Você está na página 1de 112

Elementos de Máquinas II

Embreagens e Freios

Professor MSc. Diego P. A. Peña

Universidade Federal da Paraíba


João Pessoa - PB, Brasil

1
Sumário
Introdução
Materiais de Atrito
Análise estática de embreagens e freios
Sapatas Internas
Sapatas Externas
Sapata Externa Curta
Embreagens e Freios de Cinta
Embreagens de contato axial
Freios de disco
Embreagens e freios cônicos
Considerações Energéticas
Elevação da Temperatura
Embreagens variadas e Acoplamentos
Volantes
Referências
2
Tipos

3
Tipos

4
Introdução
I Embreagem ou freio são
duas inércias movendo-se
com velocidades angulares
distintas devem ser levadas à
mesma velocidade por meio
do acoplamento.
I No caso do freio, uma delas
tem velocidade zero.

I Devido ao deslizamento que ocorrerá, haverá dissipação de


energia com aumento da temperatura sendo importante
considerar:
I Força de acionamento
I Torque transmitido
I Perda de energia
I Aumento de temperatura

5
Introdução

Freio-embreagem contrátil externo


Tambor com sapata interna de
engatado expandindo o tubo
acionamento centrífugo
flexível com ar comprimido

Embreagem Cônica Acoplamentos de eixo


6
Introdução

Cinta de Freio Embreagem de disco

Embreagem de múltiplos discos Freio de disco automotivo


7
Introdução

Freio-embreagem contrátil externo


Tambor com sapata interna de
engatado expandindo o tubo
acionamento centrífugo
flexível com ar comprimido

Embreagem Cônica Acoplamentos de eixo


8
Introdução

Honda Biz

9
Introdução

I Volante é um aparato inercial


de armazenamento de energia.

I Ao absorver energia, aumenta a velocidade angular ↑ ω, bem


como ao receber um torque de entrada Ti
I Ao repassar energia, diminui a velocidade angular. ↓ ω, bem
como ao receber um torque de saída TO
I Assim, deve-se projetar volantes para uma quantidade específica
de regulação de velocidade.

10
Materiais de Atrito

Características de material de forro de freios/embreagens

I Coeficiente de atrito alto e reproduzível


I Não afetável por condições ambientais (umidade, etc.)
I Habilidade de suportar elevadas T com boa condutividade térmica
e difusividade, e alto CP
I Boa resiliência
I Alta resistência ao desgaste, marcas e esfolamento (desgaste
adesivo)
I Compatível com o ambiente
I Flexibilidade.

11
Materiais de Atrito

I A manufatura desses materiais é altamente especializada.


I Catálogos de fabricantes são utilizados para selecionar os
materiais em tamanhos padronizados.

12
Materiais de Atrito
I Revestimento (lona) de algodão trançado é produzido como um
cinto de tecido impregnado com resinas e polimerizado. Utilizado
em maquinária pesada. Geralmente é produzido em rolos com
300mm de larguras e 15m, espessuras de 3 a 25mm.
I Revestimento de asbesto trançado é feito de maneira similar ao
algodão e pode conter partículas de metais.
I Revestimento de asbesto moldado contém fibra de asbesto e
modificadores de atrito, é usado um polímero termorrígido com
calor para formar um molde. É usado em freio de tambor.
I Pastilhas de asbesto moldado não são flexíveis e são utilizadas
em embreagens e freios.
I Pastilhas de metal sinterizado são feitas de uma mistura de
cobre e/ou partículas de ferro com modificadores de atrito. São
utilizadas em freios e embreagens de aplicações de serviço
pesado.
I Pastilhas de cermeto são similares às de metal e têm um
conteúdo cerâmico substancial.
13
Materiais de Atrito

14
Materiais de Atrito

15
Materiais de Atrito

16
Análise estática de embreagens e freios

I Vários dispositivos podem


ser analisados através de um
procedimento geral que analise:
I A Distribuição de pressão nas
superfícies de atrito.
I Relação entre a máxima pressão e a
pressão em qualquer ponto.
I Força e/ou toque de frenagem e as
reações de suporte

Calço de porta comum


17
Análise estática de embreagens e freios

Força Normal
R w causada pela pressão P(u)
N = w2 0 1 p(u)du = pav w1 w2

N = pav w1 w2

A Pressão Média
Z w1
1
pav = p(u)du
w1 0

R w1
Atrito: Fat = w2 0 fp(u)du = fpav w1 w2

Fat = fpav w1 w2

18
Análise estática de embreagens e freios
N = pav w1 w2
Fat =
R wfp1 av w1 w2
uw2 0 p(u)du = pav w1 w2 u

Somatório de forças em x:
ΣFx = Rx ∓ Fat = 0
- para → + para ←

Rx = ±fpav w1 w2

Do somatório de forças em y:
ΣFy = −F + N + Ry = 0
Ry = F − N = F − pav w1 w2

Ry = F − pav w1 w2

19
Análise estática de embreagens e freios

Momentos em relação a A: ΣMA = 0

Fb − MN ∓ MFat = 0
R w1
MN = w2 0 p(u)(c + u)du
R w1
MFat = aw2 0 fp(u)du = afpav w1 w2

Z w1 Z w1 
w2
F= p(u)(c + u)du ± af p(u)du
b 0 0

20
Análise estática de embreagens e freios

I Sapata de freio
I Autoenergizante é quando o sentido do momento ajuda a assentar
o freio.
A medida que o atrito cresce, a força F requerida para frear
diminui.
I Autodesenergizante é quando o momento resiste a assentar o
freio
I Autoativação/autoacionamento/autotravamento está presente
independentemente do conhecimento da distribuição de pressão
p(u)
Ocorre quando a força F ≤ 0 Geralmente indesejável.
I As aplicações de travamento de retorno utilizam esse artifício,
como embreagens de sobremarcha e guinchos. Para evitar o
retorno da carga.
Análise estática de embreagens e freios

Z w1 Z w1 
w2
F= p(u)(c + u)du ± af p(u)du
b 0 0

I Surge então o questionamento: Pode F ≤ 0?

