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Material Teórico
Dimensionamento de Pilares
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Dimensionamento de Pilares
• Introdução;
• Conceitos Básicos;
• Efeitos de 2ª Ordem;
• Dimensões Mínimas;
• Armadura Mínima e Máxima;
• Classificação de Pilares;
• Excentricidades;
• Parâmetros Geométricos: Índice de Esbeltez, Raio de Giração,
Comprimento de Flambagem;
• Métodos de Cálculo.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar a função dos pilares de concreto armado e sua interação com os demais
elementos estruturais;
• Apresentar os efeitos de 2a ordem e as dimensões minimas dos pilares;
• Conceituar as armaduras minimas e máximas dos pilares, bem como a classificação dos
pilares quanto a sua posição na estrutura;
• Apresentar os tipos de excentricidades, os parâmetros geométricos e os metódos de
cálculo de pilares.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Dimensionamento de Pilares
Introdução
As estruturas usuais de concreto armado são compostas por lajes, vigas e pilares.
As ações variáveis de utilização dos compartimentos atuam sobre as lajes, e delas
vão para as vigas e, em seguida, para os pilares, que as conduzem até as fundações.
As vigas, por sua vez, além do seu peso próprio e das cargas das lajes, recebem
também cargas de paredes dispostas sobre elas, além de cargas concentradas pro-
venientes de outras vigas e pilares que nelas nascem, levando todas essas cargas
para os pilares em que estão apoiadas.
Os pilares são responsáveis por receber as cargas dos andares, acumular as rea-
ções das vigas em cada andar e conduzir esses esforços até as fundações.
Nos edifícios de vários andares, para cada pilar e no nível de cada andar, tem-se
o subtotal da carga atuante, desde a cobertura até os andares inferiores das edifi-
cações. Essas cargas, no nível de cada andar são utilizadas para dimensionamento
dos tramos do pilar. A carga total do pilar é utilizada no projeto de cada fundação.
Nas estruturas constituídas por lajes sem vigas, os esforços são transmitidos di-
retamente das lajes para os pilares. Nessas lajes, deve-se dedicar atenção especial à
verificação do puncionamento.
Conceitos Básicos
Os pilares são elementos estruturais lineares de eixo reto. Eles são geralmente
dispostos na posição vertical, sendo as forças normais de compressão os esforços
internos solicitantes considerados preponderantes.
A função principal dos pilares é a de receber as ações que atuam nos diversos
níveis das construções e conduzi-las até o nível do solo, através das fundações exis-
tentes em suas extremidades inferiores.
As ações verticais são transferidas aos pórticos pelas estruturas dos pavimentos,
e as ações horizontais, geralmente provenientes da ação do vento, conduzidas aos
pórticos pelas paredes externas.
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Efeitos de 2ª Ordem
O deslocamento local de 2ª ordem é aquele que ocorre em um lance do pilar
(trecho do pilar entre dois pavimentos), como os deslocamentos horizontais da bar-
ra indicada na Figura 1.
F a F
y
L L y
M=F.a (1)
Efeitos de 2ª ordem são aqueles que se somam aos obtidos em uma análise de
1ª ordem (em que o equilíbrio da estrutura é estudado na configuração geométrica
inicial), quando a análise do equilíbrio passa a ser efetuada considerando a configu-
ração deformada.
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
A análise estrutural com efeitos de 2ª ordem deve assegurar que, para as com-
binações mais desfavoráveis das ações de cálculo, não ocorra perda de estabilidade
nem esgotamento da capacidade resistente de cálculo.
A não linearidade física, presente nas estruturas de concreto armado, deve ser
obrigatoriamente considerada.
Dimensões Mínimas
Com o objetivo de evitar um desempenho inadequado do pilar e propiciar boas
condições de execução, a norma ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de
concreto – Procedimento – determina que a seção transversal dos pilares, qualquer
que seja a sua forma, não deve apresentar dimensão menor que 19 cm. Em casos
especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19 cm e 14 cm, desde
que no dimensionamento se multipliquem os esforços solicitantes de cálculo a se-
rem considerados no dimensionamento por um coeficiente adicional γn, obtido na
Expressão (2) e indicado na Tabela (1).
