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imaterial em Alagoinha-PE.
RESUMO
Este artigo se propõe analisar historicamente a constituição da história das mulheres no oficio
do bordado na cidade de Alagoinha-PE. Para isso, será imprescindível uma análise histórico-
cultural do município. O objetivo é compreender e ressaltar a construção do artesanato, que
faz parte da cultura e da história de Alagoinha-PE. Um envolvimento de construção e
reconstrução da memória e o aprimoramento da técnica manualmente, parte do sentido de
expor um trabalho que se envolve com a narrativa da história local e o saber-fazer, que
aprimora a compreensão de patrimônio cultural imaterial, que é herdado por um ensinamento.
Contribuindo para a preservação da identidade cultural das mulheres, que desenvolvem o
bordado. A mulher quando passa a conhecer, o bordado adquiri uma oportunidade de aprender
um saber-fazer ao qual pode ser passado entre as gerações, permitindo assim uma preservação
de um patrimônio imaterial e material ao mesmo tempo. Ou seja, o patrimônio imaterial está
envolvido com o saber-fazer da prática do bordado e a memória como precursora dessa
produção artístico-cultural. O patrimônio material exposto pela peça já executada com o
bordado, que ficará preservado por meio de um saber-fazer particular de cada bordadeira com
o passar dos anos.
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Autor (a): Janeclay Alexandre da Silva. Graduanda do Curso de Licenciatura em História – Universidade de
Pernambuco – UPE, Campus Garanhuns, 8º período. Bolsistas do Pibid/CAPES/ UPE - Campus Garanhuns E-
mail: janeclay.alexandre@hotmail.com.
² Coautor (a) Maria Cecília Feitosa da Silva. Graduanda do Curso de Licenciatura em História – Universidade de
Pernambuco – UPE, Campus Garanhuns, 6º período. E-mail: cecyfeitosa@hotmail.com.
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INTRODUÇÃO
Em 1761 João Antunes Bezerra adquiriu a propriedade de Alagoinhas que era parte da
sesmaria doada pelo governo português em meados do século XVII, transversalmente pelo
governador da capitania de Pernambuco Fernão de Souza Coutinho. Em 1804 o seu irmão
Gonçalo Antunes Bezerra volta para o interior comprando essa propriedade e adquirindo uma
autonomia de mudança para o crescimento estrutural do povoado. De posse da vasta
propriedade realiza a construção da primeira casa na localidade (existente até hoje), dando
início assim à fundação do povoado e com o passar dos anos torna-se uma vila. Em 1826,
Gonçalo Antunes Bezerra toma a iniciativa de construir um altar numa das dependências de
sua residência, destinando às orações dos seus familiares e vizinhos. Em virtude do
falecimento em 1833, seus filhos fizeram a doação do terreno que comportava a povoação, a
Nossa Senhora da Conceição, ficando tal terreno sob a administração da Igreja Católica. Em
1850 com um aumentando da população, os habitantes da vila empenharam-se na construção
da sua primeira capela, sendo construída nesse mesmo ano, conhecida como a capela-mor.
Em 1859, Jacinto da Silva e seu filho organizaram uma peregrinação com a imagem de Nossa
Senhora ao alto sertão, com o propósito de obterem apoio financeiro necessário com os
fazendeiros da região para poderem terminar as obras da igreja. Regressando dessa visita,
trouxeram cabras, ovelhas e dinheiro, permitindo em 1863 que fosse concluída a primeira
igreja da cidade.
Em meados da década de 60, Frei Jeronimo veio da Alemanha para Alagoinha, e traz
recursos para abrir uma cooperativa que gerasse renda para os moradores do povoado naquela
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época. Frei Jerônimo junto com dona Edizia Galindo abre uma fábrica de costura
possibilitando que os moradores adquirem um meio de renda, Frei Jerônimo seria o
responsável para adquirir verbas que ajudasse na estrutura da fábrica, um espaço ao qual tinha
máquinas e todos os materiais necessários para a realização dos trabalhos feitos pelas
mulheres da região; dona Edizia era responsável pela administração, analisava os trabalhos
feitos e deixava uma mulher para ensinar as mulheres seja para fazer a renascença, para
costurar as peças ou para bordar. Diante disso é possível entender, que através dessa fábrica
de costura as mulheres em Alagoinha têm o primeiro contato com os tipos de artesanatos
existentes até os dias atuais, tornando-se um ponto de referência para a produção do bordado,
e uma análise do saber-fazer preservando um patrimônio em cada peça confeccionada pela
mulher bordadeira.
