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Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo

Máquinas de Fluxo e Sistemas Fluidomecânicos


4) Turbinas Hidráulicas

v. 1.1


Turbinas hidráulicas são classificadas de acordo com o
mecanismo de interação do fluido com suas pás

Ação Força sobre a pá produzida exclusivamente pela


(Impulso) alteração da direção do escoamento, qualquer Pelton
queda de pressão ocorre em um bocal
Dinâmicas
Francis
Parte da força sobre a pá é produzida pela
Reação
alteração da direção do escoamento e parte
pela reação à aceleração do uido relativa à pá. Kaplan

Deslocamento
Usados como medidores de vazão*
positivo

*Exemplo: Medidor de vazão tipo disco nutante


2 https://www.youtube.com/watch?v=v3vcPhuWXSs
fl
A turbina Pelton é um exemplo clássico de um turbina de
impulso
O uido atravessa um bocal para que a maior parte de sua energia mecânica
disponível seja convertida em energia cinética. O jato de alta velocidade colide com as
pás em forma de balde que transferem energia para o eixo da turbina

O espaço em torno do rotor não é completamente preenchido por uido.


3 https://www.youtube.com/watch?v=7f5yd7g8MWg
fl
fl
As turbinas de reação apresentam as seguintes
características

i. apenas parte da queda de pressão total ocorre até a entrada da turbina, a queda de
pressão restante ocorre na própria turbina;

ii. o uxo preenche completamente todas as passagens do rotor, diferentemente da turbina


Pelton onde, para cada jato, apenas um ou dois "baldes" de cada vez cam em contato
com a água;

iii. palhetas-guia pivotantes são usadas para controlar e direcionar o uxo;

iv. um tubo difusor é normalmente adicionado à saída da turbina; isso é considerado parte
integrante da turbina.

A pressão da água diminui gradualmente à medida que ui através do rotor e a reação

à esta mudança de pressão confere esta denominação à turbina.

4
fl
fl
fl
fi
A turbina Pelton é um exemplo clássico de um turbina de
impulso
Rotor Francis
Fonte:

https://www.hidroenergia.com.br/blog/tipos-turbinas-hidraulicas/

A maioria das Francis tem eixo vertical


(máquinas menores podem ter eixos
horizontais). A água entra através de um
invólucro espiral chamado de voluta que
envolve o rotor. Da voluta, o uxo entra
em um anel de palhetas-guia xas
(distribuidor), que o direcionam para rotor
no ângulo mais adequado.

5
fl
fi
Turbinas hidráulicas são classificadas de acordo com o
mecanismo de interação do fluido com suas pás

Rotor Kaplan

θ variável p/ max

Evoluiu da necessidade de se gerar energia a partir de


desníveis muito pequenos. A con guração geral do uxo é de
radial para axial. Vemos acima uma vista em corte parcial de
uma turbina Kaplan.
Fonte:

https://www.hidroenergia.com.br/blog/tipos-turbinas-hidraulicas/

6
𝜂
fi
fl
A tabela nos fornece uma visão geral da faixa de operação
dos principais tipos de turbinas hidráulicas

Fonte: S.L. Dixon and Cesare Hall (Auth.) - Fluid Mechanics and Thermodynamics of Turbomachinery-Butterworth-Heinemann (2014).pdf

7
Faixas de aplicação de turbomáquinas hidráulicas, com
linhas de potência constante para η = 0,8

8
Todos os tipos de turbina podem ser analisadas utilizando-se
a equação de Euler: começamos pela Pelton

Euler* w = U1Vt1 − U2Vt2 trabalho especí co que o uido realiza sobre o rotor

Entrada
W1 U=ωr
sentido do
bocal
V1 movimento da pá

Saída

U=ωr W2 β2
V2
W2 U

β2
9 *Nota: uma turbina reduz a qtde de movimento angular do uido, por isso 1 – 2.
fi
fl
fl
Equação de Euler aplicada à turbina Pelton

w = U1Vt1 − U2Vt2 trabalho especí co que o uido realiza sobre o rotor

Pelton: U1 = U2 = U w = U (W + U − U − Wcosβ2)
Vt1 = V1 = W1 + U
w = UW (1 − cosβ2)
W1 = W2 = W