Em qualquer caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a
360 cm2. Assim, a seção transversal mínima de um pilar retangular será 14 cm x
25,7 cm (Figura 2).
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Armadura Mínima e Máxima
A armadura longitudinal mínima de pilar é determinada pela Expressão (3).
Nd
As , mín 0,15 0, 004 Ac (3)
f yd
Onde:
Classificação de Pilares
Os pilares podem ser classificados conforme as solicitações iniciais e a esbeltez.
TIPOS DE PILARES EM
1 - PILAR INTERNO 3 - PILAR DE CANTO
FUNÇÃO DA SOLICITAÇÃO
2 - PILAR DE BORDA
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
Excentricidades
As excentricidades nos pilares podem ser (Figura 7):
• Excentricidade de 1ª Ordem;
• Excentricidade Acidental;
• Excentricidade de 2ª Ordem;
• Excentricidade devida à Fluência.
4 - Excentricidade
devida à Fluência
1 - Excentricidade 3 - Excentricidade
de 1ª ordem
TIPOS DE EXCENTRICIDADES de 2ª ordem
2 - Excentricidade
Acidental
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Excentricidade de 1ª Ordem (e1)
A excentricidade de 1ª ordem (e1) é a excentricidade que ocorre nos pilares de-
vido à possibilidade de ocorrência de momentos fletores externos solicitantes que
podem ocorrer ao longo do comprimento do pilar, ou devido ao ponto teórico de
aplicação da força normal não estar localizado no centro de gravidade da seção
transversal, ou seja, existência da excentricidade inicial (a).
e1 = 0 (5)
N
x
e1 = a (6)
x
a
e1 = M/N (7)
13
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
N M
x
e1 = a + M/N (8)
M
x
a
TIPOS DE IMPERFEIÇÕES DO
1 - Imperfeições 2 - Imperfeições
Globais
EIXO DOS ELEMENTOS DA Locais
ESTRUTURA DESCARREGADA
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Muitas das imperfeições podem ser cobertas pelos coeficientes de ponderação,
mas as imperfeições dos eixos das peças não podem. Elas devem ser explicitamen-
te consideradas porque têm efeitos significativos sobre a estabilidade da construção.
Imperfeições globais
Na análise global das estruturas reticuladas, sejam elas contraventadas ou não,
deve ser considerado um desaprumo dos elementos verticais (Figura 13).
θa
1 (9)
1
100 H
11/ n (10)
a 1
2
Onde:
15
15
UNIDADE Dimensionamento de Pilares
θa = θ1 (13)
Imperfeições locais
Na análise local de elementos dessas estruturas reticuladas, devem também ser
levados em conta efeitos de imperfeições geométricas locais. Para a verificação de
um lance de pilar, deve ser considerado o efeito do desaprumo ou da falta de retili-
nidade do eixo do pilar (Figura 14).
Pilar de
contraventamento Pilar contraventado
θ1
Elemento de
travamento
L
θ1
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A Figura (15) apresenta a forma da falta de retilinidade no pilar.
ea
θ1
L
θ1 L/2
ea
L
θ1
H (14)
ea 1
2
Momento mínimo
Segundo a norma ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento, o efeito das imperfeições locais nos pilares pode ser substituído em
estruturas reticuladas pela consideração do momento mínimo de 1ª ordem, dado
pela expressão (15).
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
Nas estruturas reticuladas usuais admite-se que o efeito das imperfeições locais
esteja atendido se for respeitado esse valor de momento total mínimo. A esse mo-
mento devem ser acrescidos os momentos de 2ª ordem.
e1
25 12, 5
1 h 35 90 (16)
b
1
Onde:
MB
b 0, 6 0, 4 0.4 0, 4 b 1, 0 (17)
MA
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Onde: MA, MB – momentos de 1ª ordem nas extremidades do pilar.
