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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

3º Ano- Pós Laboral

Instalações eléctricas II

Trabalho de investigação

Tema:

SEGURANÇA DE PESSOAS E BENS EM INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

Nomes:

Fernando, Sócrates Jossias

Langa, Júlio Efraim

Docente:

Eng.º Hélder Nhambe

Maputo, novembro de 2023


índice
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
1.2. Objectivos....................................................................................................................2
1.2.1. Objectivo geral.....................................................................................................2
1.2.2. Objectivos específicos..........................................................................................2
2.1. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DE PESSOAS E BENS EM INSTALAÇÕES
ELÉCTRICAS DE BAIXA TENSÃO...................................................................................3
3.1 Efeitos do choque elétrico................................................................................................5
3.4 Resistência do corpo humano em função da tensão.........................................................5
4.9 Proteção Por Corte Automático Da Alimentação................................................................9
5 TIPOS DE ACIDENTES COM CORRENTE ELÉCTRICA.................................................9
5 Esquemas de aterramento..................................................................................................10
5.1 Esquema TT................................................................................................................11
5.2 Esquema IT............................................................................................................11
5.2 Esquema TN..........................................................................................................12
6 DISPOSITIVOS PROTECÇÃO DE PESSOAS E BENS................................................13
6.2 Pára-raios...................................................................................................................13
6.4 DST............................................................................................................................14
6.5 Dispositivo diferencial...............................................................................................14
7 DIMENSIONAMENTO...............................................................................................15
8 CONCLUSÃO..................................................................................................................16
9 BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO
Os regulamentos aplicáveis às instalações elétricas de utilização tipificam as condições de
proteção contra sobre intensidades, bem como as relativas proteções contra contactos
indiretos, partindo do princípio que se trata de redes de distribuição em Baixa Tensão (BT)
pública ou particular, alimentadas em Média Tensão (MT) a partir da rede pública. As
condições de proteção modificam-se quando a rede pública é substituída por uma alimentação
de segurança ou socorro, dadas as menores potências de curto-circuito desta alimentação de
recurso. Desta forma, são expectáveis correntes de defeito de menor amplitude que, no limite,
poderão conduzir à não atuação dos aparelhos de proteção, com consequências para a
segurança de pessoas e bens. A a proteção de pessoas e bens é de extrema importância devido
aos riscos envolvidos. Felizmente, existem diversas medidas de específicas para a proteção de
pessoas e bens na área da electricidade, como por exemplo, a implementação de aterramento,
o uso de dispositivos de proteção, manutenção preventiva, etc.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


 Estudar os sistemas de proteção de pessoas e bens em instalações eléctricas de baixa
tensão.

1.2.2. Objectivos específicos


 Aprofundar o conhecimento de alguns sistemas de proteção usados em BT;
 Estudar os dispositivos proteção de pessoas e bens;
 Estudar os tipos de acidentes com corrente eléctrica.

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2.1. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DE PESSOAS E BENS EM
INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS DE BAIXA TENSÃO

2.2.Generalidades

As medidas de segurança têm em conta a probabilidade de ocorrência de defeitos, de contacto


com partes em tensão ou avariadas, o nível de conhecimento da pessoa que interage com a
rede elétrica (a sua experiência e qualificação técnica), assim como o compromisso entre a
proteção efetiva conseguida e os custos associados à implementação das mesmas. Desta
forma impõe-se que, no projeto e execução de uma instalação elétrica, bem como na seleção
e instalação dos equipamentos, se cumpram as normas aplicáveis, quer para proteções das
instalações, quer para proteções das pessoas e animais. Na proteção das instalações, são
importantes os riscos térmicos e dinâmicos associados às sobreintensidades, bem como os
riscos de sobretensão e consequentes falhas de isolamento. Na proteção de pessoas e animais,
são preponderantes os riscos associados aos contactos diretos ou indiretos com partes da
instalação em tensão, seja na sua condição normal, seja em situação anormal de falha de
isolamento entre partes ativas e/ou não ativas das instalações.

3. EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA NO CORPO HUMANO

O perigo decorrente da passagem de corrente elétrica através do corpo humano depende da


intensidade da mesma, bem como da duração da passagem de corrente. A intensidade da
corrente elétrica que se estabelece é função da resistência apresentada pelo corpo humano,
diferindo de pessoa para pessoa, em função de fatores físicos e biológicos, podendo variar
entre os 200 Ω e 5000 Ω. O funcionamento do corpo humano é controlado por impulsos de
corrente elétrica. Se a estes sinais elétricos adicionarmos uma corrente externa, em resultado
de qualquer contacto elétrico, poderão registar-se alterações ligeiras ou graves das funções
vitais no corpo humano.

