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UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO – ICSC

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

APS – ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS


Trabalho Integrado de Ciências Contábeis

SANTANA DE PARNAIBA
2022
ALESSANDRA REGINA DA SILVA BOLOGNESE – D89BJC2
AMANDA CAMILA DA CONCEIÇÃO – N408537
GABRIELE LARISSA SANTOS – N4632B7
MALU FERNANDA FIGUEIREDO DOS SANTOS – N422DE4
MAYARA SABINO DA SILVA – N4225J6

APS ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

Ultrapar Participações S/A

A APS - Atividades Práticas


Supervisionadas, apresentado como
exigência para a avaliação do
primeiro bimestre, em disciplinas do
8º semestre, do curso de Ciências
Contábeis da UNIP - Universidade
Paulista, com orientação do
professor: Paulo Ferreira.

SANTANA DE PARNAIBA
2022
1. Grupo Ultrapar

A empresa escolhida pelo grupo, tem por razão social Ultrapar Participações
S/A, que atua no ramo de gás e tem como sede a cidade de São Paulo.

Grupo Ultra ou Ultrapar é uma companhia brasileira que atua nos setores de
distribuição de combustíveis e gás, por meio da Ipiranga e da Ultragaz;
serviços de armazenagem para granéis líquidos, por meio da Ultracargo. Todas
são subsidiárias integralmente controladas da holding Ultrapar. A companhia
tem suas ações negociadas sob o nome Ultrapar nas bolsas de valores de São
Paulo (B3) e de Nova York (NYSE).

O Grupo Ultra é uma das maiores empresas do Brasil, com receita líquida de
R$ 81,2 bilhões em 2020, segundo o anuário Valor 1000, do jornal Valor
Econômico. No mundo, a companhia está entre as 500 maiores, segundo
ranking elaborado pela revista Fortune em 2019.

1.1 Informações Setorial

Apesar de sua importância, a indústria química brasileira necessita aumentar


sua competitividade a fim de enfrentar a concorrência acirrada com os produtos
importados, que tem resultado em déficits crescentes na balança comercial do
setor.

Para o período de 2015 a 2018, as perspectivas são de um montante de


investimentos de R$ 22 bilhões na indústria química brasileira.
A elevação desses investimentos dependerá de uma articulação bem-sucedida
entre os agentes privados e públicos que permita a adição de valor ao petróleo
e gás do pré-sal com seu uso em novos projetos petroquímicos locais, da
redução de entraves regulatórios e da melhoria na infraestrutura local,
especialmente de transportes.
A indústria química fabrica produtos químicos orgânicos e inorgânicos. Os
produtos orgânicos são derivados de combustíveis fósseis como petróleo e
gás, que representam a parte mais significativa da produção na indústria e são
usados na fabricação de plásticos, fibras e pigmentos sintéticos e defensivos
agrícolas, entre outros produtos. Os produtos inorgânicos baseiam-se em
substâncias de origem mineral que não contêm cadeias de carbono em sua
estrutura de origem, como o cloro, o silício e a soda cáustica. As vendas anuais
da indústria, globalmente, foram estimadas em US$ 5 trilhões em 2011. No
Brasil, as vendas da indústria totalizaram US$ 162 bilhões em 2013 [Abiquim
(2010)], o que a torna o 6º maior mercado do mundo.

Uma importante diferença entre os produtos químicos baseia-se em sua


classificação como commodities ou especialidades.

As commodities são produtos fabricados em grandes quantidades, em plantas


que requerem elevada intensidade de capital, que utilizam principalmente
processos contínuos e que possuem especificações padronizadas e preços
que tendem a ser mais importantes do que o desempenho para seus clientes,
que as utilizam como insumos para fabricar outros produtos químicos.

Especialidades são produtos químicos normalmente produzidos de acordo com


as especificações de um cliente, como um determinado grau de pureza ou
propriedade física, em plantas que requerem menor intensidade de capital e
que são capazes de proporcionar preços e margens mais elevados.

1.1.1 Desafios para o aumento dos investimentos

Os principais obstáculos enfrentados pela indústria para ampliar seus


investimentos se associam às condições do ambiente local, que influenciam as
decisões das empresas de maneira diferente, de acordo com seu segmento de
atuação.
Para as empresas que atuam vendendo commodities, uma vez que há poucas
possibilidades de diferenciação, a competição baseia-se principalmente em
preços. Por isso, os principais obstáculos ao aumento da capacidade produtiva
são os custos associados aos investimentos e à operação no país. Entre eles,
podem ser citados os custos: de capitais, de matérias-primas de origem
petroquímica, da infraestrutura de transportes, energia e a tributação, que
reduzem a atratividade dos investimentos em plantas de escala mundial,
necessárias ao ambiente global da indústria.

Para as empresas que atuam nos segmentos de especialidades, além dos


obstáculos associados aos investimentos nos segmentos de commodities, os
entraves regulatórios em setores como os de defensivos agrícolas (no qual o
Brasil é o maior mercado mundial) ou naqueles que buscam explorar a
biodiversidade local, como em cosméticos, se constituem em desafios
adicionais.

Apenas o grupo de produtos químicos de uso industrial, com participação de


cerca de 44% das vendas da indústria no país, tem um acompanhamento
histórico do nível de utilização da capacidade instalada (Nuci). Esse grupo
compreende os segmentos de produtos: cloro e álcalis, intermediários para
fertilizantes, produtos petroquímicos básicos, intermediários para plásticos,
intermediários para fibras sintéticas, solventes industriais, intermediários para
plastificantes e resinas termoplásticas.

