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Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo

Máquinas de Fluxo e Sistemas Fluidomecânicos


2) Bombas

v. 1.1
A classificação de acordo com a forma de realização de
trabalho é o nosso ponto de partida
Êmbolo
Pistão
Alternativas
Diafragma

Bombas de Palhetas
deslocamento
positivo Diafragma
(BDP)
Pistões axiais
Rotativas Pistões radiais
Engrenagens
Lóbulos
Peristática

Radiais
Turbobombas Mistas

Axiais
2
As figuras nos ajudam a entender o funcionamento de
alguns tipos de BDP alternativas
Pistão Êmbolo Diafragma

3
As figuras nos ajudam a entender o funcionamento de
alguns tipos de BDP rotativas

Palhetas Engrenagens Lóbulos

4
Bomba de pistões axiais (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=2T-6jDm_ebI

Radial Piston Pump

5
Bomba de diafragma (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=LzlOxyQ1KbU

6
Bomba de palhetas (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=IxIio2r_bQE

7
Bomba de engrenagem (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=BK0sWHQ2jHs

8
Bomba de engrenagem interna (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=y7_AtJoUY6g

9
Bomba de lóbulos (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=1ca-rXDqMMo

10
Bomba de parafusos (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=nvK-jL3SzxQ

11
Bomba peristáltica (BDP)

https://www.youtube.com/watch?v=G-opjbhldN8

12
Bomba axial (turbomáquina)

https://www.youtube.com/watch?v=MRB9z8F6p_4

13
Bomba centrífuga (turbomáquina)

https://www.youtube.com/watch?v=lmjIQqo8mX4

14
A tabela nos ajuda a escolher o tipo de bomba de acordo
com a aplicação
Característica Turbobomba BDP

pressão baixa média a alta

vazão média a alta baixa

vazão contínua pulsátil

viscosidade baixa a média alta

auto-escorvante em geral, não sim

movimento de volume aproximado exatidão

Outras aspectos Turbobomba BDP

custo baixo a médio elevado

rotação alta baixo a médio

peso/potência baixa pulsátil

15 tamanho/potência
O diagrama nos ajuda a selecionar uma bomba entre as
duas categorias: dinâmicas e deslocamento positivo

16 Henn, E.A.L. Máquinas de fluido, 2 ed., Editora UFSM, 2006


As curvas características explicam, em parte, as
aplicações de cada tipo de bomba

17
O diagrama nos ajuda a selecionar um tipo BDP com base
na vazão e diferença de pressão
Bomba de lóbulos

Bomba de palhetas

Bomba de palhetas flexíveis

Bomba de parafusos sincronizada

Bomba de parafusos não-sinc

Bomba de cavidade progressiva

Bomba de engrenagem interna

Bomba de engrenagem externa

Bomba peristática

Bomba de pistão axial

Bomba de pistões radiais


https://www.plantservices.com/articles/2011/08-advice-on-rotary-positive-displacement-pumps/
18
A tabela nos ajuda a selecionar um tipo de BDP com base
nas características da aplicação

19
Um resumo nos ajuda a visualizar o propósito até aqui

– Classificamos as bombas em duas categorias principais: bombas de


deslocamento positivo (estáticas) e turbobombas (dinâmicas);

– Apresentamos tipos de BDPs e turbobombas; observamos seu


funcionamento através de vídeos;

– Apresentamos critérios qualitativos para seleção de uma bomba entre as


duas categorias;

– Apresentamos critérios quantitativos e qualitativos para seleção de um


tipo de BDP;

– Apresentamos os aspectos físicos principais das curvas de desempenho


de bombas.

20
O resumo nos ajudou a traçar nossos próximos passos

– Vamos nos concentrar apenas em bombas dinâmicas;

– Precisamos desenvolver ferramentas teóricas e experimentais para


avaliar quantitativamente o desempenho dessas bombas;

– Precisamos desenvolver critérios quantitativos para seleção de um tipo


de bomba dinâmica.

