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UM OLHAR PARA A HISTÓRIA LOCAL DE BALSAS-MA: ALGUMAS

PERSPECTIVAS HITÓRICO-GEOGRÁFICAS

1(Org.)Eric Rommel Ferro da Fonseca Bezerra


2(or.) Werton Lima Fonseca
3Gabriel da Silva Freitas

Marcela Valentina Quixabeira Arruda de Oliveira


Ana Júlia de Souza Tavares
Gabriel Oliveira Eggres Bicca
Isabella Santos Ferreira

RESUMO

O presente trabalho contou com parceria interinstitucional e teve o objetivo principal


resgatar a história local e torná-la em atrativa aos olhos dos alunos do Colégio
Educar Advanced por meio da interdisciplinaridade. Participaram da presente
pesquisa cinco alunos e dois professores com objetivo de estudar e
consequentemente ensinar os demais alunos do Colégio. A história local está
presente na vida de algumas pessoas que há anos habitam esse lugar, mas
percebe-se que essa mesma história está ficando esquecida pelos novos
moradores. Muitas das vezes, há de se tomar conhecimento dos antepassados
para entender o presente. Por esse motivo, através dessa problemática, foram
realizadas buscas por informações acerca dessa cidade do Maranhão na internet
que comprovam a história deste município com a finalidade de mostrar aos alunos
do Colégio meios que fizessem da história local uma ferramenta de facilitação no
processo de ensino aprendizagem. Ao final da pesquisa, foi possível revelar
talentos artísticos, por sua vez, excitando os alunos a se manifestarem como artista
mediante a sua elevação intelectual.

Palavras-Chave: História local, aprendizagem, aluno.

ABSTRACT

1
Professor de Geografia do ensino médio da escola Dom Bosco educar – balsas/ma.
2
Professor de História e Sociologia do ensino médio da escola Dom Bosco educar – balsas/ma.
3
Alunas e Alunos da 3ª série do turno matutino, turma b, do ensino médio da escola Dom Bosco educar – Balsas/ma,
participantes do projeto em ciências humanas e sociais desenvolvido pela escola Dom Bosco Educar, sob orientação e
organização do professor Eric Rommel Ferro da Fonseca Bezerra.
The present work had an interinstitutional partnership and had the main objective to
rescue the local history and make it attractive in the eyes of students of the Advanced
Educating College through interdisciplinary. Five students and two teachers participated in
this study in order to study and consequently teach the other students of the College. The
local history is present in the lives of some people who have inhabited this place for years,
but it is perceived that this same story is being forgotten by the new residents. Often, one
must become aware of the ancestors to understand the present. For this reason, through
this problem, searches were carried out for information about this city of Maranhão on the
Internet that prove the history of this municipality in order to show the students of the
College means that they would make local history a tool of facilitation in the teaching
process learning. At the end of the research, it was possible to reveal artistic talents, in
turn, exciting students to manifest themselves as an artist through their intellectual
elevation.
Keywords: Local history, learning, student.

INTRODUÇÃO

Este artigo busca apresentar a história de Balsas considerando sua origem,


objetivando levar os alunos do Colégio Educar Avanced a um conhecimento
histórico do local e destacando onde eles nasceram e vivem até hoje, após uma
breve busca na Internet. O presente trabalho começa com um breve histórico sobre
a origem de Balsas, a vinda do baiano Antônio Ferreira Jacobina e a sua mudança
de nomenclatura. Cita-se, inclusive, a emancipação da cidade do município de
Riachão em 22 de março de 1918.Também é citado um importante componente
para a cidade, que produz uma boa fama em diversos lugares, que no caso se
refere a economia na produção de soja, arroz e milho, se destacando a soja em
sua produção.

METODOLOGIA

O processo metodológico foi realizado através de pesquisas na internet, como,


também, outros recursos tecnológicos para contribuir com a execução do projeto.
Tendo como base a interdisciplinaridade e a Inter institucionalidade, participaram,
no primeiro momento da pesquisa, membros do Colégio Educar Advanced: cinco
alunos, dois professores, objetivando estudar e, consequentemente, despertar
interesse dos demais alunos da escola.
A presente pesquisa prestou-se a levar os alunos ao reconhecimento da história
local e proporcionar a valorização o interesse, legitimando-os como agentes que
participam e transformam a história local. Como meta secundária e não menos
importante, objetivou-se facilitar a aprendizagem.