1.1.2 Fatores estruturais e cadeias produtivas

As empresas químicas têm diversos clientes, dos quais o maior é a própria


indústria química. A indústria tem fortes encadeamentos na economia,
principalmente à frente. Entre seus principais clientes, estão empresas de
virtualmente todos os setores da economia, como: as indústrias têxteis,
eletrônica, elétrica, de transportes, automobilística, construção civil, aço, papel
e o agronegócio, entre outras.

O crescimento dos diversos mercados locais, aliado à redução de


investimentos locais na indústria, tem levado ao progressivo aumento da
participação das importações e à redução das exportações em relação às
vendas totais, como indicado no Quadro 3.

Há diversos tipos de bens de capital que a indústria química utiliza, entre eles:
tanques de armazenagem; vasos de pressão; tubulações; válvulas;
equipamentos auxiliares, como bombas, compressores e caldeiras; sensores e
instrumentos de medição e equipamentos para operações de mistura,
moagem, enchimento e embalagem, entre outros.

A redução recente nos investimentos na indústria, aliada à perda de


competitividade do setor, também tem levado a um progressivo esvaziamento
da indústria desses bens de capital para o setor químico no Brasil. Como
resultado, alguns projetos locais são executados com uma parcela crescente
de participação de empresas localizadas em países como China, para os itens
de baixa e média intensidade tecnológica, ou mais avançados, como
Alemanha, Itália e Estados Unidos, para os segmentos com maior conteúdo
inovador.

O combate ao esvaziamento de cadeias produtivas necessita de um esforço


sobre os fatores inibidores dos investimentos. Além de enfrentar desafios
comuns a outros setores, como o câmbio, os custos de capitais e de energia e
as dificuldades com a infraestrutura logística, a indústria química necessita de
medidas destinadas a tornar mais competitivos o custo e a disponibilidade de
longo prazo de matérias-primas de origem petroquímica e a solução de
entraves regulatórios.
Os custos e a disponibilidade de matérias-primas definem a competitividade
local de custos, fator crítico para a atração de investimentos para o país em
relação a alternativas em outras regiões, tanto para empresas locais como
multinacionais.

Há muitas oportunidades de aprimoramentos com a regulação local,


principalmente nos segmentos mais próximos ao consumidor final. Exemplos
atuais são as necessidades de aperfeiçoamentos no marco legal da
biodiversidade e no processo de obtenção de registros de defensivos agrícolas.
Nos segmentos de especialidades, a diversidade de necessidades tende a
aumentar o número de concorrentes. Em segmentos de commodities, mais a
montante na indústria, observa-se elevada concentração no número de
fornecedores locais, como mostra o Gráfico 1 a seguir, que indica a proporção
e o nome dos fabricantes locais dos principais produtos químicos de primeira e
segunda gerações petroquímicas.
A indústria química é capaz de proporcionar várias externalidades positivas
para a sociedade: na agricultura, com o aumento da produtividade
proporcionada pelos fertilizantes e a defesa de pragas por meio dos pesticidas;
no setor de saúde, com peças plásticas e ingredientes de medicamentos; na
construção civil, com soluções destinadas a reduzir custos e o consumo de
energia; na indústria automotiva, com a utilização de materiais mais leves que
permitem a redução de consumo de combustíveis e, em decorrência, de
emissões; em novas aplicações na indústria têxtil, mineração, E&P etc.

De acordo com a PIA 2011 (IBGE), a indústria química empregava diretamente


nesse ano cerca de 270 mil pessoas formalmente.1 A relação de empregos
diretos e indiretos no setor é estimada em 1:4 [Najberg e Pereira (2004).

2. Ultrapar

A Ultrapar, companhia multinegócios com atuação em varejo e distribuição


especializada, por meio da Ultragaz, Ipiranga e Extrafarma, na indústria de
especialidades químicas, com a Oxiteno, e no segmento de armazenagem para
granéis líquidos, por meio da Ultracargo, é um dos maiores grupos
empresariais brasileiros. Com um quadro de 14 mil funcionários diretos, a
Ultrapar detém operações em todo o território brasileiro e possui, através da
Oxiteno, unidades industriais nos Estados Unidos, no Uruguai, no México e na
Venezuela e escritórios comerciais na Argentina, na Bélgica, na China e na
Colômbia.

A Ultragaz é a maior distribuidora de GLP no Brasil, com 23% de participação


no mercado brasileiro em 2015, e uma das maiores distribuidoras
independentes do mundo em termos de volume vendido. Distribuímos GLP a
cerca de 11 milhões de domicílios utilizando nossa frota própria e a nossa rede
de mais de 5,1 mil revendedores independentes.
A Ipiranga é a segunda maior distribuidora de combustíveis do Brasil, com 22%
de participação no mercado brasileiro em 2015, com uma rede de 7,2 mil
postos revendedores.

A Oxiteno é uma das maiores produtoras de óxido de eteno e de seus


principais derivados na América Latina, grande produtora de especialidades
químicas e a única produtora de álcoois graxos e co-produtos na América
Latina. A Oxiteno possui doze unidades industriais no Brasil, Estados Unidos,
Uruguai, México e Venezuela e escritórios comerciais na Argentina, na Bélgica,
na China e na Colômbia.

