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25/07/2022

Mais um dia qualquer...

E mais um dia qualquer começa. Tudo fora dos conformes, como sempre. Acordo no horário -
não no horário planejado, que seria 6:00, que daria tempo para eu ir a pé até Guaianases ou
pegar o bumba direto para o Pq. Dom Pedro, mas acordo bem-disposto as 07:20. Fumo um
pouco, bebo água, coloco um som anos 70 pra dixavar as ideias, e vou tomar banho. Derrubo
metade da agua quente, pois peguei o caldeirão oval, e coloco mais água para esquentar.
Tomo um banho demorado, devido a minha mania de falar sozinho, treinando para as ocasiões
sociais.

Saio de casa 08:00, 20 minutos de atraso, caralho, e vejo o São Miguel descendo a milhão
enquanto nem havia percorrido 70% da minha rua. Por sorte, vem o Inácio Monteiro 3754 logo
atrás. Corro para não perde-lo, e vejo aquela cabelereira que trabalha com o Dani meio lezada,
tentando parar o ônibus com um sinal tosco de pare com as mãos.

Chego em Guaianases 08:20, um bom horário, mas vejo as plataformas do trem lotadas.
Provavelmente algum maquinista arrombado chegou atrasado de ressaca. (Milagre eu não
estar de ressaca hoje haha).

Sigo o trajeto assistindo ''A primeira vez de um homem'', 1967 Diretor: Mike Nichols:
''Benjamim acaba de se formar na universidade e, ao voltar para casa nas férias, é seduzido
pela Sra. Robinson, uma atraente mulher de meia-idade, amiga de seus pais. O romance de
verão se estende até que Ben se apaixona pela bela filha da amante.''

Um filme engraçado que deixa meu astral suave. O trem passa pela estação Brás 08:47,
sobram-me 13 minutos para pegar o fretas das 09:00, me animo. Porém, acreditem se
quiserem, o filho da puta do maquinista conseguiu ficar parado tempo o suficiente para eu
perder o fretas, e para ajudar, a escada rolante estava desligada.

Subo bufando e do lado de fora vejo o ônibus cruzando a esquina. Com 15 minutos até o
próximo, fumo feito um gambá e sujo minha mão ao desentupir o cachimbo. Percebo que ele
está tão sujo que está estragando o gosto já ruim do Arapiraca. Fico puto, atrasado, e com a
mão suja. Chega então um dos caras que eu troco ideia, tão irrelevante para mim (como eu
sou filho da puta por pensar isso kk) que nem lembro o nome do mano. Vamos trocando um
papo 5% engraçado durante os 10 minutos subsequentes, que foi até legal, mas não se
compara a ouvir Sundgarden ou Alice in Chainz solitariamente no meu fone, no meu universo
sujo e solitário. Sabe aqueles momentos que você é obrigado a sustentar uma conversa por
pura conveniência? Não que eu seja tão legal para me achar o converseiro mór de São Paulo,
mas porra, o cara veio até mim meio até com carência. Enfim, foda-se.

Chego atrasado e com sono e vejo que o sistema da empresa caiu, e não vai dar para
trabalhar normalmente. Segunda-feira né, devia se chamar filha da puta-feira, arrombada-
feira, foda maldada-feira, tomar banho gelado no frio-feira, ficar travado de pó-feira, ter que
agir normalmente num princípio de diarreia-feira, ou sei lá, Ana Clara-feira.
Sim felas, voltei a citar ela, sei que estou errado com a implicância que tenho com ela, mas
mano, que menina filha da puta. Como disse no texto anterior, ela representa tudo que mais
odeio, mas prometo que não vou mais gastar caracteres com ela. Vou cagar ela da minha
mente e dar descarga com um copo de velho barreiro para lubrificar.

Esse final de semana foi barra. Na verdade, a semana passada inteira foi esquisita. Como
disse também no texto anterior, me isolei geral de todos os filhos da puta do meu setor, e
comecei a cheirar clonazepam. A brisa é boa, mas me deixou isolado, neurótico, dark times
forever, parecendo outra pessoa. Na quinta-feira, que podia se chamar pré sexta feira-feira,
ficar de pau duro sendo que só vai gozar no dia seguinte-feira, fui suspenso por uma ligação
injusta: Fiquei um pouco putinho, mas depois percebi que perto das merdas que eu faço
recorrentemente na empresa, ser suspenso por uma monitoria é até sorte. Já estava travado
na depressão, e quando vi a suspensão fui direto falar com a arrombada da Clau. Sim, filha da
puta, tomara que ela meta o dedinho com força em alguma quina, a ponto de foder a unha
dela. Mas não deu em nada. Fui pra casa, e procrastinei por um dia todo. No dia seguinte, meti
o louco e peguei um atestado por dor de barriga, e aproveitei para fazer a entrevista de
emprego para a vaga da tarde que eu quero. Pois é guys, pode parecer que eu estou bem
perdido (e na verdade eu estou mesmo bastante perdido), mas já tenho um plano
encaminhado: Juntar 10 mil até ano que vem e vazar desse país! Porra, não me sinto em casa
aqui. Ninguém é como eu, e a cultura e a política desse país são deprimentes. Meu plano é ir
pra França ou Espanha, arranjar algum trampo num fast-food de merda qualquer, e montar
um estúdio lá. Com isso, conseguirei gravar meus álbuns - sim, eu já tenho o equivalente a
umas 30 músicas, dando uns 3 álbuns, e já tenho tudo esquematizado, planejado, e escrito,
pronto para ser gravado. Lá na Europa também, conseguirei tocar nos pubs, que ao contrário
do Brasil, tem uma cena de música alternativa bem mais proeminente.

