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RESENHA CRÍTICA DO TEXTO : AS DIFERENTES IDENTIDADES SURDAS

Autora: Profa.Dra Gladis Perlin - Jun de 2002.

A autora do texto deixa claro que as diferentes identidades Surdas são diversificadas e
heterogêneas, podemos constatar que na construção da identidade Surda o fator cultural é o
ponto de partida para identificar as outras identidade Surdas.
De acordo com Gladis Perlin (2002) a Identidade Surda Política trata-se de uma
identidade fortemente marcada pela política surda, ao longo do texto podemos perceber que
nesta identidade , as pessoas apresentam características culturais baseadas na experiência
visual, como determinante em seu comportamento, utilizam-se, somente, da Língua de Sinais,
transmitem sua cultura e seu posicionamento resistente diante da diferença de ser para os
demais Surdos.
Ao estudarmos a Identidade Surda Híbrida compreendemos que se trata de um grupo
de pessoas que nasceram ouvintes ou, por causas diversas, tornaram-se Surdos. Pelo fato de
terem sido acometido pela surdez em determinada idade, muitos já conhecem a Língua
Portuguesa falada, oscilam entre o uso da Língua de Sinais e a Língua Oral, convivem bem com
as Identidades Surdas (Políticas) nas Associações e Comunidades Surdas, aceitam-se como
Surdos e exigem intérpretes, legenda na TV, dentre outros recursos, que facilitem a
comunicação, tem uma forma diferente de se relacionar com as pessoas e com os animais.
Já na Identidade Surda Flutuante identificamos que eles desconhecem ou rejeitam os
interpretes, costumam resistir ao uso da Língua de Sinais, abrange os Surdos que não
frequentam a Comunidade Surda; não seguem a Cultura Surda e sim as representações dos
ouvintes, que são o seu referencial, orgulham-se de saber falar corretamente e persistem em
usar aparelhos auditivos, ouvindo ou não algum som. Gladis Perlin ressalta que a Identidade
Surda Embaçada é a representação estereotipada da surdez ou do desconhecimento da mesma
por conta da questão cultural dominante que o sujeito surdo estar inserido. Nesta identidade os
surdos são dominados pela comunidade ouvinte, determinando seus comportamentos, vida e
aprendizados, assim como a privação do aprendizado da sua língua natural desconhecendo-a
totalmente, são considerados incapacitados, deficientes e até retardados mentais.
Na Identidade Surda de Transição são surdos oralizados, mantidos numa pura
comunicação auditiva, sendo filhos de pais ouvintes, que tardiamente conhecem a comunidade
surda, e nesta transição os surdos passam do mundo auditivo para o visual, porém essa “des-
ouvintização”, para os surdos geram sequelas da representação, onde fica evidenciado a sua
identidade em construção.
E a Identidade surda de Diáspora apresenta divergências da identidade de transição,
pois estão presentes entre os surdos que passam de um país a outro ou, de um Estado brasileiro
a outro. Ou ainda, de um grupo surdo a outro podendo ser identificados como surdo carioca,
surdo brasileiro, surdo norte-americano. É uma identidade muito presente e marcada.
Por fim Identidade Intermediária vai determinar que os surdos apresentam porcentagem
de surdez, mas levam a vida como determinam os ouvintes dando maior importância os
aparelhos de audição, treinamento oral, amplificadores de som, não utilizam o trabalho de
intérpretes, e muito menos quando estão em comunidade surda considera os seus pares
semelhantes como menos dotados, portanto tem dificuldades de encontrar sua identidade, visto
que não são surdos, nem ouvintes.

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