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Aula 04

Conhecimentos Gerais do Estado do


Ceará e do Município de Crato p/
Prefeitura Crato-CE - Pós Edital

Autor:
Sergio Henrique
Aula 04

11 de Janeiro de 2021

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SUMÁRIO

00. Bate Papo Inicial ....................................................................................................... 2


1. O Município de Crato ................................................................................................. 3
2. Ocupação e Formação do CRAJUBAR e da RMC ........................................................... 4
3. História do Município de Crato ................................................................................... 7
3.1. Sedição de Juazeiro .............................................................................................................. 11
3.2. O Conflito do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto ................................................................ 13
4. Formação Administrativa do Município de Crato ........................................................18
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5. IDH de Crato .............................................................................................................21
6. Aspectos socioeconômicos de Crato ...........................................................................23
7. Geografia de Crato ....................................................................................................30
8. Orientações de Estudos (Checklist) e Pontos a Destacar ..............................................33
8.1. O Município de Crato............................................................................................................ 33
8.2. Ocupação e Formação do CRAJUBAR e da RMC.................................................................... 33
8.3. História do Município de Crato ............................................................................................. 34
8.4. Formação Administrativa do Município de Crato.................................................................. 35
8.5. IDH de Crato ......................................................................................................................... 35
8.6. Aspectos Socioeconômicos de Crato ..................................................................................... 35
8.7. Geografia de Crato ............................................................................................................... 37
9. Questionário de Revisão ............................................................................................38
Questionário - Somente Perguntas.............................................................................................. 38
Questionário - Perguntas e Respostas ......................................................................................... 38
10.Referências Bibliográficas .........................................................................................44
11. Considerações Finais ...............................................................................................46

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00. BATE PAPO INICIAL


Olá, caro amigo concurseiro. É com grande prazer que o recebo de volta para falar dos
Aspectos históricos, geográficos, econômicos e sociais do Município de Crato. Estudar as aulas
anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que vamos tratar
aqui. Estudar a teoria e resolver os exercícios é a melhor forma para memorizar o conteúdo e ficar
confiante para resolver a sua prova. Tenha sempre em mente seus objetivos e as coisas que te
motivam, para que eles possam te dar a energia necessária para você alcançar seu sucesso. Vamos
lá!

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1. O MUNICÍPIO DE CRATO
Crato é um município brasileiro do estado do Ceará, na região Nordeste do Brasil. A cidade
situa-se no Cariri cearense, conhecida popularmente como o "Oásis do Sertão" pelas características
climáticas mais úmidas e favoráveis à agropecuária. Localiza-se no sopé da Chapada do Araripe no
extremo-sul do estado e na Microrregião do Cariri, integrante da Região Metropolitana do Cariri e
em 2020, tinha quase 133.031 habitantes, segundo os dados do IBGE.

O município de Crato conta com uma área de 1.138,150 km². A densidade demográfica do
município é de 103,21 habitantes por km².

Crato faz divisa com o estado de Pernambuco, constituindo também um entroncamento


rodoviário que a interliga ao Piauí, Paraíba e Pernambuco, além da capital do Ceará, Fortaleza.

Seus limites são: Norte - Caririaçu, Farias Brito; Sul - Estado de Pernambuco, Barbalha; Leste
- Barbalha, Juazeiro do Norte, Caririaçu; Oeste - Nova Olinda, Santana do Cariri, Estado de
Pernambuco.

Mapa do Município de Crato no estado do Ceará.

Crato é uma cidade com grande expressão regional. Destaca-se na função de comercialização
de produtos rurais, oriundos do desenvolvimento da agricultura nos vales irrigados da região do
Cariri. É uma das cidades mais importantes e antigas do Ceará, situando-se atualmente como a sexta
cidade mais populosa, a 3ª mais desenvolvida e o 7ª maior PIB do Estado.

O topônimo Crato vem do latim curatus, que significa padre ou designação de lugares com
condições de tornar-se paróquia, podendo ser uma alusão a vila portuguesa de Crato, no Distrito de
Portalegre, na região Alentejo e sub-região do Alto Alentejo; ou a Curato de São Fidélis de
Sigmaringa, que se corrompeu depois para Curato de São Fidélis, Curato, Crato.

Sua denominação original era Missão do Miranda, depois Missão dos Cariris Novos, Aldeia
do Brejo Grande e Vila Real do Crato e, desde 1842, Crato.

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2. OCUPAÇÃO E FORMAÇÃO DO CRAJUBAR E DA RMC


A Região Metropolitana do Cariri (RMC), antigo CRAJUBAR, surgiu a partir do aglomerado
urbano em processo de conurbação entre os municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha,
chamada triângulo CRA-JU-BAR. Foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 78, sancionada em
29 de junho de 2009.

Somando-se aos municípios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, foram incluídos os


municípios limítrofes de Caririaçu, Farias Brito, Jardim, Missão Velha, Nova Olinda, Santana do Cariri.
Tem como área de influência a região sul do Ceará e a região da divisa entre o Ceará e os estados de
Pernambuco, Paraíba e Piauí.

Mapa da Região Metropolitana do Cariri


https://www.cidades.ce.gov.br/regiao-metropolitana-do-cariri/

O nome da RMC diz respeito a Cariri, Cairiri ou Quiriri (do Tupi Kiri´ri), que são algumas
designações da principal família de línguas indígenas do sertão, no Nordeste do Brasil. Vários
Grupos locais ou etnias são referidos como pertencentes ou relacionados a ela. Historicamente, os
grupos indígenas da região aparecem denominados de modo genérico como tapuias, podendo ser
vinculados ao tronco linguístico macro-jê.

O aglomerado urbano que se formou no extremo sul do território cearense começou a ganhar
expressão regional na década de 1960. Colocar em pauta o CRAJUBAR exige imergir na história e

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geografia da chamada região do Cariri cearense, procurando-se levar em conta uma realidade
historicamente gestante de dinamismo social e político.

O CRAJUBAR representa a segunda maior aglomeração urbana do Ceará. O adensamento


demográfico, o incremento dos investimentos públicos e privados neste aglomerado urbano,
especialmente em Juazeiro do Norte, reforçam a hegemonia regional do CRAJUBAR. Tal fato, aliás,
constituiu o mote principal dos discursos oficiais que justificam a promoção desse conjunto urbano-
regional à condição de aglomerado metropolitano.

Além do fenômeno urbano-metropolitano contemporâneo, outros fatores, em especial o


ambiental e o cultural, foram igualmente importantes para a emergência do processo de integração
territorial urbana do CRAJUBAR, ao longo dos últimos três séculos. O esforço de recuperação da
memória regional desse recorte territorial nos escritos de importantes intelectuais nos parece
fundamental para compreender o processo de formação do CRAJUBAR.

O recorte territorial cearense, hoje conhecido como região do Cariri, originalmente ocupado
por índios Cariús, constituiu-se a partir do século XVIII.

Fique atento nas informações do quadro a seguir:

1º O Cariri cearense somente começou a ser povoado no começo do XVIII século,


sobretudo depois de 1707;
2º Antes já ia bem adiantado o povoamento do baixo Jaguaribe;
3º O Cariri não foi povoado inicialmente por gente vinda de leste ou do sul, mas
simplesmente por colonizadores que subiram sucessivamente os rios Jaguaribe e Salgado;
4º Estes primeiros habitantes brancos do Cariri eram originários do litoral, entre
Pernambuco (inclusive Alagoas) e o Ceará, ou então do baixo São Francisco, salvo raras
exceções;
5º Os bandeirantes paulistas, baianos ou pernambucanos não percorreram o vale do
Cariri ao Norte da serra do Araripe, mas apenas dele tiveram vagas notícias pelos índios;
6º É provável que elementos das ditas bandeiras ou das tropas de repressão aos indígenas
reacionários, tenham penetrado no Ceará eventualmente as incursões apressadas,
somente até à bacia do riacho dos Porcos;
7º Só depois da deserção dos índios rebelados, foi possível o início do povoamento do
Cariri e de povoamento da bacia das Piranhas e das regiões devastadas do Açú e do médio
Jaguaribe;

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8º O povoamento do Cariri, consequentemente, ocorreu simultaneamente com o


repovoamento destas regiões, bem como do vale do Rio Salgado, intensificando-se depois
de 1714.
Fonte: POMPEU SOBRINHO, [1956]. O povoamento do Cariri cearense.

O processo de ocupação e exploração econômica da região teve início por volta de 1740, mais
precisamente a partir da antiga “Missão do Miranda”, hoje cidade do Crato. O destaque da cidade
do Crato se deu porque desde o final do Século XVIII despontava como a mais populosa e o centro
mais importante do Vale, recebendo a denominação de “pérola do Cariri”. Crato exercia forte
atração em meio à imensidão do sertão nordestino. Não por acaso, essa região se tornou o paradeiro
e refúgio de legiões de homens e mulheres que ao longo de dois séculos e meio promoveram o maior
aglomerado urbano do Estado e do Nordeste, excetuando-se aqueles situados na costa.

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3. HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE CRATO


Com a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro, os portugueses e outros brasileiros
puderam adentrar e explorar melhor a terra do Siará Grande (denominação anterior do Ceará
quando ainda integrava o território da província de Pernambuco).
Foi o frade capuchinho Carlos Maria de Ferrara que organizou, às margens do rio Itaitera (água
que corre entre pedras), o maior e mais importante aldeamento de silvícolas na região. Este recebeu
o nome de "Missão do Miranda", em homenagem a um dos chefes da tribo batizado com esse nome.
Mais tarde, também aparecem as denominações "Miranda" e "Cariris Novos". A Missão do Miranda,
sob a administração dos capuchinhos, prosperou, devido à fertilidade do solo e abundância de água,
que possibilitaram o cultivo da cana-de-açúcar, mandioca e cereais.
Em março de 1762 foi criada a Paróquia, na aldeia do Miranda, sob a invocação de Nossa
Senhora da Penha, e inaugurou-se a 4 de janeiro de 1768, tendo como seu primeiro vigário o padre
Manuel Teixeira de Morais. A edificação da primeira Igreja revela o atraso de sua época,
considerando sua estrutura como as paredes de taipa, piso de barro batido e coberta de palhas,
tendo ainda os caibros e ripas trançados de cipós. A permanência desses religiosos, no que se
chamou de Missão do Miranda, estendeu-se por espaço de dez anos.
Manuel Carneiro da Cunha e Manuel Rodrigues Ariosto requereram, através da lei de
sesmaria, a posse das terras adjacentes ao Rio Salgado, fato que culminou na elevação da missão a
povoação, fato consumado com a criação da Vila Real do Crato em 21 de junho de 1764. Esta
denominação consistiu numa homenagem ao lugarejo português situado no Alentejo. Essa
aglomeração passou a figurar, ao lado das outras oito vilas que compunham a extensão territorial
do Siará Grande, como uma das mais importantes aglomerações do Ceará, comandando uma vasta
extensão do Cariri.

A unidade territorial da Vila Real do Crato, até o princípio do século XIX,


compreendia ou polarizava toda a extensão do território que hoje abrange a
“Região Metropolitana do Cariri” e sua área de influência. Dessa extensão territorial,
originaram-se todos os municípios que compõe atualmente a microrregião do Cariri
e os adjacentes.

Foi Crato palco de alguns dos principais acontecimentos históricos do Ceará, desenrolados no
primeiro quartel do século XIX. Foi a única localidade cearense que aderiu ao movimento libertador
de Pernambuco em 1817.