R w1 R w1 Rw
1 0 p(u)(c + u)du 1c 0 p(u)du + 0 1 p(u)udu
fcr ≥ R w1 = R w1
a 0 p(u)du
a 0 p(u)du

c+u
fcr ≥
a
R w1
p(u)udu
onde u = R0 w1
0 p(u)du

I É necessário calcular fcr a partir de p(u) (ou seja, u)

22
Análise estática de embreagens e freios: Resumo

Z w1
1
pav = p(u)du
w1 0

N = pav w1 w2

Fat = fpav w1 w2
Rx = ±fpav w1 w2 Ry = F − pav w1 w2

Z w1 Z w1 
w2
F= p(u)(c + u)du ± af p(u)du
b 0 0
R w1
p(u)udu c+u
u= R0 w1 fcr ≥ a
0 p(u)du

23
Introdução

24
Sapatas Internas
I Consiste basicamente em 3
elementos:
1. Superfície friccional de
contato
2. Meio de transmissão de
torque
3. Mecanismo de
acionamento
I Podem ser do tipo anel
expansível, centrífuga,
magnética, hidráulica e
Embreagem tipo tambor com pneumática.
sapata interna de acionamento I A Sapata Curta tem ângulo
centrífugo de contato ≤ 45°
I A Sapata Longa tem ângulo
de contato > 45°

25
Sapatas Internas
1. Embreagem de Anel expansível é utilizada em maquinaria
têxtil, escavadoras e máquinas-ferramenta onde a embreagem é
colocada dentro da polia motora. Transmitem altos toques a
baixas velocidades, requerem acoplamento positivo e força de
liberação ampla.
2. Embreagem Centrífuga é usada na maioria das vezes para
operação automática.
3. Embreagens magnéticas são úteis para sistemas automáticos e
de controle remoto e para acionamentos sujeitos a complexos
ciclos de carga.
4. Embreagens hidráulicas e pneumáticas são úteis em
acionamentos que possuem ciclos de carregamento complexos,
em maquinaria automática e robôs.
O fluxo do fluido pode ser controlado por válvulas solenoides.
Geralmente como embreagens de disco, de cone e de pratos
múltiplos (multidiscos).
5. Freios de sapata interna ou de tambor é amplamente utilizado
26
em aplicações automotivas.
Sapatas Internas
1. A sapata é pivotada no ponto
A e a força de acionamento
age na outra extremidade.
2. Dada a compressão, não
se pode supor que a
distribuição da força normal
seja uniforme.
3. Admite-se que a pressão em
A é nula e, usualmente, pode-
se retirar material de atrito na
proximidade.
4. Por fim, é necessário calcular
as forças atuantes: F, Reações
em A, N, f e T no tambor

27
Sapatas Internas

sin(θ/2) = h/2r ∴ h = 2r sin(θ/2)


Para uma rotação infinitesimal ∆φ da
sapata no sentido horário:
A deformação perpendicular ao aro:
h∆φ cos(θ/2)

h∆φ cos(θ/2) = r2 sin(θ/2)∆φ cos(θ/2)


= r∆φ sin(θ)

Assim, como a deformação é proporcional


ao ângulo θ, a pressão também deve ser:
p pa pa
sin θ = sin θa ∴ p = sin θa sin θ

28
Sapatas Internas
pa
p= sin θ
sin θa

I A distribuição de pressão é então senoidal.


I Sapata curta - pa ocorre na extremidade em θ2
I Sapata longa - pa ocorre em θa = 90°

Definindo o ângulo no qual a pressão máxima ocorre quando


(a) sapata existe na zona θ1 ≤ θ2 ≤ π/2
(b) sapata existe na zona θ1 ≤ π/2 ≤ θ2
29
Sapatas Internas
dN = pbrdθ
dN = sinpaθa sin θbrdθ

pa br
dN = sin θdθ
sin θa

ΣMA = 0 = −Fc − Mf + MN
MN − Mf
F=
c

I Por conta do sinal negativo


de Mf , esse é um freio
autoenergizante, a força F
diminui com a rotação/atrito.
I Além disso, deve-se buscar valores dimensionais que evitem o
autotravamento para MN ≥ Mf
30
Sapatas Internas
Calculando
R os momentos em A:
MN = a sin θdN

Z θ2
apa br
MN = sin2 θdθ
sin θa θ1

R
Mf = fdN(r − a cos θ)

Z θ2
fpa br
Mf = sin θ(r−a cos θ)dθ
sin θa θ1

Torque
R do tambor:
T = rfdN
θ2
pa br2 f
Z
T= sin θdθ
sin θa θ1
31
Sapatas Internas
Calculando as reações em A:
→ ΣFx =R 0 R
Rx +Fx + fdN sin θ− dN cos θ =
0 R R
Rx = dN cos θ − fdN sin θ − Fx

↑ ΣFy =R0 R
Ry +Fy − fdN cos θ− dN sin θ =
0 R R
Ry = dN sin θ + fdN cos θ − Fy
Substituindo dN e ambas... dN =
pa br
sin θa sin θdθ
Z θ2 Z θ2 
pa br 2
Rx = sin θ cos θdθ − f sin θdθ − Fx
sin θa θ1 θ1
Z θ2 Z θ2 
pa br 2
Ry = sin θdθ + f sin θ cos θdθ − Fy
sin θa θ1 θ1
32
Sapatas Internas

I Caso a rotação se inverta, o sentido das forças de atrito mudam.


MN +Mf
F= c Assim, a sapata passa a ser autodesenergizante.

pa br Rθ Rθ
Rx = sin θa θ12 sin θ cos θdθ + f θ12 sin2 θdθ − Fx
R 
pa br θ2 2
R θ2
Ry = sin θa θ1 sin θdθ − f θ1 sin θ cos θdθ − Fy

Para simplificar:
Rθ θ
A = θ12 sin θ cos θdθ = 12 sin2 θ θ2
Rθ θ1
B = θ12 sin2 θdθ = θ2 − 14 sin 2θ θ2
1

Para rotação horária : Para rotação anti-horária :


pa br pa br
Rx = sin θa (A − fB) − Fx Rx = sin θa (A + fB) − Fx
pa br pa br
Ry = sin θa (B + fA) − Fy Ry = sin θa (B − fA) − Fy

33
Sapatas Internas: Resumo

p = sinpaθa sin θ
pa br
dN = sin θa sin θdθ
fpa br θ2
Mf = sin θa [(−r cos θ) − aA]θ1
apa br θ2
R 2 apa br
MN = sin θa θ1 sin θdθ = sin θa B
2 Rθ pa br2 f
T = psin
a br f 2
θa θ1 sin θdθ = sin θa (cos θ1 − cos θ2 )

A = 12 sin2 θ θ2
1

B = θ2 − 14 sin 2θ θ2
1

Para rotação horária : Para rotação anti-horária :


M −M M +M
F = N c f Auto energizante F = N c f Auto desenergizante
pa br pa br
Rx = sin θa (A − fB) − Fx Rx = sin θa (A + fB) − Fx
pa br pa br
Ry = sin θa (B + fA) − Fy Ry = sin θa (B − fA) − Fy

34
Sapatas Internas: Considerações finais
I Sistema de referência com origem no centro do tambor.
I Eixo x orientado pelo pino de articulação.
I Eixo y sempre na direção da sapata.
I Pressão proporcional à distância a partir do pino de articulação.
(Zero no calcanhar)
Os fabricantes especificam as pressões médias.
I Freios: Sapatas sem rotação ∴ Força centrífuga desprezada.
I Embreagens: Sapatas com rotação ∴ Força centrífuga deve ser
considerada nas equações de equilíbrio.
I Sapata rígida, caso contrário haverá deformação e a distribuição
de pressão se altera.
I O coeficiente de atrito foi considerado como constante, mas
poderia ser função da pressão, temperatura, desgaste, ambiente,
etc.