21
Vamos considerar apenas bombas dinâmicas,
classificadas de acordo com a direção do escoamento

RADIAL MISTA

AXIAL

22
Imagens realistasnos ajudam a entender melhor como se
dá o escoamento internamente às bombas

RADIAL MISTA

https://www.researchgate.net/figure/Numerical-and-manufactured-shape-of-the-mixed-flow-pump_fig2_334681178

https://www.globalpumps.com.au/blog/different-parts-of-centrifugal-pump
AXIAL

23
https://www.global.weir/products/product-catalogue/lewis-vl-axial-flow-pump/
A análise global de desempenho começa pela aplicação da
1a lei em regime permanente para um volume de controle
Considerando apenas uma entrada e uma saída:
S.C. s
2
Ve2
m
Vs
q + he + + g ze = w + hs + + g zs
m 2 2
e
W

Desejamos eliminar q da expressão. Para isso considere a


expressão da 2a lei em regime permanente na forma diferencial:

δq
ds = + δsger combinando com Tds = dh – vdP
T

obtém-se δq = dh – vdP – T δsger

24
E o objetivo é o cálculo do trabalho específico realizado
por ou sobre a máquina

Integrando a expressão a seguir δq = dh – vdP – T δsger

s s

obtém-se q = hs – he – vdP – T δsger
e e

Combinando com a expressão da 1a Lei
2
Ve2 Vs
q + he + +g ze = w + hs + + g zs
2 2
Obtém-se:
s 2 2 s

w = – vdP +
e
Ve
2

Vs
2
+ g ze – g zs – T δsger
e

25
A expressão é a base para a análise de desempenho de
máquinas de fluxo

s 2 2 s

w = – vdP +
e
Ve
2

Vs
2
e

+ g ze – g zs – T δsger

Observe que:

a integral não tem nada a ver com trabalho de fronteira (pdV);

aparece variação de energia cinética / massa de fluido;

aparece variação de energia potencial / massa de fluido;

o último termo é sempre positivo.

26
A expressão pode ser simplificada para o caso de
escoamento incompressível e processo reversível

s 2 2 s

w = – vdP +
e
Ve
2

Vs
2 ∫
+ g ze – g zs – T δsger
e

Simplificação adicional:

Sem trabalho de eixo.

2 2
Vs Ve
v (Ps – Pe) + – + g zs – g ze = 0
2 2

Ps Pe Vs2 Ve2 que é a equação


– + – + g zs – g ze = 0 de Bernoulli!
𝜌 𝜌 2 2
27
A norma ABNT 10131 estabelece a nomenclatura
pertinente a bombas dinâmicas
P
Altura de pressão
𝜌g
2
Altura dinâmica
V
2g
Altura geométrica z
2
Altura total
P V
+ +z
𝜌 g 2g

Altura total na entrada da bomba H1


Altura total na saída da bomba H2
Altura total de elevação H = H2 – H1
28
Como avaliar o desempenho de uma máquina real motora?

Comparando seu desempenho com o de uma máquina ideal


operando sob as mesmas condições.

O desempenho é dado pela eficiência isentrópica. Consideremos,


inicialmente, 2 turbinas adiabáticas, uma reversível e outra não:
Podemos definir:
T P1
1 Wreal m (h1 - h2)
ηs,tur = =
Wideal m (h1 - h2s)
P2
2 (h1 - h2)
2s
ηs,tur =
(h1 - h2s)
s
29
Como avaliar o desempenho de uma máquina real movida?

Analogamente para uma bomba:

Podemos definir:
T 2
P2
2s
Wideal m(h1 - h2s)
ηs,com = =
Wreal m (h1 - h2)
1 P1
(h1 - h2s)
ηs,com =
s (h1 - h2)

30
Estes conceitos costumam gerar confusão, vamos
compreender as diferenças

motor bomba
líquido
elétrico

potência potência de potência


acoplamento
elétrica eixo hidráulica

Pel Peixo PH
bhp = brake
horse power

bhp PH
ηm = ηb =
Pel bhp

PH = 𝜌QgH
31
A norma ABNT 10131 estabelece uma nomenclatura
diferente, mas podemos trabalhar com a anterior

Potência absorvida pelo acionador (Pel) Pac

Potência absorvida pela bomba (Peixo) P

Potência útil fornecida pela bomba ao líquido (PH) Pu


Pu
Rendimento da bomba (𝜂) 𝜋=
P

Rendimento do acionador (inclui P


𝜋ac =
redutor, se houver)
Pac

Rendimento do conjunto bomba- Pu


𝜋t =
acionador (inclui redutor, se houver)
Pac
32
As características da bomba são funções da vazão,
formando curvas características