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No século XIX, já habitavam na vila do Crato famílias que enviavam seus filhos para estudar
em Recife, capital da província de Pernambuco. Foi por lá que muitos entraram em contato com os
ideais de independência e adoção do regime republicano no país.
O diácono José Martiniano de Alencar e seu irmão Tristão Gonçalves de Alencar Araripe,
frei Francisco de Santana, Pessoa e Inácio Tavares Gondim, prestigiados por Bárbara de Alencar,
rica fazendeira e mãe dos dois primeiros, sublevaram a população do Crato e proclamaram a
República. Repercutindo os ideais da Revolução Pernambucana de 1817, o diácono José Martiniano
"proclama" a independência do Brasil no púlpito da matriz da cidade em 3 de maio de 1817. Com
isso, a cidade do Crato foi considerada um país por 8 dias, restaurando-se o governo monárquico
no dia 11 do mesmo mês.
O proprietário Leandro Bezerra Monteiro, o mais importante proprietário rural do Cariri,
católico e monarquista, pôs fim ao intento republicano. Abortado o movimento, presos os chefes,
escoltados e algemados, foram levados para a sede do Governo. Dona Bárbara de Alencar conseguiu
escapar em companhia do vigário Manuel Carlos, sendo presos no termo do Rio do Peixe, na Paraíba.
Os membros da família Alencar e seus companheiros, em número de 25, foram enviados para
Pernambuco, onde chegam a 27 de julho de 1818. Transferidos para a Bahia, deram entrada no
presídio a 9 de outubro do mesmo ano. Finalmente, julgado nulo o processo, em agosto de 1821
foram postos em liberdade. Dona Bárbara fora solta em 1820 por ter sido incluída no perdão de 6
de fevereiro de 1819.
Em 1824 eclode em Pernambuco a Confederação do Equador. Mais uma vez Tristão
Gonçalves de Alencar Araripe adere ao movimento e é aclamado pelos rebeldes Presidente da
Província do Ceará. Em 31 de outubro de 1825 morre em combate com forças contrárias ao
movimento. Após tais acontecimentos, em Crato, assim como no Cariri, muitos se dividem entre
monarquistas e republicanos. Entre os primeiros estavam Joaquim Pinto Madeira e Leonardo José
Douétts, chefes políticos das Vilas de Jardim e Umari, respectivamente, e Capitães de Ordenança
que prenderam os revolucionários, entre eles Tristão Gonçalves de Alencar Araripe.
Joaquim Pinto Madeira, revoltando-se contra a ordem estabelecida com a abdicação de D.
Pedro I, no dia 27 de dezembro de 1831, marcha com os revoltosos para atacar a vila do Crato,
travando nesse dia sangrento combate no lugar denominado Buriti. Destroçadas as Forças que
marcharam ao encontro de Pinto Madeira, ocupou este a vila no dia seguinte. Depois de vários
combates sangrentos, Pinto Madeira rendeu-se com cerca de mil rebeldes, no dia 13 de outubro, ao
general Labatut. Preso e condenado à pena de morte, primeiramente na forca, sentença
posteriormente comutada para fuzilamento, em face do réu ter alegado sua patente militar de
coronel. Foi fuzilado na manhã de 28 de novembro de 1834.
No início do século XX, a cidade dividiu com o recém criado município de Juazeiro do Norte a
liderança política do vale do Cariri. Joaseiro, como era conhecido, era uma localidade pertencente à

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Crato e seu processo de autonomia política seria encabeçado por, entre outros, padre Cícero Romão
Batista (que foi um cidadão natural de Crato).
Em 20 de outubro de 1914, é criada a Diocese do Crato pelo papa Bento XV, através da Bula
"Catholicae Ecclesiae". A Igreja Católica foi responsável pelo progresso material e social de Crato
inicialmente, pois aí fundou o Seminário menor de São José (primeiro do Interior cearense), a
pioneira cooperativa de crédito (Banco do Cariri), escolas, hospitais e a Faculdade de Filosofia de
Crato, embrião da atual Universidade Regional do Cariri fundada no ano de 1986.
Ainda em 1914, Crato foi palco de confrontos da Sedição de Juazeiro, levante que levaria à
deposição do Governador Marcos Franco Rabelo (abordaremos detalhadamente mais a frente).
Em 1926, o Crato ligou-se a Fortaleza, através da inauguração da estação de trem do Crato, o
ponto final da extensão da Estrada de Ferro de Baturité, que teve início a partir de 1910.
Durante a seca de 1932, o Crato foi um dos locais onde se instalou pelo governo estadual um
dos Campos de Concentração no Ceará ou mais conhecido como os Currais do Governo. Os
flagelados da seca que procuravam a ajuda do padre Cícero foram então alojados no sítio da
localidade de Buriti. O campo de concentração do Crato foi um episódio marcante na História do
Ceará.
Conceição atravessava muito depressa o Campo de Concentração.
Às vezes uma voz atalhava:
- Dona, uma esmolinha….
Ela tirava um níquel da bolsa e passava adiante, em passo ligeiro, fugindo da promiscuidade e do
mau cheiro do acampamento.
Que custo, atravessar aquele atravancamento de gente imunda, de latas velhas e trapos sujos!
RACHEL DE QUEIROZ, “O Quinze”.

Calcula-se que em janeiro de 1933, quando havia sobrado somente quatro dos sete campos,
90.000 pessoas viviam espalhadas por eles. “O maior de todos foi o de Buriti, no sul do Estado, na
região do Crato. Ali chegou a ter 60.000 pessoas”.

Nos anos 1930, milhares de flagelados da seca foram confinados e explorados em


instalações do governo. Mais de oito décadas depois, as únicas ruínas remanescentes são
tombadas.

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[...] a ideia de "concentrar" os retirantes foi se consolidando, como também o projeto de


modernização e embelezamento das cidades, acompanhado ainda da popularização
da ideia do darwinismo social, que à época ajudava a justificar ideologicamente o
domínio de uma "raça" sobre outra.
No Ceará, isso fez com que os flagelados que procuravam abrigo na capital do Estado
passassem a ser aglomerados no "Campo de Concentração" do Alagadiço, em 1915.
Assim, era mais fácil escondê-los da população urbana.
A designação "campo de concentração" acabou oficialmente por substituir os antigos
abarracamentos na mesma época, sendo usada tanto pela imprensa da época quanto
pelo governo. Na década de 1930, seria a vez de o governo local criar sete novos campos
desse tipo.
Dessa forma, o governo local trilhava um caminho já percorrido por outros países.
Décadas antes, os EUA criaram campos desse tipo para internar indígenas Cherokee. E o
antigo governo colonial de Cuba chegou a decretar que moradores que não quisessem
ser tratados como rebeldes fossem internados em "campos de reconcentración" durante
as guerras de independência da ilha (1868-1898). O mesmo ocorreu na África do Sul e nas
Filipinas no final do século XIX.
Mas apesar desses usos locais, incluindo no Ceará, o termo "campo de concentração"
ganhou notoriedade com a chegada dos nazistas ao poder na Alemanha, em 1933. Entre
os campos cearenses e os Konzentrationlager nazistas há algumas semelhanças, mas
também diferenças fundamentais, como apontam ativistas, historiadores e membros do
Ministério Público envolvidos no processo de tombamento do Patu.
ALBUQUERQUE, 2019 - Deutsche Welle – emissora internacional da Alemanha.

Outro episódio ocorrido em Crato foi com o beato José Lourenço Gomes da Silva, que vem
morar no município e, com o aval do Padre Cícero, funda a irmandade da Santa Cruz do Deserto. A
primeira base desta comunidade localizava-se no Sítio Baixa Dantas. Em 1926 a irmandade sai deste
sítio e vai para o Caldeirão dos Jesuítas. O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto: um experimento
sociorreligioso que incomodou as principais forças regionais da época, teve o seu fim em 1937 e
entrou para a História do Ceará como um massacre no qual, pela primeira vez História do Brasil,
aviões foram usados como objetos de arma (abordaremos detalhadamente mais a frente).
O município, atualmente, mantém um padrão de vida significativo se comparado com
algumas cidades não muito distantes da região do Cariri. Seu último e atual bispo, o ítalo-brasileiro
Dom Fernando Panico, deu início ao processo de reabilitação do Padre Cícero, abrindo, assim, uma
possibilidade para que o sacerdote seja oficialmente beatificado e, futuramente, canonizado pela
Igreja Católica.

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3.1. SEDIÇÃO DE JUAZEIRO

A Revolta ou Sedição de Juazeiro foi um confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias


cearense e o Governo Federal provocado pela interferência do poder central na política estadual nas
primeiras décadas do século XX. Sob a liderança de Floro Bartolomeu, Nogueira Acióli e do padre
Cícero Romão Batista, um exército de camponeses resistiu à invasão das forças do governo federal
e marchou até Fortaleza, invadindo a capital e depondo Franco Rabelo.
Após a revolta, padre Cícero sofreu retaliações por parte da Igreja. Entretanto, permaneceu
como eminência parda (quem atual nos “bastidores”) da política cearense por mais de uma década
e não perdeu sua influência sobre a população camponesa, que passou a venerá-lo como santo e
profeta.

Sedição de Juazeiro
A NOVA JERUSALÉM
O vale do Cariri, no Ceará, sempre fora pródigo em garantir os votos necessários à
manutenção da política dos governadores adotada pelo governo do presidente Hermes
da Fonseca (1910-1914). Municípios como Barbalha, Missão Velha, Milagres e Aurora e,
principalmente, Crato, eram polos importantes do coronelismo consolidado após o pacto
oligárquico. Além disso, sob iniciativa de Padre Cícero Romão Batista, a região conheceu
grande desenvolvimento econômico com a produção de algodão e de maniçoba
destinada ao mercado internacional.
Desde o final do século XIX, Juazeiro, a Nova Jerusalém, despontava como uma cidade
sagrada para onde se dirigiam milhares de fiéis, em busca de melhores condições de vida
e do conselho do Padre Cícero. Para lá confluíam pessoas das mais diversas classes e com
interesses diferenciados: comerciantes, bandidos, desabrigados e miseráveis assolados
pela fome e pela violência, provenientes de diversos estados, em sua maioria do
Nordeste. A todos, Cícero abrigava, dava conselhos e, muitas vezes, garantia lar e comida.
Ao trabalho na lavoura também eram encaminhados muitos fiéis, embora com mão de
obra subvalorizada.
O crescimento populacional e comercial de Juazeiro, além da ambição religiosa do Padre
Cícero, fez com que a cidade reivindicasse sua autonomia política do município ao qual
estava ligada: o Crato. As negociações para uma separação pacífica não foram bem-
sucedidas e o tema dividiu os coronéis dos municípios vizinhos. No entanto, articulações
políticas de Floro Bartolomeu, médico baiano e antigo jornalista que se instalou na região
e conquistou a confiança de Padre Cícero, conferiu a Juazeiro o reconhecimento político
almejado. Em outubro de 1911, Bartolomeu conseguiu articular uma aliança entre os