35
Sapatas Internas: Exemplo

36
Sapatas Internas: Exercício

37
Sapatas Internas: Exercício

38
Sapatas Internas: Exercício

39
Sapatas Internas: Exercício

40
Sapatas Internas: Exercício

I 16-1 Shigley 10ed. A figura mostra um freio do tipo de tambor


com sapatas, tendo um diâmetro interno de aro de 300 mm e uma
dimensão R = 125 mm. As sapatas têm uma largura de face de 40
mm e são ambas acionadas por uma força de 2,2 kN. O tambor
rotaciona no sentido horário. O coeficiente médio de atrito é 0,28.
a Encontre a pressão máxima e
indique a sapata na qual ela
ocorre.
b Calcule o torque de frenagem
executado por cada sapata e
encontre o torque total de
frenagem.
c Calcule as reações resultantes
no pino de articulação.

41
Sapatas Internas: Exercício
I 16-4 Shigley 10ed. A figura mostra um tambor de freio de
diâmetro de 400 mm com quatro sapatas internamente
expansíveis. Cada um dos pinos de articulação A e B suporta um
par de sapatas. O mecanismo acionador deve ser arranjado para
produzir a mesma força F em cada sapata. A largura de face das
sapatas é de 75 mm. O material usado permite um coeficiente de
atrito de 0,24 e uma pressão máxima de 1000 kPa.
Dimensões em mm:
a=150, c=165, R=200 e d=50.
a Determine a máxima força
acionadora.
b Calcule a capacidade do freio.
c Sabendo que a rotação pode
ser em qualquer direção,
calcule as reações do pino de
articulação.
42
Sapatas Externas
I Mecanismos de operação
I Solenoides
I Alavancas, elos ou
dispositivos de travamento
I Elos com carregamento de
mola
I Dispositivos hidráulicos e
pneumáticos
I Caso a sapata externa seja
usada como embreagem, o
efeito da força centrífuga
tende a decrescer a força
normal e F aumenta com a
velocidade.
Embreagem-freio externa contrátil I Sapata Externa Longa -
expandindo o tubo flexível de ação I Sapata Externa Curta - θ ≤
pneumática. 45°
43
Sapatas Externas

I Os momentos Mf e MN são
os mesmos já calculados em
sapatas internas.R
fpa br θ2
Mf = sin θa θ1 sin θ(r −
a cos θ)dθ
apa br R θ2 2
MN = sin θa θ1 sin θdθ
I Calculando F:
ΣMA = 0
Fc − Mf − MN = 0
MN + Mf
F=
c
Sapata externa contrátil Autodesenergizante

44
Sapatas Externas

Calculando as reações em A:
→ ΣFx = 0 R
−R
R x − Fx + fdN sin θ +
dN cos
R θ=0 R
Rx = dN cos θ + fdN sin θ − Fx

↑ ΣFy =R0 R
Ry −Fy − fdN cos θ+ dN sin θ =
0 R R
Ry = fdN cos θ − dN sin θ + Fy
Substituindo dN e utilizando A e
B...
pa br
Rx = sin θa (A + fB) − Fx
pa br
Ry = sin θa (fA − B) + Fy

45
Sapatas Externas: Resumo

p = sinpaθa sin θ
pa br
dN = sin θa sin θdθ h i
fpa br R θ2 fpa br θ2
Mf = sin θa θ1 sin θ(r − a cos θ)dθ = sin θa (−r cos θ)θ1 − aA
apa br R θ2 2 apa br
MN = sin θa θ1 sin θdθ = sin θa B
2 Rθ pa br2 f θ2 pa br2 f
T = psin
a br f 2
θa θ1 sin θdθ = sin θa (− cos θ)θ1 = sin θa (cos θ1 − cos θ2 )

A = 12 sin2 θ θ2
1

B = θ2 − 14 sin 2θ θ2
1

Para rotação horária : Para rotação anti-horária :


M +M M −M
F = N c f Autodesenergizante F = N c f Autoenergizante
pa br pa br
Rx = sin θa (A + fB) − Fx Rx = sin θa (A − fB) − Fx
pa br pa br
Ry = sin θa (fA − B) + Fy Ry = sin θa (−fA − B) + Fy

46
Sapatas Externas: Exercício
I 16-5 Shigley 10ed. O freio de mão de tipo bloco mostrado na
figura tem uma largura de face de 30 mm e um coeficiente médio
de atrito de 0,25. Para uma força de acionamento estimada de 400
N, encontre a pressão máxima na sapata e o torque de frenagem.

47
Sapata Externa Curta

I A Sapata Curta é caracterizada por um ângulo de contato ≤ 45°


I Dado o ângulo reduzido, supõe-se a distribuição de pressão
uniforme.
p = pa e N = pa A
ΣMC = 0 = Nb − fNc − Fa
F = N( b−fc
a ) Autoenergizante
a
N = F( b−fc )
Caso a articulação passe de C para D: F = N( b+fc
a )
Autodesenergizante
48
Sapata Externa Curta

Calculando as Reações:  
a
Rx = fN e Ry = F − N E como N = b−fc F
   
a a
Rx = f b−fc F Ry = 1 − b−fc F
Calculando o Torque:  
a
ΣMO = 0 ∴ T = fNr T = frF b−fc

49
Sapata Externa Curta Resumo

 
F = N b−fc
a Autoenergizante N = F a
b−fc
Rx = fN Ry = F − N
 
a
Rx = f F
b − fc
 
a
Ry = 1 − F
b − fc
 
a
T = frF
b − fc

50
Sapata Externa Curta Exercício

I 16-1 Collins 2ed., Adapt Um freio de bloco de sapata curta com


um tambor girando no sentido horário a 500 rpm. A pressão de
contato máxima admissível é de 200 psi e o coeficiente de atrito é
de 0,15.
(a) Derive uma expressão para a
força atuante F, expressa como
uma função de pa .
(b) Se a força de acionamento não
deve exceder 30 lbf, qual é o
comprimento mínimo d que deve
ser utilizado na alavanca?
(c) Calcule o torque de frenagem
máximo admissível que deve ser
esperado deste projeto.

