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para o Olho em
Contemplação
Samten Migdrön
A doutrina do Atiyoga no bSam gtan mig sgron
por gNubs chen Sangs rgyas ye shes
2
Prefácio do tradutor
3
Torino para o Doutorado em Estudos Indológicos e Tibetológicos,
coordenado pelo prof. Stefano Piano, finalmente consegui
trabalhar o texto de forma sistemática, tendo como tutor o prof.
Erberto Lo Bue. Na época, Carmen Meinert já havia divulgado no
site da Universidade de Bonn sua tese de doutorado, discutida em
2004, voltada para a relação entre Chan e rdzogs chen no Samten
Migdrön. Entretanto, Valeria Donati estava concluindo uma
elaborada tese de doutorado dedicada à tradução completa do
mesmo texto, com edição diplomática anexada; um trabalho
monumental que ela gentilmente me enviou no início de 2007. Ao
contrário de sua pesquisa, a minha se concentra na edição crítica e
na tradução do sétimo capítulo.
Os problemas filológicos e hermenêuticos do texto são muitos,
mas, longe de afirmar tê-los resolvido, pude, no entanto, enfrentar
e discutir a maioria deles com talentosos estudiosos e professores
tibetanos: em particular, gostaria de lembrar, além do dr. Thupten
K. Rikey já mencionado, Ven. Yungdrung Nyima, com quem
discuti o primeiro rascunho da tradução do texto, Ven. Khenpo
Dorjee Tsering, Dr. Penpa Dorje e Ven. Dr. Tashi Tsering, que me
ajudou na pesquisa conduzida no Instituto Central de Estudos
Superiores Tibetanos em Sarnath (Índia), bem como o Ven. Lama
Urgyen Tendzin com quem tive algumas conversas proveitosas em
sua residência em Sarnath. Sem a ajuda deles eu não teria sido
capaz de completar a edição crítica e a tradução, que ainda estão
suscetíveis a correções e ajustes.
~ Giuseppe Baroetto.
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Introdução
Esta breve introdução são partes de um estudo composto por Dylan Esler
sobre o texto.
A exposição do Atiyoga
no Samten Migdrön por Nubchen Sanggyé Yeshé
5
a abordagem gradualista assume a posição mais baixa na
classificação de Sangs-rgyas ye-shes, não há nenhuma seção inteira
dedicada a distingui-la dos veículos inferiores. No entanto, o texto
menciona que a abordagem gradual apresentada ali, referida como
Sautrāntika [Madhyamaka], é superior ao Vijñaptimātra e ao
Yogācāra [Madhyamaka].
Na seção introdutória do sétimo capítulo, gNubs-chen Sangsrgyas
ye-shes dá uma apresentação sucinta da base, em termos de ser o
estado de espontaneidade (lhun-gyis-pa'i ngang-nyid) e o grande
núcleo seminal da sabedoria auto-originada (rang-byung-gi ye-shes
thig-le chenpo); ele enfatiza que não deve ser conhecida avaliando-
a através da sapiência do discernimento individual, mas sim que
deve ser assimilada como a percepção real da consciência
intrínseca, caso em que se torna clara para a consciência intrínseca
sem ter que fazer quaisquer suposições (blo-bzhag) sobre isso.
Aqui, deve ser lembrado que em rDzogs-chen, o fundamento não é
nem uma base cosmológica localizável em algum lugar, nem deve
ser buscado na mente ou em qualquer umas de suas funções.
Refere-se ao modo natural de permanência do indivíduo (gnas-
lugs), que é a base da liberação (grol-gzhi) e da confusão
('khrulgzhi). Qualificadores como primordial (ye-nas), original
(gdod-ma), alfa (kanas) ou prístino (thog-ma) não se referem a uma
idade de ouro perdida há muito tempo, mas indicam este mesmo
modo de permanecer, que é sempre novo e 'anterior a' (em um
sentido experiencial e fenomenológico ao invés de temporal)
existência cíclica (Skt. saṃsāra) e transcendente (Skt. nirvāṇa).
Devido ao fundamento de nosso ser e a razão de estarmos aqui, essa
base em si não está fundamentada em nenhum lugar; sendo uma
pura dinâmica, não tem começo nem fim.
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Lamparina
para o Olho em
Contemplação
bSam-gtan mig-sgron
Tradução do Sétimo Capítulo
1. O Modo de ver
1.1. Introdução
1.1.1. A Grande Consumação
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1.1.2. Nada para avaliar
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{3} Não tendo abandonado o mal e não tendo praticado o bem,
existe a permanência na condição do céu. Se os três reinos são
examinados, é revelado que não há saṃsāra nem sofrimento. Se é
dividido em partes, o que é encontrado não é a matriz dos
sugatas.
E novamente:
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{6} A mente que reflete e analisa não tem acesso à natureza não-
dual do céu. Esta condição não é descoberta através da reflexão
e, embora não se tenha refletido, esta condição nunca é perdida.
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1.1.3. Liberação sem ação
11
{11} Difícil de examinar e explicar, livre das convenções da
expressão verbal; inatingível pelas palavras, não é o horizonte de
todas as pessoas imaturas e outras não-budistas; entretanto, aqui
deverá perscrutar o princípio do āgama definitivo do Mestre
Buda e a upadeśa dos professores.
Do mesmo texto:
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Resposta: Nobre professor, não há exemplo adequado, na
verdade, a matriz da iluminação não deve ser gerada por nenhum
exemplo.
Pergunta: Não é para ser indicada por exemplos?
Resposta: Se considerarmos alguns exemplos parciais, são estes:
o céu, o sol, a gema preciosa que realiza os desejos, ouro
precioso, uma lamparina, o antídoto para venenos, a pedra
filosofal, o vaiḍūrya, o grande oceano, o coração do vajra, a
função de eclipsar com poder e atenção, o mineral de ouro
precioso, a função de gerar regozijo intenso.
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1.1.4. Primeira crítica
1.1.4.1. Objeção
1.1.4.2. Replicação
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Ao examinar e analisar as entidades que não estão separadas da
busca, a posição filosófica livre da busca é apoiada: essa mesma
convicção não deixa de estar relacionada à busca. Se há algo que
está livre de buscar, na dependência disso também deve haver algo
que não está livre de buscar.
Ao examinar entidades que não estão espontaneamente presentes,
o ignorante argumenta a favor da presença espontânea: essa mesma
crença não é uma presença espontânea. Por que razão? Se há uma
presença espontânea resultante do exame do que não está
espontaneamente presente, então, na dependência dessa presença
espontânea, há também o que não está espontaneamente presente.
Analisando as entidades que não estão plenamente consumadas, a
posição filosófica da Grande Consumação é apoiada: essa mesma
crença não é plenamente consumada. Por que razão? Porque se há
algo plenamente consumado, então, na dependência disso também
há algo que não está consumado.
Examinando as entidades de causas e circunstâncias, a posição
filosófica da gnose espontânea é apoiada: essa mesma crença se
torna o oposto da gnose espontânea. Por que razão? Porque surge
de um exame de causas e circunstâncias.
Há quem defenda a posição filosófica da esfera única, derivando-a
de muita reflexão e análise com base em muitos termos: esta
mesma convicção tem a natureza da multiplicidade. Por que razão?
Porque surge do exame de múltiplas entidades e, se há a posição de
uma única esfera, na dependência disso há múltiplas entidades.
Ao examinar e analisar as entidades do eu e do outro, o grande si*
é apoiado: esta mesma crença é um ser dual. Por que razão? Porque
se há o grande si, como posição filosófica determinada pelo exame
do eu e do outro, em dependência desse grande si também há o seu
oposto.
15
*O ‘si’ aqui não se refere à noção de um eu formado por uma longa habituação a
uma identificação do indivíduo com corpo e mente. Nem se refere a um eu
universal no qual a individualidade de cada ser é cancelada. O ‘si’ representa a
verdadeira identidade do indivíduo, que não é outro senão sua condição original
e natural de ser: presença simples, pura e indefinível. Assim, esta palavra não
precisa enredar o leitor em conceitos relacionados à negação budista de um eu.
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Refletindo sobre as entidades de acesso deliberado à não-dualidade
e analisando-as, a posição de que não há necessidade de acessar a
não-dualidade é apoiada: bem aqui está um acesso que implica
esforço. Por que razão? Porque atua-se para conseguir a ausência
de um acesso e, se houver ausência de acesso, também há acesso.
Além disso, ao examinar as entidades meditativas, se for
argumentado que não há nada para meditar, essa mesma crença é
uma meditação que envolve esforço. Por que razão? Porque há ação
voltada para a ausência de meditação.
Ao analisar as entidades realizadas, argumenta-se que não há fruto
espiritual a ser obtido: precisamente essa crença é uma conquista
por meio do esforço. Por que razão? Porque, se não há nada a ser
obtido, há esperança de se obter.
Ao analisar as entidades que consistem na correção das falhas da
contemplação, argumenta-se que não há nada a corrigir: esta
mesma crença é uma correção pelo esforço. Por que razão? Porque
o princípio mantido é que não há nada a ser corrigido e essa mesma
crença é uma correção.
No entanto, uma vez que qualquer crença criada é uma posição
limitada, estando enganado pelo exame e análise, a causa de novos
conceitos é criada. Assim, o princípio nunca é visto. Portanto, A
revelação do ioga (rNal 'byor grub pa'i lung) afirma:
18
No contexto do Atiyoga, é evidente que o exame e a análise da
busca mental não têm muita relevância. Por serem um engano, não
fazem sentido, então grandes homens que praticam Atiyoga não
veem as coisas dessa maneira. Portanto, se o exame e a análise são
um engano, qual é o princípio correto do Atiyoga?