De acordo com a Norma IEC 60479-1 os efeitos da passagem de corrente elétrica pelo corpo
humano são descritos e agrupados conforme a Tabela 1.

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Tabela 1 - Efeitos da corrente de fuga nas quatros zonas

Figura 1- Efeitos da corrente de fuga em função do tempo (ms)

NOTA: Na Figura 1 são representadas as zonas tempo/corrente associada a cada um dos


conjuntos de efeitos referidos na Tabela 1.

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3.1 Efeitos do choque elétrico
Ao passar pelo corpo humano, a corrente eléctrica causa uma série de perturbações que o
organismo reage desde uma ligeira contração superficial até uma violenta contração
muscular, podendo ocasionar a morte do indivíduo, perturbações como inibição do centro
nervoso com parada respiratória, alteração do ritmo cardíaco, podendo produzir fibrilação
ventricular e até parada cardíaca, queimaduras profundas, alterações do sangue produzidas
por efeitos térmicos electrolíticos da corrente eléctrica (bortoluzzi, 2009). A tabela a seguir
mostrará a relação entre a corrente eléctrica e seus efeitos sobre o corpo humano.

Corrente eléctrica Efeitos no corpo humano


Até 10 mA Dor e contracção muscular
De 10 mA até 20 mA Aumento das contracções musculares
De 20 Ma até 100 mA Parada respiratória
De 100 mA até 3 A Fibrilação ventricular que pode ser fatal
Acima de 3 A Parada cardíaca, queimaduras

3.3 Principais factores que que influenciam na gravidade da electrocussão.

 Intensidade da corrente;
 Frequência da rede eléctrica;
 Tempo de duração da electrocussão;
 Resistência da vitima.

3.4 Resistência do corpo humano em função da tensão


Dependendo da resistência, uma certa quantidade de corrente fluirá para qualquer tensão. É a
corrente que determina os efeitos fisiológicos . No entanto, a tensão influencia o resultado de
um choque elétrico de várias maneiras. O corpo humano actua como um semicondutor, por
isso a sua resistência varia em função da tensão. A resistência do corpo humano em função da
tensão não é uma relação linear direta. A resistência do corpo humano depende de vários
fatores, incluindo a área de contato, a umidade da pele, a pressão exercida sobre a pele, a
duração do contato e a frequência da corrente elétrica.

Geralmente, a resistência do corpo humano diminui à medida que a tensão aumenta. No


entanto, essa relação não é linear e pode variar significativamente de pessoa para pessoa.
Além disso, diferentes partes do corpo humano têm resistências diferentes. A pele é a

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principal barreira à passagem da corrente elétrica, e sua resistência é maior em comparação
com tecidos mais condutores, como músculos e órgãos internos.

A energia elétrica de alta voltagem, pode rapidamente romper a pele, reduzindo a resistência
do corpo para apenas 500 Ohms ou ainda menos, permitindo assim a passagem de grandes
quantidades de corrente pelo corpo humano.

