desafiados pelo Padre Joaquim mesmo era a meditação individual, es-
Gonçalves (mais tarde Bispo de Vila cutada por todos em profundo silêncio,
Real, responsável pela implantação logo seguida da oração pessoal.
da Pastoral Familiar na Arquidiocese Ano após ano, estes momentos fo-
de Braga) a aprofundar a nossa espi- ram ocupando o lugar privilegiado das
ritualidade conjugal através do Movi- nossas reuniões, como fator de alegria
mento das Equipas de Nossa Senho- e unidade. Começámos a perceber
ra. Por graça de Deus, em novembro como é bom falar com o Pai que nos
daquele ano, com um grupo de casais ama. Como diz o nosso fundador, Pe.
que conhecemos em trabalho pastoral Caffarel, logo na sua primeira carta:
de CPM, começámos a fazer parte da “a meditação, justamente, é o céu; é,
Equipa Póvoa 2, Região Norte, acom- pelo menos, a sua realidade essencial:
panhados pelo Padre Cândido Pedrosa. a presença de Deus, o amor de Deus,
Receosos de não termos capacidade o acolhimento de Deus ao seu Filho…
para levar a cabo este desafio ou de Portanto, Deus está em nós, no centro
não sermos dignos do convite, fomos do nosso ser. Presente, vivo, ativo”.
trilhando o novo caminho de comu- A oração propicia este encontro no
nhão e amor. amor e faz-nos entrar no coração de
Tudo era novo, mas maravilhoso. Deus, construindo comunhão.
A reunião de equipa, esperada com an- Foi difícil perder o nervosismo desta
siedade, causava alguma angústia por- exigência do Movimento, mas lenta-
que tinha que ser preparada com zelo. mente fomos percebendo o que o
A Fernanda e o Zé Eduardo Sá, casal profético Pe. Caffarel queria dizer:
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A METODOLOGIA DAS ENS
“o objetivo essencial das Equipas é aju- de todos como ação de graças pelo
dar os casais a tender para a santidade: aprofundamento que, em conjunto, o
nem mais, nem menos”. A oração é o casal conseguiu desenvolver naquele
cimento agregador. Hoje podemos dizer mês. No Magnificat, com que termina-
que a nossa reunião mensal de equipa mos todas as nossas reuniões, sentimo-
é para nós, casais da Póvoa 2, segun- -nos unidos a Maria louvando e glori-
do os seus testemunhos, um oásis, um ficando o Senhor. Todos os caminhos
tempo de oração, de união ao Pai atra- de “espiritualidade” exigem conversão,
vés de Jesus que é caminho e de Ma- mas este, da espiritualidade conjugal,
ria, a Senhora do Acolhimento. É esta porque compromete no mesmo projeto
atitude de Maria que sentimos no casal dois seres tão diferentes, mulher e ho-
que nos recebe e que agradecemos an- mem, numa via de respeito pela liber-
tes da refeição. Segue-se o momento dade e identidade de cada um, exige
da Oração em que, unidos no mesmo uma grande disponibilidade para a con-
Espírito, escutamos a Palavra que Deus versão imediata. Só pela oração per-
nos dirige naquele dia, interiorizamo- sistente é possível fazer este caminho
la, meditando e rezando. As intenções e chegar “ao outono da vida” unidos
que cada casal e o CE colocam, para se- como na “primavera da nossa vida”!
rem rezadas durante o mês, consolidam Para além dos momentos intensos de
a nossa união e prolongam a oração oração em equipa, ao longo destes trin-
no nosso dia a dia. É neste ambiente ta e oito anos, temos encontrado ou-
que fazemos a nossa Partilha de Vida, tras oportunidades para rezar, louvan-
agradecendo os sucessos e pedindo do e bendizendo o Senhor por tantas
ajuda para vencer as nossas falhas. maravilhas que em nós vai operando:
É em atitude de oração que ouvimos os o dom dos filhos e netos, com que
nossos companheiros de jornada e com enriquece cada casal; as realizações e
eles agradecemos as maravilhas que o êxitos pastorais dos Sacerdotes que nos
Senhor vai operando em nossas vidas acompanham; ou mesmo para pedir a
sendo suporte e alento nos momentos intercessão em situações dolorosas de
menos bons que também aparecem. doença, desemprego, incompreensão
O Tema de estudo é colocado diante ou separação. A Póvoa 2 viveu um mo-
mento de grande sofrimento, há cinco
anos, quando Deus chamou para a sua
Deus está em nós, no centro do casa o nosso CE, Cónego Cândido Pe-
nosso ser. Presente, vivo, ativo. drosa, depois de ter caminhado con-
nosco durante trinta e três anos, com
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A METODOLOGIA DAS ENS
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QUEM É O PADRE CAFFAREL?
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QUEM É O PADRE CAFFAREL?
