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Documento Técnico – Vacina Meningocócica C

Conjugada

Orientações técnico-operacionais para vacinação


temporária dos trabalhadores da saúde

Atualização em
13 de julho de 2022

Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – Divisão de Imunização


Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar, sala 620 | CEP 01246-000 | São Paulo, SP | Fone: (11) 3066-8779
E-mail: dvimuni@saude.sp.gov.br
Apresentação

A Neisseria meningitidis (meningococo) é uma das principais bactérias causadoras de


meningite. Os indivíduos podem variar do quadro de portadores assintomáticos da bactéria
ao desenvolvimento da doença meningocócica (DM) podendo essa ser fulminante. Devido a
sua gravidade, evolução rápida e potencial de causar epidemias, a DM é tida como um
problema de saúde pública, sendo uma importante causa de morbimortalidade no mundo, em
especial nas crianças menores de cinco anos de idade. Em situações de surtos observa-se
uma importante distribuição da DM entre os adolescentes e adultos jovens.
Entre os sorogrupos com importância epidemiológica na distribuição da doença
meningocócica, destacam-se seis (A, B, C, Y, X, W), sendo que a ocorrência de cada um varia
conforme o país ou região no mundo.
A vacinação é uma das principais formas de prevenção contra a doença.
A vacina Meningocócica C Conjugada (MenC) foi implantada na rotina de vacinação
da criança em setembro de 2010 para crianças de 1 ano de idade e em outubro do mesmo
ano para crianças < 1 ano. Esta vacina está recomendada na Norma Técnica do Programa de
Imunização do estado de São Paulo, em consonância com o Calendário Nacional de
Vacinação, para ser administrada na rotina com o seguinte esquema vacinal: duas doses, aos
três e cinco meses de idade, com intervalo de 8 semanas entre as doses, mínimo de 4
semanas e um reforço preferencialmente aos 12 meses, podendo ser aplicado até os 4
(quatro) anos, 11 meses e 29 dias, em dose única, para as crianças que por algum motivo
perderam a oportunidade de receber a vacina na idade indicada.
Na rede de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) é disponibilizada a vacina
meningocócica ACWY (conjugada) para os adolescentes de 11 e 12 anos de idade.
Além disso, desde juho de 2021 o PNI disponibiliza a vacina MenC temporariamente
para crianças até 10 anos, 11 meses e 29 dias de idade não vacinadas com o objetivo de
aumentar a proteção contra a DM, evitando a ocorrência de surtos da doença pelo sorogrupo
C, hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos 1.
Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) também disponibiliza as
vacinas meningocócica C (conjugada) e meningocócica ACWY (conjugada) nos Centros de
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), conforme as indicações da 5ª edição do
Manual dos CRIE de 2019.