4. Requisitos de proteção em redes de baixa tensão


De acordo com as Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão (RTIEBT),
instituídas pela Portaria n.º 949-A/2006, a segurança das pessoas deve ser prioritária e
assegurada aquando do estabelecimento, exploração e utilização de energia elétrica.
Devem existir condições para que as atividades se desenvolvam e que os danos materiais
sejam reduzidos ao máximo. Nesse sentido, são utilizados sistemas de proteção capazes
de determinar, decidir e atuar (de forma automática) com vista à eliminação das correntes
de defeito estabelecidas.
4.1 Proteção contra sobreintensidades
Quando a corrente elétrica nos condutores (ou outro elemento da rede elétrica) ultrapassa
os valores estipulados estamos perante uma sobreintensidade. As sobreintensidades
podem ser causadas por sobrecarga, quando a corrente é superior ao valor estipulado,
originando aquecimento e consequente aumento do risco de incêndio, sem que tal resulte
de uma falha ou diminuição dos níveis de isolamento entre partes ativas ou entre estas e
as massas de uma instalação. As sobreintensidades podem também ser originadas por
curto-circuitos, quando o contacto entre dois pontos, com potenciais distintos, origina a
passagem de corrente de valor superior aos normalmente existentes, provocando a
destruição dos condutores e/ou dos equipamentos elétricos, podendo originar incêndios
ou destruição desses equipamentos. A proteção contra as sobreintensidades pode ser
garantida pelo corte automático ou por limitação da sobreintensidade máxima a um valor
seguro, tendo em conta a sua duração.
4.2 Proteções Contra Contactos Diretos
Denomina-se por contacto direto, como mostra a Figura 2.2, o contacto acidental entre
uma pessoa e uma parte em tensão da instalação elétrica, por falta ou remoção do seu
isolamento. A pessoa torna-se, assim, parte do circuito elétrico sendo o corpo humano
percorrido pela corrente do circuito, modificada, em relação à rede inicial, pela inserção
da resistência do corpo humano, entre os condutores ativos afetados ou entre estes e a
referência (terra).
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A proteção contra contactos diretos envolve medidas de segurança essencialmente
preventivas, para evitar o risco de contacto com partes que se encontram, normalmente em
tensão. Como medidas passivas temos a colocação fora de alcance, o isolamento dos
condutores e a implementação de barreiras ou obstáculos. Quanto às medidas ativas utilizam-
se a tensão reduzida de segurança (TRS), tensão reduzida de proteção (TRP) e proteção
complementar através da utilização de dispositivos diferenciais com alta sensibilidade (𝐼∆n ≤
30 mA).

4.3 Proteção Por Colocação Fora De Alcance

A colocação fora de alcance, tal como o seu nome indica, funciona por colocação das partes
ativas em locais inacessíveis a pessoas que não sejam qualificadas ou instruídas para o uso
dos equipamentos. As partes ativas não se devem situar no volume de acessibilidade. O
volume de acessibilidade pode ser condicionado por obstáculo, na horizontal, ou por
afastamento mínimo de 2.5 m na vertical.

4.4 Proteção Por Isolamento

Todas as partes ativas devem ser completamente isoladas com um isolamento resistente o
qual só poderá ser retirado por destruição. Os isolamentos de equipamentos montados em
fábrica devem satisfazer as regras aplicáveis a esses equipamentos. Os equipamentos não
montados em fábrica devem ser dotados de proteção que suporte, de forma duradora, as
solicitações a que possam vir a ser submetidos.

4.5 Proteção Por Barreiras Ou Obstáculos

As partes ativas devem ser colocadas dentro de invólucros ou atrás de barreiras com IP ≥
IP2X (aberturas de dimensão inferior a 12.5 mm). Se isto não for possível cumprir devem
tomar-se precauções para impedir que as pessoas e os animais toquem acidentalmente nas
partes ativas. Ao retirarem-se as proteções deve-se garantir que as pessoas estejam
conscientes de que as partes que fiquem acessíveis pela abertura são partes ativas. Os pisos e
passadeiras colocados por cima de partes ativas devem ter um IP ≥ IP4X. As barreiras e os
invólucros devem ser robustos e duradouros, para manterem o grau de proteção exigido. Os

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obstáculos devem impedir a aproximação física, não intencional, às partes ativas, assim como
os contactos não intencionais com as partes ativas durante a exploração.

4.6 Proteção Por Uso De Tensão Reduzida De Segurança E De Proteção

Nas medidas de proteção por uso de TRS ou TRP, devem ser usadas tensões nominais
inferiores a 50 V para correntes alternadas ou a 120 V para correntes contínuas. Como fontes
de alimentação podem ser utilizadas pilhas ou acumuladores, dispositivos eletrónicos e
transformadores de segurança que satisfaçam a norma EN 61558. As partes ativas dos
circuitos devem ser separadas, eletricamente, de qualquer outro circuito, devendo ser tomadas
medidas adequadas para garantir uma separação, pelo menos, equivalente à que existe entre
os circuitos primário e secundário de um transformador de segurança. As fichas não devem
poder entrar em tomadas de outras tensões, as tomadas devem impedir a introdução de fichas
de outras tensões. Estas tomadas alimentadas por TRS não devem possuir contacto de terra.
As massas dos equipamentos alimentados a TRS não podem ser ligadas à terra, nem a
condutores de proteção ou massas ou elementos condutores de outras instalações.

4.7 Proteção Complementar Com Dispositivo Diferencial

A proteção complementar por dispositivo sensível à corrente diferencial residual de alta


sensibilidade (𝐼∆n ≤ 30 mA), deve ser usada como complemento de qualquer uma das outras
medidas, não podendo ser considerada uma medida suficiente, por si só. Esta medida não
evita acidentes em que o contacto seja bipolar (entre fases e entre fase e neutro), pelo que se
torna importante a aplicação correta de outras medidas referenciadas.

