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v. 1.1
Turbinas hidráulicas são classificadas de acordo com o
mecanismo de interação do fluido com suas pás
Deslocamento
Usados como medidores de vazão*
positivo
i. apenas parte da queda de pressão total ocorre até a entrada da turbina, a queda de
pressão restante ocorre na própria turbina;
iv. um tubo difusor é normalmente adicionado à saída da turbina; isso é considerado parte
integrante da turbina.
4
fl
fl
fl
fi
A turbina Pelton é um exemplo clássico de um turbina de
impulso
Rotor Francis
Fonte:
https://www.hidroenergia.com.br/blog/tipos-turbinas-hidraulicas/
5
fl
fi
Turbinas hidráulicas são classificadas de acordo com o
mecanismo de interação do fluido com suas pás
Rotor Kaplan
θ variável p/ max
https://www.hidroenergia.com.br/blog/tipos-turbinas-hidraulicas/
6
𝜂
fi
fl
A tabela nos fornece uma visão geral da faixa de operação
dos principais tipos de turbinas hidráulicas
Fonte: S.L. Dixon and Cesare Hall (Auth.) - Fluid Mechanics and Thermodynamics of Turbomachinery-Butterworth-Heinemann (2014).pdf
7
Faixas de aplicação de turbomáquinas hidráulicas, com
linhas de potência constante para η = 0,8
8
Todos os tipos de turbina podem ser analisadas utilizando-se
a equação de Euler: começamos pela Pelton
Euler* w = U1Vt1 − U2Vt2 trabalho especí co que o uido realiza sobre o rotor
Entrada
W1 U=ωr
sentido do
bocal
V1 movimento da pá
Saída
U=ωr W2 β2
V2
W2 U
β2
9 *Nota: uma turbina reduz a qtde de movimento angular do uido, por isso 1 – 2.
fi
fl
fl
Equação de Euler aplicada à turbina Pelton
Pelton: U1 = U2 = U w = U (W + U − U − Wcosβ2)
Vt1 = V1 = W1 + U
w = UW (1 − cosβ2)
W1 = W2 = W
W1 U=ωr W2 β2
bocal V2
V1
U
10
fi
fl
Com a expressão do trabalho podemos estimar rendimento
da turbina Pelton
w = U (V1 − U) (1 − cosβ2)
Uma e ciência para o rotor pode ser de nida como o trabalho especí co realizado
dividido pela energia cinética de entrada:
w
η= η = 2u (1 − u) (1 − kcosβ2)
1/2V12
U
Com: u= razão entre velocidade da pá e velocidade do jato.
V1
η = 2u (1 − u) (1 − kcosβ2)
Para encontrar a e ciência ótima, basta derivar a equação com relação a u:
dη 1 1
=0 u= U = V1
du 2 2
η
Nota (k=1):
1 − cos180o = 2
1 − cos165o = 1,966
u
12
fi
Outras perdas estão presentes no funcionamento da turbina
Pelton
• Atrito mecânico;
• Backsplashing;
• Perdas no bocal.
Nota: na nossa análise teórica consideramos apenas o atrito entre o uido e as paredes
13
internas do balde fl
A figura mostra o esquema de uma instalação com turbina
Pelton
Chaminé de equilíbrio
14
A usina de Henry Borden está localizada em Cubatão-SP e
recebe água da represa Billings
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br
https://diariodoturismo.com.br/quem-foi-asa-white-kenney-billings/
15
.
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br
16
A Pelton é acoplada a um gerador elétrico que deve
funcionar em velocidade síncrona independente da carga
O controle de rotação é feito variando-se
a vazão: Lento
Rápido
https://parc.ipp.pt/index.php/neutroaterra/article/download/333/70/176
17
Henry Borden
Exemplo 4.1 – Desempenho e otimização de uma turbina
Pelton
A água é fornecida ao bocal de uma turbina Pelton através de um único conduto forçado de
D = 0,3 m de diâmetro interno e L = 300 m de comprimento a partir de um reservatório cujo
nível da superfície está H = 180 m acima da linha central do bocal. O fator de atrito para o
conduto forçado é f = 0,04. O coe ciente de perda de carga localizada do bocal é
KB = 0,04. Determine o diâmetro d do jato que fornecerá a potência máxima no jato.