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1. Introdução
A Doença Meningócica (DM) resulta da infecção pela bactéria Neisseria meningitidis
(meningococo) e está associada a altas taxas de letalidade e sequelas de longo prazo entre
os sobreviventes, incluindo complicações neurológicas, perda de membros, perda auditiva e
paralisia. As manifestações mais comuns de DM são meningite e septicemia; entretanto,
outras formas podem surgir, como artrite séptica, pericardite e pneumonia 2. Com base na
cápsula polissacarídica, o meningococo é classificado em 12 sorogrupos, sendo que a maioria
dos casos de DM é causada pelos sorogrupos A, B, C, W, X e Y3.
As características da DM, como sua rápida evolução, gravidade e letalidade, e seu
potencial caráter epidêmico, fazem com que a prevenção dessa infecção por meio de vacinas
assuma fundamental importância. As vacinas meningocócicas conjugadas promovem
proteção individual eficaz entre os vacinados, além de prevenirem, neste grupo, a aquisição
do estado de portador na nasofaringe pelo meningococo.
No Brasil a DM é considerada endêmica, com diferenças geográficas na sua incidência
e na distribuição de sorogrupos causadores de doença. Os principais sorogrupos que circulam
são: C, B, W Y e X. Acometem indivíduos de todas as faixas etárias, sendo que as crianças
menores de cinco anos apresentam maior risco de adoecimento por DM. Historicamente a
incidência da doença é mais alta entre crianças menores de um ano, com um segundo pico,
em adolescentes e adultos jovens. Além da idade, algumas condições clínicas são associadas
a maior risco para o desenvolvimento da doença invasiva, incluindo indivíduos com asplenia
funcional ou anatômica, deficiência de complemento e com o vírus da imunodeficiência
humana (HIV).
Após a introdução da vacina meningocócica C conjugada, em 2010, ocorreu uma
importante redução dos coeficientes de incidência (CI) de DM do sorogrupo C nos grupos
etários alvo da vacinação. Os programas de imunização geralmente têm como alvo as
populações consideradas de maior risco para desenvolvimento de DM, ou a prevenção do
estado de portador.
Os adolescentes e adultos jovens constituem um grupo crucial na epidemiologia da
doença meningocócica estando associados à elevadas taxas de colonização de nasofaringe,
com participação importante na transmissão do meningococo na comunidade e carga
substancial de DM. Atualmente 55% dos casos de DM ocorreram em indivíduos maiores de 15
anos. O CI médio, no período 2016 - 2018 no Brasil, para a faixa etária de 15 a 29 anos foi
de 0,55 casos/100.000 habitantes (hab.), e para os indivíduos com 30 anos ou mais foi de
0,31 casos/100 mil hab. Com relação aos sorogrupos identificados nestes grupos etários e
período, o sorogrupo C foi responsável por 38,5% dos casos, seguido do B (8%), do W (5%)
e do Y (2%). Contudo, destaca-se que para 47% dos casos não há identificação do sorogrupo
responsável pela doença. A letalidade média da DM para estas faixas etárias foi de 21% e
28%, respectivamente.
No estado de São Paulo, as taxas médias de letalidade (%), mortalidade por 100 mil e
incidência por 100 mil para o sorogrupo C no período de 2016 a 2019 estão demonstradas na
Tabela 1.
Tabela 1 – Taxas para o Sorogrupo C, segundo faixa etária e período. ESP, 2016 a 2019.
Sorogrupo C
15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 59 60 +
anos anos anos anos anos
Letalidade Média,
23.93 25.75 30.36 21.90 25.37
percentual (%)
Mortalidade Média,
1.14 0.57 0.52 0.51 0.48
casos por 100.000
Incidência Média,
5.01 2.37 1.84 2.29 1.85
casos por 100.000
Fonte: Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória/CVE/CCD/SES

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2. Vacina meningocócica disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS)
No Brasil, inicialmente, foram utilizadas vacinas polissacarídicas para a prevenção e
controle das meningites. Desde 1975 as vacinas polissacarídicas A e C foram usadas em larga
escala para pessoas de alto risco e no controle de surtos da doença. No entanto, essas
vacinas não geravam resposta imune adequada em crianças menores de dois anos de idade
em função da ausência de resposta consistente a antígenos T independentes nessa faixa
etária e perda rápida da proteção, assim, novas vacinas foram introduzidas no País 4-5.
As vacinas conjugadas possuem a capacidade de induzir a produção de níveis elevados
de anticorpos, inclusive em lactentes jovens, com maior avidez e maior atividade bacteriana
sérica. Induzem, ainda, a formação de populações de linfócitos B de memória, de duração
prolongada, proporcionando uma resposta anamnéstica (efeito booster) na reexposição. Além
disso, essas vacinas têm a capacidade de reduzir a colonização em nasofaringe, diminuindo o
número de portadores entre os vacinados e a transmissão da doença na população
(imunidade de rebanho)6-7 quando administradas em elevadas coberturas nos grupos etários
responsáveis pelas maiores taxas de colonização (adolescentes e adultos jovens).
A vacina Meningocócica C conjugada (MenC) tem sido utilizada nos CRIE para
subgrupos especiais desde 2003, e foi introduzida na rotina, no calendário nacional de
vacinação de crianças a partir de 2010, inicialmente foi preconizada a partir de 2 meses de
idade, e posteriormente passou a ser ofertada aos 3 meses e 5 meses de idade. Em 2017, foi
incluída a vacina MenC para adolescentes de 11 a 14 anos, como dose única ou reforço, de
acordo com a situação vacinal encontrada. Atualmente, a vacina meningocócica ACWY
(conjugada) está disponível no PNI para os adolescentes de 11 e 12 anos de idade.
Pacientes com risco aumentado para doença meningocócica podem se beneficiar com
vacinas polivalentes que conferem uma proteção mais ampliada. Assim, havendo
disponibilidade, dar preferência ao uso da vacina meningocócica ACWY (conjugada).
Indivíduos que já receberam a vacina MenC podem ser vacinados com a meningocócica
ACWY, respeitando intervalo mínimo de quatro semana após a última dose da MenC8-9.
As vacinas meningocócicas conjugadas C e ACWY, também, estão disponíveis nos
Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para grupos específicos, de
acordo com o respectivo manual 10.
Diante do cenário de baixas coberturas vacinais, observadas a partir de 2016, situação
que se agravou a partir de 2020 com a pandemia da covid-19, possivelmente em virtude do
receio da população em buscar os serviços de saúde para a atualização do Calendário de
Vacinação, o PNI disponibilzou a vacina MenC para crianças até 10 anos, 11 meses e 29 dias
de idade, não vacinados, inicialmente até julho de 2022 extendendo a oferta até fevereiro
de 2023, dada a relevância da vacinação neste grupo etário1-11.
É importante ressaltar que o impacto das vacinas sobre as doenças invasivas,
causadas por N. meningitidis, dependem da prevalência dos sorogrupos circulantes na
população, além do alcance das metas das coberturas vacinais. Diante disso, o
acompanhamento e análise do perfil epidemiológico tornam-se fundamental para o uso
adequado das vacinas e o aprimoramento das políticas de saúde e orientação de novas
estratégias de vacinação.