Vt2 = U + W2 cosβ2 < 0 w = U (V1 − U) (1 − cosβ2)

W1 U=ωr W2 β2
bocal V2
V1
U
10
fi
fl
Com a expressão do trabalho podemos estimar rendimento
da turbina Pelton

w = U (V1 − U) (1 − cosβ2)

Uma e ciência para o rotor pode ser de nida como o trabalho especí co realizado
dividido pela energia cinética de entrada:

w
η= η = 2u (1 − u) (1 − kcosβ2)
1/2V12

U
Com: u= razão entre velocidade da pá e velocidade do jato.
V1

Nota: W2 ≠ W1 por causa do atrito, W2 = kW1, com 0,8 ≤ k ≤ 0,9:


11 weixo = U (V1 − U) (1 − kcosβ2)
fi
fi
fi
Buscamos determinar a condição de máximo rendimento

η = 2u (1 − u) (1 − kcosβ2)
Para encontrar a e ciência ótima, basta derivar a equação com relação a u:

dη 1 1
=0 u= U = V1
du 2 2

ηmax = 1/2 (1 − kcosβ2) =

η
Nota (k=1):

1 − cos180o = 2
1 − cos165o = 1,966
u
12
fi
Outras perdas estão presentes no funcionamento da turbina
Pelton

• Atrito mecânico;

• Arrasto aerodinâmico sobre o rotor;

• Desalinhamento entre o jato e o balde à medida que este se move;

• Backsplashing;

• Perdas no bocal.

Nota: na nossa análise teórica consideramos apenas o atrito entre o uido e as paredes
13
internas do balde fl
A figura mostra o esquema de uma instalação com turbina
Pelton

Chaminé de equilíbrio

14
A usina de Henry Borden está localizada em Cubatão-SP e
recebe água da represa Billings

O complexo Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, em


Cubatão, é composto por duas usinas de alta queda (720 m),
denominadas de Externa e Subterrânea, com 14  grupos de geradores
acionados por turbinas Pelton, perfazendo uma capacidade instalada de
889MW, para uma vazão de 157 m3/s
http://emae.com.br/usina-hidroeletrica-henry-borden/

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br

https://diariodoturismo.com.br/quem-foi-asa-white-kenney-billings/
15
.

Imagem da roda Pelton e especificações nominais do


equipamento

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br

16
A Pelton é acoplada a um gerador elétrico que deve
funcionar em velocidade síncrona independente da carga
O controle de rotação é feito variando-se
a vazão: Lento

Rápido

Gomes. P. D. S., Fernandes, P. G. M., da Silva, N. F. Artigo técnico: Tipos de tecnologias de


turbinas utilizadas nas centrais mini-hídricas, Instituto Superior de Engenharia do Porto.

https://parc.ipp.pt/index.php/neutroaterra/article/download/333/70/176

17
Henry Borden
Exemplo 4.1 – Desempenho e otimização de uma turbina
Pelton

A água é fornecida ao bocal de uma turbina Pelton através de um único conduto forçado de
D = 0,3 m de diâmetro interno e L = 300 m de comprimento a partir de um reservatório cujo
nível da superfície está H = 180 m acima da linha central do bocal. O fator de atrito para o
conduto forçado é f = 0,04. O coe ciente de perda de carga localizada do bocal é
KB = 0,04. Determine o diâmetro d do jato que fornecerá a potência máxima no jato.

