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Fisiologia – AV1

HOMEOSTASE – Aula 1
Definição: constância do meio interno, processo de
autorregulação que tem como fim uma estabilidade
dinâmica do organismo, se ajustando as condições
ótimas de sobrevivência. É um sistema integrado do
organismo que mantém a estabilidade das funções de Distribuição de solutos no corpo
entrada, metabolização e excreção de substâncias. *O sódio é o eletrólito mais importante relacionado à
homeostase por alterar a pressão sanguínea, tendo
*Mudança interna acarreta perda da homeostase de ligação com o coração, com o ajuste hídrico e de
forma momentânea, o que significa que o organismo pressão, e com o rim no ajuste de excreção.
tenta compensar, quando há falha na compensação
caracteriza-se doença ou disfunção. A homeostase é Integração dos processos fisiológicos
retomada quando o indivíduo está saudável. -Célula como unidade básica do organismo, possui
funções específicas que diferenciam os tipos celulares.
Variáveis: fatores ambientais nutrição celular e Tem como característica básica comum a liberação de
hormônios. energia para função celular e de metabólitos para
excreção, a partir do consumo de O2, são exemplos
Lei do balanço de massa: diz que se a quantidade de desses metabólitos CO2 e H2O.
uma substância deve se manter constante, qualquer - Equilíbrio osmótico: ocorre difusão/transporte passivo
ganho deve ser compensado com uma perda igual. das moléculas pela membrana das células (sem gasto
energético) ou ativo (com gasto energético/de ATP),
devido a um equilíbrio dinâmico e químico dos íons,
portanto, a homeostase não é um equilíbrio e sim a
estabilidade dos sistemas.
*Esses íons se deslocam por canais específicos que
caracterizam permeabilidade iônica, esses canais podem
*Entrada: através do intestino, pulmões e pele. ser controlados mecanicamente, por ligantes ou por
*Produção metabólica: metabolismo gerando uma nova voltagem.
substância. -Coração: ajusta pressão sanguínea
*Excreção: através dos rins, fígado, pulmões e pele. -Rins: ajustam a excreção de sódio para manter a
-Água: Para manter o nível de água constante a saída quantidade de líquido extracelular dentro dos valores
deve ser igual a entrada. A perda hídrica ocorre pela aceitáveis, além de controlar a [H+].
eliminação de urina e fezes, e também, através do trato -Pulmões: controle da [H+]
respiratório e fezes. -Sistema digestório: controle de nutrientes de
*Água corporal total: 50% do peso corporal para as metabólitos.
mulheres e 60% para os homens, variando também de -Sistemas de tamponamento: utilizam pares conjugados
acordo com a idade. = ácido + base para manter a [H+] = 45 a 35 nmol/L
*O líquido intersticial (3/4 do liquido extracelular) é mais dentro do aceitável e o pH compatível com a vida=7,31 a
rico em água que o plasma sanguíneo (1/4 do liquido 7,45.
extracelular) o que contribui para o controle dos solutos
de dentro e fora das células. É importante ressaltar que SISTEMA NERVOSO E POTENCIAL DE AÇÃO – Aula 2
a albumina é responsável pela manutenção da água no
plasma sanguíneo e sua ausência gera extravasamento, O sistema nervoso é formado por milhares de células
apresentando-se patogenicamente como “barriga nervosas e funciona como uma rede de comunicações
d’água”. tendo integração com outros sistemas a partir da
*Líquido extracelular (LEC) = 1/3 da água corporal total regulação da função desses. Esse processo é possível
(ACT) enquanto o Líquido intracelular (LIC) = 2/3 ACT. através do envio de sinais químicos e elétricos,
trabalhando associado ao sistema endócrino.

Divisão do Sistema Nervoso


Divisão do Sistema Nervoso Periférico
Nervo
Um conjunto de axônios mielinizados envoltos por
tecido conectivo gera um fascículo. O conjunto de
fascículos + vasos sanguíneos envoltos por tecido
conectivo forma um nervo.
Transmissão sináptica elétrica
Constituídas por junções comunicantes (GAP) que
possibilitam a passagem de íons de uma célula para
outra através de canais iônicos controlados por
Células do Sistema Nervoso voltagem, que respondem a mudanças do potencial de
membrana da célula. Promove assim, conexão elétrica e
-Neurônios: unidades sinalizadoras básicas do sistema transmissão de impulsos nervosos de forma rápida,
nervoso porém com pouca possibilidade de controle.
*SensoriAis/Aferentes: conduzem informações do meio Os canais controlados por voltagem invertem a
externo, como temperatura, luz, pressão, para o SNC. polarização da membrana, fechando-se por um intervalo
*MotorEs/Eferentes: podem ser tanto somáticos quanto de tempo chamado período refratário. A membrana
autonômicos, possuem terminal axonal e varicosidades então abre canais de potássio, a bomba de NaK é ativada
que armazenam e liberam neurotransmissores. e repolariza a membrana. A polarização é mantida por
canais vazantes de Ca2+.
*Interneurônios ou neurônios de conexão: se localizam
apenas dentro do SNC. Transmissão sináptica química