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políticos do vale do Cariri, o chamado Pacto dos Coronéis. Entre as cláusulas constava: a)
a decisão dos integrantes de não apoiar deposições na região; b) o desejo de fortalecer
laços pessoais e políticos entre os participantes; e c) manter a lealdade incondicional a
Antônio Nogueira Acióli, presidente do estado e líder da família que dominava a política
no Ceará desde o final do século XIX. Graças a essa iniciativa, Juazeiro foi elevado à
categoria de vila, sede de município.
De dezembro de 1911 a janeiro de 1912, houve intensa campanha contrária aos planos
de Acióli manter-se na liderança da política cearense. O movimento que levou mais de 20
mil pessoas às ruas de Fortaleza contou com a adesão de comerciantes da capital do
Ceará, de profissionais liberais e de soldados e oficiais do Exército. A reação violenta de
Acióli, ao colocar soldados e jagunços contra os manifestantes contrários à sua política,
aumentou a oposição a seu governo. Em 24 de janeiro de 1912, o oligarca foi obrigado a
deixar Fortaleza e exilar-se na capital federal, de onde passou a conspirar para reassumir
a liderança da política cearense. O fato beneficiou o candidato de oposição ao governo,
coronel Franco Rabelo. Em sintonia com a política das salvações capitaneada pelo general
Dantas Barreto, mais uma oligarquia era derrubada no Nordeste, a exemplo do que
ocorrera com Rosa e Silva em Pernambuco em 1911.
A eleição do coronel Franco Rabelo para presidente do Ceará em meados do ano de 1912
fez ruir as bases do pacto de 1911 firmado no Cariri. Ciente dos laços que ligavam os
coronéis da região ao antigo líder da oligarquia Acióli, Rabelo iniciou uma campanha de
desestabilização da política oposicionista no Ceará. Com o pretexto de acabar com o
banditismo representado pelo fenômeno do cangaceirismo no Nordeste, enviou para o
Crato 200 homens da Polícia Estadual.
Seguindo ordens do presidente eleito, os policiais estacionados no Crato prenderam
alguns jagunços acusados de banditismo, todos ligados a coronéis de oposição ao político
de farda. Além disso, Franco Rabelo entrou em confronto direto com Padre Cícero ao
destituir homens de sua confiança de cargos públicos e acusá-lo de abrigar bandidos em
Juazeiro.
Para piorar a relação de Rabelo com o líder religioso, uma viagem feita por Floro
Bartolomeu ao Rio de Janeiro (agosto de 1913) para se encontrar com Antônio Nogueira
Acióli e com o senador Pinheiro Machado foi pressentida como sinal de uma conspiração
contra seu governo sob as bênçãos de Padre Cícero. Diante disso, Rabelo não hesitou em
intensificar as ações contra Juazeiro. De fato, ao retornar a Nova Jerusalém, em novembro
de 1913, Bartolomeu tinha um plano com o aval do senador gaúcho para destituir o
coronel do poder.

O CONFRONTO
No dia 12 dezembro de 1913 reuniu-se em Juazeiro uma assembleia dissidente composta
por deputados oposicionistas, e declarou-se a ilegalidade do governo de Franco Rabelo.
Nomeou-se nessa ocasião um governo paralelo, tendo Floro Bartolomeu como presidente
provisório.
A resposta de Rabelo foi rápida. No dia 15 de dezembro, as tropas estaduais estacionadas
no Crato, sob o comando do coronel Ladislau Lourenço, deram início às operações de

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invasão a Juazeiro. No dia 20, a cidade santa foi ocupada pelas tropas do governo, tendo
à frente o coronel Alípio Lopes, escolhido pessoalmente por Rabelo para dar fim à
sedição.
Embora as investidas oficiais tenham provocado muita tensão em Juazeiro, a resistência
dos fiéis de Padre Cícero, aliada ao ataque dos cangaceiros reunidos por Floro
Bartolomeu, conseguiu vencer as forças oficiais. Cercada por tropas rabelistas, a cidade
santa enfrentou a fome e a falta de munição. Apesar das dificuldades, o moral da tropa
que entoava cânticos em louvor de Padre Cícero conseguiu resistir e contra-atacar. Graças
a essa ofensiva, no dia 24 de janeiro de 1914 Crato foi ocupada por homens comandados
por Bartolomeu. Seguiu-se a tomada de Barbalha. As cidades foram pilhadas, e com o
espólio Juazeiro pôde se recompor da escassez de víveres e de munição em que se
encontrava desde os ataques das forças rabelistas. Em marcha a pé e via estrada de ferro,
os sediciosos de Juazeiro, tal como eram denominados, ocuparam Miguel Calmon,
Senador Pompeu, Quixeramobim até marchar sobre Fortaleza, a 19 de março de 1914.
Conforme plano firmado pelo governo sob a liderança do senador Pinheiro Machado,
seguiu para a capital cearense uma tropa federal para apoiar os revoltosos. Foi decretado
o estado de sítio no Ceará, e o general Fernando Setembrino de Carvalho foi nomeado
interventor no estado. Franco Rabelo deixou o governo e rumou para o Rio de Janeiro no
dia 24 de março de 1914.
Estava concluída a revolução de Juazeiro. Como troféu, a Nova Jerusalém foi elevada à
categoria de cidade a 23 de julho do mesmo ano, e Padre Cícero Romão Batista foi
consagrado como um dos mais proeminentes coronéis da política republicana do país.

Rogério Rosa, Fundação Getúlio Vargas, 2016

3.2. O CONFLITO DO CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO

Localizado na serra do Crato, interior do sul do estado do Ceará e conhecido como Caldeirão
de Santa Cruz do Deserto. O Caldeirão, como ficou conhecido, foi entre muitos, um movimento
social de resistência, de luta contra a opressão ou reivindicação de direitos. A comunidade que ali se
instalou, pôde experimentar durante dez anos (1926-1936) uma forma de vida totalmente diferente,
ancorada em uma coletividade que se auto-organizava e tudo produzia para garantir a vida de mais
de mil pessoas de forma digna, até ser totalmente destruída pelo governo estadual entre 1936 e
1937.
O nome Caldeirão tem origem das formas geológicas denominadas de Caldeirão, que são
escavações realizadas pela força das águas nas rochas, ocasionando a dissecação do relevo e
formando espécies de reservatórios naturais que acumulavam água inclusive nos tempos de
estiagem, favorecendo a agricultura no local.

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Caldeirão de Santa Cruz do Deserto é uma das várias manifestações camponesas que deram
origem a formas de organização social e religiosa classificadas como messiânicas, denunciando, com
grande nitidez, o confronto entre as forças repressivas do Estado e outras formas possíveis de se
viver. O Caldeirão foi uma comunidade camponesa, com uma estrutura social voltada para a prática
do trabalho em um sistema de produção e distribuição dos resultados, que tinha na oração um fator
de aglutinação do grupo. A comunidade do Caldeirão não vivia apenas para o trabalho: a vida
religiosa era da maior importância. Entretanto o trabalho dependia da religião, não havendo
predominância da religião sobre o trabalho e vice-versa.
As terras do Caldeirão foram confiadas pelo Padre Cícero a José Lourenço, líder religioso,
responsável pela criação da comunidade, cujo modo de produção adotado era uma afronta às ideias
do coronelismo nordestino. José Lourenço, nascido provavelmente na Paraíba, após muito tempo
distanciado de sua família, teve conhecimento que seus familiares tinham se mudado para Juazeiro
do Norte, no Ceará – lugar que se tornara um polo de atração devido à fama de Padre Cícero. O
município de Juazeiro passava por um acelerado processo populacional. Romeiros vindos de todos
os cantos encontravam conforto na religião, para a difícil vida que levavam.
Estabelecendo-se no município, José Lourenço como seguidor de Padre Cícero se tornou um
beato. Entre as características comum dos beatos estariam a prática de penitências, da caridade, da
castidade e – por desprezarem os bens materiais – da mendicância. Porém, José Lourenço não era
um beato comum. Celibatário e casto despertava entusiasmo e admiração nos companheiros de
práticas religiosas e sobrevivia do seu próprio trabalho, cujo produto dividia com os pobres. Foi
Padre Cícero quem aconselhou o beato a arrendar as terras do Baixa Danta e a estabelecer-se lá
com sua família, passando a receber, continuamente, trabalhadores rurais e romeiros, enviados
pelo padre, que chegavam em grande número. Contudo, em 1926, após dedicar-se 30 anos de
trabalho nas terras, o sítio foi vendido, sendo o beato e seus seguidores expulsos sem qualquer
indenização pelas melhorias efetuadas. Foi após esse episódio que Padre Cícero encaminhou o beato
para outro sítio de sua propriedade, este localizado no sopé da Chapada do Araripe, conhecido por
Caldeirão. Para lá, se dirigiram cerca de 1.700 pessoas. O trabalho no novo sítio, a princípio, não foi
fácil. Desmatamentos tiveram que ser feitos, casas foram construídas, pois não havia a mínima
condição de moradia para aqueles que foram expropriados do Baixo Danta.
A comunidade montou um sistema de produção e distribuição de bens básicos, capazes de
assegurar a manutenção de seus membros, garantindo-lhes alimento para o corpo e para o
“espírito”, moradia, terra e meios para cultivá-la. Tratava-se de um sistema comunitário, embora
não tivesse base em nenhuma teoria política ou modelo de comunismo.
Aos poucos a comunidade foi alcançando sua autossuficiência de forma nunca vista no Brasil
até então, sendo considerada uma forma revolucionária dentro das condições sociais do país,
sobretudo do Nordeste. Lá se produziam desde roupas a ferramentas de trabalho. Teares manuais

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utilizando o algodão, cultivado no próprio local, confeccionavam as roupas. Mediante métodos


artesanais, o Caldeirão construía verdadeiras “indústrias” a fim de suprir as necessidades da
comunidade. Fabricando tudo de que necessitava, o Caldeirão se tornava uma comunidade
autônoma, necessitando pouquíssimo do comércio das cidades vizinhas para comprar aquilo que
consumiam e utilizavam cotidianamente. Quando recorriam ao comércio era para comprar
querosene para iluminação ou remédios para a população.
Com grande seca de 1932, o Caldeirão oferecia assistência para uma multidão de pessoas que
recorria à sua caridade, praticada em virtude dos princípios cristãos que defendia e que era pregado
pela Igreja Católica, a qual seguia mesmo a comunidade tendo sido posta à margem dos cuidados e
serviços prestados pela mesma durante todo o seu período de existência.
Sob a liderança do Beato José Lourenço, que pregava a religiosidade popular e exigia rígida
retidão moral entre os habitantes da comunidade o Caldeirão recebeu centenas de sertanejos, entre
eles muitos retirantes que conseguiram fugir dos “currais da seca”. Em conjunto, os moradores
trabalhavam e dividiam o resultado do esforço coletivo. Encontravam, dessa forma, a oportunidade
de garantir sua subsistência. “Assim, onde o Estado falhara, a fé acudia aos necessitados”. Mas,
apesar disso, constituía uma ordem social. E na medida que concebia uma sociedade melhor,
pensava nela como o retorno a uma lei antiga ou até mesmo, em alguns momentos, como o avanço
para uma lei nova que poderia trazer não só a verdadeira justiça, mas também liberdade.
Em 1932 a organização socioeconômica do Caldeirão já estava tão bem estruturada que não
houve problemas no socorro oferecido aos flagelados. Desse modo, a comunidade do Caldeirão
despertou a insatisfação das elites da região, e estas receberam o reforço do governo federal devido
às acusações de supostas ligações comunistas. De acordo com o recenseamento feito em 1936 a
pedido das autoridades, foi possível concluir que “75% dos fanáticos eram filhos do Rio Grande do
Norte”, sendo apenas 25% da população do Caldeirão composta por cearenses. O elevado
contingente de retirantes de Natal despertou a desconfiança de que o Caldeirão havia se tornado
refúgio de comunistas, uma vez que a Insurreição Comunista de 1935 teve seu início no Rio Grande
do Norte.
Uma reunião para decidir o destino do Caldeirão foi realizada em Fortaleza em 1936 e contou
com a participação de representantes do governo, da Igreja e da sociedade civil. A reunião foi
conduzida pelo capitão José Bezerra, da polícia militar. Os presentes ouviram os relatos produzidos
pelo capitão José Bezerra. Ele afirmava que as forças públicas precisavam agir com rapidez para
evitar o surgimento de uma nova Canudos. O argumento do capitão preenchia a necessidade de
uma lógica maior. O fim do Caldeirão estava decretado. Faltava o pretexto.
O pretexto para invadir o Caldeirão surgiu quando chegou ao sítio uma caixa de madeira com
objetos importados da Alemanha. Segundo relato do capitão José Bezerra, na caixa havia armas e
munições. O beato e seus fanáticos preparavam-se para atacar a cidade do Crato, terra dos coronéis.