4.8 Proteção Contra Contactos Indiretos

Os contactos indiretos ocorrem quando uma pessoa entra em contacto com uma parte
metálica de um equipamento normalmente sem tensão mas que, devido a um defeito de
isolamento, interrupção ou ausência do condutor de proteção, permite o estabelecimento de
correntes de fuga de valor, eventualmente significativo, como se observa na Figura 2.3.

A proteção contra contactos indiretos pode ser assegurada com recurso a diferentes medidas,
alternativas ou em concorrência, entre as quais estão a proteção por corte automático da
alimentação e a proteção por separação elétrica.

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4.9 Proteção Por Corte Automático Da Alimentação

Esta proteção é executada por um dispositivo que separa o circuito ou o equipamento


protegido da alimentação, quando surge um defeito entre uma parte ativa e uma massa. Este
modo de proteção contra os contactos indiretos deve ser utilizado quando, em caso de defeito,
e em consequências da duração da tensão de contacto 𝑈𝐿 , existir risco de se produzirem
efeitos fisiopatológicos perigosos para as pessoas. Para que esta proteção seja eficaz é
necessário proceder a uma coordenação entre os esquemas de ligação à terra, as caraterísticas
dos condutores de proteção e dos dispositivos de proteção diferencial. A sensibilidade dos
dispositivos de proteção diferencial (de corte automático) deve ser selecionada em função do
valor da resistência da malha de defeito, de modo a garantir que a tensão limite convencional
de contacto (𝑈𝐿 = 50 V em AC ou 𝑈𝐿 = 120 V em DC), não seja ultrapassada [6]. A
condição referida traduz-se na condição (2.1), e está na base da Tabela 2.2. 𝑅𝑇 × 𝐼∆𝑛 ≤ 𝑈𝐿
(2.1) Tabela 2.2 - Valores limite da resistência de terra para as diversas correntes diferenciais
estipuladas.

4.10 Proteção Por Separação Elétrica

O circuito deve ser alimentado por um transformador de separação ou por uma fonte de
alimentação que garanta uma segurança equivalente. A tensão nominal do circuito separado
não deve ser superior a 500 V.

5 tipos de acidentes com corrente eléctrica

A eletrocussão ocorre quando o corpo de uma pessoa permite a passagem de corrente elétrica
entre dois condutores energizados de um circuito elétrico ou entre um condutor energizado e
uma superfície ou objeto aterrado. Isto é, quando há a diferença de potencial entre uma parte
do corpo e outra, a corrente elétrica fluirá e com ela surge o fenômeno do choque elétrico
(NEITZEL, 2008).

A eletrocussão pode ser classificado em três categorias: (KINDERMANN, 2000).


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1. Choque estático, aquele advindo pela descarga de um capacitor (acumulador de cargas
elétricas), acumuladas nas capacitâncias parasitas de equipamentos ou em linhas de
transmissão desligadas;
2. Choque dinâmico, aquele decorrente do contato direto (com um circuito energizado)
ao se tocar acidentalmente na parte viva de um condutor energizado nu ou com
defeito, fissura ou rachadura na isolação, queda de condutor da rede de energia
elétrica, etc.; ou no contato indireto (com um corpo/massa eletrizado), ao se tocar nas
massas (carcaças) energizadas por defeitos como fissura na isolação dos condutores
elétricos;
3. Choque por ação direta ou indireta das descargas atmosféricas, que são gigantescas
descargas elétricas entre nuvens ou entre nuvens e terra, que proporcionam choques
elétricos de forma semelhante a enormes capacitores e, com isso, altíssimas correntes.

5 Esquemas de aterramento
O Hélio Creder enuncia que ”Os sistemas eléctricos são classificados segundo diversos
esquemas de aterramento, que diferem entre si em função da situação da alimentação e das
massas com relação a terra” (CREDER, 2004).

O aterramento eléctrico tem três funções principais:

 Proteger as pessoas dos equipamentos afectados pela corrente de fuga;


 Descarregar cargas estáticas acumuladas nas carcaças das máquinas ou equipamentos
para a terra;
 Facilitar o funcionamento dos dispositivos de protecção (fusíveis, disjuntores, etc.)
através da corrente desviada para a terra.

