Você está na página 1de 19

Projecto de Estruturas e Fundações

2017/18

Fundações Superficiais

Cálculo Estrutural

Paulo Lopes Pinto e Fernando Marques


DEC - FCTUC

Verificações de segurança

 Punçoamento
 Flexão
 Corte em viga larga

MIEC - Mecânica Estrutural 1


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

ao
By by Df
x Dw
bx Hf

Bx

( B  b) x ( B  b) y
Sapata rígida: a0  2 H f com a0  ou a0 
2 2

Verificação da segurança ao punçoamento


(EC 2 – Art. 6.4)
Msd
Nsd
Contorno crítico a 2,0d
(ou inferior = d) da
face do pilar
H d

d – altura útil

b’x

b’y by By

bx Perímetro do contorno crítico:

Bx u1  2  bx  by   2      d

Área do contorno crítico:


Au  bx  2    d   b y  2    d   2    d   2    d       d 
2

MIEC - Mecânica Estrutural 2


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Altura da secção de controlo no caso de uma sapata de altura variável

Verificação da segurança ao punçoamento


(EC 2)
Esforço actuante de punçoamento: VEd ,red  VEd  VEd

VEd   Sd , 0  Au
O valor de cálculo da tensão média no interior do contorno crítico, sd,0 pode
ser afectado de um coeficiente minorativo para ter em atenção a incerteza no
diagrama de tensões do solo. Alternativamente, podem ser usados os

valores correspondentes aos valores de serviço (  Sd , 0  N / B x  B y ). 
Efeito da excentricidade da carga: VEd ,ef    VEd ,red
2 2
 e   ey 
  1  1,8  x     ex 
M Ed , y
ey 
M Ed , x
 b' y   b' x  VEd VEd

MIEC - Mecânica Estrutural 3


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Verificação da segurança ao punçoamento


(EC 2)
Verificação da segurança: vEd  vRd

VEd ,ef Valor mínimo garantido


vEd 
ud

0,18 2d 1 2 2d
 k  100    f ck  
13
vRd   0,035  k 3 2  f ck 
c a a

a – distância da periferia do pilar ao contorno crítico =  d


fck em MPa

Asy Asx
  y  x    0,02
Bx  d B y  d

Verificação da segurança ao punçoamento


(EC 2)

200
k  1  2,0 com d em mm
d

Situações de s para aço de armaduras


c para betão
dimensionamento de betão armado
Persistentes e transitórias 1,5 1,15

Acidentais 1,2 1,0

MIEC - Mecânica Estrutural 4


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Verificação da segurança ao punçoamento


(EC 2)

Art. 6.4.5(3) - Na vizinhança do pilar, a resistência ao punçoamento


é limitada a um máximo de:

em que:
u0 para um pilar interior u0=perímetro de controlo do pilar
 ver 6.4.3(3), (4) e (5)

; 0,5

0,6 1 (fck em MPa)


250

Verificação da segurança ao punçoamento


(Montoya et al., 2001)

a  a0
 3,5H
2

 VEd
 Ed    Rd
u1  d

MIEC - Mecânica Estrutural 5


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Verificação da segurança ao punçoamento

Pré-dimensionamento da altura útil d:

MC 90:
3
 ref   3   min    max   min 
4 4

Resultante dentro do núcleo central:


N Ed  6  ex 6  e y 
 max   1   
Bx  B y  Bx B y 

N Ed  6  ex 6  e y 
 min   1   
Bx  B y  Bx B y 

Verificação da segurança ao punçoamento

Pré-dimensionamento da altura útil d:

Alonso (1983):
 B x  bx

 4

 B y  by
d 
 4

 N sd f ck
1,44 sendo  a  0,85
 a 1,96

MIEC - Mecânica Estrutural 6


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

V
Armaduras
Ft
Modelo de escoras e tirantes Ft,y
N sd Ft,x
Se a sapata for homotética:
bx

bx bx
Na direcção de Bx :
4 4

N Ed ( Bx  bx ) Ft , x
Ft , x  Asx 
8  0,85d f syd N sd N sd
2 2

0,85d
d
Na direcção de By :



Ft,x

t N sd N sd t
N Ed ( B y  by ) Ft , y 2
Ft , y  Asy  2
8  0,85d f syd Bx /4 Bx /4

Bx

Armaduras
Modelo de escoras e tirantes
N sd
Com carregamento excêntrico: Msdy

Na direcção de Bx : bx

bx bx

R1d 
N Ed
 1  3  x  1  4  x 4 4
x1  B x 
2 4  12   x
N1d N 2d
e Ft , x
x  x Asx 
Bx f syd
0,85d
d