O corpo celular é o centro de controle, possui núcleo e Um sinal representado pela chegada de um potencial de
organelas necessárias para direcionar a atividade celular. ação ou impulso nervoso ao terminal axonal é
Os dendritos têm como função primária a recepção de transmitido a outra célula por sinalização química, que
uma informação de entrada de células vizinhas e consiste em moléculas denominadas
transferi-la para uma região integradora dentro do neurotransmissores, liberados para o meio extracelular
neurônio. Os axônios têm como função a transmissão de por exocitose.
sinais elétricos de saída do centro integrador do É dependente da produção, transmissão e recepção de
neurónio para as células alvo, localizadas no fim do neurotransmissores, que são sintetizados no corpo
axônio. celular e transportados até os botões sinápticos, onde
-Células da Glia (neuroglia): células de suporte são armazenados em vesículas sinápticas. Esses
neurotransmissores são exocitados em um estreito
*Células de Schwann e Oligodendrócitos: formam bainha
espeço entre células e são reconhecidos por receptores
de mielina que envolve e protege os axônios. Se enrolam
muitas vezes ao redor do axônio, e seu núcleo é de membrana da célula que recebe a informação,
empurrado para fora da bainha. promovendo abertura ou fechamento de canais iônicos,
Nó de Ranvier: porção não mielinizada da membrana do ou desencadeiam uma cascata molecular no citoplasma,
axônio entre duas células de Schwann. que resulta na produção de segundos mensageiros
celulares.
*Astrócitos: 50% do cérebro. Metabolismo de
*Além da sinalização sináptica existe ainda a parácrina
neurotransmissores, sua captação e o funcionamento
que libera no meio atingindo mais de uma molécula alvo
das sinapses, formam barreira hematoencefálica. Função
e endócrina que libera a sinalização na corrente
de sustentação dos neurônios.
sanguínea para atingir células-alvo distantes.
*Micróglia: função semelhante aos macrófagos,
Potencial elétrico, de ação ou de carga elétrica
realizando fagocitose, e também ajudam a formar a
barreira hematoencefálica. Toda membrana celular tem propriedades elétricas, em
especial as células nervosas e musculares. Isso é possível
*Células ependimárias: células de revestimento.
através da geração de corrente elétrica = fluxo de íons.
Revestem os ventrículos do encéfalo e o canal central
Esses íons são utilizados para transmissão de sinais, além
medular, podem auxiliar na movimentação do líquido
de serem ativadores de funções celulares.
cefalorraquidiano quando ciliadas.
Na+, Ca2+ e Cl- são mais concentrados no meio graduados que chegam a zona de gatilho despolarizarem
extracelular enquanto o K+ é mais concentrado no meio a membrana até o limiar, esses canais se abrem e o
intracelular, fazendo com que em repouso a membrana potencial de ação é iniciado. Se a despolarização não
seja mais permeável a esse. Qualquer mudança nessas atinge o limiar, o potencial graduado simplesmente
condições gera potencial de membrana (esses são os desaparece à medida que se move pelo axônio.
fatores que influenciam o potencial de membrana).
-A onda de despolarização é bidirecional na célula
Negatividade elétrica é dada pelo conjunto de canais nervosa (corpo celular) e unidirecional na via nervosa
iônicos presentes na membrana associado a assimetria (axônio), podendo perder energia ao longo de sua
de composição iônica da bomba que provoca o propagação.
potencial, uma vez que é considerada uma bomba
-Na zona de disparo o potencial precisa estar acima de -
eletrogênica, ou seja, gera diferença de potencial na
55mV para que seja iniciado o potencial de ação, pois
membrana, caracterizando potencial eletronegativo.
esse é seu limiar.
Os canais iônicos controlados por voltagem respondem a
mudanças no potencial de membrana da célula, tendo Potencial de ação
importante papel no início e na condução de sinais *É uma alteração no potencial de membrana que ocorre
elétricos. quando canais iônicos dependentes de voltagem se
Princípios da eletricidade nos sistemas fisiológicos: abrem, inicialmente aumentando a permeabilidade da
célula ao Na+ que entra, e ao K+ que sai. O influxo de
-Carga elétrica = 0 = cátions e ânions iguais
sódio despolariza a célula, seguida de efluxo de potássio,
-Cargas opostas se atraem, e sua separação gera gasto
que reestabelece o potencial de membrana.
energético.
-Se as cargas se movem separadamente, o líquido que as *Sinal elétrico que possui força uniforme e atravessa da
detém é denominado condutor. Se é impossível a zona de gatilho até a porção final do seu axônio. Nos
movimentação no meio, este é denominado isolante. potenciais de ação os canais iônicos dependentes de
-Membrana celular permite a separação de cargas voltagem presentes na membrana axonal se abrem
elétricas do corpo.
sucessivamente enquanto a corrente elétrica viaja pelo
axônio. Como consequência a entrada de Na+ na célula
Potencial de membrana
reforça a despolarização, é por isso que o potencial de
É o gradiente elétrico existente entre o LEC e o LIC no ação não perde força ao se distanciar do seu ponto de
seu estado de repouso. origem, diferentemente do potencial graduado.
Mecanismo da Bomba de Sódio e Potássio *Ocorrem rápidas alterações no potencial de membrana
1. ATPase se liga a 3Na+ do LIC. devido à movimentação dos íons pelos canais iônicos
2. ATPase é fosforilada com Pi oriundo da lise de ativados, ou seja, abertos, mas sem que haja alteração
uma molécula de ATP e sofre mudança na concentração total de íons nos líquidos intra e
conformacional. extracelular.
3. ATPase se abre para o meio extracelular e libera *Depende de:
os 3Na+ no LEC.
-Condução elétrica nos neurônios, que sofre variação
4. ATPase se liga a 2K+ do LEC, é defosforilada e
dependendo do diâmetro da fibra nervosa e da
sofre mudança conformacional.
mielinização.
5. ATPase se abre para o meio intracelular e libera
os 2K+ no LIC. -Resistência da membrana ao vazamento de íons, ou
seja, integridade da bainha.
Potencial graduado
-Concentração adequada de íons nos meios intra e
É uma despolarização ou hiperpolarização que ocorre no
dendrito e no corpo celular, gerando mudança de extracelulares
potencial, denominada graduada devido ao fato de que Despolarização da membrana que provoca o impulso
seu tamanho ou amplitude é diretamente proporcional à nervoso de forma rápida.
força do estímulo.
*Estímulo grande (amplitude) = grande potencial *Fases:
*Estímulo pequeno (amplitude) = pequeno potencial
1. Repouso celular
-A zona de gatilho é o centro integrador do neurônio e 2. Estímulo despolarizante
sua membrana possui alta concentração de canais de
Na+ dependentes de voltagem. Se os potenciais 3. Abertura de canais iônicos = despolarização
4. Entrada rápida de Na+ os eferentes ligam interneurônios a receptores
periféricos e a órgãos efetores, respectivamente.
5. Abertura de canais iônicos = hiperpolarização
-Se divide em substância cinzenta e substância branca.
6. Saída lenta de K+ e saída de Cl-
*Substância cinzenta: consiste em corpos, dendritos e
*Como ocorre:
axônios de células não mielinizadas. Os corpos
Um estímulo supralimiar na zona de gatilho inicia o encontram-se reunidos de forma organizada.
potencial de ação, a condução do impulso elétrico ao
*Substância branca: formada por axônios mielinizados e
longo do axônio depende de canais iônicos: canais de
contem poucos corpos celulares
Na+ e de K+ dependentes de voltagem, e canais de
vazamento que auxiliam na manutenção do potencial de Encéfalo
repouso da membrana.
1.Cérebro:
Os potenciais de ação iniciam quando os canais iônicos
dependentes de voltagem se abrem, alterando a 1.1 Telencéfalo
permeabilidade da membrana para sódio e potássio. Composto por dois hemisférios ligados principalmente
1. Estímulo despolarizante seguido de pelo corpo caloso, estrutura diferenciada, formada por
despolarização até o limiar e abertura dos axônios que se cruzam. Essa conexão permite que haja
canais de sódio, com grande influxo desses íons, comunicação e cooperação entre os hemisférios. Cada
a favor do seu gradiente de concentração e hemisfério é dividido em quatro lobos, denominados
atraído pelo potencial negativo do interior pelos ossos do crânio que se associam, frontal, parietal,
celular. O aumento de cargas positivas que occipital e temporal.
inverte a polarização. A substância cinzenta cerebral pode ser dividida em três
2. Os canais de sódio se fecham e os canais de regiões principais:
potássio, mais lentos, se abrem, fazendo com
Córtex cerebral: camada mais externa do cérebro,
que o potássio saia da célula em direção ao
responsável pela percepção (campos sensoriais),
meio extracelular, em resposta a
movimento dos m. esqueléticos (áreas motoras) e
despolarização. A medida que o potássio sai da
informação de movimentos voluntários (áreas
célula o potencial de membrana se torna mais
associativas)
negativo.
3. Ocorre hiperpolarização celular devido a Núcleos da base: envolvidos com o controle do
manutenção dos canais de potássio abertos. movimento
4. Os canais de potássio então se fecham
Sistema límbico: circunda o tronco encefálico e age
diminuindo a quantidade desse íon saindo.
como ligação entre as funções cognitivas superiores.
5. A célula retoma sua permeabilidade iônica e
potencial de membrana em repouso. *Principais áreas do sistema límbico: Amigdala e giro do
cíngulo, relacionados a emoção e à memoria e o
Condução saltatória
hipocampo, associado ao aprendizado e à memória.
Quando um potencial de ação viaja ao longo do axônio
1.2 Diencéfalo
da zona de gatilho até o terminal axonal, ele passa
alternando entre axônios mielinizados e nódulos de *Tálamo: centro de integração e retransmissão para as
Ranvier. Cada nó possui grande quantidade e canais de informações sensorial e motora.
Na+. Os íons de sódio que entram em um nódulo *Glândula pineal: secreção de melatonina
reforçam a despolarização e restabelecem a amplitude
do potencial de ação que ocorre quando ele passa de um *Hipotálamo: homeostasia e impulsos comportamentais.
nódulo para outro, realizando um salto visível que *Hipófise: secreção hormonal
caracteriza esse tipo de condução.
2.Tronco encefálico
É uma alternativa eficaz para os axônios de grande
É a parte mais primitiva do nosso SNC, também
diâmetro e permite a condução rápida de potenciais de
conhecida como cérebro reptiliano.
ação nos axônios pequenos.
*Mesencéfalo: visão, audição, movimentos dos olhos e
SISTEMA NERVOSO CENTRAL – Aula 3
corpo.
-Assim como o periférico, é composto por neurônios e
células da glia. Os interneurônios são inteiramente
contidos no SNC. Os neurônios sensoriais (aferentes) e
*Ponte: centro de transmissão de impulsos do cérebro
para o cerebelo. É a passagem de fibras do cérebro para
a medula. Interfere no controle da respiração.
*Bulbo: controle de funções autonômica ou vegetativas
(involuntárias)
- Decussação da pirâmide da ponte do tronco cefálico:
É um fenômeno que ocorre nos vertebrados no qual as
fibras nervosas cruzam obliquamente o plano mediano,
passando para o lado oposto. O controle nervoso é
colateral, ou seja, o córtex motor esquerdo controla a
porção direita do corpo do animal, enquanto o córtex
motor direito controla a porção esquerda.
Cerebelo
Função especializada de processar informações
sensoriais e coordenar a execução dos movimentos dos
músculos esqueléticos, atividade do tato, visão, audição
em nível inconsciente, além de participar do controle da
memória de curta duração, emoções, atenção e controle
de atos impulsivos. Meninges e líquido cerebroespinhal
Medula espinhal *Meninges: membranas protetoras do SNC entre elas os
É uma massa cilíndrica de tecido nervoso que está espaços subdural e subaracnoidiano.
inserida dentro do canal vertebral. Atua como um centro *LCE: formado pelo plexo coroide dos ventrículos.
integrador, a partir de um estímulo a informação
sensorial passa por um interneurônio e *Barreira hematoencefálica: sistema complexo de
consequentemente pelo centro integrador levando barreiras ou filtros metabólicos, físicos e de transporte.
comandos para músculos e glândulas gerando resposta. Mantêm um ambiente físico-químico estável dentro do
É a principal via para o fluxo de informações em ambos SNC. Importante pelo fluxo sanguíneo que é elevado
os sentidos entre o encéfalo e a pele, as articulações e para suprir a demanda de glicose e oxigênio do SN.
músculos do corpo. Conclusão
Um reflexo espinal gera uma resposta sem sinais de É função do SN ajustar o organismo ao ambiente,
entrada provenientes do encéfalo. perceber e identificar as condições ambientais externas
*Nervos cranianos e espinhais bem como as condições internas do corpo, elaborando
respostas de adaptação. Além das funções sensorial,
integrativa e motora.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO – Aula 4
O sistema nervoso é responsável pela integração e
regulação das funções de diversos órgãos e sistemas
corporais, enviando sinais químicos e elétricos. Trabalha
associado ao sistema endócrino. Uma de subdivisões é:
Sistema Nervoso Eferente:
*Somático: músculos esqueléticos – voluntário
*Autônomo: músculos cardíaco e liso, glândulas e parte
do tecido adiposo – involuntário, permite controle
visceral pelo SNC. Se subdivide ainda em:

