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1. OBJETO
Requalificação do Cemitério do Lamarão, cujas origens remontam o primeiro
quarto do século XX, com reforma, caiação e criação de placa com texto
memorial relativo ao Território Quilombola de Lagoa de Melquíades e Amâncio.
2. APRESENTAÇÃO:
Vitória da Conquista, com seus cerca de 180 anos, aglutina elementos de uma
tradição cultural muito forte, concentrando e polarizando uma região com população
de 2 milhões de pessoas. Diante disso, o Município é referência, para além dos
campos da arte e da cultura, destaca-se a diversidade de memórias e representações.
Muito desta diversidade se deve às comunidades tradicionais de descendência
quilombola, que são, por si, bastante diversas. Isto se dá, principalmente, por razões
geográficas, considerando a diversidade de biomas existentes dentro do Município.
Os mais velhos citaram muito as lembranças dos engenhos de cana e das casas de
farinha à base da roda de mão entre os anos de 1920 e 1970, os utensílios de barro,
as gamelas de umburana, as roupas rústicas, “grosseiras, remendadas”, como contou
dona Venozina.
Plantava-se milho, maniva, feijão e cana. Para a iluminação das casas eram utilizados
candeeiros de barro, acesos pela puxada de cera do mel de abelha ou, mais
comumente, pelo azeite da mamona. “Plantava a mamona, depois tirava e botava para
secar; depois limpava, botava para torrar e pisava no pilão, depois botava na panela
para cozinhar até a gordura subir...”, contou dona Venozina, bisneta de Amâncio. Os
candeeiros iluminavam as festas onde tocadores usavam a sanfona, a viola, o
“rialecho’’ (realejo). Matavam-se bodes, leitões. Nas folias de Santo Reis os homens
usavam toalhas de renda branca no pescoço e chapéus enfeitados com guirlandas
coloridas em que predominavam o verde e o vermelho. A comunidade comemorava
também, desde o princípio, outras festas religiosas como o dia de Santo Antônio, São
João e, no dia seis de agosto, o dia de Bom Jesus”.
Prisilina Vieira da Silva, nascida na Lagoa em 1933, conta que quem comandava o
reisado era Gabriel, neto de Amâncio. Foi ele quem introduziu os instrumentos que até
hoje compõem o reisado no lugar, a gaita (flauta artesanal de madeira), a caixa, o
zabumba e o pandeiro de couro. Com estes instrumentos, desde o princípio, faziam-se
as festas religiosas no lugar. Como recordou dona Dalvina Maria dos Santos em 2005,
então com 84 anos, “as rezas eram as festas”.
Tocar, rezar, dançar, divertir-se. Foi desse costume introduzido pelo neto de Amâncio
que dona Iraci Oliveira Silva, uma catequista do lugar, resolveu criar em 2008 o
reisado mirim de Lagoa de Melquíades, um esforço louvável de preservação da
memória. Dona Iraci é uma das pessoas que se esforça para manter vivas as
tradições e a memória dos fundadores.
Trata-se de uma população que se reconhece como quilombola, tem orgulho e
satisfação em contar a própria história e luta para preservar os costumes. Certificada
no ano de 2006, desde então o território busca se fortalecer e difundir sua memória
entre seus habitantes, como forma de afirmação do pertencimento.
4. AÇÃO PROPOSTA
5. JUSTIFICATIVA
6. OBJETIVOS
GERAL:
Requalificar o Cemitério do Lamarão, tornando-o um memorial do território de
identidade quilombola composto com Lagoa de Melquíades e Amâncio, Lamarão e
Baixa Seca.
ESPECÍFICOS
autorreconhecimento.
7. METAS:
1. PLANO DE ARQUITETURA E PAISAGISMO;
2. CRIAÇÃO DO LAYOUT DO PÓRTICO, DA PEDRA FUNDAMENTAL E DO
TEXTO;
3. EXECUÇÃO; REGISTRO AUDIOVISUAL;
4. OFICINA DE MEMÓRIA E IDENTIDADE E INAUGURAÇÃO.