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ROTEIRO DE OITO PONTOS PARA MEDITAÇÃO PRAJNAPARAMITA, Lama Padma

Samten.

1) Puxamos uma Forma (rupa) como um exemplo prático a nossa frente (depois
praticar com os outros quatro skandhas: Sensação, vedana, Percepção, samjana,
Formação Mental, samskara, Consciência, vijnana).

2) Contemplamos a co-emergência (aparência inseparável de quem olha).

2-A) Co-emergência mente-forma: isto é; isto não é; isto é – as três afirmações da


validade de Maitréia/Assanga/Vassubandu;

2-B) Co-emergência Mente/ Forma/ Energia/ Paisagem/ Identidade/ Causalidade/


Propósito/ Visão Estratégica/ Urgência – Bolha;

2-C) Contemplamos muitos exemplos de Bolhas e borbulhas abundantes, iniciando


com Seis Reinos, Seis Bardos, Ciência, Intersubjetividade, Causalidade, Jogos de
tabuleiro, Samsara;

2-D) Doze Elos da Originação Dependente.

3) Contemplamos o aspecto Vazio (“não tem aquilo dentro”).

4) Percebemos o aspecto Luminoso ou Co-emergente (“tem aquilo dentro”).

5) Contemplamos o aspecto Vazio-Luminoso (“é na forma que o vazio de manifesta”).


Brota a Sabedoria Primordial, a mente do Darma do Buda.

6) Contemplamos a Energia: os Cinco Lungs dos cinco elementos. Contemplamos os


lungs que se movimentam em nós em sua relação com a vacuidade.

7) Contemplamos a Magia disso tudo e a causalidade decorrente.

8) Sorrimos! É assim que samsara nos pega. Reconhecemos a Natureza Vajra.


Oferenda de Samantabadra. “Diante da energia, que brota da forma vazia e luminosa,
eu sorrio”.

O sorriso significa que percebemos a magia daquilo. Podemos segui-la ou não. Esse é o
mecanismo de contemplação de cada um dos Cinco Skandas (forma, sensação,
percepção, formação mental, consciência) nas experiências de lugar, tempo,
ensinamentos, companheiros, momento no mundo.

O fato de vermos o aspecto vazio e luminoso provoca uma mudança na nossa energia.
Quando olhamos com esses olhos, não é mais a energia do samsara que se manifesta
na forma vazia e luminosa, é a energia da Sabedoria Primordial (Prajna Paramita). Isso
nos faz sorrir.

A liberação ocorre pelo riso, não pela seriedade, nem pela dinamite ou pela vacuidade
“mal humorada”: não temos que destruir o mundo. Temos que iluminá-lo! Sorrimos
para ele, como alguém que, repentinamente, se vê de forma mais ampla do que se via.
O samsara é lúdico. Nós sofremos dentro do samsara como as crianças também
sofrem por coisas muito simples.

Nossa dor em samsara está ligada à energia. Não só não vemos a energia, como
tomamos obediência àquela energia como nosso refúgio fundamental. A única forma
de superar isso é contemplarmos esse processo e sorrirmos. Essa energia é o sangue
do samsara, é o que nos movimenta. Precisamos não só entender o samsara, temos
que absolver, liberar e iluminar o samsara.

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