51
Sapatas Externas: Freio com sapata pivotada simétrica

Calculando o desgaste da forração de


freio:
w(θ) = w0 cos θ
Desgaste linear w = KPVt
K constante do material
P pressão
V Velocidade
t tempo

w(θ) = Kp(θ)Vt = w0 cos θ


w0
p(θ) = KVt cos θ
Como a área superficial do material
de atrito tem a mesma velocidade de
roçamento para a mesma duração
w0
KVt = cte
p(θ) = pa cos θ
52
Sapatas Externas: Freio com sapata pivotada simétrica

Análise de forças:
p(θ) = pa cos θ
dN = pbrdθ = pa br cos θdθ
Calculando os momentos em relação a
A: Rθ
Mf = 2 0 2 fdN(a cos θ − r) = 0

2 0 2 fpa br(a cos2 θ − r cos θ)dθ = 0

4r sin θ2
a=
2θ2 + sin 2θ2

A componente horizontal de N é
R θ por Rx ∴ Rx = N
balanceada
Rx = 2 0 2 dN cos θ
A componente vertical de fN é balanceada
por Ry ∴ Ry = fN = fRx

53
Ry = 2 2 fdN cos θ
Sapatas Externas: Freio com sapata pivotada simétrica

Análise de forças:
dN = pRa br cos θdθ
θ
Rx = 2 0 2 dN cos θ
R θ2
Ry = 2 0 fdN cos θ

Rx = 2 0 2 pa br cos2 θdθ =

2pa br 0 2 cos2 θdθ
Rx = pa2br (2θ2 + sin θ2 )

Ry = 2 0 2 fpa br cos2 θdθ
E o torque: T = aRy = afN

54
Sapatas Externas: Freio com sapata pivotada simétrica:
Resumo

p(θ) = pa cos θ

dN = pa br cos θdθ

4r sin θ2
a=
2θ2 + sin 2θ2
Z θ2
N = Rx = 2 pa br cos2 θdθ
0
Z θ2
fN = fRx = Ry = 2 fpa br cos2 θdθ
0

T = afN
55
Sapata Pivotada Simétrica: Exercício
I 16-8 Shigley 10ed. Considere a sapata simétrica pivotada externa
de freio da Figura e Equação (16-15). Suponha que a distribuição
de pressão seja uniforme, isto é, a pressão p independe de θ.

(a) Qual será a distância de pivô


a’?
(b) Se θ1 = θ2 = 60°, compare a
com a’.

56
Sapata Pivotada Simétrica: Exercício
I 16-9 Shigley 10ed. As sapatas no freio subtendem um arco de
90º no tambor deste freio de sapata externa pivotada. A força
acionadora P é aplicada à alavanca. A direção de rotação do
tambor é anti-horária e o coeficiente de atrito é de 0,30.
(a) Qual deve ser a dimensão e de modo a eliminar os momentos de
atrito em cada sapata?
(b) Desenhe os diagramas de corpo livre da alavanca de cabo e das
alavancas de sapata, com as forças expressas em termos da força
P.
(c) A direção de rotação do tambor afeta o torque de frenagem?

57
Embreagens e Freios de Cinta
1. Cintas flexíveis
de embreagens e
freios são usadas
em escavadeiras
de potência, em
guindastes e outras
máquinas.
2. Por conta da rotação
P1 ≥ P2
Para ângulos pequenos: sin2dθ ≈ dθ
2 e cos dθ
2 ≈ dθ
2 ≈1
sin dθ sin dθ
ΣFy = 0 ∴ (P + dP) 2 + (P) 2 − dN = 0
(P + dP) dθ dθ
2 + (P) 2 − dN = 0
2P dθ
2 + dPdθ
 = dN
2
dN = Pdθ
ΣFx = 0 ∴ (P + dP) cos2dθ − P cos2dθ − fdN = 0
dP cos2dθ − fdN = 0 ∴ dP − fdN = 0
dP − fPdθ = 0
58
Embreagens e Freios de Cinta

R P1−1 fPdθ = R0φ


dP
P2 P dP = f 0 dθ

P1 P1
ln = fφ ∴ = expf φ
P2 P2

Calculando o Torque:
ΣMO = 0 ∴ T = (P1 − P2 ) D2
Calculando dN com relação a pressão p:
dN = pbrdθ ; sendo dN = Pdθ
P
Pdθ = pbrdθ ∴ P = pbr ∴ p = br

2P
pa =
bD

59
Embreagens e Freios de Cinta: Resumo

dN = Pdθ

dP − fPdθ = 0

P1 P1
ln = fφ ∴ = ef φ
P2 P2
D
T = (P1 − P2 )
2
2P
pa =
bD

60
Embreagens e Freios de Cinta: Exercício
I 16-13 Shigley 10ed. O freio tem um coeficiente de atrito de 0,30
e é operado usando uma força máxima de 400 N. Se a largura de
banda é de 50 mm, encontre as tensões de banda e o torque de
frenagem.

61
Embreagens e Freios de Cinta: Exercício
I 16-23 Collins 2ed. Uma alavanca está ligada a um tambor, que
está livre para girar em O. É requerido que a alavanca suporte uma
força de 5 N. De forma a impedir a alavanca de girar, um freio de
cinta está sendo sugerido. Para a análise inicial, assume-se que
o revestimento tem 100 mm de largura e que seja feito de tecido
de algodão. A força de acionamento é provida por um cilindro
pneumático BC que pode suprir uma pressão de 0,3 MPa.

a Determine a área da seção


transversal do cilindro de
modo a fornecer força
suficiente para manter a
força requerida para manter a
alavanca na posição mostrada
b Determine a pressão no
revestimento.

62
Embreagens de contato axial
I Nas embreagens de
contato axial, os membros
de atrito acoplantes são
movidos na direção
paralela ao eixo.
I Embreagem cônica -
apresenta construção
simples
I Embreagem de disco (um
ou mais discos)
1. Independência dos
efeitos centrífugos
2. Grande área de atrito
em espaço pequeno
3. Superfície efetiva de Embreagem de um prato
dissipação de calor A Placa motora C Acionador
4. Distribuição favorável B Placa movida
de pressão
63
Embreagens de contato axial

Embreagem-freio de múltiplos discos com acionamento


64
Embreagens de contato axial
I A partir de uma força F, deve-se obter
a Pressão P e o torque T gerado.
I Discos rígidos - o desgaste ocorrerá
nas áreas externas até uniformizar a
área e surgir o desgaste uniforme.
I Utilização de molas - comprimem
para que haja o contato, gerando
pressão uniforme.
Disco de atrito

Desgaste axial de Deslizamento: w = f1 f2 KPVt


f1 Tipo de movimento,carga e velocidade
f2 Fator de meio ambiente
K fator de desgaste (propriedade material)
V Velocidade de deslizamento
P Pressão
t tempo

65
Embreagens de contato axial: Desgaste Uniforme
Para desgaste uniforme:
w = cte ∴ PV = cte
Como p = P e V = ωr
p = pa d2
Calculando a Força
dF = p2πrdr
R D/2 R D/2
F = d/2 p2πrdr = pa d2 2π d/2 dr

πpa d
F= (D − d)
2

Calculando o Torque para 1 superfície de atrito


R D/2 R D/2
T = d/2 pf 2πr2 dr = pa d2 f 2π d/2 rdr
T = f πp8a d (D2 − d2 )

f
T = F (D + d)
4
66
Embreagens de contato axial: Pressão Uniforme

Sendo a pressão uniforme pa :


F = pa .A

D2 − d2

F = πpa
4

Calculando o Torque para 1 superfície de atrito:


R D/2 R D/2
T = d/2 pa f 2πr2 dr = 2πfpa d/2 r2 dr

πfpa
D3 − d3

T=
12

Ff D3 − d3
T=
3 D2 − d2

67
Embreagens de contato axial: Resumo

Desgaste Uniforme Pressão Uniforme


πpa d (D2 −d2 )
F= 2 (D − d) F = pa π 4

πfpa
T = f πp8a d (D2 − d2 ) D3 − d 3

T= 12

Ff D3 −d3
T = F 4f (D + d) T= 3 D2 −d2

O Torque é para um par de superfícies acopladas.

