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Relatório de Sustentabilidade 2009

Relatório de
www.vale.com Sustentabilidade 2009
Créditos
Coordenação Geral
Departamento de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável

Apoio Editorial
Departamento de Comunicação Corporativa e Imprensa

Projeto Gráfico e Editorial


Report Comunicação

Revisão
Assertiva Produções Editoriais

Apoio Operacional
CSC Computer Sciences Brasil S.A.

Verificação Externa
Ernst & Young

Fotografia
Acervo Previ/Marcos Almeida pág. 5;
Arquivo do Consórcio Brasileiro para Produção de Óleo de Palma pág. 103.
Banco de Imagens Vale págs. 8, 13, 19 e 117;
Banco de Imagens Vale Australia págs. 48 e 81;
Banco de Imagens Vale/Cassio Vasconcellos págs. 97, 105 e 108;
Banco de Imagens Vale/Edu Simões págs. 20, 36 e 53;
Banco de Imagens Vale/Eugênio Sávio págs. 46, 69, 84 e 93;
Banco de Imagens Vale/Eny Miranda pág. 47;
Banco de Imagens Vale Inco pág. 94;
Banco de Imagens Vale (Moatize) págs. 70, 72 e 75;
Banco de Imagens Vale - Nitro/João Marcos Rosa pág. 14, 107 e112;
Banco de Imagens Vale/Rosane Bekierman pág. 77;
Banco de Imagens Vale/Vitor Schwama pág. 26;
Editora Globo/Stefano Martini pág. 7;
Eugênio Sávio págs. 24, 33, 39, 51, 56, 59 e 89;
José Armenio de Brito Cruz pág. 44;
Marcelo Shoubia págs. 17, 41, 80, 100 e 113;
Sam Santos pág. 8 (foto Tito Botelho Martins).

Informações Pré-impressão e impressão


Burti

Corporativas Tiragem
1.000 exemplares em português
600 exemplares em inglês
SEDE MUNDIAL
Este relatório possui um formulário de avaliação disponível
BRASIL em www.vale.com
Avenida Graça Aranha, 26
20030-900 – Rio de Janeiro RJ – Brasil Atuamos para construir um legado social, econômico
Tel: 55 21 3814-4477 e ambiental nas regiões onde operamos.

Para informações sobre os demais escritórios da Vale, Capa: Fernando Montarroyos de Araújo, aprendiz
acesse www.vale.com operacional, Porto de Tubarão, Vitória – Espírito Santo, Brasil
(Fotógrafo: Marcelo Shoubia).

Produto impresso em papel certificado FSC.


Relatório de
Sustentabilidade
Vale 2009

Sumário

Perfil 2
Mensagem do Conselho de Administração 4
Mensagem do Presidente 6
Diretoria Executiva da Vale 8
Introdução e processo de relato 9
Estratégia de sustentabilidade 11

Operador Sustentável 14
Desempenho dos negócios 16
Governança corporativa 20
Recursos humanos 32
Saúde e segurança 46
Meio ambiente 52

Catalisador do Desenvolvimento Local 70


Desenvolvimento local 72
Cadeia de valor 88

Agente Global de Sustentabilidade 94


Mudanças climáticas 96
Biodiversidade 104
Direitos humanos 114

Escopo do relatório (limite) 119


Verificação externa 121
Nível de aplicação GRI 124
Correlação de práticas da Vale com
Pacto Global e ICMM 125
Índice remissivo GRI e correlação
com Pacto Global e ICMM 126

1
Perfil Mensagem do Conselho Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Perfil
Américas
Prezamos a ética nos negócios,
1. Brasil – Sede Mundial da Vale
o respeito ao meio ambiente e a 2. Colômbia
qualidade de vida nos territórios 3. Chile
onde atuamos. Buscamos 4. Argentina
contribuir para a construção 5. Peru
6. Paraguai
de um legado positivo para as 7. Canadá
gerações futuras 8. Estados Unidos 7
11

9. Barbados
13
Europa
25
10. França 10 12

11. Noruega 23

12. Suíça 8
27 26
Somos uma empresa global com atuação direcionada ao 13. Reino Unido
setor de mineração. Promovemos a pesquisa, a produção e a
comercialização de um amplo portfólio de produtos que África 22

hoje inclui minério de ferro e pelotas, níquel, cobre, carvão, 14. Angola 21 28
24
bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês, 15. Zâmbia
ferroligas, cobalto, metais do grupo da platina e metais 16. Moçambique 30
9
preciosos. Nossos negócios incluem, ainda, os segmentos 17. Guiné 29
17
de logística, energia, siderurgia e fertilizantes, que
18. África do Sul
consideramos estratégicos e integrados à mineração.
19. R
 epública Democrática 2

Nossos produtos e serviços estão presentes em todas


do Congo 20
31
32

as áreas da sociedade moderna, como componentes


20. Gabão 19

fundamentais para a garantia da qualidade de vida das Ásia


5
pessoas. Três de nossos principais produtos – minério de
21. Índia 1
14
16
ferro, carvão e manganês – são insumos essenciais para 15

a fabricação do aço, presente na indústria de base, nos


22. China
34
transportes, nas construções e em milhares de itens do 23. Mongólia
6
nosso dia a dia. O níquel é utilizado na produção de aço 24. Omã 33

inoxidável e também integra equipamentos eletrônicos 25. Cazaquistão 4


18
e médico-hospitalares. O cobre está presente nas redes 26. Japão 3

de telecomunicação e também nos aparelhos de TV e 27. Coreia do Sul


celulares. A bauxita é insumo para a produção de alumínio,
28. Taiwan
material que compõe tanto embalagens como peças de
aviões. Já o uso do potássio e da rocha fosfática aumenta
29. Filipinas
a produtividade da agricultura, enquanto o caulim é 30. Tailândia
31. Cingapura Operações
utilizado nas indústrias de papel, cerâmica e farmacêutica.
32. Indonésia Escritório
Joint ventures
Oceania
Exploração mineral
33. Austrália
34. Nova Caledônia

2 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 2 3 3


Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Nossa missão
Transformar recursos minerais em
riqueza e desenvolvimento sustentável

Informações corporativas

Nome Vale
Razão social Vale S.A.
Natureza jurídica Sociedade por ações de capital aberto
BM&FBovespa: VALE3, VALE5
Nyse: VALE, VALE.P
Papéis negociados nas bolsas de valores
Euronext Paris: VALE3, VALE5
Latibex: XVALO, XVALP
Sede mundial Rio de Janeiro, Brasil
Investimentos socioambientais em 2009 US$ 781 milhões
Número de empregados (dez. 2009) 140,6 mil (empregados próprios: 60,0 mil e terceiros: 80,6 mil)
Rating Baa2 pela Moody’s Investors Service
BBB+ pela Standard & Poor’s Ratings Services
Classificação de investment grade
BBB pela Fitch Ratings
BBB (high) pela Dominion Bond Rating Service
Prêmio GRI Readers Choice Award na categoria Sociedade Civil pelo Relatório
de Sustentabilidade 2008. A Vale foi indicada também entre as cinco melhores
empresas do mundo nas categorias Investidores e Vencedor Geral
Empresa latino-americana mais bem posicionada no índice que avalia o
grau de transparência das informações sobre mudanças climáticas.
Mineradora de grande porte com menor intensidade de emissões de gases
de efeito estufa por receita, de acordo com o levantamento feito pelo Carbon
Disclosure Project (CDP)

Reconhecimentos e premiações Prêmio Época, como uma das empresas que mais se destacaram em políticas
climáticas em 2009
Relatório de Sustentabilidade 2008 reconhecido como Comunicação de
Progresso Notável (COP) pelo Pacto Global
Líder mundial entre as mineradoras no ranking de mudanças climáticas do
Goldman Sachs e uma das cinco empresas mais sustentáveis do setor de
materiais básicos pelo Relatório GS-Sustain
Vencedora de cinco prêmios na edição 2009 do IR Magazine Awards, entre
eles o Gran Prix de melhor programa de relações com investidores do Brasil

4 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Perfil Mensagem do Conselho

Mensagem
do Conselho de
Administração A empresa fez os ajustes necessários,
mantendo o ritmo de desenvolvimento
de novos projetos, com investimento
total de US$ 9 bilhões. Ao mesmo
tempo, realizou a distribuição de
Em 2009, a Vale deu continuidade à sua US$ 2,75 bilhões em dividendos e juros
estratégia de crescimento, mesmo diante sobre o capital próprio. Além disso,
entre 2000 e 2009, a Vale foi a empresa
dos diversos desafios gerados pela crise de mineração diversificada que mais
que atingiu a economia global gerou valor para o acionista.

É importante ressaltar que a crise global Reafirmamos, ainda, nosso compromisso


não implicou recuo na estratégia de com o aprimoramento contínuo da
desenvolvimento sustentável da Vale. Pelo governança corporativa, embasada
contrário, foi uma oportunidade para a em transparência, equidade e ética. A
empresa reiterar seu compromisso com elaboração e publicação de documentos
as diversas partes interessadas, buscando corporativos globais vem permitindo à Vale
adotar ações que minimizassem o impacto fortalecer e disseminar seus valores em
da redução da demanda mineral não só todos os países nos quais atua, mantendo
nos aspectos econômico-financeiros, mas a estratégia de crescimento associado à
também no desempenho socioambiental. promoção do desenvolvimento sustentável.
Os resultados colhidos ao final do ano, e
explicitados ao longo deste relatório, nos Em 2009, conforme planejado, a empresa
permitem vislumbrar o fortalecimento publicou três novas políticas globais –
dessa estratégia e a ampliação do nível de Desenvolvimento Sustentável, Direitos
investimentos ainda em 2010. Humanos e Segurança Empresarial –, que
orientam as unidades da Vale a agir dentro
do mesmo padrão de compromisso.
Além disso, foi instituída a Norma de
Responsabilidade em Saúde, Segurança
e Meio Ambiente, que estabelece os
processos e os responsáveis pelo registro de
ocorrências e fatos relevantes, bem como
pelo cumprimento de metas de melhoria
nessas áreas cruciais.

4 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 4


Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Sérgio Rosa
Presidente do Conselho de Administração

Complementando os instrumentos que A publicação deste terceiro relatório de


orientam o padrão de comportamento ético sustentabilidade, elaborado de acordo com
e transparente da Vale, a empresa lançou, em as diretrizes da Global Reporting Initiative
2009, o Código de Conduta do Fornecedor, (GRI), padrão adotado internacionalmente,
que atende também ao compromisso de é outro fato que se soma ao processo
incentivar as empresas fornecedoras de de aprimoramento de nossa gestão de
serviços e produtos a adotar os mesmos desenvolvimento sustentável, dando
princípios de conduta ética seguidos pela transparência à nossa forma de atuação,
empresa. Esse documento soma-se a outros aos desafios e aos resultados obtidos
instrumentos, como o Código de Conduta pela gestão da Vale e evidenciando nosso
Ética e o Canal de Denúncias, direcionado ao alinhamento com os Princípios para o
Conselho de Administração. Investimento Responsável (PRI).

A empresa manteve, pelo quarto ano Em nome do Conselho de Administração


consecutivo, a certificação de controles da Vale e de todos os acionistas, reitero
internos previstos pela Lei Sarbanes-Oxley, a satisfação com a evolução desse
demonstrando a consolidação de suas processo e agradeço à Diretoria Executiva,
práticas de transparência e governança aos empregados e aos parceiros pelos
de acordo com as exigências às empresas resultados obtidos em 2009 com a
de capital aberto com ADRs (American certeza de que a Vale manterá o rumo
Depositary Receipts) listadas na Bolsa de de sua administração, orientada ao
Nova York. desenvolvimento sustentável.

5
Perfil Mensagem do Conselho

Mensagem
do Presidente Reforçamos a nossa estratégia de
sustentabilidade por meio da publicação
de importantes diretrizes globais que
orientam as nossas ações, em particular
nossa Política de Desenvolvimento
Em 2009, um ano de grandes desafios,
Sustentável, que visa à construção de um
mantivemos o nosso compromisso com o legado social, econômico e ambiental nas
desenvolvimento sustentável, conforme regiões onde operamos, composta pelos
pilares Operador Sustentável, Catalisador
explicitado em nossa Missão e na nossa do Desenvolvimento Local e Agente
Política de Desenvolvimento Sustentável Global de Sustentabilidade.

Avançamos em 2009, norteados por nossa No pilar Operador Sustentável, em especial


Política de Desenvolvimento Sustentável, na área econômica, colhemos um importante
em diferentes aspectos relacionados ao indicador de nossa sustentabilidade. Diante
pilar Agente Global de Sustentabilidade. de um cenário de crise financeira expressiva,
Publicamos nossa Política de Direitos marcado pela forte recessão e pela contração
Humanos, documento global que orienta as da economia global, a Vale demonstrou,
ações de toda a empresa. Criamos o Fundo na prática, as vantagens competitivas
Vale para o Desenvolvimento Sustentável, que acumulou por meio de uma gestão
iniciativa voltada para apoiar ações de consistente ao longo dos anos: carteira de
ONGs (organizações não governamentais) ativos de classe mundial, custos de produção
que conciliem a conservação do meio competitivos, saúde e solidez financeira e, mais
ambiente com a melhoria das condições importante, pessoas qualificadas e motivadas.
socioeconômicas das comunidades, focando,
inicialmente, no Bioma Amazônico. Frente à retração da demanda por minerais
e metais, em função da redução sem
Em paralelo, a Vale liderou, em conjunto com precedente na produção da indústria
organizações da sociedade civil, a elaboração siderúrgica, tivemos de realizar iniciativas
e o lançamento da Carta Aberta ao Brasil voltadas à redução de custos e ao aumento
sobre Mudanças Climáticas, que apresenta da eficiência. No entanto, tomamos medidas
compromissos voluntários de 30 grandes para manter os talentos internos, entre as
empresas brasileiras em relação aos esforços quais a recolocação e a requalificação dos
mundiais para redução dos impactos das nossos funcionários. Fizemos os ajustes
mudanças climáticas. Participamos, portanto, necessários para enfrentar a situação
de forma propositiva no debate para a imediata, mas realizamos, em 2009,
formação da posição do governo brasileiro investimentos de US$ 9 bilhões, fundamentais
na 15ª Conferência das Partes da Convenção- para o nosso crescimento orgânico e para a
-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança sustentabilidade econômica no médio e no
do Clima (COP 15), realizada em dezembro de longo prazos.
2009. Assinamos também o The Copenhagen
Communiqué, um posicionamento de líderes Já em 2009 começamos a colher os frutos
empresariais globais em prol de um acordo das decisões tomadas ainda no início da
sobre a questão das mudanças climáticas. crise global. No segundo semestre do ano,
a produção de minério de ferro apresentou
crescimento de 21% frente ao primeiro
semestre, e registramos novos recordes de

6 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Roger Agnelli
Diretor-presidente

produção anual em carvão, bauxita e alumina. A Fundação Vale deu continuidade à Initiative (GRI), estamos consolidando
Como consequência, a Vale contabilizou, implantação das Estações Conhecimento, nossa estratégia de atuação responsável e
em 2009, um lucro líquido de US$ 5,3 cujo objetivo é contribuir para a melhoria da transparente. Além da melhoria contínua
bilhões, realizando uma remuneração total qualidade de vida e para o desenvolvimento em processos internos, também avançamos
ao acionista de US$ 2,75 bilhões. Em meio integrado e sustentável das comunidades e cujo na elaboração desta publicação, agregando
a toda a incerteza nos mercados globais, público prioritário são crianças e adolescentes, informações e transparência em relação a
realizamos, em 2009, extensos investimentos devendo beneficiar cerca de 30 mil jovens em nossa forma de atuar.
socioambientais, totalizando US$ 781 núcleos que serão construídos nos estados
milhões, destinando US$ 580 milhões para do Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Essas e outras iniciativas que conjugam
ações ambientais e US$ 201 milhões a Pará, Sergipe e Rio de Janeiro, no Brasil. geração de valor com a construção de um
projetos sociais. legado positivo para as futuras gerações
Lançamos, também, por meio da Fundação estão alinhadas com os princípios do ICMM
Também continuamos nossos esforços para Vale, o programa Brasil Vale Ouro, que (Conselho Internacional de Mineração
o incremento em nossa empresa da cultura funciona dentro das Estações Conhecimento. e Metais) e do Pacto Global das Nações
de saúde e segurança. Apesar da redução O programa visa selecionar e preparar Unidas, que reconheceu nosso relatório de
nas taxas de acidentes em 2009, infelizmente atletas nas cidades onde atuamos no Brasil e sustentabilidade anterior, pelo segundo
ainda registramos a perda de nove vidas em representa o apoio da Vale ao segmento de ano consecutivo, como Publicação de
ocorrências com empregados e contratados esportes de alto rendimento. Comunicação de Progresso Notável.
da empresa e três acidentes fatais com
prestadores de serviço no setor de transporte Buscamos contribuir para reduzir o déficit Agradeço a todos que contribuíram para
nas estradas. Além de realizar uma acurada em saneamento e habitação nas áreas a gestão dos processos e as melhorias
investigação de cada acidente, buscamos em que atuamos. Em apoio às prefeituras, de desempenho nos indicadores de
adotar ferramentas mais eficazes na prevenção desenvolvemos projetos executivos de sustentabilidade elencados neste relato,
de acidentes, além de promover essa cultura engenharia para apoiar a captação de contribuindo para a busca da excelência
também em nossa cadeia de valor. recursos disponíveis para esses fins nas na gestão de nossos negócios, dando
esferas federal e estadual dos governos. O transparência às nossas ações perante a
Para o pilar Catalisador do Desenvolvimento investimento acumulado da Fundação Vale, sociedade e ajudando a difundir nossas
Local de nossa Política de Desenvolvimento em 2009, em projetos de infraestrutura e práticas de sustentabilidade nos diversos
Sustentável, demos continuidade a habitação foi de US$ 11 milhões, resultando países em que atuamos.
iniciativas que reforçam a estratégia na captação de US$ 395 milhões pelos
de desenvolvimento e qualificação de municípios junto ao Governo Federal.
fornecedores locais por meio do Programa
Inove, já em seu segundo ano de atividades, Com a publicação deste terceiro relatório
e do Programa de Desenvolvimento de de sustentabilidade da Vale, elaborado de
Fornecedores (PDF). acordo com as diretrizes da Global Reporting

7
Perfil Mensagem do Conselho

Diretoria
Executiva da Vale

Roger Agnelli Fabio de Oliveira Barbosa


Diretor-presidente Diretor Executivo de Finanças e
Relações com Investidores

Carla Grasso José Carlos Martins


Diretora Executiva de Recursos Humanos e Diretor Executivo de Ferrosos
Serviços Corporativos

Eduardo de Salles Bartolomeo Tito Botelho Martins


Diretor Executivo de Logística, Diretor Executivo de Não Ferrosos
Gestão de Projetos e Sustentabilidade

8 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Introdução e processo de relato

Para ler nosso Esta publicação tem como


objetivo apresentar a evolução

relatório
da Vale nas questões de
sustentabilidade de forma
objetiva, transparente e de fácil
entendimento

Diretrizes GRI – Pelo terceiro ano Indicadores – Reportamos 86 indicadores, Verificação externa – As informações
consecutivo, publicamos nosso relatório de sendo 49 essenciais, 23 adicionais e 14 do do Relatório de Sustentabilidade 2009
sustentabilidade de acordo com as diretrizes Suplemento Setorial de Mineração e Metais. foram verificadas pela empresa de
da Global Reporting Initiative (GRI), versão auditoria independente Ernst & Young,
G3, incluindo o suplemento setorial de Forma de gestão – Estamos globalizando conforme declaração na página 121. O
Mineração e Metais. processos e documentos corporativos, escopo da verificação incluiu a aderência
considerando a diversidade de culturas à metodologia GRI, a asseguração das
de cada local, assim como as dinâmicas informações sobre forma de gestão e
de cada negócio. Entendemos que é desempenho e a declaração do nível de
um processo complexo de integração, aplicação. Além disso, houve verificação
que demanda tempo e capacitação das em relação às diretrizes do ICMM,
equipes envolvidas. Sua evolução já gerou conforme declaração na página 122.
Pacto Global e ICMM – Nossa atuação, documentos corporativos globais (leia mais
reportada neste relatório, está alinhada aos no capítulo de Governança Corporativa). Formulário de avaliação – Como nos
princípios do Pacto Global e do Conselho anos anteriores, disponibilizamos o
Internacional de Mineração e Metais (ICMM, Nível de aplicação GRI – O presente relatório formulário de avaliação do Relatório de
na sigla em inglês), iniciativas internacionais atinge o nível de aplicação A+ da GRI, que Sustentabilidade 2009 em nosso endereço
das quais somos signatários. Os índices estabelece o relato de todos os itens de eletrônico: www.vale.com. O objetivo
apresentados nas páginas 126-128 orientam a perfil, de informações sobre a forma de da iniciativa é coletar informações que
localização das informações que respondem gestão e de indicadores de desempenho nos permitam aprimorar a gestão da
aos princípios desses compromissos. O essenciais e do Suplemento Setorial de sustentabilidade e o processo de relato de
Relatório de Sustentabilidade 2009 também Mineração e Metais, seguindo o princípio nosso desempenho, por meio da análise
serve como instrumento de comunicação de materialidade conforme estabelecido das opiniões de nossas partes interessadas.
de progresso (COP) do Pacto Global. pela Global Reporting Initiative. O acréscimo
de indicadores em nosso relatório (51 Contato – Para mais informações de
Período – Esta edição cobre o período de reportados em 2007 e 73, em 2008) sustentabilidade, acesse o endereço
2007 a 2009. demonstra a nossa evolução no processo eletrônico www.vale.com e entre em
de melhoria contínua de gestão em contato por meio do canal Fale Conosco,
Estrutura – A forma de elaboração dos sustentabilidade. Para mais detalhes, confira na categoria sustentabilidade.
capítulos permite o acompanhamento dos quadro na página 124.
resultados alcançados pela Vale nas nossas
três principais linhas de atuação, explicitadas Limite – Esta publicação apresenta
em nossa Política de Desenvolvimento informações de empresas já incluídas no
Sustentável: Operador Sustentável, relatório anterior. Os dados da Vale Inco,
Catalisador de Desenvolvimento Local e adquirida em 2006, foram considerados
Agente Global de Sustentabilidade. Essa nos resultados a partir de 2007, e os da Vale
estrutura reafirma nosso compromisso Australia, adquirida em 2007, a partir de
de atuar de maneira a conciliar aspectos 2008. Para mais detalhes, veja o quadro de
econômicos, sociais e ambientais. limite na página 119.

9
Perfil Mensagem do Conselho

Materialidade
O Relatório de Sustentabilidade 2009 Os temas foram selecionados seguindo critérios
que abrangem desde impactos e oportunidades
procura abordar os temas materiais relacionados à Vale e ao setor de mineração até
ao longo dos capítulos, de forma a a relação com os compromissos estratégicos
da empresa. Os assuntos foram classificados
relacionar nosso desempenho às
na matriz de acordo com a visão das partes
questões apontadas como relevantes interessadas e a relevância para a gestão.

O Relatório de Sustentabilidade 2009 da Vale foi realizada uma avaliação das informações
segue os princípios da Global Reporting e indicadores dos principais relatórios de
Initiative (GRI), sendo que a materialidade sustentabilidade do setor, com o intuito de
orienta as empresas a direcionar sua contextualizar a empresa no mercado e
comunicação pelos temas mais relevantes no cenário externo.
para o setor de atuação. Para guiar o relato
de forma objetiva e transparente, a matriz de Para a segunda fase do processo, foram
materialidade da Vale consolida análises sobre estabelecidos critérios de relevância dos temas
os impactos econômicos, sociais e ambientais de acordo com a estratégia de sustentabilidade.
das atividades sobre os públicos com os quais Para isso, foram analisados documentos como
a empresa se relaciona. Política de Desenvolvimento Sustentável,
Diretrizes Corporativas sobre Mudanças
As percepções da sociedade foram trazidas Climáticas e Carbono, Política de Direitos
pelas principais referências setoriais, como Humanos, Código de Conduta Ética, Código de
o Conselho Internacional de Mineração Conduta dos Fornecedores, além de dados do
e Metais (ICMM), análise de reportagens documento Form 20-F.
publicadas na imprensa sobre a Vale e de
feedbacks recebidos, via online, do relatório As percepções de partes interessadas internas
de 2008. Um destaque do processo foi a e externas receberam o mesmo peso na
contratação de uma pesquisa com partes consolidação, sendo utilizados quatro critérios na
interessadas selecionadas sobre as nossas classificação dos assuntos quanto à sua relevância:
práticas de sustentabilidade. Realizada de muito alto, alto, médio e baixo. A atribuição
forma independente, os entrevistados foram de pontuação a esses critérios levou em conta
convidados a opinar sobre a Vale e apontar a representatividade das partes interessadas
os temas relevantes para a empresa. Também participantes e a estratégia da empresa.

10 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

O texto integral da Política de Desenvolvimento


Sustentável da Vale está disponível em nosso site:
www.vale.com, na seção Sustentabilidade

Política de Desenvolvimento A estratégia de sustentabilidade da

Sustentável
Vale preconiza a gestão responsável
das questões econômicas, ambientais e
sociais, de maneira integrada. O objetivo
é propiciar que nossos negócios, em
particular as operações de mineração,
produzam riquezas locais, regionais
e globais, mas também suportem a
Como uma das empresas líderes globais no construção de um legado positivo
ao longo do ciclo de vida dos nossos
setor de mineração, buscamos contribuir para a
empreendimentos. Para apoiar essa
promoção de boas práticas de sustentabilidade gestão, realizamos ações empresariais
voluntárias e em parceria com os diversos
níveis de governo, instituições públicas,
outras empresas e a sociedade civil.

Em 2009, aprovamos a nossa Política de Desenvolvimento Sustentável,


de caráter global, que nos orienta a agir a partir de três eixos.

Operador Sustentável Catalisador do Agente Global de Sustentabilidade


Operar com sustentabilidade é atuar Desenvolvimento Local A atuação global parte do reconhecimento
com consciência e responsabilidade Como catalisador do desenvolvimento de que determinados temas globais de
socioeconômica e ambiental em todo o local, queremos ir além da gestão dos sustentabilidade podem afetar nossos
ciclo de vida das nossas atividades – desde impactos de nossas operações e projetos, negócios e de que a Vale – como uma
a concepção até a implantação de todos os contribuindo voluntariamente e por meio das empresas líderes globais no setor
projetos e em todos os atos posteriores de de parcerias com governo e sociedade de mineração – pode contribuir para a
operação e comercialização, até o eventual para a construção de um legado regional promoção internacional de boas práticas
encerramento das operações. É criar Valor. de sustentabilidade. de sustentabilidade.