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Finalmente a operação de destruição do Caldeirão começou. Enviaram José Bezerra


disfarçado de comerciante do agronegócio para espreitar a comunidade. O capitão espionou a
comunidade para ver se ali havia armas. O oficial não as encontrou. Na caixa que chegara da
Alemanha havia uma imagem de Nossa Senhora das Dores.
No dia 11 de setembro de 1936, as forças do Estado invadiram o Caldeirão. Policiais civis e
militares entraram marchando, mas não encontraram o beato José Lourenço. Este se refugiara nas
matas da Serra do Araripe. As tropas foram comandadas pelo capitão Cordeiro Neto. No dia da
invasão, porém, o capitão ficou confuso sobre a melhor atitude a tomar diante das mais de 400 casas
de taipa, da atitude pacífica e ordeira de seus moradores. Optou pela devastação: expulsou os
moradores, queimou os casebres e entregou parte dos bens ao município do Crato.
Os moradores do Caldeirão foram tratados como animais. Foram expulsos de suas terras, suas
casas foram destruídas, seus bens, saqueados. Não se deram por vencidos. Voltaram aos poucos e
reorganizaram a comunidade. Pouco a pouco retomaram a vida comunitária e plantação por
mutirão. Os seguidores de José Lourenço, sobreviventes do massacre, foram presos e conduzidos a
Fortaleza. O governo, não tendo onde os colocar, devolveu-os ao Caldeirão. Retornaram a Crato
após 14 dias e encontraram pessoas da comunidade vivendo no pé da Serra da Conceição, nas
entranhas do Araripe, sob constantes maus-tratos das autoridades, que permaneciam em alerta
A imprensa fez sensacionalismo do caso. O Ceará estava diante de uma nova Canudos. O
aparato militar do governo é acionado. Na madrugada de 11 de maio de 1937, cumprindo
determinação do ministro da Guerra do governo Getúlio Vargas, a pedido da Igreja Católica
Apostólica Romana e do governo do Ceará, a polícia militar do estado, representada por duzentos
homens e dois aviões enviados pelo Ministério da Guerra, comandados pelo capitão José Macedo,
atacou o Caldeirão ao amanhecer. Houve “pela manhã e à tarde novos voos, desta vez metralhando
rudemente as barracas.” Assim, de acordo com o chefe de polícia da época, a comunidade foi
invadida também por terra, “onde morreram cerca de 200 camponeses”. Para não terem o trabalho
de enterrar os corpos, “os soldados juntam os mortos e, com gasolina, fazem uma grande fogueira
de camponeses assassinados.”
Foi um massacre. Aqueles camponeses, nordestinos, religiosos e pacifistas, uma população
desarmada, foram exterminados. O único crime dessa população consistiu em buscar uma forma
mais humana de sobrevivência às mazelas da vida sertaneja: seca, fome, coronelismo, trabalho
escravo, exclusão social, etc.
O movimento foi combatido no ano em que se institui a Ditadura do Estado Novo por Getúlio
Vargas. Porém, 1937 também marcou um novo período de seca que se abateu sobre o Nordeste,
escassez de alimentos, migrações e saques, situação agravada pelo Estado Novo, que impôs forte
censura à mídia, impedindo que a população tomasse conhecimento da comunidade do Caldeirão.

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O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto foi acusado de ser uma comunidade perigosa à ordem
imposta formada por pessoas sujas, possíveis ladrões, adeptas do comunismo. Este era sem dúvida
um discurso prático e conveniente ao golpe arquitetado por Getúlio Vargas naquele ano, quando
instaurou a ditadura do Estado Novo (1937-1945).
José Lourenço retornou ao sítio do Caldeirão em 1938. Dois anos após foi novamente expulso.
Dessa feita diretamente pelo representante legal dos padres salesianos, proprietários da fazenda
(que foi doada por padre Cícero em testamento à Igreja antes do massacre). O advogado do beato
moveu uma ação contra o Estado para recuperar a totalidade dos investimentos realizados a título
de benfeitoria na terra e os prejuízos sofridos com a destruição da comunidade do Caldeirão. O
pedido foi negado!
José Lourenço foi se encontrar com padre Cícero, no céu. Morreu em 12 de fevereiro de 1946
na fazenda União, em Exu, estado de Pernambuco, vítima de peste bubônica. Seu corpo foi levado
até Juazeiro do Norte. O cortejo fúnebre seguiu a pé pelo sertão cantando suas ladainhas, proferindo
seus salves, invocando suas cortes celestes, num percurso de 70 quilômetros.
Até os dias de hoje, são veiculadas notícias mostrando a triste realidade daqueles que têm
que conviver com esta inconstância da natureza, sendo natural dos homens não resolverem a
questão, mas sim criminalizar formas alternativas de se viver. As mídias, no caso a impressa, por
vezes manifestam-se a serviço do poder, neste caso, o dos grandes proprietários de terra, que muitas
vezes são também proprietários dos grandes jornais. Divulgam notícias a muitos, mas defendem os
interesses de poucos, sem estimular a criticidade e sem considerar as circunstâncias históricas que
motivaram o movimento social.

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4. FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO DE CRATO

Dados do município/localização
Fundação: 21/06/1853 Dados de características geográficas
Emancipação Política: 21/06/1853 Área: 1.176,00
Gentílico: CRATENSE População estimada: 133000
Unidade Federativa: CEARÁ Densidade: 104,87
Mesorregião: SUL Altitude: 426
Microrregião: CARIRI Clima: tropical quente semi-árido brando
Distância para a capital: 512,00

Fonte: Prefeitura Municipal de Crato. Disponível em: https://crato.ce.gov.br/omunicipio.php#omunicipio6

Atenção agora para o processo de formação administrativa do município de Crato, segundo o IBGE:

✓ Distrito criado com a denominação de Crato, pela provisão de 06 janeiro de 1768 e ato
de 18 de março de 1842.
✓ Elevado à categoria de vila com a denominação de Crato em 1763. Sede no lugar chamado
de Aldeia do Brejo.
✓ Elevado à condição de cidade com denominação de Crato, pela lei provincial nº 628, de
17 de outubro de 1853.
✓ Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído apenas do
distrito sede.
✓ Pela lei estadual nº 2359, de 26 de julho de 1926, o distrito de Quixará deixa de pertencer
ao município de Santana do Cariri, sendo anexado ao município de Crato.
✓ Pelo decreto estadual nº 1156, de 04 de dezembro de 1933, o município de Crato adquiriu
os extintos municípios de Ipueiras, Lameira e Monte Pio. Sob o mesmo decreto é criado
o distrito de Buriti e anexado ao município de Crato.

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✓ Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de


6 distritos: Crato, Buriti, Ipueiras, Lameiro, Monte Pio, Quixará. Assim permanecendo em
divisões territoriais datadas de 1937.
✓ Pela lei nº 268, de 30-12-1938, desmembra do município de Crato os distritos de Quixará
e Monte Pio. Para formar o novo município de Quixará.
✓ Pelo decreto estadual nº 448, de 20 de dezembro de 1938, o distrito de Ipueiras passou
a denominar-se Dom Quintino. Sob o mesmo decreto é criado o distrito de Santa Fé,
criado com terras desmembradas dos distritos de Dom Quintino ex-Ipueiras e Lameiro,
ambos do município de Crato.
✓ No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 5
distritos: Crato, Buriti, Dom Quintino, Lameiro e Santa Fé.
✓ Pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 3 de dezembro de 1943, o distrito de Buriti passou
a denominar-se Muriti.
✓ Em divisão territorial datada de 1950, o município é constituído de 5 distritos: Crato, Dom
Quintino, Lameiro, Muriti ex-Buriti e Santa Fé.
✓ Pela lei estadual nº 3931, de 26 de novembro de 1957, é criado o distrito de Ponta da
Serra ex-povoado, criado com terras desmembradas dos distritos de Santa Fé e Dom
Quintino.
✓ Em divisão territorial datada de 1960, o município é constituído 6 distritos: Crato, Dom
Quintino, Lameiro, Muriti, Ponta da Serra e Santa Fé.
✓ Pela lei estadual nº 6696, de 18 de outubro de 1963, desmembra do município de Crato
o distrito de Dom Quintino. Elevado à categoria de município.
✓ Em divisão territorial datada de 1963, o município é constituído de 5 distritos: Crato,
Lameiro, Muriti, Ponta da Serra e Santa Fé.
✓ Pela lei estadual nº 8339, de 14 de dezembro de 1965, o município de Crato adquiriu o
extinto município de Dom Quintino, como simples distrito.
✓ Em divisão territorial datada de 1968, o município é constituído de 6 distritos: Crato, Dom
Quintino, Lameiro, Muriti, Ponta da Serra e Santa Fé. Assim permanecendo em divisão
territorial datada de 1991.
✓ Pela lei municipal nº 1433, de 08 de maio de 1991, é criado o distrito de Padre Cicero e
anexado ao município de Crato.
✓ Em divisão territorial datada de 1993, o município é constituído de 7 distritos: Crato,
✓ Dom Quintino, Lameiro, Muriti, Padre Cicero, Ponta da Serra e Santa Fé.

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✓ Pela lei municipal nº 1540, de 05 de maio de 1994, foram criados os distritos de Baixio
das Palmeiras, Belmonte, Campo Alegre, Monte Alverne e Santa Rosa anexado ao
município de Crato. Sob a mesma lei o distrito de Padre Cicero passou a denominar-se
Bela Vista e ainda esta lei extingui os distritos de Muriti e Lameiro.

Em divisão territorial datada de 1995, o município é Constituído de 10 distritos: Crato, Baixio


das Palmeiras, Belmonte, Campo Alegre, Dom Quintino, Monte Alverne, Bela Vista, Ponta Serra,
Santa Fé e Santa Rosa. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

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5. IDH DE CRATO
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma unidade de medida utilizada para aferir o
grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade nos quesitos de educação, saúde e renda.
A utilização de um indicador que envolvesse outras variáveis que não somente a questão econômica
ocorreu pela primeira vez em 1990 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD).
A utilização das variáveis educação, saúde e renda permite uma comparação com
praticamente todos os países do globo e serve de referência para mensurar a resposta de
determinado país frente a essas importantes demandas.
O IDH é uma referência numérica que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de zero, menor
é o indicador para os quesitos de saúde, educação e renda. Quanto mais próximo de 1, melhores são
as condições para esses quesitos. No mundo, nenhum país possui o IDH zero ou um.
O IDH de Crato era 0,713, em 2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento
Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799).

