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MAR 1981 NBR 6533

Estabelecimento de segurança aos


efeitos da corrente elétrica percorrendo
ABNT-Associação
Brasileira de
o corpo humano
Normas Técnicas

Sede:
Rio de Janeiro
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NORMATÉCNICA
Procedimento

Origem: ABNT- NB-663/1979


CB-03 - Comitê Brasileiro de Eletricidade
CE-03:064.04 - Comissão de Estudo de Segurança de Instalações Elétricas de
Baixa Tensão
NBR 6533 - Safety establishment to the effects of current passing through human
body - Procedure
Copyright © 1981, Descriptor: Electrical current
ABNT–Associação Brasileira
de Normas Técnicas Foi baseada na CEI 479/1974
Printed in Brazil/
Impresso no Brasil Palavra-chave: Corrente elétrica 5 páginas
Todos os direitos reservados

SUMÁRIO 1.2.1 Estes parâmetros devem ser cuidadosamente consi-


1 Objetivo derados e avaliados ao se determinarem as prescrições de
2 Definições segurança, por exemplo, as características de funciona-
3 Condições específicas mento dos dispositivos de proteção nas instalações elétricas.
ANEXO - Figuras
2 Definição
1 Objetivo
Para os efeitos desta Norma é adotada a definição de 2.1.
1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para o estabe-
lecimento de prescrições de segurança, do ponto de vista 2.1 Corrente de largar
da engenharia quanto aos efeitos da corrente elétrica per-
correndo o corpo humano. Valor máximo de corrente que uma pessoa pode suportar
quando estiver segurando um objeto energizado e ainda ser
capaz de largá-lo pela ação de músculos diretamente
1.2 Para evitar erros fundamentais na interpretação desta
estimulados por esta corrente.
Norma, enfatiza-se o fato de que os dados fornecidos
mostram o aspecto puramente médico dos efeitos de
correntes percorrendo o corpo humano, sendo, no entanto, 3 Condições específicas
apenas um dos aspectos a considerar. Podem ser
considerados ainda outros fatores: 3.1 Zonas tempo/corrente em corrente alternada de
50/60 Hz
a) a probabilidade de falhas;
A Figura 1 do Anexo está baseada nas seguintes condições,
consideradas normais:
b) a probabilidade de contatos com partes vivas ou
defeituosas;
a) pessoa com massa igual ou superior a 50 kg;

c) a tensão de contato presumida;


b) passagem da corrente pelo corpo, de uma mão à
outra ou de um pé a uma mão.
d) a experiência adquirida;
3.1.1 Nestas condições, nenhuma reação deve ser esperada
e) as possibilidades técnicas e econômicas. na zona 1. Na zona 2 pode produzir-se uma reação, mas
2 NBR 6533/1981

nenhum efeito patofisiológico perigoso deve ser esperado. 3.3 Efeitos de pequenas correntes em função da
A curva b que separa as zonas 2 e 3 corresponde à fórmula: freqüência

Não sendo possível atualmente estabelecer um diagrama


10
I = I1 + análogo ao definido para as freqüências 50/60Hz (corrente
t alternada), a Figura 3 do Anexo pode entretanto contribuir
para a avaliação dos riscos para freqüências diferentes.
Onde:
3.4 Resistência do corpo humano
I = corrente, em mA
3.4.1 Para o mesmo trajeto da corrente através do corpo
I1 = corrente de largar (considerada igual a 10 mA) humano, o perigo para as pessoas depende do valor da
corrente. Entretanto, as zonas tempo/corrente não são
t = tempo, em s convenientes para a concepção prática das instalações, e
é freqüentemente mais cômodo definir as prescrições
3.1.2 A zona 3 não apresenta usualmente qualquer risco de
práticas de segurança pelo valor da tensão em função do
tempo. Para tanto, alguns valores de resistência do corpo
fibrilação cardíaca (ventricular), enquanto que na zona 4
existe este risco. Finalmente, na zona 5, o aparecimento de humano devem ser considerados.
fibrilação cardíaca é provável. Além disto, deve-se notar
3.4.1.1 A relação entre a corrente e a tensão não é linear,
que, em casos de duração prolongada, há o risco de asfixia
uma vez que a resistência do corpo humano varia com a
a partir da zona 3.
tensão de contato. Os valores de resistência do corpo
humano podem ser admitidos nas condições convencionais
3.1.3 Os efeitos no interior de cada zona se agravam em
de acordo com a Tabela.
função das intensidades de corrente, isto é, há uma evolução
contínua entre as diferentes zonas. Tabela - Resistência do corpo à tensão de contato