TT = T.N

68
Embreagens de contato axial

Adimensionalizando as equações
do Torque:
Desgaste Uniforme (velha):
T 1+d/D
fFD = 4

Pressão Uniforme (nova):


T 1 1−(d/D)3
fFD = 3 1−(d/D)2

I Uma embreagem nova sempre transmite mais torque do que uma


velha.
I Como d/D geralmente fica entre 0,6 e 1,0; isso geral uma
diferença máxima de 2,1%.
I Dado o desgaste que ocorrerá nas embreagens novas, o modelo de
Desgaste uniforme será então utilizado!
69
Embreagens de contato axial: Exercício
I 16-16 Shigley 10ed. Uma embreagem de placa (prato) tem um
único par de superfícies acoplantes em atrito de 250 mm de
diâmetro externo por 175 mm de diâmetro interno. O valor
médio do coeficiente de atrito é de 0,30 e a força de acionamento
é de 4 kN.
a Encontre a pressão máxima e a capacidade de torque usando o
modelo de desgaste uniforme.
b Encontre a pressão máxima e a capacidade de torque usando o
modelo de pressão uniforme.
I 16-17 Shigley 10ed. Uma embreagem de placa (prato) de
múltiplos discos, operada hidraulicamente, tem um diâmetro
externo efetivo de disco de 165 mm e um diâmetro interno de
100 mm. O coeficiente de atrito é de 0,24 e a pressão limitante é
de 830 kPa. Existem seis planos de deslizamento presentes.
a Usando o modelo de desgaste uniforme, calcule a força axial
limitante F e o torque T.
b Seja o diâmetro mais interno dos pares de atrito d uma variável.
Calcule T para d= 50, 75, 100, 125 e 150 (mm).
c O que a tabela mostra?
70
Freios de disco

I Freios de disco também são


do tipo de contato axial e
as equações anteriores são
válidas. A diferença é a área
de contato existente.
I O freio a tambor, por conta
da autoenergização, pode
necessitar de 50% mais força
no pedal caso f se altere em
30%.
I O freio de disco não tem
autoenergização, assim, não é
tão afetado pelo coeficiente de
atrito.
Freio de Pinça Flutuante

71
Freios de disco
Desgaste axial de Deslizamento:
w = f1 f2 KPVt
Rθ Rr
F = θ12 ri o prdrdθ
Rr
F = (θ2 − θ1 ) ri o prdr

Rθ Rr
T = θ12 ri o fpr2 drdθ
Rr
T = (θ2 − θ1 ) ri o fpr2 dr
Área de contato de um segmento
anular de pastilha de um freio de Raio equivalente re :
pinça T = fFre R
ro
T ri fpr2 dr
re = fF = f
R ro
prdr
ri
r, Coordenada
R θ Rder F: Rr
Mx = Fr = θ12 ri o pr(r sin θ)drdθ = (cos θ1 − cos θ2 ) ri o pr2 dr
R ro 2
Mx (cos θ1 −cos θ2 ) Rri pr dr (cos θ1 −cos θ2 )
r= F = (θ2 −θ1 ) ro ∴r= (θ2 −θ1 ) re
ir prdr
72
Freios de disco: Desgaste Uniforme

A Pressão é máx em ri :

p = pa rri Raio equivalente re :


1
T (θ −θ1 )fpa ri (ro2 −ri2 )
2 2
Rr re = fF = f (θ2 −θ1 )pa ri (ro −ri )
F = (θ2 − θ1 ) ri o prdr
Rr
F = (θ2 − θ1 ) ri o (pa ri 1r )rdr re = ro +ri
2

F = (θ2 − θ1 )pa ri (ro − ri ) r, Coordenada de F:


Rr
T = (θ2 − θ1 ) ri o fpr2 dr r= (cos θ1 −cos θ2 )
re
Rr (θ2 −θ1 )
T = (θ2 − θ1 ) ri o f (pa rri )r2 dr
Rr
T = (θ2 − θ1 )fpa ri ri o rdr (cos θ1 −cos θ2 ) ro +ri
r= (θ2 −θ1 ) 2

T = 21 (θ2 − θ1 )fpa ri (ro2 − ri2 )

73
Freios de disco: Pressão Uniforme

Pressão constante:
Raio equivalente re :
(θ2 −θ1 )fpa 13 (ro3 −ri3 )
p = pa re = T
=
fF f (θ2 −θ1 )pa 12 (ro2 −ri2 )
Rr
F = (θ2 − θ1 ) ri o prdr 3 3
2 (ro −ri )
Rr
F = (θ2 − θ1 )pa ri o rdr re = 3 (ro2 −ri2 )

F = (θ2 − θ1 )pa 12 (ro2 − ri2 ) r, Coordenada de F:


Rr (cos θ1 −cos θ2 )
T = (θ2 − θ1 ) ri o fpr2 dr r= (θ2 −θ1 ) re
Rr
T = (θ2 − θ1 )fpa ri o r2 dr
(cos θ1 −cos θ2 ) 2 (ro3 −ri3 )
r= (θ2 −θ1 ) 3 (ro2 −ri2 )
T = (θ2 − θ1 )fpa 13 (ro3 − ri3 )

74
Freios de Disco: Resumo

Desgaste Uniforme Pressão Uniforme

F = (θ2 − θ1 )pa ri (ro − ri ) F = (θ2 − θ1 )pa 12 (ro2 − ri2 )

T = 12 (θ2 − θ1 )fpa ri (ro2 − ri2 ) T = (θ2 − θ1 )fpa 31 (ro3 − ri3 )


3 3
ro +ri 2 (ro −ri )
re = 2
re = 3 (ro2 −ri2 )

(cos θ1 −cos θ2 ) ro +ri (cos θ1 −cos θ2 ) 2 (ro3 −ri3 )


r= (θ2 −θ1 ) 2 r= (θ2 −θ1 ) 3 (ro2 −ri2 )
(cos θ1 −cos θ2 )
r= (θ2 −θ1 ) re

O Torque é para uma "pastilha".