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{21} Uma ilusão, inascida desde o início, não será depreciada
dizendo que não nasceu.
Além disso:
Por que se diz que "a verdade do princípio autêntico é vista graças
a essa total ausência de exame"? Eu respondo assim. Todos os seres
são desprovidos da dualidade do eu e outro, do sujeito e objeto de
conhecimento; portanto, a não visão em si, a não observância do
que quer que seja, é chamada de "visão" apenas metaforicamente;
mas, é claro, não há visão de nada à parte. De A revelação do ioga
(rNal 'byor grub pa'i lung chen po):
20
experimentada desta forma: consciência e eventos da
consciência, tudo se torna como o céu.
21
a maṇḍala como é desde o início.
Pergunta: A Budeidade pode ser visualizada?
Resposta: Não a vejo.
Pergunta: Por que você não a vê?
Resposta: Porque não a percebo.
Pergunta: Você não a vê?
Resposta: Vejo.
Pergunta: Como você a vê?
Resposta: Tudo é Buda na realidade tal-como-é; na verdade, a
Budeidade permeia tudo, então a vejo como a maṇḍala da
natureza presente espontaneamente.
Pergunta: Seres sencientes podem ser visualizados?
Resposta: Não os vejo.
Pergunta: Por que você não os vê?
Resposta: Porque não os percebo.
Pergunta: Você não os vê?
Resposta: Vejo.
Pergunta: Como você os vê?
Resposta: Vejo todos os seres sencientes como a maṇḍala da
consciência iluminada que constitui a raiz.
Do mesmo texto:
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verdadeiro sentido dessas palavras é o próprio si. Portanto, neste
grande sistema espiritual não há nada a ser feito para ter a visão do
princípio; por isso, visto que tudo é o grande si, o princípio é
naturalmente claro, sem tê-lo buscado ou visto: essa clareza muito
natural é o olho supremo. Este princípio nada mais é do que a
revelação da compreensão do vitorioso transmitida na upadeśa.
1.1.7.2. Replicação
23
Portanto, isso equivale a rebaixar o nobre filho do rei a um servo,
porque contradiz profundamente o āgama. Agora, sua visão
enganosa aparece como a da Grande Consumação, entretanto é
falsa, semelhante quando as formas aparecem duplas se a visão for
severamente perturbada devido à ingestão de arura, barura ou
devido à febre. Essa pessoa ignorante apenas segue uma ideia e faz
uma grande bagunça por dentro.
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vitorioso completamente purificado até o ser infernal em avīci,
alcançam a liberação final graças a este princípio da não-ação.
Portanto, todos os vitoriosos se tornaram budas ao compreender
este princípio. De O Maravilhoso (rMad du byung ba):
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{32} É explicado que a consciência iluminada é qualquer
caminho para a liberação completa.
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1.2. O ponto de vista dos mestres
1.2.0. Enunciação
1.2.1.1. A compreensão
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algum lugar e não há objetivo de querer que o princípio se torne
claro através de seu conhecimento. Então, onde está a referência
mental à existência intrínseca? Não há. Isso não resulta da
eliminação de objetivos. Na verdade, não havendo metas desde o
início, mesmo esta afirmação não precisa ser declarada; já que seu
verdadeiro significado é o próprio si, não é algo a ser encontrado
intencionalmente: por exemplo, é como o sol que não busca o
brilho dos vaga-lumes. De O voo do Garuda (Khyung chen):
28
Existem muitas citações como essas, mas qualquer que seja a
explicação, é pretendido que o objetivo seja uma referência e aqui,
no Atiyoga, o mesmo princípio da ausência de metas, não ter
quaisquer referências não é algo que deva ser mantido
mentalmente. De As instruções (Man ngag):
1.2.1.2. A incompreensão
{39} Não há iluminação para aquele que a deseja. Ele está longe
dos níveis e da iluminação suprema da liberação completa. Quem
entende a verdadeira natureza da realidade, que é como uma
ilusão, tem certeza de que a consciência iluminada é o próprio si.
Uma vez que se é a matriz da iluminação, não há realização nem
renúncia. A iluminação de Buda é uma expressão convencional,
isso não acontece realmente.
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Portanto, o objetivo é um engano e não há qualquer um aqui. De O
voo do Garuda (Khyung chen lding ba):
30
1.2.2. A presença espontânea
1.2.2.1. A compreensão
31
{43} A gema preciosa não tem pensamentos discriminadores e
executa todas as ações. Graças a ela, desejos são atendidos,
necessidades são atendidas, as esperanças se tornam realidade e
não há interrupção na manifestação de suas qualidades, a alegria
é gerada e não há esgotamento do potencial da gema, os seres
são estabelecidos no caminho da felicidade e as ações são sempre
realizadas, não há obstáculo à sua realização e não há repetição
de um pedido. A jóia preciosa se doa totalmente e as
necessidades são cumpridas. Ó Senhor de Laṅkā, esses aspectos
são parciais, mas, quanto ao exemplo real da autoconsciência,
tal-como-é, não há parcialidade.
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E assim por diante... O princípio do estado espontaneamente
presente não pode ser explicado pela indicação de suas
características. Permeia tudo, sem exceção. É difícil perceber com
a mente. Não está associado a nada. Portanto, metaforicamente é
chamado de "estado espontaneamente presente". Além disso, não
é criado em algum momento específico por um Buda vitorioso. Não
é concebido pelo praticante do caminho e nem mesmo deriva de
entidades como Phyva ou Īśvara: é uma presença espontânea desde
o início. De O cuco (Khu byug):
Além disso:
34
{51} Sendo imutável, é como lã preta: [...] se a examinar,
compreenderá que é de cor preta por natureza. O mesmo ocorre
com o nível de realização, que é alcançado diretamente,
permanecendo espontaneamente no estado natural.
Esta citação indica o estado imutável que não deve ser buscado. De
O maravilhoso (rMad du byung ba):
Além disso:
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budas. O discípulo afortunado entende este princípio precisamente
por não ter nada o que fazer para entendê-lo. Já que não há nada
que se possa fazer para conhecê-lo, sendo o próprio si o estado
original, somente graças à descoberta deste princípio, todos os
objetos sensoriais se manifestam claramente como a mesma gema
preciosa realizada espontaneamente. Do mesmo texto:
{55} Qualquer que seja o desejo daquele que encontra a jóia nos
três reinos, esse desejo é cumprido.
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Existem inúmeras citações como essas. No entanto, com relação ao
grande si presente espontaneamente desde o início, quem o percebe
e o que é aquilo que se vê? Se não há nada a buscar vendo algo,
então existe o modo correto de ver, originalmente puro, da presença
espontânea.
1.2.2.2. A incompreensão
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1.2.3. O grande si
1.2.3.1. A compreensão
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é o grande si. Além disso, como será lido a seguir, uma vez que não
há objetivo a ser alcançado, nem outro caminho a ser buscado,
utiliza-se a expressão "grande si". A respeito disso, já que além do
próprio si não há outro objetivo ou outra essência chamada Buda,
A revelação do ioga (rNal 'byor grub pa'i lung chen po) afirma:
39
Portanto, se algo aparece, nada mais é senão a si, uma vez que
universalmente o grande si aparece para si mesmo; na verdade,
existe apenas si desfrutando de si mesmo. O mesmo texto afirma:
{63} Por ser semelhante ao céu, não tem limites e não é uma
entidade que dependa de outra coisa. [...] Entidades surgem de
nada além da consciência por meio de seu próprio poder, graças
à gnose inigualável.
{66} Tudo está completo em si mesmo, sem ter que desejar nada.
Sem ter um nome, esta é a identidade do ioga.
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{67} Atiyoga é o Deus dos deuses. Entre os iogas, é o supremo.
Entre os seres superiores ele é o mais elevado, portanto é o
progenitor de todos os vitoriosos adamantinos, o nobre senhor
Samantabhadra.
{69} Grande ser, eu, o único, emergi no início, antes dos milhões
de kalpas. Eu apareci antes mesmo dos elementos. O corpo, a
41
fala e a consciência dos budas se originaram de mim; portanto, a
própria consciência do grande si, sendo a minha benção, é a
união de todos os budas dos três tempos e dos grandes iogues, e
emergiu de mim como um raio de luz evidente.
42
Portanto, quem vence todas as aflições emocionais e seus vestígios,
sem os ter abandonado, é o grande si. Após essas e outras frases, o
texto afirma:
43
Assim, sem que as causas e circunstâncias tenham sido
abandonadas ou criadas, o grande si da gnose espontânea aparece
a si mesmo universalmente e, ao mesmo tempo, não tem qualquer
morada. De A composição adamantina (rDo rje bkod pa):
Portanto:
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A grandeza da Budeidade no grande si consiste na realização dos
cinco elementos da gnose, a autoconsciência.
Quanto à grandeza da Budeidade, que é devido à presença original
espontânea e não buscada dos cinco elementos como as cinco
famílias de Buda, a chamada Budeidade é também a verdadeira
natureza dessas mesmas entidades concretas.
Com relação à magnitude da ausência total da Budeidade, no
próprio si da consciência iluminada, o grande vazio do estado
original, o termo Buda também é resolvido. A respeito disso, A
revelação do ioga (rNal 'byor grub pa'i lung) afirma:
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{78} A Budeidade do grande si é o Samantabhadra que tudo
contém e unifica; é a personificação da gnose que constitui o
magnífico veículo universal; é a concentração da união, a síntese
de tudo; é uma visão clara que elimina obscurecimentos,
brilhando como sabedoria; é a realização do conhecimento sem
impedimentos e ignorância. [...] Em relação ao Buda que é
exatamente isso, o espaço é aquele que ilumina, a terra é a
detentora do vajra imóvel, o fogo é a fonte das jóias, a água é o
esplendor infinito, flexível e claro, o vento é a certeza de que tudo
se realiza. [...] Com relação à ausência da Budeidade, a pureza
primordial de tudo no vazio, juntamente com a plenitude total
livre de confusão e permeada por essa pureza, constituem a
Budeidade original inalterada. Os grandes elementos são o
Bhagavan.