Talvez eu seja um pouco inocente. Talvez, só talvez. Talvez tenha subestimado a filha da
putagem de alguns, ou a falsidade de outros. Talvez tenha subestimado o poder destrutivo do
álcool, ou superestimado minhas qualidades masculinas. Talvez tenha exagerado em curtir o
momento, mesmo sem ter dado pt, ou ter entrado em coma. Talvez toda essa merda faça
parte da merda total que é a vida adulta. Vida adulta... vida adultera. Estive pensando
enquanto tragava meu resto velho e sórdido de Arapiraca, repousado numa embalagem no
mínimo esgarçada de um plástico que não vai se decompor pelos próximos cem anos, em
como eu fui e sou inocente.

Talvez pensar tanto nessa merda não seja saudável, mas a porra da mente não é tão fácil de
controlar. Vai se foder Buda, porra, passa um mês nessa empresa de merda para tu ver sua
clareza mental descer pelo ralo igual o troço que fiz hoje de manhã. Nós criamos (ou
aceitamos) labirintos mentais para nós mesmos, e é foda demais fugir disso.

Cacete, eu acho que não teria coragem nem de acampar hoje em dia com tanta merda
paranoica na minha cachola. Parei de fumar maconha por causa disso. Não basta ter que
fumar essas merdas de prensados cheios de fungos, perna de barata e cocô de rato, além
disso, para ter uma brisa boa, em minha mente que é um bule cheio de cândida e enxofre,
fervendo voando num Boeing 737 MAX a 833 km por hora, é muito difícil ter o mínimo de
prazer ou relaxamento. Vou descrever as porras que acontecem comigo quando fumo: Fico
lento, lesado, me sinto enclausurado, fico pensando que as pessoas estão olhando para mim,
me achando feio ou malvestido, me dá uma vontade fodida de ir no banheiro aonde eu estiver,
fico me sentindo estranho e solitário, fico preocupado coisas ridículas tipo 2 caras numa moto
mesmo estando tomando uma cerveja num barzinho as 16h, todos os meus raciocínios se
perdem. Porra a única coisa boa é a criatividade que fica aguçada, mas se pôr na balança os
prós e os fodidos contras, não compensa.

Mas foda-se, ainda me restam todas as outras drogas, e caros, sinto que meu destino é viver
numa falsa gozolandia com elas, com certeza, e acabar morto aos 26 (não vou mais falar 27
para os otários não ficarem falando que estou tentando entrar no clube dos 27 (como se
houvesse algum problema nisso (puta que pariu, como isso soa mórbido kk))).

Tenho manifestado um ranço fisiológico contra evangélicos. Puts, esse ranço é tão sólido
quanto um braço extra crescendo em minhas costas. Mas confesso que preciso aprender a
lidar melhor com esse braço extra, ainda mais no Brasil, ainda mais em São Paulo, ainda mais
transitando na classe C e D da sociedade. Podia dia ser classe C de Caralhuda e classe D de
Depravada.

Mas voltando aos Evas - assim que vou chamar eles agora. Um pouco equivocadamente pois
evas são personagens de um dos meus animes favoritos Neon Genesis Evangelion, e também
chamo de Eva meu amigo Evair (obs.: certeza que um dia ainda vamos trepar, eu e ele no caso
kk). Além da Banda Eva, o maior nome da música mundial, melhor que Beatles, Mozart, e Celso
Portioli - Sim ele tem um disco com músicas.

Voltando novamente aos evas, porra, é foda você ter culhão ou ser retardado o suficiente
para passar dias consumindo conteúdo que refuta Deus na internet e ficar treinando sozinho
teses de como a Bíblia é tão real quanto crepúsculo, ou como Deus é um tirano manipulador.
Porra, de verdade, eu estou foda-se se o povo quer acreditar que o Homer Simpson existe, que
tem um plano para minha vida, e que vai me salvar. Foda-se, cada um acredita na porra que
quiser. O foda é quando uma fatia enorme da sociedade crê nessa mesma merda, e obriga
você a seguir essa merda, mesmo que sutilmente (as vezes bem descarada e
inconvenientemente na verdade (na maioria das vezes na verdade)). É foda que nosso
presidente se diz cristão, e usa isso como moeda política; é foda pastores milionários (pastores
milionários mano, dá para acreditar kkkk puta que pariu. Jesus é o hippie mais famoso de
todos os tempos, totalmente não capitalista e os arrombados usam ele como uma marca de
franquia para fazer dindin. Bostil né) Pastores milionários explorando crentes burros tirando
partes da bíblia, até mesmo do velho testamento, distorcendo a porra toda a seu bel prazer; e
até mesmo crentes que ficam com cara de cú e me acham o anticristo por ser andrógeno e
drogado. Vamos analisar: Jesus andava com 12 caras bombados (imagino que pelo menos
alguns deles eram, pois eram pescadores fodões), lavava intimamente os pés dos discípulos,
transou com uma puta (nada contra putas, inclusive, tudo a favor das putas), e ainda deu um
beijaaaaço no judas antes de ir para a cruz, e nego vem me dizer que eu sou andrógeno?! Quer
dizer, eu sou mesmo, mas qual é o fodido problema?

Enfim, cansei. Por enquanto é isso.

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