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TRIÂNGUL

O MINEIRO
Uberaba
Parque
Tecnológico
Sincretismo religioso

Imagem em O Novo Mito


Quando os primeiros africanos chegaram ao Brasil, tiveram o seu culto religioso
proibido pelos portugueses. Para se adaptarem e poderem praticar suas religiões
sem serem perseguidos, eles fundamentaram a relação entre os santos católicos e
as entidades do candomblé, o que é chamado de sincretismo religioso (eles
misturaram tradições religiosas e culturais diferentes).
O Brasil é um Estado laico, o que significa que os brasileiros podem escolher a
religião que pretendem praticar sem retaliações, perseguições ou preconceito. Para
que crenças completamente diferentes convivam em um mesmo país, cidade ou
bairro em paz, o melhor caminho é o conhecimento.


Cada fé é diferente, mas todas
buscam ideais que todo ser
humano deseja na construção de
sua vida, especialmente a
felicidade e o bem comum.

 A Lavagem das Escadarias do Bonfim é considerada a segunda maior manifestação


popular da Bahia, depois do Carnaval. O ritual, que se repete todos os anos desde 1754,
reúne milhares de pessoas e acontece sempre na segunda quinta-feira do mês de janeiro.
Atualmente, cantos e hinos religiosos misturam-se ao som dos trios elétricos na festa, que é
o maior exemplo do sincretismo religioso na Bahia, pois o ritual homenageia também
Oxalá (Obatalá), que no candomblé é identificado ao Senhor do Bonfim
Evangelização e Inquisição

 Um dos objetivos mais importantes da
colonização portuguesa foi a expansão da fé
católica.
 Aliança entre o Estado e a Igreja → defesa de
interesses comuns → colonização das terras
americanas e evangelização de africanos e
indígenas.
 O projeto de catequização do indígena esteve
presente nas intenções portuguesas desde a carta
de Pero Vaz de Caminha.
Evangelização e Inquisição

 A partir da Reforma Protestante (1517), a Igreja Católica
reativou o Tribunal do Santo Ofício (ou da Inquisição) →
criado para combater as heresias (ofensas à fé católica).
Depois da Reforma, também assumiu a tarefa de impedir o
avanço do protestantismo.

 O Tribunal não foi instalado (fixo) no Brasil, mas promoveu


visitas esporádicas e perseguiu principalmente os chamados
cristãos-novos (judeus convertidos ao catolicismo).

 A denúncia (muitas vezes falsa) ou delação era prática


comum entre os cristãos → o acusado era julgado e podia ser
condenado à morte.

 As punições variavam: multa, degredo, prisão, confisco de


bens e até condenação à morte.
Religiosidade popular
na Colônia

 A religiosidade no Brasil colonial expressava a diversidade
étnica da população → portugueses, indígenas e africanos
de diferentes povos e culturas. Havia mais informalidade
e alegria nos rituais e festas religiosas, do que na Europa.

 As irmandades leigas foram muito importantes na


expressão dessa religiosidade popular:
• Eram sedes de devoção e de assistência social.
• Na região das minas, a participação em uma irmandade
era condição necessária para a inclusão na sociedade.
• As irmandades financiaram a construção de diversas
capelas e igrejas → fundamentais para o
desenvolvimento do Barroco mineiro.
REPRODUÇÃO - FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO

Festa de Nossa Senhora do Rosário, 1835, de Johann Moritz Rugendas. Gravura


retirada da obra Viagem pitoresca através do Brasil. A Ordem Terceira do Rosário
dos Pretos era uma irmandade religiosa de negros.
O Barroco mineiro
Escultura: destaque

 para a obra de
Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho
Características do
Barroco mineiro
Pintura: destaque
para a obra
de Manuel da
Costa Ataíde

Uso de Colunas
Pinturas alegóricas, Torres
pedra-sabão brancas
multicoloridas e de laterais
para as ornamentadas
efeitos ilusionistas cilíndricas
esculturas com ouro
ESCULTURAS DE
PEDRA-SABÃO
E MADEIRA

A Samaritana

Colunas brancas ornamentadas de ouro
Torres laterais cilíndricas


DORIVAL MOREIRA/SAMBAPHOTO

Fachada da igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto, Minas Gerais. Foto de 2007.
Pinturas alegóricas, multicoloridas
e de efeitos ilusionistas


As famílias na colônia
 Na colônia, predominou a família patriarcal, extensa
→ caracterizada pela existência do chefe e, em torno dele, os

parentes de sangue, os apadrinhados, amigos, os agregados e
os serviçais e escravos.
 Havia também os laços de compadrio (laços simbólicos de
parentesco entre a pessoa escolhida para padrinho, em geral
alguém de prestígio e poder, e a família do afilhado).