1.2.3.2. A incompreensão
47
1.2.4. Gnose espontânea
1.2.4.1. A compreensão
Uma vez que essa grande gnose é por natureza desvinculada dos
objetos sensoriais, não existe uma noção fixa do modo de ver desde
o início. Por exemplo, é como o espaço celeste que não conceitua
nem se considera. De O voo do Garuda (Khyung chen):
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{85} Sem a própria mente, os sentidos são liberados dos objetos
sensoriais.
49
{88} A causa em si é adamantina, assim como as circunstâncias.
Não tendo nascido, a essência adamantina é desprovida de
cessação.
50
Se o conhecimento desse princípio for certo, o que parece ser um
campo de atividade ruim é o nível de Buda, tal é a grande qualidade
de compreensão. A respeito disso, o mesmo texto afirma:
1.2.4.2. A incompreensão
Como não existe essa certeza, esforços são feitos para tornar o
princípio da gnose cada vez mais claro, acreditando que ele nasce
e se torna evidente como um objeto. Isso é um engano. A gnose
espontânea que busca a gnose espontânea é comparável ao próprio
remédio que busca o médico: assim se acaba preso na teia do
sofrimento. De O grande céu (Nam mkha 'che):
51
1.2.5. Libertação da busca
1.2.5.1. A compreensão
53
De O cuco (Khu byug):
54
{99} Como não há ação, é a esfera abençoada. Como não há três
tempos, é a esfera abençoada. Como não há nada a buscar, é a
esfera abençoada. A condição original não é abalada pelo desejo
de se esforçar.
55
{103} Estando desvinculada do corpo, da fala e da consciência
das divindades visualizadas, a dimensão da gnose espontânea é
supremamente grande. [...] Mesmo que faltem mantras e mudrās,
não há deterioração do compromisso.
57
1.2.5.2. A incompreensão
E também:
59
De O maravilhoso (rMad byung):
Além disso:
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{116} A consciência iluminada, cuja realização é realizada desta
forma, é o gozo na vida presente, é o gozo na vida futura, é o
gozo dos budas e é a realização na Budeidade, porque é igual a
Budeidade.
1.2.6.2. A Incompreensão
61
1.2.7. Não-dualidade
1.2.7.1. A Compreensão
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assim desde o início e não é necessário buscá-lo no momento;
portanto, não há dualidade de esforço e não-esforço.
Na manifestação natural da realização de grandes qualidades, não
há dualidade de obtenção e não-obtenção. Na expressão espontânea
da sábia gnose, não há dualidade de compreensão e não-
compreensão. O grande obscurecimento é claro como uma
consciência iluminada, que não se move ou se apega a nada, então
não há dualidade de meditação e não-meditação. Qualquer
fenômeno e existência é a verdadeira natureza da consciência que
aparece e existe, portanto não há dualidade de presença e ausência
do sentido de pensamentos discriminativos. No grande oceano da
consciência naturalmente quieta, livre de convenções verbais, não
há dualidade de recolhimento interior e não-recolhimento. Como o
grande gozo permeia tudo naturalmente, não há dualidade de
reconhecimento e ausência de reconhecimento.
Visto que no estado de Samantabhadra não há excesso ou falha na
avaliação em comparação a qualquer coisa, não há dualidade de
bom e mau. À medida que o sofrimento do nascimento, velhice,
doença e morte se manifestam na consciência iluminada, não há
dualidade de saṃsāra e nirvāṇa. A consciência não-dual iluminada
surgiu naturalmente desde o início sem causa e circunstâncias,
então não há dualidade de cessação e não-cessação. O estado
natural é por natureza livre de um apoio e daqueles que o apoiam,
então não há dualidade de permanecer e não permanecer nele. As
entidades relacionadas, bem como as superiores e inferiores,
surgiram desde o início no espaço da gnose, portanto não há
dualidade de ir e vir. Tudo está claro no dharmakāya da grande
esfera, sem ter percebido o ambiente e seres que ali vivem, portanto
não há dualidade de externo e interno. Todas as posições limitadas
foram completamente abandonadas, portanto, não há dualidade
entre esta e aquela facção.
O grande si, que é claro como um estado natural, é incomparável;
portanto, não há dualidade entre o eu e o outro. No modo de ver do
Atiyoga, o ancestral universal dos vitoriosos, tudo é claro; portanto,
63
não há dualidade de um grande e um pequeno modo de ver. No
estado equânime da grande condição original, não há termos
"senhor" e "servo", "mestre" e "submisso"; portanto, não há
dualidade de alto e baixo. A aparência de todas as atividades dos
ambientes e seres surgiu desde o início como as atividades dos
vitoriosos, de modo que não há dualidade de agir e não agir. Todas
as expressões convencionais são o caminho reto da verdade, a
grande gnose, portanto não há dualidade de afirmação e negação.
O modo de ver a realização espontânea, que não falha nos três
tempos, está livre de gradualidade; portanto, não há dualidade de
começo e fim. Sendo um estado livre das designações eternalistas
de existência e das designações niilistas de não-existência, não
encontrando nem mesmo um centro, é destituído da dualidade de
centro e limite. Como a Grande Consumação está desvinculada da
criação e realização, não há dualidade de desenvolvimento e
decréscimo. As aflições emocionais dos cinco agregados, etc.,
surgiram desde o início como uma sábia gnose, então não há
dualidade de liberação e não-liberação.
A verdadeira natureza inefável de tudo não é audível e sem que a
expressão sonora seja interrompida, não há dualidade entre dizer e
não dizer. Visto que a verdadeira natureza da realidade é livre de
forma e cor, sem abandono, não há dualidade de manifestação e
não manifestação. Estando além dos nomes das numerosas
entidades, sem exceção, não há dualidade de muito e pouco. Visto
que é naturalmente livre da dor de pensamentos discriminativos e
aflições emocionais, sem que tal sofrimento seja abandonado, não
há dualidade de paz e ausência de paz. Na gnose espontânea, a
escuridão não foi abandonada e a luz é clara, portanto, não há
dualidade de clareza e ausência de clareza. Semelhante ao óleo de
gergelim encontrado nas sementes, todas as coisas duais estão
permeadas com a consciência iluminada, portanto não há dualidade
entre o que é permeado por ela e o que não é permeado por ela.
Não há como ver e ouvir objetos sensoriais e entidades mentais,
mesmo que não sejam falhos, então não há dualidade de perceber
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e não perceber. Qualquer coisa que seja definida como uma falha
não pode ser encontrada na maṇḍala espontaneamente pura,
portanto, não há dualidade de pureza e impureza. O modo de ver
do Atiyoga é por natureza desprovido de base e raiz, de modo que
não há dualidade de apoio e inclinação. A essência do caminho e
do ensino é o próprio si, portanto não há dualidade de
aprendizagem e fim de aprendizagem. Qualquer que seja a ação
realizada, ela não é percebida como uma referência mental,
portanto, não há dualidade de virtude e vício. Nisso que não está
coberto pelos traços do karma dual, não há nada a ser alcançado,
portanto, não há dualidade de mundos superiores e mundos
inferiores. No estado natural espontaneamente realizado, sem que
os vários modos errados de ver sejam abandonados, incluindo o
eternalismo e o niilismo, não há dualidade de erro e não-erro. A
essência da grande igualdade, não identificável em nada, é
desprovida de origem e condições, portanto não há dualidade de
causa e circunstâncias.
De acordo com a tradição textual do Atiyoga, formas, sons e
pensamentos desde o início surgiram naturalmente como corpos,
palavras e consciências dos budas, portanto não há dualidade de
buscar e não buscar o objetivo. No estado de Grande Consumação,
todos os seres do universo, compostos de mil sistemas de mundos
à terceira potência, incluindo os três tipos de seres inferiores, são
budas; portanto, não há dualidade entre conquista e não conquista
do nível de Buda. No estado não-dual, não há transgressão e
corrupção, portanto, não há dualidade de observância e não
observância dos votos. Os seis tipos de seres sencientes são
abraçados pela compaixão espontânea, então não há dualidade de
compaixão e sua ausência. Tudo é encontrado desde o início no
grande obscurecimento livre de distinguir e elucidar, então não há
dualidade de benevolência e sua ausência. Tudo tem a natureza do
reino puro do sugata, sem a dualidade de realização e não-
realização, então não há dualidade de alegria altruísta e sua
ausência. Ao longo dos três tempos, nunca há saída e acesso, mas
65
a atividade é incessante, então não há dualidade de equanimidade
e sua ausência.
Locais de nascimentos punitivos pavimentam o caminho para um
grande gozo, então não há dualidade de desvio e não-desvio. O
inferno está no nível da Grande Consumação, então não há
dualidade de queda e não-queda. Sujeito e objeto são eliminados
desde o início, pois são inseparáveis, de modo que não há dualidade
de obscurecimento e não-obscurecimento. Em relação a tudo, seja
o que for, não há dualidade de adotar e não adotar. Nesse estado,
há libertação do objeto percebido e do sujeito que percebe, portanto
não há dualidade de objeto e sujeito no modo de ver. Não se
percebe nada como referências mentais, portanto não há dualidade
de avaliação e não-avaliação através de raciocínio demonstrativo.