- SNA Simpático: luta ou fuga


- SNA Parassimpático: descanso e digestão
A homeostase é um equilíbrio dinâmico entre as
subdivisões autonômicas, seguindo as quatro
propriedades de controle descritas por Walter Cannon:
1. Preservação das condições do meio interno.
2. Regulação do aumento ou diminuição pelo Via autonômica do SNA
controle tônico.
3. Controle antagonista (excitatória ou inibitória). -Todas as vias autonômicas (simpáticas e
4. Sinais químicos com diferentes efeitos em parassimpáticas) são formadas por dois neurônios em
diferentes tecidos. série que fazem sinapse em um gânglio autonômico.
As duas divisões autônomas normalmente atuam de
modo antagônico no controle de um determinado -O primeiro é chamado de neurônio pré-ganglionar, que
tecido-alvo. Porém, em algumas situações atuam de sai do SNC e projeta-se para um gânglio autonômico,
maneira cooperativa em diferentes tecidos para atingir localizado fora do SNC. No gânglio, o neurônio pré-
determinado objetivo. ganglionar faz sinapse com o segundo neurônio,
chamado neurônio pós-ganglionar, tal que possui o
Manifestações vegetativas corpo celular localizado no gânglio autonômico e seu
1. Alerta axônio projeta-se para o tecido alvo.
2. Sono
3. Locomoção e equilíbrio
4. Comportamento agressivo, defensivo, de
ingestão de líquido e alimentos.
5. Controle da temperatura corpórea, respiração,
circulação sanguínea, digestão, sexual, sistema
renal e micção.

Reflexos autonômicos do SNA


Na medula espinal: *Um gânglio é um conjunto de corpos celulares de
*Raiz dorsal é aferente (sensitivo). neurônios fora do SNC.
*Raiz ventral é eferente (motor).
-Divergência: fenômeno importante caracterizado pela
capacidade de um neurônio pré-ganglionar fazer sinapse
com vários neurônios pós-ganglionares, tais que podem
inervar um alvo distinto, ou seja, um único sinal do SNC
pode afetar simultaneamente várias células alvo.
- Os gânglios não são apenas estações de retransmissão
que transfere os sinais do neurônios pré e pós-
ganglionares, mas também possuem neurônios que se
localizam completamente dentro do gânglio, que
possibilitam a atuação dos gânglios autonômicos como
microcentros de integração, recebendo sinais sensoriais
da periferia do corpo e modulando sinais motores
autonômicos para os tecidos-alvos. Essa disposição
permite que um reflexo seja totalmente integrado
dentro de um gânglio, sem o envolvimento do SNC.

*As principais diferenças anatômicas das divisões Sinais químicos


autônomas são o pronto de origem da via no SNC e a -No SNA a sinapse é química e utiliza um
localização dos gânglios autonômicos. neurotransmissor.
- A maioria das vias simpáticas tem origem nas regiões
torácica e lombar da medula espinal, e os gânglios - As divisões autônomas podem ser diferenciadas
simpáticos são encontrados principalmente em duas neuroquimicamente por seus neurotransmissores e
cadeias dispostas ao longo de ambos os lados da coluna receptores.
vertebral, ou seja, próximo a medula, com neurônios
pré-ganglionares curtos e pós-ganglionares longos. 1. Tanto os neurônios pré-ganglionares simpáticos
- Já as vias parassimpáticas se originam principalmente quanto parassimpáticos liberam acetilcolina (ACh) como
no tronco encefálico e seus axônios deixam o encéfalo neurotransmissor, o qual atua sobre os receptores
pelos pares cranianos. Outras, se originam na região colinérgicos nicotínicos (nAChR) dos neurônios pós-
sacral e controlam os órgãos pélvicos. Em geral, os ganglionares.
gânglios se localizam muito próximos ou sobre a parede
dos órgãos alvo, consequentemente, os neurônios pré- 2. A maioria dos neurônios pós-ganglionares simpáticos
ganglionares possuem axônios longos e os pós- secreta noradrenalina (NA), que atua sobre os
ganglionares curtos. receptores adrenérgicos das células alvo.
3. A maioria dos neurônios pós-ganglionares vesículas sinápticas é exocitado. O neurotransmissor
parassimpáticos secreta acetilcolina, a qual atua sobre então se difunde pelo líquido intersticial até encontrar
os receptores colinérgicos muscarínicos (mAChR) dos um receptor na célula alvo.
células alvo.
A concentração de neurotransmissor na sinapse é o
principal fator de controle do neurônio sobre seu alvo.
Quanto maior a quantidade de neurotransmissor maior
e mais longa será a resposta. Essa quantidade é
influenciada pela taxa de remoção ou degradação. A
ativação do receptor pelo neurotransmissor termina
quando ele difunde-se para longe da sinapse, é
metabolizado por enzimas do LEC ou é transportado
ativamente pata dentro das células próximas a sinapse.
A recaptação pelas varicosidades permite que os
neurônios reutilizem o neurotransmissor, sendo
metabolizada.
- Receptor nicotínico: Canal iônico 1. Remoção da adrenalina
Receptor muscarínico: Ptn G (guanosina trifosfato)
Receptor adrenérgico: Ptn G
- Os alvos dos neurônios autonômicos são os músculos
liso e cardíaco, glândulas, tecidos linfáticos e parte do
tecido adiposo. A inervação parassimpática não chega na
pele e em alguns vasos sanguíneos.
-A sinapse entre os neurônios pré e pós-ganglionares é
chamada de junção neuroefetora. 2. Remoção da Noradrenalina
-As terminações distais dos axônios pós-ganglionares
possuem varicosidades onde se encontram vesículas
contendo neurotransmissor. Esses terminais se
estendem pela superfície do tecido alvo, assim o
neurotransmissor é simplesmente liberado no líquido
intersticial para se difundir até a localização dos
receptores. Tendo como resultado uma comunicação
menos direta, permitindo que um único neurônio pós-
ganglionar possa afetar uma grande área do tecido alvo.