· 2 ρA V 3
mV 2 sendo V2 a velocidade do jato
Potência disponível no jato: = 2 2 e A2 a área do bocal.
2 2
SOLUÇÃO
1
P1 − P2 P1 − P2
Notas: ≠0 mas <<H
19 γ γ
𝛂
fi
Exemplo 4.1 – Cálculo da velocidade do jato
V22
Eq. da energia: = H − hL
2g
( D ) 2g
Detalhando a V22 L V2
= H − f + KB Eq. 1
perda de carga: 2g
(D)
2
Conservação d
da massa: D . V 2 = d . V22 V = V2 Eq. 2
( D ) 2g ( D )
4
V22 L V22 d
Combinando 1 e 2: = H − f + KB
2g
2gH
V2 =
1 + (f KB) ( D )
4
L d
D
+
20
Exemplo 4.1 – Cálculo da potência do jato
3
· ρA V
Potência: W= 2 2 3/2
2
· ρA2 2gH
W=
1 + (f KB) ( D )
2 L d
4
2gH +
com: V2 = D
1 + (f KB) ( Dd )
4
L
D
+
3/2
2
· ρπd 2gH
W=
1 + (f KB) ( D )
8 L d
4
D
+
4 −3/2
( D )(D) ]
ρπ
[
· L d
(2gH)
3/2
2
W = C1d 1 + f + KB com: C1 =
8
21
Exemplo 4.1 – Maximização da potência do jato e cálculo do
diâmetro do jato
4 −3/2 ρπ
( D )(D) ]
(2gH)
3/2
[
· 2 L d C1 =
W = C1d 1 + f + KB com: 8
1/4
·
dW d 1
Derivando com relação a d: =0 =
dd D 2 (f L
D
+ KB)
1/4
d 1
= = 0,3343
D 2 (0,04 300
0,3
+ 0,04)
d = 0,10m
22
Exemplo 4.1 – Cálculo da velocidade e potência do jato
Velocidade do jato:
2gH 2.9,81.180
V2 = = = 48,52m/s
1 + (f KB) ( D ) 1 + (0,04 300 )
4 4
L
+ d
0,3
+ 0,04 (0,3343)
D
Potência no jato:
3 2 3
· ρA V
2 2 1000.π.0,1 .48,52 1kW
W= = = 448,6kW
2 8 1000W
23
Exemplo 4.1 – Cálculo da vazão, perda de carga e eficiência
do bocal (extra)
(D)
2
d
Velocidade no conduto: V = V2 = 48,52.0,33432 = 5,422m/s
πD 2V π.0,32.5,422
Vazão volumétrica: Q= = = 0,3832m 3 /s
4 4
L V2 V2
Perda de carga: hL = hD + hS = f + KB
D 2g 2g
V22 48,522
E ciência do bocal: ηB = = = 0,9993
2g (H − hD) 2.9,81 (180 − 59,93)
Rendimento do rotor:
Rendimento do bocal:
Rendimento hidráulico:
26
O rendimento global da turbina é função dos rendimentos
já definidos
w − KU 2
Rendimento global da turbina: η0 =
gHE
w KU 2
( V1 ) ( 2gHE )
2
U V12
Álgebra: η0 = − η0 = ηRηB − 2K
gHE gHE
ηH = ηRηB U
u= ηB
V1
η0 = ηB (ηR − 2Ku 2)
Obtemos: η0 = ηM ηRηB
27
fi
A presença de perdas externas desloca para a esquerda o
ponto de máximo rendimento
ponto de máximo
k = 0,9
rendimento:
A
u=
η0 A+K
sendo:
A = 1 − kcosβ2
u
Resumo:
U
η0 = ηmηRηB ηR = 2u (1 − u) (1 − kcosβ2) u=
V1
2Ku 2 V12
ηm = 1 − ηB =
ηR 2gHE
28
Exemplo 4.2 – Cálculos básicos para uma turbina Pelton
Uma turbina Pelton é acionada por dois jatos, gerando 1,4 MW a 375 rpm. A carga disponível
na entrada dos injetores é de 200 m e o coe ciente de descarga do injetor igual a 0,98. Os
eixos dos jatos são tangentes a um círculo de 1,5 m de diâmetro. A velocidade relativa do
uxo através das pás é reduzida em 15% e a água é desviada em um ângulo de 165°.