A Ultracargo é a maior provedora de armazenagem para granéis líquidos do


Brasil, com seis terminais e capacidade de armazenagem de aproximadamente
630 mil metros cúbicos em 31 de dezembro de 2015.

A Extrafarma é uma das dez maiores redes de drogarias do país, com 254 lojas
e dois centros de distribuição nas regiões Norte e Nordeste ao final de 2015.

Apresentando desempenho robusto e crescimento sustentável de resultados, a


Ultrapar destaca-se por:

• Posições de liderança nos mercados de atuação, com vantagens


competitivas de longo prazo
• Planejamento e execução consistentes de nossa estratégia, pautados por
disciplina na alocação de capital
• Força de suas marcas na distribuição de combustíveis
• Cultura orientada para resultados: foco em pessoas, paixão pelo cliente e
disciplina em custos
• Governança e alinhamento de interesses como instrumentos de crescimento
e criação de valor
• Negócios resilientes e alavancados no crescimento da economia -
desempenho comprovado em todos os ciclos econômicos
A Ultrapar tem uma história de comprometimento com o mercado de capitais,
de pioneirismo na implementação de boas práticas diferenciadas de
governança corporativa e de solidez financeira. Em 1999, a Ultrapar foi a
primeira empresa brasileira a abrir seu capital simultaneamente na Bolsa de
Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA) e na New York Stock Exchange
(NYSE), com ADRs nível III, e suas ações fazem parte dos principais índices
de mercado, como o Índice MSCI, o Índice Bovespa (Ibovespa), o Índice Brasil
(IBRX), o Índice Valor Bovespa (IVBX-2), o Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE), o Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), o
Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – Novo Mercado
(IGC-NM) e o índice Dow Jones Brazil Titans. Foi também pioneira no Brasil na
concessão de direito de tag along de 100% a todos os acionistas e em tornar
seus executivos sócios da companhia com participação relevante. O risco de
crédito da companhia é classificado como grau de investimento (investment
grade) pelas agências Moody’s e Standard & Poor’s.

2.1 Concorrência

No segmento de distribuição de combustíveis, a Ultrapar compete com grandes


empresas como a Vibra Energia e Raízen Combustíveis. Veja no gráfico
abaixo:

Empresa Market Cap UF Sede


Vibra Energia R$ 28,6 bilhões RJ
Raízen Combustíveis R$ 73,5 bilhões SP

Vantagens Competitivas
 Presença em segmentos diversos;
 Marcas bem posicionadas no mercado.
Desvantagens Competitivas
 Exposta à oscilação no preço do petróleo.
 Participação de Mercado da Ultrapar

A Ultrapar detém uma relevante participação de mercado em todos os seus


segmentos de atuação.

A Ultrapar é líder na distribuição de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) no país.


Apenas em 2020, a Ultrapar vendeu 1,7 milhões de toneladas do gás de
cozinha.

Por sua vez, a Ultracargo é a maior provedora de armazenagem para granéis


líquidos do Brasil.

Cabe lembrar, que a Ipiranga, uma das maiores distribuidoras de combustíveis


do país respondeu por 18,5% do mercado total em 2020, segundo dados da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

2.3 Receita Líquida

A Ultrapar é uma holding responsável pelo controle das empresas Ultragaz,


Ultracargo e Ipiranga, Oxiteno, Extrafarma e Abastece Aí. Dessa forma, a
companhia consegue estar presente em diferentes segmentos da economia.

Atualmente, a empresa mais representativa no faturamento total da Ultrapar é a


Ipiranga. A companhia é responsável pela distribuição de diesel, gasolina,
etanol, GNV, óleo combustível, querosene, ARLA 32, lubrificantes e graxas em
todo o país.

Os principais clientes da Ipiranga são postos de serviços, grandes


consumidores e Transportadores Revendedores Retalhistas (TRR).
Em 2020, a Ipiranga respondeu por cerca de 81% da receita líquida total da
Ultrapar. Veja no gráfico abaixo:

Vale lembrar, que o diesel e a gasolina são os produtos com os maiores


volumes comercializados.

No 2T21, houve um significativo crescimento no volume vendido de


combustível quando comparado ao 2T20, em função dos impactos da
pandemia em 2020.

Consequentemente, a receita líquida da Ultrapar apresentou uma melhora no


2T21. Veja no gráfico abaixo:
3. Fundamentação Teorica

3.1 Balanço Patrimonial

Trata-se de um relatório financeiro que tem por objetivo apresentar a situação


contábil e econômica de uma empresa em determinado período.

Balanço Patrimonial é um relatório contábil que descreve toda a situação


financeira de uma empresa.

Também chamado de Balanço Contábil, saber o que é Balanço Patrimonial é a


melhor forma de fazer um levantamento completo de todos os bens e direitos
de um negócio, identificando também suas fontes de recursos e investimentos.

3.1.1 Para que serve o Balanço Patrimonial?

Considerando isso, o Balanço Patrimonial é uma ferramenta contábil que serve


para:
 analisar o comportamento financeiro de um negócio;
 compreender o trajeto dos recursos financeiros da empresa;
 ser utilizado como base para a elaboração do planejamento estratégico;
 ajudar na composição do planejamento tributário, identificando tributos
pagos e meios de reduzi-los;
 tomar decisões financeiras mais assertivas;
 apresentar dados financeiros e contábeis a possíveis investidores.