3. Objetivo e Estratégia de Vacinação


Vacinar os trabalhadores da saúde com o objetivo de aumentar a proteção contra a
DM, considerando a gravidade e a letalidade da doença, independentemente da idade.
A recomendação é vacinar os trabalhadores da saúde contra o sorogrupo C, mesmo
aqueles que tenham comprovação de dose anterior desde que tenha intervalo de 4
semanas, com esquema de uma dose, até fevereiro de 2023, preferencialmente em seu
local de trabalho. Não haverá uma data de início da ação, pois dependerá do abastecimento
municipal.
Para a vacinação no local de trabalho é necessário que o Serviço de Saúde (hospitais,
maternidades, ambulatórios) façam a solicitação à Vigilância Epidemimiológica municipal do
quantitativo necessário para vacinar os trabalhadores da saúde.

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4. Meta
O público alvo para receber a vacina meningocócica C (conjugada) é o grupo de
trabalhadores da saúde que no estado de São Paulo corresponde a 1.553.097 milhões.
 Os trabalhadores da Saúde12 são aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos
de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios,
laboratórios e outros locais. Assim, compreende tanto os profissionais da saúde –
como médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontologistas, fonoaudiólogos, psicólogos,
assistentes sociais, profissionais de educação física, médicos veterinários e seus
respectivos técnicos e auxiliares – quanto os trabalhadores de apoio, como
recepcionistas, seguranças, pessoal da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de
ambulâncias e outros, ou seja, aqueles que trabalham nos serviços de saúde, mas que
não estão prestando serviços diretos de assistência à saúde das pessoas. A vacina
também será ofertada aos estudantes da área da saúde que estiverem prestando
atendimento na assistência dos serviços de saúde.

5. Vacina meningocócica C (conjugada)

A vacina contra a meningite registrada para uso no Brasil atualmente é do Laboratório


FUNED e sua composição está descrito no Quadro 1.

Quadro 1. Vacina meningocócica C (conjugada), Brasil, 2022.

Denominação Comum
Vacina meningocócica C (conjugada)
Brasileira (DCB)

Importado por FUNED (Fundação Ezequiel Dias), Fabricado e Embalado por GSK Vaccines.

Laboratório OU

Importado e Embalado por FUNED (Fundação Ezequiel Dias), Fabricado por GSK Vaccines.

Indicação USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 MESES DE IDADE

Apresentação Frasco-ampola ou seringa preenchida

Forma Farmacêutica Solução injetável

Via de administração Exclusivamente pela via intramuscular

Oligossacarídico meningocócico C (10 mcg)

Composição por dose de Conjugado com proteína CRM197 de Corynebacterium diphtheriae (12,5 a 25,0 mcg)
0,5 mL
Hidróxido de alumínio, histidina, cloreto de sódio e água para injetáveis.
Esta vacina não contém conservante

Conservação Conservar em temperatura entre +2ºC e +8ºC e ao abrigo da luz. NÃO CONGELAR

Cuidados de conservação
Não se aplica
após a reconstituição

Fonte: Bula do laboratório.