1. HISTÓRIA DE BALSAS

A região foi formada por vaqueiros Nordestinos que fugindo da seca cruzaram o
Rio Parnaíba e descobriram as terras do Maranhão, montando uma estrutura na
Passagem dos Caraíbas às margens do Rio Balsas.

Os balsenses têm sua história marcada de extrema beleza e importância, tendo em


sua origem, um povo lutador e alegre que revive com orgulho as linhas vivas de
suas conquistas. As terras dessa região eram pertencentes a grandes fazendeiros
que residiam na sede do município de Riachão, tendo como proprietários as
famílias Coelho e o Tenente – Coronel Daniel Alves Rego. Como a ligação entre as
fazendas eram realizadas somente por via fluvial, não tardou que se formasse ao
longo dos trajetos pequenos povoados. Sabedor da existência do novo núcleo de
população que aqui se formara, para cá se deslocou o baiano Antônio Ferreira
Jacobina, mercador de fumo nos sertões. Tornou-se líder da povoação, a qual
denominou Vila Nova.

Este construiu às margens do Rio Balsas um pequeno comercio onde vendia: fumo,
cachaça, rapadura, sal e querosene. O local servia de referência para todos os
viajantes que ali passavam em embarcações construídas de buritis, denominadas
“balsas”.

O PORTO das Caraíbas, no rio Balsas, era o ponto de melhor acesso às fazendas
do município de Riachão. O contínuo movimento de viajantes despertou interesse
pelo local, fazendo com que surgisse, ali pequena casa de comércio. Seguiram-se
outras moradas, cobertas de palha. Sabedor da existência do novo núcleo de
população, para lá se deslocou o baiano Antônio Ferreira Jacobina, mercador de
fumo nos sertões. Tomou-se líder da Povoação, a que denominou - se do povoado
que, posteriormente elevado à categoria de Vila e à Cidade, com a mesma
denominação.

2. EMANCIPAÇÃO DE BALSAS

Elevado à categoria de vila com a denominação de Santo Antônio de Balsas, pela


lei estadual nº 15, de 07-10-1892, desmembrado de Riachão. Sede na vila de Santo
Antônio de Balsas. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1893. E foi
elevada à condição de cidade com a denominação de Santo Antônio de Balsas,
conforme a lei estadual nº 775, de 22 de março de 1918. Com o decreto-lei nº 820,
de 30 de dezembro de 1943, o município de Santo Antônio de Balsas passou a se
chamar simplesmente de Balsas.

2. MUDANÇA DOS NOMES DA CIDADE DE BALSAS

Ao começar a liderar a vila o comerciante Antônio Ferreira Jacobina, chamou-a Vila


Nova. Logo após sua emancipação do município de Riachão já citada a vila é
elevada à condição de cidade com a denominação de Santo Antônio de Balsas,
pela lei estadual nº 775, de 22-03-1918. Na divisão administrativa referente ao ano
de 1933, o município é constituído do distrito sede. Pelo decreto-lei nº 820, de 30-
12-1943, o município de Santo Antônio de Balsas passou a denominar-se
simplesmente Balsas. Em divisões territoriais datada de 1-VII-1960, o município é
constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2005. (Alteração toponímica municipal
Santo Antônio de Balsas para Balsas alterado, pela lei nº 820, de 30-12-1943.)

3. A ECONOMIA EM BALSAS

Desde os anos 90 as lavouras de Balsas vêm se mecanizando. Fato que lhe deu o
apelido de Capital da Agricultura e Lavoura Mecanizada, e foi motivo de atrair
grandes empresas da agroindústria e, consequentemente, empresas
especializadas em logística de grãos.
Atualmente, a economia de Balsas é formada pela indústria de grãos e comércio,
tendo como a principal atividade o cultivo de soja, sendo um dos maiores
produtores da região Norte e Nordeste do país. Hoje a cidade considerada polo
agrícola do Maranhão e dona do terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do
estado, é conhecida como a capital da nova fronteira agrícola (MATOPIBA).

Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a


produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto do Itaqui e o
da Ponta da Madeira, em São Luís, por um longo trecho de estrada de ferro
operado pela Vale. O cultivo nessa área é realizado em fazendas altamente
mecanizadas, com melhores índices de produtividade agrícola por hectare. Tem
ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.