As entidades de saṃsāra e nirvāṇa são inexistentes e incessantes,
portanto, não há dualidade de verdade relativa e absoluta. Mesmo
a expressão "não é dual" é indetectável desde o início, portanto não
há nada para ponderar e analisar. Entretanto, é compreendido de
repente, sem ter pensado ou percebido nada mentalmente; de fato,
o princípio segundo o qual a autoconsciência não é nada e não
cessa, aparecerá sem aparecer: então um entendimento
absolutamente incontestável será realizado e não haverá quaisquer
dúvidas. É difícil expor amplamente os argumentos textuais que
inspiram confiança, no entanto, vou oferecer alguns. De O grande
céu (Nam mkha 'che):
Além disso:
66
{119} Aqui, as promessas externas e internas estão por natureza
presentes como os agregados e constituintes psicofísicos. Nos três
tempos as promessas são inseparáveis desses agregados e
constituintes, portanto, não há nem mesmo a expressão
"promessa".
67
E novamente:
Além disso:
68
{126} Existe e não é algo real: como a lua refletida na água, a
verdadeira realidade é desprovida de existência intrínseca. Não
existe e não é uma aniquilação: como a extensão do céu, aparece
em toda parte. Sendo uma só, não é multiforme: tudo flui em um
único absoluto. É desprovida de dualidade e não é um nada
amorfo: permeando tudo, é o corpo de Buda espalhado por toda
parte.
Além disso:
71
esfera. Esses são os argumentos textuais que ilustram esse sistema.
De O grande céu (Nam mkha' che):
Além disso:
72
Novamente:
Além disso:
73
De O grande Gozo (bDe 'byams):
Além disso:
74
de tudo nunca abandonou nada. De O ornamento do gozo ('Phra
bkod):
1.2.8.2. A incompreensão
75
{144} Portanto, de acordo com o próprio āgama, vincular tais
ações a esse estado tal-como-é, irá obscurecê-lo. Se é tido tal
concepção, não há realização alguma aí.
76
como "grande gozo". Como não existe outra entidade além de si
mesmo, também é conhecida como o "grande si". Por ser
incomparável e sem elaboração, é conhecida como a "grande
esfera". Não há entidades de posições limitadas, por isso também é
conhecida como "não-dualidade". Nesse estado, há clareza total,
por isso também é conhecida como "gnose espontânea". Como não
há esperança em outro objetivo, nenhum esforço é feito para buscá-
la, por isso também é conhecida como "livre de esforço". Embora
tais rótulos sejam diferentes, essencialmente não há diferenças.
Uma definição é todas as outras e todas as definições são uma só,
ou seja, os sinônimos do fundamento tal-como-é. Portanto, é
preciso compreender a verdadeira realidade das coisas. De que
modo?
No que está livre de objetivos desde o início, também não há
libertação de objetivos. No grande si original, também não há modo
de ver o grande si. Na presença espontânea original, o modo de ver
a presença espontânea também está ausente. Na não-dualidade
original, não há modo de ver a não-dualidade. Naquilo que desde o
início está livre de esforço, não há nem mesmo o modo de ver a
libertação de esforço. No grande gozo original, não há nem mesmo
o modo de ver o grande gozo. No modo de ver a grande esfera
original, não há modo de ver a grande esfera. Na gnose espontânea
original não há nem mesmo o modo de ver a gnose espontânea.
Portanto, no que diz respeito à verdadeira realidade das coisas, a
realidade tal-como-é, também não há tal modo de ver. Por que
razão? Porque não há sujeito nem objeto do modo de ver.
A composição adamantina (rDo rje bkod pa) afirma que há
transmigração por não ser compreendido que nada é abandonado e
omitido; portanto, uma vez que na presença espontânea não há
separação entre saṃsāra e nirvāṇa, não há modo de ver ou algo
sobre o qual ter um modo de ver. Segue-se que, neste grande
sistema, tudo o que é modificado e alterado pela ação se dissolve.
77
1.2.9.1.2. Objeção
1.2.9.1.3. Replicação
79
Hoje em dia, a maioria das pessoas condena este modo de ver,
rejeita, nega e faz com que desapareça. A maioria nem sequer
reconhece o bem e o mal, portanto não abandone o mal, não adote
o bem, não renuncie ao que não é virtuoso. Alguns, mesmo que
desejem praticar, não entendem em que consiste a prática
espiritual.
Poucos são os afortunados. Tendo um entendimento indireto, eles
fazem da prática um apoio. Eles são constantes. Meditando, se
nesse momento também aderirem a esse princípio, estão muito
próximos de realizar-se; na verdade, não depende da duração da
meditação e de um destino afortunado. Portanto, se é possível que
apareça algum sucessor da linhagem, deve ser entendido que isso
acontece em um local de retiro!
1.2.9.1.4. Exposição
81
{146} Se examinar, não há nada; ao passo que se for deixado
como é, a manifestação multifacetada surge, o que é excelente. A
verdadeira natureza da realidade não aparece como uma coisa
só, mas a todos é mostrado o modo de se tornar.
Além disso:
82
{150} Este néctar, o grande remédio da imortalidade, é realizado
na gnose, então não há necessidade de procurá-lo em outro
lugar. Tudo é igual na condição original da realidade, a única
causa.
Além disso:
83
tempo, há; existe e não existe. Não há permanência e há; existe e
não existe. Não há saṃsāra e nirvāṇa e, ao mesmo tempo há; existe
e não existe. Não se está separado do sujeito e do objeto e, ao
mesmo tempo está; está liberado e não está. Todas as entidades são
vazias e, ao mesmo tempo, existem; elas existem e estão vazias.
Portanto, como não há uma característica determinável, pensar-se-
á em qualquer coisa e nada realmente nascerá. De O grande céu
(Nam mkha' che):
Além disso:
84
{156} Não é criada, porque não deve ser buscada pela ação. Não
é modificada, porque é o fundamento tal-como-é.
85
imagens mentais, atribuições, karma e amadurecimento de karma
são adventícios: é preciso entender que eles ascendem e caem, se
obscurecem e desaparecem. Senhor de Laṅkā, karma, maturação
do karma e assim por diante, se existissem como uma realidade
não atribuída momentaneamente, seriam "a realidade tal-como-
é". [...] Como não é o caso, deve ser entendido que a realidade,
tal-como-é, como definição, é uma metáfora que designa aquilo
que não é condicionado por nada. [...] Portanto, todas as
entidades estão sem nomes e palavras, indescritíveis. Nada pode
ser dito sobre isso.
86
disso, a verdadeira realidade, tal-como-é, é desprovida de causas e
circunstâncias e, ao mesmo tempo, sem impedimentos, é uma
presença espontânea. Segue-se que é independente de qualquer
coisa; não tem qualquer apoio, portanto não reside em nenhum
lugar; não tem base, portanto não tem suporte; nunca cessa,
portanto não é algo que deixa de existir; não há perpetuação,
portanto não se caracteriza pela permanência de uma existência
intrínseca específica; por ser desvinculada de entidades divididas
em categorias, não é um agregado; visto que não há raiz para sua
criação, não deriva de uma causa; por natureza, não tem assistentes
e auxiliares, portanto, não tem circunstâncias favoráveis; não existe
causa nem circunstâncias, por isso nem mesmo foi criado graças a
uma causa e circunstâncias; não mantém uma essência individual e
é incomparável, portanto, nem mesmo foi criado por outra coisa;
não é nem mesmo essa outra entidade; nem mesmo é
essencialmente algo diferente disso; não é demarcável como um
Buda ou ser senciente, portanto não tem família espiritual; desde o
início não pertence a uma família espiritual, portanto não tem um
continuum; mesmo que a essência individual apareça em toda
parte, essa aparência realmente não existe, portanto não há
mudança; estando livre dos limites das posições extremas, não
aparece; não tem fundamento real, portanto, não tem essência
individual. Assim, é explicado que a verdadeira realidade também
está livre dessas dezessete expressões convencionais. Do mesmo
texto:
87
De acordo com um método de ensino, é explicado que a verdadeira
realidade, tal-como-é, está livre de cinquenta expressões
convencionais:
88
da certeza. É sempre a própria iluminação. É precisamente a
matriz da iluminação. É a própria realidade. É precisamente o
que é autêntico. É a certeza real. Não é nada além de si mesmo.
De fato, não tem nascimento. É realmente sem fim. É a própria
realidade tal-como-é. É precisamente o que não está errado. É a
própria natureza da realidade. É precisamente a condição
original da realidade. Sendo inconcebível, é precisamente o
impensável. É precisamente a verdadeira meta final.
89
não-manifestação, de modo que suas características e existência
intrínseca não são percebidas.
Além disso:
90
maneiras. Embora pareça variada, é desprovida de concretude.
Mesmo que vagueie por eras no saṃsāra, não há sentido de
perda e nem de falta. Mesmo se revestir com os diferentes traços
de experiências, isso não muda. Desprovido de partes, até mesmo
no nível atômico, permeia o meio ambiente e os seres. É
precisamente a variedade de fenômenos que brota da vaziez. Sem
ter um fundamento real, é precisamente o que é chamado e
designado de várias maneiras. Sem um lugar para buscá-la, é
precisamente o que se realiza, o que quer que haja para realizar.
Sem formas e imagens, é exatamente o que aparece, o que quer
que se olhe. Sem haver nada objetivamente, é precisamente a
consciência de qualquer coisa. É precisamente o infinito que tudo
permeia e abrange. É a única realidade livre de tudo, na qual
nada foi abandonado. Despojada do exterior e interior, é sempre
íntimo. Uma infinidade de coisas brotou disso, mas não se esgota.