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das moradoras preservando e reconstruindo o oficio do artesanato entre as gerações. Existem
mulheres, que aprendem além de fazer o artesanato da renda, apreendem a bordar, é uma
aprendizagem que permiti uma consciência de trabalho manual entre cada conhecimento
adquirido com a prática diária de cada tipo de artesanato. Pode-se entender que para construir
o bordado a mulher precisa ter uma delicadeza e atenção em cada ponto, na verdade para
ambos os artesanatos à memória é o meio de agilidade, uma mobilização da ação da mulher
em construção de uma história e cultura de cada comunidade.
A produção do bordado pode ser entendida como um tipo de artesanato, existindo uma
divisão nesse campo, se enquadrando no grupo de Artesanato de Referência Cultural, como
salienta o Programa de Artesanato Brasileiro, (Brasília, 2012, p.29) claramente:
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O SURGIMENTO HISTÓRICO-CULTURAL DO BORDADO
Diante dessa afirmação é necessário compreender que esses países são marcados pelo
bordado como um artefato de luxo, não podendo ser visto naquela época como um trabalho
artesanal e que sua construção permiti uma identidade para a mulher bordadeira, no caso o
bordado era analisado apenas sua estética. Mas, é necessário à compreensão do seu fazer, este
trabalho de analise possibilita, que o pesquisador se aproxime de uma realidade de construção
e aprendizagem do oficio de bordar. Que perceba o trabalho de cada ponto do bordado, o
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ensino-aprendizagem entre as gerações, é um artesanato manual que a memória serve como
uma ponte para o conhecimento, o saber-fazer representa um patrimônio herdado entre as
gerações, ao qual preserva um saber e aprimorando para uma técnica de trabalho e uma
identidade na história e cultura entre a sociedade.
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O conceito de patrimônio envolve-se por uma conservação de algo para alguém ou por
um grupo, podendo ser um objeto material ou pelo imaterial em busca de um saber, ambos
herdados por alguém e transmitidos pela memória entre as gerações. Tem uma vinculação a
fatos memoráveis da história do lugar e de seu povo, quer por seu excepcional valor
arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico. Ao qual diversifica com o passar dos
anos e da importância para a sociedade, diante disso o patrimônio pode ser material algo
concreto do homem, como por exemplo, vestimentas, objetos de uso pessoal, um artefato ao
qual esta há muito tempo presente em uma família, tem às fotografias, que promovem
informação sobre a vida de uma pessoa ou de uma família na sociedade; o patrimônio
imaterial pode ser percebido por uma representação de festa popular, pelo um saber, por algo
intangível do homem sobre a sociedade.
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a arte pode ser vista nitidamente e claramente na finalização de cada ponto constituído, é um
procedimento de registro e de preservação de uma forma de trabalho artesanal pela mulher, ao
qual com o passar dos anos consegue interagir em meio a uma comunidade realizando um
trabalho de memória e de constituição de uma identidade em seu método de trabalho.
O bordado é um trabalho feito com as mãos e precisa de uma atenção para cada
detalhe do ponto, já que no final de sua execução constitui o bordado como um todo. é um
trabalho no qual a mulher bordadeira consegue aprimorar e preservar um fazer em cada ponto
constituído, executando um saber na diferenciação de cada imagem construída pelo bordado.
É importante ter uma à compreensão dos principais pontos do bordado feito pelas mulheres
bordadeiras em Alagoinha-PE, então abaixo tem uma tabela com nove tipos de ponto do
bordado e seu método de fazer pelas mulheres bordadeiras:
Ponto de Folhinhas – conhecido também Esse tipo de ponto vem riscado como
como Ponto de Folhas Pequenas uma folha pequena, é um ponto executado
da esquerda para direita sobre o risco que
primeiramente precisa de uma armação
em forma de um pé de galinha, são três
traços feitos com a utilização da linha e da
agulha, o primeiro traço fica no meio da
imagem sendo maior, em seguida mais um
traço na esquerda um pouco menor se
comparando com o do meio e finalizando
com o traço da direita de preferencia com
o mesmo tamanho do da esquerda, então
começa a fazer uma cobertura em cima
desses traços ao qual vai dando a forma de
uma folha pequena. É um tipo de ponto
muito comum nos riscos do bordado,
podendo ser feito em tecido fino quanto
em tecido de linho, e nos demais tecidos.