H = H(Q)

Peixo = Peixo (Q)

𝜂
𝜂 = 𝜂(Q)
H

Curvas típicas de uma bomba centrífuga


operando com rotação constante
33
As curvas características são obtidas experimentalmente

2 2
P2 P1 𝛼2V2 𝛼1V1
H = H2 – H1 = – + – + z2 – z1
34 𝜌g 𝜌g 2g 2g
Os motores elétricos são os principais acionadores, sendo
fundamental entender suas características

Motor assíncrono
ns = velocidade síncrona do motor
f = frequência da rede
p = número de pólos

escorregamento
n = velocidade rotórica;

s% de 2 a 5%
s = escorregamento.
35
Está faltando uma curva característica relacionada ao
fenômeno da cavitação

A cavitação pode ocorrer em qualquer máquina que opere com líquidos sempre
que a pressão estática local cair abaixo da pressão de vapor do líquido.

Há a alteração da forma da
passagem e, por
P↓ P↑ consequência, o campo de
pressão local.

https://www.voltekwater.com/hydrodynamic-cavitation

Cavitação – formação de bolhas de vapor e seu posterior colapso nas regiões


de maior pressão.

Como tamanho e forma das cavidades de vapor são influenciados pelo


campo de pressão local, o fluxo pode se tornar instável. A instabilidade
pode fazer com que todo o fluxo oscile e a máquina vibre.
36
Cavitação é um fenômeno indesejado em máquinas de
fluxo

Cavitação ↑ Desempenho ↓

Pressões e temperaturas superficiais locais elevadas quando a cavidade


de vapor implode, causando danos por erosão ou corrosão superficial!

37
O dano provocado por cavitação em superfícies pode ser
severo

38
Cavitação pode ser evitada se a pressão em toda a
máquina for mantida acima da pressão de vapor

Numa bomba, a cavitação tende a começar na seção onde


o fluxo é acelerado no rotor. Numa turbina começa onde a
pressão é mais baixa.

n↑
Cavitação ↑
Q↑

Pressão maior que a pressão de vapor do líquido


na entrada da bomba (a sucção).

É importante limitar cuidadosamente a queda de


pressão no sistema de tubulação de entrada.
39
O conceito de NPSH é utilizado no projeto de instalações
com menor risco de cavitação em bombas

NPSH = Net Positive Suction Head

NPSH = diferença entre a pressão absoluta de estagnação do


escoamento na sucção da bomba e a pressão de vapor do líquido,
expressa em altura de elevação.

NPSH ↑ Cavitação ↓

40
NPSHa > NPSHr
X
Dois conceitos derivados são utilizados na prática: NPSHr
e NPSHa

NPSHr = Net Positive Suction Head Required

NPSHr é característica da bomba, variando com a vazão, o líquido


bombeado e sua temperatura.

NPSHr é medido e fornecido na forma de curva pelo fabricante.

NPSHa = Net Positive Suction Head Available

NPSHa é calculado aplicando-se a equação da energia à instalação


hidráulica à montante da bomba

41
Os NPSHr e NPSHa variam com a vazão de forma inversa

NPSHa↓

NPSHr↑

região analisada

NPSHa = f(Hs,Vs,T, perdas de carga)

perdas de carga = g(Q)


42
Encerramos exibindo curvas características reais de
bombas centrífugas

rotação

NPSHr / ft
rendimento
H / ft

Peixo na
bomba

diâmetros de rotor

43 Q / gpm.1000
A análise dimensional e semelhança nos ajudam a lidar
com a complexidade física inerente às turbobombas
Variáveis importantes:

Relação entre números adimensionais:

Outras variáveis, como a folga entre as pontas das pás e a carcaça da bomba e a espessura
das pás, podem ser adicionadas à análise dimensional, se necessário.
44
Agrupamos e nomeamos os números adimensionais
importantes no estudo de bombas
ρnD 2
Número de Reynolds Re =
μ
ϵ
Rugosidade relativa ϵ′ =
D
Q
Coeficiente de vazão CQ =
ωD 3
gH
Coeficiente de carga CH = 2 2
ω D
Peixo
Coeficiente de potência CP =
ρω 3D 5

gNPSHr
Coeficiente de altura de sucção CNPSH =
ω 2D 2
45
Semelhança significa igualdade de grupos adimensionais
entre modelo e protótipo

Modelo - representação de um sistema físico utilizada para predizer


seu comportamento com relação a algum aspecto desejado.
O sistema físico é denominado protótipo.