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A partir dos dados do Censo Demográfico, o gráfico e a tabela mostram que o IDHM do
município - Crato - era 0,577, em 2000, e passou para 0,713, em 2010. Em termos relativos, a
evolução do índice foi de 23,57% no município.
A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,822,
seguida de Educação, com índice de 0,673, e de Renda, com índice de 0,655. O IDHM Longevidade
apresentou alteração 15,13%, o IDHM Educação apresentou alteração 49,89% e IDHM Renda
apresentou alteração 9,35%.
Como evidenciado anteriormente, o IDHM do município - Crato - apresentou aumento entre
os anos de 2000 e 2010, enquanto o IDHM da UF - Ceará - passou de 0,541 para 0,682. Neste período,
a evolução do índice foi de 23,57% no município, e 26,06% no estado.
“O indicador educação refere-se à quantidade média de anos de estudo de uma população.
Entende-se que, quanto maior for o tempo de permanência de uma população na escola, melhores
serão as chances de desenvolvimento para esse país. Por outro lado, mostra ainda o
comprometimento dos gestores com o futuro de sua nação, na medida em que esse indicador se
reflete diretamente no desenvolvimento das futuras gerações. Assim, as políticas de Estado para
matricular todas as crianças e adolescentes nas escolas e diminuir as taxas de evasão e repetência,
por exemplo, visam à melhora da posição do país nesse tipo de indicador.
Na variável saúde, avalia-se basicamente a taxa de expectativa de vida dos cidadãos de cada país
participante. Entende-se que, quanto maior for essa taxa, melhores serão as condições de vida de
seus habitantes. Ações como campanhas de vacinação e educativas sobre saúde, pré-natal,
organização de sistemas públicos de saúde, ações de fornecimento de medicamentos, entre outros,
colaboram para elevar esse indicador.
No quesito renda, mede-se o valor médio do rendimento dos cidadãos com base na média do
Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a riqueza produzida por um país em determinado
período (normalmente anual) dividida pelo número de habitantes”.1

Em 2010, o IDHM do município - Crato - ocupava a 1514ª posição entre os 5.565 municípios
brasileiros e a 3ª posição entre os municípios de seu estado. Nesse ranking, o maior IDHM é 0,862
(São Caetano do Sul) e o menor é 0,418 (Melgaço).

1
MOTA, 2020.

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6. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DE CRATO


De acordo com as estimativas de 2017 do IBGE, a população do município de Crato era de
130.604 pessoas, sendo composta, em sua maioria, por mulheres e negros.

Entre 2013 e 2017, a população do município de Crato registrou um aumento de 3,17%. No


mesmo período, a UF - Ceará - registrou um aumento de 2,76%.

Segundo as informações do Censo Demográfico, a razão de dependência total no município


passou de 63,11%, em 2000, para 50,19% em 2010, e a proporção de idosos, de 6,38% para 7,79%.
A razão de dependência total é a população com menos de 15 anos ou com mais de 65 anos de idade
(população economicamente dependente) em relação à população de 15 a 64 anos de idade
(população potencialmente ativa).

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A esperança de vida ao nascer é o indicador utilizado para compor a dimensão Longevidade


do IDHM e faz referência ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 – Saúde e Bem-estar. O
valor dessa variável no município de Crato era de 67,83 anos, em 2000, e de 74,30 anos, em 2010.
Na UF - Ceará -, a esperança de vida ao nascer era 67,77 anos em 2000, e de 72,60 anos, em 2010.

A taxa de mortalidade infantil, definida como o número de óbitos de crianças com menos de
um ano de idade para cada mil nascidos vivos, passou de 40,66 por mil nascidos vivos em 2000 para
16,48 por mil nascidos vivos em 2010 no município. Na UF, essa taxa passou de 41,43 para 19,29
óbitos por mil nascidos vivos no mesmo período.

Confira na tabela a seguir outros dados importantes sobre os indicadores de saúde de Crato:

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A rede hospitalar do município possui cinco hospitais (Hospital e Maternidade São Francisco
de Assis, Hospital São Miguel, Hospital São Raimundo, Hospital Manuel de Abreu, sendo este último
com atendimento em apenas uma ala) além de diversas clínicas especializadas e postos de saúde
dispersados em vários pontos do município, atraindo uma grande demanda de cidades vizinhas bem
como de outros estados limítrofes.

A cidade conta com extensa rede educacional, tanto pública como privada, nos três níveis de
ensino. Sua rede de ensino superior é formada pelas seguintes instituições: Universidade Regional
do Cariri (URCA), Universidade Vale do Acaraú - Unidade Crato, Universidade Federal do Cariri com
o Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade da UFCA, Faculdade Católica do Cariri e Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Campus Crato. Frequentam-se também as faculdades e
universidades localizadas nas cidades vizinhas de Juazeiro do Norte e Barbalha, conurbadas ao Crato.

O IDHM Educação é composto por cinco indicadores. Quatro deles se referem ao fluxo escolar
de crianças e jovens, buscando medir até que ponto estão frequentando a escola na série adequada
à sua idade. O quinto indicador refere-se à escolaridade da população adulta. A dimensão Educação,
além de ser uma das três dimensões do IDHM, faz referência ao Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável 4 – Educação de Qualidade.

No município, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola era de 97,56%, em 2010. No


mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos, frequentando os anos finais do ensino
fundamental, era de 86,59%. A proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental
completo era de 60,49%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo era
de 48,25%.

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Em 2000, 72,50% da população de 6 a 17 anos estavam cursando o ensino básico regular com
menos de dois anos de defasagem idade-série. Em 2010, esse percentual era de 85,83%.

A taxa de distorção idade-série no ensino médio no município era de 29,80%, em 2016, e


passou para 28,80%, em 2017. Por sua vez, a taxa de evasão no fundamental foi de 2,80%, em 2013,
para 3,00%, em 2014. A taxa de evasão no ensino médio foi de 9,40%, em 2013, e, em 2014, de
10,60%.

Outro indicador que compõe o IDHM Educação e mede a escolaridade da população adulta é
o percentual da população de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo. Esse indicador
reflete defasagens das gerações mais antigas, de menor escolaridade. Entre 2000 e 2010, esse
percentual passou de 38,65% para 56,82, no município, e de 29,34% para 48,83%, na UF.

Em 2010, considerando-se a população de 25 anos ou mais de idade no município - Crato,


19,29% eram analfabetos, 51,30% tinham o ensino fundamental completo, 37,44% possuíam o
ensino médio completo e 10,83%, o superior completo. Na UF, esses percentuais eram,
respectivamente, 23,95%, 42,88%, 29,23% e 7,16%.

Veja o gráfico a seguir:

Os valores da renda per capita mensal registrados, em 2000 e 2010, evidenciam que houve
crescimento da renda no município de Crato entre os anos mencionados. A renda per capita mensal
no município era de R$ 333,37, em 2000, e de R$ 470,46, em 2010, a preços de agosto de 2010.

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O índice de Gini no município passou de 0,64, em 2000, para 0,57, em 2010, indicando,
portanto, continuidade na desigualdade de renda. O índice de Gini é uma das medidas de
desigualdade de renda constantes do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Seu valor pode
variar entre 0 e 1 e, quanto maior, maior a desigualdade de renda existente.

No Atlas do Desenvolvimento Humano, são consideradas extremamente pobres, pobres e


vulneráveis à pobreza as pessoas com renda domiciliar per capita mensal inferior a R$70,00,
R$140,00 e R$255,00 (valores a preços de 01 de agosto de 2010), respectivamente. Dessa forma, em
2000, 23,12% da população do município eram extremamente pobres, 48,05% eram pobres e
70,67% eram vulneráveis à pobreza; em 2010, essas proporções eram, respectivamente, de 8,61%,
24,54% e 50,89%.

Analisando as informações do Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, a proporção


de pessoas extremamente pobres (com renda familiar per capita mensal inferior a R$ 70,00) inscritas
no CadÚnico, após o recebimento do Bolsa Família passou de 33,55%, em 2014, para 31,38%, em
2017. Já a proporção de pessoas pobres (com renda familiar per capita mensal inferior a R$ 140,00),
inscritas no cadastro, após o recebimento do Bolsa Família, era de 64,80%, em 2014, e 66,55%, em
2017. Por fim, a proporção de pessoas vulneráveis à pobreza (com renda familiar per capita mensal
inferior a R$ 255.00), também inscritas no cadastro, após o recebimento do Bolsa Família, era de
72,51%, em 2014, e 85,70%, em 2017. Veja o gráfico a seguir:

Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais, ou seja, o percentual
dessa população que era economicamente ativa no município, passou de 62,61% para 63,11%. Ao
mesmo tempo, a taxa de desocupação nessa faixa etária, isto é, o percentual da população
economicamente ativa que estava desocupada, passou de 14,32% para 8,40%. No município, o grau

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de formalização entre a população ocupada de 18 anos ou mais de idade passou de 39,41%, em


2000, para 44,30%, em 2010.

Sobre as condições de habitação da população, entre os anos de 2013 e 2017, houve


crescimento no percentual da população residente em domicílios com abastecimento de água,
abarcando, em 2017, 99,55%. Em relação ao acesso à rede de esgotamento sanitário, nota-se que
houve redução entre 2013 e 2017, com o serviço sendo disponibilizado para 26,09% da população
em 2017. No percentual da população em domicílios com coleta de resíduos sólidos, destaca-se que
não houve alteração no período, alcançando 100,00% da população em 2017.

A vasta maioria da população cratense, 83,11%, mora na zona urbana. A maior parte dos
moradores urbanos dispõe de serviços de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo. Outros
serviços largamente disponíveis na cidade são transporte público, serviço telefônico, internet,
correios e telégrafos, serviços bancários, hospitais e educação pública e privada do fundamental ao
nível superior.

Crato enfrenta problemas de ordem ambiental, em decorrência da ocupação desordenada


nos bairros mais altos da cidade, a exemplo no Parque Granjeiro, onde se verifica uma explosão
imobiliária ao longo do leito do Rio Granjeiro, que atravessa o centro da cidade, na área mais baixa.
Tal ocupação ocasionou o assoreamento e a destruição da mata ciliar do rio, o que veio a causar,
nos últimos anos, violentas inundações durante a quadra invernosa (muito intensa em Crato nos
meses de janeiro a abril).

A economia local é baseada na agricultura de feijão, milho, mandioca, arroz, monocultura


de algodão, cana-de-açúcar, castanha de caju, hortaliças, banana, abacate e diversas frutas. Na
pecuária extensiva destaca-se criação de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e de aves. O extrativismo
vegetal também estimula a economia local com a extração de madeiras diversas para lenha e

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construção de cercas, uso em padarias e fabricação de carvão vegetal; atividades com babaçu,
oiticica e carnaúba. O artesanato, também é uma outra fonte de renda, de redes e bordados é
bastante difundido no município. Já a piscicultura desenvolve-se nos córregos e açudes.

A mineração gera fonte de renda através da extração de rochas ornamentais, rochas para
cantaria, brita, fachadas e usos diversos na construção civil. Bem com a extração da areia, argila
(utilizada no fabrico de telhas e tijolos) e de rocha calcária (calcinada para obtenção de cal e gipsita).
Registram-se ainda nas terras do Crato a ocorrência de gipsita, utilizado na fabricação de cimento
Portland, gesso e na correção de solos salinos, e chumbo. No parque industrial do Crato localizam-
se 95 indústrias.

A cidade do Crato tem expressiva importância econômica regional. Destaca-se na tradicional


função de comercialização de produtos rurais, provenientes do desenvolvimento da agricultura no
sopé dos vales irrigados da região do Cariri. Nessa área, destaca-se a famosa Expocrato, feira
agropecuária que inclui também shows com bandas e cantores famosos e da qual participam cerca
de 500 mil pessoas todos os anos incluindo milhares de visitantes de fora da cidade, em todo mês
de julho. A cidade também comercializa produtos industriais, tais como (alumínio, calçados,
cerâmica e aguardente), para os demais centros urbanos do Ceará.

A cidade conta com várias agências bancárias e, conforme o IBGE, o PIB da cidade era de
R$846,429 milhões de reais em 2010, o que lhe valia um PIB per capita relativamente baixo de
R$6.968,67. A principal atividade econômica da cidade é o setor de comércio, cerâmica vermelha e
serviços, que, segundo dados de 2002, é responsável por 68,8% do PIB municipal. Ainda pelos
mesmos dados, a indústria responde por 27,6% do PIB e o setor agropecuário, embora bastante
destacado na cidade graças à famosa feira agropecuária da Expocrato, é responsável por apenas
3,6%. Em 2005 o PIB de Crato foi R$116.122.000 maior que no ano anterior, totalizando o valor de
R$ 459 764 000. O setor de comércio e serviços continua a ser o maior empregador da cidade, a
verificar-se a presença de lojas de rede regional e nacional.