Não identificada e rotulada, é precisamente o que é designado de
diferentes maneiras. É imaterial e cai em permanência. Sem
elevação, se move pelo céu. Sem membros, atravessa os níveis.
Não se moveu para lugar nenhum e foi para todos os lugares.
Sem se mover, é rápida e desobstruída. Embora tenha produzido
coisas diferentes, não se afastou de sua condição original. Não se
afastando da única condição original, aparece como a variedade
das coisas. Todos têm o acesso, por isso é o caminho. Não tendo
recusado nada, é saṃsāra. Uma vez que se engana por não
reconhecer sua presença, trata-se precisamente de um ser
senciente. Ao cruzar os quatro rios, é precisamente a balsa da
liberação. Movendo-se por níveis e caminhos, é precisamente a
única rota. Não tendo referências dualísticas, é iluminação.
Sendo a consciência dos vários dados perceptivos, é a própria
consciência. Sabendo tudo, é sabedoria. Sendo clareza total, é
concentração. Por ter ultrapassado os limites sem ter cruzado
níveis e caminhos intencionalmente, é a morada dos budas. Sendo
incomparável, é suprema. Sendo maravilhosa, é completude. Por
ser superior, é o mais elevado. Uma vez que não há nada que a
domine e se oponha, é insuperável. Sendo insondável, é profunda.
91
Sendo inestimável, é secreta. Sendo sutil, não é óbvio. Tudo surge
disso, portanto, são entidades. Não muda, então é a verdadeira
realidade. Sendo o próprio nível de visão direta, é o bodhisattva.
Visto que é um continuum purificado e permeia todas as
entidades conhecíveis, é o Buda. Constituindo o fundamento, é a
raiz. Gerando tudo, é a mãe. Desde que a gnose surge daí, é o
pai. Mantendo a linhagem dos vitoriosos, é o filho. Por ser
espontânea, é autônoma. Sendo a realidade tal-como-é, imutável
e incessante, é a grande linhagem. É difícil transgredir essa lei,
por isso é o grande compromisso da contemplação contínua. Por
estar totalmente viva, é a própria vida. Não sabendo da exaustão,
é o grande tesouro. Uma vez que é a realização de desejos, é
riqueza. Executando as ações de todos com compaixão
incessante, é um servo. Sendo verdadeiramente esplêndido, é o
corpo dos budas. Disso vem a expressão verbal, portanto, é
precisamente a palavra dos budas. Sabendo de tudo, é a
consciência de Buda. Uma vez que satisfaz todos os desejos, são
as próprias qualidades dos budas. Ao realizar as ações, é a
atividade dos budas. Movendo-se em direção aos objetos, é
precisamente o desejo. Desfrutá-los é a grande fruição. Sendo a
causa de tudo, é a grande exigência. Sendo a satisfação de todas
necessidades, é a grande acumulação. Desprovida de esforço, é a
realização de tudo. Manifestando-se magicamente como coisas
diferentes, é o grande milagre. Aparecendo como imagens
mentais, é o próprio mudrā. Não é procurada em outro lugar,
pois é precisamente a abordagem em si. Surgindo por si só, é
precisamente a abordagem completa. Sendo a mesma matriz da
iluminação, é uma realização. Sendo o mesmo objetivo, é a
grande conquista.
92
{166} No céu imóvel da realidade tal-como-é, não importa
quantas expressões convencionais designem o movimento dos
seres vivos e dos átomos do ambiente material, além do único
oceano da gnose não-conceitual, não há absolutamente nada.
Essa gnose é a grande maṇḍala da natureza espontaneamente
presente.
{167} Mesmo passando de uma forma para outra transmigrando
para o mundo, não se chega a nenhum lugar fora da condição
original que é a matriz da iluminação. Mesmo que vá para os
reinos ilimitados dos budas, não há como sair dessa matriz.
Mesmo que todos os infinitos vitoriosos sejam gerados, a matriz
não cresce de forma alguma. Mesmo que surjam tantos seres
sencientes, essa mesma matriz não é diminuída.
Do mesmo texto:
94
Qualquer imagem mental que se manifeste é naturalmente clara em
sua condição original espontânea. Como podem ser danificadas na
mente e no corpo desprovido de identidade? Saiba que para elas
não existe o menor sofrimento. Portanto, desde o início, através do
modo de ver, é muito importante verificar definitivamente que o
princípio do Atiyoga não é algo a ser verificado com a mente.
1.2.9.2. A incompreensão
*Phal pa: pessoas mundanas ou imaturas que não praticam o Dharma ou,
enquanto o praticam, ainda não alcançaram a visão direta de seu princípio,
a verdade apontada pelo Buda. Quando a compreensão real ocorre, não
velada por conceitos, opiniões e pensamentos de qualquer tipo, o praticante
se torna um ser superior ('phags pa, ārya), um membro natural do Saṅgha.
95
2. Meditação
2.0 Premissa
Além disso:
E também:
97
Aqui é afirmado que não existe um método denominado de postura
física, portanto, a suposição de uma postura não é rejeitada. Então,
em que consiste a falha da correção? Já que quem corrige o corpo
tem uma noção fixa dele devido à fixação mental, nunca será capaz
de ver o princípio. É por isso que lemos em O grão oculto (rGum
chung):
98
a morada maravilhosa, surgida espontaneamente sem qualquer
agente.
99
Portanto, não há acesso intencional. De A revelação do ioga (rNal
'byor grub pa'i lung):
100
2.2.2. As três falhas
101
Quanto à concentração híbrida, no espaço equânime
incontaminado desde o início por pensamentos discriminativos,
nem mesmo é necessário buscar a chamada verdadeira natureza da
realidade; entretanto, uma vez que a mente não entende o ponto
essencial da não-dualidade, se ela se apresenta como uma mistura,
é uma condição híbrida: ora o princípio da ausência de imagens é
claro, ora ocorre o movimento de imagens mentais. Desta forma, a
meditação sem objetivo não é compreendida. Além disso:
103
natureza da realidade nem mesmo permanece na ausência de
conceitos, movimentos e referências; portanto, nem mesmo a
própria mente permanece na ausência de conceitos, movimentos e
referências. A verdadeira realidade das entidades é contínua desde
o início, desprovida de interrupção*; portanto, a autoconsciência é
também a grande continuidade ao longo dos três tempos, sem
nenhuma interrupção. Por que razão? A verdadeira natureza da
realidade tal como consiste é a autoconsciência. Quando essa
compreensão ocorrer, nem mesmo será pensado em permanecer
instantaneamente** no grande sistema do Atiyoga. De O
maravilhoso (rMad byung):
2.2.4. Crítica
2.2.4.1 Objeção
104
2.2.4.2. Replicação
105
{185} Senhor de Laṅkā, o tempo não é de forma alguma
determinável: as quatro estações, um mês lunar, meio mês, um
dia inteiro, da manhã à noite, uma sessão de quatro horas, meia
sessão, um segundo, um minuto, quarenta e oito minutos, um
instante, o momento original como é, uma era, um período não
especificado de eras.
106
prolongada pelo vigor da não-ação, a verdadeira natureza original
da realidade torna-se evidente de forma natural.
107
2.3.3. Terceiro sistema
108
{190} Meditar é deixar a verdadeira natureza da realidade não
manifesta como ela é, sem tê-la buscado.
110
da verdadeira natureza da realidade desde o início, essa clareza é
chamada de "recolhimento interior".
111
2.3.8. Oitavo sistema
Novamente:
112
{196} Das entidades nascidas da autoconsciência, não há nada
para se pensar. O estado que tem tal qualidade não-conceitual é
precisamente a maravilhosa consciência iluminada.
2.3.9. Síntese
2.3.10. Discussão
2.3.10.1. Meditação conceitual
114
Por exemplo, é como no caso do fogo e da fumaça: se um estiver
claro, o outro diminui. É como água e impureza: se há ondas, a
impureza sobe; se não houver movimento das ondas, a impureza
não sobe. É como chuva e neblina: se chover, a neblina desaparece;
se a chuva parar, a neblina sobe. Assim, até que na consciência do
principiante haja alguma clareza sobre o princípio, embora no
estado meditativo não haja movimento dos pensamentos, assim que
é interrompido os pensamentos ressurgem. De O voo do Garuda
(Khyung chen):
115
{200} De onde vêm os demônios? Eles sempre surgem do
compromisso. […] É por isso que o próprio descompromisso é
um demônio.*
2.3.10.3. Crítica
2.3.10.3.1. Objeção
116
Em relação a este princípio, recentemente há quem, tendo
instruções sobre como focalizar, o têm dito: “Eu tenho a upadeśa
dos mestres da Índia, graças ao qual é possível tornar-se um Buda
em dias ou meses. Suas explicações, que consistem apenas nas
pernas*, são inúteis.”
2.3.10.3.2. Replicação
*De acordo com esta objeção, o ensinamento de Sangs rgyas ye shes sobre rdzogs chen
se referiria apenas ao fundamento (gzhi) da realidade e careceria de instruções práticas
sobre o caminho (lam) que permite obter o fruto ('bras bu), portanto, é equiparado a
pernas de um corpo.
**sDe: abreviatura de sde snod (piṭaka), ou seja, sūtra, vinaya e abhidharma.
117
{201} A maravilhosa iluminação do inascido não é coberta por
aflições emocionais e karma.
118
garanhão de um fôlego que não se eleva. Tendo sido elevado com
A e YA, no vasto espaço do bindu de Akaniṣṭha, no vasto espaço
desprovido de esperança e medo, não havendo nascimento e
morte, existe pleno regozijo. Assim como o ouro derretido
derramado no molde assume a clara aparência de uma forma, se
o universo assume a clara aparência da consciência, é a
realização do grande si. Tanto a meditação como a não
meditação são o caminho das palavras. Se for totalmente
compreendido, esse entendimento é a meditação real.