· 2 ρA V 3
mV 2 sendo V2 a velocidade do jato
Potência disponível no jato: = 2 2 e A2 a área do bocal.
2 2

Exemplo 9.1 - Dixon; Hall (2014) 18


fi
Exemplo 4.1 – Aplicação da equação da energia

SOLUÇÃO
1

Hipóteses: 1) Regime permanente, 2) Escoamento incompressível, 3) Escoamento


plenamente desenvolvido, 4) Escoamento uniforme, 4) Kentrada << fL/D e 5) Escoamento
turbulento, = 1 (veri cável).

P1 V12 P2 V22 V22


Eq. da energia: + + z1 − hL = + + z2 = H − hL
γ 2g γ 2g 2g

P1 − P2 P1 − P2
Notas: ≠0 mas <<H
19 γ γ
𝛂
fi
Exemplo 4.1 – Cálculo da velocidade do jato

V22
Eq. da energia: = H − hL
2g

( D ) 2g
Detalhando a V22 L V2
= H − f + KB Eq. 1
perda de carga: 2g

(D)
2
Conservação d
da massa: D . V 2 = d . V22 V = V2 Eq. 2

( D ) 2g ( D )
4
V22 L V22 d
Combinando 1 e 2: = H − f + KB
2g

2gH
V2 =
1 + (f KB) ( D )
4
L d
D
+
20
Exemplo 4.1 – Cálculo da potência do jato

3
· ρA V
Potência: W= 2 2 3/2
2
· ρA2 2gH
W=
1 + (f KB) ( D )
2 L d
4
2gH +
com: V2 = D

1 + (f KB) ( Dd )
4
L
D
+

3/2

2
· ρπd 2gH
W=
1 + (f KB) ( D )
8 L d
4
D
+

4 −3/2

( D )(D) ]
ρπ
[
· L d
(2gH)
3/2
2
W = C1d 1 + f + KB com: C1 =
8
21
Exemplo 4.1 – Maximização da potência do jato e cálculo do
diâmetro do jato

4 −3/2 ρπ
( D )(D) ]
(2gH)
3/2

[
· 2 L d C1 =
W = C1d 1 + f + KB com: 8
1/4
·
dW d 1
Derivando com relação a d: =0 =
dd D 2 (f L
D
+ KB)

1/4

d 1
= = 0,3343
D 2 (0,04 300
0,3
+ 0,04)

d = 0,10m
22
Exemplo 4.1 – Cálculo da velocidade e potência do jato

Velocidade do jato:

2gH 2.9,81.180
V2 = = = 48,52m/s
1 + (f KB) ( D ) 1 + (0,04 300 )
4 4
L
+ d
0,3
+ 0,04 (0,3343)
D

Potência no jato:

3 2 3
· ρA V
2 2 1000.π.0,1 .48,52 1kW
W= = = 448,6kW
2 8 1000W

23
Exemplo 4.1 – Cálculo da vazão, perda de carga e eficiência
do bocal (extra)

(D)
2
d
Velocidade no conduto: V = V2 = 48,52.0,33432 = 5,422m/s

πD 2V π.0,32.5,422
Vazão volumétrica: Q= = = 0,3832m 3 /s
4 4

L V2 V2
Perda de carga: hL = hD + hS = f + KB
D 2g 2g

300 5,4222 5,4222


hL = hD + hS = 0,04 + 0,04 = 59,93 + 0,05994 = 59,99m
0,3 2.9,81 2.9,81

V22 48,522
E ciência do bocal: ηB = = = 0,9993
2g (H − hD) 2.9,81 (180 − 59,93)

Coe ciente de descarga do bocal: V2 = cv 2g(H − hD) ∴ cv = 0,9997


24
fi
fi
O rendimento hidráulico pode ser calculados a partir de
dois rendimentos já definidos

Rendimento do rotor:

trabalho realizado pelo fluido w


ηR = = 1
energia cinética disponível V 2
2 1

Rendimento do bocal:

energia na saída do bocal V12


ηB = = Sendo HE a carga disponível.
energia na entrada do bocal 2gHE

Rendimento hidráulico:

trabalho realizado pelo fluido w w 1/2V12


ηH = = =
energia disponível para o bocal gHE 1/2V12 gHE
gH
gHE w
ηH = ηRηB
25
Podemos modelar as perdas associadas ao rotor e calcular
o rendimento global da turbina
H w
w − KU 2
perdas