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6. Administração simultânea com outras vacinas e medicamentos

A vacina MenC pode ser administrada na mesma ocasião com outras vacinas do
Calendário Estadual de Vacinação do adolescente e adulto ou medicamentos, procedendo-se
as administrações com seringas diferentes em locais anatômicos distintos.

7. Imunogenecidade e efecácia da Vacina Meningocócica C (conjugada)


Em comparação com as vacinas meningocócicas polissacarídicas não conjugadas
atualmente disponíveis, observou-se, em ensaios clínicos, que a resposta imunológica
induzida pela vacina adsorvida meningocócica C (conjugada) demonstrou ser superior nas
crianças pequenas, nas crianças e nos adolescentes e foi comparável nos adultos (Quadro 2).
Além disto, contrariamente às vacinas polissacarídicas não conjugadas, a vacina adsorvida
meningocócica C (conjugada) induz memória imunológica após a vacinação, embora a
duração da proteção ainda não tenha sido estabelecida.

Quadro 2. Comparação da porcentagem de indivíduos com Títulos Bactericidas Séricos


Antimeningococo C (SBA)  1:8 (Complemento Humano) um mês após uma imunização com
a vacina meningocócica C (conjugada) ou com outra vacina meningocócica polissacarídica não
conjugada, por grupo etário no recrutamento.
% SBA ≥ 1:8 1–2 anos de idade 3-5 anos de idade 11-17 anos de idade 18-64 anos de idade
(95% IC) MenC MenPS(1) MenC MenPS(1) MenC MenPS(2) MenC MenPS(2)
Complemento n=237 n=153 n=80 n=80 n=90 n=90 n=136 n=130
Humano 78% 19% 79% 28% 84% 68% 90% 88%
(72-83) (13-26) (68-87) (18-39) (75-91) (57-77) (84-95) (82-93)
MenC = vacina adsorvida meningocócica C (conjugada com o CRM197)
MenPS = vacina meningocócica polissacarídica não conjugada.
(1) - sorogrupo A, C, W-135 e Y, contendo 50 μg de sorogrupo C por dose.
(2) - sorogrupo A e C, contendo 50 μg de sorogrupo C por dose.
Fonte – Bula do Profissional de Saúde

A imunogenicidade da vacina adsorvida meningocócica C (conjugada) na formulação


líquida foi comparada com a da vacina adsorvida meningocócica C (conjugada) na formulação
liofilizada, através de um estudo clínico randomizado envolvendo 989 crianças com idades de
12 meses a 2 anos de idade. A resposta de anticorpos induzida por ambas as formulações foi
comparável.
A eficácia é de 90% ou mais para todos os grupos etários 10.

8. Esquema vacinal
Vacinar os trabalhadores da saúde contra o sorogrupo C, com esquema de uma dose.

9. Precauções na Administração da Vacina


 Deve ser administrada exclusivamente por via intramuscular. Não há dados
disponíveis sobre o uso da via subcutânea.
 Pacientes com trombocitopenia ou qualquer outro problema de coagulação requerem
cautela durante a aplicação de vacinas intramusculares, pois podem sofrer
sangramentos.
 A vacina deve ser adiada no caso de doenças agudas febris moderadas ou graves.
Resfriados ou quadros de menor gravidade não contraindicam a vacinação.
 A vacina MenC (conjugada) pode ser administrada à mulheres gestantes somente
quando há risco aumentado da doença, como durante surtos ou antes de viagens para

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áreas com infecção hiperendêmica.
 Rotineiramente, as mulheres que estejam amamentando não devem ser vacinadas,
por considerar que a segurança do uso neste grupo não foi avaliada. No entanto,
diante de situações emergenciais onde as possíveis vantagens superarem os riscos
potenciais, ou seja, quando há risco aumentado da doença, a vacina poderá ser
administrada em lactantes.

10. Contraindicações
A vacina é contraindicada para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos
componentes da vacina.