Após 36 anos de vida sacerdotal pare- nuncia uma Palavra, é o seu Verbo, e é
ce-me cada vez mais evidente que, se o seu Filho. Di-la num silêncio eterno,
tantos cristãos estão moral e psiquica- é em silêncio que a alma o ouve” (S.
mente doentes, vivem ansiosos, depri- João da Cruz).
midos ou sobre-excitados – se tantos O silêncio é difícil no nosso mundo in-
casais não chegam a acordo, à harmo- crivelmente barulhento. [...]
nia, à união, à alegria que haviam es-
No entanto, o silêncio interior é pos-
perado – se a cristandade se revela tão
sível. Para aí chegar é preciso treino
profundamente dividida, tanto no plano
com paciência e delicadeza. Os meios
do pensamento como no da ação, é
violentos nunca foram bons meios de
porque a importância da oração é des-
pacificação. E é mesmo de pacificação
conhecida. Quando os indivíduos e as
que se trata, pacificação de todas as fa-
sociedades não se ligam mais a Deus
culdades a fim de as tornar disponíveis
pela oração, ficam entregues às forças
a Deus, imóveis, à “escuta”. Este último
de desagregação, sem defesas...
termo evoca uma certa qualidade do si-
A minha experiência não me deixa dú- lêncio: o recolhimento. É uma atenção
vidas, a oração é vital para vós leigos, bem desperta, pronta a perceber a voz
como para nós sacerdotes. Entenda- interior. [...]
mo-nos bem, não falo de uma rápida
Tende confiança, perseverai na Oração
oração da manhã ou da noite, mas da
e Cristo apaziguará e conduzirá a Ele as
que se chama oração interior ou medi-
vossas faculdades errantes, como o pas-
tação... [...]
tor de que fala Santa Teresa de Ávila,
Este Deus que está dentro de vós não é que ao cair da noite toca a flauta para
um Deus silencioso, Ele fala; mas para juntar as ovelhas dispersas nos prados.”
o ouvir é preciso silêncio. “O Pai pro-
© PEDRO CABRAL
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INTERCESSORES
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© MANUEL MORAIS
Para alcançarmos o primeiro propósito Deus!”. Sim, mas todos os nossos pedi-
tentamos chegar mais junto dos casais dos têm como apoio essa espera lon-
das ENS através do apoio de casais res- ga e profunda da beatitude que Deus
ponsáveis regionais que tentarão sen- promete para nós e para todos. O silên-
sibilizar os equipistas para se juntarem cio da oração impõe-nos esta compro-
à cadeia de oração que gostaríamos vação: ao rezar por alguém, o Senhor
de completar. Temos muita esperança manda-nos levantar os olhos para a Sua
neste próximo ano e naquilo que Jesus presença e o Seu mistério, para a Sua
nos irá trazer. Essa mesma Esperança misericórdia e para a Sua paz.
de que nos falava o P. Marcovitz quando O P. Radclif (Brasília 2012) dizia ”Como
dizia na última carta aos intercessores: disse o Cardeal Martini – embora as ENS
”… a esperança não é só a confiança não sejam um movimento de acção,
em Deus para o nosso porvir, mas tam- querem ser um movimento de gente
bém a perspectiva de salvação (nossa e activa; que nos impede de agir? Talvez,
da humanidade). A esperança leva-nos diante do sofrimento do mundo, nos
a antever (de maneira segura) a felici- sintamos incompetentes. Que diferen-
dade da vida na eternidade, pois Deus ça pode fazer a minha insignificante
não nos pode enganar”. pessoa? Mahatma Gandhi disse: o que
É precisamente a promessa da Sua vin- quer que façam será insignificante, mas
da que confere todo o entusiasmo à é importante que o façam – cada um
esperança. Aqui está todo o apoio para de nós deverá ter a sua pequena acção.
a nossa oração. Como não ficar interpe- Com a graça de Deus, ela pode mudar
lado por pedidos tão importantes pelos o mundo.”
quais rezamos? Muito frequentemente Pedimos ao Senhor que nos ajude a ser
há urgência em pedir, suplicar, forçar generosos na nossa contribuição!
as portas do Céu. “É preciso importunar
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PARTIRAM PARA O PAI
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LIVROS RECOMENDADOS
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Ficha Técnica
Carta das Equipas de Nossa Senhora
Ano 51
Nº55, Nov, Dez 2014 e Jan 2015
Diretor
João Paulo Mendes
Equipa Redatorial
Fátima e Eduardo Frutuoso
Equipa da Supra Região
Traduções
Fátima e António Moitinho de Almeida
Design
Arco da Velha
E-mail
carta@ens.pt
Capa
Arco da Velha
Impressão e acabamento
Clio by RiP-Artes Gráficas, Lda
Propriedade, Administração e Editor
EQUIPAS DE NOSSA SENHORA
Movimento de Espiritualidade Conjugal
(Instituição Particular de Solidariedade Social)
NIF: 501 753 265
Av de Roma, nº 96, 4º E | 1700-352 LISBOA
T: 216 097 677 | TM: 925 826 364
E-mail: ens@ens.pt | Web: www.ens.pt
Tiragem deste número: 5.600 exemplares
Publicação trimestral fornecida gratuitamente a todos os membros das ENS