Modelando as perdas por um termo: KU 2

Trabalho específico líquido: w − KU 2

Rendimento global da turbina:


w − KU 2
η0 =
gHE

26
O rendimento global da turbina é função dos rendimentos
já definidos
w − KU 2
Rendimento global da turbina: η0 =
gHE

w KU 2
( V1 ) ( 2gHE )
2
U V12
Álgebra: η0 = − η0 = ηRηB − 2K
gHE gHE
ηH = ηRηB U
u= ηB
V1
η0 = ηB (ηR − 2Ku 2)

perdas externas 2Ku 2


De nindo o rendimento mecânico: ηM = 1 − =1−
gHE ηR

Obtemos: η0 = ηM ηRηB

27
fi
A presença de perdas externas desloca para a esquerda o
ponto de máximo rendimento

ponto de máximo
k = 0,9
rendimento:
A
u=
η0 A+K

sendo:

A = 1 − kcosβ2

u
Resumo:
U
η0 = ηmηRηB ηR = 2u (1 − u) (1 − kcosβ2) u=
V1
2Ku 2 V12
ηm = 1 − ηB =
ηR 2gHE
28
Exemplo 4.2 – Cálculos básicos para uma turbina Pelton

Uma turbina Pelton é acionada por dois jatos, gerando 1,4 MW a 375 rpm. A carga disponível
na entrada dos injetores é de 200 m e o coe ciente de descarga do injetor igual a 0,98. Os
eixos dos jatos são tangentes a um círculo de 1,5 m de diâmetro. A velocidade relativa do
uxo através das pás é reduzida em 15% e a água é desviada em um ângulo de 165°.

Desprezando-se as perdas nos mancais e por arrasto (windage), determine

a. o rendimento do rotor;

b. o diâmetro de cada jato;

c. a rotação especí ca referida à potência.

Exemplo 9.2 - Dixon; Hall (2014) 29


fl
fi
fi
Exemplo 4.2 – Cálculo do rendimento do rotor

(a) Solução ηR = 2u (1 − u) (1 − kcosβ2)

velocidade da pá: U = ωR = 375.π/30.1,5/2 = 29,45m/s

velocidade do jato: V1 = cv 2gHE = 0,98 2.9,81.200 = 61,39m/s

∴ u = U/V1 = 0,4798

e ciência do rotor:

ηR = 2.0,4798 − 0,4798) (1 − 0,85.cos165 ) = 0,909


(1 o

30
fi
Exemplo 4.2 – Cálculos do diâmetro de jato

(b) Solução
Peixo 1,4
potência hidráulica: PH = ≈ = 1,540MW
ηM ηRηB 0,909

PH 1,54.106
Vazão volumétrica: Q= = = 0,7849m 3 /s
ρgHE 1000.9,81.200

Q 0,7849
Área de cada jato: A= = = 0,006393m 2
2V1 2.61,39

Diâmetro do jato: d = 0,0902m 16X D

Nota: recomenda-se que a largura de cada pá seja 3 a 4X o diâmetro do jato. O diâmetro


do rotor de 15 a 20X o diâmetro do jato.
31
Exemplo 4.2 – Cálculo da rotação específica referida à
potência
(c) Solução
·
ω W/ρ 39,27. 1,54.103
Rotação especí ca: Ωsp = = = 0,118
(gH)
5/4 5/4
(9,81.200)

0,9 a 0,92

32
fi
A usina de Furnas está localizada em Minas Gerais e utiliza
turbinas tipo Francis
Furnas foi a primeira usina construída pela Empresa, da qual herdou o nome. A barragem está localizada no rio
Grande, no trecho denominado "Corredeiras das Furnas", entre São José da Barra e São João Batista do Glória,
em Minas Gerais. Sua construção começou em 1958 e hoje apresenta uma potência de 1.216  MW. Utiliza 8
turbinas Francis de eixo vertical: potência nominal de 152MW, queda de 88,9m, vazão individual de 190 m3/s e
rotor com diâmetro de 4,485 m girando a 150 rpm.