TT = 2T

75
Freios de disco: Exercício

I Exemplo 16-3 Shigley 10ed. Duas pastilhas anulares,


ri = 90mm e ro = 130mm, subtendem um ângulo de 108º, têm
um coeficiente de atrito de 0,42 e são acionadas por um par de
cilindros hidráulicos de 38 mm de diâmetro. O requisito de
torque é 1300 N.m. Para desgaste uniforme:
a Encontre a maior pressão normal pa .
b Estime a força atuante F.
c Encontre o raio equivalente re , e localize a força r.
d Estime a pressão hidráulica requerida.
I 17-29 Norton 4ed. Encontre o torque que um freio de disco com
pinça de duas pastilhas, com um ângulo de pastilha de 60°, pode
transmitir se os diâmetros externos e internos são de 160 mm e 90
mm, respectivamente, e a força axial aplicada é de 3 kN. Suponha
que haja desgaste uniforme e f = 0,35. A pressão na forração é
aceitável? Quais materiais de forração seriam adequados?

76
Freios de disco: Exercício
I 16-35 Collins 2ed. As
rodas de uma bicicleta padrão
de adulto têm um raio de
rolagem de aproximadamente
340 mm e um raio até o
centro das pastilhas do freio
de disco com pinça acionado
manualmente de 310 mm.

A combinação do peso da bicicleta com o peso do ciclista é de 890 kN,


igualmente distribuídos entre as duas rodas. Se o coeficiente de atrito
entre os pneus e a superfície da estrada é de duas vezes o coeficiente
de atrito entre as pastilhas da pinça de freio e o aro metálico da roda,
calcule a força de aperto que deve ser aplicada na pinça para atuação
do freio manual.

77
Freios de disco: Exercício

I 17-31 Norton 4ed. Projete um freio de disco com pinça de duas


pastilhas que forneça uma força de frenagem de 240 N na porção
periférica de uma roda de 750 mm de diâmetro que está rodando
a 670 rpm. Utilize uma razão de raio interno para raio externo de
0,577. Suponha que haja desgaste uniforme. Declare todos os
pressupostos e projete as escolhas. Especifique o material do
freio, os raios externo e interno das pastilhas, o ângulo das
pastilhas e a força de atuação solicitada.

78
Freios de disco: Exercício

I 17-33 Norton 4ed. Um carro de corrida ultraleve, movido a


energia solar, pesa 2300 N com o motorista. Conta com duas
rodas de bicicleta de 20 polegadas de diâmetro com freios de
disco com pinça de duas pastilhas em cada roda. Os freios
devem ser capazes de fazer com que o carro pare em uma
distância de 50 m a uma velocidade de 80 km/h. Desprezando as
forças aerodinâmicas e de resistência ao rolamento, projete freios
de disco com pinça de duas pastilhas para o carro. Utilize uma
razão de raio interno para raio externo de 0,577. Suponha que
haja desgaste uniforme. Declare todos os pressupostos e projete
as escolhas. Especifique o material do freio, os raios externo e
interno das pastilhas, o ângulo das pastilhas e a força de atuação
solicitada.

79
Freios de disco: Pastilha circular

Parâmetros para freio de


pinça de pastilha circular
(FAZEKAS, 1972).
I É necessário integração numérica dada a dificuldade analítica.

re = δe

F = πR2 pav

T = fFre
80
Freios de disco: Exercício

I Exemplo 16-4 Shigley 10ed. Um freio de disco de pastilha


circular usa pastilhas secas de metal sinterizado. O raio da
pastilha é de 10 mm, e seu centro está 50 mm do eixo de rotação
do disco cujo diâmetro é de 88 mm. Usando metade da maior
pressão admissível, Pmax = 2, 8MPa, encontre a força de
acionamento e o torque de frenagem. O coeficiente de atrito é
0,37.

81
Embreagens e freios cônicos
I A Embreagem/Freio Cônico
consiste basicamente em 3
itens.
I Um Copo chavetado ou
estriado a um dos eixos.
I Um Cone que desliza
axialmente em estrias ou
chavetas em um eixo de
acoplamento
I Uma mola helicoidal
para manter a embreagem
engatada.
I O desengate da embreagem é ativado através do sulco de câmbio
presente no Cone de atrito.
I Os principais parâmetros geométricos são o Ângulo de Cone, o
diâmetro e a largura da face do Cone.
I Boas soluções apresentam ângulo de cone entre 10° e 15°.
Caso seja inferior a 8°, a força de ativação aumenta muito.
Caso seja muito grande, perde-se o efeito de cunha.
82
Embreagens e freios cônicos: Desgaste Uniforme
d
p = pa 2r

dA =R 2πrdr
sin α
F = pdA sin α
R D/2
F = d/2 (pa 2rd
)( 2πrdr
sin α ) sin α
R D/2
F = πpa d d/2 dr

F = πpa d(D − d)/2


Área de contato de uma embreagem Igual para embreagem de contato
R cônica axial!
T = fprdA
R D/2
T = d/2 f (pa 2rd
)r( 2πrdr
sin α )
πfpa d D/2
R
T = sin α d/2 rdr
T = 8πfp ad 2 2
sin α (D − d )
Ff
T = 4 sin α (D + d)

83
Embreagens e freios cônicos: Pressão Uniforme
p = pa

dA =R 2πrdr
sin α
F = pdA sin α
R D/2
F = d/2 pa ( 2πrdr
sin α ) sin α
R D/2
F = 2πpa d/2 rdr

F = 41 πpa (D2 − d2 )
Área de contato de uma embreagem Igual para embreagem de contato
R cônica axial!
T = fprdA
R D/2
T = d/2 f (pa )r( 2πrdr
sin α ) Percebe-se que a embreagem axial
2πfpa R D/2 2
T = sin α d/2 r dr é um caso particular da embreagem
πfpa 3 3 cônica.
T = 12 sin α (D − d )
Ff D3 −d3
T = 3 sin α D2 −d2

84
Embreagens e freios cônicos: Resumo

Desgaste Uniforme Pressão Uniforme


F = πpa d(D − d)/2 F = 41 πpa (D2 − d2 )
πfpa d 2
T= 8 sin α (D − d2 ) T = 12πfp 3 3
sin α (D − d )
a

Ff D −d3 3

T= Ff T = 3 sin
4 sin α (D + d) α D2 −d2

85
Embreagens e freios cônicos: Exercício
I 16-19 Shigley 10ed. Uma embreagem cônica tem D = 330 mm, d
= 306 mm, um comprimento de cone de 60 mm e um coeficiente
de atrito de 0,26. Um torque de 200 N-m deve ser transmitido.
Para este requisito, estime a força de acionamento e a máxima
pressão para ambos os modelos.
I 16-37 Collins 2ed. Uma embreagem cônica de ângulo de cone
de 10º deve transmitir 40 hp continuamente a uma velocidade
angular de 600 rpm. A largura de contato do revestimento ao
longo do elemento de cone é de 2,0 polegadas. O material de
revestimento é de asbesto enrolado em forma de fio, operando
contra o aço. Supondo que a hipótese de desgaste uniforme seja
utilizada, faça o seguinte:
a Calcule a capacidade de torque exigida.
b Calcule a mudança de raio de contato de cone (isto é, re − rI ) pela
largura de contato do revestimento.
c Calcule um valor aceitável de ri de forma que a capacidade de
transmissão de torque necessário possa ser satisfeita.
d Calcule o valor correspondente de re .
86
Embreagens e freios cônicos: Exercício
I 16-36 Collins 2ed. Uma embreagem cone com um ângulo de
cone de 12º é desacoplada quando uma mola (k = 35 kN/m) é
comprimida com uma alavanca com P = 45 N de carga aplicada.
A embreagem é necessária para transmitir 4 hp a 1000 rpm. O
material de revestimento ao longo de um elemento do cone tem 75
mm de comprimento. O coeficiente de atrito e a pressão máxima
para o material de revestimento são f = 0,38 e pmax = 700 kPa,
respectivamente. O comprimento livre da mola é de L0 = 75 mm
e é comprimida por x mm para a operação (quando a embreagem
está acoplada).
a Determine de quanto a mola deve ser
comprimida para que a embreagem
acople apropriadamente.
b A distância que a força P precisa estar
afastada do ponto A de rótula a fim de
comprimir a mola 1,28 mm adicionais
para desacoplar a embreagem.
87
Considerações Energéticas