Em RTIEBT são estabelecidos os seguintes possíveis esquemas de aterramento:

 Esquema TN em corrente alternada;


 Esquema TT em corrente alternada;
 Esquema IT em corrente alternada;
 Esquemas em corrente contínua.

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5.1 Esquema TT
De acordo com as regras técnicas, o esquema TT tem um ponto da alimentação ligado
diretamente à terra, sendo as massas da instalação eléctrica ligadas a eléctrodos de terra
electricamente distintos do eléctrodo de terra da alimentação.

Um ponto da alimentação, em regra o neutro, é ligado directamente à terra, sendo as


massas ligadas a eléctrodos de terra distintos do da alimentação. Num esquema TT, a
corrente de defeito fase-massa tem uma intensidade inferior à de uma corrente de curto
circuito, podendo, no entanto, ser suficiente para provocar o aparecimento de tensões
perigosas.

5.2 Esquema IT
No esquema IT, todas as partes activas estão isoladas da terra ou um ponto destas está
ligado à terra por meio de uma impedância, sendo as massas da instalação eléctrica
ligadas à terra.

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5.2 Esquema TN
RTIEBT refere que o esquema TN tem um ponto ligado directamente à terra, sendo as massas
da instalação ligadas a esse ponto por meio de condutores de protecção. De acordo com a
disposição do condutor neutro e do condutor de protecção, consideram-se os três tipos de
esquemas TN seguintes:

a) esquema TN-S - onde um condutor de protecção (distinto do condutor neutro) é


utilizado na totalidade do esquema;

b) esquema TN-C-S - onde as funções de neutro e de protecção estão combinadas num


único condutor numa parte do esquema;

c) No esquema TN-C as onde as funções de neutro e de protecção estão combinadas


num único condutor na totalidade do esquema.

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6 Dispositivos protecção de pessoas e bens
Os aparelhos de protecção têm como função proteger as pessoas e todos os elementos
constituintes de um circuito eléctrico ou de uma instalação eléctrica contra os diferentes
tipos de defeitos, avarias ou anomalias que podem ocorrer. Os principais tipos de defeitos
e anomalias que podem ocorrer num circuito são:

 Sobrecargas;
 Curtos-circuitos;
 Correntes de fuga;
 Sobretensões;
 Subtensões.

6.2 Pára-raios
Pára-raios inventado por Benjamim Franklin é um dispositivo projectado para proteger os
transformadores, bancos de capacitares, linhas eléctricas, edifícios contra descargas
atmosféricas e contra surtos de manobra. Entretanto, quando o raio atinge uma rede de
distribuição de energia eléctrica, a tensão é normalmente alterada para valores anormais e os
pára-raios limitarão o valor destas sobretensões e drenarão a descarga para a terra.

6.3 Selecção dos Pára-raios

A tensão nominal dos Pára-raios a instalar para proteger uma rede deve ser em função do
nível de tensão da rede assim como do seu regime do neutro, ou seja, se é isolado, ligado
directamente à terra ou se é ligado à terra por intermédio de uma resistência ou bobine. A
capacidade dos Pára-raios a instalar é no geral de 10 KA.

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A tabela que abaixo se apresenta, refere-se as tensões nominais a usar em diferentes situações
nas redes da Electricidade de Moçambique (EDM), para Pára-raios da marca ASEA, tipo
XBE.

TENSÃO NOMINAL Tensão nominal dos pára-raios

DA REDE (KV)
Neutro isolado Neutro á terra

6,6 7,2 6

11 12 12

22 24 24

33 36 33

6.4 DST
Os Descarregadores de Sobretensões são usados para proteger equipamentos e instalações,
das prováveis descargas atmosféricas e de sobretensões de manobra e normalmente são
classificados pela sua capacidade de descarga de corrente.

6.5 Dispositivo diferencial


O dispositivo diferencial é definido como aparelho mecânico de proteção, ou associação de
aparelhos, destinados a provocar a abertura dos contatos quando a corrente diferencial-
residual atingir, em condições especificadas, um dado valor.

Os dispositivos diferenciais podem ser interruptores diferenciais ou disjuntores diferenciais


concebidos para detectar e medir a corrente de fuga em um circuito e para estabelecer ou
interromper a corrente. Essas fugas podem acontecer por diferentes razões: um toque
acidental, um fio desencapado, o uso de equipamentos elétricos em áreas molhadas ou até
mesmo um brinquedo que foi inserido na tomada por uma criança.