46
Para haver semelhança completa é preciso haver
semelhança geométrica, cinemática e dinâmica

Semelhança geométrica: todas as dimensões do corpo em todas as três coordenadas


têm a mesma proporção de escala linear.
• Ângulos são preservados em semelhança geométrica.
• Direções de fluxo são preservadas.
• Orientações do modelo e protótipo em relação ao entorno devem ser idênticas.

ϵm ϵp
=
Dm Dp

47
Para haver semelhança completa é preciso haver
semelhança geométrica, cinemática e dinâmica

Semelhança cinemática: a velocidade em qualquer ponto do escoamento no modelo


é proporcional à velocidade no ponto homólogo do protótipo por um fator de escala
constante.
• O mesmo padrão das linhas de corrente é observado;
• Os regimes de escoamento são os mesmos. Remodelo = Reprototipo

Triângulos de velocidade

Em 1 e 2 (in) e (out):
Vm wm um ωm Dm
= = =
Vp wp up ωpDp

48
A condição de similaridade dinâmica fornece relações
úteis na análise de desempenho

Semelhança dinâmica: a importância relativa de diferentes tipos de forças (por


exemplo, forças viscosas e inerciais) deve ser a mesma para o modelo e protótipo.

CHm = CHp
CQm = CQp
CPm = CPp

Q gH Peixo
Com: CQ = CH = 2 2 CP =
ωD 3 ω D ρω 3D 5

ϵm ϵp
*Observação, já tínhamos: Rem = Rep =
49 Dm Dp
Simplificações tornam as relações mais simples e
poderosas

Re ∼107

Rem e Rep similares

Bombas com tamanhos


similares

Para baixo Re ou regime laminar, Reynolds geralmente deve permanecer


como um parâmetro de escala.

50
O rendimento já é um adimensional, mas não pode ser
usada para escalar
CQCH
η= = η(CQ)
CP
O desempenho do protótipo é geralmente melhor:
a. o protótipo geralmente opera em Re maiores, não alcançáveis em laboratório;

• o fator de atrito e a espessura da camada limite diminuem com Re;

• as camadas limite ocupam uma porcentagem menos significativa da área de


passagem fluxo através do impelidor;
b. o protótipo é geralmente maior;

• A rugosidade relativa pode ser bem menor no protótipo do que no modelo (ou
usar superfícies micropolidas);

• bombas maiores têm folgas proporcionalmente menores; portanto, as perdas e


vazamentos na ponta são menos significativos.

Equações empíricas desenvolvidas para explicar o


aumento da eficiência. Moody (1926) para turbinas, mas
também pode ser usada como estimativa para bombas
51
Curvas de bombas de geometricamente semelhantes colapsam
em um conjunto de curvas de desempenho adimensionais.

PMR

PMR = ponto de máximo rendimento


52 * denota adimensional avaliado no PMR
Na seleção do tipo de bomba é preciso um adimensional
que não apareça o diâmetro do rotor

No projeto ou seleção: Rotação específica (adimensional)


n (Q*)
1/2 1/2
CQ*
Q e H conhecidos N′s = 3/4 =
(gH*)
CH* (3/4)

n - velocidade de rotação em s-1

Q - vazão em volume (volumétrica) em m3/s

H - altura total de elevação em m

De acordo com a norma Número-tipo


ABNT 10131:
2 π n Q1/2 conforme unidades
K= acima
(g H)3/4

53
A rotação específica caracteriza a operação de uma
bomba no seu ponto de máxima eficiência

n (Q*)
1/2

no SI g = 9,81 m/s2
ηmax (gH*)
(3/4)

K, número-tipo
54
NSP,US =
A cada tipo de rotor estão associadas curvas
características

https://www.pumpfundamentals.com/download/spec_speed_primer.pdf
Um resumo nos ajuda a visualizar o propósito até aqui

– Relembramos de ferramentas termodinâmicas para avaliar o


desempenho de bombas e, futuramente, de outras máquinas;

– Vimos diversas definições de rendimento e potência associados ao


conjunto acionador-bomba e suas partes;

– Apresentamos ferramentas de análise dimensional e semelhança para o


estudo de turbobombas: CQ, CH e CP;

– Vimos diversas definições de rendimento e potência associados ao


conjunto acionador-bomba e suas partes;

– Apresentamos um critério quantitativo para seleção do tipo de bomba


baseado no adimensional rotação específica.