 Havia também famílias nucleares, especialmente nas vilas e


cidades, formadas pelo pai, sua esposa e os filhos legítimos →
nesse tipo de família, a figura do pai tem menos poder.

 Apesar da proibição da Igreja, na colônia existiram práticas de


uniões ilegítimas e separações de casais
→ para a população pobre, a união simples, não oficial,
era a mais comum. Para o Estado não havia problema neste
tipo de união, pois o que interessava era a reprodução da mão
de obra.
A vida nas cidades coloniais
 As cidades coloniais tinham funções diferentes,
dependendo da região em que se encontravam e das

atividades que nelas eram desenvolvidas.

Os arraiais, as vilas e as cidades da América portuguesa

Na região açucareira: No interior da colônia: Na região das minas:


 Pontos de contato entre  Resultado principalmente  Formam-se em torno
a administração e os da expansão da pecuária. das capelas e nos
proprietários locais.  Povoados surgiram no vales dos rios, perto
 Locais de culto religioso. caminho dos tropeiros. das jazidas.
 Entrepostos comerciais.  Locais para realização de  O status de vila
feiras de animais. garantia a instalação
do aparelho fiscal,
o que interessava
à Coroa.
Os grupos sociais da colônia
Desclassificados


População da colônia, a
maior parte pobre, sem
condição social definida

Escravos Mulatos e Índios


Brancos pobres
libertos mamelucos aculturados

Exerciam pequenos ofícios, esporádicos e incertos

Mulheres: costureiras,
Homens: sapateiros,
lavadeiras, vendedoras,
alfaiates, barbeiros etc.
ambulantes etc.
Setores intermediários
e a aristocracia
 Formou-se também um grupo intermediário, majoritariamente

de brancos, o chamado “povo” em Portugal → pequenos
proprietários, soldados, artesãos, pequenos comerciantes.
 O comando da sociedade colonial cabia aos senhores de
engenho, aos donos das ricas lavras de mineração, aos
contratadores e aos grandes comerciantes.
O trabalho escravo e a resistência
Escravidão africana no Brasil

Predominante a partir do século XVII


nos campos e cidades

Nos campos: principalmente na Nas cidades:


monocultura de exportação, Na mineração: na  Atividades domésticas
como no caso da cana-de- extração de ouro e  Escravo de ganho:
açúcar, executando diferentes diamantes funções remuneradas
trabalhos  Escravo de aluguel:
alugado a terceiros

Resistência escrava: fugas, rebeliões, recusa


do trabalho, formação de quilombos, realização
de práticas religiosas de origem africana,
suicídios, negociações com os senhores etc.
Posse de escravos = status social

BIBLIOTECA NACIONAL DA AUSTRÁLIA, CANBERRA


Extração de bicho-de-pé, cena no Brasil, c. 1822, pintura de Augustus
Earle. Mesmo os grupos sociais menos abastados podiam ter escravos,
evidência incontestável da sua condição de livres na sociedade colonial.
Família pobre em casa, Jean Baptiste Debret. A viúva desvalida,
sua filha e a única escrava velha que restou da ruína da família
Escravos de ganho
Os escravos de aluguel
costumavam exercer
atividades mais penosas
e receber castigos
mais cruéis.
A “brecha camponesa”
 “Brecha camponesa” → concessão de pequenos lotes
de terra aos escravos para produzir gêneros para a sua
subsistência e para o mercado interno.

 Esse sistema permitia ao senhor minimizar os custos


de manutenção e reprodução da força de trabalho
e possibilitava ao escravo obter recursos para garantir
uma melhor condição de vida.

 A “brecha camponesa” significou mais uma forma de


negociação entre os cativos e os senhores → condição
necessária para a vida em sociedade diante dos grandes
conflitos gerados pelo sistema escravista.

Escravos negociando o resultado de seu trabalho, proveniente da “brecha camponesa”.

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