Valor para Stakeholders (partes interessadas) Licença Social Garantia de Transparência


Antecipação e Prevenção de Falhas Ordenação para o Desenvolvimento Liderança
Legislação como base: Melhoria Contínua Comunicação e Engajamento Observação de Tendências
Organização e Disciplina Alianças Estratégicas Boas Práticas
Respeito e Ética nos Negócios Legado Regional Atuação Local, Visão Global
Legado para Gerações Futuras

12 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 11


Perfil Mensagem do Conselho Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Dez

sociedade
Materialidade
O Relatório de Sustentabilidade 2009
procura abordar os temas materiais
Os temas foram selecionados seguindo critérios
que abrangem desde impactos e oportunidades
relacionados à Vale e ao setor de mineração até
mais
Como se pode observar ao lado, o resultado dessa
ao longo dos capítulos, de forma a a relação com os compromissos estratégicos classificação está distribuído em quadrantes,
da empresa. Os assuntos foram classificados conforme o grau de relevância obtido.
relacionar nosso desempenho às
na matriz de acordo com a visão das partes
questões apontadas como relevantes interessadas e a relevância para a gestão.

 mprego e relações
E
de trabalho
O Relatório de Sustentabilidade 2009 da Vale foi realizada uma avaliação das informações
segue os princípios da Global Reporting e indicadores dos principais relatórios de
Initiative (GRI), sendo que a materialidade sustentabilidade do setor, com o intuito de  inimização de
M
orienta as empresas a direcionar sua
comunicação pelos temas mais relevantes
contextualizar a empresa no mercado e
no cenário externo.
impactos ambientais
para o setor de atuação. Para guiar o relato
de forma objetiva e transparente, a matriz de Para a segunda fase do processo, foram Desempenho dos negócios
materialidade da Vale consolida análises sobre estabelecidos critérios de relevância dos temas
os impactos econômicos, sociais e ambientais de acordo com a estratégia de sustentabilidade.
das atividades sobre os públicos com os quais Para isso, foram analisados documentos como Ética nos negócios
a empresa se relaciona. Política de Desenvolvimento Sustentável,
Diretrizes Corporativas sobre Mudanças
As percepções da sociedade foram trazidas Climáticas e Carbono, Política de Direitos Conservação ambiental
pelas principais referências setoriais, como Humanos, Código de Conduta Ética, Código de
o Conselho Internacional de Mineração Conduta dos Fornecedores, além de dados do
e Metais (ICMM), análise de reportagens documento Form 20-F.  egurança e
S
publicadas na imprensa sobre a Vale e de acidentes de trabalho
feedbacks recebidos, via online, do relatório As percepções de partes interessadas internas
de 2008. Um destaque do processo foi a e externas receberam o mesmo peso na
contratação de uma pesquisa com partes consolidação, sendo utilizados quatro critérios na Legado regional
interessadas selecionadas sobre as nossas classificação dos assuntos quanto à sua relevância:
práticas de sustentabilidade. Realizada de muito alto, alto, médio e baixo. A atribuição
forma independente, os entrevistados foram de pontuação a esses critérios levou em conta Cadeia de valor
convidados a opinar sobre a Vale e apontar a representatividade das partes interessadas
os temas relevantes para a empresa. Também participantes e a estratégia da empresa.
 esenvolvimento e
D
qualificação pessoal

+ importante >
Comunicação e engajamento

Ao longo do relatório, detalharemos três itens mais

empresa
significativos associados a emprego e relações de trabalho,
minimização de impactos ambientais e desempenho dos
negócios, em seus respectivos capítulos.
+ importante >
10 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 11 11
Perfil Mensagem do Conselho Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Dez

sociedade
Materialidade
O Relatório de Sustentabilidade 2009
procura abordar os temas materiais
Os temas foram selecionados seguindo critérios
que abrangem desde impactos e oportunidades
relacionados à Vale e ao setor de mineração até
mais
Como se pode observar ao lado, o resultado dessa
ao longo dos capítulos, de forma a a relação com os compromissos estratégicos classificação está distribuído em quadrantes,
da empresa. Os assuntos foram classificados conforme o grau de relevância obtido.
relacionar nosso desempenho às
na matriz de acordo com a visão das partes
questões apontadas como relevantes interessadas e a relevância para a gestão.

 mprego e relações
E
de trabalho
O Relatório de Sustentabilidade 2009 da Vale foi realizada uma avaliação das informações
segue os princípios da Global Reporting e indicadores dos principais relatórios de
Initiative (GRI), sendo que a materialidade sustentabilidade do setor, com o intuito de  inimização de
M
orienta as empresas a direcionar sua
comunicação pelos temas mais relevantes
contextualizar a empresa no mercado e
no cenário externo.
impactos ambientais
para o setor de atuação. Para guiar o relato
de forma objetiva e transparente, a matriz de Para a segunda fase do processo, foram Desempenho dos negócios
materialidade da Vale consolida análises sobre estabelecidos critérios de relevância dos temas
os impactos econômicos, sociais e ambientais de acordo com a estratégia de sustentabilidade.
das atividades sobre os públicos com os quais Para isso, foram analisados documentos como Ética nos negócios
a empresa se relaciona. Política de Desenvolvimento Sustentável,
Diretrizes Corporativas sobre Mudanças
As percepções da sociedade foram trazidas Climáticas e Carbono, Política de Direitos Conservação ambiental
pelas principais referências setoriais, como Humanos, Código de Conduta Ética, Código de
o Conselho Internacional de Mineração Conduta dos Fornecedores, além de dados do
e Metais (ICMM), análise de reportagens documento Form 20-F.  egurança e
S
publicadas na imprensa sobre a Vale e de acidentes de trabalho
feedbacks recebidos, via online, do relatório As percepções de partes interessadas internas
de 2008. Um destaque do processo foi a e externas receberam o mesmo peso na
contratação de uma pesquisa com partes consolidação, sendo utilizados quatro critérios na Legado regional
interessadas selecionadas sobre as nossas classificação dos assuntos quanto à sua relevância:
práticas de sustentabilidade. Realizada de muito alto, alto, médio e baixo. A atribuição
forma independente, os entrevistados foram de pontuação a esses critérios levou em conta Cadeia de valor
convidados a opinar sobre a Vale e apontar a representatividade das partes interessadas
os temas relevantes para a empresa. Também participantes e a estratégia da empresa.
 esenvolvimento e
D
qualificação pessoal

+ importante >
Comunicação e engajamento

Ao longo do relatório, detalharemos três itens mais

empresa
significativos associados a emprego e relações de trabalho,
minimização de impactos ambientais e desempenho dos
negócios, em seus respectivos capítulos.
+ importante >
10 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 11 11
Perfil Mensagem do Conselho

Destaques em 2009
Internamente, continuamos avançando no aperfeiçoamento da gestão da
sustentabilidade e na implementação da Política. Elaboramos um treinamento
específico em sustentabilidade que será disponibilizado online para equipes de
todas as áreas da empresa ao longo de 2010. Ao mesmo tempo, evoluímos na criação
de documentos normativos globais relacionados a temas críticos para a nossa
sustentabilidade. Dentre esses documentos, podemos destacar a Política de Direitos
Humanos (leia o texto na íntegra em www.vale.com, na seção Sustentabilidade) e
a Norma de Responsabilidade Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que, em termos
práticos, aloca a responsabilidade pela gestão desses aspectos a cargos específicos.

A Vale tratou como prioridade, em 2009, as ações


CASE

Brasil
voltadas a enfrentar o desafio das mudanças
climáticas. Com o lançamento da Carta Aberta
ao Brasil sobre Mudanças Climáticas e a ativa
participação na COP 15, promovemos a discussão Atuação além
pública sobre o assunto, em parceria com ONGs de nossas operações
e outras empresas, para ampliar o engajamento
de todos, buscando contribuir para as ações do O Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável, instituição sem fins lucrativos
poder público (mais informações sobre essas criada pela empresa em 2009, tem o objetivo de promover o desenvolvimento
iniciativas nas páginas 96 e 97). sustentável conciliando a preservação e a conservação do meio ambiente com a
melhoria das condições socioeconômicas em países em desenvolvimento.
Paralelamente, criamos o Fundo Vale de
Desenvolvimento Sustentável direcionado Concentrando inicialmente recursos já aprovados de US$ 26 milhões para inves-
a captar recursos financeiros para o timentos até 2012, o Fundo Vale atua de forma estratégica em questões centrais
desenvolvimento de iniciativas ambientais de sustentabilidade. Sua ação se dá pelo apoio a programas transformadores
que tenham reflexos em questões globais de que busquem soluções para combater o desmatamento e a degradação florestal,
sustentabilidade. Neste primeiro momento, além de garantir o desenvolvimento socioeconômico das populações proporcio-
o foco principal é disponibilizar recursos para nando melhorias na infraestrutura física e institucional.
organizações e projetos voltados a promover
a conservação das áreas verdes na região da Por meio de parcerias estabelecidas com ONGs, o Fundo Vale vem trabalhando
Amazônia (leia texto sobre o Fundo ao lado). em projetos direcionados a três principais temas: Monitoramento Estratégico da
Amazônia Legal; Consolidação e Criação de Áreas Protegidas; e Promoção de Mu-
Por fim, cabe ressaltar que, em um período nicípios Verdes.
de grandes desafios, como foi o ano de 2009,
a Vale reafirmou seu compromisso de atuar No âmbito do primeiro tema, o Fundo estabeleceu uma parceria com o Imazon
continuamente pela sustentabilidade de suas para aprimorar o sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia Le-
operações. Continuamos investindo em nossos gal. O investimento realizado durante 2009 permitiu incorporar avanços no siste-
projetos prioritários nas áreas de promoção ma de geoprocessamento das informações, dando maior precisão e agilidade na
social e conservação ambiental. Ao mesmo elaboração dos relatórios que servem de base para a ação fiscalizadora do poder
tempo, mantivemos nossa capacidade de gerar público e de outros setores da sociedade.
valor econômico para nossos acionistas
e demais partes interessadas.

12 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Mensagem do Presidente Diretoria Executiva processo de relato Estratégia de Sustentabilidade

Reafirmamos o nosso compromisso de


desenvolver projetos de conservação ambiental.

No tema de Áreas Protegidas e Biodiversidade, foram iniciados três projetos,


no estado do Pará: consolidação das unidades de conservação da Calha Nor-
te, consolidação das Reservas Extrativistas da Terra do Meio e implementação
e sustentabilidade da Reserva da Biosfera da Marajó (título a ser reconhecido
pela Unesco).

Para Municípios Verdes, o foco é promover um modelo de gestão ambiental


em cidades da Amazônia. A inspiração do tema veio a partir da lista divulgada
anualmente, pelo Ministério do Meio Ambiente, com os municípios que mais
desmatam. Dessa lista, foram selecionados alguns casos extremos, como Para-
gominas, que estava no topo do ranking, assim como situações intermediárias,
como São Félix do Xingu e Novo Progresso, que ainda tinham mais da metade de
seu território preservado. Além dos municípios listados, o Fundo Vale selecionou
Almeirim, localizado na Calha Norte, que apresentava um índice muito baixo de
desmatamento e potencial para se transformar em um modelo de gestão antes
que o desmatamento viesse a se tornar um tema crítico.

Inicialmente, as atividades das ONGs parceiras do Fundo Vale concentraram-


se em estimular os donos das terras a se inscrever no Cadastro Ambiental Rural
(CAR), uma importante ferramenta para mobilizar os produtores rurais locais no
engajamento de combate ao desmatamento.

Os gestores esperam atrair e mobilizar recursos de outras instituições nacionais


e internacionais alinhadas com as questões de sustentabilidade. O Fundo Vale é
uma ação pioneira da Vale, que permite estender as boas práticas e o desenvolvi-
mento sustentável para muito além dos limites de suas operações.

13 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 13


Operador
sustentável
Criar valor em todo o ciclo de vida de nossas atividades
é o nosso principal objetivo. Além de contribuir com
o desenvolvimento sustentável das comunidades,
regiões e países onde operamos, buscamos manter
um relacionamento e um diálogo permanente e
aberto com os nossos stakeholders.

CARAJÁS, BRASIL

A Floresta Nacional de Carajás é uma


das principais áreas de conservação
ambiental no Brasil. Nossa operação
no estado do Pará está inserida
nessa unidade de conservação. Além
das ações de proteção da floresta,
apoiamos o Projeto de Conservação
do Gavião-real, espécie quase
ameaçada de extinção.

14 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


15
Operador Sustentável

Desempenho dos negócios

Desafios
superados
Sólida gestão financeira Em 2009, mesmo diante de um período de recessão e contração da economia
global, a Vale apresentou um sólido desempenho operacional e financeiro.
permitiu atravessar a
Perante uma redução sem precedente na produção da indústria siderúrgica,
retração da indústria que levou à queda da demanda por nossos principais produtos, demonstramos
siderúrgica e preparar a mais uma vez nossa capacidade de superar desafios, embasados em nossas
vantagens competitivas: ampla carteira de ativos de classe mundial, baixo
Vale para um novo ciclo custo de produção, saúde financeira, disciplina na alocação de capital, força de
de crescimento trabalho de alta qualidade e espírito empreendedor.

Com agilidade e integração, implantamos suficiente para elevar os indicadores anuais


Produção (USGAAP)     iniciativas de resposta à crise com foco na de desempenho econômico-financeiro aos
Volume de produção em redução de custos e aumento da eficiência. patamares de 2008. A receita operacional
mil toneladas métricas 2008 2009 Não cancelamos nenhum investimento bruta, em 2009, foi de US$ 23,9 bilhões2,
(a menos que informado)
e ainda conseguimos identificar novas menor, portanto, que o recorde registrado
Minério de ferro 293.374 229.338 oportunidades de crescimento. Por isso, no ano anterior, de US$ 38,5 bilhões. A
Pelotas 34.252 15.253 apesar da redução nos indicadores de geração de caixa, medida pelo Ebitda
Minério de manganês 2.383 1.657 desempenho em relação ao ano anterior, já ajustado (lucro antes de despesas
Ferroligas 475 223 começamos a colher resultados positivos que financeiras, impostos, depreciação e
Níquel 275 187 fortalecerão nossa capacidade de gerar valor amortização, adicionado aos dividendos
Cobre 312 198 para os acionistas e para a sociedade nos recebidos de empresas coligadas não
Bauxita 4.403 6.203 próximos anos. A produção de minério de consolidadas), saiu do recorde de US$
Alumina 5.028 5.910 ferro, no segundo semestre de 2009, totalizou 19 bilhões, registrado em 2008, para
Alumínio 543 459 130,2 Mt1, contra 107,7 Mt nos primeiros US$ 9,2 bilhões. O lucro líquido foi de
Carvão metalúrgico 2.808 2.527 seis meses. Esse aumento de 21% no nosso US$ 5,3 bilhões, contra US$ 13,2 bilhões
Carvão térmico 1.286 2.892 principal produto é um forte indicador em 2008, o que permitiu totalizar uma
Potássio 607 717 do acerto de nossa estratégia. Além disso, remuneração aos acionistas de US$ 2,75
Caulim 1.129 781 alcançamos três novos recordes anuais de bilhões. Mantivemos nossa sólida posição
Cobalto produção: carvão (5,4 Mt), bauxita (12,5 Mt) e financeira, apoiada em um expressivo
(toneladas métricas) 2.828 1.575 alumina (5,9 Mt). caixa, que alcançou US$ 11 bilhões em 31
Platina de dezembro de 2009, disponibilidade de
(milhares de onças troy) 166 103
A recuperação dos mercados mundiais nos linhas de crédito de médio e longo prazos
Paládio 231 152 últimos meses do ano, no entanto, não foi e endividamento de baixo risco.
(milhares de onças troy)
Ouro 85 49
(milhares de onças troy) 1 Milhões de toneladas métricas. 2 O padrão contábil utilizado é o USGAAP.

Prata 2.308 1.245


(milhares de onças troy)

Para mais detalhes sobre nosso desempenho e


outras informações contábeis, leia o relatório
Form 20-F, disponível em www.vale.com.

16 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Apesar da crise econômica,


demonstramos, mais uma vez, nossa
capacidade de superar desafios.

Receita por produto


(US$ 24 bilhões)

2% 4%
5%
9%

5%
2% 59%
14%

Minério de Ferro e Pelotas


Níquel
Manganês e Ferroligas
Cobre Valor econômico gerado e distribuído (em US$ milhões) –
Alumínio receita com base na origem do produto
Logística
                 
Carvão América
América
Outros do
do Sul, Canadá Norte,
  Brasil exceto Australásia Europa África Total
exceto
Brasil Canadá
Valor econômico direto gerado
a) Receitas* 19.726 0 2.997 38 1.415 184 0 24.360
Receita por destino
(US$ 24 bilhões) Valor econômico distribuído
b) Custos
operacionais
10.186 15 2.699 46 1.317 219 15 14.497
c) Salários e
benefícios de 1.534 0 709 11 314 70 0 2.638
empregados
2% d) Pagamentos para
17% 15% 2.745 0 0 1.537 0 0 0 4.282
provedores de capital
9%
e) Pagamentos ao
19% governo
1.664 0 74   69 152 0 1.959
f ) Investimentos na
38% comunidade
154 0 37 0 9 0 1 201
Total 16.283 15 3.519 1.594 1.709 441 16 23.577
Valor econômico acumulado
Valor econômico
gerado menos
Brasil
valor econômico
3.443 -15 -522 -1.556 -294 -257 -16 783
Resto do Mundo
AMÉRICAS sem Brasil
distribuído
China
Ásia sem China
* O padrão contábil utilizado é o USGAAP, considerando alguns ajustes, conforme estabelecido pela metodologia
GRI: além da receita operacional bruta, o item a) Receitas, apresentado acima, inclui os resultados financeiros e os
Europa provenientes de venda de ativos.

17
Operador Sustentável

Incentivo Fiscal Investimentos

A Vale e algumas companhias relacionadas Em 2009, nosso volume de investimento,


no Brasil possuem incentivo fiscal de redução excluindo aquisições, alcançou US$ 9 bilhões,
parcial do imposto de renda devido, pelo valor o que significa que mantivemos todas as
equivalente à parcela atribuída pela legislação ações aprovadas em nosso orçamento. Desse
fiscal às operações nas regiões Norte e total, US$ 5,8 bilhões foram alocados em
Nordeste com minério de ferro, ferrovia, desenvolvimento de projetos, US$ 1,01 bilhão,
manganês, cobre, bauxita, alumina, alumínio, em pesquisa e desenvolvimento e
caulim e potássio. O incentivo é calculado US$ 2,15 bilhões, na manutenção das
com base no lucro fiscal da atividade operações existentes.
(chamado lucro da exploração), leva em conta
a alocação do lucro operacional pelos níveis Dentre as implementações voltadas
da produção incentivada durante os períodos ao crescimento orgânico da Vale
definidos como beneficiados para cada (desenvolvimento de projetos; pesquisa e
produto e, no geral, expiram até 2018. Parte desenvolvimento), destacamos o projeto
das operações com ferrovia e ferro na região Corredor Sudeste, concluído em 2009, com a
Norte foi reconhecida como incentivada expansão da Ferrovia Vitória a Minas (EFVM)
por 10 anos a partir de 2009. Um montante e do Porto de Tubarão. Cabe ressaltar, ainda,
igual ao obtido com a economia fiscal deve a continuidade de nossos compromissos
ser apropriado em uma conta de reserva de corporativos, por meio de investimentos
lucros, no patrimônio líquido, e não pode ser em responsabilidade social de US$ 781
distribuído como dividendos aos acionistas. milhões, sendo US$ 580 milhões destinados
à proteção ambiental e US$ 201 milhões
As empresas no Brasil desenvolvem a projetos sociais (leia mais sobre nossos
programas incentivados em áreas como investimentos ambientais na página 54 e
cultural, esportiva, amparo à infância, sobre investimentos sociais na página 79).
entre outras, que permitem abater parte
do imposto de renda devido a título de Nos últimos cinco anos, atuando com
incentivo, observados os limites fiscais de base numa visão de longo prazo, a Vale
cada programa. O total de incentivos fiscais investiu US$ 59,5 bilhões, criando novas
em 2009 foi de US$ 148 milhões. oportunidades de geração de valor
e ampliação de nossa liderança nos
mercados mundiais de minérios e metais.
Em 2010, de acordo com o orçamento já
Investimentos por tipo
aprovado pelo Conselho de Administração,
(US$ bilhões)
planejamos investir US$ 12,9 bilhões, dando
continuidade às melhorias nas operações
12,9 existentes e ao crescimento por meio da
23% execução de projetos e ações de pesquisa e
10,2 desenvolvimento.
9
26%
10%
24%
67%
10%
11%
64%
65%

2008 2009 2010

Manutenção das operações existentes


Pesquisa e desenvolvimento (P&D)
Execução de projetos

18 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Solidez financeira

A Vale mantém uma posição financeira


Em 2010, daremos continuidade às
saudável, apoiada em nossa capacidade de ações de pesquisa e desenvolvimento.
geração de caixa, liquidez e disponibilidade
de linhas de crédito de médio e longo prazos,
além de um portfólio de dívida de baixo risco
– com baixo custo, alta cobertura de juros e
longo prazo de vencimento.

Em 31 de dezembro de 2009, nossa dívida


total era de US$ 22,9 bilhões, com prazo
médio de 9,17 anos e custo médio de 5,3%
ao ano. A amortização da dívida prevista
para 2010 é de US$ 2,7 bilhões. Nossa dívida
líquida, ao final de 2009, era de US$ 11,8
bilhões. Nossa posição de caixa totalizou
US$ 11 bilhões, incluindo US$ 3,7 bilhões
em investimentos em ativos de renda fixa de
baixo risco, com vencimento variando entre
91 e 360 dias.

A despeito da crise internacional,


mantivemos nosso investment grade nas
principais agências de risco em 2009,
conforme explicitado no quadro Informações
corporativas. Da mesma forma, o Brasil, onde
a Vale possui grande parte da sua operação,
manteve-se avaliado como nível
de investment grade.

Mercado de capitais
Com isso, retomamos uma tendência de
Nos últimos dez anos, entre 2000 e 2009, a longo prazo de alta de preços de nossas
Vale foi a empresa de mineração diversificada ações, que começou no início dos anos Pesquisa mineral
que mais gerou valor para o acionista, com 90 e se acelerou significativamente nos
retorno total (TSR, na sigla em inglês de Total últimos dez anos. Essa trajetória positiva é Atualmente, estamos desenvolvendo
Shareholder Return) de 33,2%, em média, por consequência da definição de um modelo um extenso programa de pesquisa
ano, desempenho que se repetiu também de governança corporativa transparente, mineral, que inclui empreendimentos
nos últimos cinco anos, entre 2005 e 2009, de uma estratégia de longo prazo, da em 21 países. Nossas prospecções
com TSR médio de 35,3%. realização de consideráveis investimentos abrangem principalmente cobre,
lastreados na disciplina na alocação do minério de manganês, minério de
Após a queda de preços generalizada capital e dos efeitos do ciclo de minérios ferro, níquel, bauxita, fosfato, potássio,
das ações no segundo semestre de 2008, e metais. A recessão global interrompeu carvão, urânio, diamante e metais
acompanhando o comportamento dos temporariamente essa tendência, já do grupo da platina. Atuamos com
mercados internacionais devido à crise retomada em 2009. equipe própria e também por meio de
financeira, houve forte valorização em 2009. participações em outras empresas.
O preço de nossos ADRs representativos Nos últimos cinco anos, a Vale distribuiu aos
das ações ordinárias se elevou em 139,1% seus acionistas, sob a forma de dividendos
durante o ano. Como consequência, o valor e juros sobre o capital próprio, o valor de
de mercado da Vale passou de US$ 61,9 US$ 10,075 bilhões, sendo US$ 2,75 bilhões
bilhões, em 31 de dezembro de 2008, para apenas em 2009.
US$ 146,9 bilhões, ao final de 2009.

19
Operador Sustentável

Governança Corporativa

Ética e responsabilidade Em continuidade ao processo de


globalização de nossos documentos
normativos, em 2009 aprovamos quatro

para crescer
políticas, quatro normas e sete instruções,
totalizando 15 novos instrumentos
normativos de escopo global. Elaborados
pelas áreas diretamente relacionadas aos
temas neles tratados, esses documentos
foram analisados pelo Comitê de Avaliação
Global, criado no ano anterior e formado
por representantes de diversas áreas da
A partir de uma estrutura de governança Vale e de diferentes países, incluindo Brasil,
Austrália, Canadá, China e Suíça. A missão
construída de acordo com as melhores
desse Comitê é avaliar os instrumentos
práticas, avançamos na globalização de normativos no que tange à sua
normas e documentos, mantendo o respeito conformidade com os costumes dos países
onde a Vale atua, considerando desde os
às diferenças jurídicas e culturais aspectos jurídicos até a diversidade cultural.

Após a análise do Comitê de Avaliação Global,


os documentos passam pelo processo de
aprovação pela diretoria da área relacionada
ao documento. Dependendo do seu escopo
de abrangência, a aprovação pode ainda
ser feita pela Diretoria Executiva ou pelo
Conselho de Administração, de acordo com
as atribuições gerais desses dois organismos
internos de governança.

Entre os documentos aprovados no início de


2009 estão itens que havíamos estabelecido
entre as nossas metas de evolução da nossa
estratégia de sustentabilidade, como:

• Política de Desenvolvimento Sustentável,


elaborada em 2008 e aprovada em 2009,
com orientações para a nossa forma de
atuação local, regional e global;

• Política de Direitos Humanos, que reafirma


os compromissos da Vale em relação a esse
tema, de interesse mundial;

• Política de Segurança Empresarial,


importante instrumento de padronização
Criamos 15 novos instrumentos
normativos de escopo global. do posicionamento da empresa em todos
os países nos quais atuamos;

20 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Estrutura de governança
Assembleia
Geral

Conselho de Conselho
Administração Fiscal

Comitês de
Assessoramento
• Controladoria
• Desenvolvimento
Executivo Auditoria
• Estratégico Interna
• Governança e
Sustentabilidade Diretor-
• Financeiro presidente

Diretoria Executiva Diretoria Executiva Diretoria Executiva Diretoria Executiva Diretoria Executiva
de Recursos de Não Ferrosos de Finanças e de Ferrosos de Logística,
Humanos e Serviços Relações com Gestão de Projetos
Corporativos Investidores e Sustentabilidade

• Norma de Responsabilidades Saúde, Os acionistas não controladores titulares de Os membros do Conselho de Administração
Segurança e Meio Ambiente, que estabelece ações ordinárias que representem, pelo menos, possuem reconhecida competência
os processos para registro de ocorrências, os 15% do total das ações com direito a voto e nas áreas de finanças e mercado de
responsáveis pelo cumprimento de metas e a de ações preferenciais que representem, pelo capitais, governança corporativa,
ocorrência de fatos relevantes nessas áreas. menos, 10% do capital social têm direito de mineração, comercialização de minérios e
eleger um membro e seu suplente do Conselho sustentabilidade. O Presidente do Conselho
Estrutura de Administração. Caso se verifique que nem de Administração em 2009, Sérgio Ricardo
os titulares de ações ordinárias, nem os titulares Silva Rosa, não exerce função de diretor
A estrutura de governança corporativa da Vale de preferenciais perfizeram os limites indicados executivo da empresa.
atende às nossas demandas globais, promove acima, os titulares de ações ordinárias e os
nossos valores e nos mantém alinhados com titulares de ações preferenciais que representem Conselho Fiscal Permanente – constituído
as melhores práticas internacionais de gestão. pelo menos 10% do capital total poderão por três a cinco membros independentes
agregar suas ações para eleger um membro e (e igual número de suplentes), seguindo
Conselho de Administração – Responsável seu suplente para o Conselho de Administração. os termos da lei brasileira, fiscaliza as
pela definição das políticas e das diretrizes atividades da administração e revisa as
gerais da empresa, analisa planos e projetos A remuneração dos membros do Conselho demonstrações contábeis, reportando-se
propostos pela Diretoria Executiva e avalia tem um valor fixo. A remuneração global e diretamente aos acionistas.
os resultados. Conta com 11 membros e anual dos administradores é estabelecida pela
respectivos suplentes, eleitos em Assembleia Assembleia Geral Ordinária de acionistas, com Também desempenha as funções
Geral de Acionistas, com mandato de dois base em responsabilidades, no tempo dedicado de Comitê de Auditoria, conforme
anos. Em 2009, o Conselho era composto por às funções, na competência, na reputação recomendação da Lei Sarbanes-Oxley, que
nove conselheiros indicados pelo acionista profissional e no mercado. O Conselho integra a legislação aplicável do mercado
majoritário, um membro independente sem de Administração define a distribuição da de capitais norte-americano.
vínculo com o grupo de controle e um eleito remuneração fixada pela Assembleia entre
pelos empregados. Por meio da Assembleia os seus membros e os membros da Diretoria Um membro do Conselho Fiscal e seu
Geral Ordinária, realizada anualmente, os Executiva e dos Comitês de Assessoramento. respectivo suplente foram indicados
acionistas minoritários podem se manifestar O Conselho não é submetido a um processo pelos acionistas preferencialistas na
sobre as matérias em pauta. formal de autoavaliação. Assembleia Geral Ordinária de 2009.

21
Operador Sustentável

Nenhum dos membros do Conselho Fiscal Seus integrantes são indicados pelo diretor-
integra o Conselho de Administração e a -presidente e eleitos pelo Conselho de
Diretoria Executiva, conforme critérios de Administração. Além da remuneração fixa,
independência previstos na lei brasileira. os diretores executivos da Vale e os demais
executivos da empresa recebem bônus
Diretoria Executiva – é o órgão que e pagamento de incentivos, de acordo
coloca em prática a estratégia de com o cumprimento de metas individuais
negócios estabelecida pelo Conselho de e coletivas relacionadas ao desempenho
Administração, elabora os planos e os econômico-financeiro, técnico-operacional
projetos e é responsável pelo desempenho e de sustentabilidade. Entre essas metas
operacional e financeiro da empresa. estão indicadores de saúde e segurança e
de meio ambiente.

Composição acionária (março de 2010)

Capital ordinário (ON) Capital preferencial (PN) Capital total



5,3% 10,2%
6,9%
13,0%
4,2%
22,6%

17,5% 17,9%
39,2% 95,6% 61,2% 9,5% 33,3%
22,8% 53,9%
1,0% 0%
37,6% 3,4% 28,5%
0%

5,5%
6,9%

VALEPAR 53,9% VALEPAR 1,0% VALEPAR 33,3%


GOVERNO FEDERAL 6,9% GOVERNO FEDERAL 3,4% GOVERNO FEDERAL 5,5%
BNDESPar 6,9% Tesouro Nacional 0,0% Tesouro Nacional 0,0%
BNDESPar 3,4% BNDESPar 5,5%
FREE-FLOAT *
39,2%
Investidores não brasileiros 27,0%
FREE-FLOAT *
95,6% FREE-FLOAT *
61,2%
NYSE ADR 22,8% Investidores não brasileiros 55,1% Investidores não brasileiros 38,0%
BM&FBovespa 4,2% NYSE ADR NYSE ADR
37,6% 28,5%
BM&FBovespa 17,5% BM&FBovespa 9,5%
Investidores brasileiros 12,2%
Institucionais 6,9% Investidores brasileiros 40,5% Investidores brasileiros 23,2%
Varejo 5,3% Institucionais Institucionais
22,6% 13,0%
Varejo 17,9% Varejo 10,2%

* Free-float: ações disponíveis para negociação nas bolsas Bovespa, Nyse, Euronext e Latibex, sobre o total de ações em circulação (total de ações menos as ações
em tesouraria da Vale). Para mais informações sobre a composição acionária da Vale, consulte o relatório Form 20-f, em www.vale.com

22 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Missão, Visão e Valores

Nossa Missão

Transformar recursos minerais em


riqueza e desenvolvimento sustentável.