3.2 Demonstração do Resultado do Exercício

A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE – é um relatório contábil


que evidencia se as operações de uma empresa estão gerando um lucro ou
prejuízo, considerando um determinado período de tempo.

A DRE é confeccionada junto com o Balanço Patrimonial, e deve ser assinada


por um contador habilitado pelo CRC (Conselho Regional de Contabilidade).
Pela lei, o relatório é obrigatório para todas as empresas, exceto o MEI, e deve
ser feito anualmente (após o encerramento do ano-calendário, que é o período
compreendido entre janeiro e dezembro de um mesmo ano).

3.2.1 Para que serve a DRE?

A DRE é uma grande aliada do empreendedor. Por isso, saber usá-la é tão
importante para a administração da sua empresa. Esse relatório confronta os
dados das receitas e das despesas do negócio, mostrando o resultado líquido
do seu desempenho e detalhando a real situação operacional de um negócio.

Ao utilizar esse controle também como relatório gerencial, você poderá avaliar
como anda a saúde financeira da sua empresa e, assim, usar as informações
para tomar decisões que irão reduzir gastos e fazer seu negócio faturar mais.

Além disso, a DRE é um documento importante para agentes externos à


empresa. O governo utiliza o relatório para verificar se os impostos foram
calculados corretamente, e faz o confronto do lucro declarado na DRE com os
lucros declarados pelos sócios no IRPF.
A declaração ainda costuma ser fundamental na hora de conseguir uma
ajudinha extra. Bancos e analistas financeiros podem requerer o demonstrativo
para avaliar a situação do negócio e decidir se darão crédito ou não ao
solicitante; enquanto eventuais investidores irão analisá-lo para ter mais
segurança ao aplicar seu dinheiro.
Legalmente, o demonstrativo deve ser feito a cada ano. Porém, a empresa
pode optar por realizá-lo mensalmente como um relatório gerencial para melhor
acompanhamento da gestão – ou trimestralmente, considerando as obrigações
fiscais.

3.3 Demonstração de Fluxo de Caixa

A demonstração de fluxo de caixa, ou simplesmente DFC, é um relatório de


contabilidade de grande importância, pois mostra como anda a saúde
financeira de uma empresa.

Nele deve haver todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa


em um certo período, além de apresentar quais foram os resultados desse
fluxo.

A partir da Lei n. 11.638/2007, a DFC passou a ser obrigatória para todas as


companhias de capital aberto (aquelas que vendem ações na Bolsa de
Valores) e, também, para todas as empresas que declaram um patrimônio
líquido superior a R$ 2 milhões.

Além do fluxo de caixa, esse relatório ainda pode considerar alguns outros
fatores em sua elaboração, tais como as contas bancárias e aplicações com
liquidez imediata feitas pela companhia.

Portanto, o objetivo da DFC é analisar a capacidade que uma empresa possui


para a geração de caixa equivalente ao longo de um dado período, mostrando,
dessa forma, como anda a saúde financeira de uma empresa, bem como
detectar possíveis erros contábeis ou fraudes no caixa.

Por isso, ter acesso ao DFC antes de investir em uma empresa pode ser um
diferencial, pois permite que você conheça a saúde financeira da companhia
antes de investir o seu dinheiro nela.

3.4 Notas Explicativas

Notas explicativas são informações que complementam as demonstrações


financeiras de uma organização.

Elas têm como objetivo trazer mais clareza aos critérios contábeis de uma
empresa, a composição dos saldos de contas, os métodos de depreciação, os
critérios de avaliação de patrimônio, entre outros elementos.

Nas notas explicativas devem constar as explicações sobre os principais fatos


contábeis ocorridos na organização.

Entre estas informações, estão:

 Os critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, estoques,


depreciação, amortização e exaustão, e provisões;
 Investimentos em outras sociedades;
 Aumento de valores do ativo;
 Os encargos sobre elementos do ativo, garantias prestadas a terceiros,
entre outras responsabilidades;
 Taxa de juros, as datas de vencimentos;
 Número, espécies e classes das ações do capital social;
 Opções de compra de ações exercidas;
 Ajustes de exercícios anteriores;
 Eventos que possam impactar a situação econômica e os resultados
futuros da empresa.

No entanto, as notas explicativas não precisam trazer todas informações sobre


o que consta no demonstrativo contábil, e sim as mais relevantes.

Elas podem ser vistas como uma ferramenta para dar conhecimento a qualquer
um que tenha interesse nas atividades financeiras de uma companhia.

Esses interessados podem ser investidores, bancos, acionistas, governos ou


público geral.

As notas explicativas estão previstas desde 1976 pelo § (parágrafo) 4º do


artigo 176 da Lei 6.404 (Lei das Sociedades Anônimas), e ganharam ainda
mais relevância a partir de 2007, momento em que o Brasil aderiu às Normas
Internacionais de Contabilidade.

Quando entraram em vigor as leis 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e


11.941, de 27 de maio de 2009, e o pronunciamento CPC 26, os critérios para
uso das notas explicativas passaram a ser mais claros e normatizados.

3.5 Análise Vertical

Análise vertical é um tipo de análise na qual observamos os resultados de uma


empresa de cima para baixo ou de baixo para cima — por isso a chamamos de
vertical. O que se pretende com isso é conferir os detalhes dos números que
compõem o todo, sempre no contexto de determinado ano ou trimestre.