2.4. As falhas
2.4.1. Em geral
119
Primeiro de tudo, o que deve ser realizado é a equanimidade com
respeito à necessidade de acessar o estado meditativo com esforço;
se estiver obscurecida, é uma falha. Quando o acesso ao estado
meditativo é obscurecido, deve-se perceber que, no início, surge o
obscurecimento que consiste na necessidade de acessar este estado
com esforço. Aqui a falha é dupla: a geral ou comum e a particular.
Não vendo a falha comum, muitas são as quedas em erros, portanto
há falhas específicas. Algumas dessas falhas surgem da seguinte
forma.
O desejo de acessar o princípio do estado meditativo é a falha
comum da falta de acesso. O desejo de que o princípio seja claro
de uma certa maneira é a falha do mero pensamento, pois existe o
pensamento de que o estado meditativo deve ser exatamente como
foi mentalmente estabelecido. Em resumo, as falhas de alteração
são estas: manifestar o estado meditativo propositalmente,
esforçar-se para fazê-lo e tentar experimentá-lo. Elas são
comparáveis à agitação da chama de uma vela devido ao vento:
assim, há queda do espaço da não-ação. No entanto, há casos em
que, tendo pensado por um momento no significado dessas falhas,
como já foi constatado, elas surgem espontaneamente, sem tê-las
gerado conscientemente. A razão para isso é que alguns entendem
o modo de ver com confiança e averiguam o fato de que a mente
não deve ser deixada propositalmente no estado meditativo, mas
não podem praticar a meditação sem meditação, pois possuem
muitas imagens mentais; além disso, tendo exercitado a
inteligência, que é a causa da visão clara*, eles têm muitos
pensamentos que se sucedem fora de controle. Se isso acontecer, é
porque no passado eles ouviram e refletiram sobre o grande
veículo, mas não meditaram, então há poucos momentos de
quietude interior.
120
Eles devem ser capazes de permanecer observadores, sem pensar
em nada, sem bloquear os pensamentos ou analisar o que
observam. De que modo? Ao relaxar internamente, a consciência
se expande um pouco; portanto, recolhendo-se internamente, sem
ter recolhido nada propositalmente, já que de fato não há ação, a
mente é deixada no estado meditativo e se estabiliza de forma
natural. Para eles também os outros métodos* que servem para
estabilizar a mente não deixam de ser úteis, porque tudo é um meio
para essa estabilização.
121
2.4.3. Os dez obscurecimentos
2.4.5. Os desvios
2.4.5.1. Niilismo
122
Também existem muitos desvios. O desvio dos niilistas é a visão
dos tīrthikas.* No estado de grande gozo da consciência iluminada,
o modo de ver que é conhecido por si mesmo, pessoalmente, não
existindo como uma visão obscura, é claro na gnose da consciência;
assim, o desvio dos niilistas é eliminado.
2.4.5.2. Indiferença
2.4.5.3. Eternalismo
123
{205} É dito que a mente daqueles que aderem ao eternalismo ou
ao niilismo se desvia da convicção do princípio essencial.
Quanto aos desvios das quatro contemplações, já foi dito antes; mas
por enquanto, vou tratá-los aqui também. De A revelação do ioga
(rNal 'byor grub pa'i lung):
124
{206} Todos aqueles cujo interesse na visão direta é pouco veem
a ausência de identidade como o suporte da meditação. Há um
exame e não há análise com relação ao que é interrompido.* Esta
é apenas a primeira contemplação. Quando se permanece no
vácuo da sutileza de total vaziez, não há exame e há apenas
análise, é a segunda contemplação. Quando a mente é deixada
com a certeza na vaziez e o gozo é gerado, é a terceira
contemplação. Com a quarta contemplação, realizada por si
mesma ou graças a quem a tenha explicado, não há falhas e há
permanência natural no estado de quietude.
2.4.5.7. Śrāvaka
125
{207} Os objetos sensoriais do grupo sêxtuplo são imagens. As
imagens aparecem como coisas. Portanto, deixando tudo à
vontade, não há negação dessas mesmas imagens.
{208} Qualquer que seja a imagem das seis portas sensoriais que
surja na mente, ela brota espontaneamente e se dissolve
naturalmente, por isso é deixada à vontade. Como sua verdadeira
natureza não nasce, não há imagem a ser negada.
2.4.5.8. Pratyekabuddha
126
{210} Não se deter na causa, o estado imóvel no qual há apego
ao sabor do gozo da concentração, é a própria natureza da
realidade. Portanto, a concentração no estado em que há apego a
esse nível de paz, não transcende o sofrimento.
127
2.4.5.9. Cittamātra
Isso está claro, de modo que aqui tais falhas são eliminadas pela
compreensão de que o universo de mil sistemas de mundos à
terceira potência traz o selo de grande gozo, no qual não há objetos
sensoriais, portanto, não há engano no qual a aparência consiste,
não há gnose dupla e não há instante de gnose não-conceitual. De
O ouro puro (Sems sgom):
*Dag pa 'jig rten pa. Para o cittamātra, as entidades podem ser divididas
em três categorias caracterizadas da seguinte forma: totalmente conceituais
(kun brtags, parikalpita), dependentes (gzhan dbang, paratantra) e
absolutamente reais (yongs grub, pariniṣpanna). Entidades dependentes são
os fenômenos que aparecem com base em causas e circunstâncias. A
realidade impura dependente (isto é, do mundo impuro) é aquela que parece
aos seres comuns na dependência do karma e dos traços ou inclinações
latentes (vāsanā). A realidade dependente pura (isto é, mundo puro) é o que
aparece para os seres superiores (ārya) quando eles emergem do estado de
recolhimento interior, por exemplo, a visão dos reinos puros dos budas.
128
{214} A condição original da realidade e o pináculo adamantino
da gnose que a conhece não existe em lugar algum, portanto a
gnose não-conceitual não é instantânea. As raízes das virtudes
puras são inexistentes como reflexo, portanto a gnose do mundo
puro não existe.
2.4.5.10. Madhyamaka
129
{216} Ao dar um nome à porta sutil, com o isolamento da
consciência busca-se o caminho e apega-se ao isolamento na
continuidade do retiro. Se isso é examinado, é entendido que esse
isolamento é uma meditação conceitual.
2.4.5.12. Mantrayāna
2.4.5.12.1. Desvio Geral
130
{219} Aqui não há nem mesmo o nome de um estado a ser acessado
por meio de uma conduta irada. Se aparece como A e Pa**, há
desejo de gerar o gozo mágico. Esta também é a falha da fixação.
131
{221} Mesmo a união de método e sabedoria nas três formas de
existência aparece como uma ilusão, apenas nominalmente. O
grande lugar sagrado do imperador universal também é uma
morada de união devido à ilusão.
132
De O rei do céu (Nam mkha'i rgyal po):
2.4.5.12.2.2. Anuyoga
135
arrogância, convencido de que não há mais ninguém como ele,
denigra os outros e afirma ser um indivíduo superior a qualquer
um que compare. Este, apesar de meditar ao se visualizar como
uma divindade, está em contradição com o princípio da
igualdade real; portanto, o modo de ver e conduta estão
separados nele, e tudo o que faz se torna uma ação demoníaca.
2.4.9. Conclusão
136
{230} Se a consciência não existe, como se fosse uma miragem,
quem é que não permanece e não tem referências? A meditação
definida como "o céu que não permanece em si mesmo" não faz
sentido.
137
De Os seis princípios (Don drug pa):
2.5. Características
139
nada existe que não seja permeado por isso; nada existe que não
surja daí; não há nada que o estado não-dual não possa fazer; não
tem nascimento; não tem declínio; não tem características; não tem
causa; não tem circunstâncias; não tem resultados; não requer
esforço; e carece dos impulsos que determinam sua manifestação.
Essas trinta e quatro características correspondem ao símbolo do
céu e seu significado. Se permanecer nesse estado meditativo por
muito tempo, os sinais mostrados abaixo também surgirão
naturalmente.
Anteriormente, foi explicado em detalhes que, na ausência de tal
conhecimento, a correção intencional das três portas e o esforço
representam a estaca da fixação e são um obscurecimento. A
respeito disso, o mesmo texto afirma:
140
3. Conduta
3.1. Os pilares
3.1.1. O princípio
141
{239} Como o benefício dos seres é obtido pela benevolência, a
grande compaixão não é praticada de forma alguma.
Novamente:
Além disso:
Novamente:
142
por meio da concentração da ilusão as várias atividades do
método são realizadas para o benefício dos seres.
Além disso:
143
{247} Permanecer na vaziez é permanecer em grande
benevolência.
144
{248} Quaisquer que sejam as diferentes ações que alguém
execute, [...] sendo todas a mesma esfera, não há nada para
abandonar.
Além disso:
Portanto:
{258} Qualquer que seja a ação dos quatro tipos de conduta, ela
não se torna um vínculo, uma vez que é um meio de liberação.
Além disso:
150
{267} O seu próprio benefício e dos outros estão
espontaneamente presentes e nada foi abandonado. No oceano de
condutas, você faz o que quiser. Se é compreendido que na
verdadeira natureza da realidade não há apego, a gnose sem
apego não está de forma alguma sujeita à corrupção. As
condutas inconcebíveis de compaixão, quaisquer que sejam, são
as condutas do método do ioga. É assim que a conduta é
praticada.
{268} Enquanto age sem medo, seja qual for sua maneira de
agir, uma flor nasce ali.