Medula adrenal
Medula da gl. Suprarrenal ou adrenal é um tecido
neuroendócrino associado ao sistema nervoso simpático,
ou seja, é um gânglio simpático modificado.
Síntese e degradação dos neurotransmissores Durante o desenvolvimento o tecido natural destinado a
secretar adrenalina e noradrenalina divide-se em duas
Os principais neurotransmissores autonômicos,
entidades funcionais: a divisão simpática do sistema
acetilcolina e noradrenalina são sintetizados nas
nervoso que secreta noradrenalina, e a medula que
varicosidades do axônio, por enzimas citoplasmáticas de
secreta adrenalina.
maneira fácil por serem ambos moléculas pequenas.
O córtex é uma glândula verdadeira enquanto a medula
São armazenados em vesículas sinápticas e liberados no
mesmo padrão encontrado em outras células: é um gânglio modificado, que possui corpos celulares
Despolarização > Sinalização pelo cálcio > exocitose sem axônios, chamadas de célula Cromafin, um neurônio
pós-ganglionar que libera a adrenalina no sangue, para
Quando um potencial de ação atinge a varicosidade, os que atinja os tecidos alvo.
canais de cálcio dependentes de voltagem são abertos
permitindo sua entrada no neurônio e o conteúdo das
*A adrenalina facilita a transmissão simpática, tendo para manter a homeostase, e assim pudesse sobreviver a
como consequência o aumento da frequência cardíaca, esse meio ambiente. 
força de contração e glicogenólise no fígado e nos
músculos além de liberar ácidos graxos livre do tecido
adiposo. Processamento das Informações Conscientes pelo
Sistema Nervoso Sensorial
Controle tônico do diâmetro arteriolar
Sentidos ESPECIAIS: visão, audição, olfação, gustação e
É possível pela liberação tônica de noradrenalina sobre
equilíbrio (postura e movimentos).
os receptores alfa, quando há aumento na frequência do
sinal ocorre constrição, quando há diminuição desta, Sentidos SOMÁTICO - Somestesia: Sensibilidade tátil e
ocorre dilatação do vaso sanguíneo. pressórica (modificação da superfície da pele),
sensibilidade térmica (frio/calor), sensibilidade nociva
Resumo
(dor e prurido - podem estar ligados a processos
*O SN periférico eferente se subdivide em SN somático inflamatórios). Esses sentidos são distribuídos pelo corpo
(voluntário) e em SN autônomo (involuntário) que se inteiro, superficialmente. A sensibilidade tátil e
subdivide por sua vez em vias simpática e pressórica e a térmica também podem estar
parassimpática. relacionadas a sensibilidade nociva. 
*A função do SNA é a manutenção da homeostase.
*Ambas as vias simpática e parassimpática consistem em Processamento das Informações Inconscientes pelo
dois neurônios (pré e pós-ganglionar) dispostos em série. Sistema Nervoso Sensorial
A exceção é a medula adrenal, na qual os neurônios
● Estímulo somático de PROPRIOCEPÇÃO/
simpáticos pós-ganglionares foram modificados,
CINESTESIA que tem sensores nos músculos,
formando um órgão neuroendócrino.
tendões, articulações e vestíbulo. Essas são
*Todos os neurônios autonômicos pré-ganglionares terminações sensíveis muito finas que ajudam
secretam acetilcolina que se liga a receptores
nossos movimentos.
nicotínicos. A maioria dos neurônios simpáticos secreta
noradrenalina sobre receptores adrenérgicos. A maioria Alguns exemplos: habilidade de realizar movimentos e
dos neurônios parassimpáticos secreta acetilcolina que equilíbrios finos, calcular o quanto andaremos,
se liga a receptores colinérgicos muscarínicos. consciência de ser/estar.

*As vias simpáticas originam-se nas regiões torácica e ● Estímulo visceral INTEROCEPÇÃO: manutenção
lombar da medula espinal. As vias parassimpáticas da homeostase. Manutenção da pressão
deixam o SNC pelo tronco encefálico e pela região sacral sanguínea (quando a PS está alta, existem
da medula espinal. sensores que ativam o parassimpático e
simpático), temperatura corporal interna,
*A maioria dos órgãos simpáticos localiza-se próximo à
osmolaridade dos líquidos corporais, insuflação
medula espinal (são paravertebrais). Os gânglios
dos pulmões, pH do líquido cérebro espinal,
parassimpáticos estão localizados próximos ou dentro
oxigênio e pH do sangue, distensão do trato
dos órgãos alvo.
gastrointestinal
*A divisão simpática controla funções importantes em
Estrutura do Sistema Nervoso Sensorial
situações de estresse ou emergência (luta ou fuga). A
divisão parassimpática predomina durante atividades de *Todos eles têm a mesma estrutura.
repouso e digestão. *Receptores sensoriais:
SENSORIAL I – Aula 5 Células responsáveis por responder a um estímulo
A via aferente inclui o sistema nervoso sensorial, a via externo ou interno.
sensorial que chega no sistema nervoso central e ele Nesses receptores sensoriais existem transdutores, que
decodifica essa sensação/estímulo. fazem a conversão em potenciais de ação. Ou seja,
A parte sensorial foi criada no processo de evolução, no transdutor é o que transforma o estímulo sensorial para
qual o ser humano pode desenvolver sensores de o potencial de ação.
alarme, no caso para ter uma percepção maior e *Vias e circuitos sensoriais:
consciência do meio ambiente (sobre o que é perigo ou
não). Os sensores foram desenvolvidos internamente
Normalmente existe uma convergência dos neurônios secundário, cujo campo receptivo recebe a informação,
primários (ou sensitivos) para os neurônios secundários e deste é encaminhada para o encéfalo, onde encontra-
e terciários (Via Neurônios Aferentes). se o neurônio terciário, que por sua vez, a encaminha ao
córtex relacionado a sensação.
Tem-se muitos neurônios sensoriais, e eles irão se juntar
com outro neurônio e depois com outro, aumentando a Centros Superiores de Integração
área de sensação.
1. Tronco Encefálico
O primário (sensitivo) é o que recebe o estímulo
Algumas informações sensoriais vão diretamente para o
sensorial e faz a transformação da sensação para
tronco encefálico pelos nervos cranianos.
potencial de ação (ex: transformação da sensação de
tato em impulso nervoso) e o neurônio secundário e Mesencéfalo: também chamado de cérebro reptiliano, é
terciário são aqueles que estão transmitindo essa muito importante no que diz respeito às funções
informação. autonômicas. Está relacionado à visão, audição,
movimento dos olhos e do corpo.
*Centros superiores de ligação:
Ponte: Centro de transmissão de impulsos do cérebro
Envio dos estímulos para o encéfalo. O centro de
para o cerebelo. É passagem de fibras do cérebro para a
integração é o SNC, e é ele que vai decodificar o sinal
medula. Interfere no controle da respiração.
que veio da periferia.
Bulbo: Controle de funções autonômicas ou vegetativas
Tipos de Receptores Sensoriais
(involuntárias). Recebe aferências geradas a partir dos
Os receptores do sistema sensorial variam em sons e do gosto
complexidade.
2. Diencéfalo
Os receptores mais simples são terminações nervosas
Tálamo: é o mais importante do diencéfalo, ele é o
não encapsuladas ou livres. Podem possuir axônios
centro integrador e retransmissor de informações
mielinizados ou não mielinizados.
sensoriais e motoras. É a parada obrigatória do neurônio
Nos receptores mais complexos as terminações nervosas secundário. -Retransmissão: o tálamo tem a capacidade
são envoltas por cápsulas de tecido conectivo, sendo ou de percepção e direcionamento do estímulo para o
não mielinizados (comum na pele, responsáveis pela córtex alvo (sonoro, auditivo, gustatório, sensorial
percepção de tato) somático primário). 
Os sentidos especiais possuem os receptores mais Hipotálamo: Homeostase e regulação de
especializados. comportamento
A maioria dos receptores sensoriais especiais são células Hipófise: Secreção de hormônios
que liberam neurotransmissores em neurônios
Glândula pineal: Secreção de melatonina
sensoriais, iniciando um potencial de ação. Esse processo
ocorre quando um tipo de axônio primário se encontra Córtex Cerebral e suas Funções
anexado a uma célula receptora especializada. Ele tem os centros específicos da imagem, no córtex
Os receptores sensoriais possuem corpo celular mais visual será formada a imagem, a partir da área de
central. Quando em conjunto, esses corpos celulares de associação da imagem que está ligada até a área límbica
neurônios primários formam um gânglio paravertebral, (aprendizado, emoção) e a parte mais frontal de
de onde o estímulo que dispara o potencial de ação é consciência e tomada de decisão. 
liberado. Receptores sensoriais
Vias e Circuitos Tipos de receptores:
O circuito é importante porque determina a área de *Químioreceptores: Olfato e Paladar
extensão da sensibilidade.
*Mecanorreceptores: Pressão/Tato, Vibração,Gravidade,
*Neurônios sensoriais podem apresentar convergência: Som e Aceleração
Diversos neurônios pré-sinápticos enviam sinais para um *Fotorreceptores: Fótons de luz
n° menor de neurônios pós-sinápticos. A convergência
permite que vários estímulos sublimiares simultâneos se *Termorreceptores: Grau variado de calor e frio, tem
somem no neurônio pós-sináptico (secundário). terminações nervosas simples.