Deve ser adotado para MA o maior valor absoluto ao longo do pilar biapoiado e para
MB o sinal positivo, se tracionar a mesma face que MA, e negativo, em caso contrário.
• Para pilares biapoiados com cargas transversais significativas ao longo da altu-
ra (Expressão 18).
b 1, 0 (18)
MC
b 0, 8 0, 2 0.4 0, 85 b 1, 0 (19)
MA
Onde:
b 1, 0 (20)
N sg
M sg
ea 2, 718 1
N e N sg
ecc (21)
N
sg
Onde:
ϕ: coeficiente de fluência;
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
Sendo:
10 Eci I c
Ne = (22)
L2e
Parâmetros Geométricos:
Índice de Esbeltez, Raio de Giração,
Comprimento de Flambagem
O fenômeno da flambagem é o deslocamento lateral na direção de maior esbel-
tez, com força normal de compressão menor do que a força normal de ruptura do
material. A ruína causada pela flambagem é repentina e violenta, mesmo que não
ocorram acréscimos bruscos nas ações aplicadas.
Uma barra comprimida feita por alguns tipos de materiais pode resistir a cargas
superiores à carga crítica (Ncrít), o que significa que a flambagem não corresponde
a um estado-limite último. No entanto, para uma barra comprimida em concreto
armado, a flambagem caracteriza um estado-limite último.
Le (23)
i
Onde:
I (24)
i=
A
Onde:
20
Para seção retangular, o índice de esbeltez é dado na Expressão (25).
3, 46 Le (25)
h
Onde:
4 - Pilar Esbelto
2 - Pilar Médio
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
Os pilares curtos e médios representam a grande maioria dos pilares das edifi-
cações. Os pilares medianamente esbeltos e esbeltos são muito menos frequentes.
L h
Le 0 (30)
L
Onde:
L: distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar es-
tá vinculado.
Figura 18 – Valores de L e L0
Métodos de Cálculo
Conforme a norma ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto
– Procedimento, o Método do Pilar-Padrão com Curvatura Aproximada pode ser
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empregado apenas no cálculo de pilares com λ ≤ 90, com seção constante e ar-
madura simétrica e constante ao longo de seu eixo. A não linearidade geométrica
é considerada de forma aproximada, supondo-se que a deformação da barra seja
senoidal. A não linearidade física é considerada através de uma expressão aproxi-
mada da curvatura na seção crítica.
1 0, 005 0, 005
(31)
r h 0, 5 h
Onde:
r: raio de curvatura;
Nd
(32)
Ac f cd
Onde:
O momento fletor total máximo no pilar deve ser calculado com a Expressão (33).
L2e 1 (33)
M d , tot b M 1d , A N d M 1d , A
10 r
Onde:
23
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
Sendo:
Onde:
O efeito das imperfeições locais nos pilares pode ser substituído, em estruturas
reticuladas, pela consideração do momento mínimo de 1ª ordem (Expressão 36).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Concreto Armado Eu te Amo - Vai para Obra
BOTELHO, M. H. C.; FERRAZ, N. N. Concreto Armado Eu te Amo - Vai para
Obra. Volume 1. 8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015. (e-book)
Introdução à Engenharia de Estruturas de Concreto
FUSCO, P. B.; ONISHI, M. Introdução à Engenharia de Estruturas de Concreto.
Boston: Cengage Learning Editores, 2017. (e-book)
Caderno de Receitas de Concreto Armado
PILOTTO NETO, E. Caderno de Receitas de Concreto Armado. Vol. 1. Vigas. São
Paulo: LTC, 2017. (e-book)
Caderno de Receitas de Concreto Armado
PILOTTO NETO, E. Caderno de Receitas de Concreto Armado. Vol. 3. Lajes. São
Paulo: LTC, 2017 (e-book)
Curso Básico de Concreto Armado
PORTO, T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso Básico de Concreto Armado. São
Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014. (e-book)
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UNIDADE Dimensionamento de Pilares
Referências
BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto Armado Eu te Amo. Volume
1. 8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2015. (ebook)
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