{270} Sua riqueza emana de si mesmo. Nos corpos dos budas que
emanam de si mesmos, é experimentado a própria riqueza em
todos os lugares.
Novamente:
151
{271} Todas as entidades que brotam do corpo são desfrutadas.
Todas as entidades que surgem da consciência são desfrutadas.
Todas as entidades que surgem da palavra são desfrutadas.
Todas as entidades que se originam das entidades são
desfrutadas. A compreensão ocorre sem a interrupção das
funções sensoriais individuais, comparável às cores das sedas de
Varāṇasī.
Do mesmo texto:
152
*Nascimento do útero (mnal), do ovo (sgo), do calor e umidade (drod
gsher), de causas milagrosas (rdzus skyes).
{274} Não há quem age nem ação. Portanto, tudo o que aparece
como a conduta mundana de seres sencientes transmigrantes
comuns e tīrthikas é a atividade do Buda realizada naturalmente.
3.2. Desvios
154
{278} Os fundamentos textuais das ações sem compaixão, mesmo
que pareçam proclamar apenas as palavras de Samantabhadra,
contradizem o princípio essencial. Com base nisso, nada é
realizado.
155
Portanto, ao mesmo tempo que se tem a certeza do modo de ver, é
apropriado ter extremo cuidado para não tomar ações negativas. De
O pico espontâneo (rTse mo byung rgyal):
3.3.2. A propensão
3.3.3. Os preceitos
3.3.3.0. Necessidade
156
3.3.3.1. A conduta do corpo
157
Ainda no que diz respeito à alimentação, como suporte para a
manutenção do corpo, seja ela boa ou não, dependendo se você tem
ou não os ingredientes, não procure propositalmente nada além do
que se tem, sentindo apego por um sabor melhor; em vez disso, isso
é permitido apenas em caso do medo de morrer e se houver uma
necessidade importante. Não ingira alimentos para ganhar peso ou
ter uma aparência bonita. Quanto ao desfrute da refeição, mantendo
o princípio da realidade tal-como-é, não examine o que é comido.
Não tenha a atitude humana comum de comer para satisfazer seu
apetite de uma forma instintiva. Não pense em aceitar o que é
saboroso e rejeitar o que não é. Não implore por comida seguindo
o comportamento do veículo inferior. Do mesmo texto:
158
3.3.3.2. A conduta da fala
159
3.3.3.3. A conduta da mente
3.3.4. Conclusão
161
4. O Fruto
4.0. Enunciação
4.1. A experiência
4.2. O calor
Do mesmo texto:
165
Além disso:
Do mesmo texto:
167
{267} Permanecer claramente presente, sem se afastar do
princípio autêntico, é obter o calor em que consiste o
ensinamento do Dharma.
4.3. Sonhos
168
despejando água de um vaso sobre seu corpo; sonho em ser
queimado por um grande incêndio; sonho em que um grande
vento faz seu corpo voar para altos picos e que por causa disso o
próprio corpo se desintegra. Estes são os sinais premonitórios da
purificação dos traços. (2) Aqui estão os presságios da libertação
do medo: sonha-se em voltar de uma batalha; sonha-se em se
recuperar completamente de uma doença; sonha-se em escapar
das prisões; sonha-se em escapar do carrasco; sonha-se em
escapar de predadores; sonha-se em se recuperar de um
envenenamento; sonha-se em se libertar das amarras; sonha-se
em ser capaz de cortar uma corda grossa. Esses são os grandes
sinais positivos. (3) Aqui estão os presságios da realização dos
níveis espirituais: sonha-se em subir os degraus de um trono;
sonha-se em subir uma escada comum de madeira; sonha-se em
subir árvores verdes; sonha-se em ir muito alto; sonha-se em
chegar ao topo de uma montanha; sonha-se em subir uma escada
preciosa; sonha-se em chegar ao stūpa; sonha-se em subir a
escada do céu. Esses são os presságios significativos. (4) Aqui
estão os presságios do domínio dos níveis espirituais: sonha-se
em sentar-se em um trono elevado; sonha-se em montar um
elefante; sonha-se em montar leões; sonha-se em montar um
Garuda em voo; sonha-se em chegar ao topo de um stūpa; sonha-
se em estar no topo de uma montanha; sonha-se em estar no
espaço celestial; sonha-se que as nuvens brotam de seu corpo;
sonha-se estar acima do sol; sonha-se estar acima da lua. Estes
são os sinais premonitórios de permanência nos níveis do ioga.
(5) Aqui estão os presságios do filho do Vitorioso: sonha-se com
uma tarefa confiada pelo rei; sonha-se em ser nomeado ministro;
sonha-se em exercer domínio sobre os outros; sonha-se em dar
ordens às pessoas comuns; sonha-se em conquistar líderes de
outras comunidades; sonha-se em vencer grandes batalhas;
sonha-se em se tornar rei; sonha-se com flores brotando em sua
cabeça. Estes são os sinais premonitórios de quando se torna o
filho do Vitorioso. (6) Aqui estão os presságios de maestria no
Dharma: sonha-se em encontrar livros profundos; sonha-se em
169
escrever sobre eles por muito tempo e analisá-los; sonha-se em
explicá-los e ensiná-los aos outros; sonha-se em averiguar seu
significado; sonha-se em se olhar no espelho; sonha-se em olhar
um vaso de cristal cheio, examiná-lo e beber seu conteúdo;
sonha-se em colecionar pedras preciosas; sonha-se com uma
roda chegando em sua mão; sonha-se em agarrar o sol e a lua;
sonha-se em girar o Monte Meru sobre a cabeça. Esses são os
presságios da maestria no Dharma. (7) Aqui estão os presságios
da visão da verdade: sonha-se em ver lugares nunca vistos antes;
sonha-se em ver o imenso universo de mil sistemas de mundos à
terceira potência; sonha-se em ir para outros continentes; sonha-
se em chegar ao cume do Monte Meru; sonha-se em ver o céu
imenso; sonha-se em chegar ao fundo do oceano; sonha-se em
segurar uma lamparina na mão; sonha-se em olhar para o disco
solar; sonha-se em investigar o universo. Esses são os grandes
sinais premonitórios da visão da verdade. (8) Aqui estão os
presságios do recebimento de profecias: sonha-se em ouvir os
sons de instrumentos musicais; sonha-se em ouvir o estrondo do
trovão; sonha-se em ouvir o rugido do leão; sonha-se em ouvir
discursos sobre o Dharma; sonha-se com o rosto de uma imagem
sagrada sorridente; sonha-se em ouvir a voz do Buda e não ver
seu próprio corpo; sonha-se com uma deusa cantando em voz
alta; sonha-se em ouvir sons de moradas celestiais; sonha-se em
ouvir "amigo, amigo"; sonha-se em falar sobre o Dharma. Esses
são os presságios das profecias.
4.4. Sinais
170
{300} Livre de esforço intencional, não se opera mentalmente,
não é perturbado por nada e possui uma consciência equânime;
visto que não há apego a nada, nem excitação e medo devido aos
objetos dos cinco sentidos e da mente, não há abandono deles
nem permanece fixo à eles. Então, é compreendido que as quatro
sabedorias da realidade equânime inalienável, os trinta e sete
fatores da iluminação e os pāramitās estão incluídos nesse estado
de consciência.
171
De Os seis princípios (Don drug pa):
173
4.5. As esferas de ação dos demônios
174
esplendor total é visto claramente. Percorre todos os lugares
sem impedimentos. Move-se no céu e permanece na terra como
um pássaro. Os seres nobres, estendendo seus braços, profetizam.
O Dharma é exposto na linguagem de qualquer um. Você é visto
como um objeto de veneração pelo mundo animado e inanimado.
Tudo é visto como estando igualmente colocado na palma de sua
mão. A verdadeira natureza da realidade tal-como-é aparece
claramente. Já que é hábil em concentração, não há
impedimentos. Seres nobres darão ordens para ensinar para o
benefício de outros. Os Senhores divinos do mundo prestarão
homenagem. Se é compreendido a verdadeira natureza destas
experiências, são excelentes sinais. Quem não entende desta
forma é um demônio que está errado.
Além disso:
176
Então, sabendo quais são os sinais, há o comprometimento.
Do mesmo texto:
177
Depois que a postura de pernas cruzadas foi assumida, levita um
côvado e então se move até a altura de um tāla. Também este é o
sinal de um grande presságio. Além disso, move-se pelo céu claro
passo a passo, não se afunda na água, penetra na terra, não se
queima devido ao fogo e é capaz de apreender o vento. Esses
também são grandes presságios. Se a capacidade da verdade do
corpo for aperfeiçoada, a capacidade de empoderamento também
surge: as bênçãos do empoderamento são inconcebíveis. Se algo
é desejado ou necessário, terra, pedras ou areia são
transformadas em ouro, prata, e assim por diante. De terras
áridas, surgem mananciais de água e as árvores nascem do
carvão. Necessidades como essas e outras são satisfeitas de
acordo com os desejos. Se o poder e a capacidade de conduta são
aperfeiçoados, as qualidades das vantagens são completadas:
bens desejáveis são manifestados, todos os desejos são realizados
e coisas maravilhosas de qualidades extraordinárias são
descobertas. Esses são presságios convenientes. No que diz
respeito aos presságios dos seres que se reúnem ao redor do
iogue, acontece que este professor é reverenciado por todos e
agrada a todos, é amável para com todos, vence tudo e se torna a
autoridade máxima para todos. Esses são grandes presságios.