Uma parcela significativa da população dedica-se à prestação de serviços.

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7. GEOGRAFIA DE CRATO
Um fator importante de influência do núcleo urbano do Crato está ligado a seu aspecto
fisiográfico, representando exceção diante da paisagem do sertão do Ceará e estados vizinhos. Crato
conta com mais de 70 fontes de água natural, que descem da chapada do Araripe e percorrem todo
o vale do Cariri e muitos clubes recreativos nos distritos próximos à cidade pertencentes ao
Município.

As principais fontes de água fazem parte da bacia do Alto Jaguaribe e rio Salgado, sendo seus
afluentes os rios: Carás e das Batateiras; riachos: Correntinho, Carão, dos Carneiros, São José e
outros tantos. Existem ainda diversos açudes, sendo os de maior porte o Açude dos Gonçalves e o
Açude Tomaz Osterne.

O clima de Crato é o Tropical Quente Semi-árido Brando e Tropical Quente Sub-úmido. A


temperatura média anual está entre 24° a 26°. O período chuvoso vai de janeiro a maio, com uma
pluviosidade média de 1090,9 mm.

O relevo de Crato está predominantemente inserido na Chapada do Araripe e Depressões


Sertanejas. Seus solos são: solos aluviais, solos litólicos, latossolo vermelho-amarelo, podzólico
vermelho-amarelo, terra roxa estruturada similar.

A vegetação de Crato é predominantemente: Carrasco, Floresta Caducifólia Espinhosa,


Floresta Subcaducifólia Tropical Pluvial, Floresta Subperenifólia Tropical PluvioNebular, Floresta
Subcaducifólia Tropical Xeromorfa.

Dada a variedade de paisagens, a cidade do Crato possui grande biodiversidade, que está
relativamente bem preservada graças à Floresta Nacional do Araripe, que foi a primeira floresta
nacional estabelecida no Brasil, em 1946, e abrange parte do território de Santana do Cariri, Crato,
Barbalha e Jardim, totalizando 39.262,326 hectares. Por sua riqueza biológica, o Crato é um dos
locais mais importantes para a preservação do degradado patrimônio ecológico no Ceará e para a
preservação dos resquícios de mata atlântica, vegetação que quase desapareceu em todo o
Nordeste.

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O gráfico acima mostra que no município do Crato, no ano de 2017, a porcentagem de


cobertura vegetal por flora nativa era de 82,39% de seu território. Já a concentração de focos de
calor, ou seja, a participação do município no total de queimadas no Brasil, neste mesmo ano era de
0,10 por mil.

Nos aspectos da geografia urbana, atualmente a cidade continua a crescer do ponto de vista
espacial e econômico, principalmente ao longo da saída para Juazeiro do Norte, Pernambuco e nos
patamares da Chapada do Araripe, ou seja, em direção aos bairros do Lameiro e Grangeiro.

A partir de levantamentos aerofotogramétricos da expansão urbana da cidade do Crato,


pôde-se perceber que houve um acentuado processo de crescimento do tecido urbano,
caracterizada por extrema fragmentação espacial, onde se visualiza a ocorrência de segregação
social em virtude do aparecimento de bairros de classe média e alta nas áreas mais bem dotadas de
infraestrutura e a presença de bairros pobres com péssimas condições de habitabilidade.

No bairro Pimenta, tipicamente de classe média e alta, começam a surgir duas saídas em
direção ao Lameiro e Grangeiro, responsáveis pelo surgimento de vivendas e chácaras habitadas e
construídas por pessoas do Crato e cidades vizinhas, umas para fins de semana e outras para
segunda residência.

A construção do Terminal Rodoviário, da Avenida Perimetral Leste, do Estádio Mirandão, do


Terminal da Petrobrás, de conjuntos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal e do
Distrito Industrial do Muriti provocou o crescimento da cidade dando origem a novos bairros. Com
a expansão de loteamentos, empreendidos por várias imobiliárias com fins especulativos, sem
nenhuma normatização quanto ao uso e parcelamento do solo urbano, surgiram novos espaços

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construídos como o Jardim Novo Horizonte, Planalto Crato e Loteamento Vilalta, contribuindo, desta
forma, para o não ordenamento do espaço da cidade, além de ser responsável por intensos
processos de desmatamento.

Outro fato que agravou a organização do espaço da cidade foi o surgimento de várias
ocupações responsáveis pelas favelas provenientes, principalmente, da migração intraurbana e do
êxodo rural. Na cidade existiam, em 1995, 12 favelas com situação precária em equipamentos
urbanos, destacando-se as favelas Caveirinha, Pantanal, Baixada Fluminense e o Buraco da Gia
(OLIVEIRA; ABREU, 2010).

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8. ORIENTAÇÕES DE ESTUDOS (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR

8.1. O MUNICÍPIO DE CRATO

✓ Crato é um município que integra a Região Metropolitana do Cariri, no Ceará.


✓ Sua população estima em 2020 é de 133.031 habitantes, distribuídos em 1.138,150 km² de
área.
✓ A densidade demográfica do município é de 103,21 habitantes por km².
✓ Quem mora em Crato é chamado de cratense.
✓ Seus limites são: Norte - Caririaçu, Farias Brito; Sul - Estado de Pernambuco, Barbalha; Leste -
Barbalha, Juazeiro do Norte, Caririaçu; Oeste - Nova Olinda, Santana do Cariri, Estado de
Pernambuco.
✓ Crato faz divisa com o estado de Pernambuco, constituindo também um entroncamento
rodoviário que a interliga ao Piauí, Paraíba e Pernambuco, além da capital do Ceará, Fortaleza.

8.2. OCUPAÇÃO E FORMAÇÃO DO CRAJUBAR E DA RMC

✓ CRAJUBAR é a denominação do aglomerado urbano em processo de conurbação entre os


municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.
✓ A Região Metropolitana do Cariri (RMC) foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 78,
sancionada em 29 de junho de 2009.
✓ Somando-se aos municípios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, foram incluídos os
municípios limítrofes de Caririaçu, Farias Brito, Jardim, Missão Velha, Nova Olinda, Santana
do Cariri.
✓ O aglomerado urbano que se formou no extremo sul do território cearense começou a ganhar
expressão regional na década de 1960.
✓ O CRAJUBAR representa a segunda maior aglomeração urbana do Ceará.

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✓ A história da colonização na região teve início no séc. XVIII, através de colonos originários do
litoral e que subiram sucessivamente os rios Jaguaribe e Salgado.
✓ O processo de ocupação e exploração econômica da região teve início por volta de 1740, mais
precisamente a partir da antiga “Missão do Miranda”, hoje cidade do Crato.

8.3. HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE CRATO

✓ A povoação da região ocorreu após a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro.


✓ O frade capuchinho Carlos Maria de Ferrara organizou o aldeamento de silvícolas na região,
dando o nome de "Missão do Miranda". A missão prosperou devido à fertilidade do solo e
abundância de água.
✓ Missão do Miranda foi uma homenagem a um dos chefes da tribo batizado com esse nome.
Mais tarde, também aparecem as denominações "Miranda" e "Cariris Novos".
✓ Em março de 1762 foi criada a Paróquia, na aldeia do Miranda, sob a invocação de Nossa
Senhora da Penha.
✓ A elevação da missão a povoação ocorreu com a criação da Vila Real do Crato em 21 de junho
de 1764, quando Manuel Carneiro da Cunha e Manuel Rodrigues Ariosto requereram posse
das terras.
✓ A unidade territorial da Vila Real do Crato compreendia todos os atuais municípios da “Região
Metropolitana do Cariri”.
✓ Foi a única localidade cearense que aderiu ao movimento libertador de Pernambuco em 1817.
✓ Crato já foi um país por 8 dias. Quando o diácono José Martiniano "proclama" a República de
Crato no púlpito da matriz da cidade em 3 de maio de 1817, sendo a monarquia restaurada
no dia 11 do mesmo mês.
✓ Em 1824, quando eclode em Pernambuco a Confederação do Equador, Tristão Gonçalves de
Alencar Araripe adere ao movimento e é aclamado Presidente da Província do Ceará.
✓ Crato foi palco de confrontos da Sedição de Juazeiro, em 1914. Foi um confronto ocorrido em
1914 entre as oligarquias cearense e o Governo Federal, envolvendo padre Cícero.
✓ Crato ligou-se a Fortaleza através da Estrada de Ferro de Baturité, em 1926.
✓ Crato foi um dos locais onde se instalou os Campos de Concentração no Ceará (um dos
maiores), durante a seca de 1932.

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✓ Crato também foi palco dos conflitos da irmandade da Santa Cruz do Deserto, no Caldeirão
de Santa Cruz.
✓ Caldeirão de Santa Cruz do Deserto é uma das várias manifestações camponesas que deram
origem a formas de organização social comunitária e religiosa, classificadas como
messiânicas.
✓ O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto foi acusado de ser uma comunidade perigosa à ordem
imposta formada por pessoas sujas, possíveis ladrões, adeptas do comunismo. Houve um
massacre. Foi a primeira vez que o Brasil usou aviões em combate.

8.4. FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO DE CRATO

✓ 1768 – Criado o distrito com a denominação de Vila Real do Crato.


✓ 1853 – Elevado à condição de cidade.
✓ Em divisão territorial datada de 1995, o município é Constituído de 10 distritos: Crato, Baixio
das Palmeiras, Belmonte, Campo Alegre, Dom Quintino, Monte Alverne, Bela Vista, Ponta
Serra, Santa Fé e Santa Rosa. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

8.5. IDH DE CRATO

✓ O IDH de Crato era 0,713, em 2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento
Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799).
✓ A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de
0,822, seguida de Educação, com índice de 0,673, e de Renda, com índice de 0,655.
✓ Em 2010, o IDHM do município - Crato - ocupava a 1514ª posição entre os 5.565 municípios
brasileiros e a 3ª posição entre os municípios de seu estado.

8.6. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DE CRATO

✓ De acordo com as estimativas de 2017 do IBGE, a população do município de Crato era de


130.604 pessoas, sendo composta, em sua maioria, por mulheres e negros.
✓ A esperança de vida ao nascer é de 74,30 anos, em 2010.
✓ A taxa de mortalidade infantil é 16,48 por mil nascidos vivos em 2010.

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✓ A proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola era de 97,56%, em 2010.


✓ A proporção de crianças de 11 a 13 anos, frequentando os anos finais do ensino fundamental,
era de 86,59%.
✓ A proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo era de 60,49%.
✓ A proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo era de 48,25%.
✓ Em 2010, considerando-se a população de 25 anos ou mais de idade no município - Crato,
19,29% eram analfabetos, 51,30% tinham o ensino fundamental completo, 37,44% possuíam
o ensino médio completo e 10,83%, o superior completo.
✓ Os valores da renda per capita mensal eram de R$ 470,46, em 2010.
✓ O índice de Gini no município passou de 0,64, em 2000, para 0,57, em 2010, indicando,
portanto, continuidade na desigualdade de renda.
✓ Sobre as condições de habitação da população: abastecimento de água – 99,55%; acesso à
rede de esgotamento sanitário – 26,09%; coleta de resíduos sólidos – 100,00% da população
em 2017.
✓ A economia local é baseada na agricultura de feijão, milho, mandioca, arroz, monocultura de
algodão, cana-de-açúcar, castanha de caju, hortaliças, banana, abacate e diversas frutas.
✓ Na pecuária extensiva destaca-se criação de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e de aves.
✓ O extrativismo vegetal também estimula a economia local com a extração de madeiras
diversas para lenha e construção de cercas, uso em padarias e fabricação de carvão vegetal;
atividades com babaçu, oiticica e carnaúba.
✓ O artesanato, também é uma outra fonte de renda, de redes e bordados é bastante difundido
no município.
✓ Já a piscicultura desenvolve-se nos córregos e açudes.
✓ A mineração gera fonte de renda através da extração de rochas ornamentais, rochas para
cantaria, brita, fachadas e usos diversos na construção civil.
✓ Extração da areia, argila (utilizada no fabrico de telhas e tijolos) e de rocha calcária (calcinada
para obtenção de cal e gipsita).
✓ Registram-se ainda nas terras do Crato a ocorrência de gipsita, utilizado na fabricação de
cimento Portland, gesso e na correção de solos salinos, e chumbo.
✓ No parque industrial do Crato localizam-se 95 indústrias.