Para nossos acionistas, sob a forma de retorno Nossos Valores Respeito à Diversidade – é perceber o outro
total superior à média de mercado dos como um igual, respeitando as diferenças e
segmentos em que a Vale atua. Ética e Transparência – representam o promovendo a inclusão competitiva; é ver
nosso comportamento como organização. nas diferenças oportunidades de integração
Para nossos clientes, pela contínua proposta Agimos com integridade, respeitamos e evolução.
superior de confiabilidade de suprimento e as leis, os princípios morais e as regras
de valor de uso, sustentada por inovação e do bem proceder referendadas e aceitas Orgulho de Ser Vale – é o valor resultante.
desenvolvimento constantes. pela coletividade, e comunicamos nossas Assumimos e nos comportamos
políticas e resultados de forma clara. como donos do negócio, buscando
Para nossos empregados, proporcionando incessantemente os objetivos definidos,
um ambiente de trabalho ético, transparente, Excelência de Desempenho – significa compartilhando e celebrando os
desafiador, de oportunidades e que traga a busca da melhoria contínua e o resultados e fortalecendo as relações.
orgulho profissional para todos, com controle dos resultados por indicadores Nós nos orgulhamos quando sabemos
remuneração competitiva baseada na de desempenho reconhecidos como que estamos construindo algo que fará
meritocracia. referência das melhores práticas, a diferença. Essa é a razão do orgulho
promovendo um ambiente de alta de “Ser Vale” de todos nós, dirigentes e
Para nossos fornecedores, pela visão de performance e assegurando a obtenção e empregados da Vale.
longo prazo e disposição de promover a manutenção de vantagens competitivas
parcerias que visem ganhos para ambas duradouras.
as partes, por meio de desenvolvimento e
inovação contínuos e fornecimento de bens e Espírito Desenvolvimentista – representa
serviços de qualidade com custo compatível. nosso empreendedorismo como
organização que busca, incessantemente Orgulho de Ética e
Para as comunidades e os países onde e com agilidade, novas oportunidades de ‘Ser Vale’ Transparência
atuamos, pela ética, pelo respeito ao meio ação e soluções inovadoras diante dos
ambiente e pela responsabilidade social com problemas e das necessidades que se
que agimos, integrando-nos e garantindo apresentam, assegurando a execução Respeito à Excelência de
Diversidade
que nossa presença contribua positivamente de estratégias que visam ao crescimento Nossos Desempenho
para o desenvolvimento sustentável. da Vale. Valores
Para todos os países em que atuamos, Responsabilidade Econômica, Social e Espírito
Respeito Desenvolvimentista
pela contribuição à economia, à geração de Ambiental – reconhecemos e agimos à Vida
empregos e renda, à melhoria da qualidade no sentido de que essas dimensões Responsabilidade
de vida da população e ao desenvolvimento estejam sempre em equilíbrio, de modo a Econômica,
Social e
regional e nacional. promover o desenvolvimento e garantir a
Ambiental
sustentabilidade.
Nossa Visão
Respeito à Vida – significa que não
Ser a maior empresa de mineração do abrimos mão, em nenhuma hipótese, da
mundo e superar os padrões consagrados de segurança e do respeito à vida. Pessoas
excelência em pesquisa, desenvolvimento, são mais importantes do que resultados
implantação de projetos e operação e bens materiais. Se necessário escolher,
de seus negócios. escolhemos a vida.

23
Operador Sustentável

Políticas Públicas

Transparência, A Vale mantém um diálogo contínuo Organização Internacional do Trabalho sobre


com as autoridades nos diversos níveis de Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho,
confiança e clareza são
governo nos países em que está presente. a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
valores que pautam Considerando que a mineração é um setor Desenvolvimento e a Convenção das Nações
nossa relação com os fortemente regulado, nossa atuação é Unidas Contra a Corrupção.
voltada a assegurar que nossos pontos de
nossos stakeholders vista sejam compreendidos e considerados A Vale também participa do Global Business
nos processos de formulação de políticas Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and
públicas. Participamos, ainda, de entidades Malaria (Coalizão Global Empresarial contra
e associações nacionais e internacionais, HIV/Aids, Tuberculose e Malária), organização
visando contribuir para o desenvolvimento voltada a viabilizar recursos para o combate e
de normas e padrões nos segmentos em que a prevenção dessas doenças.
atuamos e, ainda, disseminar as melhores
práticas industriais. Nossas relações com autoridades
governamentais, organizações e entidades
Integramos, desde 2006, o Conselho representativas da sociedade civil são
Internacional de Mineração e Metais (ICMM, norteadas pelo Código de Conduta Ética
na sigla em inglês), que tem como prioridade e pela Visão, Missão e Valores da Vale.
promover o desenvolvimento sustentável Nosso objetivo é desenvolver um diálogo
do setor e o respeito aos direitos humanos. construtivo que permita alcançar o consenso
A Vale contribui para o Extractive Industry entre os envolvidos na formulação de
Transparency Initiative (Eiti) por meio do ICMM. políticas de desenvolvimento sustentável e
os vários stakeholders do setor de mineração.
Em 2007, tornamo-nos signatários do Pacto Nosso relacionamento com todas as partes é
Global da Organização das Nações Unidas pautado na transparência, na confiança e na
(ONU), aderindo dessa forma aos dez princípios clareza dos objetivos propostos.
básicos propostos pela iniciativa. Além
disso, por meio do Pacto Global, firmamos Demos continuidade, em 2009, ao processo
nosso compromisso com a Declaração da de difusão das diretrizes de nossa forma de
atuação em relação às políticas públicas,
por meio de treinamentos internos. Além
disso, aperfeiçoamos nossa proposta
Procuramos estabelecer diálogos construtivos
com nossos vários stakeholders.
de capacitação focada na forma de
relacionamento com o governo, a ser posta
em prática em 2010.

Em relação às atividades político-partidárias,


a Vale procura manter a imparcialidade,
atuando sempre com respeito integral às leis
de cada país onde atua. Os empregados, como
indivíduos e cidadãos, têm liberdade para
participar de tais atividades, devendo manter
em suas eventuais manifestações públicas a
devida separação entre suas opiniões pessoais
e o posicionamento da empresa.

Além das entidades listadas abaixo, a maior


parte focada no desenvolvimento sustentável
e das quais participamos voluntariamente,
integramos mais de 200 associações setoriais,
industriais e comerciais.

24 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Participação em entidades e associações

Norteamos nossas •A
 ssociação Brasileira de Produtores de • Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Florestas Plantadas (Abraf ) Sustentável (FBDS)
relações pelo nosso
•A
 ssociação Brasileira dos Produtores de • Global Business Coalition on HIV/Aids,
Código de Conduta
Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe) Tuberculosis and Malaria (GBC)
Ética, Visão, Missão
•A
 ssociação Brasileira dos Terminais • Global Corporate Volunteer Council (Iave)
e Valores Portuários (ABTP)
• Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)
•A
 ssociação Nacional dos Transportes
• Instituto Ethos de Empresas e
Ferroviários (ANTF)
Responsabilidade Social
•B
 usiness for Social Responsibility (BSR)
• International Aluminium Institute (IAI)
•C
 entre National de Recherche
• International Emission Trading
Technologique Nickel et Son Environnement
Association (Ieta)
•C
 hambre de Commerce et d’Industrie (CCI)
• New South Wales Minerals Council
•C
 obalt Development Institute
• Ontario Mining Association (OMA)
•C
 onselho Empresarial Brasileiro para o
• Pacto Global da Organização das Nações
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
Unidas (ONU)
•C
 onselho Internacional de Mineração e
• Queensland Resources Council
Metais (ICMM)
• Reputation Institute
• E uropean Ferro-Alloys Association
(Euroalliages) • The Mining Association of Canada (MAC)

• E uropean Association of Metals • The Manganese Institute


(Eurometaux)
• The Nickel Institute
• F órum Econômico Mundial

Público-alvo Ferramentas de comunicação


Relatório de Sustentabilidade Vale
Canal de Denúncias (disponível em nosso site)
Público em geral Fale Conosco
Site da Vale
Pesquisa de reputação, imagem e opinião*
Relatórios Form 20-F, press releases, fatos relevantes, convocação e atas da Assembleia
Geral de Acionistas, Relatórios Financeiros Trimestrais (ITR), formulário de referência e
Acionistas, debenturistas encontros com investidores.
e investidores
Também disponibilizamos o correio eletrônico rio@vale.com e o telefone de contato do
Departamento de Relações com Investidores: 55-21-3814-4540.

Clientes Campanhas, visitas e encontros na Vale, pesquisas de satisfação.

Publicações internas, portal Vale (intranet), pesquisa de clima organizacional


Empregados
e pesquisa de reputação, imagem e opinião*.

Fornecedores Visitas e encontros na Vale, programas de intercâmbio e reuniões estruturadas.

Diagnósticos socioeconômicos, encontros para consulta prévia, entrevistas, grupos focais


Comunidades
e visitas às unidades e Programa Encontro com Lideranças.

Governos e sociedade civil Participação em associações e entidades.

*A pesquisa de imagem Vox Populi é bianual, foi realizada em 2008 e será feita novamente em junho de 2010. A pesquisa de reputação foi realizada em 2008 e a referente a
2009 acontecerá em setembro de 2010.

25
Operador Sustentável

comitês para a discussão dessa temática,


que propõe a realização de reuniões
multidisciplinares para estimular uma postura
coesa e proativa. O objetivo é proporcionar
a antecipação de tendências, de modo a
evitar crises e fortalecer o relacionamento
institucional da Vale com os seus principais
stakeholders.

Buscando promover estudos, em vários


setores acadêmicos, sobre o tema de
desenvolvimento sustentável e a aplicação
desse tema a investimentos internacionais,
foi estabelecida uma parceria entre a Vale
e a Universidade de Columbia, em Nova
York. O Vale Columbia Center (VCC) é uma
“incubadora” de melhores políticas e práticas,
podendo ser adotadas por governos,
Além de treinamentos internos, investidores privados e o setor civil, com a
participamos de entidades e
associações nacionais e internacionais. finalidade de inserir cada vez mais questões
de desenvolvimento sustentável na pauta de
investimentos.

Em relação à gestão de crises, em 2009,


estruturamos o Comitê de Gerenciamento
Ferramentas de Relacionamento de Crises Corporativo e realizamos a revisão
Institucional do Plano da Área. Para 2010, está previsto
o início da capacitação dos membros do
Em 2009, consolidamos nossas diretrizes Comitê e a execução de simulações para
de relacionamento corporativo, embasadas testar os procedimentos do Plano. Em
no Guia de Relacionamento Institucional, 2009, identificamos também operações
lançado em 2007 e divulgado em 2008, com riscos de instabilidade política ou
por meio da realização de treinamentos no ambiente de segurança hostil, para os
Brasil, no Chile, em Moçambique e no Peru. quais estabelecemos planos e equipes de
Ao longo do ano, também desenvolvemos evacuação. Ainda em 2010, será elaborada a
ações focadas no aprimoramento do Política de Gerenciamento de Continuidade
relacionamento institucional da Vale com de Negócios, que define a estrutura, funções,
entidades nacionais e internacionais, dentre responsabilidades e linhas de comunicação
as quais se destacam o Instituto Brasileiro na gestão de crises.
de Mineração, o Conselho Internacional de
Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) Gestão da Ética
e o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Essas A gestão da ética é realizada por meio dos
ações incluem a participação de executivos seguintes instrumentos de governança
da empresa em reuniões e encontros corporativa:
oficiais das entidades, grupos de trabalho e
fóruns de discussão, propiciando um maior • Código de Conduta Ética – orienta o
alinhamento e intercâmbio de informações cumprimento de nosso compromisso com
relevantes para o setor mineral. uma atuação ética, responsável e coerente
com todos os públicos. Deve ser observado
Demos continuidade ao processo de pelo Conselho de Administração, Comitês,
capacitação do público interno, com Conselho Fiscal, Diretoria Executiva,
a realização de treinamentos sobre a empregados, estagiários e também por
metodologia de gestão de assuntos críticos. nossas controladas, conforme as legislações
Também foi desenvolvida uma estrutura de locais aplicáveis. É, ainda, a diretriz que

26 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

norteia a elaboração de nossas normas Gestão de Riscos retratem, periódica e sistematicamente, os


e políticas. O conteúdo completo do riscos e permita, por meio de ações efetivas,
Código está disponível no nosso endereço A estratégia de gestão de riscos da Vale a minimização dos riscos. Para atingir esse
eletrônico (www.vale.com). foi desenvolvida a partir de uma visão objetivo, os processos são executados de
integrada dos riscos aos quais estamos forma integrada, com uma definição clara
•C
 ódigo de Ética para profissionais de expostos, englobando a avaliação não de papéis e de responsabilidades. Nossos
Diretoria Executiva de Finanças e Relações apenas do impacto das variáveis negociadas procedimentos de gestão de risco são
com Investidores – traz procedimentos no mercado financeiro sobre os resultados orientados pelos padrões da norma ISO 31000.
específicos para profissionais dos do negócio (risco de mercado), como
departamentos Financeiro, de Relações também o risco proveniente de obrigações A abordagem de gestão de riscos é dividida
com Investidores e de Controladoria, que assumidas por terceiros (risco de crédito) e em quatro dimensões:
lidam com informações e dados sigilosos. aqueles inerentes aos processos produtivos
Disponível no nosso endereço eletrônico (risco operacional), principalmente aqueles • Mercado: busca avaliar o impacto da
(www.vale.com). associados a saúde e segurança e meio volatilidade dos fatores de risco – como
ambiente. Outras informações podem ser taxas de juros, moedas e preços de
•C
 ertificação SOX – obtida a cada ano, encontradas no relatório Form 20-F. commodities – no fluxo de caixa.
desde 2006, atesta a implementação
das práticas de transparência e de boa Por considerar o gerenciamento de risco • Crédito: analisa a probabilidade do não
governança estabelecidas pela lei fundamental para apoiar nossa estratégia cumprimento das obrigações de clientes e
norte-americana Sarbanes-Oxley. de crescimento e flexibilidade financeira, instituições financeiras que fazem negócios
o Conselho de Administração estabeleceu, com a Vale.
•C
 anal de Denúncias – criado em 2005, desde 2005, uma Política de Gestão de Risco
associado à SOX, direciona ao presidente Corporativo e um Comitê Executivo de • Operacional: engloba a avaliação do risco
do Conselho de Administração, por Gestão de Risco. de perdas potenciais resultantes de falhas
carta anônima, eventuais denúncias ou inadequação de processos internos,
sobre possíveis irregularidades nas áreas Esse Comitê apoia a Diretoria Executiva em pessoas, sistemas e/ou eventos externos.
de Contabilidade e Auditoria, assim suas responsabilidades no que se refere Os eventos podem ocorrer nas operações,
como em outras questões, que violem à gestão de riscos na Vale, tendo como nos projetos e nos processos corporativos
o nosso Código de Conduta Ética. São principais funções: e resultar em danos à propriedade, ao
observados procedimentos que objetivem meio ambiente, às pessoas, à sociedade e à
resguardar os direitos dos denunciantes • Acompanhar o processo de identificação, reputação da empresa.
e do denunciado, respeitando sempre avaliação, monitoramento e gerenciamento
a legislação local. O conteúdo de cada de riscos; • Estratégico: considera o risco do não
denúncia recebida por esse canal formal cumprimento dos objetivos estratégicos
é averiguado pela equipe da Auditoria • Avaliar e recomendar implementação de da empresa e inclui a avaliação do impacto
Interna da Vale e, caso seja considerado estratégias de mitigação de risco; de fusões, aquisições e tendências de
pertinente, o resultado é direcionado aos sustentabilidade.
departamentos competentes para adoção • Comunicar os principais riscos aos quais
das providências necessárias, podendo, a empresa está exposta e o impacto dos A partir dessas análises, implantamos
inclusive, utilizar medidas disciplinares, mesmos no perfil de risco, de acordo com a medidas de prevenção ou mitigação do
conforme previsto em nosso Código classificação de riscos da Vale. risco. Junto da elaboração do planejamento
de Conduta Ética. Na aplicação das estratégico anual, identificamos os riscos
penas disciplinares, serão consideradas Aplicamos o princípio da precaução ao e as oportunidades de cada unidade de
a natureza e a gravidade da infração, realizar estudos de viabilidade na nossa negócios, o que fornece as bases para
observado-se sempre as normas de gestão de riscos, buscando atender às o desenvolvimento e a atualização das
recursos humanos da Vale e a legislação questões relevantes para as nossas partes estratégias da empresa em relação aos
local aplicável. interessadas, assim como aos aspectos riscos corporativos.
empresariais, pela identificação prévia, análise
•C
 ódigo de Conduta dos Fornecedores e minimização dos riscos financeiros, à Gestão de Risco de Mercado
– lançado em 2009, tem como objetivo saúde, à segurança de todos os empregados,
divulgar os princípios de conduta ética contratados e comunidades circunvizinhas e O processo de gestão de risco de mercado,
seguidos pela Vale nas relações comerciais ao meio ambiente. implantado de forma sistemática a partir
com as empresas fornecedoras de de 2005, tem seu foco na avaliação do risco
serviços e produtos. Está disponível no Consideramos fundamental que essa gestão associado ao fluxo de caixa. Os principais
site www.vale.com. seja realizada a partir de informações que objetivos desse processo são suportar o plano

27
Operador Sustentável

A sustentabilidade de crescimento da Vale e permitir adequado Dentre as ações de 2009, podemos destacar:
grau de flexibilidade financeira requerido para
permeia todas as
empresas classificadas como investment grade. • Implantação do processo de gestão de
etapas dos nossos risco de crédito na América do Norte e no
projetos de capital A Vale mede e monitora riscos de mercado negócio de níquel;
regularmente, por meio do cálculo do fluxo de
caixa em risco, que considera cada empresa • Consolidação das exposições a risco de crédito
relevante do grupo e também todo o portfólio. com uma visão de portfólio para a Vale;
As estratégias de mitigação de risco de
mercado, incluindo operações com derivativos • Gestão ativa da exposição a risco de crédito
com o objetivo de hedge, são avaliadas e nas operações com instituições financeiras
implementadas de acordo com a necessidade durante a crise por meio da utilização
de reduzir o risco de fluxo de caixa. da nova metodologia, que faz uso da
probabilidade de default das contrapartes,
Atualmente, a exposição a risco de mercado bem como do controle da probabilidade de
da Vale, avaliada a partir de uma visão default máxima aceitável para o portfólio Vale.
integrada de nossa atuação e considerando os
hedges naturais existentes, é reduzida, como Gestão de Risco Operacional
consequência dos benefícios da diversificação
de produtos e moedas na empresa. Projetos
A gestão de riscos dos projetos de capital é
No último ano, podemos destacar como realizada por meio da metodologia Análise e
atividades relevantes nessa área: Gestão Integrada de Riscos (Agir), que prevê
a identificação e a análise dos riscos por meio
• Redefinição do apetite a risco, a partir de de workshops multidisciplinares. Esse trabalho
determinado nível de probabilidade de quebra envolve profissionais das áreas de Engenharia,
da principal obrigação contratual da Vale; Planejamento, Suprimentos, Orçamento,
Operação, Manutenção, Construção, Meio
• Elaboração do novo modelo de fluxo Ambiente, Comunidades, Recursos Humanos,
de caixa em risco, tomando por base as Gestão Fundiária e Saúde e Segurança, além
informações de longo prazo provenientes de facilitadores externos.
do plano estratégico da empresa,
combinadas com o modelo de fluxo de A análise tem foco nos investimentos de
caixa elaborado pela área financeira; capital e no prazo dos projetos. A etapa de
controle e monitoramento é conduzida
• Estruturação e adequação da nova nota por intermédio de workshops nos quais são
de derivativos requerida pela Comissão de acompanhados os indicadores de eficiência
Valores Mobiliários (CVM). e eficácia. A reavaliação dos riscos é feita à
medida que o projeto se torna mais maduro.
Gestão de Risco de Crédito
Os projetos desenvolvidos pela Vale seguem
A Vale está exposta ao risco de crédito a metodologia Front-End-Loading (FEL),
proveniente dos recebíveis gerados na utilizada por várias empresas em todo o
comercialização de nossos produtos, em mundo. Essa metodologia permite realizar um
operações de derivativos com fins de hedge processo estruturado de avaliação de risco em
e aplicações financeiras, bem como quando conjunto com o desenvolvimento estruturado
é beneficiária em instrumentos de garantia. das demais disciplinas de um projeto.
A gestão desses riscos é realizada por meio
da estrutura de governança, formada pelo As questões de sustentabilidade também
Comitê Executivo de Gestão de Risco e pela são analisadas, com o objetivo de permitir
Diretoria Executiva, que estabelece diretrizes o aprimoramento contínuo dos projetos,
para a atribuição de limites de crédito e ainda durante o processo de concepção e
determina os procedimentos de controle e planejamento, impactando todas as etapas
avaliação da exposição a crédito. dos projetos de capital.

28 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Operações perfil de risco e possa garantir a eficácia Os casos registrados referem-se às medidas
A gestão de risco nas operações busca avaliar dos controles existentes. Além disso, será tomadas especificamente com relação
e tratar as causas e os efeitos de possíveis possível priorizar e monitorar as ações de a fraude contra a empresa. Outros casos
cenários de acidentes em nossas atividades, mitigação de riscos, bem como atender às de desvio de conduta ética não foram
permitindo que a Vale possa atingir suas metas exigências das agências de classificação de considerados. Nenhum dos casos se refere a
e objetivos de maneira sustentável e efetiva. riscos (rating) relacionadas à avaliação do possíveis irregularidades ou impropriedades
processo de gestão de risco da empresa. nos registros contábeis da empresa ou de
Para a realização do levantamento de riscos seus controles internos. Além disso, nenhuma
nas operações, foi formada uma equipe Gestão de Risco Estratégico situação de corrupção (ativa ou passiva) de
multidisciplinar, com profissionais de diferentes O processo de gestão de risco no âmbito funcionários públicos ou de representantes
departamentos corporativos, que tem a estratégico busca identificar eventos de governo pelos empregados foi registrada
missão de implementar a cultura da gestão que possam impedir a concretização dos no período.
desses riscos como um processo integrado. O objetivos estratégicos de longo prazo da
objetivo é agregar as práticas existentes em empresa. Além da identificação dos eventos, Vale Manganês, Urucum Mineração, CPBS,
todos os níveis, respeitando as especificidades com a descrição de possíveis causas e Onça Puma, Salobo, FCA, Hispanobras,
locais, de forma a criar uma identidade única. potenciais consequências, também são Itabrasco, Nibrasco e Kobrasco, Vale Omã,
analisados os controles existentes e os Projeto Bayovar e Vale Moçambique já
Em 2009, aconteceram diversas iniciativas planos de ação futuros que poderão ser possuem rotinas e medidas anticorrupção
nesse sentido, tais como: implementados para reduzir a probabilidade padronizadas em relação às adotadas nas
de ocorrência desses eventos. unidades próprias da Vale.
•D
 isseminação de cultura e avanço na
estrutura normativa, ampliando os requisitos Matriz de Materialidade
e os critérios de conformidade, fazendo com
que os riscos à vida e ao meio ambiente De acordo com a nossa matriz de Casos de corrupção
sejam mantidos ou reduzidos, quando materialidade (leia mais na página 10),
possível, a níveis inferiores; definimos como prioridades três aspectos
– emprego e relações de trabalho; 140
•D
 esenvolvimento e implantação de minimização de impactos ambientais;
86
sistemas integrados de monitoramento e e desempenho dos negócios. A gestão 105
controle online de processos críticos, como de risco dessas questões está detalhada
barragens e pilhas, segurança pessoal e ao longo deste relatório nos capítulos 58
patrimonial, gestão ambiental, entre outros; referentes a cada tema.
44
18
•D
 esenvolvimento e implantação de Combate à corrupção 24
9
métodos qualitativos e quantitativos 36
14
de identificação e análise dos riscos em Atuamos de acordo com as melhores práticas
21 23
operações e em projetos das Américas de mercado, prevenindo perdas e apurando
do Sul e Central1, visando à priorização casos que indiquem o cometimento de
para tratamento e redução dos riscos e a fraudes, desvios e atos ilícitos. 2007 2008 2009
sua eliminação, quando possível. Isso nos
permitirá elaborar com maior objetividade Os casos identificados e devidamente CASOS RELACIONADOS A OUTRAS MEDIDAS*
CASOS DE CONTRATOS NÃO RENOVADOS
as análises de custo/benefício em planos de fundamentados com fatos e dados são CASOS COM DEMISSÃO OU PUNIÇÃO**
mitigação, o plano de ação de emergência, tratados com rigor e proporcionalidade aos
o dimensionamento das apólices de danos incorridos ou evitados. As pessoas
*C
 omo outras medidas adotadas, foram realizadas
seguros e a constituição de provisões comprovadamente envolvidas nessas apresentações dos casos aos administradores da
financeiras de autosseguro; situações são responsabilizadas e punidas, empresa e aos responsáveis pelas áreas atingidas,
desdobrando-se em 168 ações de mitigação dos riscos
por meio de desligamento e interpelação de fraude, notificações, glosas e multas aplicadas com
• Estruturação de relatórios consolidados para judicial. As empresas com envolvimento e o apoio do Departamento Jurídico.
** N
 úmero de empregados demitidos/punidos
os diversos níveis de gestão da empresa. participação comprovada em atos ilícitos têm relacionados a casos de corrupção: em 2007 – 113;
seus contratos rescindidos, são excluídas do em 2008 – 70; e em 2009 – 83. Em 2009, as principais
causas de demissão em casos de corrupção foram
Essas e outras iniciativas contribuirão para cadastro Vale e multadas na proporcionalidade falsificação de documentos/estelionato – 65%,
que a empresa conheça melhor o seu do dano ou prejuízo causado. seguida de fraude em contratos – 13% e conflito de
interesses/tráfico de influência – 13%.

1 Esse processo será implantado gradativamente para os riscos


mais relevantes em todas as regiões do mundo.

29
Operador Sustentável

Possuímos Canal de Denúncias (conforme o seu conteúdo com foco na valorização da com representação significativa no custeio
pág. 27) e o Código de Conduta Ética, que ética em nossas relações comerciais. e volume de investimentos da empresa.
se aplica também às nossas controladas,
na medida permitida pela a legislação Em 2009, aproximadamente 18% Como previsto em nosso relatório de
local aplicável, e estabelece medidas dos gestores receberam treinamento 2008, em 2009 avançamos no modelo de
administrativas que podem ser aplicadas anticorrupção. análises de riscos e implantação das rotinas
em caso do seu descumprimento (leia mais de prevenção de perdas, com avaliação de
sobre o Código de Conduta Ética na pág. No mundo, mais de 1.400 empregados contratos dos projetos Onça Puma, Salobo
26). Em julho de 2009, publicamos o Código receberam o treinamento anticorrupção, e Moatize e das obras na usina e ampliação
de Conduta dos Fornecedores, definindo com destaque para o Brasil, onde o foco da pera ferroviária de Carajás.
os princípios e as diretrizes que regem o se deu na prevenção e combate à fraude,
bom relacionamento da Vale com seus nos processos de segurança e nas análises Ainda em 2009, as áreas de Segurança
parceiros. O Código foi distribuído a todos os de riscos, ressaltando que a Vale considera Empresarial e Projetos de Capital elaboraram
fornecedores com atuação no Brasil. Foram intolerável e não admite desvios e atos ilícitos. um Guia de Prevenção de Perdas em Projetos,
realizados eventos com a presença de mais As principais áreas operacionais que foram de modo a orientar os líderes de projetos
de mil fornecedores, com a participação instruídas se encontram nos negócios de na adoção de medidas preventivas,
das áreas de Saúde, Segurança Ocupacional Ferrosos, Logística (Porto e Ferrovia), além de visando à identificação e à redução de
e Empresarial, Meio Ambiente, Recursos Projetos de Capital e áreas corporativas (RH, possíveis perdas provenientes de fraudes na
Humanos, Suprimentos, Projetos e Centro CSC e Suprimentos estratégicos). implantação dos projetos.
de Serviços Compartilhados (CSC) a fim
de divulgar o código e reafirmar os valores Em relação à avaliação de riscos de Esse guia define os processos e os
éticos que norteiam a relação da Vale com corrupção, empregamos uma metodologia procedimentos para implementar,
seus parceiros. Os eventos foram realizados baseada na análise de registros históricos monitorar e avaliar as práticas de
nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, de situações recorrentes, relacionadas a prevenção, com abrangência inicial em:
Governador Valadares, Vitória, São Luis, fraudes e atos ilícitos, com destaque para Contratação, Gestão de Contratos e
Parauapebas e Ourilândia do Norte. a cadeia de suprimentos e a execução de Gestão de Materiais – sob as dimensões de
contratos. A partir dessa análise, planejamos Processos, Pessoas e Sistemas.
Em 2010, pretendemos realizar uma trabalhos de prevenção a esse tipo de perda
campanha internacional de reforço dos contemplando nossas operações e projetos Nosso objetivo em 2010 é implantar esse
valores constantes do código, reafirmando em unidades próprias, no Brasil e no exterior, guia nos projetos internacionais.