1 - Condutos forçados
2 - Barragem de concreto 2
3 - Barragem de enrocamento
4 - Tomada de água 1
5 - Reservatório
6 - Subestação

5 6

3 4

https://www.furnas.com.br/subsecao/120/usina-de-furnas---1216-mw?culture=pt

33

A figura nos apresenta os principais elementos das


turbinas Francis

área decrescente,
velocidade uniforme

Gomes. P. D. S., Fernandes, P. G. M., da Silva, N. F. Artigo técnico: Tipos de tecnologias de turbinas utilizadas nas centrais mini-hídricas, Instituto Superior de
34 Engenharia do Porto. https://parc.ipp.pt/index.php/neutroaterra/article/download/333/70/176
A figura nos ajuda a entender a instalação da turbina
Francis

rotor Francis

palhetas do
distribuidor

tubo de sucção

35
Antes de aplicarmos a equação de Euler devemos
construir os triângulos de velocidade

β1

36 Nota: W2 tangente à pá na saída


A equação de Euler também pode ser aplicada à turbina
Francis

Euler w = U1Vt1 − U2Vt2 sem swirl

O trabalho w também pode ser obtido aplicando-se a equação da energia entre duas
seções convenientemente escolhidas, como faremos nos próximos slides.
Carga na entrada do rotor (1)

p1 V12
g (HE − hL) =
Sendo hL a perda de carga na voluta e palhetas
+ + gz1
ρ 2 diretrizes

p1 V12
H1 = + + gz1
ρ 2 1

HE = altura total disponível na


entrada da turbina relativa ao nível Z1
patm
a jusante (pressão manométrica).

37
Podemos aplicar novamente a equação da energia na saída
do rotor

Carga na saída do rotor (2)

p2 V22
g (HE − hL − hR) − w = + + gz2 Sendo hR as perdas hidráulicas no rotor
ρ 2

p2 V22
+ + gz2
ρ 2 2 Z2
patm

38
Analisando-se entre as seções de entrada e saída obtemos a
expressão desejada para o trabalho específico
p1 V12
g (HE − hL) = + + gz1
ρ 2
p2 V22
g (HE − hL − hR) − w = + + gz2
ρ 2

p1 − p2 V12 − V22
ghR + w = + + g(z1 − z2)
ρ 2

p01 − p02
p1 V12 1 w= + g(z1 − z2) − ghR
ρ
+
2
+ gz1 ρ

2
p2 V22
+ + gz2
ρ 2

39
Obtém-se uma relação adicional aplicando-se a equação da
energia entre a saída do rotor e o nível a jusante

p2 V22 V32
+ + gz2 − ghD = Sendo hD a perda de carga no tubo de sucção
ρ 2 2

2
p2 V22
+ + gz2
ρ 2

40
O trabalho também pode ser calculado aplicando-se a
equação da energia entre a seção 1 e o nível a jusante

V32
g (HE − hL − hR − hD) − w = Sendo hD a perda de carga no tubo difusor
2

V32
w = g (HE − hL − hR − hD) −
2
g (HE − hL)
1

41
Podemos definir um rendimento hidráulico e um rendimento
global

w
Hidráulico: ηh =
gHE

Lembrando que: w = U2Vt2

Global: ηo = ηhηm

rendimento mecânico: ηm

Nota: Para grande turbinas (500 a 1000 MW) m ∼ 100 %. Assim, o ∼ h.