Os neurônios sensoriais primários se convergem e - Foto/termo podem estar ligados a dor)


entram na medula, chegando até um neurônio sensorial
Transdução é a transformação do sensorial em um organismo. São terminações nervosas livres, presentes
potencial de ação, é um estímulo específico para cada na pele ou vísceras.
receptor, cada neurônio é específico para uma sensação.
-Processamento no SNC: Consciência da dor se relaciona
Os neurônios se sensibilizam com aquilo e abre os canais
ao lobo parietal, sistema límbico e hipotalâmico.
de iônicos e há entrada do fluxo de sódio que gera a
despolarização da célula, liberando o estímulo elétrico -Processamento na Medula: reflexos medulares
do neurônio aferente. -Fibras nervosas:
SOMESTESIA Tipo A fibras mielinizadas tipo A, pode ser A alfa com
Há quatro modalidades somático sensoriais: tato, diâmetro maior devido a alta mielinização, A beta ou A
propriocepção, temperatura e nocicepção, que inclui dor delta relacionada a dor rápida.
e prurido. Tipo C são desmielinizadas, diâmetro pequeno, se
RECEPTORES SENSORIAIS SOMESTÉSICOS DA PELE relaciona a dor lenta.

Os receptores de sentido são encontrados tanto na pele *Supressão da dor: A dor pode ser modulada por sinais
quanto nas vísceras. somatossensoriais simultâneos, a informação do tato ou
estimulo não doloroso se liga ao mesmo interneurônio
A ativação dos receptores desencadeia potenciais de
que o estimulo doloroso, esse neurônio então atua como
ação no neurônio sensorial primário associado. Na
inibidor e o estimulo doloroso diminui.
medula espinhal, muitos neurônios sensoriais primários,
fazem sinapse com interneurônios, que funcionam como *Modulação com supressão: responsável pelo reflexo de
secundários. A localização da sinapse entre os neurônio retirada, a dor é suprimida na região dorsal da medula
1ário e 2ário varia de acordo com o tipo de receptor. antes que os estímulos cheguem aos tratos espinais
ascendentes. As fibras C nocioceptivas fazem sinapses
Os neurônios associados aos receptores da nocicepção,
nos interneurônios receptores.
temperatura e trato grosseiro fazem sinapse com seus
neurônios secundários assim que entram na medula Os proprioceptores da musculatura esquelética (ligados
espinal. Esses formam o Sistema da coluna anterolateral. ao equilíbrio) tem uma mielinização forte e tem um
diâmetro grande, ou seja, sua velocidade de transmissão
Já os neurônios do tato fino, da vibração e da
do impulso é maior. Os mecanoreceptores da pele, tem
propriocepção possuem axônios muito longos que se
um diâmetro e mielinização médias, também tendo uma
projetam para cima, da medula espinal até o bulbo.
velocidade relativamente alta. O DELTA, está ligado à dor
Esses formam o Sistema da coluna dorsal – lemnisco
e temperatura, e o C está relacionado à prurido, dor e
medial.
temperatura [como tem prurido, o C está ligado a
Todos os neurônios sensoriais secundários cruzam a processos inflamatórios].
linha média do corpo em algum ponto, de modo que as
*Dor referida: cérebro não distingue os estímulos
sensações do lado esquerdo do corpo são processadas
dolorosos dos nocioceptores viscerais dos somáticos.
pelo hemisfério direito do cérebro, e vise-versa. Os
neurônios secundários da nocicepção, temperatura e Miátomos e Dermátonos
tato grosseiro cruzam a linha média na medula espinal e Nervos espinhais são formados a partir das raízes
se projetam para o encéfalo. Os neurônios do tato fino, nervosas dorsal (sensitiva) e ventral (motora).
da vibração e da propriocepção cruzam a linha média no
bulbo. O corpo dos neurônios sensoriais, que vem tanto externa
quanto internamente, entra pelo lado dorsal da medula
*Pessoas que leem em braile tem que desenvolver uma e tem uma resposta pelo lado ventral.
capacidade alta de toque leve.
Os músculos inervados por um único par de raízes
Estímulos somáticos de propriocepção ou cinestésico: motoras formam um MIÓTOMO.
São mecanoreceptores situados nos m. esqueléticos,
tendões, articulações, aponeuroses e TC profundo, que As regiões da pele inervada por um único par de raízes
permitem percepção da força exercida pelos músculos e sensitivas formam um DERMÁTOMO.
a posição de cada parte do corpo em relação as demais, Sistemas Somestésicos
sem utilizar a visão.
SISTEMA EPICRÍTICO: Vias de condução rápidas e
*Nociceptores: dor, percepção de um estímulo, podendo precisas, tato fino e propriocepção consciente.
ser mecânico, térmico e químico, que possui efeito
Ele vai até o cerebelo e o estimula, mandando uma
danoso aos tecidos. É um mecanismo protetor do
resposta, ou é direcionado para parte mais superior em
um neurônio de terceira ordem. Tem alta mielinização e camada de muco, produzido pelas glândulas olfatórias
diâmetro. (de Bowman) situadas no epitélio e na lâmina própria.
SISTEMA PROTOPÁTICO: Baixo poder discriminativo, via As moléculas odoríferas devem se dissolver e penetrar
de condução lenta, sensibilidade mais grosseira, no muco para que possam se ligar a uma proteína
sensibilidade térmica, dolorosa e tato grosseiro. Tem receptora olfatória no cílio olfatório. Os receptores para
baixa ou nenhuma mielinização e pouco diâmetro. substância odorífera são receptores de membrana
acoplados a proteína G. A combinação da maioria das
*Fenômeno de decussação
moléculas odoríferas com seus receptores olfatórios
-Sistema da coluna dorsal – lemnisco medial: possui fita ativa uma proteína G especial, a Golf, que aumenta a
de reil, fibras nervosas de diâmetro grande, responsáveis concentração de AMPc alterando a permeabilidade da
pelo tato discriminativo, propriocepção e vibração. membrana o que provoca abertura dos canais de cálcio e
-Sistema da coluna anterolateral: fibras nervosas de despolarização celular, consequentemente ocorre
diâmetro pequeno, responsáveis pela nociceoção, disparo de um potencial de ação que percorre o axônio
temperatura e tato grosseiro. do neurônio sensorial até o bulbo olfatório.