Por exemplo: se você analisa os resultados de determinada companhia e vê


que 62% de suas despesas operacionais no período foram referentes a
despesas com vendas (publicidade, salário e comissão dos vendedores, etc.),
está fazendo uma análise vertical. Afinal, relaciona o todo (total de despesas
operacionais) com uma parte do todo.
No balanço da empresa, uma informação está abaixo da outra, pois os
números são apresentados em efeito cascata.

É claro que só faz sentido falarmos em análise vertical porque existe um outro
tipo: a análise horizontal.

Abordaremos em detalhes a diferença entre cada a seguir, no tópico “Diferença


entre análise vertical e análise horizontal”.

Por enquanto, o que você precisa saber é que a análise vertical considera uma
coluna específica da tabela de demonstração de resultados da empresa, e não
uma linha.

3.6 Análise Horizontal

Análise horizontal é uma maneira de avaliar as demonstrações financeiras de


uma empresa comparando os resultados mais recentes com aqueles
registrados em trimestres ou anos anteriores. Assim, a análise horizontal
permite acompanhar a evolução dos dados divulgados nos balanços da
companhia.

O nome “análise horizontal” tem um significado quase literal: a análise envolve


uma leitura horizontal das tabelas dos demonstrativos. Ou seja, compara-se um
número com os números que estão ao lado, e não abaixo ou acima.

3.7 Análise por Índices

Esse é o processo de Análise das Demonstrações Contábeis mais utilizado, o


qual consiste em realizar uma relação lógica entre diversas contas e grupos de
contas.
Esses índices permitem que seja mensurada a situação econômica e
financeira de uma entidade, sendo eles divididos em grupos: Índices de
Liquidez ou Solvência, Índices de Estrutura ou Endividamento, Índices de
Lucratividade ou de Margem, Índices de Rentabilidade e Índices de
Rotatividade.

As fórmulas que serão apresentadas neste artigo possuem diversas siglas,


sendo os seus significados dispostos abaixo:

AC: Ativo Circulante / ANC: Ativo Não Circulante / AT: Ativo Total

PC: Passivo Circulante / PNC: Passivo Não Circulante

PL: Patrimônio Líquido / VL: Vendas Líquidas

LL: Lucro Líquido / LB: Lucro Bruto / LO: Lucro Operacional

CMV: Custo de Mercadorias Vendidas / DF: Despesas Financeiras

3.7.1 Índices de Endividamento

Através desses índices, é analisado o grau de endividamento de uma entidade,


calculando quanto do capital próprio que está sendo financiado por capital de
terceiros.

3.7.2 Índice de Endividamento Total

Esse índice determina o endividamento da empresa (passivos circulantes e não


circulantes) em relação ao ativo total.
Se esse indicador for maior do que 1, indica que o passivo exigível é maior que
o ativo, caracterizando uma situação patrimonial negativa.

3.7.3 Índice de Participação de Capital de Terceiros

Também chamado de Grau de Endividamento, ele demonstra quanto do capital


de terceiros (passivo exigível) foi obtido por cada unidade monetária de capital
próprio (patrimônio líquido).

Quanto maior esse indicador, pior para empresa.

3.7.4 Índice de Garantia de Capital de Terceiros

É o inverso da situação acima, sendo calculado através da relação entre os


recursos próprios e os recursos de terceiros.
3.7.5 Índice de Participação de Capital Próprio

O Índice de Participação de Capital Próprio, ou Índice de Participação do


Patrimônio Líquido, estabelece quanto do ativo total (circulante e não
circulante) está sendo financiado pelo capital próprio.

3.7.6 Composição do Endividamento

Esse índice estabelece a proporção das dívidas de curto prazo (circulantes) em


relação às dívidas totais.

3.7.7 Imobilização do Patrimônio Líquido

Também conhecido por Imobilização do Capital Próprio, o Índice de


Imobilização do Patrimônio Líquido reproduz a parcela do Patrimônio Líquido
que é utilizada no investimento do Ativo Não Circulante (Imobilizado,
Investimento e Intangível).
3.7.8 Imobilização do Patrimônio Líquido

Quanto menor esse índice, ou seja, quanto menor a parcela do PL no


financiamento do ANC, maior será a parcela para o financiamento do AC,
reduzindo a sua dependência de capital de terceiros. Ou seja, quanto menor
esse indicador, melhor para a empresa.

3.7.9 Imobilização do Investimento Total

Esse índice indica a parcela do Ativo Total que é utilizada no investimento do


Ativo Não Circulante (Imobilizado, Investimento e Intangível).
3.7.10 Imobilização dos Recursos não Correntes

Semelhante aos dois índices anteriores, esse indicador revela quanto dos seus
recursos não correntes, representados pelo PL e pelo PNC, foi imobilizado no
ativo através dos Intangíveis, dos Investimentos e dos Imobilizados.

3.7.11 Índices de Liquidez


Os Índices de Liquidez, também conhecidos como Índices de Solvência, são
utilizados para medir o grau de capacidade da empresa em honrar os seus
compromissos e pagar as suas dívidas.