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8.7. GEOGRAFIA DE CRATO

✓ Crato conta com mais de 70 fontes de água natural.


✓ As principais fontes de água fazem parte da bacia do Alto Jaguaribe e rio Salgado.
✓ O clima de Crato é o Tropical Quente Semi-árido Brando e Tropical Quente Sub-úmido.
✓ A temperatura média anual está entre 24° a 26°.
✓ O período chuvoso vai de janeiro a maio, com uma pluviosidade média de 1090,9 mm.
✓ O relevo de Crato está predominantemente inserido na Chapada do Araripe e Depressões
Sertanejas.
==11cccd==

✓ A vegetação de Crato é predominantemente: Carrasco, Floresta Caducifólia Espinhosa,


Floresta Subcaducifólia Tropical Pluvial, Floresta Subperenifólia Tropical PluvioNebular,
Floresta Subcaducifólia Tropical Xeromorfa.
✓ Dada a variedade de paisagens, a cidade do Crato possui grande biodiversidade, que está
relativamente bem preservada graças à Floresta Nacional do Araripe, a primeira floresta
nacional estabelecida no Brasil, em 1946, e abrange parte do território de Santana do Cariri,
Crato, Barbalha e Jardim, totalizando 39.262,326 hectares.

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9. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

QUESTIONÁRIO - SOMENTE PERGUNTAS

1) Identifique qual foi a primeira ocupação colonizadora na região do Cariri.


2) Qual o significado do nome Crato?
3) O que é o CRAJUBAR?
4) Quais são os municípios da Região Metropolitana do Cariri?
5) Qual a importância da Crato na formação da RMC?
6) Explique os fatos que ocorreram na ocasião em que Crato se tornou uma república.
7) Qual foi a participação de Crato na Confederação do Equador?
8) Descreva o que ocorreu em Crato no momento da abdicação de D. Pedro I.
9) Qual o envolvimento do Crato no episódio conhecido como Sedição de Juazeiro?
10) Explique em poucas palavras o que ocorreu no Caldeirão de Santa Cruz.
11) O que foram os Currais do Governo?
12) Identifique qual é o IDH do Crato.
13) Em relação à concentração populacional do Crato, o que é possível afirmar?
14) Indique os principais aspectos econômicos do Crato.
15) Em relação à educação do Crato, apresente os principais dados.
16) Descreva os principais aspectos da geografia física de Crato

QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Identifique qual foi a primeira ocupação colonizadora na região do Cariri.


Com a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro, os portugueses e outros brasileiros
puderam adentrar e explorar melhor a terra do Siará Grande. Mas o Cariri não foi povoado
inicialmente por gente vinda de leste ou do sul, mas simplesmente por colonizadores que

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subiram sucessivamente os rios Jaguaribe e Salgado. Estes primeiros habitantes brancos do


Cariri eram originários do litoral, entre Pernambuco (inclusive Alagoas) e o Ceará, ou então do
baixo São Francisco, salvo raras exceções. Só depois da deserção dos índios rebelados, foi
possível o início do povoamento do Cariri e de povoamento da bacia das Piranhas e das regiões
devastadas do Açú e do médio Jaguaribe.
2) Qual o significado do nome Crato?
O topônimo Crato vem do latim curatus, que significa padre ou designação de lugares com
condições de tornar-se paróquia, podendo ser uma alusão a vila portuguesa de Crato, no
Distrito de Portalegre, na região Alentejo e sub-região do Alto Alentejo; ou a Curato de São
Fidélis de Sigmaringa, que se corrompeu depois para Curato de São Fidélis, Curato, Crato.
Sua denominação original era Missão do Miranda, depois Missão dos Cariris Novos, Aldeia do
Brejo Grande e Vila Real do Crato e, desde 1842, Crato.
3) O que é o CRAJUBAR?
CRAJUBAR é o nome que surgiu a partir do aglomerado urbano em processo de conurbação
entre os municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, chamada triângulo CRA-JU-BAR.
4) Quais são os municípios da Região Metropolitana do Cariri?
Somando-se aos municípios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, foram incluídos os
municípios limítrofes de Caririaçu, Farias Brito, Jardim, Missão Velha, Nova Olinda, Santana do
Cariri.
5) Qual a importância da Crato na formação da RMC?
O processo de ocupação e exploração econômica da região teve início por volta de 1740, mais
precisamente a partir da antiga “Missão do Miranda”, hoje cidade do Crato. O destaque da
cidade do Crato se deu porque desde o final do Século XVIII despontava como a mais populosa
e o centro mais importante do Vale, recebendo a denominação de “pérola do Cariri”. Crato
exercia forte atração em meio à imensidão do sertão nordestino. Não por acaso, essa região se
tornou o paradeiro e refúgio de legiões de homens e mulheres que ao longo de dois séculos e
meio promoveram o maior aglomerado urbano do Estado e do Nordeste, excetuando-se
aqueles situados na costa.
6) Explique os fatos que ocorreram na ocasião em que Crato se tornou uma república.
No século XIX, já habitavam na vila do Crato famílias que enviavam seus filhos para estudar em
Recife, capital da província de Pernambuco. Foi por lá que muitos entraram em contato com
os ideais de independência e adoção do regime republicano no país.
O diácono José Martiniano de Alencar e seu irmão Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, frei
Francisco de Santana, Pessoa e Inácio Tavares Gondim, prestigiados por Bárbara de Alencar,
rica fazendeira e mãe dos dois primeiros, sublevaram a população do Crato e proclamaram a
República. Repercutindo os ideais da Revolução Pernambucana de 1817, o diácono José
Martiniano "proclama" a independência do Brasil no púlpito da matriz da cidade em 3 de maio
de 1817. Com isso, a cidade do Crato foi considerada um país por 8 dias, restaurando-se o
governo monárquico no dia 11 do mesmo mês.

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O proprietário Leandro Bezerra Monteiro, o mais importante proprietário rural do Cariri,


católico e monarquista, pôs fim ao intento republicano. Abortado o movimento, presos os
chefes, escoltados e algemados, foram levados para a sede do Governo. Dona Bárbara de
Alencar conseguiu escapar em companhia do vigário Manuel Carlos, sendo presos no termo do
Rio do Peixe, na Paraíba. Os membros da família Alencar e seus companheiros, em número de
25, foram enviados para Pernambuco, onde chegam a 27 de julho de 1818. Transferidos para
a Bahia, deram entrada no presídio a 9 de outubro do mesmo ano. Finalmente, julgado nulo o
processo, em agosto de 1821 foram postos em liberdade. Dona Bárbara fora solta em 1820 por
ter sido incluída no perdão de 6 de fevereiro de 1819.
7) Qual foi a participação de Crato na Confederação do Equador?
Em 1824 eclode em Pernambuco a Confederação do Equador. Mais uma vez Tristão Gonçalves
de Alencar Araripe adere ao movimento e é aclamado pelos rebeldes Presidente da Província
do Ceará. Em 31 de outubro de 1825 morre em combate com forças contrárias ao movimento.
Após tais acontecimentos, em Crato, assim como no Cariri, muitos se dividem entre
monarquistas e republicanos. Entre os primeiros estavam Joaquim Pinto Madeira e Leonardo
José Douétts, chefes políticos das Vilas de Jardim e Umari, respectivamente, e Capitães de
Ordenança que prenderam os revolucionários, entre eles Tristão Gonçalves de Alencar Araripe.
8) Descreva o que ocorreu em Crato no momento da abdicação de D. Pedro I.
Joaquim Pinto Madeira, revoltando-se contra a ordem estabelecida com a abdicação de D.
Pedro I, no dia 27 de dezembro de 1831, marcha com os revoltosos para atacar a vila do Crato,
travando nesse dia sangrento combate no lugar denominado Buriti. Destroçadas as Forças que
marcharam ao encontro de Pinto Madeira, ocupou este a vila no dia seguinte. Depois de vários
combates sangrentos, Pinto Madeira rendeu-se com cerca de mil rebeldes, no dia 13 de
outubro, ao general Labatut. Preso e condenado à pena de morte, primeiramente na forca,
sentença posteriormente comutada para fuzilamento, em face do réu ter alegado sua patente
militar de coronel. Foi fuzilado na manhã de 28 de novembro de 1834.
9) Qual o envolvimento do Crato no episódio conhecido como Sedição de Juazeiro?
A Revolta ou Sedição de Juazeiro foi um confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias
cearense (fortemente concentradas no Cariri) e o Governo Federal provocado pela
interferência do poder central na política estadual nas primeiras décadas do século XX.
A eleição do coronel Franco Rabelo para presidente do Ceará em meados do ano de 1912 fez
ruir as bases do pacto de 1911, firmado no Cariri. Ciente dos laços que ligavam os coronéis da
região ao antigo líder da oligarquia Acióli, Rabelo iniciou uma campanha de desestabilização
da política oposicionista no Ceará. Com o pretexto de acabar com o banditismo representado
pelo fenômeno do cangaceirismo no Nordeste, enviou para o Crato 200 homens da Polícia
Estadual.
Seguindo ordens do presidente eleito, os policiais estacionados no Crato prenderam alguns
jagunços acusados de banditismo, todos ligados a coronéis de oposição ao político de farda.
Além disso, Franco Rabelo entrou em confronto direto com Padre Cícero ao destituir homens
de sua confiança de cargos públicos e acusá-lo de abrigar bandidos em Juazeiro.