a. o rendimento do rotor;
∴ u = U/V1 = 0,4798
e ciência do rotor:
30
fi
Exemplo 4.2 – Cálculos do diâmetro de jato
(b) Solução
Peixo 1,4
potência hidráulica: PH = ≈ = 1,540MW
ηM ηRηB 0,909
PH 1,54.106
Vazão volumétrica: Q= = = 0,7849m 3 /s
ρgHE 1000.9,81.200
Q 0,7849
Área de cada jato: A= = = 0,006393m 2
2V1 2.61,39
0,9 a 0,92
32
fi
A usina de Furnas está localizada em Minas Gerais e utiliza
turbinas tipo Francis
Furnas foi a primeira usina construída pela Empresa, da qual herdou o nome. A barragem está localizada no rio
Grande, no trecho denominado "Corredeiras das Furnas", entre São José da Barra e São João Batista do Glória,
em Minas Gerais. Sua construção começou em 1958 e hoje apresenta uma potência de 1.216 MW. Utiliza 8
turbinas Francis de eixo vertical: potência nominal de 152MW, queda de 88,9m, vazão individual de 190 m3/s e
rotor com diâmetro de 4,485 m girando a 150 rpm.
1 - Condutos forçados
2 - Barragem de concreto 2
3 - Barragem de enrocamento
4 - Tomada de água 1
5 - Reservatório
6 - Subestação
5 6
3 4
https://www.furnas.com.br/subsecao/120/usina-de-furnas---1216-mw?culture=pt
33
área decrescente,
velocidade uniforme
Gomes. P. D. S., Fernandes, P. G. M., da Silva, N. F. Artigo técnico: Tipos de tecnologias de turbinas utilizadas nas centrais mini-hídricas, Instituto Superior de
34 Engenharia do Porto. https://parc.ipp.pt/index.php/neutroaterra/article/download/333/70/176
A figura nos ajuda a entender a instalação da turbina
Francis
rotor Francis
palhetas do
distribuidor
tubo de sucção
35
Antes de aplicarmos a equação de Euler devemos
construir os triângulos de velocidade
β1
O trabalho w também pode ser obtido aplicando-se a equação da energia entre duas
seções convenientemente escolhidas, como faremos nos próximos slides.
Carga na entrada do rotor (1)
p1 V12
g (HE − hL) =
Sendo hL a perda de carga na voluta e palhetas
+ + gz1
ρ 2 diretrizes
p1 V12
H1 = + + gz1
ρ 2 1
37
Podemos aplicar novamente a equação da energia na saída
do rotor
p2 V22
g (HE − hL − hR) − w = + + gz2 Sendo hR as perdas hidráulicas no rotor
ρ 2
p2 V22
+ + gz2
ρ 2 2 Z2
patm
38
Analisando-se entre as seções de entrada e saída obtemos a
expressão desejada para o trabalho específico
p1 V12
g (HE − hL) = + + gz1
ρ 2
p2 V22
g (HE − hL − hR) − w = + + gz2
ρ 2
p1 − p2 V12 − V22
ghR + w = + + g(z1 − z2)
ρ 2
p01 − p02
p1 V12 1 w= + g(z1 − z2) − ghR
ρ
+
2
+ gz1 ρ
2
p2 V22
+ + gz2
ρ 2
39
Obtém-se uma relação adicional aplicando-se a equação da
energia entre a saída do rotor e o nível a jusante
p2 V22 V32
+ + gz2 − ghD = Sendo hD a perda de carga no tubo de sucção
ρ 2 2
2
p2 V22
+ + gz2
ρ 2
40
O trabalho também pode ser calculado aplicando-se a
equação da energia entre a seção 1 e o nível a jusante
V32
g (HE − hL − hR − hD) − w = Sendo hD a perda de carga no tubo difusor
2
V32
w = g (HE − hL − hR − hD) −
2
g (HE − hL)
1
41
Podemos definir um rendimento hidráulico e um rendimento
global
w
Hidráulico: ηh =
gHE
Global: ηo = ηhηm
rendimento mecânico: ηm