SENSORIAL II – Aula 6 Resumo: a transdução é efetuada por neurônios


sensitivos que formam o nervo olfatório, faz conexão
I.Olfato com neurônios secundários no bulbo olfatório que segue
A olfação é um dos estímulos mais antigos, uma vez que para o córtex olfativo. Esse mecanismo se dá pela
é função do bulbo olfatório, porção mais antiga do modificação da Proteína G no complexo molécula
encéfalo. odorífera e receptor da membrana dendrítica do
neurônio sensitivo ativando a enzima adenilciclase e
A olfação permite diferenciação de diversos odores.
aumentando o AMPc, levando a despolarização por
Vias olfatórias influxo de Ca2+, Na+ e efluxo de Cl-.
O sistema olfatório humano consiste de um epitélio II.Gustação
olfatório revestindo a cavidade nasal, no qual estão
Intimamente relacionado com o olfato.
inseridos os neurônios sensoriais primários, chamados
de neurônios sensoriais olfatórios. É uma combinação entre 5 qualidades: doce, azedo
(relacionado ao H+), salgado (relacionado ao Na+),
Os axônios dos neurônios sensoriais olfatórios formam o
amargo e umami (gosto associado ao glutamato
nervo olfatório I par. Esse nervo faz sinapse com
monossódico, sabor básico que aumenta o gosto dos
neurônios sensoriais secundários no bulbo olfatório,
alimentos).
localizado na parte inferior do lobo frontal. Os neurônios
2dários e de ordem superior se projetam do bulbo Vias gustatórias
olfatório, através do trato olfatório (diferente da maioria Os receptores gustatórios estão localizados
das vias, não passa pelo tálamo) para o córtex olfatório. primariamente nos botões gustatórios (possuem de 50 a
Vias ascendentes do bulbo levam a informação até a 150 receptores), agrupados em papilas gustativas na
amigdala e ao hipocampo, parte do sistema límbico superfície da língua, mas também aparecem em outras
envolvido com emoção e memória, o que garante a regiões da cavidade oral como o palato.
memória olfativa. Para ser detectada, a substância deve se dissolver na
Epitélio olfatório saliva e no muco da boca. Os ligantes gustatórios
dissolvidos interagem com uma proteína localizada na
Os neurônios sensoriais olfatórios possuem um único
membrana apical da célula receptora gustatória. Essa
dendrito, que se estende do corpo celular para a
interação inicia uma cascata de transdução de sinal, que
superfície do epitélio, e um único axônio, que se estende
termina com a liberação de um mensageiro químico pela
até o bulbo olfatório.
célula receptora gustatória.
As células tronco da camada basal do epitélio olfatório
Os sinais químicos liberados das células receptoras
se dividem continuamente para criar novos neurônios.
gustativas ativam os neurônios sensoriais primários ou
Transdução do sinal olfatório gustatórios e seguem nos nervos cranianos VII, IX e X
(facial, glossofaríngeo e vago) para o bulbo onde fazem
A superfície do epitélio olfatório possui os terminais
sinapse. A informação sensorial vai ao córtex (localizado
protuberantes dos dendritos dos neurônios sensoriais
no lobo frontal) através do tálamo. O processamento
olfatórios, onde de cada protuberância emergem vários
central da informação sensorial compara a entrada de
cílios imóveis, tais que estão embebidos em uma
várias células receptoras gustatórias e interpreta a
sensação com base nas populações neuronais com A audição é nossa percepção da energia das ondas
respostas mais fortes. sonoras. O som é uma sensação resultante de uma
perturbação mecânica invisível, que consiste em rápidas
Os sinais provenientes dos neurônios sensoriais também
variações da pressão atmosférica que se propagam
iniciam respostas comportamentais como o
sobre a forma de ondas, graficamente representadas de
comportamento alimentar e respostas antecipatórias
forma periódica, caracterizada em função do tempo,
que ativam o sistema digestório.
velocidade, amplitude, que gera uma frequência.
Transdução gustatória
A frequência da onda é dada em Hertz por segundo. O
É efetuada por células epiteliais polarizadas não neurais. comprimento de onda é a distância entre duas cristas e
Os sabores doce, amargo e umami estão associados à depende da amplitude, ou altura da onda que é dada em
ativação de receptores acoplados à proteína G. decibéis. A frequência alta determina som agudo,
enquanto a baixa determina som grave.
Os mecanismos de transdução para o salgado e o azedo
são mediados por canais iônicos. Aparelho auditivo

Os botões gustatórios possuem 4 tipos celulares Orelha externa: é constituída da orelha (aurícula), ou
morfologicamente distintos: pina, e do meato acústico externo (canal auditivo), que é
Tipo I: células de sustentação do tipo glial. fechado pela membrana timpânica que separa a orelha
Tipo II: células receptoras. externa da média.
Tipo III: células pré-sinápticas, são receptoras gustatórias
Orelha média: cavidade preenchida com a faringe
Células basais.
através da tuba auditiva.
Cada célula receptora gustatória é uma célula epitelial Orelha interna: possui duas estruturas sensoriais
não neural polarizada inserida dentro do epitélio, de principais, o aparelho vestibular, com seus canais
modo que apenas uma pequena ponta de uma semicirculares, é o transdutor sensorial para o nosso
extremidade se estende para a cavidade oral através do sentido do equilíbrio. A cóclea da orelha interna possui
poro gustativo. os receptores sensoriais da audição, se enrola como
No botão, junções de oclusão unem as extremidades concha de caracol dentro da cavidade óssea.
apicais de células vizinhas, o que limita o movimento de *Nervo vestibulococlear VIII
moléculas entre as células. A membrana apical da célula
Transdução sonora
receptiva gustatória é modificada em microvilosidades
que aumentam a superfície de contato com o ambiente. A audição é um sentido complexo que envolve várias
transduções. A energia das ondas sonoras no ar, que
A transdução se inicia com a ativação da célula
chegam a orelha externa, se torna vibração mecânica e
gustatória pelos ligantes. Várias vias intracelulares são
depois ondas no líquido da cóclea, depois que são
ativadas. O sinal de Ca2+ no citoplasma desencadeia a
direcionas para dentro do meato acústico externo e
exocitose, por abertura de canais iônicos ou a formação
atingem a membrana timpânica, e as vibrações são
de ATP, sendo liberados o ATP ou a serotonina
então transferidas ao martelo, bigorna e estribo, esse
(quimiorreceptor) dependendo do tipo de ligante.
complexo de ossículos aumenta a amplitude do som, de
Ambos atingem o neurônio sensorial primário que
modo que pouca energia sonora é perdida.
dispara potenciais de ação que são enviados para o
encéfalo. Essas ondas, quando no meio líquido abrem canais
iônicos nas células pilosas ou ciliadas, que são os
III.Audição
receptores da audição. O fluxo de íons para dentro das
A orelha é um órgão sensorial especializado em duas células gera um sinal elétrico que libera um
funções: neurotransmissor que dispara potenciais de ação nos
*Audição: ligada a linguagem, comunicação, neurônios auditivos primários. À medida que as ondas
aprendizado, percepção do ambiente e influência se movem pela cóclea, elas empurram as membranas
individual. flexíveis do ducto coclear curvando as células ciliadas
sensoriais que se localizam em seu interior.
*Equilíbrio: movimentação e locomoção, relaciona-se ao
aparelho vestibular da orelha externa, sendo esse o Desenrolada a cóclea pode ser vista como três canais
sensor primário do equilíbrio. paralelos cheios de líquido: a rampa vestibular, ducto
coclear e rampa timpânica. O líquido presente nas
Sensibilidade auditiva rampas é semelhante ionicamente ao plasma, e é
conhecido como perilinfa.
O ducto coclear possui o órgão de Corti que contém as A codificação para o tom do som é primariamente uma
células ciliadas e células de sustentação. Esse órgão se função da membrana basilar, tal que possui sensibilidade
situa sobre a membrana basilar e é parcialmente coberto variável a frequência da onda sonora ao longo de seu
pela membrana tectória, ambas são tecidos flexíveis que comprimento. Essa frequência determina o
se movem em resposta às ondas que percorrem a rampa deslocamento da membrana basilar. A localização das
do vestíbulo, gerando curvatura das células pilosas. células pilosas ativas gera um código que o cérebro
traduz como informação sobre o tom do som.
As células pilosas ou ciliadas são receptores não neurais,
tem superfície apical modificada com cílios rígidos Via auditiva
chamados estereocílios, dispostos em tamanho
Depois que a cóclea transforma as ondas sonoras em
crescente e ligados entre si por pontes proteicas
sinais elétricos, os neurônios sensoriais transferem essa
chamadas de filamentos de ligação, que atuam como
informação para o encéfalo, atingindo os dois
pequenas molas conectadas a portões que abrem e
hemisférios do SNC.
fecham os canais iônicos na membrana. Esses
estereocílios são inseridos na membrana tectória acima Os neurônios auditivos primários projetam-se da cóclea
deles, acompanhando seu movimento. para os núcleos cocleares do bulbo, conduzindo
informações que são processadas na temporização ou na
Quando as células pilosas se movem em resposta às
qualidade do som.
ondas sonoras, seus esterocílios se curvam.
Do bulbo os neurônios sensoriais secundários projetam-
*Como ocorre:
se para dois núcleos superiores, um ipsilateral e outro
Repouso: cerca de 10% dos canais iônicos estão abertos, contralateral, ou seja, cada lado do cérebro recebe
e existe uma baixa liberação tônica do neurotransmissor informação de ambas as orelhas.
no neurônio sensorial primário, dessa forma há pouco
Processamento no tronco encefálico determina a direção
potencial de ação.
do som e reflexos motores de orientação.
Excitação: quando as células pilosas se curvam em uma
O córtex auditivo, que fica no lobo temporal, efetua a
direção, a célula despolariza, pelo fato de os canais
percepção auditiva consciente, relacionada a local,
estarem abertos e ocorrer grande influxo de cátions (K+
timbre e altura do som e tem áreas associativas
e Ca+) , aumentando a frequência de potenciais de ação
cognitivas de interpretação da linguagem e apreciação
no neurônio sensorial associado. O padrão de vibração
da música.
das ondas é convertido em potenciais de ação que vão
para o SNC. SENSORIAL III - Aula 7