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Um circuito inteiro não deve ser afetado caso outro apresente alguma falha. Desse modo, o
DR torna-se o meio mais eficaz na proteção de pessoas, evitando que ocorram acidentes. O
dispositivo também possui uma segunda função bastante importante: a proteção contra
incêndios. Ele permanece como um vigia da qualidade da instalação elétrica, evitando que
aconteçam as chamadas “fugas de corrente”, que podem gerar arcos e causar incêndios.

Uma forma de eliminar uma parte dos riscos de acidente consiste na utilização de um
dispositivo diferencial com uma corrente diferencial estipulada não superior a 30 mA,
destinado a garantir rapidamente o desligar da instalação eléctrica, ou de parte desta, em caso
de aparecimento de uma corrente de defeito à terra de reduzido valor.

Em conjunto com um dispositivo diferencial residual, a ligação à terra é essencial para


interromper o fornecimento de energia se houver um defeito de isolamento, por exemplo, se
um fio condutor se soltar e tocar na superfície metálica fora de um equipamento. Um fio de
terra canaliza a corrente de falha para a terra, evitando ferimentos nas pessoas. A ligação à
terra capta as correntes de falha, permitindo aos dispositivos diferenciais medi-las e disparar.

Os Descarregadores de Sobretensões desviam o surto elétrico para o sistema de aterramento,


este desvio ocorre em uma velocidade muito rápida, em uma fração de segundos, dessa forma
o disjuntor não é acionado, pois o tempo não é suficiente para detectar esta fuga pelo sistema
de aterramento, por isso o os descarregadores de sobretensões só funcionam com fase
conectada de um terminal e terra conectado no outro.

7 Dimensionamento
O dimensionamento de um dispositivo diferencial, como um interruptor diferencial ou um
disjuntor diferencial, é feito levando em consideração vários fatores, incluindo a corrente
nominal do circuito, a sensibilidade necessária para detectar correntes de falta e as
características do sistema elétrico em que o dispositivo será instalado.

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Primeiro deve-se determinar a corrente nominal do circuito, que é a corrente máxima
esperada no circuito que o disjuntor diferencial irá proteger. Por exemplo, se for estiver
dimensionado um disjuntor diferencial para um circuito de iluminação com carga máxima de
20 A, a corrente nominal seria 20 A.

De seguida escolhe-se a sensibilidade do disjuntor diferencial: A sensibilidade refere-se à


corrente de falta mínima que o dispositivo deve ser capaz de detectar. Normalmente, os
disjuntores diferenciais têm sensibilidades de 30 mA, 100 mA ou 300 mA. Por exemplo, se
for preciso detectar correntes de falta tão baixas quanto 30 mA, escolha-se um disjuntor
diferencial de 30 mA.

O dimensionamento de um Descarregadores de Sobretensões também depende de vários


fatores, como a aplicação específica, o nível de proteção desejado e as características do
sistema elétrico no qual o descarregador será instalado.

O primeiro passo deve-se escolher a categoria do descarregador de sobretensão. Para um


ambiente residencial, uma categoria comum é a Categoria II, que fornece proteção contra
surtos causados por descargas atmosféricas distantes. De seguida, Determina-se a corrente de
descarga nominal (In). A corrente de descarga nominal é a corrente máxima que o dispositivo
de proteção é capaz de suportar durante um surto. Considera-se a corrente de curto-circuito
disponível no local onde o dispositivo será instalado. Essa informação pode ser obtida junto à
concessionária de energia elétrica ou através de cálculos elétricos. Deve-se também
determinar a capacidade de dreno de corrente (Imax), e por fim, com base nas informações
obtidas nos passos anteriores escolhe-se o descarregador adequado.

8 CONCLUSÃO
A proteção da instalação elétrica e das pessoas é de extrema importância para garantir a
segurança e evitar acidentes relacionados à eletricidade. Qualquer instalação elétrica está
sujeita a defeitos e acidentes de diversas naturezas. Por isso, é necessário um sistema de
proteção e segurança que seja adequado, a fim de evitar maiores danos. A instalação elétrica
deverá ser executada de acordo com Normas e materiais adequados e de qualidade.

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9 BIBLIOGRAFIA
 ABNT, Norma Brasileira - Instalações Elétricas de Baixa Tensão NBR. 5410;
 Guia Técnico das Instalações Elétricas. Porto: Certiel - Pinto, L. (2004);
 Regulamento de segurança de redes de distribuição de energia elétrica,
RSRDEEBT(2011);
 RTIEBT (Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão).

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