Almoxarifado / Gestão de Materiais


Processos

Gestão de Contratos / Medição de Serviços

Pessoas Sistemas
Suprimentos / Contratações

30 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Conformidade Legal Trabalhista Publicamos, em julho


de 2009, nosso Código
Em 2009, a Vale registrou a existência de Em 2009, foi dada continuidade à discussão
262 processos, sendo 111 judiciais e 151 sobre a cobrança do depósito de Fundo de de Conduta dos
administrativos relevantes1. Nesse período, Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por meio Fornecedores
não foi realizado nenhum pagamento de de uma nota de débito. Essa cobrança motivou
multa, nem aplicada nenhuma sanção de a imposição de duas autuações administrativas
caráter não monetário2. à Vale. A empresa também enfrenta um
processo judicial, sem valor econômico
Civil definido, envolvendo a mina de subsolo de
exploração de potássio em Sergipe.
Tramitam na justiça 69 processos envolvendo
a Vale, sem valor econômico definido, que Na Austrália, a unidade de negócio de
contestam a legalidade da sua privatização, carvão Broadlea está envolvida em uma
ocorrida em 1997, todos ainda pendentes de ação judicial, impetrada pelo Departamento
decisão judicial final. Não acreditamos que de Minas e Energia de Queensland
essas ações afetem o resultado do processo (atualmente Departamento de Emprego,
de privatização ou produzam algum efeito Desenvolvimento Econômico e Inovação),
negativo para a empresa. em relação a acidente de trabalho com
empregado. Nesse caso, a decisão sobre
Regulatório possível sanção monetária ainda está
pendente. A ação judicial do caso da
Em 2009, foi dada continuidade ao processo unidade de negócio de carvão Integra Coal
sem valor econômico definido que discute relatada no relatório de 2008, iniciada pelo
a anulação da autorização pela qual a Vale e Departamento de Indústrias Primárias de
outras empresas operam o terminal portuário New South Wales, foi encerrada.
de Praia Mole, no estado do Espírito Santo,
Brasil. Obtivemos decisão judicial julgando o Concorrência desleal
caso em favor da Vale. A decisão final ainda
depende de confirmação pelas instâncias Em dois processos administrativos, pendentes
judiciais superiores. de decisão, alega-se a existência de conduta
anticompetitiva em relação aos negócios
Tributário de logística. Um desses processos envolve
a Companhia Portuária da Baía de Sepetiba
A Vale discute, por meio de uma ação judicial (CPBS), subsidiária da Vale, contra a qual se
e três processos administrativos, a incidência alega negativa de embarque de minério
sobre lucros auferidos por coligadas e de ferro de terceiros. O outro processo
controladas no exterior do Imposto de Renda envolve as concessões ferroviárias detidas
da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre diretamente pela Vale (Estrada de Ferro Vitória
o Lucro Líquido. A empresa também contesta a Minas e Estrada de Ferro Carajás) e pela
exigências indevidas de CFEM (Compensação sua controlada FCA, contra as quais se alega
Financeira pela Exploração Mineral) em 144 aumento abusivo de preços cobrados de
processos administrativos e 38 ações judiciais. usuários. Entendemos não haver procedência
nas alegações em ambos os casos.
1 Os processos são considerados relevantes com base nos
seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de
indenizações e aplicação de multas; b) em razão de tema de
interesse da empresa ou de repercussão no público em geral,
independentemente de valor; c) os decorrentes de sanções
não monetárias.
2 Neste relatório, a Vale continua expressando os casos existen-
tes e que se encaixam no critério de relevância. Entretanto,
passamos a divulgar apenas os valores que apresentam uma
quantia certa reconhecida como devida pela empresa ou já
paga, para melhor atender ao escopo do indicador SO8 da GRI
e para evitar eventuais distorções com relação à realidade dos
processos administrativos e judiciais que, por estarem ainda
pendentes de decisão final, normalmente não apresentam
definição ou precisão quanto aos valores monetários em
discussão. De qualquer forma, encontra-se disponível no
Relatório Form 20-F da Vale uma estimativa de provisão de
valores, conforme critérios contábeis.

31
Operador Sustentável

Recursos Humanos

Mudar sem
perder a essência
Preservar nossa força de trabalho em O início de 2009 apresentou um cenário
desafiador. Para lidar com a crise
meio à crise financeira internacional
econômica global, demos continuidade à
foi o maior desafio de 2009. estratégia de rever projetos e processos
Implementamos várias ações para de produção. Ao longo do ano, adotamos
uma série de ações para assegurar a saúde
manter nosso maior capital: as pessoas financeira de nossos negócios no curto
e no longo prazos. Em determinados
períodos, isso envolveu a reestruturação
da nossa empresa e da força de trabalho.

Cientes do papel que o capital humano Empregabilidade


representa para a Vale, apostamos na
valorização das pessoas. Investimos na Após passarmos por uma forte redução
qualificação dos nossos funcionários, que, de demanda, empreendemos esforços no
em alguns casos, recebem treinamentos sentido de manter nosso maior patrimônio
por mais de três anos para desempenhar de conhecimento e capacidade produtiva,
suas funções em áreas operacionais. que são os nossos empregados. A fim de
Palavras como recolocação e requalificação nos posicionarmos com êxito no momento
passaram a fazer parte do nosso cotidiano. da crise econômica, implementamos
Manter nosso quadro de profissionais, maneiras criativas para reduzir os custos
principalmente das áreas técnica e que permitiram reter a nossa mão de obra.
operacional, foi o maior desafio da empresa Buscamos garantir o nosso sucesso de longo
em 2009. Tínhamos a consciência de que, prazo, que depende de uma força de trabalho
quando retomássemos a produção, esse altamente qualificada. Reexaminamos
capital humano seria fundamental. e suspendemos alguns contratos com
prestadores de serviços, reduzindo o número
Na virada de 2009 para 2010, voltamos de contratados e designando as respectivas
a registrar um volume de produção no tarefas aos nossos empregados próprios,
patamar pré-crise. Para 2010, portanto, já e provemos incentivos financeiros para
estamos nos preparando para aumentar incentivar a aposentadoria.
nossos recursos humanos, mantendo a visão
de longo prazo e buscando alcançar índices No Brasil, também conseguimos negociar
de produtividade almejados pela Vale. algumas ações para responder à crise
econômica com os sindicatos locais. Essas
medidas incluíram a licença remunerada,
a suspensão de contratos de trabalho
para requalificação profissional e a
complementação do seguro-desemprego.

32 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Temos funcionários que recebem


treinamentos por mais de três anos para
atuar em áreas operacionais.

Essa experiência mostrou a importância de Nossos terceiros, em geral, trabalham nas


a Vale ter iniciado a revisão das atividades obras de reforma, de expansão, de novos
operacionais em 2008. Essa revisão nos empreendimentos, nos contratos de
permitiu identificar as oportunidades de manutenção, limpeza e segurança patrimonial,
otimização nas nossas operações, que nos entre outros tipos de prestação de serviços.
possibilitaram responder à crise econômica
sem perder o nosso ativo mais importante. 
Quadro de profissionais
Em 2009, o total de empregados próprios (em milhares)
(com contrato de trabalho por prazo
indeterminado) e de terceiros (prestadores 146,8 145,7 140,6
de serviço em atividades permanentes e
90,4 83,2
em projetos) foi de 140,6 mil, dos quais 78% 80,6
com atuação no Brasil. Contamos, ainda,
com aproximadamente 1.565 empregados
próprios com contrato por prazo
determinado (número estável em relação
a 2008), dos quais 31% são aprendizes 62,5 60,0
56,4
operacionais no Brasil.

Reduzimos 3,5% da nossa força de trabalho


de 2008 para 2009, que correspondem, em
2007 2008 2009
números absolutos, a 5,1 mil empregados,
como mostra o gráfico ao lado. A redução Terceiros
Empregados próprios
foi praticamente a mesma na distribuição
entre os empregados próprios e os Gráfico não considera coligadas. Vale Australia
contratados (terceiros). incluída a partir de 2008. Em 2007, se considerados
os dados da Vale Australia, o número de empregados
chega a 147,9 mil, e o de próprios, a 57 mil.

33
Operador Sustentável

Empregados próprios e Empregados próprios e terceiros


terceiros por país (2009) por estado brasileiro (2009)

1% 5% 4%
4%
3%
3%
4%
6% 10%
37%
11%
78%
34%

Brasil Pará
Canadá Minas Gerais
Indonésia Espírito Santo
Nova Caledônia maranhÃO
Moçambique Rio de janeiro
Austrália Outros Estados
Outros

Perfil dos nossos empregados próprios

Empregados por gênero Empregados por faixa etária Empregados por categoria funcional

10% 10%

30% 13,1% 0,2%


2,1%
0,6%
5,0%
90% 60% 79,1%

homens Abaixo de 30 anos Especialistas


mulheres Entre 30 e 50 anos Diretores
acima de 50 anos Gerentes de Área e coordenadores
gerentes gerais
supervisores
Técnicos operacionais

34 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

DIVERSIDADE são compostos por 33 pessoas, sendo


31 homens e duas mulheres. De seus Faixa etária por categoria funcional (2009)
Para a Vale, o respeito à diversidade é um valor membros, 13 estão na faixa entre 30 e 50 Abaixo de Entre 30 e Acima de
fundamental, expresso em nosso Código de anos, e 20 têm idade acima de 50 anos. 30 anos 50 anos 50 anos

Conduta Ética. Consideramos intolerável a Diretores 0% 60% 40%


discriminação em função de etnia, origem, De acordo com a nossa Política de Gerentes gerais 0% 74% 26%
sexo, orientação sexual, crença religiosa, além Remuneração e com o nosso Código de Gerentes
de condição de sindicalização, convicção Conduta Ética, não há diferenciação do de área e 3% 77% 20%
política e ideológica, classe social, pessoas salário-base entre mulheres e homens que coordenadores
com deficiência, estado civil ou idade. ocupam as mesmas funções. O gráfico a Supervisores 9% 77% 14%
seguir evidencia essa prática, verificada ao Especialistas 21% 65% 13%
Promovemos um ambiente de trabalho longo dos anos. Técnicos 34% 58% 8%
propício ao diálogo, em que todos os operacionais
empregados são incentivados a compartilhar Cerca de 60% dos empregados da Vale têm
com seus colegas e superiores preocupações idade entre 30 e 50 anos. Em cargos de
de quaisquer naturezas, inclusive sobre liderança (supervisores, gerentes de área,
questões de discriminação e assédio. Além do coordenadores, gerentes gerais e diretores),
nosso Código de Conduta Ética e da Política esse número sobe para 76%.
de Direitos Humanos, divulgada em 2009,
a Vale possui também um canal formal de
denúncia por meio do qual eventuais casos de Proporção de mulheres por categoria funcional
discriminação podem ser relatados. Em 2009, %
tivemos três casos de assédio moral, cujas 2007
denúncias foram recebidas diretamente pela 2008
33%
área de Recursos Humanos, sendo tomadas 2009 29% 31%
as providências cabíveis. Em um dos casos,
após a confirmação, o executivo envolvido foi 18% 18% 17%
15% 14%
desligado da empresa. Temos, ainda, um caso 12% 11%
10% 9% 8%
sendo investigado na Vale Australia, reportado 5%
7% 7% 7%
4%
pelo empregado ao seu supervisor, e estamos
acompanhando sua resolução. Diretores Gerentes Gerentes Supervisores Especialistas Técnicos
gerais de área e operacionais
coordenadores
Em 2009, as mulheres continuam
representando 10% de nossa força de
Inclui os dados da Vale Inco e da Vale Australia a partir de 2008. Empregados próprios deste indicador (LA13)
trabalho, característica comum de nosso correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.
setor de atuação. Desse contingente, a maior
proporção delas (53%) ocupava cargos
técnicos (operacionais e administrativos).
Nessa categoria, o percentual de mulheres Proporção de salário-base de mulheres em relação a homens por
manteve-se estável de 2008 para 2009. No categoria funcional
grupo de especialistas (analistas, engenheiras, 2007
geólogas etc.), que representam 39% da força 2008
2009
de trabalho feminina, houve um aumento de
29% para 31%, conforme demonstrado no 1,08
1,01 1,02 1,01 0,98 0,95 0,99 0,99 0,99 0,95 0,96 0,96 0,98 0,96 0,96
gráfico ao lado. Nos cargos de supervisão e 0,94 0,95 0,94
gerenciais (gerentes e coordenadores, que
representavam, respectivamente, 4% cada
um), a participação das mulheres apresentou
uma pequena queda. Para mais detalhes,
confira a seção de rotatividade.
Diretores Gerentes Gerentes Supervisores Especialistas Técnicos
Os altos órgãos de governança da gerais de área e operacionais
coordenadores
empresa – Diretoria Executiva, Conselho
de Administração e Conselho Fiscal1 – Empregados próprios deste indicador (LA14) correspondem a 75% (2007), 98% (2008) e 97% (2009) do total
de empregados reportados (LA1).

1 Posição em 2009.
35
Operador Sustentável

O Programa de Inclusão de Pessoas com banheiros adaptados, construção de rampas, qualificados para os próximos cinco anos
Deficiência reforça o compromisso da Vale alargamento de portas, entre outras medidas. nas diferentes regiões em que atuamos.
com o respeito à diversidade. Coordenado Realizamos ainda treinamentos para os Esse plano engloba os cargos-chave, tais
pela Valer – Educação Vale e pelas áreas setores de recrutamento e seleção e fizemos como engenheiros, geólogos, técnicos e
regionais de Recursos Humanos, o programa a sensibilização dos gestores. A partir de 2010, operacionais, projetos de capital e localidade.
existe desde 2004. Enfrentando o desafio de a fim de cumprir a Lei nº 8.213 (25/07/1991), Além de capacitarmos nossos empregados
incluir pessoas com deficiência em nossas que prevê a reserva de vagas para pessoas para as operações atuais, também os
áreas, a Vale contratou 282 pessoas com com deficiência, temos a meta de contratar treinamos para os projetos futuros e para o
deficiência de diversos níveis de escolaridade, anualmente 140 profissionais com deficiência encerramento das operações, preparando sua
no período de 2008/2009, nos estados do Rio e dar continuidade ao plano de adaptação de recolocação e transferência.
de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo, nossas instalações.
Maranhão e Sergipe, no Brasil. Com esse Remuneração e desempenho
número de contratações cumprimos o Termo Práticas globalizadas
de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Além de seguir a prática – já adotada
Ministério Público. Além da oportunidade Com a globalização das práticas de nos últimos anos – de realizar pesquisas
de acesso ao mercado de trabalho, os remuneração, desempenho, carreira comparativas de remuneração, elaboramos
profissionais tiveram como atrativo uma e sucessão em 2008, no ano seguinte e implementamos em 2009 um plano de
formação profissional teórica e prática priorizamos a melhoria dos processos, a carreira para as áreas dedicadas aos projetos
inteiramente financiada pela Vale. informatização das operações existentes e de capital, com pacotes de remuneração
a implementação desses avanços nas novas diferenciados e alinhados à estratégia da
Nosso Programa de Inclusão também operações da empresa, incluindo novos empresa para esse segmento.
contempla a realização de várias medidas projetos de capital.
de acessibilidade para garantir o exercício Oferecemos a todos os nossos empregados
pleno de direitos por parte dos nossos No ano de 2009, demos continuidade ao próprios salário igual ou superior ao
empregados com deficiência. Desse modo, planejamento estratégico para a área de mínimo legal praticado em cada localidade.
fizemos várias alterações arquitetônicas Recursos Humanos, o que viabilizará a Fortalecendo a cultura de busca constante
nas nossas unidades operacionais, como antecipação das demandas por profissionais por resultados, o pacote de remuneração
de cada empregado, em 2009, contemplava
o pagamento de remuneração variável2,
calculada de acordo com os resultados
atingidos pelo desempenho da empresa, do
departamento, individual ou da equipe.

Nas unidades próprias da Vale, a avaliação de


desempenho é baseada nas metas anuais
alinhadas à estratégia da empresa. Essas
avaliações são realizadas por meio de um
processo interativo entre os empregados e
seus gestores, além de contar com sistemas
informatizados, nos quais os resultados são
registrados. As metas também servem de
base para o Programa de Remuneração
Variável, que premia o empregado por seu
cumprimento ou superação.

Para o ciclo de desempenho de curto prazo


(anual), as metas são definidas com base
nos principais objetivos estratégicos e no
orçamento anual estabelecidos, medindo
os desempenhos econômico-financeiro,
técnico-operacional e de sustentabilidade
(gestão, saúde e segurança e meio ambiente).

Refeição no trabalho e/ou auxílio- alimentação são alguns


2 Para o negócio de níquel, inclui apenas empregados não
dos benefícios oferecidos aos nossos funcionários. sindicalizados e aqueles representados por um dos sindicatos
em Sudbury. Outros empregados sindicalizados recebem
outras formas de remuneração variável.

36 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Para 2010, visando à intensificação do Por causa de limitações do sistema de Ampliamos a ação
processo de melhoria contínua de nossa registro na Vale Australia, embora a avaliação
do Programa de
gestão em sustentabilidade, aumentaremos de desempenho também seja uma prática
o número de indicadores relacionados adotada, foram consideradas apenas 26% Assistência ao
à avaliação do nosso desempenho de das avaliações. O plano para 2010 é que, Empregado entre
sustentabilidade com a inclusão de com a implantação de um sistema global, o
metas associadas ao Plano de Ação de percentual seja ampliado.
nossas empresas
Sustentabilidade (PAS) em unidades
operacionais e corporativas selecionadas. Em 2009, o percentual de empregados
avaliados nas unidades da Vale Inco, no trabalho e/ou auxílio-alimentação e seguro
Ao longo de 2009, padronizamos o processo Canadá, onde a maior parte dos profissionais de acidentes pessoais são oferecidos para
de gestão de desempenho e demos início à filiados a sindicatos não recebe avaliação de parte significativa dos nossos empregados
implementação do sistema global de registro desempenho, foi de 37%, mesmo patamar de (em média, 89% de nossos empregados
e acompanhamento, que estará disponível resultado apresentado em anos anteriores. próprios). Em 2009, consolidamos o PAE,
em 2010. Nosso objetivo é aprofundar a ampliando sua ação entre nossas empresas.
aplicação de uma avaliação justa, focada em Benefícios concedidos O Programa oferece apoio psicossocial aos
resultado e competência. empregados e a seus dependentes.
Com o crescimento da Vale, o mapeamento
Em 2009, aproximadamente 84,5% dos de benefícios tornou-se uma necessidade Na Vale, em geral, não há diferenças entre
empregados da Vale tiveram o desempenho imediata para o alinhamento das práticas os benefícios concedidos aos empregados
avaliado. A redução em relação a 2008, que adotadas globalmente pela empresa. de período integral e de meio período
foi de 88%, foi decorrente de um menor Realizamos algumas ações para avaliar ou temporários. As principais exceções
percentual de avaliação em algumas os benefícios oferecidos em nossas encontram-se em algumas unidades da Vale
controladas. Na Valesul, por exemplo, esse operações no mundo, incluindo a aquisição Inco e se referem a cobertura de seguro
processo não foi realizado, porque a Vale de software de gestão para atualização de vida, cobertura para incapacidade,
entrou em acordo para a venda dos ativos online das práticas globais. A partir desse previdência privada e plano de saúde.
da empresa no início de 2010, quando o levantamento, desenvolveremos medidas para
processo de avaliação ocorre. Já na Albras o aprimoramento das práticas adotadas pela Para ajudar os empregados a lidar com
e na Alunorte, o registro de avaliações de Vale, levando em consideração as iniciativas seus recursos financeiros, bem como apoiá-
desempenho realizadas baseia-se no processo atuais e a disponibilidade dos mercados locais. -los na vida pessoal, foi desenvolvido no
de carreira e sucessão, cujo público-alvo se Brasil o curso online Orçamento Familiar e
concentra em cargos gerenciais. Entre os benefícios oferecidos para a maioria Planejamento Financeiro. O objetivo é simular
dos nossos empregados, estão previdência o comportamento financeiro do participante
privada, plano de saúde e seguro de vida e estimular o autoconhecimento. A partir
e de acidentes. dessa análise, o empregado é orientado a
refletir sobre seus sonhos e traçar metas
Percentual de empregados Como resultado do processo de globalização específicas de curto, médio e longo prazos.
com desempenho avaliado dos benefícios oferecidos pela Vale, Da leitura do contracheque ao pagamento
implementamos um fundo de pensão do cartão de crédito ou financiamento de um
offshore. Esse fundo tem como público-alvo automóvel, várias etapas do planejamento
empregados estrangeiros admitidos em países financeiro são abordadas, com exemplos
90% 88%
onde não seja viável sua participação em plano práticos e linguagem didática.
85%
de pensão local e seja possível sua inclusão
no plano global. Para ser efetivo, um plano Além dessa iniciativa, demos continuidade
global de pensão precisa oferecer um número ao Programa de Suporte a Incidente Crítico,
de benefícios suficiente que permita um entendido como situação que leve a fortes
bom acompanhamento do desempenho dos reações emocionais e/ou psicológicas,
investimentos e uma ampla escolha de fundos, para as unidades próprias da Vale no
além de uma administração simples e eficiente. Brasil. Mantivemos também o Programa
2007 2008 2009 de Planejamento de Aposentarias (PPA),
Já os benefícios relacionados a auxílio- realizado pela Valer – Educação Vale em
-transporte, formação educacional, Plano de parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às
Empregados próprios deste indicador (LA12) Assistência ao Empregado (PAE), refeição no Micro e Pequena Empresas (Sebrae).
correspondem a 95% (2009) do total de empregados
reportados (LA1). Projetos não incluídos.

37
Operador Sustentável

Previdência complementar FCA, CPBS, PPSA, Cadam e Valesul3. Para


mais informações, visite www.valia.com.br
A Vale tem como uma de suas diretrizes (disponíveis em português).
globais de benefícios o acesso de seus
empregados a um plano de previdência que A maioria dos participantes da Valia está
garanta sua subsistência ao se aposentar. A associada a planos mistos de contribuição
Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade definida4 com um componente de benefício
Social (Valia) é a responsável pela gestão dos definido específico para cobertura de pensão
planos de previdência complementar da Vale por morte e aposentadoria por invalidez.
no Brasil. Entidade fechada sem fins lucrativos, No caso de benefício definido, o valor é
com autonomia administrativa e financeira, previamente estabelecido, com atualização
a Valia atende as seguintes empresas, que atuarial, de forma a assegurar sua concessão.
fazem parte do escopo deste relatório: Já no caso de contribuição definida, o valor
Vale, Urucum Mineração, Vale Manganês, é permanentemente ajustado, de acordo
com os recursos mantidos em favor do
participante5.

O componente de contribuição definida dos


Fundos detidos e mantidos separadamente dos recursos da empresa planos mistos visa garantir que o plano tenha
Planos oferecidos pela Valia no Brasil (2009) sustentabilidade financeira no longo prazo.
Participantes Já o componente de benefício definido tem
 Plano Tipo de plano Grau de cobertura
(mil)(1) como objetivo evitar queda significativa na
Plano Vale Mais, ValiaPrev e FCA(2) Misto 53,6 remuneração, em caso de aposentadoria por
Superior a 100%(6)
invalidez e pensão por morte.
Benefício Definido (3)
Benefício definido 17,1

Abono Complementação(4) 62% com aportes


Benefício definido 2,0 As empresas Albras e Alunorte estão em
mensais
Total 70,7 (5) processo de transição de planos de entidade
aberta de contribuição definida para planos
(1) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).
(2) Os empregados contribuem, em média, com 4% do salário-base (31% do custeio dos planos), para o custeio da aposentadoria programada. administrados pela Valia.
Para os participantes que migraram do plano de benefício definido para o Plano Vale Mais, o benefício foi aumentado, em 2008, em 35%, não
sendo necessário o aumento de contribuições por parte do participante.
(3) O plano de benefício definido está fechado para novas adesões desde 30 de abril de 2000, quando foi implantado o Plano Vale Mais. A Vale Manganèse France não oferece
(4) Participam desse plano aposentados do Plano de Benefício Definido que se desligaram da empresa em função de plano de incentivo à
aposentadoria. Esse plano está fechado para novas adesões. Sobre o grau de cobertura, a patrocinadora (Vale) faz aportes mensais no fundo plano de aposentaria complementar nos
desde dezembro de 2001, com o objetivo de atingir a cobertura do passivo de 100% em novembro de 2014. O valor das parcelas mensais é
reajustado quando necessário, e seu valor era de US$ 5,9 milhões, em janeiro de 2010. moldes da Vale no Brasil. Na França, existe
(5) Não estão incluídos os participantes do Abono Complementação porque já constam no Plano de Benefício Definido.
(6) Esse grau de cobertura se refere à parcela de benefício definido dos planos mistos e do plano de benefício definido.
uma complementação de aposentadoria
obrigatória, baseada num regime por
repartição no qual os empregados ativos
Fundos detidos e mantidos separadamente dos recursos da empresa financiam a aposentadoria complementar
Planos oferecidos fora do Brasil (2009)(1)
dos aposentados.
Percentual do
Participantes
País Operação Tipo de Plano passivo coberto No Canadá, a Vale deu início ao processo de
(mil)(2) pelo ativo
migração do plano de pensão de benefício
Newfoundland
Canadá Contribuição definida 0,3 N/A definido para contribuição definida6. A
& Labrador
Canadá(3) Ontário e Manitoba Benefício definido 21,5 Entre 86% e 90% Vale Inco manterá o plano de benefício
Canadá (3)
Ontário e Manitoba Contribuição definida 1,5 N/A
definido para os atuais assistidos e para
os empregados ativos que optarem por
Indonésia PT Inco Benefício definido 2,7 Superior a 100%
permanecer nesse plano. Em janeiro de 2009,
Refinarias de
Reino Unido Benefício definido 1,6 83%
Clydach e Acton
EUA (4)
Inmetco e Novamet Benefício definido 0,5 68% 3 Outras empresas que não fazem parte do escopo deste
relatório também são cobertas pela Valia.
Vale Manganese
Noruega Contribuição definida 0,08 N/A
Norway 4 Essa nomenclatura segue a legislação brasileira.

Broadlea, Carborough 5 Resultado líquido da aplicação, valores aportados pelo


Austrália Contribuição definida 0,7 N/A participante e os benefícios pagos pelo plano.
Downs e Integra Coal
6 A Vale Inco Newfoundland & Labrador Limited, subsidiária
Total     28,9   da Vale Inco, já oferecia plano de contribuição definida.
(1) Para esses planos, de forma geral, os empregados não participam do custeio dos planos.
(2) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).
(3) O grau de cobertura refere-se aos dados da avaliação contábil de 31 de dezembro de 2009.
(4) A operação da Inmetco foi vendida em dezembro de 2009. As informações de pensão para essa operação foram incluídas na tabela, uma
vez que a Vale Inco Limited possui a responsabilidade pelos benefícios de pensão dos empregados e pensionistas da Inmetco em 31 de
dezembro de 2009.

38 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

o plano de benefício definido dos empregados empregados próprios e de algumas empresas bônus com o sistema usado na Vale no Brasil;
não sindicalizados do Canadá foi fechado para da Vale, independentemente de serem ou e mudanças para melhorar a produtividade.
novos integrantes. No entanto, a opção de não filiados a entidades sindicais profissionais.
benefício definido extinguiu-se em julho de Esforços substanciais foram feitos para
2009 para os novos empregados, que passaram Nas operações internacionais, como Canadá, chegarmos a um consenso, mas até o
a adotar o plano de contribuição definida, Austrália, Peru e Noruega, o sindicato momento da publicação deste relatório os
visando à sustentabilidade do plano para as representa apenas aqueles empregados que impasses permaneciam. Estamos buscando
novas gerações. optam por se sindicalizar. uma solução alinhada às práticas de mercado,
às necessidades dos empregados e à
A Vale Inco oferece diferentes planos de Na Vale Australia, 72% dos empregados sustentabilidade do negócio.
pensão aos empregados. A maioria dos estão cobertos por acordos coletivos. Por
benefícios de pensão é fornecida por meio causa de mudanças na legislação local, os Conforme previsto em nosso Código
de planos de pensão registrados conforme a acordos individuais existentes estão sendo de Conduta Ética, a discriminação em
legislação, e também há alguns benefícios de substituídos por coletivos. função de sindicalização é considerada
pensão adicionais fornecidos por planos não intolerável. O diálogo com representantes
registrados. Para esta última modalidade, as Em 2009, na Vale Inco, 81% dos empregados legítimos dos nossos empregados, sejam
obrigações são atendidas diretamente pelos foram abrangidos por negociações coletivas sindicatos ou outros tipos de associações, é
recursos gerais da empresa7. Em 2009, o valor (em 2008, o percentual foi de 78% e, em a base norteadora das nossas negociações
dessas obrigações foi de aproximadamente 2007, de 73%). trabalhistas. Em função dessa postura,
US$ 92 milhões.  não temos registro de nenhuma autuação
Esses funcionários compõem dez unidades ou advertência lavrada pelos órgãos de
Acordos coletivos operacionais representadas por sindicatos. fiscalização por alguma ocorrência relativa
Em julho de 2009, três dessas unidades, à liberdade de associação e de negociação
Em 2009, o percentual de empregados Sudbury, Port Colborne e Newfoundland coletiva. Embora tenhamos uma postura de
abrangidos por acordos coletivos de trabalho & Labrador, entraram em greve com base diálogo, a notificação prévia de mudanças
foi de 95% (mais detalhes no gráfico abaixo), em três questões-chave propostas pela Vale significativas8 não é uma prática padronizada
o que respeita e, em alguns casos, supera as Inco: conversão do plano de pensão da Vale e não está prevista em acordos coletivos.
exigências legais. Inco da modalidade de benefício definido
para contribuição definida para os novos 8 Segundo a Global Reporting Initiative, mudanças
No Brasil, adotamos, desde 2007, acordo empregados; alinhamento da estrutura de significativas correspondem a alterações no padrão de
produção, como, por exemplo, reestruturação, encerramento
coletivo de dois anos, que abrange os de atividades, aquisições ou fusões.

7 Nesses casos, o empregado não participa


do custeio dos fundos.
Investimos na qualificação contínua de
nossos funcionários e também na mão de
obra da cadeia produtiva de mineração.

Empregados abrangidos
por acordos coletivos
%

94% 94% 95%

2007 2008 2009

Empregados próprios deste indicador (LA4)


correspondem a 97% (2009) do total de
empregados reportados (LA1).