2
1

Ft,x
R
Ft , x  1d   x1  0,25  bx  1 R 1d R 2d 2
0,85d
x1 x2
Na direcção de By procede-se de
forma idêntica. Bx

MIEC - Mecânica Estrutural 7


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Armaduras I
Modelo de flexão
lII Asy
0,15bx
0,15by II
II
by By
Os momentos máximos bx
são calculados em duas Asx

secções de referência, I e
II, situadas a 0,15b para o lI

interior do pilar. Bx
I

l I2 MI
Bx M I   Sd  B y  Asx 
lI   0,35bx 0,85d  f syd
2 2
By l II2 M II
l II   0,35by M II   Sd  Bx  Asy 
2 2 0,85d  f syd

Existindo excentricidade, pode adoptar-se sd= ref = 3/4 = min + 3/4*(max-min)

Sapatas alongadas (L>1,5 a 2B)


B1

Asc Asl

b B

As armaduras no menor vão devem ser concentradas junto ao pilar. A área


de armadura Asc a distribuir sobre a distância B1 é dada por:

2B  B
Asc  As em que: B1  
BL a  2 H

A armadura restante Asl=As-Asc é distribuída nas faixas laterais

MIEC - Mecânica Estrutural 8


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Amarração das armaduras

Resistência ao esforço transverso


(Corte em viga larga)

(ACI 318 e Motoya et al. (2001) ) d c

b B

O esforço actuante é igual: VSd   Sd  B  c

VSd
vSd 
Bd
vSd  vRd vRd  0,6  1  1,6  d  (REBAP)

MIEC - Mecânica Estrutural 9


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Durabilidade
(EC 2)

O EC2 estabelece no Quadro 4.1 diversas classes de


exposição, de acordo com as condições ambientais
existentes. De acordo com essa tabela, a classe XC2
engloba a maioria das fundações.

Tendo em conta as classes indicadas no Quadro 4.1,


são indicadas na Quadro E1.N as classes de resistência
do betão a utilizar. Para o caso da classe XC2, a classe
de resistência do betão indicada é a C25/30 (B30).

MIEC - Mecânica Estrutural 10


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

MIEC - Mecânica Estrutural 11


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Fendilhação
(EC 2)
Quadro 7.1N – Valores máximos da largura das fendas (mm)
Elementos de betão armado e Elementos de betão pré-
elementos de betão pré- esforçado com
Classe de esforçado com armaduras armaduras não aderentes
exposição não aderentes
Combinação de acções quase Combinação de acções
permanente frequente
1

Descompressão

Nota 1: Para as classes de exposição X0 e XC1, a largura das fendas não tem influência sobre a
durabilidade e este limite é estabelecido para garantir um aspecto aceitável. Na ausência de
especificações no que respeita ao aspecto, este limite pode ser reduzido.
Nota 2: Para estas classes de exposição deve verificar-se, ainda, a descompressão para a
combinação quase-permanente de acções.

Fendilhação
(EC 2)

Quadro 7.2N - Diâmetros máximos dos varões *s para controlo da fendilhação
Tensão de serviço Diâmetro máximo dos varões (mm)
no aço (MPa)

Coeficiente parcial de segurança


(G, Q ou um valor médio)
M serviço
 serviço  M serviço 
MI
ou M serviço 
M II
0.85d  As  

MIEC - Mecânica Estrutural 12


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Fendilhação
(EC 2)

Quadro 7.3N – Espaçamento máximo entre varões para controlo da fendilhação

Tensão de serviço Espaçamento máximo entre varões (mm)


no aço (MPa)

Coeficiente parcial de segurança


(G, Q ou um valor médio)
M serviço
 serviço  M serviço 
MI
ou M serviço 
M II
0.85d  As  

Sapatas isoladas descentradas com o pilar


Quando a excentricidade tem carácter permanente, pode
descentrar-se a sapata de modo a garantir um diagrama de
tensões uniforme no terreno.
Nervura rígida

O dimensionamento deste tipo de sapatas é feito por:


- altura H: punçoamento excêntrico;
- armaduras obtidas por flexão considerando as consolas L1 e L2, as
quais não são interrompidas e devendo a armadura na direcção de L2
ser concentrada junto ao pilar.