42
(Dixon; Hall, 2014)
𝜂
𝜂
𝜂
Exemplo 4.3 – Cálculos básicos para uma turbina Francis
hL = 6,0 m; hR = 10 m; hD = 1,0 m
Determinar
(a) Solução
44
fi
Exemplo 4.3 – Cálculo da velocidade absoluta na entrada do
rotor
(b) Solução
w
Euler w = U1Vt1 − U2Vt2 sem swirl Vt1 =
U1
V tangencial na w 1298,6
entrada do rotor Vt1 = = = 37,10m/s
U1 35
V absoluta na 2 2 2 2
entrada do rotor
V1 = Vt1 + Vn1 = 37,1 + 10,5
V1 = 38,56m/s
45
Exemplo 4.3 – Cálculo da carga de pressão na saída do rotor
(c) Solução
p2 V22 V32
Eq. da energia: + + gz2 − ghD =
ρ 2 2
p2 V32 V22
= − − z2 + hD
ρg 2g 2g
p2 3,52 − 10,52
= −2+1
ρg 2.9,81
p2 Pressão menor
= − 5,99m
ρg que a atmosférica
46
Exemplo 4.3 – Ângulo de entrada absoluto
(d) Solução
Vn1
( Vt1 )
Vn1
α1 = arctan
ω
1
Vt1
( 37,1 )
10,5
α1 = arctan
V1
α1 = 15,1o
47
𝛂
Exemplo 4.3 – Ângulo de entrada relativo
→ → →
(d) Solução W1 = V1 – U1
–U1 W1
Vn1
β1
U1 W1
Vn1
( Vt1 − U1 )
ω
W1 Vn1
β1 = arctan
Vt1
V1
( 37,1 − 35 )
10,5
β1 = arctan
β1 = 78,7o
48
Exemplo 4.3 – Rotação e diâmetro do rotor
(e) Rotação
ΩSP (gH)
5/4
· ΩSP (gH)
5/4
ω W/ρ
ω= mas ω=
ΩSP = · Qw
·
(gH)
5/4
W/ρ W/ρ = Qw
0,8 (9,81.150)
5/4
ω= ω = 45,2rad/s 432rpm
20.1298,6
Diâmetro
2U1 2.35
D= = = 1,547m
ω 45,24
49
A usina de Porto Primavera está localizada em São Paulo e
utiliza turbinas tipo Kaplan
Com 10,2 km de comprimento, Porto Primavera possui a barragem mais extensa do Brasil. A usina está situada
no Rio Paraná. Com 14 unidades geradoras e 1.540 MW de potência, a usina produz o su ciente para abastecer
um complexo urbano como a Região Metropolitana de Campinas. Utiliza 14 turbinas Kaplan com queda de
18,95m e vazão individual de 280 m3/s.
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=329385
https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/noticias-e-eventos/noticias/ana-
orienta-ons-sobre-operacao-de-reservatorios-para-atendimento-de-
necessidades-energeticas
https://www.cesp.com.br/porto-primavera/
Wikipedia
50
fi
Podemos aplicar a Equação de Euler à turbina Kaplan
https://wiki.eq.uc.pt/mediawiki/index.php/Turbinas_hidráulicas?veaction=edit
51
As palhetas no distribuidor podem ser abertas e fechadas a
vazão que passa pela turbina
https://www.renewables rst.co.uk/hydropower/hydropower-learning-centre/
kaplan-turbines/
52
fi
fi
fi
fi
fi
Exemplo 4.4 – Cálculos básicos para uma turbina Kaplan
Uma turbina Kaplan de pequena escala tem uma potência de 8 MW, uma altura manométrica
disponível na entrada da turbina de 13,4 m e uma rotação de 200 rpm. As pás guia de
entrada têm um comprimento de 1,6 m e o raio na sua saída é r1 = 1,55 m. O diâmetro D2 do
rotor é de 2,9 m e a razão (rc/r) entre o diâmetro do cubo e do rotor é de 0,4.
raio e ponta.
Vt1 3,725
α1 = arctan = arctan = 41,3o
Vr1 4,246
vórtice vórtice
forçado livre
55
Exemplo 4.4 – Cálculos dos ângulos nos triângulos de
velocidade
Resumo: Vr1 = 4,246m/s Vt1 = 3,725m/s
Vt2
α2 = arctan = 18,08o
Vx2
( Vx2 )
U
β2 = arctan − tan α2 = 65,69o
U
β3 = arctan = 68,57o
Vx3
57
r / r2