39
Operador Sustentável

Rotatividade
Além de todas as unidades existentes no
Rotatividade por gênero Em 2009, a taxa de turnover1 global da Vale Brasil, a Valer atua internacionalmente
(incluindo aposentadorias e desligamentos) visando apoiar a empresa em suas operações
2008 2009
foi de 10,6%. Esse resultado está de acordo e na implantação de novos projetos. A
Turnover geral 8,0% 10,6%
com as taxas encontradas em outras expansão da Valer tem se dado por meio da
Turnover homens 7,6% 10,3% empresas do ramo de mineração. Realizamos criação de unidades físicas no exterior e da
Turnover mulheres 11,7% 13,0%
o monitoramento trimestral, que considera implementação de programas de fomento de
indicadores como rotatividade, retenção e mão de obra, como o Programa de Formação
aproveitamento de recursos internos. Profissional, já iniciado em Moçambique e
Rotatividade por faixa etária Omã. Podemos destacar ainda a realização de
O maior índice de rotatividade foi observado programas de educação continuada para o
2008 2009
na faixa etária acima de 50 anos, que atingiu público gerencial, como os Ritos de Passagem
Abaixo de 30 anos 7,0% 8,0% 37%, em razão da implantação do Programa realizados na China, na Argentina, em Omã e
Entre 30 e 50 anos 6,7% 7,8% de Incentivo à Aposentadoria. A taxa entre em Moçambique.
Acima de 50 anos 19,0% 37,0% as mulheres (13%) foi superior à dos homens
(10%), e elas representaram 12% do total de Para o público externo, como terceiros,
empregados desligados e 10% do efetivo total. fornecedores e comunidades, demos
Rotatividade por região continuidade à estratégia de fomentar o
Já na China, o índice de 16,7% reflete as desenvolvimento de mão de obra qualificada
País 2008 2009
características do mercado local e mudanças para a cadeia produtiva de mineração, por
Brasil 8,0% 9,2% operacionais. meio da oferta de sete programas de atração
Canadá 5,0% 19,7% e desenvolvimento, que alcançaram mais de
Indonésia 7,0% 9,1% A taxa observada no Canadá (19,7%) foi 3.200 pessoas no Brasil e no exterior.
Austrália 18,0% 13,4% atribuída a alguns fatores, incluindo o grande
China 32,0% 16,7% número de aposentadorias (representando Educação interna
Outras 7,0% 16,5% aproximadamente 58% dos desligamentos),
Empregados próprios deste indicador (LA2) correspondem a 95% (2009)
desligamentos voluntários (12% do total) e O ambiente global de negócios, de elevada
do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos. redução do número de empregados (25% dos competição, exige que as empresas e
desligamentos). Aos empregados impactados seus profissionais aprendam mais rápido,
foram oferecidos benefícios e suporte para acompanhando a velocidade da geração de
transição de carreira. conhecimentos. Diante disso, a educação
corporativa ganha caráter estratégico, uma
Nossa maior riqueza: as pessoas vez que se apresenta como uma alavanca
para o aprendizado e o desenvolvimento dos
Desde 2003, a área de desenvolvimento de recursos humanos qualificados.
Turnover por gênero pessoas, a Valer – Educação Vale, em conjunto
com as áreas regionais de Recursos Humanos, Com esse objetivo, nossas ações de educação
é responsável pela qualificação contínua dos interna oferecem contínuas oportunidades
nossos empregados e pelo fomento de mão de aprendizado aos empregados da Vale,
12%
de obra para a cadeia produtiva de mineração. segmentados em três públicos: técnicos
São oferecidas ações de desenvolvimento operacionais, técnicos especialistas e líderes.
pessoal e profissional dentro e fora da Vale, Cada um possui um currículo de formação
nos segmentos de educação básica, formação Vale, com ações educacionais estruturadas,
técnica, desenvolvimento gerencial, cidadania denominadas Trilhas Técnicas, Mapas de
corporativa e cultura e arte. Desenvolvimento e Trilha de Gestão e
88%
Liderança, respectivamente, de acordo com
Em 2009, lançamos internamente o as demandas das áreas de negócio.
documento Diretrizes Educacionais Valer,
que consolida as atuais práticas de educação A melhoria contínua dos processos e
homens
mulheres da área e explicita o posicionamento evolução da empresa está estritamente
sobre educação para a sustentabilidade. relacionada à formação técnica dos nossos
Além disso, somente no Brasil investimos empregados, reconhecidos no mercado por
aproximadamente US$ 34,5 milhões em seu alto grau de qualificação. Em parceria
treinamento e desenvolvimento. com as áreas de negócio, são mapeadas

1  Taxa de turnover corresponde à soma de empregados que deixa-


ram a organização voluntariamente, que se desligaram e que se
aposentaram, dividida pelo número de empregados próprios.

40 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Brasil
CASE
as ações de capacitação técnica prioritárias Mão de obra qualificada
para o alcance das metas empresariais. A Valer
estrutura ações customizadas e firma parcerias Um dos grandes marcos em 2009 foi o lançamento do Centro de Excelência
com instituições de ensino de em Logística Vale (CEL), na cidade de Vitória, Espírito Santo, Brasil. O CEL reú-
todo o mundo. ne em um só local a estrutura necessária para aplicar treinamentos técnicos
da ferrovia, do porto e da navegação, com uma abordagem teórico-prática,
O Programa Global de Exploração Mineral e embasados pelos processos educacionais estruturados pela Valer.
o Programa de Logística Integrada, ambos
lançados em 2009, são exemplos de nossa Inaugurado em novembro, o prédio de cinco andares, no Terminal de Praia
atuação. O primeiro foi desenvolvido em Mole, conta com simuladores de operação ferroviária, biblioteca técnica,
parceria com a Diretoria de Exploração salas para treinamentos, simulador de carregamento de vagões, maquete
Mineral da Vale para reforçar o conhecimento para aplicação do regulamento de operação e sinalização ferroviárias, sala
de 107 empregados, dos cinco continentes, para treinamento de centro de controle de pátios, linha sinalizada e ope-
sobre processos mineralizantes e técnicas rações portuárias, além de sala de captação de conteúdo para construção
exploratórias. As aulas foram realizadas no Brasil de materiais didáticos.
e na África do Sul e complementadas com
visitas técnicas a minas na Zâmbia, no Peru e
nos Estados Unidos. Já o Programa de Logística
Integrada, concebido em conjunto com a
Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento
Logístico da Vale, capacitou 120 empregados
nos principais conceitos e ferramentas de
logística, gestão e finanças.

A média de horas de treinamento apresentou


uma queda no final de 2008 e reduziu-se mais
em 2009, em função da recessão econômica
global, que paralisou diversas operações na Vale
e impactou o investimento em treinamento das
nossas equipes. Em função disso, priorizamos a
oferta de treinamentos focados na aquisição de
competências para o exercício das funções.

A Vale mantém como prática a oferta de cursos


internos e, em casos mais específicos, o apoio
financeiro para capacitação externa, com foco Horas de treinamento
(média anual*)
no desenvolvimento de competências técnicas
críticas para os negócios da Vale.

Além da formação técnica, outra iniciativa é o 146


Programa de Preparação para a Aposentadoria, 125
que tem como objetivos preparar os
empregados para a transição de carreira e 86 89 85
83
despertar o interesse para novos desafios, 62
sensibilizando-os para a importância do 41 44 43 39 37
planejamento no êxito de um projeto de 2007
2008
vida. Sua adesão é voluntária, e é conduzido
2009
regionalmente. No caso dos desligados, a Vale Total Liderança Especialista Técnico
oferece o Programa de Transição Profissional, operacional
que procura minimizar os impactos do
processo de demissão, enquanto proporciona Empregados próprios deste indicador (LA10) correspondem a 95% (2009)
do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.
ao profissional melhores condições para fazer
*A média de horas anuais é calculada pela divisão do total das horas de
com segurança e em curto prazo sua transição treinamento pelo número de empregados.
de carreira.

41
Operador Sustentável

Gestão e liderança liderança. Em 2010, a ação terá a meta de


alcançar 50% dos supervisores da Vale no
Em 2009, cerca de 300 líderes de todo o Brasil, capacitando cerca de 800 líderes.
Brasil participaram dos Ritos de Passagem,
o primeiro passo do currículo de formação O segmento de gestão e liderança priorizou,
gerencial Vale. Fora do país, mais de 90 também em 2009, a oferta de oportunidades
profissionais, entre diretores, gerentes gerais e de integração e alinhamento das lideranças
gerentes de área, que atuam em Omã, China, Vale, num ano em que a empresa esteve
Canadá, Suíça, França, Peru, Chile, Paraguai e dedicada a encontrar estratégias para
Argentina, também participaram da ação. A transformar a crise em oportunidade.
Curva de Aprendizagem – fase posterior na Foram realizados dois grandes encontros
formação dos líderes Vale e conduzida em de lideranças, reunindo executivos Vale de
parceria com instituições de desenvolvimento todo o mundo. No workshop Breakthrough
executivo de renome, tais como o Institute Process Innovation at Operations, conduzido
for Management Development, escola de em parceria com o MIT Sloan School of
negócios de referência na Suíça – contou com Management, diretores da empresa discutiram
a participação de cerca de 90 líderes de todos sobre ferramentas de gestão capazes de
os níveis hierárquicos. alavancar a inovação nos negócios. Além disso,
foi lançado em 2009 o (i)nova Vale!, iniciativa
Numa empresa em que o primeiro nível da que visou à promoção de uma cultura de
liderança é constituído em sua maioria por inovação na Vale (leia mais na pág. 47).
profissionais oriundos da carreira técnica,
foi desenvolvido e implementado em 2009, Já na terceira edição do Fórum de Líderes
como piloto, o Programa de Formação de da Vale, os 130 principais executivos da
Supervisores, com a oferta de 90 vagas. Essa empresa no mundo refletiram sobre as lições
iniciativa teve o objetivo de capacitar os aprendidas com a crise financeira mundial e
supervisores em processos e ferramentas debateram estratégia, gestão, liderança e as
de gestão necessárias para o exercício da perspectivas para 2010.

Educação global
Como parte da globalização dos negócios Vale, as ações de participantes do programa, para que estejam
educação Valer estão sendo, ano a ano, expandidas para as plenamente capacitados para o início da operação
operações no exterior. Além de atender às necessidades de em Omã. Atendendo ao anseio da comunidade pela
cada área e negócio, os programas também contemplam inclusão feminina no mercado de trabalho, a formação
demandas referentes à diversidade social e cultural das tem entre seus participantes 13 jovens mulheres,
comunidades em que atuamos. Dessa forma, os programas que serão preparadas para atuar num setor onde há
implementados globalmente são customizados de acordo predominância de mão de obra masculina.
com o contexto local. Um exemplo disso é o Programa
de Formação Profissional, implantado em 2009 em Omã, Essa iniciativa da Vale apoia a política do Governo de
no Oriente Médio, para formar 120 técnicos operacionais Omã de valorizar a inserção da mulher no mercado
que atuarão em nossa planta de pelotização no país. A de trabalho. Essa é uma das ações da Agenda de
formação visa contribuir para o alcance do compromisso Sustentabilidade do governo, que possui quatro eixos
firmado pela Vale de preencher 80% das vagas geradas estratégicos: Omanização (contratação da mão de obra
pelo novo negócio com mão de obra local. O curso, com local), Desenvolvimento da Cadeia Local e Fornecedores,
duração de 18 meses, composto por três fases (teórica, Responsabilidade Ambiental e Respeito à Cultura Local.
prática e on the job), foi implementado em parceria com
o Instituto Russayl, escola de referência da região, que Promovemos também um encontro entre a Diretoria
inaugurou novo centro de treinamento na cidade de Executiva e as nossas empregadas omanis para discutir
Sohar para atender à demanda da Vale. os desafios e as possibilidades de melhorias internas.
Apesar do estímulo governamental para a inserção
Para implantar a fase de treinamento on the job em da mulher no mercado profissional, essas ações ainda
2010, a Vale receberá em suas operações no Brasil representam uma quebra de paradigma da cultura local.

42 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Educação para a vida

A missão Vale de transformar recursos


Participações
minerais em desenvolvimento sustentável Programa Objetivo Abrangência em 2009
exige que os nossos empregados tenham Formar jovens para o primeiro
Programa de Formação
competências transversais que vão muito emprego em atividades operacionais Brasil 1.857
Profissional
além do conhecimento técnico. Por isso, por e administrativas da Vale.
meio da Valer, oferecemos uma formação Desenvolver estudantes de ensino
ampla, para o trabalho e para a vida, Programa de Estágio técnico e superior por meio de Brasil 1.068
experiência prática na Vale.
complementada por ações educativas de
cidadania corporativa e de cultura e arte, Formar especialistas em cursos
Programa de
de pós-graduação em Mineração, Brasil 60
que incluem capacitações em temas como Especialização Profissional
Ferrovia e Portos.
sustentabilidade, meio ambiente, melhoria
Recrutar e capacitar pessoas com
contínua, multiculturalidade e ética e Programa de Inclusão de
deficiência para as áreas corporativas Brasil 282
Pessoas com Deficiência
transparência. e operacionais da empresa.
Formar jovens para posições técnicas
Um dos carros-chefe desse eixo educacional Graduate Program da Vale, por meio de formação Internacional 20
avançada em mineração.
é o Programa de Formação Educacional, que
oferta os ensinos fundamental e médio a Desenvolver recém-graduados para
Global Trainee Internacional ----
posições de liderança na Vale.
empregados e terceiros da Vale, no intuito
de reduzir a zero a taxa de analfabetismo Oferece a alunos de MBA das mais
renomadas universidades do mundo
na empresa. Em 2009, 205 empregados Summer Job
formação sobre os negócios Vale e
Internacional ----
participaram da ação, nos estados de Minas interação com nossos executivos.
Gerais e Espírito Santo, Brasil. Também
Total 3.287
demos continuidade ao Programa Atitude
Ambiental, que promove diálogos sobre
sustentabilidade, reunindo empregados,
terceiros e as populações das comunidades
em que estamos presentes. Em paralelo aos
encontros do programa, em 2009 o currículo Já no Programa de Formação Profissional Cenários futuros
da ação foi reformulado com base no atual mais de 1.800 jovens estiveram em sala de
posicionamento da empresa e em nossa aula para aprender uma profissão. Apenas Como maximizar o uso dos minérios? Como
Política de Desenvolvimento Sustentável. no fim do ano, com o reaquecimento utilizar outros recursos naturais, como, por
econômico, mais de mil vagas foram exemplo, a água, de forma cada vez mais
Educação externa abertas em vários estados do Brasil. Em sustentável? Já vislumbrando cenários
Minas Gerais, foi destaque a reconvocação futuros, ampliamos o escopo de atuação
A necessidade de pessoal qualificado é um dos 500 finalistas do processo seletivo do Departamento do Instituto Tecnológico
desafio para as empresas de mineração, por 2008, interrompido no auge da crise Vale, criado para estimular e fortalecer os
isso, a Vale investe de maneira consistente econômica global. Em 2009, o programa relacionamentos da Vale com instituições
na capacitação de profissionais para atuar também foi ofertado em Moçambique, acadêmicas, governo e unidades de ciência,
no setor. Esse é o principal objetivo do na África, formando 25 aprendizes no tecnologia e inovação (CT&I). Em 2009,
segmento de educação externa da Valer, curso de Operação de Mina. Com foco passamos a trabalhar com três eixos: gestão
composto por sete programas de atração internacional, o Graduate Program ofereceu de tecnologia e propriedade intelectual,
e desenvolvimento de profissionais do formação avançada em mineração a 20 coordenação de cooperação e fomento e o
mercado, conforme destacado no quadro jovens da Austrália, de Moçambique, do Instituto Tecnológico Vale (ITV).
desta página. Canadá e do Brasil.
A Gestão de Tecnologia e Propriedade
Em 2009, a despeito da conjuntura econômica O Programa de Estágio novamente se Intelectual é a área responsável pela
global, tivemos como destaque 100% de confirmou como a principal porta de jovens observação das tendências tecnológicas. A
efetivação dos participantes do Programa de talentos na Vale, oferecendo 1.068 vagas partir das inovações que chegam ao mercado,
Especialização Profissional, que ofertou pós- ao longo do ano de 2009, 900 apenas no monitoramos as melhores práticas e buscamos,
graduação em Engenheira Ferroviária a 60 processo seletivo do segundo semestre, por meio da inteligência competitiva,
profissionais do mercado em São Luís e Belo que alcançou número de inscrições recorde: desenvolver pesquisas. Para 2010, está prevista
Horizonte, em parceria com a Universidade mais de 93 mil jovens se candidataram a uma nova ação, que avaliará o portfólio de
Dom Bosco (UNDB) e a Pontifícia Universidade uma oportunidade de ingressar na empresa. pesquisa de interesse da Vale, considerando
Católica (PUC Minas), respectivamente. desde a gestão da escolha dos temas até os
resultados obtidos com os estudos apoiados.

43
Operador Sustentável

Por meio de parcerias A Coordenação de Cooperação e Fomento No final de 2009, realizamos outra importante
faz a interface da Vale com a comunidade parceria, com o Conselho Nacional de
duradouras, queremos
de ciência e tecnologia. Mais do que Desenvolvimento Científico (CNPq). Lançamos
contribuir para o buscar no meio acadêmico uma prestação um edital voltado a selecionar e apoiar
desenvolvimento de serviço pontual, queremos instituir propostas de pesquisa dentro das linhas
parcerias duradouras que contribuam para definidas pelo estudo intitulado Projeto
científico do país o desenvolvimento científico do país. Em Setor Mineral – Tendências Tecnológicas Brasil
2008, o convênio assinado entre a Vale, a 2015. O documento elaborou uma agenda
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de prioridades para investimento no setor
do Pará (Fapespa) e a Secretaria de Estado mineral. A iniciativa ofereceu um total de
de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia US$ 3,9 milhões, dos quais US$ 2,7 milhões
do Pará (Sedect) apoiou o edital que foram aportados pela Vale, e o restante,
ofereceu 22 bolsas de doutorado e 63 de financiado pelo Fundo Setorial Mineral
mestrado em macroáreas de interesse da (CT-Mineral). Foram apresentadas
Vale. Com essa iniciativa, permitiu-se que 113 propostas, de diferentes áreas de
todos os proponentes conseguissem bolsas conhecimento. Os projetos escolhidos serão
de estudos. Outra ação inédita no país foi anunciados no primeiro semestre de 2010.
a parceria da Vale com três reconhecidas
agências de fomento à pesquisa do Brasil
(saiba mais informações na página 45).

Maquete do ITV Pará (Belém) que priorizará as


pesquisas em desenvolvimento sustentável.

44 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Brasil
CASE
Instituto Tecnológico Vale

Para fomentar a produção de pesquisas


científicas e o desenvolvimento econômico
de base tecnológica no país, além de gerar
Incentivo à pesquisa
e difundir novos conhecimentos para o Uma parceria inédita uniu a Vale, por meio do Instituto Tecnológico Vale
progresso socioeconômico, ambiental e (ITV), e três reconhecidas agências de fomento à pesquisa do Brasil com
para a cadeia de mineração sustentável, o objetivo de desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e
iniciou-se em 2009 o planejamento do tecnológica. Serão investidos cerca de US$ 68,9 milhões no programa,
Instituto Tecnológico Vale (ITV). O objetivo que reúne as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados de Minas
é construir uma unidade do ITV em três Gerais (Fapemig), Pará (Fapespa) e São Paulo (Fapesp).
estados brasileiros, cada uma com uma
vocação específica. A de Minas Gerais será As pesquisas devem contribuir para o avanço do conhecimento científico
erguida em Ouro Preto e será especializada e da tecnologia nas áreas de mineração, processos ferrosos para siderur-
em mineração. A unidade do Pará ficará gia, energia, ecoeficiência e biodiversidade e, simultaneamente, colaborar
em Belém e priorizará as pesquisas em para a aplicação do conhecimento gerado na promoção do desenvolvi-
desenvolvimento sustentável. A de São Paulo mento da tecnologia nacional. Cerca de US$ 41,4 milhões serão investidos
será voltada para as inovações em energia, pela Vale, e o valor restante, dividido entre os demais parceiros.
tendo como um dos principais parceiros
o centro tecnológico da Vale Soluções em O convênio prevê o financiamento a itens de custeio, de capital e todas
Energia (VSE), em São José dos Campos. as modalidades de bolsas pagas pelas fundações envolvidas – iniciação
científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado. Terá mais chances de ser
O ITV será constituído como uma pessoa contemplado o projeto que proponha o desenvolvimento de pesquisas
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos em redes interestaduais, ou seja, uma universidade do Pará em parceria
e com duração de tempo indeterminado. As com uma de Minas Gerais ou de São Paulo e vice-versa. Com essa articula-
unidades terão o mesmo modelo corporativo ção entre empresa privada, meio acadêmico e governo, a Vale abre portas
em sua gestão, com normas semelhantes para que outras empresas estabeleçam parcerias. Além disso, a iniciativa
de funcionamento, mas ao mesmo tempo fomenta a formação de recursos humanos mais especializados e estimula
possuirão autonomia. A criação jurídica a produção científica das instituições acadêmicas.
dessas unidades deve ser concluída até o
primeiro semestre de 2010. A ideia é reunir Entre as linhas propostas para pesquisa estão temas como métodos in-
uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, diretos de prospecção mineral, melhoria no sistema de monitoramento
que possam trocar experiências entre si e de barragens, reutilização de resíduos, novos processos de produção de
vislumbrar questões problemáticas que ainda biocombustíveis, melhorias de eficiência na geração hidrelétrica, conser-
não foram levantadas. vação de ecossistemas e descoberta de novos produtos.

45
Operador Sustentável

Saúde e Segurança

Importantes conquistas, Um importante passo nesse sentido foi a


publicação da Política Global de Saúde e

novos desafios
Segurança e também da Norma Global de
Responsabilidade de Saúde, Segurança
e Meio Ambiente. As diretrizes foram
elaboradas considerando a legislação e a
cultura dos diversos países onde operamos.

A saúde e a segurança A estratégia adotada, desde 2006, de investir


em gestão, educação, infraestrutura e
estão cada vez mais
inovação tecnológica vem apresentando
globais na Vale. Nosso resultados positivos. O principal deles é a
compromisso com constatação da transformação da cultura de
nossa empresa em saúde e segurança.
o respeito à vida se
reflete nos esforços de O resultado do Prêmio (i)nova Vale! 2009 é
uma mostra de quanto o tema está presente
internacionalizar as ações
na empresa. Das 7.162 ideias apresentadas
para melhoria de processos, 2.250 referiam-
se à segurança (leia mais na página 47). Em
2009, investimos mais de US$ 110 milhões
em projetos de capital para estabelecer
melhorias em saúde e segurança. Sabemos
que, apesar dos avanços, esse é um processo
que exige um trabalho contínuo de
aperfeiçoamento.

Além de nossos investimentos e da


introdução do Programa (i)nova, lançamos
um piloto do Sistema de Gerenciamento
de Saúde e Segurança em cinco áreas no
Brasil: Itabira, Logística Norte, Serra Sul,
Taquari Vassouras e Carajás. O sistema
integra o Programa de Excelência, iniciado
em dezembro de 2006, base da nossa
estratégia de saúde e segurança. A Vale usou
o aprendizado da experiência piloto para
revisar o sistema de gestão, as instruções
normativas, os requisitos de atividades
críticas (RACs) e a sua matriz de treinamentos
de saúde e segurança. Em 2010, nosso
objetivo é iniciar a implantação do Sistema
de Gerenciamento de Saúde e Segurança
nas demais unidades brasileiras.

A cultura da saúde e segurança está cada vez


mais presente no dia a dia de nossas atividades.

46 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Brasil
CASE
Incentivo à inovação
Novo RAC para serviços de Para estimular o desenvolvimento de ideias criativas e de fácil implementa-
eletricidade ção que contribuíssem para a melhoria dos processos, o Departamento de
Inovação e Desenvolvimento da Vale lançou, em 2009, o Prêmio (i)nova Vale!.
Conseguimos, em 2009, superar a meta de Em 30 dias foram apresentadas mais de sete mil propostas, nas áreas de
ter 70% dos requisitos de atividades críticas segurança, economia de energia, reciclagem e velocidade de processos.
(RACs) implantados nas operações brasileiras,
alcançando o percentual de 72,4%. Os Foram escolhidas sete ideias vencedoras: a melhor em cada uma das qua-
RACs são ferramentas fundamentais para tro categorias apresentadas acima, a mais criativa, a com maior potencial de
a redução de acidentes. Esses requisitos melhoria nos resultados e a que apresentou melhor possibilidade de replica-
incluem adoção de normas, treinamentos ção. Os vencedores ganharam cursos de extensão, pós-graduação, aperfei-
e investimentos em infraestrutura, visando çoamento e certificação, de acordo com a formação do empregado, com o
garantir a segurança na execução das dez apoio da Valer. Além disso, todas as propostas inscritas passaram a integrar
atividades operacionais que, historicamente, o banco de inteligência de inovação da Vale e poderão ser implementadas
representam 91,7% das fatalidades1. posteriormente. A iniciativa contribuiu para a disseminação de uma cultura
de inovação na empresa. Os objetivos, futuramente, são expandir a premia-
A Vale revisou todos os seus requisitos, a ção e aumentar o envolvimento de fornecedores, institutos de pesquisas e
fim de aprimorá-los e adequá-los às nossas universidades, entre outros parceiros.
operações internacionais, além do Brasil.
Também foi criado um requisito específico A ideia premiada na categoria Saúde e Segurança foi a criação de um disposi-
para os serviços de eletricidade. Em 2010, tivo que elimina o manuseio direto de uma peça existente no compressor de
nosso objetivo é implantar os requisitos rolos. Com esse artefato simples e de fácil implantação, as mãos do operador
de atividades críticas (RACs) em todas as ficam afastadas do ponto crítico, evitando assim o risco de acidentes. Outros
unidades internacionais. benefícios da instalação desse dispositivo são o aumento da produtividade e
a redução do esforço físico para a realização da atividade.
Unindo forças
Entre as ideias mais votadas na área de saúde e segurança está a utilização de
Outra iniciativa que veio reforçar a empilhadeira elétrica tracionada na execução dos trabalhos de movimentação
preocupação da Vale de agir de forma de amostras de minério. O uso da empilhadeira contribui para o aumento de
preventiva foi a junção dos nossos produtividade ao reduzir de seis para um o número de empregados que re-
departamentos de Saúde e Segurança alizam essa atividade. Além disso, minimiza a exposição ao risco e diminui a
Ocupacional e de Segurança Empresarial. probabilidade de ocorrências de lesões como lombalgia, distúrbios osteomus-
Isso permitiu a ampliação de nossa rotina de culares relacionados ao trabalho (Dort) e prensamento de membros. Outra
inspeções nas nossas unidades operacionais proposta bastante votada na categoria de Saúde e Segurança foi a exposição
e nos projetos nacionais e internacionais, de vídeos de saúde e segurança informativos nos ônibus de transporte dos
assim como no compartilhamento das empregados. Os objetivos são aumentar a percepção de riscos, mostrar temas
melhores práticas. Os resultados das atuais e englobar aspectos de segurança fora do ambiente do trabalho.
inspeções são consolidados e distribuídos
aos setores inspecionados para solução. Caso
seja constatada alguma situação de risco
grave e iminente, a atividade é interrompida
imediatamente.

Em 2009, também foram criados os alertas


de segurança corporativos. São mensagens
enviadas para as operações e os projetos
da Vale no mundo, chamando a atenção
para alguma atividade crítica, seus riscos,
consequências e como evitá-las. Além
disso, instituímos uma agenda de reuniões

1 São consideradas atividades críticas as que envolvem: traba-


lho em altura, eletricidade, veículos automotores, equipamen-
tos móveis, bloqueio e sinalização, movimentação de carga,
espaço confinado, proteção de máquinas, estabilização de
taludes, explosivos e detonação e produtos químicos.

47
Operador Sustentável

globais com todas as gerências de Saúde e


Segurança. Os encontros via call acontecem
semanalmente, com os países de língua
portuguesa e espanhola, quinzenalmente,
com o Canadá, e mensalmente, com a
Austrália. A ideia é compartilhar boas
práticas e alinhar os procedimentos de
saúde e segurança em toda a empresa.

Desafios e parcerias

Apesar dos nossos esforços no


gerenciamento dos riscos e de uma forte
redução nas nossas taxas de acidentes,
tivemos em 2009 a ocorrência de nove
acidentes fatais nas operações e nos
projetos envolvendo empregados e
contratados da Vale e de três fatalidades
com prestadores de serviço do setor de
transporte nas estradas.
Estimulamos os nossos empregados a adotar uma
atitude de prevenção nos locais onde atuamos.
A perda dessas vidas, que nos causa tanto
pesar, reforça o nosso desafio de buscar
ferramentas que sejam mais eficazes na
prevenção dos acidentes. Paralelamente
a isso, procuramos influenciar nossa
cadeia de valor, incentivando a adoção
de medidas de segurança, campanhas de
conscientização, inspeções e auditorias.