3.7.12 Índice de Liquidez Total ou Geral

O Índice de Liquidez Total revela a capacidade da entidade em pagar as suas


obrigações totais com os seus recursos de curto e longo prazo.
Quanto maior esse indicador, melhor, sendo que, se ele for maior do que 1,
indica que a empresa possui condições de quitar a totalidade das suas
obrigações.

3.7.13 Índice de Liquidez Corrente

O Índice de Liquidez Corrente informa a capacidade que a entidade possui em


honrar os seus compromissos de curto prazo com os seus recursos de curto
prazo.

3.7.14 Índice de Liquidez Imediata

Esse índice corresponde à capacidade da empresa em pagar seus


compromissos de curto prazo apenas com as suas disponibilidades (caixa e
equivalente caixa).
3.7.15 Índice de Liquidez Seca

Conhecido também como Teste Ácido, ele analisa a capacidade que a entidade


possui em liquidar suas dívidas de curto prazo com os seus recursos de curto
prazo, desconsiderando os estoques.

3.7.16 Índice de Solvência ou Margem de Garantia

Esse índice indica se uma empresa está em situação de solvência, através da


relação do seu ativo total e o capital total de terceiros (passivo exigível). Caso
esse indicador seja maior do que 1, a entidade é considerada solvente, caso
seja menor do que 1, a sua situação é desfavorável, possuindo passivo a
descoberto.

3.7.17 Índices de Lucratividade (Índices de Margem)


Esses indicadores estabelecem o quanto a empresa é capaz de lucrar através
das suas vendas líquidas.

 Margem bruta

É obtida através da relação entre o lucro bruto e as vendas líquidas de uma


entidade.
Quanto maior essa relação, mais eficiente é a empresa em converter as suas
vendas em lucro bruto.

 Margem Líquida

Esse indicador estabelece a participação do lucro líquido nas vendas líquidas


da empresa.

 Margem Operacional

Por fim, essa margem determina o lucro operacional líquido da empresa em


relação a suas vendas líquidas.

3.7.18 Índices de Rentabilidade


Os índices presentes nesse grupo trazem como resultado a rentabilidade de
uma entidade. Em outras palavras, eles indicam o retorno obtido pela empresa
através dos recursos que são aplicados. De uma maneira geral, quanto
maiores esses indicadores, melhor para a empresa.
3.7.19 Índice de Retorno do Ativo (ROA)

Esse indicador, também conhecido como Rentabilidade do Ativo, demonstra a


rentabilidade do lucro líquido do exercício da empresa em relação aos recursos
aplicados (ativo total ou ativo médio).

3.7.20 Índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)

Já esse índice relaciona o lucro líquido com o capital próprio da empresa (PL).
Desse modo, quanto maior esse indicador, maior a geração de valor para o
acionista.

3.7.21 Giro do Ativo

O giro do ativo é a relação entre as vendas líquidas e o ativo total (ou ativo
médio), explicitando o valor das vendas realizadas pela entidade em relação a
cada real de recurso investido.
3.7.22 Índices de Rotatividade

Os índices de rotatividade evidenciam o tempo médio das principais


operações do ciclo operacional de uma empresa. Eles possuem como

4 Análise Financeira

Através da análise de das demonstrações contábeis pelos métodos de Análise


Vertical, Análise Horizontal e os Indicadores financeiros, calculados a partir dos
dados apresentados pela empresa, podemos obter um entendimento sobre em
qual senário a empresa está passando naquele dado momento e como está o
desempenho recente da empresa.

Dessa forma podendo auxiliar na tomada de decisão, controle de rendimentos,


dicas aos acionistas e até mesmo verificar se tal investimento é viável e
lucrativo.

 Analise Vertical:

Na análise vertical realizadas no Balanço Patrimonial, Demonstração do


Resultado e o Fluxo de Caixa dos anos de 2019, 2020 e 2021 para a empresa
Ultrapar, podemos observar os seguintes pontos principais:

Considerando apenas o Balanço Patrimonial, em 2019 o Grupo Ultrapar tinha


como porcentagem o total de 48,3% de seu Ativo correspondia ao Ativo
Circulante e 51,7% correspondia ao Ativo não Circulante, dessa forma
podemos verificar que a empresa possuía mais ativos intangíveis e tangíveis
de longa duração de liquidez do que os ativos de curta duração. Se mantendo
assim em 2020, na qual havia 48,25% e 51,75% para o Ativo Circulante e o
Ativo não Circulantes, respectivamente.

Mudando esse senário em 2021, onde a empresa passou para 50,8% de Ativo
Circulante e 49,2% para o Ativo não Circulante, sendo essa variação na
alteração do saldo da conta de Estoque, indo de 11,91% em 2019, 10,61% em
2020 e passando a ser 15,81% em 2021.

Conforme demonstrado abaixo, deixando em evidencia as principais variações


verticais, lembrando que é feita com base no calculo de divisão dos saldos das
contas pelo “Total do Ativo”.
Levando em consideração o Passivo e o Patrimônio Líquido da empresa
Ultrapar, podemos observar que nos três anos base de análise, o Passivo não
Circulante permaneceu sendo o maior porcentual do total do Passivo e do
Patrimônio Líquido, 51,82% em 2019, 47,17% em 2022 e 41,79% em 2021.