11. Monitoramento e Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação


A vacina MenC tem baixa reatogenicidade, mas como ocorre com outros
imunobiológicos pode causar algumas reações. De acordo com as manifestações clínicas,
estas podem ser locais ou sistêmicas.
 Reações locais: dor, rubor, edema, endurecimento e hiperestesia (sensibilidade da
pele acima do normal).
 Reações sistêmicas: há relato de febre, choro, irritabilidade, sonolência ou
comprometimento do sono, anorexia, diarréia e vômitos.
 Reações alérgicas: anafilaxia é rara.
 A maioria dos eventos adversos ocorreu nos primeiros dias após a vacinação,
principalmente no dia da aplicação, podendo alcançar até 3 a 6 dias.
 A maioria foi autolimitada e com boa evolução.

12. Recomendações importantes para a promoção da saúde

Reforça-se a importância da manutenção de um esquema vacinal completo, seguindo


o preconizado no Calendário Estadual de Vacinação. Para utilização correta das vacinas
disponibilizadas nos serviços de saúde de vacinação é importante organizar a equipe com as
devidas atribuições: designar profissionais para triagem, vacinação e registro.
O triador deverá avaliar criteriosamente a caderneta de vacinação, não perdendo a
oportunidade de vacinar com as vacinas recomendadas no calendário vacinal e para o
profissional da saúde, como: SCR, dTpa e varicela conforme documento específico. Reforça-
se que a vacina influenza poderá ser administrada no trabalhador da saúde, não vacinado,
enquanto durarem os estoques. O vacinador deverá observar o tipo de vacina e o local de
administração. O registrador deverá anotar a vacina, dose, lote e data em que a mesma foi
administrada e o vacinador deverá assinar na caderneta/cartão e efetuar o devido registro.
O sucesso dessa estratégia depende do envolvimento e da participação de todos na
tarefa de vacinar, com a certeza de que esta é uma importante ação para proteger o
trabalhador da saúde contra as doenças.
Além disso, é importante que o profissional envolvido com essa atividade de vacinação
tenha conhecimento das vacinas recomedadas para o trabalhador da saúde e verificar se o
esquema de vacinação está completo para não perder a oportunidade de vacinar.

13. Registro de dados das doses administradas


No que diz respeito ao registro das doses aplicadas, seguem as orientações:
 De acordo com o Ofício Conjunto Circular nº 2/2019/SVS/MS, de 27 de setembro de
2019, os dados referentes às doses das vacinas aplicadas pelas unidades de saúde

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NÃO integrantes da Atenção Primária a Saúde, como Maternidades, CRIE, Clínicas
especializadas, clínicas privadas entre outras, deverão ser digitados no Sistema de
Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) ou sistemas próprios ou
contratados de terceiros devidamente integrados ao SI-PNI.
 De acordo com a Portaria MS nº 2.499, de 23 de setembro de 2019, os registros das
doses de vacinas aplicadas nas Unidades de Atenção Primária à Saúde, deverão ser
realizados exclusivamente na estratégia e-SUS APS, por meio do Prontuário Eletrônico
do Cidadão (PEC), ou do Sistema de Coleta de Dados Simplificada (CDS), ou ainda por
meio dos sistemas próprios ou contratados de terceiros devidamente integrados a
estratégia e-SUS APS, de acordo com a documentação oficial de integração disponível
no sítio eletrônico do e-SUS APS.

13.1. Registro no sistema SI-PNI Web

No SI-PNI Web o registro das doses aplicadas da vacina MenC nos trabalhadores da
saúde deverá ser realizado selecionando a estratégia de vacinação “rotina”, e o tipo de dose
“Única” (Figura 1)

Figura 1 – Tela de registro

Ao realizar o registro escolhendo o tipo de dose como "única", é possível realizar o


registro da dose para trabalhadores da saúde. Porém, o sistema traz um alerta sobre o
aprazamento diferenciado, nesta situação clicar em OK e dar continuidade ao registro (Figura
2).

Figura 2 – Alerta sobre o aprazamento

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Após a digitação de todas as informações da vacina, ao clicar o ícone Adiconar,
aparecerá o aviso “Esta vacina está fora do esquema vacinal.....Deseja gravar esta vacina?” Clicar
em Sim para salvar a vacina aplicada (Figura 3).

Figura 3 – Alerta sobre a faixa etária da vacina

Após a inclusão da vacina, clicar em salvar (Figura 4).