Ponto de Folha – conhecido também como Esse tipo de ponto vem riscado como uma
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Ponto de Folha Matiz folha grande é um ponto que pode ser
feito da direita para a esquerda ou da
esquerda para a direita. Os pontos são
alternadamente longos e curtos e bem
unidos para seguir o contorno do desenho,
são arrumados visando instituir uma
superfície uniforme e macia. É um tipo de
ponto muito comum nos riscos do
bordado, podendo ser feito em tecido fino
quanto em tecido de linho, e nos demais
tecidos.
Ponto Cadeia – conhecido também como Esse tipo de ponto é riscado em forma de
Ponto de Corrente corrente, é executado da esquerda para a
direita no qual começa saindo com a
agulha de um ponto do tecido e introduz
novamente no ponto de onde saiu, é
preciso puxar a linha formando uma
pequena alça se segura com o polegar
esquerdo, ao qual sai novamente com a
agulha um pouco mais adiante dentro da
alça, soltando-a e puxando a linha, vai
dando sequencia e formando aos poucos a
imagem de uma corrente, muito usado
para contornar outros bordados.
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deixar a linha sempre virada para baixo; é
um tipo de ponto que pode ser feito tanto
em tecido fino e com o tipo de agulha
apropriada, como também em decido de
comum para o uso adequado do bordado.
Ponto de Bolinha Esse tipo de ponto encontra-se riscado na
forma de bolinha, é um ponto da esquerda
para direita no qual é necessário que seja
feito pegando com a agulha duas ou três
linhas do tecido, pouco espaço de tecido e
englobando com a linha, não podendo
deixar fina ou achatada nem tão grande,
precisa de uma atenção de aprimoramento
da exposição da bolinha. Necessariamente
vem em cima dos pauzinhos em alguns
tipos de riscos, pode vim formando o
formato de um ovo o risco com bolinhas
pequenas acarretando para essa imagem, e
por fim na forma de uma florzinha
conhecida como liosote – que se trata de
cinco bolinhas e uma no centro
pequenininho, em sua constituição forma-
se a imagem de uma flor simples, tanto
pode ser bordada em tecido fino como em
outros tipos de tecidos.
Ponto Atrás Duplo – conhecido também Esse tipo de ponto encontra-se riscado na
como Ponto de Sombra forma de sombra variando os tipos de
desenhos, pode ser feito tanto do lado
direito quanto do lado avesso, com
pequenos pontos atrás, alternadamente,
executando sempre o ponto cruzado em
seu avesso, tem de cada ponto está na
mesma regularidade e tendo a mesma
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distância entre ambos; já que do lado
direito ao qual a imagem será exposta
devem aparecer duas carreiras de
pontinhos regularizados e bem juntos,
formando o sentido do ponto de sombra.
A bordadeira precisa de uma segurança na
realização do ponto, deixando o tecido
esticado para pode executar cada pontinho
da sombra sem engrumar a imagem em si.
Pode ser feito em tecido fino com a agulha
apropriada e a quantidade certa de linha,
como nos tecidos de toalhas de mesa,
dentre outros tecidos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por tanto, é importante conhecer a história local de Alagoinha e como a mulher torna-
se percursora da história e da produção do artesanato, o artesanato em sua prática é um meio
de trabalho e preservação de uma identidade cultural entre as produções artesanais da cidade.
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REFERÊNCIAS
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história. Recife: Libertas, 2014.
Lourenço, Érica. Guedes, Maria do Carmo. Campos, Regina Helena de Freitas. Patrimônio
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Lody, Raul. Barro & balaio: dicionário do artesanato popular brasileiro. 1. Ed. São
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Il1d/Catalogo-publicacoes-para-doacao-11-2015.pdf. Acessado em 24 de setembro de 2016,
no horário de 09h44min da manhã.
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Produção do bordado
Estrutura do bordado
O conhecimento é a base
Em cada ponto abordado
Aspectos dos afazeres
O patrimônio na ênfase
Diálogo entre saberes.
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