Mas é notado a diminuição nesse porcentual ao decorrer dos 3 Anos, sendo o


motivo a diminuição do Patrimônio Líquido e o aumento do Passivo Circulantes,
conforme pode ser concluído, com base na imagem abaixo que o Passivo
Circulante passou de 16,65% em 2019 para 31,37% em 2021 tendo a maior
variação na conta de Fornecedores.
Abaixo pode ser visto a Análise Vertical completa do Balanço Patrimonial do
Grupo Ultrapar nos anos de 2019, 2020 e 2021.
Nas Demonstrações do Resultado podemos observar que houve variação
significativa apenas no Lucro Líquido do exercíco, sendo que passou de 0,45%
em 2019, para 1,14% em 2020 e depois houve a queda para 0,74%, isso
ocorreu devido a alta da inflação no ano de 2020 que foi o ano marco da
Pandemia da Covid-19 tendo um aumento de aproximadamente 50% nos
preços dos Gáses e uma alta de 58,5% na gasolina que subiu 2,6 vezes mais
que a inflação. Portanto, a receita financeira a empresa não foi maior em 2020
do que nos demais anos base de comparação, porém houve a diminuição nos
custos e despesas da mesma.

Por fim, no Fluxo de Caixa no qual a empresa teve seu maior porcentual em
2019, sendo ele de 1,1% e comparado aos outros anos que foram de 0,4% e
0,5% em 2020 e 2021, respectivamente.
 Analise Horizontal:

Para a realização das Análises Horizontais, precisamos atualizar os valores


para o ano de comparação, usando como base a tabela de inflação do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo a tabela foi de 5,4473%
para Dezembro/2020 e 10,1602% em Dezembro/2021. Após a atualização com
o índice é necessário a comparação com a mesma conta do período seguinte,
ou seja, é feito o período seguinte, menos o período anterior e isso é dividido
pelo período anterior.

Sendo assim, na análise do Balanço Patrimonial obtivemos em 2019 para o


Ativo e o Passivo uma variação de 10,20% quando comparado ao ano de 2020
e na comparação de 2020 para 2021 concluímos o valor de -2,31%, ou seja, o
valor de 2019 era menor que o valor total do ativo em 2020 e já para a análise
de comparação entre 2020 e 2021 o valor de 2020 era maior ao resultado final
de 2021 por isso teve uma porcentagem negativo quando é comparado, sendo
a mesma explicação quanto ao resultado do Passivo e do Patrimônio Líquido.
Considerando a Análise Horizontal na Demonstração de Resultado obtivemos
resultados diferentes da análise do Balanço Patrimonial, pois as variações
ocorreram de forma diferentes, enquanto no Balanço Patrimonial houve uma
diminuição na comparação entre 2020 e 2019, ou seja, o valor de 2020 era
10,20% maior do que o de 2019. Na DRE houve um resultado ao contrário, no
qual o valor de 2020 era menor do que o de 2019, tendo uma variação de
menor (-13,72%) nas receitas líquidas do exercício e uma variação de 118,34%
quando comparado o Lucro Líquido do Exercício de 2020 para 2019.

A variação obtida entre 2021 e 2020 é de 32,74% para as Receitas Líquidas do


Exercício e -13,51% para o Lucro Líquido do Exercício, ou seja, houve uma
variação oposta a comparação anterior, significando que ouve uma receita
liquida maior em 2021, porém o resultado final no lucro foi maior em 2020.
Por fim, no Fluxo de Caixa a empresa em 2019 quando comparado a 2020
tinha uma maior porcentagem de retorno de caixa, conseguindo gerenciar
melhor a sua entrada e saída de caixa. O Grupo Ultrapar obteve 118% na
comparação entre 2019 e 2020, e para a comparação entre 2020 e 2021
obteve -14%.

 Índices:

Através da análise de indicadores financeiros, calculados a partir dos dados


disponíveis nos demonstrativos da empresa, podemos obter uma visão mais
clara da situação e desempenho recente da empresa.
Para os cálculos feitos referente ao ano de 2019, 2020 e 2021, mensuramos os
seguintes valores para a Liquidez da empresa, no Índice de Liquidez Corrente
que é utilizado para medir a capacidade que a entidade possui em honrar os
seus compromissos de curto prazo com os seus recursos de curto prazo, ou
seja o Ativo Circulante dividido pelo Passivo Circulante do mesmo período.
Em 2019 a empresa possuía um LC é de 2,90, significa que a empresa tem
potencial de cobrir suas dívidas a curto prazo. Nos próximos anos houve uma
queda deste índice, porém a empresa ainda era capaz de cobrir suas dívidas a
curto prazo, o LC em 2020 passou a ser de 1,89 e em 2021 o LC decaiu mais
ainda passando a ser 1,62.

Para o Índice de Liquidez Seca, deduzimos os Ativos de difícil realização que


seria o estoque da empresa para que possamos entender se a empresa é
capaz de cobrir as suas dívidas sem que precise vender o seu estoque. O
grupo Ultrapar obteve um LS alto nos 3 anos, mesmo com a queda desse valor
ainda era possível liquidar as dívidas. Em 2019 o valor de LS era de 2,06,
passando para 1,40 em 2020 e por fim passou para 1,05 em 2021.

Por fim, no Índice de Liquidez Geral que é calculado para avaliar a saúde
financeira da empresa no longo prazo, por isso sua formula divide a soma do
Ativo Circulante e do Ativo não Circulante com a soma do Passivo Circulante e
do Passivo não Circulante. O grupo Ultrapar obteve os índices de LG de 1,29,
1,04 e 0,99 para os anos de 2019, 2020 e 2021, respectivamente.

