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20/02/2017
S.S. Dudjom Rinpoche (Tibete, 1904 – Dordogne, França, 1987), foi um dos maiores eruditos budistas de todos
os tempos. É considerado a emanação do aspecto da mente de Dudjom Lingpa (1835-1904) e destacou-se
como mestre nos ensinamentos da Grande Perfeição, escrevendo inúmeros ensinamentos, textos e práticas
budistas, sendo considerado um terton, isto é, um revelador de tesouros. Uma de suas principais contribuições
foi na organização e documentação dos ensinamentos e tradições da escola nyingma, em diversas obras e
coleções por ele editadas.
Sua Santidade o Dalai Lama nomeou-o chefe espiritual dos Nyingmapa em 1959, quando já estava no
exílio. Fundou numerosos mosteiros e centros de prática no Butão, Nepal, Sikim, Ladakh, Taiwan, Hong Kong,
Estados Unidos e França.
Recentemente foi disponibilizado um vídeo raríssimo de Dudjom Rinpoche feito por Sogyal Rinpoche. Nele,
Rinpoche fala sobre como praticar e também sobre pós-meditação, sobre a vida cotidiana.
São instruções precisas que servem para refinar nossa prática. O ensinamento foi transcrito e traduzido pela
Jeanne Pilli. Confira abaixo:
Por um lado, aquilo que chamamos de Dharma é muito difícil. Por outro lado
é muito simples, porque de fato depende apenas da nossa própria mente.
Então, seguindo esse exemplo, você deve tentar observar e proteger a mente,
mesmo em meio a todo tipo de pensamentos turbulentos.
Deixe a mente em seu próprio estado natural e relaxe.
Mantenha o corpo imóvel e silencie a fala.
Não pense se deve ou não fazer isto ou aquilo.
Basta estabelecer a mente em um estado de relaxamento e tranquilidade, sem
correr atrás de objetos e nem pensamentos descontrolados e loucos.
E apenas deixe tudo como está, com reconhecimento. Se a mente for apenas
deixada em seu próprio estado natural, ela se pacificará e o surgimento de
pensamentos naturalmente diminuirão, na medida em em que você permita
que se autoliberem.
É assim que se deve fazer esta prática. Mas se em vez disso você pensar “ai,
agora este pensamento surgiu. Isso não deve estar certo!” e ficar tentando
parar o pensamento, isso será apenas mais pensamento.
Praticar assim aumentará mais a sua própria confusão, pois a mente
continuará seguindo mais objetos. Portanto, não pratique dessa forma.
Quando você se familiarizar um pouco com essa prática, pode ser que você
experiencie um estado de êxtase ou de bem-aventurança física e mental, ou, se
estiver meditando durante a noite, pode ser que experiencie um estado de
clareza, como se o dia tivesse amanhecido. Experiências como essas podem
ocorrer, e são sinais de que você está cultivando a paz e a calma de shamatha.
Mas quando se familiarizar com ela, você será capaz de permanecer sem se
distrair, mesmo quando estiver andando por aí. E quando se sentar, você
permanecerá sem se perder da consciência. Você deve aplicar esta prática a
tudo que fizer e, assim, você se desenvolverá e avançará gradualmente.
Está bem?
Vamos fazer uma pequena meditação juntos?
PRECES
MEDITAÇÃO EM SILÊNCIO
Quando descansamos um pouco no estado natural dessa maneira, isso é
chamado de equilíbrio meditativo. Isto é o que chamamos de “sessão formal
de meditação”.
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lentamente e, a seguir, se precisar sair de casa, caminhe com o corpo relaxado
e com mente à vontade.
Mas se, em vez disso, você ficar caminhando sem rumo, balançando a cabeça
de um lado para o outro, você ficará agitado. Assim, quando for caminhar,
mova-se vagarosamente e de forma constante, dando passos lentos e olhando
para o chão, cerca de um metro à sua frente. É assim que você deve caminhar.
Quando se sentar, não caia no chão como um saco de terra ou uma pedra
pesada. Quando uma pedra está suspensa do chão e a corda que a sustenta é
cortada, ela cai no chão com um baque. Em vez de sentar-se assim, devemos
nos sentar lentamente e com calma.
Quanto à forma como você deve agir quando encontrar outras pessoas, se diz
“Quando eu olhar para outro ser, possa o meu olhar ser sincero e pleno de
amor”. Então, quando encontrar alguém, olhe para eles direta e sinceramente,
a partir de um estado de calma natural. Ofereça a eles um olhar sincero e
amoroso.
Se a sua mente for amorosa e você tiver cultivado a bodicita, seu olhar
ganhará uma expressão particular e transmitirá uma atmosfera de paz e
calma. Assim, quando se encontrar com outros seres, olhe para eles de forma
franca e amorosa.
Quando falar, não tagarele qualquer coisa sem sentido que vier à sua mente.
Fale de forma verdadeira e suave, de uma maneira adequada e agradável aos
seus ouvintes.
Quando comer, não faça ruídos como uma vaca ruminando ou um cachorro
devorando seu jantar. Coma e beba com calma e conscientemente, em um
estado natural de relaxamento.
Quando for dormir, deite-se com gentileza e de forma relaxadada. Então faça
orações ao seu mestre e às três jóias – o Buda, Dharma e Sangha. É assim que
se adormece com a mente à vontade e em prece.
E então quando acordar, traga as três jóias e o seu mestre à sua mente de
forma clara, e levante-se nesse estado de devoção. Desta forma, diz-se que a
devoção despertará em sua mente, assim como você mesmo está despertando.
Se agir dessa maneira, todas as suas atividades diárias estarão de acordo com
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os ensinamentos e, o mais importante, sua mente estará em harmonia com o
Dharma. Aqui, neste contexto, Dharma significa domar a mente e pacificar
todas as emoções perturbadoras.
PRECES FINAIS
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