56
O resumo nos ajudou a traçar nossos próximos passos

– Precisamos de uma ferramenta para prever o desempenho das bombas


dinâmicas;

– Precisamos praticar resolvendo exercícios e problemas.

57
A ferramenta para prever o desempenho é construída a
partir da equação da quantidade de movimento angular
Teorema de transporte de Reynolds (p/ VC fixo):

B = massa, energia, quantidade de movimento,


com quantidade de movimento angular (H0)

Bsyst =

Lei escrita para sistema.

Para um VC indeformável e inercial:

58
O desempenho teórico pode ser previsto usando a
equação da quantidade de movimento angular (EQMA)

Para um VC indeformável e inercial:

→ → → → → → ˆ

M0 = somatório dos momentos das forças externas em relação ao pólo 0

r = vetor posição de 0 até a massa dm

V = vetor velocidade da massa dm relativo a um referencial inercial

59
Antes de aplicar a EQMA a uma bomba centrífuga, vamos
estudar seu princípio de funcionamento

P↑
saída
V↓ olho
cobertura

V↑ P↓
admissão
língua

impelidor

voluta carcaça
60
Para a aplicação da EQMA o volume de controle precisar
ser claramente definido
pá 2
ω

cobertura

do impelidor

impelidor

eixo

impelidor
61 voluta
Para a aplicação da EQMA o volume de controle e as
hipótese precisam ser definidas

Superfície de
controle

impelidor

Hipóteses: 1) Regime permanente;

2) Escoamento incompressível;

3) Escoamento bidimensional (n e t);

4) Escoamento invíscido;

62 5) Escoamento uniforme na entrada e saída do rotor.


A EQMA pode ser simplificada considerando o VC e as
hipóteses anteriores e a seguir
→ → → → → → ˆ

Teixo
Efeitos de pressão Regime permanente
desprezíveis

Hipóteses adicionais:

Fluido entra no rotor com V1 uniforme

Fluido sai do rotor com V2 uniforme

63 velocidades absolutas
A equação de Euler e derivadas são a base da avaliação do
desempenho de turbomáquinas

Equação de Euler para turbomáquinas:

eixo

Potência: Peixo eixo eixo

U2 = ωr2
Peixo
U1 = ωr1
Altura total de elevação:

Peixo
H= =
g
Porque escolhemos V positivo quando no sentido de rotação, Teixo > 0 e Weixo > 0
para uma bomba (ou máquina movida).
64
Os triângulos de velocidade são o ponto de partida para a
análise de desempenho

Definem-se:
1) un e Vn velocidades absolutas com relação
a um observador estacionário;

2) wn velocidades relativas ao rotor que gira;

3) βn ângulos de pá na entrada e saída (<, =


ou > 90º).

Hipóteses adicionais na condição


de projeto:
1) o escoamento relativo ao rotor
entra e sai tangente ao perfil da pá
em cada seção ("shockless");

2) Sem descolamento;

3) Sem swirl na entrada.


65
Para cada hipótese adotada é apresentada uma explicação
é o impacto sobre o desempenho da bomba
1. Regime permanente;
𝝏 / 𝝏t = 0

2. Escoamento incompressível;
𝜌 ( T , P ) = cte

3. Escoamento bidimensional (n e t);


V(x,y)

4. Escoamento invíscido;
𝝁= 0 ✅ ❌

5. Escoamento uniforme na entrada e saída do rotor;


✅ ❌

6. Escoamento relativo ao rotor entra e sai tangente


✅ ❌
ao perfil da pá em cada seção (ausência de
choque);

7. Sem descolamento;
✅ ❌


8. Sem swirl na entrada. Vt2=Vt2kˆ ✅ ❌

66 Em nossa análise simplificada não há irreversibilidades, 𝜂b = 1.


Os triângulos de velocidade devem ser traçados para o
cálculo da velocidade absoluta tangencial

Peixo
H= =
g
0

H = U2.Vt2 / g

Vt2 ?