Inibição: se as células pilosas se curvam na direção I.Equilíbrio


oposta, a célula hiperpolariza, uma vez que os canais se Estado de estabilidade referente a posição corporal no
fecham e há menor entrada de cátions, assim a espaço.
sinalização dos neurônios sensoriais diminui até se
extinguir. Possui dois componentes:

*A transdução sonora se divide em: 1. Componente dinâmico: fornece informações


sobre o movimento do corpo no espaço.
*Transdução acústica: energia das ondas no ar. Estão 2. Componente estático: informa se a cabeça está
envolvidos o meato acústico e o tímpano. na posição vertical normal.
*Transdução mecânica: vibração. Estão envolvidos os Esses componentes se relacionam com a manutenção do
ossículos e a janela oval. equilíbrio, estabilização da visão durante os movimentos
*Transdução hidráulica: ondas fluidas. da cabeça e dos olhos e auxiliam na propriocepção.

Codificação sensorial da frequência da onda sonora Aparelho vestibular ou labirinto membranoso


(tom) Série intrincada de câmaras interconectadas cheias de
O sistema auditivo processa as ondas sonoras, na cóclea, líquido. Composto de dois órgãos otolíticos (que
de modo que elas possam ser discriminadas quanto a informação a aceleração linear e a posição da cabeça)
localização, tom e altura. semelhantes a sacos, o sáculo e o utrículo, além de três
canais semicirculares que se conectam ao utrículo em
Quanto mais interno o ruído, mais frequentemente o
suas bases.
neurônio dispara seu potencial de ação.
Os canais semi-circulares detectam a aceleração
rotacional. Estão orientados em ângulos retos um ao
outro. O canal posterior detecta a rotação esquerda- cerebelo ou ascendem através da formação reticular e
direita, o horizontal detecta rotações associadas ao giro do tálamo.
e o anterior detecta rotação para frente e para trás.
*Via do reflexo vestíbulo-coclear: é responsável por
Esse aparelho, assim como o ducto coclear, é preenchido estabilizar a imagem na retina durante movimentos
com endolinfa com alta concentração de K+ e baixa de rápidos da cabeça.
Na+, secretadas pelas células epiteliais.
*Sistema proprioceptivo para controle da postura:
Em uma das extremidades de cada canal há uma câmara receptores tendinosos e musculares, mecanoceptores
alargada chamada ampola, que contêm uma estrutura articulas, baroceptores profundos.
sensorial chamada de crista, que é constituída de células
*Cinetose: sensibilidade aumentada frente a alguns
ciliadas mergulhadas em uma massa gelatinosa, a
movimentos.
cúpula, que se estende da base ao teto da ampola,
fechando-a. Resumo

As células ciliadas transformam o estímulo mecânico de *O equilíbrio é efetuado por um conjunto de ações
aceleração em estímulo elétrico. realizadas pelo Aparelho

Nas ampolas a endolinfa inclina a cúpula e suas células Vestibular, a propriocepção e a visão.
ciliadas na direção oposta aquela para qual a cabeça está *O aparelho vestibular dá o equilíbrio para a velocidade
girando. Se a rotação continua, o movimento da de rotação da cabeça e da posição da cabeça em relação
endolinfa passa a ser o mesmo da cabeça. Se a rotação a gravidade.
para de forma abrupta, o líquido continua rotacionando
na mesma direção em que a cabeça estava *Pelo movimento da cabeça ocorre o disparo do
anteriormente, deixando a pessoa com sensação de potencial de ação gerado pelos estereocílios presentes
ainda estar girando. nos utrículos e sáculos dos vestíbulos e canais
semicirculares.
O utrículo e o sáculo são organizados para detectar
forças lineares. Suas estruturas sensoriais, as máculas, *O potencial gerado é transmitido pelo RAMO
compreendem células pilosas, a membrana otolítica VESTIBULAR DO NERVO VESTÍBULOCOCLEAR (Nervo
(uma massa gelatinosa) e otólitos (proteínas e carbonato Facial VIII).
de cálcio). Os cílios das células pilosas são inseridos na *No SNC o potencial de ação passa pelo TRONCO
membrana otolítica e os otólitos se ligam a matriz de ENCEFÁLICO e pelo TÁLAMO. Neurônios secundários
proteína na superfície da membrana. Se a gravidade ou a seguem do TÁLAMO para o córtex cerebral e associações
aceleração faz os otólitos deslizarem para frente ou para cinestésicas.
trás a membrana desliza junto, curvando os cílios das
*No processo associativo com o TRONCO ENCEFÁLICO, o
células pilosas e produzindo um sinal.
aparelho vestibular promove o Reflexo Vestíbulo-ocular
A mácula do utrículo detecta a aceleração para frente ou e o Reflexo Vestíbulo-espinhal.
a desaceleração, e quando a cabeça se inclina. Ela se
II.Visão
orienta verticalmente quando a cabeça está ereta, por
isso é sensível a forças verticais. Processo no qual a luz refletida por objetos é traduzida
em uma imagem no SNC.
O cérebro analisa o padrão das células pilosas
despolarizadas e hiperpolarizadas para calcular a posição Esse processo é dividido em três etapas:
da cabeça e a direção do movimento. A disposição da
1. A luz entra no olho o cristalino a focaliza na
despolarização das células ciliadas é dividida por uma
retina.
linha chamada estríola.
2. Os fotorreceptores da retina transduzem a
Vias de equilíbrio energia luminosa em um sinal elétrico.
3. As vias neurais da retina para o cérebro
As células pilosas vestibulares, assim como as da cóclea,
processam os sinais elétricos em imagens
estão tonicamente ativas e liberam neurotransmissor
visuais.
nos neurônios sensoriais primários do nervo vestibular
(ramo do vestibulococlear). Esses neurônios sensoriais Função
fazem sinapse nos núcleos vestibulares do bulbo ou
*Habilidade de detectar luz e movimentos.
podem ir para o cerebelo sem fazer sinapse. O cerebelo *Perspectiva visual = consciência do que está vendo
é uma região importante do processamento do *Percepção de profundidade, cores e formas
equilíbrio. Vias colaterais seguem do bulbo para o *Acuidade visual = detalhes espaciais
Acomodação visual
Sensibilidade visual Processo pelo qual o olho ajusta a forma da lente para
manter os objetos em foco. Esse ajuste é controlado
Capacidade de captação e transformação de energia
pelo músculo ciliar. O cristalino é uma lente biconvexa, e
luminosa em impulsos elétricos formando imagem no
por isso promove refração da luz para acomodação
SNC, realizada pelos fotorreceptores na retina, que é a
visual, além disso ele converge refratando para um único
camada mais interna do globo ocular.
ponto.
Anatomia externa do olho
*Ponto próximo de acomodação = menor distância na
O olho é protegido pela órbita, tem como estruturas qual é possível focalizar um objeto (10 cm do objeto).
acessórias os músculos extrínsecos do olho, são eles os
Refração das lentes
músculos retos lateral, medial, superior e inferior, e os
músculos oblíquos superior e inferior, que controlam os Fenômeno de refração: Um raio de luz muda a direção
movimentos oculares, coordenados pela inervação dos de sua trajetória quando passa de um meio para outro,
nervos motores associados ao globo ocular, que são o incidindo de forma obliqua na interface de outro meio.
troclear (IV), abducente (VI) e oculomotor (III). Também Quando a interface é curva, o ângulo entre as trajetórias
é inervado pelo nervo sensitivo oftálmico (V1). As é diretamente proporcional a curvatura.
pálpebras superior e inferior se encontram na superfície
A luz que entra no olho é refratada duas vezes, quando
anterior do olho, e o aparelho lacrimal, que lava a
passa pela córnea e quando passa pela lente.
superfície exposta.
*Os raios de luz paralelos que chegam a uma lente
A pupila é uma abertura através da qual a luz entra. Ela
côncava são refratados em um feixe mais largo.
tem variação de tamanho devido a contração ou
relaxamento dos músculos lisos da pupila (radial e *Os que incidem em uma lente convexa se curvam para
circular), sendo responsável pelo controle da entrada de dentro e são focalizados em um ponto, chamado ponto
luz. O tamanho da pupila é determinado pela íris. focal
Reflexo pupilar ou fotomotor é utilizado como exame
para aferir o funcionamento do SNC e SNP através da *Erros de refração:
contração da pupila estimulada pela luz. 1. Miopia: ocorre quando o ponto focal incide à frente
*Miose: retração da pupila, por estímulo do
da retina, formando a imagem antes dessa.
parassimpático.
*Midriase: dilatação da pupila, por estímulo do 2. Hiperopia: ocorre quando o ponto focal incide atrás da
simpático. retina, formando a imagem depois dessa.