Figura 4 – Finalização da inclusão do imunobiológico

13.2. Registro no sistema e-SUS Atenção Primária à Saúde (e-SUS APS)

13.2.1. Registro no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC)

Deve-se seguir o passo a passo para o regstro das doses da vacina MenC no PEC.

1º Passo: Fazer o login como profissional de saúde (Figura 5);

Figura 5 – Tela de login

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2º Passo: Deve-se inserir o cidadão na “Lista de atendimentos”, informando o Tipo de
serviço “Vacina” (Figura 6), após clique em adicionar.”

Figura 6 – Inserção na lista de atendimentos

3º Passo: Clique no botão “Realizar vacinação” (Figura 7)

Figura 7 – Aplicar vacinação

4º Passo: Por padrão o PEC já vem selecionado em “Calendário vacinal” de acordo


com a faixa etária do cidadão, como por exemplo, “Calendário vacinal do adulto”. Para
digitação das doses aplicadas no trabalhador da saúde, deve-se selecionar a opção “Mostrar
calendário nacional completo”, após selecione a vacina MenC e o tipo de dose, que no caso
será dose “UNICA – 11 a 14 anos” (Figura 8).

Figura 8 – Tela de registro de vacinação

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5º Passo: Após clicar na vacina e dose a ser registrada, abrirá a tela conforme a
figura abaixo, o profissional de saúde deverá Clicar em “Aplicar”, preencher os campos e
clicar em “salvar”. Preencha todos os campos obrigatórios, sinalizados com o asterisco (*)
(Figura 9).

Figura 9 – Registro de Vacinação, Imunobiológico: Meningocócica C Conjugada,


Estratégia: Rotina, Dose: Única.

Ao realizar o registro escolhendo o tipo de dose como "única", é possível realizar o


registro da dose aplicada nos trabalhadores da saúde. Porém, o sistema trará um alerta
sobre a faixa etária. Para prosseguir, clicar em “Sim” (Figura 10).

Figura 10 – Confirmação do registro

O registro será apresentado no sistema conforme (Figura 11).

Figura 11 - Apresentação do registro de dose aplicada

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13.2.2. Registro na Coleta de Dados Simplificada (CDS)

Deve-se seguir o passo a passo para o regstro das doses da vacina MenC no CDS.

1° Passo: Registre os dados do profissional que está realizando a vacinação no


cabeçalho da Ficha de Vacinação (Figura 12).

Figura 12 – Cabeçalho da Ficha de Vacinação

2° Passo: Registre as informações de indetificação do Cidadão, CPF ou CNS, data de


nascimento, sexo e local de atendimento (Figura 13).

Figura 13 - Identificação do Cidadão

3° Passo: Registre o imunobilógico, a estratégia (Rotina), a dose aplicada (DU), o lote e o


fabricante (Figura 14).

Figura 14 – Registro da vacinação

4° Passo: Todos os dados registrados em fichas de papel devem ser registrados no PEC,
no módulo CDS em “Vacinação” (Figuras 15 e 16).

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Figura 15 - Módulo CDS dentro do PEC.

Figura 16 – Registro dos dados de vacinação no módulo CDS.

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Bibliografia Consultada

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Imunização e Doenças Transmissíveis. Coordenação Geral do Programa Nacional de
Imunizações. Comunicado - Disponibilização da vacina meningocócica C (Conjugada) para as
crianças e adolescentes não vacinados até 10 anos de idade/CGPNI/DIDT/SVS/MS, de
07/07/2021.
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13. São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro
de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Norma técnica do Programa de
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Documento fonte:
São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de
Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Documento Técnico – Orientação técnico-
operacionais para a Vacinação dos Adolescentes e entrodução da vacina meningocócica ACWY
(conjugada) para vacinação os pacientes com Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) em
uso de Eculizumabe/PEI/CVE/CCD/SES, de 12/03/2020.

Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – Divisão de Imunização


Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar, sala 620 | CEP 01246-000 | São Paulo, SP | Fone: (11) 3066-8779
E-mail: dvimuni@saude.sp.gov.br
Documento Elaborado por:
Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES

Colaboração
Núcleo de Informação em Vigilância Epidemiológica – NIVE/CVE/CCD/SES
Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória/CVE/CCD/SES

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