{312} Todos os milagres, tais como mover-se ao redor do sol e
da lua, desenraizar o Monte Meru e girá-lo, atirar o mundo para
longe, eliminar o kalpa da consumação no fogo, etc., a
capacidade de mostrar esses sinais graças a habilidades
especiais, estas e outras manifestações mágicas são os milagres
das manifestações mágicas. Em relação aos milagres do ensino, o
iogue é capaz de ensinar as disciplinas a todos os discípulos de
várias maneiras, de acordo com o Dharma estabelecido na língua
de cada um. Esses são os milagres que caracterizam o ensino. O
milagre incontestável que consiste no aparecimento das portas do
Dharma é explicado da seguinte forma: graças à habilidade
particular de concentração do iogue, os mundos são abalados e
todos os discípulos ficam maravilhados; fazendo-os felizes, todos
178
saboreiam a alegria. Estes são os milagres da aparição do
Dharma. Em relação aos milagres que caracterizam a expressão
verbal universal, a partir do colar de letras secretas os sons do
Dharma são emitidos como uma manifestação mágica, de modo
que todos as entidades vistas e ouvidas são universalmente
percebidas como sons de mantra e não há nada que não tenha a
qualidade do mantra.
Assim é afirmado.
4.8. Crítica
4.8.1. Objeção
4.8.2. Replicação
179
{313} Essa é a matriz, então o que sai dela é uma grande
maravilha.
E novamente:
Do mesmo texto:
180
sinais como arco-íris e relâmpagos no céu; portanto, seja o que for
que apareça, não há qualquer fixação sobre isso.
181
superiores são desde o início a Budeidade, sem qualquer correção
ou transformação. No momento nem é preciso transformar
obscurecimentos em gnose, como se fosse uma alquimia; de fato,
na compreensão da pureza original e natural não há o termo
"obscurecimento": no estado que é como o oceano límpido, há
liberdade de todas as sementes dos traços experienciais. De O pico
espontâneo (rTse mo byung rgyal):
182
De A revelação do ioga (rNal 'byor grub pa'i lung):
Além disso:
183
original não necessita do esforço exigido pela aplicação do antídoto
e é a mesma pureza que cumpre o princípio do "já realizado" sem
cumpri-lo; convencionalmente, isso é chamado de "eliminação de
obscurecimentos". Já foi explicado que essa pureza original está
livre do acúmulo de mérito e sabedoria.
No que diz respeito às realizações já alcançadas desde o início,
visto que a autoconsciência está presente como a verdadeira
identidade de todas as realizações, mesmo que não haja nada a
eliminar e obter, o encontro não buscado com o princípio da não
realização é convencionalmente chamado de "manifestação da
realização". Nada além disso. Mas, essencialmente, não há
expressões que designem a manifestação espontânea de realização
e não manifestação. Para inspirar, temos algumas citações a seguir.
De O ouro fino (Sems bsgom):
184
escuridão. Todas as qualidades brotaram dessa joia que realiza
desejos. Não tem nascimento e fim, portanto, está livre do medo.
É completamente indeterminável, por isso não tem medo. Se é
compreendida totalmente, há liberdade de qualquer esforço. Na
dimensão do conhecimento não há caminho. [...] Ao investigar
em outro lugar através das três raízes*, não pode ser encontrada,
já que o princípio secreto surgiu da mesma autoconsciência.
185
*As três raízes seriam a mente (blo), a discussão (gros) e o método (thabs).
**O veículo do śrāvaka, o veículo do pratyekabuddha e o veículo dos
bodhisattvas.
***No terceiro capítulo, gNubs chen distingue três tipos de não-
conceituação: mundana, sobrenatural e superior. O primeiro consiste nas
formas de contemplação ensinadas pelos mestres do Buda e adotadas por
ele como técnicas para alcançar a quietude do recolhimento interior. O
segundo é próprio de śrāvaka e pratyekabuddha. O terceiro é aquele
específico para o mahāyana.
186
5. Discussão final
5.1. Premissa
188
5.3. Questões
5.3.1. Yogācāra-mādhyamika
5.3.2. Sautrāntika-mādhyamika
5.3.4. Mahāyoga
189
autoconsciência. Portanto, os agregados, os constituintes e as bases
da experiência psicofísica são a maṇḍala das divindades. Que
necessidade há de uma doutrina superior a este princípio?”.
5.3.5. Anuyoga
5.4. Replicações
5.4.1. Yogācāra-mādhyamika
190
5.4.2. Sautrāntika-mādhyamika
5.4.4. Mahāyoga
191
5.4.5. Anuyoga
5.5. Conclusão
192
~
193
LISTA DE TÓPICOS
1. O MODO DE VER
1.1. Introdução
1.1.1. A Grande Consumação
1.1.2. Nada para avaliar
1.1.3. Liberação sem ação
1.1.4. Primeira crítica
1.1.4.1. Objeção
1.1.4.2. Replicação
1.1.5. O princípio correto
1.1.6. A descoberta da visão
1.1.7. Segunda crítica
1.1.7.1. Objeção
1.1.7.2. Replicação
1.1.8. O caminho universal
1.2. O ponto de vista dos mestres
1.2.0. Enunciação
1.2.1. A ausência de metas
1.2.1.1. A compreensão
1.2.1.2. A incompreensão
1.2.2. A presença espontânea
1.2.2.1. A compreensão
1.2.2.2. A incompreensão
1.2.3. O grande si
194
1.2.3.1. A compreensão
1.2.3.2. A incompreensão
1.2.4. Gnose espontânea
1.2.4.1. A compreensão
1.2.4.2. A incompreensão
1.2.5. Libertação da busca
1.2.5.1. A compreensão
1.2.5.2. A incompreensão
1.2.6. O grande gozo
1.2.6.1. A compreensão
1.2.6.2. A Incompreensão
1.2.7. Não-dualidade
1.2.7.1. A Compreensão
1.2.7.2. A incompreensão
1.2.8. A única grande esfera
1.2.8.1. A compreensão
1.2.8.2. A incompreensão
1.2.9. O fundamento tal-como-é
1.2.9.1. A compreensão
1.2.9.1.1. Peculiaridades
1.2.9.1.2. Objeção
1.2.9.1.3. Replicação
1.2.9.1.4. Exposição
1.2.9.2. A incompreensão
195
2. MEDITAÇÃO
2.0 Premissa
2.1 O método da postura física
2.2. O método do acesso para consciência
2.2.1. Enunciação
2.2.2. As três falhas
2.2.3. Os três métodos
2.2.4. Crítica
2.2.4.1 Objeção
2.2.4.2. Replicação
2.3. As explicações dos mestres
2.3.1. Primeiro sistema
2.3.2. Segundo sistema
2.3.3. Terceiro sistema
2.3.4. Quarto sistema
2.3.5. Quinto sistema
2.3.6. Sexto sistema
2.3.7. Sétimo sistema
2.3.8. Oitavo sistema
2.3.9. Síntese
2.3.10. Discussão
2.3.10.1. Meditação conceitual
2.3.10.2. Meditação não-conceitual
2.3.10.3. Crítica
2.3.10.3.1. Objeção
196
2.3.10.3.2. Replicação
2.3.11. O momento da morte
2.4. As falhas
2.4.1. Em geral
2.4.2. Os seis demônios
2.4.3. Os dez obscurecimentos
2.4.4. As seis falhas
2.4.5. Os desvios
2.4.5.1. Niilismo
2.4.5.2. Indiferença
2.4.5.3. Eternalismo
2.4.5.4. O desvio comum
2.4.5.5. A ausência de noções
2.4.5.6. As quatro contemplações
2.4.5.7. Śrāvaka
2.4.5.8. Pratyekabuddha
2.4.5.9. Cittamātra
2.4.5.10. Madhyamaka
2.4.5.11. Acesso imediato
2.4.5.12. Mantrayāna
2.4.5.12.1. Desvio Geral
2.4.5.12.2. Desvios peculiares
2.4.5.12.2.1. Mahāyoga
2.4.5.12.2.2. Anuyoga
2.4.6. Os três desvios dos tīrthikas
197
2.4.7. As quatorze falhas
2.4.8. Os doze obscurecimentos
2.4.9. Conclusão
2.5. Características
3. CONDUTA
3.1. Os pilares
3.1.1. O princípio
3.1.2. As quatro condutas
3.1.2.1. A conduta de grande compaixão
3.1.2.2. A conduta apropriada livre de esforço
3.1.2.3. A conduta do grande método
3.1.2.4. A conduta de realização espontânea
3.2. Desvios
3.3. A conduta apropriada
3.3.2. A propensão
3.3.3. Os preceitos
3.3.3.0. Necessidade
3.3.3.1. A conduta do corpo
3.3.3.2. A conduta da fala
3.3.3.3. A conduta da mente
3.3.4. Conclusão
198
4. O FRUTO
4.0. Enunciação
4.1. A experiência
4.2. O calor
4.3. Sonhos
4.4. Sinais
4.5. As esferas de ação dos demônios
4.6. O valor dos sinais
4.7. Outros sinais
4.8. Crítica
4.8.1. Objeção
4.8.2. Replicação
4.9. A conquista final
5. DISCUSSÃO FINAL
5.1. Premissa
5.2. Os temas básicos
5.2.1. Acesso imediato
5.2.2. Mahāyoga e Anuyoga
5.3. Questões
5.3.1. Yogācāra-mādhyamika
5.3.2. Sautrāntika-mādhyamika
5.3.3. Acesso imediato
5.3.4. Mahāyoga
5.3.5. Anuyoga
199
5.4. Replicações
5.4.1. Yogācāra-mādhyamika
5.4.2. Sautrāntika-mādhyamika
5.4.3. Acesso imediato
5.4.4. Mahāyoga
5.4.5. Anuyoga
5.5. Conclusão
200