3.2 Zonas tempo/corrente em corrente contínua


Tensão de contato Resistência do corpo humano
(V) (Ω)
3.2.1 A Figura 2 do Anexo indica apenas as zonas 1
(usualmente nenhuma reação) e 2 (usualmente nenhum
25 2500
efeito patofisiológico perigoso), pois, enquanto que, para a
corrente alternada, uma grande quantidade de dados 50 2000
levantados por numerosos autores é disponível, para a 250 1000
corrente contínua isto não ocorre. Ainda não é possível
estabelecer um diagrama a partir de resultados de ensaio, valor assintótico 650
uma vez que estes em geral não são diretamente
Nota: Estes valores são válidos para corrente alternada com
comparáveis.
freqüências até 100 Hz e para corrente contínua.

3.2.1.1 O limite da zona 1, representado pela linha vertical a


3.4.1.2 Por “condições convencionais” entende-se uma
2 mA é bem conhecido na literatura. Para estabelecimento
situação em que o acidente mais provável é o que faça
do limite superior da zona 2, foi levada em consideração
passar corrente de uma mão à outra ou de uma mão a um
uma particularidade proveniente de diversos estudos
pé. Os valores indicados na Tabela são os valores mínimos
comparando os riscos em corrente alternada e corrente
prováveis admitidos convencionalmente. Os valores mí-
contínua, isto é, a de que a relação entre valores de corrente
nimos de resistência do corpo humano com pele seca (ne-
alternada e de corrente contínua correspondentes ao mesmo
nhuma umidade, inclusive suor) correspondem a aproxi-
risco é grande nas regiões de pequenas correntes e longa
madamente o dobro dos valores indicados na Tabela.
duração (aproximadamente 4 para um tempo de 10s) e
pequena na região das correntes elevadas e curta duração
3.4.1.3 A resistência do corpo é igualmente mais elevada se
(aproximadamente 1 para um tempo de 10 ms). Estas con-
a superfície de contato com o elemento sob tensão for restrita
dições podem ser representadas aproximadamente pela
e se este elemento não estiver seguro na mão. Valores
fórmula:
menos elevados devem ser considerados se a corrente
não passar através das extremidades, ou se o corpo estiver
Icc = Iac . log t completamente imerso.

Onde: 3.5 Experiência com tensões iguais ou inferiores a 50V


em corrente alternada e a 75V em corrente contínua
t = tempo, em milisegundos (limitado à faixa de 10 ms
a 10s) Em pesquisas internacionais efetuadas pela Comissão
Eletrotécnica Internacional (CEI) não foi encontrada qualquer
Nota: Com base nesta fórmula, a curva b do diagrama para corrente evidência conclusiva de acidentes a tensões de alimentação
alternada foi transformada na curva B do diagrama para iguais ou inferiores a 50V em corrente alternada ou 75V em
corrente contínua. corrente contínua.

/ANEXO
NBR 6533/1981
ANEXO - Figuras
Zona 1 - Habitualmente nenhuma reação
Zona 2 - Habitualmente nenhum efeito patofisiológico perigoso
Zona 3 - Habitualmente nenhum risco de fibrilação
Zona 4 - Fibrilação possível (probabilidade de até 50%)
Zona 5 - Risco de fibrilação (probabilidade superior a 50%)

3
Figura 1 - Zona dos efeitos da corrente alternada, 50/60 Hz em adultos
4
NBR 6533/1981
Zona 1 - Habitualmente nenhuma reação
Zona 2 - Habitualmente nenhum efeito patofisiológico perigoso

Figura 2 - Zonas dos efeitos da corrente contínua em adultos


NBR 6533/1981
Curva 1 - Limite convencional dos valores de corrente dos quais não resulta normalmente nenhuma reação
Curva 2 - Início de percepção para 50% das pessoas
Curva 3 - Início de percepção para 99,5% das pessoas
Curva 4 - Corrente de largar para 99,5% das pessoas
Curva 5 - Corrente de largar para 50% das pessoas
Curva 6 - Corrente de largar para 0,5% das pessoas

Figura 3 - Influência da freqüência

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