Conforma demonstrado na tabela acima, o endividamento Índices de


endividamento estão incluídos nesses indicadores financeiros que auxiliam a
análise dos seus financiamentos, a partir deles é possível o verificar o grau de
endividamento de uma empresa, calcular o quanto da geração de dívidas o
negócio depende para se manter e mensurar se uma empresa está utilizando
mais recursos de terceiros ou proprietários.

Levando em consideração isso, podemos verificar que endividamento geral


(EG) da empresa detém de um alto índice percentual, pois em 2021 o Grupo
Ultrapar teria 53,6% do ativo total da empresa comprometido para custear o
total de suas dívidas, ou seja, mais da metade de seu ativo. Esse percentual foi
aumentado na comparação nos anos bases, sendo em 2019 38,8% e em 2020
49,0%.

O grupo Ultrapar obteve em seus 3 anos de analise uma composição de


endividamento, índice que mostra a relação entre a dívida de curto prazo e a
dívida total da empresa. Lembrando que quanto menor a CE, melhor para a
empresa pois ela deverá desembolsar menos capital no curto prazo para o
pagamento de dívidas.

Sendo assim, podemos considerar o CE da Ultrapar alto para os 3 anos, sendo


eles de 42,9% em 2019, 52,0% em 2020 e de 58,5% em 2021. Porém a
empresa possui disponibilidades em caixa ou em aplicações financeiras
suficientes para honrar o pagamento das dívidas de curto prazo.

Considerando os Índices de Lucratividade e Rentabilidade podemos observar


que a empresa possuía uma Margem Bruta (MB) de 6,8% em 2019, 6,9% em
2020 e 6,0% em 2021 e já nos índices de Margem Líquida era de 0,5% em
2019, 1,1% em 2020 e 0,7% em 2021, dessa forma podemos concluir que o
ano em que a empresa obteve um maior índice de Lucratividade foi em 2020,
resultando em um lucro líquido maior.

Para a rentabilidade da empresa, que através da análise é demonstrado se a


empresa é, ou não, rentável, ou seja, se ela dá lucro. Este é o Índice que mais
interessam aos sócios e gestores, porque demonstram o retorno dos recursos
aplicados em um empreendimento ou em um projeto.

A comparação entre RPL de 2019 e 2020 é uma diferença significativa de 8,6%


a mais em 2020. Sendo, 1,0% em 2019 significa que a empresa detém 1,0% de
retorno para cada real da receita líquida e em 2020 a empresa detém 9,6% de
retorno para cada real da receita líquida.

Para os cálculos de RA considerou-se a alíquota do IR e CSLL em 48,44%


para o ano de 2019 e 38,11% em 2020, calculo realizado referente a
rentabilidade de um ativo, do investimento que foram realizados independente
da fonte dos recursos.
5. Conclusão

Diante de todo o estudo pesquisado e os levantamentos obtidos na empresa


Ultrapar, contatou-se mais uma vez que o setor financeiro é sem dúvida, de
extrema importância e de difícil controle para seus gestores e administradores.
Os dados sempre deverão ser analisados e conferidos para se obter uma
confiabilidade em tomar certas decisões assertivas ou não.

Concluímos que a empresa Ultrapar apesar de possuir alto índice de liquidez,


para cobrir suas dívidas, a empresa não está saudável em seus aspectos de
endividamento, ou seja, olhando pelo lado dos acionista a empresa não está
viável para investimento, mesmo tendo caixa e aplicações financeiras
disponível para cobrir tais dívidas.

Pode-se verificar o modelo de gestão que ainda se aplica em determinadas


empresas nos dias atuais, sem um controle formal, sem estrutura. Certamente
pelo fato de a empresa estar disposta a mudanças, abriu as portas para este
estudo e está firmemente consciente da necessidade de uma remodelação do
seu modelo de gestão, no qual faz sentir que cumprimento da missão de
avaliar e apontar se os investimentos são viáveis ou não.

Sendo assim, podemos concluir que a empresa Ultrapar é empresa que possui
um potencial de investido e crescimentos, desde que seja gerenciada e
organizada da maneira correndo, conseguindo diminuir os seus potenciais
negativos em porcentagem e mantendo-se um bom investimento dentro do
mercado de acionistas.
6. Referências

Livros:
BLATT, Adriano. Análise de Balanços – Estrutura e Avaliação das
Demonstrações Financeiras e Contábeis, São Paulo: Pearson, 2001.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10a ed., São Paulo: Atlas, 2009.

MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: abordagem gerencial.


7a ed., 7º tiragem, São Paulo: Atlas, 2010.

Sites:
https://warren.com.br/magazine/o-que-sao-notas-explicativas/

https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-investir/relatorios/dfc/

https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/o-que-e-dre-para-que-
serve/

https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/balanco-patrimonial/

https://ri.ultra.com.br/show.aspx?idCanal=L09BR6n9k4Rr287fpeRxSA==

https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14377/1/Industria
%20quimica_P_BD.pdf

https://comoinvestir.thecap.com.br/o-que-faz-ultrapar-ugpa3-e-os-diferenciais-
da-empresa

https://warren.com.br/magazine/analise-vertical/

https://warren.com.br/magazine/analise-horizontal/
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/analise-das-demonstracoes-
contabeis/

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