I Quando um piloto aciona a embreagem para engatar a 1ª marcha


a fim de movimentar o veículo parado, há o deslizamento até que
as duas partes movam-se juntas.
I Quando o freio é ativado, há redução da energia cinética de
rotação de forma a reduzir a velocidade.
I De todo modo, essa energia é transformada em calor, gerado pelo
atrito.
I Por fim, a capacidade de uma embreagem depende:
I Características do material
I Habilidade de dissipar o calor

88
Considerações Energéticas
ΣT = I θ̈
−T = I1 θ¨1 T = I2 θ¨2
¨
θ1 = − I1 T

θ¨1 dt = − IT1 dt
R R

θ˙1 = − IT1 t + ω1 θ˙2 = IT2 t + ω2


Sendo ω a velocidade inicial.
Velocidade Relativa Taxa de dissipação
h de energia i
θ̇ = θ˙1 − θ˙2 u = T θ̇ = T ω1 − ω2 − T( I1I1+I I2 )t
2

θ̇ = − IT1 t + ω1 − ( IT2 t + ω2 )
R t1
E = 0 udth
θ̇ = ω1 − ω2 − T( I11 − I12 )t Rt i
E = T 0 1 ω1 − ω2 − T( I1I1+I I2
2
)t dt

θ̇ = ω1 − ω2 − T( I1I1+I
I2 )t
2
I1 I2 (ω1 −ω2 )2
E= 2(I1 +I2 )
Embrear: θ̇ = 0 em t = t1 : SI: Joules Americano: lbf.pol
0 = ω1 − ω2 − T( I1I1+I
I2 )t1
2
H(Btu) = E(lbf .pol)/9336
ω1 −ω2 I1 I2 H(Btu) = 1055.E(J)
t1 = T I1 +I2 E(J) = 8, 85E(lbf .pol)
89
Considerações Energéticas: Disco de Freio

ΣT = I θ̈
−T = I θ̈
θ̈ = − TI
θ̈dt = − TI dt
R R

θ̇ = ωf = ωo − TI t

Ganho de energia devido a


frenagem:
u = T θ̇R= T(ωo − TI t)
Freio Parcial: ωf = ωo − TI t
E = T (ωo − TI t)dt
Freio Total: t1 = ωo TI T 2
E = T(ωo t − 2I t )

E = 2I (ω02 − ωf2 )

90
Elevação da Temperatura

1. A Elevação da temperatura Aumento de Energia:


pode ser calculada com a ∆T = E = H
Cp m Cp W
energia dissipada.
2. Entretanto, dada a influência
das inúmeras variáveis, as Resfriamentoh de Newton:
CR A t
− WC
T−T
análises são mais úteis para
T1 −Tinf = e
inf p = e−βt
ciclos repetitivos.
3. Deve-se projetar a capacidade hCR A
de dissipação de calor dos Onde: β = WCp
freios de disco para não [Cp ] = J/kg.°C ou Btu/lbm°F
2
prejudicar o sistema e a [hCR ] = W/m C ou Btu/lbm°F
frenagem.

91
Elevação da Temperatura

Variação da Temperatura em ciclos de embrear/frear

92
Elevação da Temperatura
Dissipação de Energia do disco
Hperda = hCR A(T − Tinf )
O coeficiente global tem as
componentes de radiação e
convecção:

hCR = hr + fv hc

Aumento de Energia no disco:


E = 2I (ω02 − ωf2 )
Tmax − Tmin = ∆T = CEp m = CHp W
hCR A
β= WCp
T−Tinf
T1 −Tinf = e−βt
∆T
Tmax = Tinf + 1−e −βt

93
Elevação da Temperatura: Exercício

I E16-5 Shigley 10ed. Um freio de pinça é usado 24 vezes por hora


para parar o eixo de máquina desde uma velocidade de 250 rev
/min até o repouso. A ventilação do freio provê uma velocidade
média de ar de 8 m/s. A inércia rotacional equivalente da máquina
vista a partir do eixo do freio é 32 kg.m.s. O disco é de aço com
uma densidade 7800 kg/m3 , uma capacidade de calor específico
de 0,45 kJ/(kgºC), um diâmetro de 150 mm e uma espessura de
6 mm. As pastilhas são de metal sinterizado seco. A área lateral
da superfície do freio é de 0,032 m2 . Encontre Tmax e Tmin para
operação de estado permanente onde Tinf = 21 °C.

94
Elevação da Temperatura: Exercício

I 16-22 Shigley 10ed. Um freio tem um torque de frenagem


normal de 320 Nm e superfícies dissipadoras de calor em ferro
fundido cuja massa é de 18 kg. Suponha que uma carga seja
levada ao repouso em 8,3 segundos, a partir de uma velocidade
angular inicial de 1800 rev/min, usando o torque normal de
frenagem; calcule a elevação de temperatura das superfícies de
dissipação de calor.

95
Embreagens variadas e Acoplamentos

Características:
I Não deslizam
I Sem geração de calor.
I Não podem ser engatadas a
altas velocidades
I Às vezes não podem ser
engatadas quando ambos os
eixos estão em repouso.
I O engate a qualquer
velocidade é acompanhado
Embreagem de dentes quadrados por choque.

96
Embreagens variadas e Acoplamentos

I O projeto dos dentes é crucial nesse tipo de embreagem.


I Podem ter a forma de catraca, espiral ou dente de engrenagem.
I Pode haver acoplamento cilíndrico ou nas faces dos elementos
acopladores.
I Têm aplicação reduzida (comparada às de atrito), mas são
importantes em operações síncronas como prensas de potência
ou laminadores de fechamento por parafuso.
I As cargas de fadiga e de choque devem ser consideradas e também
o desgaste.

97
Embreagens variadas e Acoplamentos

I Embreagem de alívio de sobrecarga - Comandos lineares ou


parafusadores operados por motor devem girar a um limite
definido e depois parar. São carregadas por mola a disparar a um
torque predeterminado.