Posteriormente, a Ferrovia Norte-Sul integrou a cidade de Anápolis, em Goiás,


atravessando o estado do Tocantins e se conectando à ferrovia Carajás, na cidade
de Açailândia, ampliando a capacidade de exportação, pelos portos de São Luís,
da produção agrícola do Centro-Oeste. Com a construção do Terminal de Grãos do
Maranhão (Tegram) no porto de Itaqui, ampliou-se a capacidade de
armazenamento e exportação de grãos como soja, milho e arroz, utilizando-se da
infraestrutura da Ferrovia Carajás e da Ferrovia Norte Sul para escoamento da
produção do sul do estado, bem como dos estados de Tocantins e Goiás. No ano
de 2017, o porto movimentou em torno de 6 milhões de toneladas de soja. O sul do
estado é um dos maiores polos de produção de grãos do país. A região a cada ano
alcança novos recordes de produtividade. O principal produto agrícola é a soja, que
chegou a 2 milhões de toneladas na última safra, em 2015.

Tal produção coloca o Maranhão como o segundo maior produtor da região, atrás
da Bahia. A região sul do Estado concentra a produção de soja, com destaque ao
município de Balsas que em 2015 produziu 501.668 toneladas, com 181.764 de
área plantada e 181.764 de área colhida, rendimento médio 2.760 kg/ha.

Além da soja, também são produzidos em larga escala na região sul: feijão, milho,
algodão e arroz.

Em Balsas encontram-se instaladas grandes empresas do agronegócio como


a Bunge, Cargill, Algar Agro, Multigrain, SLC Agrícola, Insolo Agroindustrial, Agrex
do Brasil, Risa S/A, entre outras que tem grande participação no desenvolvimento
da cidade. Além do destaque na soja, Balsas também possuem um forte centro
comercial varejista e atacadista da região sul maranhense, atendendo
consumidores em um raio de 250 km.

5. GEOGRAFIA E CLIMA DE BALSAS

Localiza-se em uma Latitude 07º 31' 57" Sul e uma Longitude 46º 02' 08" Oeste. A
vegetação característica da região é o cerrado tropical, subcaducifólio. No entanto,
nas áreas próximas aos rios, são encontradas as matas de galeria e vegetação do
tipo campos higrófilos de várzea.

O município de Balsas pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, que tem


como principal afluente o rio das Balsas. Este rio tem suas cabeceiras na Chapada
das Mangabeiras, a uma altitude média de 600 m, percorrendo uma extensão total
de 525 km, e desaguando no Rio Parnaíba a altura das cidades de Benedito Leite
(MA) e Uruçuí (PI), como uma bacia hidrográfica total de 24.540 km². O rio tem
como principais afluentes o rio Balsinhas, pela margem direita, e os rios Maravilhas
e Neves, pela margem esquerda. O clima de Balsas é característico do clima do
Brasil Central. De acordo com a classificação de Koppen, é definido como AW
(tropical chuvoso). Com uma precipitação em torno de 1.232 mm ao ano, distribui-
se de forma irregular entre os meses de outubro a abril, apresentando, em média,
5 meses de período seco. O período mais chuvoso ocorre entre dezembro a março.
A temperatura apresenta pequena oscilação ao longo do ano, mantendo médias
mensais numa faixa entre 34 °C e 38 °C. A umidade relativa estabelece média
anual gira em torno de 68%.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde setembro de


1976 a menor temperatura registrada em Balsas foi de 10,2 °C em 19 de novembro
de 1990, e a maior atingiu 40,4 °C em outubro de 2017, nos dias 24 e 26. O maior
acumulado de precipitação em 24 horas foi de 168,5 milímetros (mm) em 4 de
dezembro de 1983. Outros acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram
144 mm em 21 de novembro de 2008, 132,6 mm em 17 de janeiro de 1991, 129 mm
em 7 de outubro de 2013, 125,6 mm em 8 de fevereiro de 1978, 118,8 mm em 19
de dezembro de 1999, 107 mm em 11 de novembro de 2013, 106,6 mm em 11 de
janeiro de 1988, 105,7 mm em 30 de novembro de 1978, 101,4 mm em 1 de
dezembro de 2007, 100,6 mm em 19 de março de 1988 e 100 mm em 5 de outubro
de 1987. Janeiro de 2004, com 570,1 mm, foi o mês de maior precipitação.