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No dia 12 dezembro de 1913 reuniu-se em Juazeiro uma assembleia dissidente composta por
deputados oposicionistas, e declarou-se a ilegalidade do governo de Franco Rabelo. Nomeou-
se nessa ocasião um governo paralelo, tendo Floro Bartolomeu como presidente provisório.
A resposta de Rabelo foi rápida. No dia 15 de dezembro, as tropas estaduais estacionadas no
Crato, sob o comando do coronel Ladislau Lourenço, deram início às operações de invasão a
Juazeiro. Apesar das dificuldades, o moral da tropa que entoava cânticos em louvor de Padre
Cícero conseguiu resistir e contra-atacar. Graças a essa ofensiva, no dia 24 de janeiro de 1914
Crato foi ocupada por homens comandados por Bartolomeu. Em marcha a pé e via estrada de
ferro, os sediciosos de Juazeiro, tal como eram denominados, ocuparam Miguel Calmon,
Senador Pompeu, Quixeramobim até marchar sobre Fortaleza, a 19 de março de 1914.
10) Explique em poucas palavras o que ocorreu no Caldeirão de Santa Cruz.
O episódio ocorreu em volta do beato José Lourenço Gomes da Silva, que vem morar no
município do Crato e, com o aval de Padre Cícero, funda a irmandade da Santa Cruz do Deserto.
A primeira base desta comunidade localizava-se no Sítio Baixa Dantas. Em 1926 a irmandade
sai deste sítio e vai para o Caldeirão dos Jesuítas. O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto: um
experimento sociorreligioso que incomodou as principais forças regionais da época, teve o seu
fim em 1937 e entrou para a História do Ceará como um massacre no qual, pela primeira vez
História do Brasil, aviões foram usados como objetos de arma
11) O que foram os Currais do Governo?
Durante a seca de 1932, o Crato foi um dos locais onde se instalou pelo governo estadual um
dos Campos de Concentração no Ceará ou mais conhecido como os Currais do Governo. Os
flagelados da seca que procuravam a ajuda do padre Cícero foram então alojados no sítio da
localidade de Buriti. O campo de concentração do Crato foi um episódio marcante na História
do Ceará. A ideia de "concentrar" os retirantes foi se consolidando, como também o projeto
de modernização e embelezamento das cidades, acompanhado ainda da popularização da
ideia do darwinismo social, que à época ajudava a justificar ideologicamente o domínio de uma
"raça" sobre outra.
12) Identifique qual é o IDH do Crato.
O IDH de Crato era 0,713, em 2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento
Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799). A dimensão que mais contribui para o IDHM do
município é Longevidade, com índice de 0,822, seguida de Educação, com índice de 0,673, e de
Renda, com índice de 0,655. Em 2010, o IDHM do município - Crato - ocupava a 1514ª posição
entre os 5.565 municípios brasileiros e a 3ª posição entre os municípios de seu estado.
13) Em relação à concentração populacional do Crato, o que é possível afirmar?
A cidade continua a crescer do ponto de vista espacial e econômico, principalmente ao longo
da saída para Juazeiro do Norte, Pernambuco e nos patamares da Chapada do Araripe, ou seja,
em direção aos bairros do Lameiro e Grangeiro. A partir de levantamentos aerofotogramétricos
da expansão urbana da cidade do Crato, pôde-se perceber que houve um acentuado processo
de crescimento do tecido urbano, caracterizada por extrema fragmentação espacial, onde se
visualiza a ocorrência de segregação social em virtude do aparecimento de bairros de classe
média e alta nas áreas mais bem dotadas de infraestrutura e a presença de bairros pobres com

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péssimas condições de habitabilidade. No bairro Pimenta, tipicamente de classe média e alta,


começam a surgir duas saídas em direção ao Lameiro e Grangeiro, responsáveis pelo
surgimento de vivendas e chácaras habitadas e construídas por pessoas do Crato e cidades
vizinhas, umas para fins de semana e outras para segunda residência. A construção do Terminal
Rodoviário, da Avenida Perimetral Leste, do Estádio Mirandão, do Terminal da Petrobrás, de
conjuntos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal e do Distrito Industrial do
Muriti provocou o crescimento da cidade dando origem a novos bairros. Com a expansão de
loteamentos, empreendidos por várias imobiliárias com fins especulativos, sem nenhuma
normatização quanto ao uso e parcelamento do solo urbano, surgiram novos espaços
construídos como o Jardim Novo Horizonte, Planalto Crato e Loteamento Vilalta, contribuindo,
desta forma, para o não ordenamento do espaço da cidade, além de ser responsável por
intensos processos de desmatamento. Outro fato que agravou a organização do espaço da
cidade foi o surgimento de várias ocupações responsáveis pelas favelas provenientes,
principalmente, da migração intraurbana e do êxodo rural. Na cidade existiam, em 1995, 12
favelas com situação precária em equipamentos urbanos, destacando-se as favelas Caveirinha,
Pantanal, Baixada Fluminense e o Buraco da Gia
14) Indique os principais aspectos econômicos do Crato.
A economia local é baseada na agricultura de feijão, milho, mandioca, arroz, monocultura de
algodão, cana-de-açúcar, castanha de caju, hortaliças, banana, abacate e diversas frutas. Na
pecuária extensiva destaca-se criação de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e de aves. O
extrativismo vegetal também estimula a economia local com a extração de madeiras diversas
para lenha e construção de cercas, uso em padarias e fabricação de carvão vegetal; atividades
com babaçu, oiticica e carnaúba. O artesanato, também é uma outra fonte de renda, de redes
e bordados é bastante difundido no município. Já a piscicultura desenvolve-se nos córregos e
açudes. A mineração gera fonte de renda através da extração de rochas ornamentais, rochas
para cantaria, brita, fachadas e usos diversos na construção civil. Bem com a extração da areia,
argila (utilizada no fabrico de telhas e tijolos) e de rocha calcária (calcinada para obtenção de
cal e gipsita). Registram-se ainda nas terras do Crato a ocorrência de gipsita, utilizado na
fabricação de cimento Portland, gesso e na correção de solos salinos, e chumbo. No parque
industrial do Crato localizam-se 95 indústrias.
15) Em relação à educação do Crato, apresente os principais dados.
No município, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola era de 97,56%, em 2010. No
mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos, frequentando os anos finais do ensino
fundamental, era de 86,59%. A proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental
completo era de 60,49%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo
era de 48,25%.
Em 2000, 72,50% da população de 6 a 17 anos estavam cursando o ensino básico regular com
menos de dois anos de defasagem idade-série. Em 2010, esse percentual era de 85,83%.
A taxa de distorção idade-série no ensino médio no município era de 29,80%, em 2016, e
passou para 28,80%, em 2017. Por sua vez, a taxa de evasão no fundamental foi de 2,80%, em

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2013, para 3,00%, em 2014. A taxa de evasão no ensino médio foi de 9,40%, em 2013, e, em
2014, de 10,60%.
Outro indicador que compõe o IDHM Educação e mede a escolaridade da população adulta é
o percentual da população de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo. Esse
indicador reflete defasagens das gerações mais antigas, de menor escolaridade. Entre 2000 e
2010, esse percentual passou de 38,65% para 56,82, no município, e de 29,34% para 48,83%,
na UF.
Em 2010, considerando-se a população de 25 anos ou mais de idade no município - Crato,
19,29% eram analfabetos, 51,30% tinham o ensino fundamental completo, 37,44% possuíam
o ensino médio completo e 10,83%, o superior completo.
16) Descreva os principais aspectos da geografia física de Crato.
As principais fontes de água fazem parte da bacia do Alto Jaguaribe e rio Salgado, sendo seus
afluentes os rios: Carás e das Batateiras; riachos: Correntinho, Carão, dos Carneiros, São José e
outros tantos. Existem ainda diversos açudes, sendo os de maior porte o Açude dos Gonçalves
e o Açude Tomaz Osterne.
O clima de Crato é o Tropical Quente Semi-árido Brando e Tropical Quente Sub-úmido. A
temperatura média anual está entre 24° a 26°. O período chuvoso vai de janeiro a maio, com
uma pluviosidade média de 1090,9 mm.
O relevo de Crato está predominantemente inserido na Chapada do Araripe e Depressões
Sertanejas. Seus solos são: solos aluviais, solos litólicos, latossolo vermelho-amarelo, podzólico
vermelho-amarelo, terra roxa estruturada similar.
A vegetação de Crato é predominantemente: Carrasco, Floresta Caducifólia Espinhosa, Floresta
Subcaducifólia Tropical Pluvial, Floresta Subperenifólia Tropical PluvioNebular, Floresta
Subcaducifólia Tropical Xeromorfa.
Dada a variedade de paisagens, a cidade do Crato possui grande biodiversidade, que está
relativamente bem preservada graças à Floresta Nacional do Araripe, que foi a primeira floresta
nacional estabelecida no Brasil, em 1946, e abrange parte do território de Santana do Cariri,
Crato, Barbalha e Jardim, totalizando 39.262,326 hectares.

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10.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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49646665. Acesso em: 14 dez. 2020.

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Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. PERFIL BÁSICO MUNICIPAL: crato. Crato. 2009.
Disponível em: https://www.ipece.ce.gov.br/wp-
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CIDADES, Secretaria das. Região Metropolitana do Cariri. Disponível em:


https://www.cidades.ce.gov.br/regiao-metropolitana-do-cariri/. Acesso em: 14 dez. 2020.

CORTEZ, Ana Isabel R. P.; CORTEZ, Ana Sara R. P.; IRFFI, Guilherme. ATIVIDADES ECONÔMICAS E
TRABALHO ESCRAVO NO SUL DO CEARÁ: UMA ANÁLISE DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX.
2011. Disponível em: https://www.ipece.ce.gov.br/wp-
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CRATO, Prefeitura Municipal do. O Município. Disponível em:


https://crato.ce.gov.br/omunicipio.php. Acesso em: 14 dez. 2020

CRATO. In: ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. v. 16, p. 179-190.
Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv27295_16.pdf. Acesso em: jan.
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FGV-CPDOC; ROSA, Rogério. Sedição de Juazeiro. 2016. Atlas Histórico do Brasil. Disponível em:
https://atlas.fgv.br/verbetes/sedicao-de-juazeiro. Acesso em: 14 dez. 2020.

FIGUEIREDO, Adriana Ribeiro de; MARQUES, Simonne Lisboa. O CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO
DESERTO SOB A PERSPECTIVA DA IMPRENSA CEARENSE. 2013. XXVII Simpósio Nacional de História
- ANPUH. Disponível em:
http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1363536753_ARQUIVO_OCaldeiraodeSantaC
ruzdoDesertosobaperspectivadaimprensacearense.pdf. Acesso em: 14 dez. 2020.

GOMES, Antônio Máspoli de Araújo. A destruição da terra sem males: o conflito religioso do
caldeirão de santa cruz do deserto. o conflito religioso do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto. 2009.
REVISTA USP, São Paulo, n.82, p. 54-67, junho/agosto 2009. Disponível em:
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:0r2ga6cN9KgJ:https://www.revistas.us

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p.br/revusp/article/download/13750/15568/16726+&cd=1&hl=en&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 14


dez. 2020.

IBGE. Crato. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/ceara/crato.pdf.


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OLIVEIRA, João César Abreu; ABREU, Roberto Cruz. RESGATANDO A HISTÓRIA DE UMA CIDADE
MÉDIA: CRATO CAPITAL DA CULTURA. 2010. Revista Historiar, ano II, n. I (2010). Disponível em:
http://www.uvanet.br/hist/janjun2010/16_resgatando_historia.pdf. Acesso em: 14 dez. 2020.

PAÍS, El. Quando a seca criou os ‘campos de concentração’ no sertão do Ceará. 2019. Disponível
em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/08/politica/1546980554_464677.html. Acesso em: 14
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POMPEU SOBRINHO, Th.. O POVOAMENTO DO CARIRI CEARENSE. [1956]. REVISTA DA ACADEMIA


CEARENSE DE LETRAS. Disponível em:
http://www.academiacearensedeletras.org.br/revista/revistas/1956/ACL_1956_32_O_Povoament
o_do_Cariri_Cearense_Th_Pompeu_Sobrinho.pdf. Acesso em: 14 dez. 2020.

QUEIROZ, Ivan da Silva; CUNHA, Maria Soares da. CONDICIONANTES SÓCIOAMBIENTAIS E


CULTURAIS DA FORMAÇÃO DO CRAJUBAR, AGLOMERADO URBANOREGIONAL DO CARIRI
CEARENSE. 2014. Revista de Geografia (UFPE) V. 31, No. 3, 2014. Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistageografia/issue/view/3. Acesso em: 14 dez. 2020.

WIKIPÉDIA. Wikipédia. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal. Acesso em: 14 dez. 2020.

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Sergio
Prof. SérgioHenrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Aspectos históricos, geográficos, econômicos e sociais do Município de Crato.
1166541

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcançá-los.
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”. Encontro
você encontro na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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