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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(PPGCAm)

PATRICK RICARDO CÂNDIDO GONÇALVES BARBOZA

ANÁLISE DO RELATÓRIO EXECUTIVO ANP ENTRE JANEIRO E AGOSTO DE


2020

Síntese elaborada como 3ª avaliação à matéria de


Planejamento Energético e Sustentabilidade.

Responsável da Matéria: Prof. Dr. André Luiz


Conceição

São Carlos – SP
2020
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A importância dos dados contidos dos Relatórios Executivos (RE) da Agência


Nacional do Petróleo permitem externar o comportamento do mercado petrolífero e sua
reação frente ao contexto socioeconômico, político, ambiental ou qualquer outra questão que
possa impactar no tema, permitindo uma análise imediata das causas e compreender as
tendências.

Não é mister considerar que o mercado global atualmente está passando por uma
situação atípica na história, na qual a intercorrência pandêmica trouxe reflexos tanto na
produção, quanto na demanda, exportação, importação, incentivos no desenvolvimento e
inovação, participação governamental, preços, entre outros, gerando incerteza de mercado e
queda nas previsões futuras de evolução dos diversos setores.

A notícia do início da pandemia logo no começo de 2020 impactou o mercado


mundial, pois o epicentro da crise se iniciou no país com maior influência no mundo, a China.
Esse impacto refletiu no setor energético haja vista as medidas de isolamento, recessos
coletivos forçados, queda na produção industrial, menor demanda de consumo de
combustíveis e derivados faz com que o consumo diminua necessitando medidas para o
mercado se “defender” da ameaça instalada. Restrições nas linhas de produção, estagnação de
1/3 da demanda industrial por gás natural liquefeito (GNL), queda de 32% nas chamadas
portuárias, redução no número de viagens e passageiros além da diminuição no número de
fretes e cancelamento de mais de 200 mil voos são demandas que influenciaram sobremaneira
a conjuntura mundial petroleira.

Com o alastramento do COVID-19 em meados do mês de fevereiro e início do


mês de março, considerando assim a doença como uma pandemia, impactou de maneira
imediata no preço do barril do petróleo (cotação do Brent) somado a falta de acordos entre
OPEP e principais potências produtoras de petróleo quanto à preço de venda de barril e cortes
de produção, bem como o início dos primeiros casos nos EUA, um dos maiores produtores
mundiais.

No Brasil notamos que após os primeiros casos da doença, pós-recesso do


carnaval, os indicativos de importação tanto de petróleo como de gás natural upstream são de
imediata queda acompanhada da tendência de produção e da exportação pois o demanda do
produto a nível mundial cai. Em um panorama semestral, notamos a estagnação da evolução
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do mercado produtivo no RE de agosto que demonstra evolução nula de campos em etapa de


desenvolvimento, produção e poços em desenvolvimento concluído (tabela dados de
exploração e produção upstream).

Essa menor atividade de mercado diminuiu a receita e assim prejudicou esferas


que dependem da produção para a qual verbas são repassadas como a questão da pesquisa
desenvolvimento e inovação, participação governamental (Royalties e participação especial)
entre outros itens.

A análise downstream evidencia uma fase de queda na produção, venda e


importação de diversos produtos derivados do petróleo, principalmente a gasolina dado
reflexos de mercado já evidenciados. Consequentemente temos a queda nos preços percebida
a partir de abril, cuja recuperação se mostra evidente com o retorno gradual da rotina social
normal.

Por fim, considerando todo histórico de dados coletados presentes nos RE da


ANP, notamos que o período de recessão enfrentada a nível mundial refletiu negativamente
em todos os setores da economia brasileira, mesmo com a tentativa governamental de
amenizar (ou involuntariamente incentivar com posturas antidemocráticas) os impactos da
pandemia no contexto socioeconômico, com clara queda nas projeções de crescimento do
produto interno bruto (PIB) em comparação com o ano anterior, retraindo inclusive as
projeções futuras de preço e demanda do petróleo.

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