98
Embreagens variadas e Acoplamentos

99
Volantes
ΣM = Ti (θi , θ̇i ) − To (θo , θ˙o ) − I θ̈ = 0
I θ̈ = Ti (θi , θ̇i ) − To (θo , θ˙o )

I Quando as funções de torque de


entrada e saída são dadas, pode-se
aplicar técnicas de soluções das EDs
lineares e não lineares.
I Assumindo um eixo rígido:

I θ̈ = Ti (θ, ω) − To (θ, ω)

I Busca-se conhecer o desempenho global do volante.


I Qual o momento de Inércia I?
I Como ajustar a fonte de potência à carga?

100
Volantes

I Torque de Entrada Ti
I Torque de saída T0
I Calculando o Trabalho:
Ui = Ti (θ2 − θ1 )
Uo = T0 (θ4 − θ3 )
I Calculando a Energia Cinética:
E1 = 12 Iω12
E2 = 12 Iω22
E2 − E1 = 12 I(ω22 − ω12 )
Coeficiente de flutuação de velocidade:
CS = ω2 −ω
ω
1

ω2 +ω1
ω= 2
E2 − E1 = 12 I(ω2 − ω1 )(ω2 + ω1 )
E2 − E1 = CS Iω 2

101
Volantes: MCI

Relação entre torque e ângulo de manivela para um cilindro de um


motor de combustão interna de quatro ciclos.
102
Volantes: MCI

103
Volantes: Exemplo MCI

104
Volantes: Exemplo MCI

105
Volantes: Prensa

I A demanda de torque de
prensas de punção tem a
forma de um impulso severo
com atrito contínuo.
I Ignorando o atrito:

I ω̈ = TM
T(θ1 −0) = 21 I(ω12 −ω22 ) = E2 −E1

W = θ12 [T(θ) − T]dθ
W = 12 I(ωmax
2 − ω2 )
min

W = ICs ωω0

Para baixa flutuação de ω: ω0 ≈ ω


W
I= Cs ω 2

106
Volantes: Prensa
Motor de indução: T = aω + b
a = − ωsT−ω r
r Aceleração: TM
r ωs
b = ωTs −ω r
= −aωs I θ̈ = TM = I dω
dt
ωr Velocidade Nominal dt = TIM dω
ωs Velocidade Síncrona R t2 R ω2 dω
t1 dt = I ωr a+ωb
ω = 2πn/60
ns = 120.f (freq.)/P(polos) t2 − t1 = I
ln TT2r
a
2πn 60
P= 60 T ou T = 2πn P

DESaceleração: TL
I θ̈ = TM − TL = I dω
dt
I
dt = TM −T dω
R t1 RL ωr dω
0 dt = I ω2 a+ωb−TL

t1 = I
a ln TT2r −TL
−TL
T2 TL −Tr (t2 −t1 )/t1 a(t2 −t1 )
Tr = TL −T2 I= ln(T2 /Tr )

107
Volantes: Prensa

I Exemplo Motor a.c de 3kW de três fases de gaiola de esquilo com


uma velocidade síncrona de 1200 rpm é avaliado a 1125 rpm.

ωS = 2π1200/60 = 125, 7rad/s


ωr = 2π1125/60 = 117, 8rad/s
60
T = 2π1125 3000 = 25, 5N.m
Tr 25,5
a = − ωs −ωr = − 125,7−117,8 = −3, 23Nms/rad
b = −aωs = 3, 23 ∗ 125, 7 = 406Nm
T = −3, 23ω + 406

108
Volantes: Resumo

Motor de Indução:
T = aω + b
I θ̈ = Ti (θ, ω) − To (θ, ω) a = − ωsT−ω
r
r
Ui = Ti (θ2 − θ1 ) b = −aωs
CS = ω2 −ωω
1 ωr Velocidade Nominal
ω2 +ω1
ω= 2 ωs Velocidade Síncrona
E2 − E1 = CS Iω 2 P = 2πn 60
60 T ou T = 2πn P
W = 12 I(ωmax
2 − ω2 )
min Aceleração: t2 − t1 = aI ln TT2r
W = ICs ωω0 Desaceleração: t1 = aI ln TT2r −T
−TL
L

I = CWω2 T2 TL −Tr (t2 −t1 )/t1


s
Tr = TL −T2
a(t2 −t1 )
I= ln(T2 /Tr )

109
Volantes: Exercício
I 16-23 Shigley 10ed. Um volante de ferro fundido tem um aro
cujo diâmetro externo é de 1,5 m e cujo diâmetro interno é de 1,4
m. O peso do volante deve ser tal que uma flutuação de energia
de 6,75 kJ cause uma variação da velocidade angular de não mais
que 240-260 rev/min. Calcule o coeficiente de flutuação de
velocidade. Se o peso das nervuras é ignorado, qual deve ser a
largura do aro?
I 16-24 Shigley 10ed. Um prensa-peças de uma só engrenagem
tem um curso de 200 mm e uma capacidade nominal de 320 kN.
Um socador movido por camos é capaz de fornecer a carga
completa de prensa à força constante durante os últimos 15% de
um curso de velocidade constante. O eixo excêntrico tem uma
velocidade média de 90 rev/min e é engrenado ao eixo de volante
a uma razão de 6:1. O trabalho total feito deve incluir uma
margem de 16% para atrito.
1. Estime a flutuação máxima de energia.
2. Encontre o peso do aro para um diâmetro efetivo de 1,2 m e um
coeficiente de flutuação de velocidade de 0,10.
110
Volantes: Exercício

I 16-29 Shigley 10ed. Uma prensa de punção engrenada 10:1 deve


desenvolver seis golpes por minuto, sob circunstâncias em que o
torque no eixo de manivela é de 1800 N-m por 0,5s. A placa do
motor informa 2200 W a 1125 rev/min para serviço contínuo.
Projete um volante satisfatório para uso no eixo do motor a ponto
de especificar o material e diâmetros interno e externo de aro,
bem como sua largura. À medida que você prepara suas
especificações, observe ωmax , ωmin , o coeficiente de flutuação de
velocidade Cs , a transferência de energia e a potência de pico Σ
que o volante transmite à pressão de punção. Observe a potência
e as condições de choque impostas no trem de engrenagens tendo
em vista que o volante está no eixo do motor.
Referências

1. Budynas, R. G. e Nisbett, J.K. Elementos de Máquinas de Shigley


10. ed. Porto Alegre. 2016.
2. Collins,J.A.,. Projeto Mecânico de Elementos de Máquinas. 2.
LTC. 2019.
3. Fazekas, G.A. On Circular Spot Brakes, Trans. ASME, J.
Engineering for Industry, v. 94, Série B, n.3, 1972, p 859-863.
4. Juvinall, R. C. e Marshek, K. M.. Projeto de Componentes de
Máquinas. 4. LTC. 2008.
5. Norton, R. L. Projeto de Máquinas. 4. ed. 2013.

Você também pode gostar