Cores, aliadas da segurança Taxa de acidentes Taxa de lesões


com afastamento (Nº de lesões/HHT x 1 MM)
Em 2009, para facilitar a identificação (Nº de acidentes com
dos novos empregados, a nossa afastamento/HHT x 1 MM)
operação em Thompson, no Canadá,
adotou um sistema de código para 1,9 11,6
capacetes baseado nas cores. Todos os
empregados com menos de um ano que 8,0
1,5
atuam nas minas utilizam capacetes
alaranjados. Isso permite a fácil 1,0 5,7
identificação dos trabalhadores menos
experientes, além de possibilitar que
eles se beneficiem dos conhecimentos
dos mais antigos em relação às
melhores práticas de segurança. A
medida se aplica aos empregados que 2007 2008 2009 2007 2008 2009
trabalham no subterrâneo, incluindo
as áreas de manutenção, engenharia e Os dados do gráfico consideram empregados Os dados do gráfico englobam empregados próprios
próprios e terceiros. e terceiros e não incluem atendimento de primeiros
geologia. Depois de um ano de serviço, socorros. Dados da Vale Inco incorporados a partir de
o empregado passa a usar o capacete 2007, período para o qual não foram considerados
terceiros. Se utilizado o mesmo critério de 2008 e 2009,
amarelo comum. Com essa iniciativa, o valor de 2007 seria 10,7.
esperamos reforçar uma cultura de - HHT = homens-horas trabalhadas
segurança nos empregados que estão - 1 MM = 1 milhão
iniciando sua carreira e incentivá-los - Inclui lesões com e sem afastamento. O cálculo das
a compartilhar o conhecimento e a taxas não inclui doenças ocupacionais.
experiência, à medida que se tornem Para Vale Brasil, as taxas de saúde e segurança são
calculadas com base na HHT mensal estimada pelo
mais experientes. número de efetivos. Incluem dados das empresas de
pesquisa mineral, inclusive as internacionais. Para Vale
Inco, Vale Australia e Projeto Moatize, utiliza-se HHT real.

48 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Diálogo com os líderes Em 2009, realizamos também a análise emergência envolver empresas vizinhas;
preliminar de riscos, conduzida pelas áreas Regulamento de Atendimento a Ocorrência
O Diálogo Comportamental vem ganhando de Saúde e Segurança e Meio Ambiente, Ferroviária (Raof ); e nosso Manual de Gestão
cada vez mais adesão das unidades nas seguintes unidades operacionais no de Crise e Diretrizes Básicas de Risco (DBR). A
operacionais e dos projetos da Vale. Criado Brasil: Itabira, Taquari, Logística Norte (São fim de garantir o atendimento adequado
em 2007, tem como objetivo promover a Luís), Estrada de Ferro Carajás (EFC), Mina às situações de emergência, realizamos,
troca de experiências e a reflexão conjunta de Bauxita Paragominas, Departamento de regularmente, treinamento das equipes
das situações enfrentadas no dia a dia, Pesquisa Mineral (Sondagem), Estrada de responsáveis, na maioria dos casos, com
em prol da saúde e segurança. Em 2009, Ferro Vitória a Minas (EFVM) e Projeto S11D exercícios de simulação.
realizamos treinamento específico para (expansão de Carajás).
os líderes de projetos mostrando como o Prevenção e controle
diálogo comportamental pode ser utilizado Por meio da parceria com as empresas Det de riscos à saúde
para falar de saúde e segurança nas obras. Norske Veritas (DNV), Bureau Veritas (BV) e
O resultado apontado por eles é que, de ABS Consulting, realizamos treinamentos para Mantemos um sistema de identificação e
fato, essa é uma maneira simples e eficaz de capacitar os empregados na análise de riscos. mensuração dos riscos a saúde, segurança e
promover a conscientização das pessoas. Para 2010, daremos continuidade ao processo meio ambiente em todas as nossas unidades
de implantação da INS-0037 nas demais e estabelecemos parcerias com esse mesmo
Mais incentivo para unidades operacionais e projetos, a fim de objetivo. Procuramos, dessa forma, proteger
saúde e segurança tornar essa ação global. a saúde de nossos empregados e favorecer
a criação de programas que atendam as
Em 2009, o percentual da remuneração Adotamos em nossas unidades uma série circunstâncias locais, mas que possam ser
variável vinculado à meta de desempenho de procedimentos para propiciar respostas replicados na empresa. As diretrizes principais
em saúde e segurança do trabalho passou rápidas e eficientes em situações de são promover a saúde e estimular a atitude
de 6% para 10%. Para 2010, o item saúde e emergência, incluindo: Planos de Emergência; preventiva por parte de empregados,
segurança continuará representando 10% Planos de Ação Emergencial (PAE); Planos familiares e pessoas das comunidades nas
da remuneração variável, exceto para os de Auxílio Mútuo (PAM), no caso de a quais atuamos.
projetos considerados estratégicos, para
os quais aumentamos esse percentual
para 25% da remuneração variável Principais ações
total. A ampliação do percentual é um
Educação/ Prevenção/ Tratamento
reconhecimento dos esforços da liderança e Público Aconselhamento
treinamento controle de risco médico
de todos os empregados em direção a uma PAE (Programa
Campanhas de Campanha de
atitude preventiva e de respeito à vida. de Assistência ao
prevenção de gripe prevenção às
Empregado), com
H1N1; oficinas sobre doenças sexualmente
orientação sobre
Atendimento a situações álcool e tabagismo; transmissíveis – DST/
diversos assuntos, Plano de
campanhas de Aids; campanhas de
de emergência como problemas saúde e
Empregados prevenção de câncer prevenção de câncer
emocionais, postos de
e diabetes; grupo de e diabetes; vacinação
financeiros, dificuldade atendimento
apoio a diabéticos, contra influenza;
Implementamos, em 2009, a Instrução para de relacionamento,
hipertensos e inspeções de prevenção
alcoolismo,
Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, pessoas com riscos e tratamento de dengue
dependência química
cardiovasculares e febre amarela
Segurança e Meio Ambiente (INS-0037), e estresse
com base no Sistema de Gerenciamento PAE (Programa
Campanhas de
de Saúde e Segurança. Com isso, iniciamos de Assistência ao
prevenção de gripe
Empregado), com
a revisão dos planos de emergência e H1N1; oficinas sobre
orientação sobre
álcool e tabagismo; Vacinação contra
auxílio mútuo das unidades, definindo diversos assuntos,
influenza; inspeções de
campanhas de
melhor os cenários de emergência e, como problemas Plano de
Familiares prevenção de câncer prevenção e tratamento
emocionais, saúde
consequentemente, a alocação de recursos e diabetes; grupo de de dengue e febre
financeiros, dificuldade
apoio a diabéticos, amarela
e o desenvolvimento de procedimentos de relacionamento,
hipertensos e
alcoolismo,
específicos para cada localidade. Além disso, pessoas com riscos
dependência química
cardiovasculares
a instrução permitiu a padronização das e estresse
análises de risco. O objetivo é que todas as Programa de educação
unidades operacionais e projetos da Vale afetivo-sexual
Campanhas de
(Vale Juventude –
visualizem e tratem o risco da mesma forma. prevenção de gripe
desenvolvido pela
H1N1; campanha
Fundação Vale), com
Comunidades de prevenção às - -
orientação sobre
doenças sexualmente
vida sexual e ações
transmissíveis –
de prevenção a
DST/Aids
doenças sexualmente
transmissíveis

49
Operador Sustentável

Nossas ações de A diversidade das condições de saúde Acordos com sindicatos


dos locais onde operamos faz com que
saúde e segurança são
busquemos ações diferenciadas, que O tema saúde e segurança está presente no
orientadas pela nossa respondam a essas peculiaridades. Por diálogo entre a Vale e os seus empregados,
Política Global isso, possuímos diferentes programas de inclusive nas negociações coletivas.
treinamento, aconselhamento, prevenção
e controle de risco e tratamento médico Nas nossas operações Vale (Brasil e
para nossos empregados e seus familiares. internacionais), os aspectos de saúde
Continuamos empreendendo esforços para e segurança são pautados na nossa
ampliar a inserção das comunidades nos Política Global. Além disso, respeitamos as
nossos programas. A seguir, listamos ações regulamentações e as legislações locais e as
realizadas em algumas de nossas unidades. demandas específicas dos representantes dos
empregados, que definem os mecanismos e
Em 2009, foi criado um programa de os requisitos para a prevenção de acidentes
prevenção da pandemia de gripe H1N1, e doenças ocupacionais, como manutenção
que incluiu a divulgação de informações de comitês conjuntos de saúde e segurança,
sobre o assunto (por meio de campanhas fornecimento de equipamentos de proteção
educativas e criação de página específica individual e treinamentos em instrumentos
na intranet) e o acompanhamento e como o direito de recusa ao trabalho inseguro.
monitoramento de casos suspeitos
abrangendo empregados, contratados e Participação em comitês
seus familiares. Outra ação foi a suspensão de saúde e segurança
temporária de projetos que estavam
previstos para serem realizados nos países Em 2009, mais de 99% dos empregados da
de alta incidência do H1N1 – sendo que as Vale eram representados em comitês de
atividades já foram retomadas. saúde e segurança (no Brasil, denominados
Comissões Internas de Prevenção de
Firmamos também parceria com o Serviço Acidentes – Cipa). O objetivo dos comitês é
Social da Indústria (Sesi) para apoio ao contribuir para a prevenção de acidentes e
Programa de Saúde do Trabalhador nas doenças decorrentes do trabalho.
operações Vale do Brasil. Esse programa
abrange não só os empregados, como os
contratados.
Representação em comitês
A Vale está trabalhando no aprimoramento formais de saúde e segurança
dos processos e programas de prevenção Percentual de empregados próprios
das doenças ocupacionais para representados em comitês de S&S por ano
possibilitar uma melhor identificação e
monitoramento da ocorrência de novos
99,7
casos de doenças ocupacionais. Para 99,3
2010, nosso planejamento contempla 98,9
o aprofundamento da discussão desse
tema com o Grupo de Trabalho do ICMM,
considerando os indicadores de doenças e
a uniformização de conceitos e de reporte.

2007 2008 2009

Em algumas unidades, o número de representados não


atingiu 100% por causa de fatores como: número de
funcionários da unidade menor que a exigência legal
para constituição de comissão, novos projetos que
ainda não constituíram comitês de saúde e segurança
e novas contratações realizadas ao longo de 2009.

50 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Sistema de informação único Melhores práticas

A Vale concluiu em 2009, por meio da revisão Para compartilhar as melhores práticas
de todos os processos de Saúde e Segurança, em segurança, saúde, meio ambiente e
a implantação do Sistema de Informação comunidade do setor de mineração, o ICMM
de Saúde e Segurança (Siss) em todas as gerencia um banco de dados que reúne
operações no Brasil. Com essa ferramenta, os mineradoras de todo o mundo. Trata-se do
registros de saúde e segurança são feitos em Safety, Health, Environment and Community
um único sistema, facilitando o arquivamento Benchmarking (SHECBenchmarking), que
das informações, o acompanhamento promove essa troca de experiências por
de ações e a análise dos processos de meio de um portal na internet. A Vale integra
saúde e segurança. Em 2010, a meta é o grupo desde 2007 e procura ter uma
implementar um Sistema de Informação participação ativa.
de Saúde e Segurança em nossas unidades
internacionais.

Por meio da parceria com a empresa IUS


Natura, iniciamos, no Brasil, a implantação de Cumprimento das ações previstas para 2009
sistema para identificação, acompanhamento
• Publicação da Política de Saúde e Segurança Global (janeiro de 2010)
e monitoramento de requisitos legais de
saúde e segurança nas operações e nos • Implantação de 70% dos Requisitos para Atividades Críticas (RACs) nas operações brasileiras
projetos. Realizamos treinamentos para • Expansão do Diálogo Comportamental para todas as unidades próprias da Vale no Brasil
capacitar os empregados no que tange aos
requisitos. Com esse processo, conseguimos • Implantação do Sistema de Informação de Saúde e Segurança nas unidades brasileiras
ações mais uniformes, atendimento mais • Implantação do Sistema de Informação para Requisitos Legais Aplicáveis para Saúde e
amplo e compartilhamos experiências e Segurança nas unidades brasileiras
soluções em nossas operações. Em 2010, • Início da implantação da Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde,
Segurança e Meio Ambiente (INS-0037)
finalizaremos o processo de implantação nas
nossas unidades operacionais e iniciaremos • Implantação da Norma de Responsabilidade de Saúde, Segurança e Meio Ambiente
auditoria do sistema.

AÇÕES NA CADEIA DE VALOR

EMESRT

Desde 2008, a Vale participa de reuniões do


The Earth Moving Equipment Safety Round
Table (EMESRT, na sigla em inglês), grupo
criado em 2006, por grandes mineradoras
mundiais, e apoiado pelo ICMM.

A proposta do EMESRT é, por meio da


parceria entre grandes fornecedores de
equipamentos e as mineradoras, apoiar
a adoção de medidas que influenciem o
desenvolvimento de equipamentos pelos
fabricantes e minimizem os riscos de saúde
e segurança dos seus usuários. O grupo é
formado não só por profissionais de saúde
e segurança, mas também por pessoas das
áreas de manutenção e produção.

Incentivamos a fabricação de
equipamentos que minimizem os
riscos dos seus usuários.

51
Operador Sustentável

Meio Ambiente

Desenvolver
e conservar
Com investimentos contínuos na gestão
dos aspectos e riscos ambientais, a
Vale cumpre o compromisso com
a conservação do meio ambiente e
fortalece a atuação em direção ao
desenvolvimento sustentável

Nossa estratégia de sustentabilidade A Política de Desenvolvimento Sustentável


tem como um dos fundamentos o da Vale contém as diretrizes que orientam
compromisso com a conservação do nossa atuação, desde a tomada de
meio ambiente. Nossa atuação busca decisão para realizar um investimento
o equilíbrio entre o desenvolvimento até os procedimentos de encerramento
socioeconômico dos territórios e a de operações. Essa política, aprovada
manutenção da qualidade dos recursos em 2009, substituiu a Política Ambiental,
naturais, da biodiversidade e da dando maior abrangência aos nossos
vida. Para alcançar esses objetivos, compromissos e integrando os objetivos de
investimos continuamente na gestão nossa gestão ambiental a outros aspectos da
dos aspectos e dos riscos ambientais de sustentabilidade, como saúde e segurança e
nossas atividades, produtos e serviços desenvolvimento social.
e, também, na recuperação de áreas
degradadas e em pesquisa de novas Com o objetivo de fortalecer princípios
tecnologias que permitam aprimorar os de sustentabilidade em todas as
sistemas de controle ambiental. unidades, revisamos, em 2009, a Norma
de Responsabilidade em Meio Ambiente,
incluindo as atribuições de Saúde e
Segurança, reforçando o papel dos gestores
e dos empregados da empresa. Esse novo
documento corporativo estabelece papéis
e responsabilidades, em todos os níveis
hierárquicos da empresa, em relação à
sustentabilidade, com ênfase na conformidade
e na prevenção dos riscos associados às nossas
operações. Com isso, reforçamos a adoção de
um modelo de gestão global, considerando
uma centralização corporativa de diretrizes e
monitoramento do desempenho e, ao mesmo
tempo, uma descentralização das ações de
melhoria contínua nas áreas operacionais.

52 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Buscamos reduzir o consumo de água,


minimizar a geração de efluentes e
aumentar o percentual de reúso.

Em 2009, instituímos uma nova dinâmica Conforme previsto, concluímos o


na realização de auditorias ambientais nas desenvolvimento e a implementação, no
unidades brasileiras, estabelecendo duas Brasil, do Sistema de Gestão de Barragens e
fases. No primeiro semestre, cada área Pilhas (SGBP). Isso nos permitiu consolidar
operacional executa uma auditoria interna uma base de conhecimento para, a partir
com foco em evidenciar a efetividade da dela, gerenciar as estruturas geotécnicas
sua própria gestão, detectando pontos de da Vale. Com esse sistema, passamos a ter,
correção e oportunidades de melhoria. No em uma única plataforma tecnológica,
segundo semestre, é realizada a auditoria informações, dados e indicadores de
externa corporativa que, além de validar desempenho sobre as barragens de rejeito e
as conclusões da primeira auditoria, busca as pilhas de estéril, possibilitando o controle
identificar práticas de melhoria contínua na dos riscos geotécnicos e ambientais e sua
gestão ambiental. Com essa nova sistemática, manutenção em níveis adequados.
promovemos a descentralização das
atividades e ratificamos a responsabilidade
das operações pela gestão ambiental. Unidades com certificação ISO 14001

Ainda em 2009, iniciamos a implantação de Área de negócio Unidades


um sistema online para acompanhamento Alegria, Timbopeba, Água Limpa, Fábrica Nova, Fazendão, Cauê,
da conformidade legal de cada unidade. Essa Mineração de ferro Conceição, Córrego do Feijão, Brucutu, Gongo Soco, Fábrica, Mutuca,
e pelotização Capitão do Mato, Pico, Capão Xavier, Abóboras, Mar Azul e Usinas de
ferramenta tecnológica permite a identificação, Pelotização e Terminais Portuários em Tubarão e Fábrica
a avaliação e o monitoramento dos requisitos Usinas de ferroligas e Minas do Azul e Morro da Mina; e Vale Manganèse France
legais de Saúde, Segurança e Meio Ambiente mineração de manganês
aplicáveis às atividades, aos produtos e aos Refinaria de Clydach, no Reino Unido, Vale Inco Japão – Matsuzaka
Níquel Plant, Refinaria de Níquel em Taiwan e INMM (Dalian)
serviços realizados em cada unidade da
empresa. Com atualização automática mensal Cobre Mina do Sossego
da legislação e até de tendências, a iniciativa
Metais preciosos Refinaria Acton – Reino Unido
busca manter a conformidade e, também, a
antecipação de novos requisitos. Em 2010, Alumínio Alunorte, Albras e Valesul
o sistema estará funcionando em todas as Caulim PPSA e Cadam
unidades brasileiras da Vale.
Obs.: As empresas Samarco e MRN são também certificadas pela ISO 14001.

53
Operador Sustentável

Aumentar o percentual Investimentos ambientais Gestão de recursos hídricos


de reúso da água é um
O volume de recursos aplicados na área O Plano de Gestão de Recursos Hídricos
dos nossos objetivos ambiental pela Vale, em 2009, foi de US$ orienta as ações da Vale, dando suporte à
580 milhões, valor 14,5% menor em relação elaboração de programas implantados nas
ao ano de 2008. Essa redução decorre da unidades operacionais. Os objetivos principais
paralisação realizada em algumas unidades desses programas são reduzir o consumo
da Vale, de acordo com as medidas de de água, minimizar a geração de efluentes e
enfrentamento da crise. Mesmo com aumentar o percentual de reúso.
o registro dessa queda, o volume de
investimentos ambientais no ano superou o A água é um insumo de absoluta relevância
valor de 2007, conforme demonstra o gráfico. para os processos da empresa, e a maioria das
nossas atividades demanda intervenções nos
Como no ano anterior, a maior parte recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
dos recursos destinou-se a três linhas de O uso mais intenso desse recurso ocorre nas
dispêndio: atividades de rebaixamento de nível d’água
para lavra em zonas saturadas; nas usinas, onde
•A
 quisição e implantação de equipamentos a água é utilizada para tratamento de minérios
de controle ambiental, voltados a assegurar e resfriamento; na limpeza de vias de acessos
a conformidade e o aprimoramento do e pátios de matérias-primas e produtos.
desempenho em operações já existentes; Também consumimos água nos processos
de pelotização, no transporte de minério e na
•M
 anutenção geotécnica ambiental e lavagem de equipamentos e peças.
de segurança das barragens e das pilhas
de estéril; Em 2009, iniciamos o debate sobre novas
tecnologias para tratamento de efluentes e
•R
 eflorestamento e reabilitação de áreas oportunidades de reúso de água, durante
degradadas que integram o Programa o Workshop de Tecnologia Ambiental,
Vale Florestar e convênios com alguns que contou com a participação de todas
estados do Brasil. as áreas operacionais da empresa. Esse
evento representou uma oportunidade para

Dispêndios ambientais Dispêndios ambientais – Brasil Dispêndios ambientais –


(US$ milhões) (US$ milhões) Outras localidades
(US$ milhões)

678
504
580
319
458
455
309
296 353
268 218
220 277
261 168 187
195 101
128
159 174 149 135 126
100
59
25
2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009

Investimento Investimento Investimento


custeio custeio custeio

54 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

homogeneização e difusão dos conhecimentos Total de água captada por tipo de captação
técnicos da equipe e, ainda, para a (milhões de m3/ano)
identificação de oportunidades na melhoria da
gestão do recurso natural.

Em 2009, a Vale registrou um volume de


333,3 335,4
292 milhões de m3 de água captada. 292,4

139,2 157,8 124,4


159,7
A redução no volume total de água retirada 115,2 128,7
em relação aos anos anteriores (2008 e 2007) Captação subterrânea
36,3 51,3 48,5
Captação superficial
foi de aproximadamente 13%. Essa queda está
outros
relacionada, principalmente, ao fato de 2009 ter 2007 2008 2009
sido um ano atípico, no qual a maioria das áreas de
negócio teve redução da produção e, em outras,
Captação subterrânea: água proveniente de poços, incluindo rebaixamento do lençol freático para fins de mineração.
houve paralisação das atividades. Outro fato que Captação superficial: água proveniente de rios e lagos.
contribuiu para essa queda foi a adequação de Outros: captação pluvial, água fornecida por empresas de abastecimento e concessionárias. Inclui captação para terceiros.
metodologia para a coleta de dados realizada em
algumas unidades da área de ferrosos.

A Vale investiu na melhoria da gestão dos


recursos hídricos. Na unidade de mineração de
ferro, em Carajás, por exemplo, a implantação Consumo total de água: Percentual de água
de uma nova tecnologia de processamento reaproveitada (reciclada e/ou reaproveitada*
à base de umidade natural propiciou a reutilizada) + captada (recirculada e/ou reutilizada)
(em milhões de m3) %
eliminação da utilização de água em oito linhas
de beneficiamento. Isso gerou redução de
63% no total de captação de água nova das 1.368
barragens e aumentou a taxa de reutilização de 1.033
1.201
água da planta. 961 913
628 76% 76%
Avançamos também nos projetos de
substituição do uso de água nova por água 65%
reutilizada ou recirculada. Em 2009, a taxa 333 335 288
de recirculação/reutilização de água foi de
76%. Isso significa que, de 1,2 bilhão de m³ 2007 2008 2009 2007 2008 2009
necessários para as operações da Vale nesse
ano, 288 milhões de m³ foram retirados da Volume de água recirculada
e/ou reutilizada
natureza, e o restante foi abastecido por Volume de água captada *Calculado dividindo-se o total de água
água reaproveitada. Esse resultado se deve, reaproveitada (recirculada e/ou reutilizada)
pelo consumo total de água. Caso
principalmente, ao reaproveitamento para o utilizássemos na Vale Inco essa mesma
uso industrial, e o nosso objetivo é otimizar Para cálculo do percentual de água metodologia de cálculo, o percentual
reaproveitada nesse indicador, a captação de estimado de reaproveitamento de água da
essa prática, retirando cada vez menos água de água desconsidera captação para terceiros. Vale teria sido de 70% em 2007.
fontes naturais.

A iniciativa de recirculação de água com maior


representatividade, em termos de volume,
acontece no processo produtivo. A maior
parte da água utilizada na produção é de A redução do volume de água captada unidades de negócios apresentaram
reúso proveniente do rebaixamento do nível e a manutenção do percentual de percentuais de reúso de água mais elevados
do lençol freático para extração de minério. reaproveitamento de água são ações que do que no ano anterior, com destaque para
A água advinda desse processo, que não é indicam a melhoria do desempenho ambiental alumínio, minério de ferro e carvão (Vale
reutilizada ou recirculada, é devolvida para no uso do recurso hídrico pela Vale. Os números Australia), áreas que têm, atualmente, cerca
cursos de água natural, porém, contabilizada de 2009 confirmam a nossa expectativa de de 90% da demanda abastecida com água
como água captada. melhoria nesse indicador. Dois terços das de reúso.

55
Operador Sustentável

Descarte

Dentro da gestão de recursos hídricos da


Vale estão inseridas ações voltadas a reduzir
a geração de efluentes e aprimorar o sistema
de descarte. Cada unidade possui sistemas de
tratamento de efluentes líquidos projetados
de acordo com os processos produtivos que
realiza e suas demandas específicas.
Investimos na melhoria da gestão dos
recursos hídricos nas nossas operações. O objetivo principal dos sistemas de
tratamento de efluentes é preservar o corpo
hídrico receptor e, adicionalmente, propiciar a
prática do reúso, gerando redução do uso de
água nova.

As formas de tratamento variam em grau e


tecnologia, dependendo das características
qualitativas do efluente, da natureza do
Canadá

corpo receptor, da possibilidade de reúso e


CASE

das especificações da legislação local. Porém,


antes de qualquer definição quanto ao
Conviver com Lagos sistema de tratamento para um determinado
efluente, é fundamental avaliar as fontes
A Vale Inco está investindo na implantação do Centro Conviver com Lagos, de geração e a caracterização qualitativa
na Universidade Laurentian, em Sudbury, Ontário, no Canadá, que terá desses efluentes para verificar o potencial de
como prioridade desenvolver pesquisas científicas voltadas à proteção de redução das concentrações e dos volumes
fontes de água para as gerações futuras. A meta é que o centro se torne gerados, de acordo com os princípios da
referência em tecnologia ambiental e funcione como um catalisador para produção mais limpa.
a crescente ecoindústria do nordeste de Ontário.
Entre os sistemas de tratamento presentes
O centro, financiado pela Vale Inco em parceria com outras organizações, em nossas unidades estão, principalmente,
será também a nova sede da Unidade Corporativa Ecológica de Água Doce os sistemas de nível primário de decantação/
(CFEU, na sigla em inglês de Cooperative Freshwater Ecology Unit), ins- sedimentação, usados no tratamento
tituição reconhecida internacionalmente pelo trabalho de pesquisa que de efluentes provenientes do processo
desenvolve sobre tecnologias de restauração de mananciais de água doce. de beneficiamento, ricos em sólidos, e
As informações e os dados disponibilizados pelo CFEU têm ajudado a Vale os sistemas físicos ou físico-químicos
Inco a analisar os benefícios ambientais tangíveis de nossas ações de re- (coagulação/floculação), mais adequados ao
dução de impactos. tratamento de efluentes oleosos oriundos de
oficinas de manutenção.
A construção, iniciada em junho de 2009, segue os preceitos da susten-
tabilidade. Prova disso é que o projeto arquitetônico do Centro Conviver
com Lagos já recebeu prêmio concedido pela Fundação Holcim pela Cons-
trução Sustentável. A previsão é de que as atividades comecem no primei-
ro semestre de 2011.

56 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Conscientização e economia de água


Desde agosto de 2009, a unidade de produção de ferroliga
de manganês da Vale, na Bahia, reduziu em cerca de 86% o
consumo de água usada no resfriamento dos compressores.
Esse foi o principal resultado da implantação de um projeto de
melhoria ambiental criado por um grupo de empregados da área
operacional, denominado Máquina do Tempo. O projeto participou
da Convenção do Círculo de Controle de Qualidade do Complexo
Em 2009, foram gerados 114 milhões de m3 Bahia, e foi premiado.
de efluentes1, volume inferior ao contabilizado
em 2008. As unidades de Água Limpa e A meta inicial era reduzir o consumo diário de 203 m³ para 81 m³, o
Gongo Soco implementaram medidas de que significaria uma economia de 60%. Mas a eficiência do sistema
reaproveitamento de efluentes oleosos, montado superou a expectativa e a meta. Atualmente, a unidade
gerados em oficinas e tratados e utilizados nos consome, em média, 30 m³ de água, ou seja, aproximadamente
próprios processos através da recirculação, 86% a menos. A redução anual estimada é de 62 mil m³.
como na lavagem de equipamentos e peças.
O sistema é bastante simples e se baseia nos princípios básicos dos
Ações como controle de desperdícios, 3Rs – Reduzir, Reciclar e Reutilizar. A ideia pode ser multiplicada
adequações de procedimentos e em outras unidades que tenham processos similares. Outra
equipamentos também vêm sendo característica positiva é o baixo custo, pois utilizou material
praticadas pela empresa e são essenciais que estava na Central de Armazenamento de Resíduos, como
para a redução da demanda de água e tubulações, válvulas e radiador.
para a redução do volume e da carga de
efluentes gerados. Antes, a água era captada numa lagoa local, tratada internamente,
passava pelos equipamentos para refrigerar os compressores e
Sendo este apenas o segundo ano de era descartada. Agora, após ser utilizada, a água segue para um
reporte das informações relativas à geração sistema de resfriamento interno e retorna para os compressores.
e à destinação de efluentes líquidos, e o Além de reduzir o impacto ambiental, a iniciativa vai proporcionar
primeiro em relação à qualidade desses uma economia anual de mais de US$ 32,7 mil, referente aos custos
efluentes, alguns ajustes foram necessários na de produtos químicos que antes eram adquiridos pela unidade
metodologia de coleta e reporte, o que justifica para tratamento da água retirada da lagoa.
algumas diferenças em relação às informações
relatadas no ano anterior. Soma-se a isso o
fato de várias unidades terem implementado
melhorias, como o aumento da densidade de
pontos de monitoramento em sua rede hídrica
e a implantação de equipamentos de medição. Volume total de efluentes líquidos gerados por tipo
(milhões de m3)

115,2 114,0
102,2 102,5
1 Uma das premissas utilizadas pela companhia para a coleta
de dados para este indicador é que não são reportados como
efluentes os volumes de água que vertem das barragens,
de forma a evitar a interferência pela contribuição de águas Efluentes líquidos industriais
pluviais, de drenagens naturais no entorno das barragens
e vazão fluvial. Os volumes de efluentes são medidos nos Efluentes líquidos oleosos
12,3 10,1
pontos geradores. Além disso, as correntes de rejeitos, que 0,7 1,5 Efluentes líquidos sem necessidade
contêm água, são reportadas no indicador específico MM6. de tratamento*
Por esse motivo, não é possível utilizar os indicadores EN8, 2008 2009
EN10 e EN21 com o objetivo de análise de balanço hídrico.

*Referem-se a águas utilizadas em processos de resfriamento e outros processos que possuem as


características qualitativas de descarte conforme os padrões legais de lançamento.
As unidades PT Inco e Thompson, da área de negócio do níquel, não tiveram os dados de efluente
gerados reportados neste ano, em função da identificação da necessidade de uma adequação na
metodologia de coleta de dados utilizada por essa área.