O olho é uma esfera oca dividida em dois Neurônios da retina


compartimentos ou câmaras, separados por uma lente 1.Fotorreceptores: convertem energia luminosa em
(cristalino) que é um disco transparente responsável por sinais elétricos. Existem dois tipos, os cones e os
focalizar a luz, e é suspensa por ligamentos (zônulas bastonetes.
ciliares).
*Cones: responsáveis pela visão de alta acuidade e pela
A câmara anterior, na frente da lente, é preenchida com visão colorida (policromática). Existem em abundância
o humor aquoso, líquido com baixa concentração de na região da fóvea.
proteínas, similar ao plasma, que é secretado pelo
*Bastonetes: funcionam na presença de pouca luz,
epitélio ciliar que sustenta a lente. Atrás da lente está a
sendo responsáveis pela visão noturna (monocromática),
câmara postrema ou vítrea, bem maior, mas também
sombras, escala de preto e branco.
preenchida pelo humor, uma matriz gelatinosa que
ajuda a manter a forma do bulbo do olho. A parede 2.Células bipolares: Existem dois tipos, ON e OFF. As
externa do bulbo, a esclera é constituída de tecido células ON são ativadas na luz, enquanto as OFF são
conectivo. inibidas.
Via visual 3.Células ganglionares: seus axônios formam o nervo
óptico. Fazem sinapse com as células bipolares.
A luz atravessa todas as estruturas transparentes:
córnea, humor aquoso, lente e humor vítreo, é focada na 4.Células amácrinas: modulam a informação que flui
retina e sensibiliza os fotorreceptores, que transformam entre as células bipolares e as ganglionares.
a energia eletromagnética em sinais elétricos, que serão
5.Células horizontais: fazem sinapse com os
transformados em sinais químicos pela liberação de
fotorreceptores e com as células bipolares.
neurotransmissores.
Absorção da luz Assim que os potenciais de ação emergem do corpo das
células ganglionares, elas percorrem os nervos ópticos
Os pigmentos visuais sensíveis à luz estão nas
até o SNC, onde são processados (córtex visual é o
membranas celulares dos fotorreceptores e são
cérebro). O nervo óptico penetra no encéfalo pelo
excitados por diferentes comprimentos de onda, o que
quiasma óptico, ponto onde algumas fibras nervosas
permite a visão colorida. São transdutores que
cruzam para o lado contrário de sua origem no olho,
convertem a energia luminosa em uma mudança no
assim a visão do lado esquerdo é processada no lado
potencial de membrana.
direito e vice-versa, ou seja, ocorre o processo de
Fototransdução decussação. As informações oriundas das células
ganglionares são reunidas e processadas de forma
simultânea.
Visão binocular: na porção central do campo visual, os
campos direito e esquerdo se sobrepõem, assim, o
cérebro processa e integra essas duas visões para que
seja possível a visualização do objeto em 3D.
Visão monocular: quando o objeto se situa no campo
visual de apenas um dos olhos e são vistos em 2D.
Resumo
É similar para rodopsina (nos bastonetes) e para os três
pigmentos coloridos (nos cones), tendo o glutamato *A visão é um sistema complexo em que a luz é refletida
como quimiotransmissor em ambas células bipolares. e transformada em imagem. Sua função caracteriza-se
pela habilidade de detectar a luz e movimentos, a
O estímulo das células ganglionares é importante para o
perspectiva visual, a percepção de profundidade, a
reconhecimento de contraste, localização,
acuidade visual e a percepção de cores e formas.
movimentação, profundidade, cor, forma e textura.
*Exige um conhecimento básico do comportamento
A ação, seja excitação ou inibição depende do tipo de
físico dos raios luminosos e da anatomia do globo ocular.
receptor presente, ou seja, um único estímulo tem duas
respostas. *A luz, uma vez refletida na retina, é transformada em
impulsos nervoso por um conjunto de células
*Bastonetes
especializadas nervosas.
Possuem três tipos de canais catiônicos: canais
*Participam da transdução as células fotorreceptoras e
dependentes de nucleotídeo cíclico, que permitem a
células nervosas que efetuam integração horizontal e
entrada de Na+ e Ca2+; canais de K+ que permitem a
vertical da informação visual.
saída desse íon; e canais de Ca2+ dependentes de
voltagem no terminal sináptico, que participam da *Rodopsina é o pigmento presente nas células
regulação da exocitose do neurotransmissor. fotorreceptoras e responsável pela modulação da
proteína G e produção de neurotransmissor
Por estar escuro a rodopsina fica inativa e então
GLUTAMATO.
aumenta a concentração de GMPc, deixando abertos os
canais catiônicos. Assim, ocorre influxo de sódio e efluxo *As células ganglionares formam o NERVO OPTICO que
de potássio, levando a despolarização e exocitose é o nervo sensitivo da visão.
constante do glutamato para os neurônios bipolares que
*Os impulsos nervosos seguem pelo NERVO ÓPTICO
se despolarizam.
(NERVO CRANIANO II) para o SNC.
*Cones
*No SNC, o nervo óptico faz sinapse no TÁLAMO e segue
A intensidade de luz diminui a liberação de GMPc e via neurônios secundários para a CÓRTEX DA VISÃO.
assim a rodopsina encontra-se ativa. Ocorre então
*Através do QUIASMA ÓPTICO a imagem se transforma
fechamento dos canais catiônicos provocando apenas o
em uma única.
efluxo de potássio o que gera hiperpolarização, a célula
bipolar segrega informação e é despolarizada, assim *Respostas autonômicas retornam pelos NERVOS
como a célula ganglionar. CRANIANOS para ajuste da entrada de luminosidade e
ajuste da imagem no globo ocular.
Campos visuais
É a quantificação da área espacial percebida pelo olho.
*Respostas associativas para o entendimento da
imagem, movimento de direção, aprendizagem e outros
são realizadas também no córtex cerebral.

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