42
(Dixon; Hall, 2014)
𝜂
𝜂
𝜂
Exemplo 4.3 – Cálculos básicos para uma turbina Francis

Em uma turbina Francis de eixo vertical, a altura manométrica disponível no ange de


entrada é de 150 m de água e a distância vertical entre a saída do rotor e o canal de fuga é
de 2,0 m. A velocidade da ponta do rotor é 35 m/s, a velocidade radial (absoluta) da água
através do rotor é constante em 10,5 m/s, o uxo deixa o rotor sem swirl e a velocidade na
saída do tubo difusor é 3,5 m/s.

As perdas hidráulicas para a turbina são:

hL = 6,0 m; hR = 10 m; hD = 1,0 m

Determinar

a. o trabalho especí co e o rendimento hidráulico da turbina;

b. a velocidade absoluta na entrada do rotor;

c. a carga de pressão (em relação ao canal de fuga) na saída do rotor;

d. os ângulos absoluto e relativo do uxo na entrada do rotor;

e. a rotação e o diâmetro do rotor sabendo que a rotação especí ca baseada em potência é


0,8 rad e que a vazão é de 20 m3/s.

Exemplo 9.3 - Dixon; Hall (2014) 43


fi
fl
fl
fi
fl
Exemplo 4.3 – Cálculo do trabalho e rendimento da turbina

(a) Solução

trabalho especí co:


V32
w = g (HE − hL − hR − hD) −
2
2
3,5
w = 9,81 (150 − 6 − 10 − 1) − = 1298,6J/kg
2
rendimento hidráulico:
w
ηh =
gHE
1298,6
ηh = = 0,8825
9,81.150

44
fi
Exemplo 4.3 – Cálculo da velocidade absoluta na entrada do
rotor
(b) Solução

w
Euler w = U1Vt1 − U2Vt2 sem swirl Vt1 =
U1

V tangencial na w 1298,6
entrada do rotor Vt1 = = = 37,10m/s
U1 35

V absoluta na 2 2 2 2
entrada do rotor
V1 = Vt1 + Vn1 = 37,1 + 10,5

V1 = 38,56m/s
45
Exemplo 4.3 – Cálculo da carga de pressão na saída do rotor

(c) Solução
p2 V22 V32
Eq. da energia: + + gz2 − ghD =
ρ 2 2

p2 V32 V22
= − − z2 + hD
ρg 2g 2g

p2 3,52 − 10,52
= −2+1
ρg 2.9,81

p2 Pressão menor
= − 5,99m
ρg que a atmosférica

46
Exemplo 4.3 – Ângulo de entrada absoluto

(d) Solução
Vn1

( Vt1 )
Vn1
α1 = arctan
ω
1
Vt1

( 37,1 )
10,5
α1 = arctan
V1

α1 = 15,1o

47
𝛂
Exemplo 4.3 – Ângulo de entrada relativo
→ → →
(d) Solução W1 = V1  – U1

–U1 W1
Vn1
β1
U1 W1
Vn1

( Vt1 − U1 )
ω
W1 Vn1
β1 = arctan
Vt1

V1

( 37,1 − 35 )
10,5
β1 = arctan

β1 = 78,7o

48
Exemplo 4.3 – Rotação e diâmetro do rotor

(e) Rotação

ΩSP (gH)
5/4
· ΩSP (gH)
5/4
ω W/ρ
ω= mas ω=
ΩSP = · Qw
·
(gH)
5/4
W/ρ W/ρ = Qw

0,8 (9,81.150)
5/4

ω= ω = 45,2rad/s 432rpm
20.1298,6

Diâmetro

2U1 2.35
D= = = 1,547m
ω 45,24

49
A usina de Porto Primavera está localizada em São Paulo e
utiliza turbinas tipo Kaplan
Com 10,2 km de comprimento, Porto Primavera possui a barragem mais extensa do Brasil. A usina está situada
no Rio Paraná. Com 14 unidades geradoras e 1.540 MW de potência, a usina produz o su ciente para abastecer
um complexo urbano como a Região Metropolitana de Campinas. Utiliza 14 turbinas Kaplan com queda de
18,95m e vazão individual de 280 m3/s.