57
Operador Sustentável

Um fator que tem influência direta Em relação à caracterização qualitativa


nos valores reportados em 2009 é a desses efluentes, os dados foram
precipitação pluviométrica em regiões em consolidados considerando, para cada
que algumas de nossas unidades possuem tipo de negócio, os parâmetros afins às
sistemas de controle que, por sua própria características do processo. Objetivamos
concepção, estão expostos às chuvas. alinhar a metodologia de coleta desses
A queda, em relação ao ano anterior, na parâmetros, para o próximo ano, em todas as
geração de efluentes em menor escala operações da Vale. Dessa forma, poderemos
do que na captação de água se deve ao ter um refinamento e uma rastreabilidade
aumento da precipitação que entra no maior do dado. O perfil estimado de
sistema de tratamento, aumentando o destinação das cargas é representado no
volume total de efluente tratado. gráfico desta página.

Dos 114 milhões de m3 de efluentes gerados Gestão e disposição de resíduos


em 2009, aproximadamente 86% tiveram
como destino final rios, barragens ou A gestão de resíduos das unidades
reservatórios; 10%, o oceano; e 4%, lagoas. operacionais da Vale tem como objetivo
principal reduzir a geração interna e a
disposição final em solo, com ações que vão
Descarte total de efluentes líquidos gerados desde a separação dos diferentes materiais
por tipo de destinação até a implantação de novas tecnologias
de reprocessamento que permitam a
utilização dos resíduos em outras cadeias
produtivas. A Vale tem investido, inclusive,
85%
74% no desenvolvimento de empreendimentos
locais para incentivar a reutilização de
resíduos em novas aplicações.

16% O Workshop de Tecnologia Ambiental


4% 10% 10% 2008
também abriu espaço para a discussão de
2009
Lagoas e lagos Rios, reservatórios Oceano novas tecnologias para aproveitamento
e barragens energético de resíduos e identificou outras
oportunidades de melhoria na gestão dos
resíduos.
Distribuição de cargas geradas por tipo de destinação – 2009
% Os principais fundamentos da gestão
de resíduos da Vale são o correto
0 armazenamento, a adequada disposição
13 6 100 37 78 46 100 32 2
92 final dos materiais e sua rastreabilidade.
93 Todos os destinatários de resíduos da
87
empresa são homologados a partir
63 de critérios rígidos de avaliação do
49 67 desempenho de seus controles ambientais.

5
Nos casos de resíduos que não serão
17 reprocessados, o material é disposto em
0 1 0 4 0 7
aterros industriais ou sanitários que contam
OG SST AL CI- Cu Fe F- Mn Ni
com controles ambientais adequados.
Lagoas e Lagos Essa destinação final também leva em
Rios, Reservatórios e Barragens
consideração a natureza do resíduo,
Oceano
com a separação de itens em perigosos
Os metais foram analisados em sua forma dissolvida, com exceção do Níquel, que é reportado, e não perigosos.
pelas unidades de produção desse mesmo produto, em sua forma total.
OG - Óleos e graxas
SST - Sólidos em suspensão total

58 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Geração de Resíduos
Nosso principal objetivo na gestão
de resíduos é reduzir a geração
No ano de 2009, a Vale gerou um total de interna e a disposição final em solo.
436 mil toneladas de resíduos, sendo 10% de
resíduos perigosos.

Houve queda na geração de resíduos em


praticamente todas as áreas de negócios, o
que resultou em redução média da ordem
de 10% em relação a 2008. Essa queda está
relacionada, principalmente, ao menor ritmo
das atividades nas operações, em função do
cenário de contração da demanda mundial,
em decorrência da crise econômica.
Algumas unidades, no entanto, aproveitaram
o período de menor produção para realizar
manutenções de grande porte, o que pode
ter contribuído para a geração de resíduos
em áreas pontuais.

As áreas com maior geração de resíduos


são: níquel (30%), minério de ferro (23%)
e alumínio (20%). Nas áreas de níquel e
alumínio, a justificativa é o próprio perfil
industrial de produção. Já a área de minério
de ferro se destaca nesse indicador por
causa do grande porte de suas atividades.

Quantidade consolidada Geração total de 2009 por tipo de resíduo


de resíduos gerados (total = 436 mil toneladas)
(mil toneladas)
Metálicos
Areia, brita, entulho de obra
3% 1%
487 6% Resíduos domésticos
471 436 5% Resíduos mistos (ex: resíduos
eletroeletrônicos, fios, EPls etc.) Não perigosos
395 397 392 3%
4% 24% Madeira
Borrachas e pneus
Outros resíduos não perigosos1
13%
26%
76 91
44 16% Lodos e borras
Óleos e graxa e resíduos
Perigosos
2007 2008 2009 contaminados com óleos e graxas
Outros resíduos perigosos2

Perigosos
não perigosos ¹ Plásticos, papel, papelão, vidros, tecidos, lonas e polímeros.
² Resíduos de serviços de saúde, pilhas e baterias, resíduos de amianto, resíduos
contendo mercúrio (ex: lâmpadas fluorescentes), tintas e vernizes.

59
Operador Sustentável

Houve uma redução significativa na geração de materiais com a atuação de uma área
de resíduos perigosos na área de alumínio, especializada. Um resultado importante foi
que passou de mais de 42 mil t em 2008 para verificado na comercialização de sucatas
menos de 4,4 mil t em 2009, em decorrência metálicas. Apesar da redução da geração, por
da correção dos critérios de contabilização. conta da queda na produção, conseguimos
Até 2008, eram incorporados, no volume total, manter em um patamar elevado nossa
os resíduos de subprocessos da produção de participação nesse mercado. As unidades
alumínio automaticamente reutilizados na brasileiras comercializaram um total de 76 mil t
própria planta. A partir de 2009, esses materiais em 2009. No mercado de resíduos de borracha,
não foram mais considerados como resíduos. obtivemos um expressivo crescimento no
volume comercializado, que saltou de 3 mil t
Em 2009, houve uma mudança no perfil em 2007 para 8,5 mil t em 2009.
Disposição total de resíduos de disposição final de resíduos, em relação
(mil toneladas) a 2008. No ano anterior, a maior parte dos A Vale não realizou transporte transfronteiriço
resíduos foi destinada à reciclagem, já em de resíduos perigosos, conforme Convenção
2009 a maior parte dos resíduos foi disposta da Basileia sobre o Controle de Movimentos
476 em solo. Essa mudança não reflete uma Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu
467
422 tendência, é apenas resultado de uma ação Depósito, durante o ano de 2009.
187
específica realizada no ano em função de a
206
244 Vale Inco ter feito a manutenção de fornos de Resíduos da mineração e
grande porte, o que gerou um volume extra metalurgia
de resíduos inertes, encaminhados
241
213 para aterros internos. Em 2009, para aprimorar o manejo de
137 resíduos nas barragens (de rejeitos, água
As unidades operacionais mantiveram e sedimentos) e nas pilhas (de estéril e
ações, ao longo de 2009, para maximizar o minério), implementamos o Sistema de
2007 2008 2009
aproveitamento de resíduos em seus próprios Gestão de Barragens e Pilhas (SGBP), nas
processos ou em outras cadeias produtivas, unidades brasileiras. Com essa melhoria, a
Outros quando viável técnica e economicamente. Vale passou a contar com uma ferramenta
Coprocessamento de gestão online para a tomada de decisão
ReRrefino
Um dos focos da empresa vem sendo o em relação a investimentos em novas
incineração
desenvolvimento de mercados de destinação estruturas, estratégias de aumento de
Compostagem
Disposição em Solo
Reciclagem

Disposição final de resíduos 2007 Disposição final de resíduos 2008 Disposição final de resíduos 2009
467 mil toneladas 476 mil toneladas 422 mil toneladas

2%
1% 1% 1%
1% 2% 3% 2% 2% 3%
4% 5% 4%

33%
46% 50%
44% 39% 58%

As diferenças entre a quantidade de resíduo gerado


e a quantidade de destinação final devem-se à
estocagem temporária.

60 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

produção e acompanhamento de planos A Vale Inco integra a International Network


de ação decorrentes de auditorias locais e for Acid Prevention (Inap), iniciativa global
corporativas, condicionantes de licenças ou que desenvolve formas de evitar os riscos de
demandas operacionais para barragens e contaminação do meio ambiente por materiais
pilhas. Além disso, o SGBP permite consolidar provenientes dos resíduos da mineração.
e tornar disponíveis em tempo real as
informações sobre as estruturas geotécnicas, No ano de 2009, com o objetivo de adequar-se
criando indicadores e planilhas de risco ao momento de queda da demanda no
ao negócio para as áreas operacionais e mercado mundial, a Vale reduziu a produção
corporativas. de minério de ferro, o que levou a uma queda
de 33,3% na geração de rejeitos e de 8,5%,
A gestão desses resíduos inclui a realização de estéreis, em relação a 2008. A redução na
de uma auditoria técnica de segurança geração de rejeitos ocorreu em função do
corporativa, a cada três anos, nas 270 início da implantação de beneficiamento do
barragens e nas 230 pilhas da Vale no Brasil. minério a seco.
O resultado do último ciclo de auditorias,
realizado em 2008, refletiu a situação atual Já os resíduos minerometalúrgicos tiveram um
de estabilidade das estruturas e gerou um aumento de 0,5% quando comparados com
conjunto de recomendações e instruções de o volume registrado em 2008, basicamente
melhorias que foram desdobradas em planos pela elevação da geração na Vale Australia, que
de ação, com prazos, responsabilidades e teve um aumento de 20 milhões de toneladas
orçamento claramente definidos. A próxima em 2009. Esses resíduos consistem em estéril
auditoria ocorrerá em 2011. e rejeito não perigosos provenientes da
mineração de carvão a céu aberto.
Em decorrência da severidade dos riscos
envolvidos nas estruturas de barragens e A produção total dos rejeitos, estéreis e
pilhas, toda a gestão dessa área está em resíduos minerometalúrgicos teve uma
conformidade com os requisitos de controle redução geral de 9%, quando comparada com
previstos na Lei Sarbanes-Oxley (Sarbox) e é a geração dos mesmos materiais em 2008.
submetida a auditorias periódicas.

Nas unidades de Sudbury da Vale Inco,


os riscos são inicialmente avaliados por
um conselho de especialistas externos
(Geotechnical Review Boards), que fornece
uma visão geral, com recomendações e
instruções para melhorias. Esse conselho Total de resíduos
se reúne anualmente para revisar todos os minerometalúrgicos
(milhões de toneladas)
aspectos referentes a estrutura, construção e
operação das áreas de disposição de resíduos.

Já nas unidades de Newfoundland e


Labrador, o potencial de lixiviação de metais 655 657
598
presentes nos resíduos é avaliado durante o 62 80
430 53
desenvolvimento dos projetos. Os resultados 394
360
desses estudos são utilizados para a criação
163 184 185
de estratégias efetivas de segregação Minério de Ferro – Rejeito
e disposição de todo o estéril gerado Minério de Ferro – Estéril
Outras áreas de negócio*
pelas minas em operação. No Plano de
2007 2008 2009
Fechamento de Mina, também consideramos
esse potencial de lixiviação para que
possamos desenvolver uma gestão adequada
no término da operação. *Incluem estéril e rejeito da mineração de níquel,
potássio, manganês, carvão e cobre, escória (liga de
manganês), lama vermelha (alumina) e RGC (alumínio).

61
Operador Sustentável

Reciclagem utilização de produtos pós-consumo. Em abril


de 2009, a redução da produção de alumínio
Nas atividades de mineração, logística líquido propiciou o aumento da utilização
e geração de energia, não há muitas de sucata externa, elevando o percentual de
oportunidades de reciclagem associadas produto recuperado, mesmo com a queda
aos nossos processos produtivos. No de produção.
entanto, algumas áreas de negócio realizam
reciclagem de produtos pós-consumo, como As operações de níquel também desenvolvem
o alumínio e o níquel. atividades de reaproveitamento de produtos
vendidos, mas que foram fortemente
A Valesul, no Brasil, por meio da planta de impactadas pela redução da produção nas
transformação da alumina em alumínio, operações do níquel, caso da Vale Inco Europe
monitora o percentual de reciclagem de (Refinaria Acton), além da venda da unidade
sucata interna e de refusão de produtos Inmetco, nos Estados Unidos.
recuperados, a fim de aumentar o uso de
sucata externa. A quantidade de sucata A reutilização de produtos derivados de
interna gerada é influenciada por distintos material secundário (pós-consumo e
fatores, como mix de produção, eficiência refugo industrial) tem destaque na Valesul
dos processos e melhoria nas rotinas e nas unidades de Sudbury e Vale Inco
operacionais. O objetivo é sempre reduzir Europe (Refinaria de Acton). O decréscimo
a geração para minimizar a necessidade observado em 2009 deveu-se à paralisação
de refusão e, com isso, possibilitar um das operações em Sudbury e à redução da
incremento da sucata externa, ou seja, a produção do alumínio.

Percentual de utilização de material Percentual de materiais


pós-consumo com relação às vendas secundários com relação às vendas
(mil toneladas) (mil toneladas)

165 813
695

575
106
74

12% 13 16 13% 21 13 24% 18 11%


9 4% 89 5%
21 36
2007 2008 2009 2007 2008 2009

Quantidade de produto vendido Quantidade de produto vendido


Quantidade de material reciclado pós-consumo Quantidade de refugo de fonte industrial
Quantidade de produtos e e material reciclado pós-consumo
embalagens reciclados internamente

% Material reciclado pós-consumo/produto vendido: % (Material reciclado pós-consumo + refugo industrial)/produto:


Os percentuais apresentados não incluem reciclagem Os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna,
interna, conforme metodologia GRI. conforme metodologia GRI.
Dados incluem operações de alumínio (Valesul) e de níquel Dados incluem operações de alumínio (Albras e Valesul) e de
(refinaria Clydach e Inmetco), sendo que esta última apenas níquel (Sudbury, Thompson, Refinaria Acton e Inmetco, sendo
em 2008). que esta última apenas em 2008).

62 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

e atendimento à emergência. A avaliação


Material Volume comprado em 2008 Volume comprado em 2009
apontou um nível adequado de gestão, com a
Nitrato de amônio 146,1 mil toneladas 122,9 mil toneladas recomendação de que sejam aprimorados os
Correias transportadoras 330,8 mil metros 303,0 mil metros procedimentos para a realização de simulados.
Dormente 1,4 milhão de unidades 1,1 milhão de unidades
Explosivos 25,3 mil toneladas* 25,8 mil toneladas
Além disso, foi dada continuidade à
implantação do Processo de Análise
Óleo lubrificante 23,7 milhões de litros 23,1 milhões de litros
e Gerenciamento de Riscos de Saúde,
Pneu fora de estrada 6,9 mil unidades 4,3 mil unidades**
Segurança e Meio Ambiente, que se baseia
*Dado da Vale Inco revisado e estimado conforme volume de produção. em uma visão integrada dos riscos, tanto os
**Não inclui dados da Vale Inco. ambientais como os de saúde e segurança.

Materiais usados eficiente que garanta a segurança das pessoas Foi publicada, em 2009, a Instrução
e do meio ambiente no armazenamento, no Corporativa para Comunicação de
A gestão dos materiais empregados pela manuseio, na utilização, na transferência e Ocorrências Ambientais, que tem como
Vale busca a otimização do uso, com metas no descarte dos diversos produtos químicos objetivo estabelecer a metodologia para a
de redução de custos e nível de estoque. envolvidos nos processos operacionais. classificação das ocorrências e assegurar a
Em 2009, realizamos workshops com as áreas prontidão de sua comunicação aos gestores
operacionais visando criar e implementar A gestão desses materiais é realizada em da área de Meio Ambiente. A implementação
melhorias no uso e no descarte de materiais. busca da redução dos riscos de ocorrências dessa instrução possibilitou homogeneizar,
ambientais em nossas operações, por em todos os nossos negócios, o critério de
Abaixo estão listados os seis itens mais meio de procedimentos técnicos, equipes classificação das ocorrências e o procedimento
significativos de insumos adquiridos, capacitadas, consultorias especializadas de comunicação, propiciando a otimização da
utilizados em nossos processos produtivos e e auditorias periódicas. Dessa forma, nossa resposta a emergências.
que não compõem nossos produtos finais. asseguramos a conformidade com os
Com exceção dos dormentes provenientes requisitos legais aplicáveis e com as boas No ano de 2009, foram registradas cinco
de madeira certificada, os demais materiais práticas de gestão de risco. ocorrências envolvendo vazamento de
são classificados como não renováveis. produtos perigosos, que foram classificadas
Realizamos, em 2009, um trabalho de avaliação como acidentes críticos*, de acordo com a
Para o levantamento da parcela reciclada das situações de risco mais representativas nas nossa matriz de relevância.
(não virgem) dos insumos adquiridos pela nossas operações em termos de severidade
Vale, foi realizada pesquisa com os principais por meio de auditoria externa, a fim de verificar Contando com seus planos de atendimento a
fornecedores1 considerando as compras o grau de implantação do gerenciamento emergência, todas as unidades atuaram para
realizadas corporativamente no Brasil. A de risco das unidades operacionais no Brasil. a remediação dos impactos ocorridos e na
taxa de utilização dos produtos reciclados Essa ação considerou o reconhecimento dos investigação das ocorrências, com o objetivo
pesquisados varia entre 0% e 5%. riscos, as ações de bloqueio implantadas de evitar novos derramamentos.
e os seus respectivos planos de mitigação
O consumo de combustíveis, outro insumo
significativo da Vale, está especificado junto
com itens relacionados à energia (págs. 66 e 67).
Derramamentos-produtos Volume** Localização da ocorrência
Gestão de riscos ambientais
Ácido sulfúrico 3 m³ Goro Nova Caledônia – Vale Inco

O uso de produtos classificados como perigosos Ureia em escamas 200 t Bom Sucesso/MG – FCA
é uma característica inerente aos negócios Hidrocarbonetos 1,5 m³ Divinópolis/MG – FCA
da mineração. Isso demanda da Vale e das
Hidrocarbonetos 0,3 m³ Barão de Camargos/MG – FCA
empresas do setor, de modo geral, uma gestão
Hidrocarbonetos 0,1 m³ Mangaratiba/RJ – Terminal Ilha Guaíba (TIG)

*“Derramamento significativo” da GRI corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja,
1 A pesquisa foi realizada com os principais fornecedores de
aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre
nitrato de amônio, correias transportadoras, explosivos,
o meio ambiente e/ou saúde e segurança, dentro ou fora da unidade operacional, após a conclusão dos
óleo lubrificante e pneu fora de estrada, que representam
aproximadamente de 45% a 85% do volume total de compras
procedimentos de mitigação.
da Vale para esses insumos. **Esses volumes representam valores estimados.

63
Operador Sustentável

Controle de emissões Emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) Emissões de óxidos de enxofre (SOx)

Em 2009, passamos a reportar as medições A emissão de NOx está diretamente As emissões de SOx na Vale são geradas,
de emissões de óxidos de enxofre (SOx), relacionada à quantidade de combustíveis principalmente, em duas atividades: queima
óxidos de nitrogênio (NOx) e material utilizados nos processos de combustão. de combustíveis e processos produtivos.
particulado (MP). Trata-se de substâncias que, O cálculo das emissões foi realizado por Para as emissões provenientes da queima de
se presentes acima de determinados níveis meio de fatores de emissão específicos, que combustíveis, o cálculo foi realizado com base
na atmosfera, podem causar danos à saúde permitem calcular a quantidade de NOx nos consumos e seus respectivos teores de
humana, à fauna ou à flora. Diferentemente produzida a partir da quantidade de cada enxofre, considerando-se que todo o enxofre
das emissões de GEEs, esses poluentes tipo de combustível utilizado e das diversas presente nos combustíveis é convertido
não têm efeito global e seus impactos na formas de combustão onde são consumidos. a SO2 ou a SO3. As emissões originárias de
qualidade do ar ocorrem em função das Para os processos industriais da Vale Inco, processo foram calculadas por balanço de
concentrações locais. Estas, por sua vez, as emissões foram determinadas por massa, considerando-se que todo o enxofre
dependem da localização das fontes e de monitoramento direto dos gases gerados por adicionado ao processo e não presente nos
outros fatores, como topografia e condições combustão lançados na atmosfera. produtos ou resíduos é emitido na forma de
meteorológicas da região. SOx. As emissões e o processo da Vale Inco
As operações de logística, mineração de ferro, foram obtidos por meio de monitoramento
Emissões de material particulado alumínio e níquel são as áreas de negócio direto dos gases de exaustão.
da Vale com níveis mais significativos de
Os volumes de emissões de material geração de NOx. No caso de logística e A emissão total de SOx, em 2009, foi de
particulado foram obtidos a partir de dados do mineração de ferro e níquel, as emissões 323 mil toneladas.
monitoramento realizado nas chaminés das são intensificadas pela predominância
unidades operacionais e, em alguns casos, por de equipamentos de combustão interna As emissões mais significativas estão
aplicação de fatores de emissão, não sendo (locomotivas e equipamentos de mineração presentes nos processos de produção de
computadas as fontes móveis e as fontes difusas a diesel), que são processos tipicamente de níquel, especialmente nas plantas de smelter
ou fugitivas em decorrência da inexistência alta taxa de formação de NOx. As plantas (redução) e nas refinarias que processam
de metodologia específica para cálculo ou industriais de pelotização e de níquel, minérios sulfetados. Nos demais processos,
mensuração. embora representem processos intensivos destacam-se as operações do setor do
de consumo de combustíveis, apresentaram alumínio e, em menor proporção, a logística e
As atividades de mineração tipicamente não uma menor contribuição relativa por a pelotização. As emissões da área de logística
apresentam níveis significativos de emissão de utilizarem equipamentos de combustão são dependentes dos teores de enxofre
material particulado por fontes fixas pontuais. externa (caldeiras, fornos e calcinadores), presentes no combustível utilizado. As plantas
Os níveis de emissão mais relevantes em caracterizados por uma baixa taxa de formação de alumínio têm 78% de suas emissões
nossas operações estão presentes nas plantas de NOx e, ainda, por terem apresentado um originadas pela queima de combustíveis e 22%
industriais de níquel, alumínio e pelotização. reduzido nível de produção no ano de 2009. por processo. Nas unidades de pelotização,
Juntas, essas áreas respondem por cerca de As operações de alumínio emitiram mais NOx as emissões originadas pela queima de
96% do total de emissões da Vale. em decorrência da forte demanda de energia combustível representam apenas 1% de suas
primária no processo de refino. emissões totais, já que atualmente utilizam gás
Todas as fontes fixas pontuais de emissões de natural em quase todos os seus fornos.
material particulado da Vale são controladas A emissão total de NOx, em 2009, foi de
por equipamentos, tais como precipitadores 84 mil toneladas.
eletrostáticos, filtros de mangas e lavadores
de gases, capazes de atingir eficiências de As emissões geradas em operações de
remoção superiores a 98%. Por isso, o total locomotivas e equipamentos de mineração
de emissões representa apenas o que não foi correspondem a cerca de 70% das emissões
retido por esses equipamentos. globais da Vale, estando presentes,
predominantemente, em áreas não habitadas
A emissão total de material particulado ou com baixo índice de ocupação, o que
apurada em 2009 foi de 5,1 mil toneladas. reduz significativamente os impactos na
qualidade do ar.

64 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Brasil
CASE
Conformidade
Tecnologia inovadora
A Vale realiza a gestão da conformidade
ambiental embasada no monitoramento e
no controle atmosférico
na avaliação permanentes. Procuramos atuar Com a instalação da primeira Wind Fence no Complexo de Tubarão, em setem-
com agilidade na busca de soluções para as bro de 2009, a Vale passou a utilizar uma tecnologia inédita na América Latina,
eventuais ocorrências. que evita a suspensão de particulados provocada pela ação do vento. Até 2011,
a empresa investirá cerca de US$ 287,2 milhões em melhorias de controle am-
No ano de 20092, ocorreram dois casos biental, incluindo a instalação de outras quatro Wind Fences para reduzir ao
considerados significativos ou relevantes3. máximo a emissão de particulados.
Nesse período, não foi realizado nenhum
pagamento de multa nem aplicada nenhuma Wind Fence é uma barreira de vento constituída de uma estrutura metálica fe-
sanção de caráter não monetário4. Com chada por telas de polipropileno, com capacidade para conter ventos de até
relação à multa administrativa imposta 120 km/h. A Vale está implantando essas estruturas ao redor de seus pátios
pelo município de Guapimirim, relativo ao de armazenamento para aprimorar o controle da emissão de particulados das
acidente ferroviário da empresa Ferrovia pilhas de minério, pelotas e carvão. Ao todo, serão instalados nove quilômetros
Centro Atlântica (FCA), controlada pela Vale, de tela, e cada barreira terá uma vez e meia a altura da pilha do produto prote-
ocorrido no município de Itaboraí, no Rio gido, o que resultará em uma altura média de 24 metros, correspondente a um
de Janeiro, obtivemos resultado favorável prédio de oito andares.
em primeira e segunda instâncias judiciárias
para o cancelamento da multa. As duas A primeira barreira de vento já está funcionando, no entorno do pátio de pelotas
multas ambientais impostas pelo Instituto que atende as Usinas I a IV. Até o fim de 2010 serão instaladas as estruturas nos
Estadual do Ambiente (Inea) estão suspensas pátios de pelotas das Usinas V a VII e nos pátios de estocagem de pelotas e mi-
e aguardam o cumprimento do termo de nério do Terminal Portuário. A última barreira, que ficará no pátio de carvão, será
ajustamento de conduta. colocada até julho de 2011.

Entre as ações judiciais relevantes, Eficiência comprovada


permanecem as duas envolvendo as
operações das minas de ferro da Vale em Os estudos para implantação das Wind Fences no Complexo de Tubarão
Itabira, Minas Gerais, Brasil, sob alegação foram iniciados em 2005, com elaboração de ensaios em túnel de vento pela
de dano. Também permanecem as quatro Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esse trabalho demonstrou
associadas ao licenciamento da mina de a viabilidade desse tipo de equipamento e determinou os primeiros parâmetros
Capão Xavier da MBR, em Belo Horizonte, necessários para a eficiência, como altura, porosidade e geometria da tela.
Minas Gerais, Brasil, e, no município de Em 2007, a Vale contratou o Midwest Research Institute (MRI), instituto norte-
Vitória, Espírito Santo, Brasil, continua em -americano especializado em controle ambiental, que determinou a dimensão e
processamento uma ação por suposta a configuração ideal das barreiras, de acordo com o tipo de pátio.

A partir daí, foram desenvolvidos os projetos e iniciadas as obras. Durante a im-


plantação, foram realizadas diversas campanhas de monitoramento de emissão de
2 No relatório de 2008 foi relatado o encerramento do caso do poeira, antes e depois da conclusão da obra, com o objetivo de medir a eficiência
posto de combustível da pera ferroviária de Carajás, no Pará.
No entanto, retifica-se a informação, já que apresentamos
desse sistema de controle no que se refere à redução da emissão de particulados.
recurso administrativo ao Conama. Para tal, foram construídas quatro torres de 23 metros de altura em volta do pátio,
3 Os processos são considerados relevantes com base nos onde foram instalados monitores contínuos de material particulado e de direção e
seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de
indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema de velocidade de vento. Após quatro meses de monitoramento, os resultados mostra-
interesse da empresa ou de repercussão no público em geral,
independentemente de valor; c) os decorrentes de sanções
ram que a Wind Fence reduziu as emissões de poeira em 77,4%.
não monetárias.
4 Os processos relatados abrangeram valores de multa e mon- Além das barreiras de vento, a Vale investiu em outras melhorias para reduzir
tantes estimados (com base no valor requerido nos processos
judiciais), o que, todavia, não representa uma quantia real e a emissão de particulados. Uma das mais significativas foi a implantação de
certa, até porque não existe uma liquidez expressa numa de-
cisão final ou num ato de reconhecimento pela Vale, como no
enclausuramento em 57 pontos de transferência nas correias transportadoras de
caso de pagamento. Em razão disso, para melhor atender ao minério, pelotas e carvão, com o objetivo de impedir a dispersão da poeira nos
escopo do indicador EN28 da GRI, passamos a considerar os
casos existentes e que se encaixam no critério de relevância, pontos onde o material é transferido de uma correia para outra. A empresa está
sendo que divulgamos apenas os valores que apresentam
uma quantia certa reconhecida como devida pela Vale ou já
implantando, ainda, mais um precipitador eletrostático nas usinas de pelotiza-
paga, para evitar eventuais distorções com relação à realidade ção, totalizando 21 unidades. Esses equipamentos têm capacidade para filtrar
dos processos administrativos e judiciais que, por estarem
ainda pendentes de decisão final, normalmente não apresen- 99% das emissões de poeira resultantes dos fornos de pelotização.
tam definição ou precisão quanto aos valores em discussão.