MIEC - Mecânica Estrutural 13


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Sapatas combinadas (comuns a dois pilares)

Secção em T invertido
Secção rectangular (viga de rigidez)

Sapatas combinadas (comuns a dois pilares)


A armadura de flexão transversal (secção rectangular) é calculada
para o momento:
  N Sd 1  N Sd 2 
b
M Sd 
8
e é disposta concentradamente nas zonas centrais por baixo dos
pilares (ver figura do slide anterior), colocando-se uma armadura igual
a 20% da armadura longitudinal nas outras zonas da sapata.

A armadura de flexão transversal (secção em T invertido) é


calculada através de um modelo de escoras e tirantes com carga
vertical centrada, dispondo-se uniformemente por toda a sapata.

MIEC - Mecânica Estrutural 14


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Sapatas combinadas (comuns a dois pilares)


A armadura longitudinal de flexão é determinada considerando a sapata
como uma viga simplesmente apoiada nos pilares P1 e P2 submetida a
uma carga uniformemente distribuída do terreno igual a:

N Sd 1  N Sd 2
S 
a b
Esta armadura é disposta
uniformemente em todo o
comprimento da sapata, sendo o
seu cálculo feito com base nos
diagramas de momento flector e
esforço transverso.

A verificação ao punçoamento é efectuada separadamente para cada pilar,


conforme visto no ponto respeitante às sapatas isoladas centradas.

Sapatas contínuas por baixo de pilares

A armadura de flexão transversal e a armadura de esforço transverso


podem ser determinadas da mesma forma que é feito para as sapatas
combinadas comuns a dois pilares.

MIEC - Mecânica Estrutural 15


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Sapatas contínuas por baixo de pilares


A armadura longitudinal de flexão é obtida através dum cálculo como
viga flutuante (viga assente sobre molas).

Distribuições de tensão aproximadas:

Sapata rígida
Sapata flexível

Sapatas excêntricas – limite do terreno


 Sapata isolada
 1ª hipótese – diagrama triangular

2a

Esta solução apenas é viável


para cargas pequenas e pilares
com dimensão apreciável.

MIEC - Mecânica Estrutural 16


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Sapatas excêntricas – limite do terreno


 Sapata isolada
 2ª hipótese – diagrama uniforme

O momento correspondente à excentricidade é


equilibrado por forças horizontais (H=(N.e)/l)
actuantes ao nível do 1º piso e de atrito na base
da sapata.

O dimensionamento do pilar deve ser feito para o


valor da força vertical N e para um momento
M=N.e. Quanto à sapata, o seu dimensionamento
é feito adoptando um modelo de flexão.

Sapatas excêntricas – limite do terreno


 Sapata extrema – viga de equilíbrio

MIEC - Mecânica Estrutural 17


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Sapatas excêntricas – limite do terreno


 Sapata extrema – viga de equilíbrio

 e
R1  N 1  1  
 l
R2  N1  N 2  R1

Sapatas excêntricas – limite do terreno


 Sapata comum a pilares interiores
Neste caso o dimensionamento é feito da forma exposta para as
sapatas combinadas, comuns a dois pilares.

A verificação ao punçoamento é efectuada separadamente para cada


pilar.
A verificação ao esforço transverso é feita a partir do respectivo
diagrama, verificando-se as secções à distância d das faces do pilar.

MIEC - Mecânica Estrutural 18


Projecto de Estruturas e Fundações
2017/18

Bibliografia recomendada:
 Alonso, U. R. (1983). Exercícios de fundações. Editora Edgard Blucher Lda..
 Bowles, J. E. (1995), Foundation Analysis and Design, McGraw Hill.
 Coduto, D. P. (2001), Foundation Design: Principles and Practices, Prentice Hall.
 Eurocódido 2 – Projecto de estruturas de betão.
 Eurocódigo 7 – Projecto geotécnico.
 Fernandes, M.M. (1995). Mecânica dos Solos, Volume II, FEUP.
 Montoya, P. J.; Meseguer, A. G.; Morán, F. C. (2001). Hormigón Armado, 14ª
Edición, Editorial Gustavo Gili, Barcelona.
 Pinto, P. M. L. (2011). Apontamentos da disciplina de Fundações. DEC-FCTUC,
Coimbra.
 Pinto, P. M. L. (2004). Ensoleiramentos Gerais. DEC-FCTUC, Coimbra.
 Pinto, P. M. L.; Marques, F. E. R. (2007). Dimensionamento estrutural de
fundações superficiais. DEC-FCTUC, Coimbra.
 REBAP – Regulamento de estruturas de betão armado e pré-esforçado.
 Reese, L. C.; Isenhower, W. M.; Wang, S. T. (2006). Analysis and design of
shallow and deep foundations. John Wiley & Sons, Inc..

MIEC - Mecânica Estrutural 19

Você também pode gostar