6. LIVRO “MEMORIAL BALSENSE”

“Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia." Essa frase é atribuída ao
escritor russo Liev Tolstói. É o que tenho feito, não com o intuito de conquistar a
universalidade, mas para divulgar minha terra natal, fazendo-a conhecida pelos
leitores que me honram com a aquisição de meus livros e pela comunidade
internáutica, através de minha coluna publicada semanalmente no Jornal da Besta
Fubana, virtual, o maior movimento cultural do Nordeste na atualidade.

Quando saí para estudar, a 5 de fevereiro de 1949, a população urbana balsense


era de 3.500 habitantes; hoje, esse número ultrapassa a casa dos 80 mil.

O incremento populacional trouxe em seu bojo um progresso estonteante, que


descaracterizou, primeiramente, os arrabaldes, e, agora, se vai infiltrando pelo
centro histórico da urbe.

Na Praça da Matriz, antigamente o coração da cidade, apenas uma residência


guarda suas características originais...

Na mesma praça, nem a Igreja de Santo Antônio, nosso Padroeiro, resistiu ao


insulto da modernidade.

Balsas foi notável potência jornalística na primeira metade do século passado. A


Evolução e O Lábaro constituíram-se em célebres Marcos daquele tempo, mas
deles não restou sequer um exemplar. Recentemente, havia O Fazendeiro, no qual
andei publicando alguns escritos. Hoje, tenho notícias da Folha do Cerrado e de
vários periódicos on-line. O mais constante de todos foi e é o Jornal de Balsas, que
nasce, morre, e renasce, teimando em continuar sua trilha cultural.

No dia 11 de julho de 2011, comemoramos os 100 anos da chegada do primeiro


vapor ao Porto das Caraíbas, assim conhecida a passagem de canoa da antiga Vila
de Santo Antônio de Balsas ou, simplesmente Balsas.
Essa data foi tão importante para o Sul do Maranhão, quanto foi a chegada de Dom
João VI com sua Corte ao Rio de Janeiro em 1808, para o progresso e consolidação
do Brasil como Nação, e o lançamento do Sputnik, primeiro satélite artificial da
Terra, para o incremento das telecomunicações.

Até então, nossos conterrâneos sertanejos viviam completamente isolados dos


grandes centros comerciais e culturais do País. O único meio de transporte rumo
ao litoral era a balsa - daí o nome da cidade -, feita de talos de buriti, cujo percurso
ao sabor das águas do Rio Balsas, até Floriano(PI), distante 720 quilômetros, era
vencido em, no mínimo, 10 dias. Era a balsa que levava a pequena produção
agropecuária da região, passageiros diversos e também os estudantes em busca
de maiores conhecimentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os alunos ao desenvolver um projeto na escola devem fazer da história local um


aprendizado que facilita o processo de ensino-aprendizagem, seja ela local ou
nacional, sendo que o entendimento das origens familiares dos alunos, faz com que
eles compreendam que são membros de uma comunidade ou um grupo social, isso
faz com que eles se interessem mais pelo aprendizado da História e fazendo com
que estes se sintam realmente agentes participativos do processo histórico. Ao se
relacionar com essa realidade, os alunos descobriram que eles também fazem
parte dessa história por serem descendentes dos povos que lutaram por essas
terras. (FREIRE, 2006)

Portanto, nota-se que os indivíduos são conhecedores de sua própria história e


podem utilizar a história local de forma atrativa para inserir um conhecimento mais
geral sobre a história nacional e o que ela contribuiu para a história local. O colégio
buscou, por meio interdisciplinar, um conhecimento que despertasse no aluno um
interesse crítico por essa realidade. Nesse sentido, a escola, como portadora de
conhecimento, provocou nos alunos a manifestarem opiniões críticas advindas da
sua realidade, sobretudo reflexões atuais do meio histórico-social que viveram seus
pais.
REFERÊNCIAS

WIKIPEDIA. 2021. HTTPS://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/BALSAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE BALSAS. 2021. Acesso em 17 de outubro de 2021:


<https://www.balsas.ma.gov.br/cidades/cidades/>

PREFEITURA MUNICIPAL DE BALSAS. 2021. Acesso em 17 de outubro de


2021:<< https://www.achetudoeregiao.com.br/ma/balsas/historia.htm>>

FLORIANO, de Raimundo “MEMORIAL BALSENSE”, 1979.

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