https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=329385

https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/noticias-e-eventos/noticias/ana-
orienta-ons-sobre-operacao-de-reservatorios-para-atendimento-de-
necessidades-energeticas

https://www.cesp.com.br/porto-primavera/
Wikipedia

50

fi
Podemos aplicar a Equação de Euler à turbina Kaplan

Euler: w = U2Vt2 − U3Vt3 axial

https://wiki.eq.uc.pt/mediawiki/index.php/Turbinas_hidráulicas?veaction=edit
51
As palhetas no distribuidor podem ser abertas e fechadas a
vazão que passa pela turbina

O ângulo de pá é ajustável, desde um per l


plano para vazões muito baixas até um per l
Palhetas
inclinado para altas vazões altas
acionadas por
servomotores
baixa alta
vazão vazão

https://www.renewables rst.co.uk/hydropower/hydropower-learning-centre/
kaplan-turbines/

Esta ajustabilidade das pás-guia do rotor propicia


alta e ciência e a curva de e ciência plana.
Compare com os demais tipos!

52
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Exemplo 4.4 – Cálculos básicos para uma turbina Kaplan

Uma turbina Kaplan de pequena escala tem uma potência de 8 MW, uma altura manométrica
disponível na entrada da turbina de 13,4 m e uma rotação de 200 rpm. As pás guia de
entrada têm um comprimento de 1,6 m e o raio na sua saída é r1 = 1,55 m. O diâmetro D2 do
rotor é de 2,9 m e a razão (rc/r) entre o diâmetro do cubo e do rotor é de 0,4.

Assumindo que o rendimento hidráulico é de 92% e o projeto do rotor é de “vórtice livre”,


determine

a. as componentes radial e tangencial da velocidade na saída das pás guia;

b. as componentes axial e tangencial da velocidade do rotor;

c. os ângulos de uxo absoluto e relativo a montante e a jusante do rotor no cubo,

raio e ponta.

53 Exemplo 9.3 - Dixon; Hall (2014)


fl
Exemplo 4.4 – Componente radial da velocidade na saída das
pás guia e componente axial na entrada do rotor
(a e b) Solução
8.106
Peixo ≈ ηH ρgQHE Q= = 66,15m 3 /s
0,92.9810.13,4

A1 = 2πr1L1 = 2π.1,55.1,6 = 15,58m 2


Q Vr1 Q 66,15
Vr1 = = = 4,246m/s
A1 Vx2 A1 15,58
rc
DC
= 0,4
DR
4Q
Vx2 = = 11,92m/s
πDR − πDC
2 2

54 Exemplo 9.5 - Dixon; Hall (2014)


Exemplo 4.4 – Componente tangencial da velocidade na
saída das pás guia e entrada do rotor
w
w = U2Vt2 e ηh =
gHE
ηhgHE 0,92.9,81.13,4
Vt2 = = = 3,982m/s
U2 30,37
V2
com

U2 = ωD2 /2 = 20,94.2,9/2 = 30,37m/s

Vt1 = Vt2r2 /r1 = 3,982.1,45/1,55 = 3,725m/s

Vt1 3,725
α1 = arctan = arctan = 41,3o
Vr1 4,246

vórtice vórtice
forçado livre
55
Exemplo 4.4 – Cálculos dos ângulos nos triângulos de
velocidade
Resumo: Vr1 = 4,246m/s Vt1 = 3,725m/s

Vx2 = 11,92m/s Vt2 = 3,982m/s Avaliados na ponta do rotor

Vx3 = 11,92m/s U = 30,37m/s

Vt2
α2 = arctan = 18,08o
Vx2

( Vx2 )
U
β2 = arctan − tan α2 = 65,69o

U
β3 = arctan = 68,57o
Vx3

56 indica dependência com r/r2


Exemplo 4.4 – Variação dos parâmetros em função da
relação r/r2
r / r2

57
r / r2

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