V2 U2 V2 V2
W2 W2
β2 β2
W2 U2 U2
β2
67
Com a velocidade tangencial calculamos a altura de
elevação em função da vazão volumétrica

Vt2 = U2 – W2.cos β2
V2 W2
Vn2 Em termos da velocidade normal:
β2 cos β2
Vt2 = U2 – Vn2
Vt2 U2 sen β2

U2 2 – U2Vn2 . cot β2
Vt2 = U2 – Vn2.cot β2 H=
g
H = U2.Vt2 / g

Escrevendo Vn em função da vazão: Q = 2𝜋r2 b2 Vn2

U2 2 U2 cot β2
H= – Q
g 2𝜋r2 b2 g
68
Podemos traçar as curvas características da bomba
centrífuga para três rotores diferentes

U2 2 U2 cot β2
H= – Q
g 2𝜋r2 b2 g
surge

ω2 2r2 2 ω2 r2 cot β2
H= – Q
g 2𝜋r2 b2 g

C1 C2

Variação linear:
H = C1 – C2Q

69
Na avaliação do desempenho e projeto do rotor as
seguintes equações são válidas

ω2 2r2 2 ω2 cot β2
H= – Q ou gH = (U2Vt2 – U1Vt1)
Desempenho:
g 2𝜋 b2 g

Peixo = 𝜌QgH

𝜂=1

Q = 2𝜋r1 b1 Vn1 = 2𝜋r2 b2 Vn2


Cálculo dos βs:
Vt1 = U1 – Vn1.cot β1

Vt2 = U2 – Vn2.cot β2

70
O desempenho da máquina é afetado por uma série de
irreversibilidades

Rendimento volumétrico (𝜂v)


Rendimento (𝜂 = 𝜂v . 𝜂h . 𝜂m) “Perdas" volumétricas através de folgas
existentes entre a parte rotativa e fixa da
máquina (“vazamento interno”)

Rendimento hidráulico (𝜂h)


• Perdas por choque devido ao
descompasso entre o escoamento na
entrada e e o movimento das pás;

• Perdas por atritos nas passagens


entre as pás;

• Perdas por circulação na região de


saída das pás;

• Perdas por atrito entre partes móveis e


o fluido adjacente (disco e eixos, por
ex.)

Rendimento mecânico (𝜂m)


• Perdas por atrito nos mancais e
vedações por contato;

• Perdas por atritos entre partes móveis


e o fluido adjacente externo.

71
O número de pás influenciam no rendimento global da
máquina

Perdas por circulação↑ Perdas por atritos nas


passagens entre as pás↑

pás↓ pás↑

11, 14 e 16 quantidade típica de pás em bombas centrífugas médias

72
Vimos que a inclinação das pás tem impacto sobre a altura
e potência de eixo, vejamos as curvas reais

Pás curvadas
para trás
𝜂↑

Pás radiais
P↑

Q
𝜂↓ P ajustadas para
Pás curvadas mesma vazão
para frente

73
mais pás e menores
Referências

ABNT 10131 – Bombas hidráulicas de fluxo (1967). Objetivo da Norma: esta


Norma define os termos e símbolos relativos às características construtivas
das bombas hidráulicas de fluxo.
Cap. 12: Fundamentos da Mecânica dos Fluidos, Munson,B., Young, O,
Okiishi, T. Editora Edgard Blucher, 4o Edição. 


Cap. 3 e 11: Mecânica dos Fluidos. Frank White. Editora McGraw Hill. 6 a
Edição. 


Cap. 4 e 10: Introdução à Mecânica dos Fluidos - Fox, R., McDonald, A.


Editora LTC. 8a Edição. 


Cap. 12: Mecânica dos Fluidos – Potter, M.C.; Wiggert, D.C.; Ramadan, B.H.
CENGAGE Learning, 4o edição. 


Cap. 14: Mecânica dos Fluidos: Fundamentos e Aplicações – Çengel, Y.A.;


Cimbala, J.M. McGraw Hill, 30 Edição.
74
Referências

75

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