65
Operador Sustentável

poluição atmosférica. Em todas, espera-se o novas iniciativas focadas no uso de fontes


julgamento pela improcedência dos pedidos. renováveis de energia e na sistematização
de informações que nos ajudarão a tomar
No Canadá, permanece uma ação civil, decisões estratégicas e reduzir riscos.
na qual se alega o declínio no valor de
residências como resultado de suposta Entre essas iniciativas integradas de
contaminação histórica no solo relacionada à eficiência energética estão os estudos de
refinaria de Port Colborne, na qual a empresa engenharia conceitual e básica voltados
vem se defendendo. à identificação de projetos de eficiência
energética (elétrica e de combustíveis).
Os dois novos casos registrados em 2009 Além do estudo relatado no Relatório de
referem-se à Alunorte e à Vale. O Instituto Sustentabilidade 2008, realizado na Usina
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Pelotizadora de Fábrica, Minas Gerais,
Naturais Renováveis (Ibama) autuou a Brasil, e finalizado em junho de 2009, foram
Alunorte, empresa controlada pela Vale, concluídos, no segundo semestre do
por supostamente causar poluição no rio mesmo ano, os estudos em outras unidades
Murucupi por meio do lançamento de brasileiras – Pelotização em Vitória (ES), Vale
efluentes no curso d’água no processo de Manganês e minas de Conceição, Alegria,
beneficiamento de bauxita. No outro caso, Fábrica Nova, Fazendão e Timbopeba,
o órgão ambiental solicitou esclarecimento em Ouro Preto (MG) – e em unidades da
sobre dormentes da Estrada de Ferro Vale Inco – Sudbury, Thompson, Clydach,
de Carajás. Em ambos os casos, foram Voisey’s Bay e PT Inco. Esses estudos
apresentadas as defesas administrativas, serviram como subsídios para a meta de
e acreditamos que deveremos obter redução do consumo de energia em 5% em
resultado favorável. referência a 2008, adotada pelas unidades
da Vale Inco. O Edifício Barão de Mauá,
Energia sede administrativa da empresa, também
foi alvo de mapeamento de projetos.
Energia é um dos insumos fundamentais para A implementação desses projetos será
a sustentabilidade das atividades da Vale. Por iniciada em 2010.
isso, mais do que garantir a disponibilidade
desse insumo, na quantidade e no custo O portfólio de projetos de eficiência
adequados para as diversas unidades, nossa energética será renovado anualmente por
gestão tem como prioridade aprimorar meio da realização contínua de mapeamentos
continuamente a matriz energética, com em outras unidades.
ações de curto, médio e longo prazos. O foco
principal é contribuir para as questões globais Em suporte à execução de projetos, foram
relacionadas às mudanças climáticas e à constituídos Grupos Técnicos de Eficiência
conservação ambiental, de forma a garantir a Energética (GTEE), acompanhados de
disponibilidade desse recurso hoje e no futuro. atividades de comunicação e treinamentos
técnicos específicos.
Atuamos em três frentes de ação principais:
desenvolvimento de novas fontes renováveis Leia mais sobre projetos de eficiência
de energia, criação de mecanismos de energética nas págs. 102 e 103.
redução do consumo total e manutenção
de uma matriz energética que assegure a Consumo de energia direta
competitividade de nossas operações.
Em 2009, o consumo de combustíveis da
O objetivo da gestão de energia é manter Vale foi de 127 terajoules (TJ), cerca de 12%
e aprimorar ações alinhadas às nossas inferior a 2008. Essa queda está relacionada
Diretrizes Corporativas sobre Mudanças à crise econômica, que demandou a
Climáticas e Carbono (leia mais em paralisação de algumas unidades e a redução
www.vale.com). A cada ano, realizamos do ritmo de outras.

66 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

Como as paralisações ocorreram Consumo consolidado de insumos combustíveis


principalmente nas usinas de pelotização, (mil TJ/ano)
houve ainda uma queda no consumo de
gás natural, de aproximadamente 44%. A
redução da produção nas minas impactou
o consumo de óleo diesel, que foi 17% 151 145
menor que o registrado em 2008. Como 127
estamos substituindo gradativamente 21 Etanol
13
diesel puro por biodiesel, registramos um 18 Biodiesel (B100)
25 Carvão vegetal Renováveis
percentual maior de redução do primeiro. 19
Enquanto o consumo de diesel puro caiu 43 Hidrelétrica (PCHs)*
42 14
42%, a redução do consumo de biodiesel 35 Outros**
(B3 e B4) foi de apenas 8%. O consumo de Combustíveis
62
gasolina também foi reduzido, em 33%. de navegação***
51 Carvão mineral Não renováveis
43
Gás natural
O propano, utilizado nas unidades
Diesel
internacionais, sofreu uma queda de
Óleo combustível
17%. No caso do GLP, usado unicamente 2007 2008 2009
nas áreas de preparo de alimento, houve
alta de 556% no volume consumido, em *PCH – Pequena Central Hidrelétrica.
decorrência da inserção de dados de **Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.
vários desses setores em nossas unidades, ***Combustíveis utilizados pelos navios próprios da Vale – Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).
que antes não reportavam esse indicador.
Esse gás não é utilizado no processo de
produção e tem uma participação na
matriz energética de menos de 0,01%,
considerada insignificante.

A redução no consumo de óleo


combustível foi influenciada pela queda
acentuada na pelotização, que registrou
redução de mais de 95%, de 116 mil
toneladas, em 2008, para apenas 964 Consumo total de energia direta em unidades usuais
toneladas, em 2009. Essa redução ocorreu
em função de dois fatores principais: a Combustíveis 2008 2009 Unidades
paralisação da unidade de São Luís e a Carvão vegetal 155 75 milhares de toneladas métricas
substituição de óleo por gás natural nas Carvão 906 600 milhares de toneladas métricas
outras unidades. As unidades de caulim
Gás natural 703 381 milhões de m³
também reduziram o consumo de óleo
GLP 2.338 3.502 toneladas
combustível, ficando com 21 mil toneladas,
ante 57 mil toneladas do ano anterior. Óleo combustível 847 721 milhares de toneladas métricas
Gasolina 4 2 milhões de litros
O consumo de carvão mineral foi 40% Diesel 239 139 milhões de litros
maior em 2009. Esse acréscimo se deve Diesel B2, B3 e B4 959 684 milhões de litros
ao pleno funcionamento da cogeração da
Querosene 6 3 milhões de litros
Alunorte, que utiliza o carvão mineral como
combustível. Propano 428 280 milhares de m³
Coque 23 14 milhares de toneladas métricas
CO rich gas 8 15 milhões de m³
PCHs 2,2 2,1 TWh

Os dados divulgados no Relatório de Sustentabilidade 2008 da Vale para gás natural, GLP, óleo combustível,
gasolina, diesel e propano foram atualizados.

67
Operador Sustentável

Em 2009, nossas Consumo de energia indireta Consumo total de energia elétrica


hidrelétricas
Em 2009, um ano atípico por conta da Ao investirmos na produção de energia para
aumentaram a crise internacional, o consumo de energia atender à demanda das nossas operações
participação em nossa elétrica da Vale chegou a 14,9 TWh, o globais, nos protegemos contra a volatilidade
que representa uma redução de cerca dos preços, além de minimizar riscos
matriz energética de 23% em relação a 2008 (19,3 TWh). O regulatórios, climáticos e de suprimento.
consumo de energia elétrica foi impactado
principalmente pela paralisação de A Vale produz 39% da sua necessidade de
algumas unidades, como Pelotização São energia elétrica, seja por meio de hidrelétricas
Luís, Pelotização Fábrica, Mina de Água ou do potencial de geração de combustíveis.
Limpa e Urucum Ligas, além da redução de Desse total consumido, 6,1 TWh foram
ritmo de produção em outras. produzidos por nossas usinas hidrelétricas, seja
no Brasil ou no exterior (sendo 63% produzidos
No cenário internacional, podemos pelas usinas das quais participamos por meio
destacar a redução de 34% no consumo de consórcios e por nossas PCHs no Brasil e
da Vale Inco, ocasionada tanto pela crise 37% pelas usinas hidrelétricas da Vale Inco no
econômica global como pela paralisação Canadá e na Indonésia).
de algumas operações no Canadá. A Vale
Manganèse France registrou uma redução A queda no consumo, no cenário
de 20% em relação ao ano anterior, brasileiro, permitiu que as hidrelétricas da
enquanto a Vale Manganese Norway teve Vale (consórcios e PCHs) aumentassem
redução de apenas de 3%. o percentual de participação na nossa
matriz energética de 13%, em 2008, para
16%, em 2009. Ocorre que, pela legislação
brasileira, apenas as unidades que são 100%
controladas pela Vale podem receber energia
gerada nessas hidrelétricas. Se levarmos em
consideração o total de energia consumida
por essas unidades, a participação das nossas
Consumo consolidado hidrelétricas chega a 48%.
de energia indireta
Também utilizamos 0,8 TWh de
energia elétrica produzida pelas seguintes
fontes térmicas:
22,7 TWh
81,9 mil TJ • a cogeração energética na Alunorte
19,3 TWh
aproveita o vapor do processo para gerar
69,6 mil TJ
14,9 TWh 0,23 TWh (23% do consumo);
53,9 mil TJ
• o processo da Cadam, por meio dos
geradores a óleo combustível, supre toda a
unidade com um total de 0,49 TWh;

• a unidade da PTInco gerou 0,09 TWh


de energia elétrica (apenas 4% de
toda a demanda de energia elétrica
da unidade) por meio da queima de
2007 2008 2009
combustíveis fósseis.

68 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Desempenho dos Negócios Governança corporativa Recursos humanos saúde e segurança meio ambiente

O restante da demanda de energia


Investimos na produção de energia para atender
elétrica da Vale (61%) é proveniente à demanda das nossas operações globais.
de compra das redes nacionais, dos
respectivos países.

MATRIZ ENERGÉTICA

O consumo de todas as fontes diretas


e indiretas na Vale está apresentado
na matriz energética abaixo. Conforme
demonstrado, 73% de nossa energia
indireta (eletricidade comprada) é
proveniente de fontes hidrelétricas, o
que contribui para os baixos níveis de
emissões indiretas de CO2. O percentual
é menor do que o reportado em 2008,
que foi de 76%. Essa queda ocorreu
porque houve um aumento percentual
da participação da energia fornecida
por nossas hidrelétricas (PCHs), o
que nos permitiu comprar menor
quantidade de eletricidade de terceiros.

Distribuição do consumo total Matriz energética consolidada 2009


de energia elétrica (total = 181 mil TJ)

Óleo combustível
Diesel
2,9% 0,6% Carvão mineral
11,6% Gás natural
Hidrelétrica (PCH)
Combustíveis de navegação* Energia direta
22% 23%
Carvão vegetal
11,3% 0,005% Outros**
8% Biodiesel (B100)
73,6% 1% 19%
1% Etanol
1% 10%
2% Eletricidade
5% comprada – renovável***
8% Energia indireta
Eletricidade
Brasil comprada – outros****
América do norte
Ásia
*Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).
Europa
**Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.
Oceania ***Hidrelétricas e biomassa.
****Nuclear e térmica.

69
Catalisador do
desenvolvimento local

Procuramos estabelecer alianças com atores


estratégicos de diferentes setores – público,
privado e sociedade civil – para a articulação e o
planejamento de programas de desenvolvimento
local integrado. Buscamos atuar de forma
conjunta para gerar um legado positivo nas
regiões onde atuamos.

70 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


TETE
moçambique
Nosso projeto de exploração
de carvão em Moatize segue
nosso princípio de fortalecer o
relacionamento com as comunidades
e realizar ações de sustentabilidade
nas áreas onde a Vale atua. Aos pés
do baobá, promovemos o diálogo
com os moradores da região.

71
catalisador do desenvolvimento local

desenvolvimento local

Tecendo redes Os investimentos na mineração trazem


oportunidades para os territórios –
elevação da arrecadação de impostos,
geração de empregos, aumento da
massa salarial e, consequentemente, da
renda familiar, entre outros benefícios.
Atuamos em parceria com governos O grande desafio da Vale é captar essas
oportunidades, a fim de construir um
e sociedade para promover o
legado de sustentabilidade (social,
desenvolvimento sustentável dos econômico e ambiental) nas regiões
territórios onde operamos onde operamos.

Atuando de maneira integrada com os


governos e a sociedade, procuramos
internalizar as oportunidades geradas pela
presença da Vale nas regiões, estimulando a
aplicação de impostos em investimentos em
infraestrutura, a qualificação de trabalhadores e
de fornecedores e a diversificação econômica.
Assim, contribuímos para o desenvolvimento
local no médio e no longo prazo.

GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL

Possuímos diversos programas e ferramentas,


nas nossas diferentes áreas e regiões de atuação,
para gerenciar os impactos socioambientais
decorrentes de nossas atividades.

Na análise de viabilidade de implantação de


projetos, adotamos a metodologia Front-End-
-Loading (FEL), que abrange aspectos sociais,
de saúde, segurança e meio ambiente, além
de riscos econômicos e operacionais.

Além disso, com base no estudo ambiental,


social e econômico realizado no EIA/Rima
(Estudo de Impacto Ambiental e Relatório
de Impacto de Meio Ambiente) e em outros
estudos ambientais e socioeconômicos,
consideramos os potenciais impactos de
nossa presença nas regiões desde as fases
de licenciamento até a implantação dos
nossos projetos.

Essas ferramentas são utilizadas em


Por meio de diferentes programas, procuramos conjunto com os Diagnósticos Integrados
mitigar os riscos e potencializar as
oportunidades nos territórios em que atuamos.
de Socioeconomia realizados pela Fundação

72 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Vale. Os diagnósticos estimam, por meio


de projeções socioeconômicas, possíveis Diretos Indiretos
impactos da presença da Vale nesses •D
 esenvolvimento econômico
territórios, nos âmbitos local e regional. •G
 eração de empregos indiretos
Até o momento, já foram elaborados • Geração de empregos
•A
 umento da massa salarial
Diagnósticos Integrados de Socioeconomia • Qualificação profissional
•D
 inamização de outros setores
nas seguintes regiões: Barcarena, Abaetetuba Impacto • Aumento da arrecadação pública econômicos
econômico • Contratação de produtos
e Paragominas; Estrada de Ferro Carajás (EFC); •A
 tração de fornecedores
positivo e serviço s locais
Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM); Minas •D
 esenvolvimento de fornecedores locais
• Investimentos em serviços
Gerais (minas do sistema Sul e Sudeste); Rio e infraestrutura •A
 tração de investimentos de diversas
de Janeiro; sudeste do Pará e Vitória, todas no esferas dos setores público e privado
Brasil; e em Moçambique, na África. Em 2009, •M
 elhoria da infraestrutura local
foi iniciado o diagnóstico em Sergipe, nos •P
 ressão sobre a infraestrutura e os serviços
municípios da área de influência do Projeto públicos em decorrência do aumento
de Potássio Carnalita. Para 2010, está previsto demográfico
o início da atualização dos diagnósticos, Impacto • Impactos ambientais • E speculação imobiliária em áreas remotas
em função da baixa oferta de moradia e da
começando pelo sudeste do Pará. Por meio econômico • Interferência com o uso da terra
alta demanda
dessas iniciativas, buscamos mecanismos negativo • Riscos de acidentes
•G
 eração do efeito de vazamento
para evitar ou minimizar os impactos econômico por conta da contratação de
negativos e maximizar os impactos positivos fornecedores e de empregados de outras
regiões pela falta de especialização local
de nossa atuação. Os principais impactos
gerados por nossas atividades estão descritos
no quadro ao lado.

Programas e práticas
de gestão de impactos

Cientes das potenciais consequências Programas e práticas Licenciamento/


Operação Fechamento
por fases do empreendimento Implantação
de nossas atividades, procuramos, por
Estudo de impacto ambiental, social e econômico
meio de diferentes programas, mitigar os
riscos e potencializar as oportunidades Gestão de impacto ambiental, social e econômico
nos territórios em que estamos presentes. Plano de fechamento de mina
O conhecimento da região onde Desenvolvimento de fornecedores
atuaremos e a previsão dos impactos Qualificação profissional
que o empreendimento poderá causar (empregados e comunidades)
possibilitam a elaboração de planos de Relacionamento com comunidades
(inclusive comunidades tradicionais)
gestão socioambiental específicos e
detalhados, aplicáveis à realidade local. Valorização do patrimônio cultural
Programas sociais
Esses planos são um importante
 Ocorrência Intensa Ocorência Moderada
instrumento para a tomada de decisões na
gestão dos investimentos sociais da Vale.

As iniciativas que realizamos na gestão Cabe destacar também a participação Desde 2008, realizamos o Programa Inove, que
dos impactos também contribuem para o nos Programas de Desenvolvimento de integra as ações das diferentes áreas da empresa,
desenvolvimento local sustentável. Dentre Fornecedores (PDF) nas regiões onde atuamos, focado no fortalecimento de pequenos e médios
elas, destacamos os seguintes programas: por meio de rede de relacionamento que fornecedores. Especialmente nos locais mais
Qualificação profissional, Relacionamento envolve entidades de classe, órgãos de governos remotos, procuramos desenvolver fornecedores
com comunidades, Relacionamento com e instituições de ensino. Essa iniciativa é voltada da região com o objetivo de contribuir para
comunidades tradicionais, Valorização da para a qualificação e o desenvolvimento dos o desenvolvimento local e a melhoria das
cultura e outros Programas Sociais (leia mais fornecedores locais, com o objetivo de fomentar condições sociais e econômicas da população
sobre os programas em www.vale.com). a geração de novas oportunidades de negócio. (leia mais no capítulo Cadeia de Valor).

73
catalisador do desenvolvimento local

Nosso objetivo é contribuir


para redução do déficit da
infraestrutura urbana

Fundação vale

A Fundação Vale tem como missão Acreditamos no diálogo intersetorial e


contribuir para o desenvolvimento valorizamos a construção coletiva por meio
integrado – econômico, ambiental e da integração dos interesses comuns entre
social – dos territórios onde a Vale atua governo, iniciativa privada e sociedade
no Brasil, articulando e potencializando os civil organizada. Dessa maneira, buscamos
investimentos sociais, fortalecendo o capital deixar um legado de sustentabilidade nas
humano nas comunidades e respeitando as regiões onde a Vale atua, agindo de forma a
identidades culturais locais. melhorar as condições de vida das populações,
fortalecendo o relacionamento com as
Nas unidades internacionais, a atuação comunidades e realizando ações estruturantes.
social da Vale é realizada por equipes locais.
Nossa estratégia considera a criação de Infraestrutura
Fundações Vale internacionais, alinhadas
com as diretrizes da Fundação Vale no Brasil, Nosso objetivo é contribuir para a redução
respeitando sempre as particularidades de do déficit de infraestrutura urbana
cada região. Já possuímos Fundações Vale (saneamento básico, tratamento de resíduos
na Colômbia e em Moçambique. Está em sólidos, drenagem e pavimentação) e
andamento a implementação da Fundação habitacional. Atuamos em parceria com
na Nova Caledônia1. as prefeituras, desenvolvendo projetos
executivos e apoiando a captação de recursos
Nossa atuação considera as especificidades disponíveis nas esferas estadual e federal
de cada território e têm como base a Política para a implantação das obras. Também
de Desenvolvimento Sustentável. Realizamos acompanhamos a implantação dos projetos
Diagnósticos Integrados em Socioeconomia, e apoiamos as prefeituras na gestão dos
amplos estudos que reúnem informações processos. Até dezembro de 2009, 72 projetos
de cada território e permitem identificar as executivos foram concluídos ou estavam em
necessidades e as potencialidades específicas elaboração para 40 municípios dos estados
de cada um. Esses estudos servem de base do Pará, Maranhão, Espírito Santo e Minas
para a elaboração dos Planos de Gestão dos Gerais, importantes áreas de atuação da
Investimentos Sociais (PGIS), com foco nas áreas Vale no Brasil. Desses projetos, 30 já foram
de atuação da Fundação Vale: infraestrutura protocolados para repasse de recursos do PAC
urbana e habitacional, gestão pública e – Programa de Aceleração do Crescimento –
desenvolvimento humano e econômico. do Governo Federal Brasileiro.

1 A Fundação na Nova Caledônia é um dos pilares do Pacto de


Desenvolvimento Sustentável do Grande Sul, assinado entre
a Vale Inco Nouvelle-Calédonie e as populações Kanak do sul
da ilha em 2008. No Relatório de 2008, foi feita referência à
criação da referida Fundação. Sua implementação aguarda o
andamento dos trâmites legais para a sua operação. Outros
dois pilares que constituem o Pacto de Desenvolvimento
Sustentável do Grande Sul são o Comitê Consultivo Indígena
Ambiental (criado em 2009) e a associação de reflorestamento
(prevista para 2010).

74 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Nossas ações nos territórios consideram


as especificidades de cada local.

Gestão Pública

Por meio de protocolos de intenção assinados • Ação


 Saúde: colabora para a melhoria da
com as prefeituras, trabalhamos perante saúde coletiva e da família, priorizando
o poder público para o fortalecimento da a saúde materno-infantil. Promove a
gestão pública. Desenvolvemos programas formação de células ativas, compostas
estruturantes em educação, saúde, ordenação por profissionais de saúde, educadores,
e limpeza urbana e apoiamos as prefeituras lideranças comunitárias e, principalmente,
na melhoria da gestão administrativo- mulheres e jovens, com vista à redução da
-financeira, para redução de gastos e morbidade e mortalidade infantil.
captação de financiamentos.
Na tabela abaixo, conheça outros programas
Também atuamos na melhoria da gestão que merecem destaque (leia mais em
pública por meio de programas como: www.vale.com):

• Ação
 Educação: colabora para a melhoria
da gestão pública da educação municipal,
por meio do planejamento da Política de
Educação em quatro dimensões: gestão
educacional, formação continuada, práticas Programa Período de realização Nº de beneficiados
pedagógicas e infraestrutura. Possibilita que
Escola que Vale 2000 a 2009 mais de 170 mil
as secretarias identifiquem oportunidades de
articulação e mobilização, somando esforços Vale Alfabetizar 2003 a 2009 120 mil
em favor dos compromissos assumidos nos
Novas Alianças 2007 a 2009 mais de 1.050
âmbitos municipal e estadual.

75
catalisador do desenvolvimento local

Desenvolvimento humano dos alunos e das comunidades. É um


e econômico legado de conhecimento sistematizado
e institucionalizado para as regiões e
As Estações Conhecimento são a principal os municípios onde estamos presentes.
iniciativa nessa frente e consistem em Serão aproximadamente 30 mil jovens
núcleos de desenvolvimento humano e beneficiados por meio de 18 núcleos, que
econômico idealizados pela Fundação Vale serão construídos até 2012 nos estados do
que seguem o modelo rural ou urbano. O Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará,
objetivo é contribuir para a melhoria da Sergipe e Rio de Janeiro. O mapa abaixo
qualidade de vida e o desenvolvimento mostra o planejamento de implantação das
integrado e sustentável das comunidades. Os Estações Conhecimento no Brasil.
núcleos são organizações da sociedade civil
de interesse público (Oscips), viabilizadas por Em Moçambique, duas Estações Conhecimento
meio de parcerias locais com o poder público estão em fase de implantação na área
e entidades da sociedade civil organizada. do Projeto Moatize (Carvão), em Tete. Na
Colômbia, também foi inaugurada uma Estação
O público prioritário das Estações Conhecimento na região de La Loma, próximo
Conhecimento são crianças e adolescentes à Mina de Carvão El Hatillo, e está prevista a
de 6 a 18 anos. A intenção é promover ações implantação de mais uma na região de Ciénaga.
integradas, de longo prazo, que contribuam
para o desenvolvimento integral da pessoa.
Nos núcleos, os participantes são estimulados
em práticas esportivas (natação, atletismo,
judô e futebol), em atividades culturais, no Estação conhecimento
convívio social e no empreendedorismo.
Entre os programas sociais desenvolvidos
estão: Rede que Vale – Empregabilidade, Vale
Juventude – Participação Juvenil, Vale Música
– Cultura e Brasil Vale Ouro – Esporte. Sobre
esse programa, leia mais no case da pág. 77.
3 16 6 17

Respeitando as vocações produtivas locais, 12


4

1
as Estações trabalham o conhecimento 2
5

adequado para cada região, elegendo cadeias 13


18
produtivas com maior valor agregado e que
possam ganhar escala de produção. Essas
cadeias são organizadas junto aos produtores,
1. Apa do Gelado Parauapebas
que recebem apoio técnico e encontram 7 2. Tucumã
11
nas Estações a tecnologia e a articulação 15 3. Barcarena
necessárias para o processamento e a 8
14 4. Marabá
comercialização de sua produção. 5. Curionópolis
10 9
6. Arari
7. Vale do Jequitinhonha
As Estações Conhecimento também 8. Brumadinho
procuram disseminar novas tecnologias e 9. Deodoro
metodologias de aprendizagem entre seus 10. Mangaratiba
profissionais. A maioria deles é constituída 11. Governador Valadares
12. Canaã dos Carajás
por funcionários públicos cedidos pela
13. Ourilândia do Norte
prefeitura parceira e/ou o governo estadual, 14. Nova Lima
Em Operação (02)
que são capacitados para estimular práticas Em implantação (11) 15. Serra
educativas relacionadas ao cotidiano Em Planejamento (05)
16. Concórdia do Pará
17. São Luís
Total de 18 operações até 2012 18. Capela

76 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Brasil
CASE

Formando campeões
Na busca por talentos esportivos, a Fundação Vale lançou o programa Brasil Vale Ouro, que visa sele-
cionar e preparar atletas nas modalidades de judô, natação e atletismo, nas cidades brasileiras onde
a empresa atua. Esse é um dos maiores projetos de caça-talentos do país e representa o apoio da
Vale no segmento de esportes de alto rendimento. O principal objetivo é ajudar o Brasil a se tornar
uma potência olímpica e, além disso, deixar para as gerações futuras um legado de conhecimento
sistematizado em treinamentos esportivos, em ciência esportiva e na formação de profissionais
ligados ao esporte.

O programa funciona dentro das Estações Conhecimento, Núcleos de Desenvolvimento Humano


e Econômico, cuja gestão é compartilhada entre a Vale, o poder público e a sociedade civil. Os
núcleos atuam como agentes articuladores de redes sociais, voltadas para o desenvolvimento local
das regiões onde a empresa opera.

O programa Brasil Vale Ouro conta, ainda, com o Centro Nacional de Excelência, que ficará sediado
no Círculo Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro. Em parceria com os ministérios da Defesa e do
Esporte, a Vale irá construir no local uma pista profissional de atletismo e dois alojamentos com
capacidade para 100 atletas. Em dezembro de 2009, foi inaugurado o moderno ginásio de judô do
Centro, com seis áreas de treinamento simultâneo e arquibancada para 1.500 pessoas.

Todos os jovens das Estações Conhecimento que alcançarem índice olímpico terão a oportunidade de
ser transferidos para o Centro de Excelência, onde contarão com apoio financeiro e acompanhamento
profissional de equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicó-
logos, professores de educação física e assistentes sociais. Com essa estrutura, procuramos contribuir
com uma melhor preparação dos atletas do Brasil Vale Ouro para os Jogos Olímpicos de 2016, que
serão sediados pela primeira vez na América do Sul, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

77
catalisador do desenvolvimento local

Queremos
estimular o diálogo
e a transparência
entre os setores

Parceria Social Público-Privada

Brasil
CASE

O debate internacional vem pautando a


importância da Parceria Público-Privada (PPP)
Pesca na praia do Boqueirão na dimensão econômica do desenvolvimento
territorial. E a Fundação Vale, a partir de sua
A Vale, ciente da sua responsabilidade social perante os impactos experiência de articulação com governos e a
causados com a implantação do Píer IV do Terminal Portuário de sociedade, sugere uma nova proposição para
Ponta da Madeira, em São Luís, está realizando o Programa de De- as PPPs, inserindo a dimensão social e criando
senvolvimento Socioeconômico da Comunidade de Pescadores a Parceria Social Público-Privada (PSPP).
Artesanais da Praia do Boqueirão. O Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) definiu as áreas afetadas pelo empreendimento. Por isso, por A PSPP demanda uma nova postura das
meio da Fundação Vale, propusemos a construção participativa de empresas, dos governos e da sociedade
um programa de apoio à pesca artesanal na praia do Boqueirão. em geral. O investimento social privado
Foram realizadas reuniões com pescadores e lideranças comuni- passa a ser planejado em ações de médio
tárias e também articulações com o sindicato, o Serviço Brasileiro e longo prazos, baseadas em diagnósticos
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacio- socioeconômicos e integradas a políticas
nal de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Estaleiro Escola, assim sociais emancipatórias, com metas e
como visita às instalações da Vale no porto. indicadores de resultados. Desse modo,
estimula o diálogo e a transparência para a
A equipe da Fundação participou das audiências públicas em que construção de uma visão comum, capaz de
foram apresentados os eixos do programa: valorizar e conservar integrar esforços em favor da geração de
a cultura da pesca artesanal, colaborar para a geração de renda e oportunidades locais e da melhor aplicação
contribuir para o exercício da cidadania. A primeira etapa do pro- dos recursos, numa convergência de
grama, desenvolvida em 2009, incluiu a realização de uma pesqui- interesses entre as partes envolvidas.
sa que classificou os pescadores em três grupos, de acordo com
a atividade de pesca na praia para melhor definir o atendimento. Com essa nova perspectiva, a PSPP
Além disso, uma especialista em biologia marinha acompanhou a responde às diversidades das regiões
produção local e analisou as potencialidades de geração de renda e às suas potencialidades, permitindo
dos grupos. a articulação entre o poder público
e as empresas. Com isso, integramos
Desde dezembro de 2009, os 51 pescadores inscritos no progra- as ações dos diferentes agentes em
ma, junto com suas famílias, participam da qualificação, por meio torno de uma visão comum, de modo a
de um convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural maximizar resultados e contribuir para o
(Senar), e recebem mensalmente uma bolsa-auxílio vinculada à desenvolvimento sustentável dos territórios.
participação nos cursos. O programa inclui ainda a distribuição Podemos citar como exemplo de PSPP as
de materiais de pesca artesanal, kit de segurança e apoio para ob- iniciativas que a Vale está desenvolvendo,
tenção de documentos pessoais. Até 2012, tempo previsto para como o acordo para fomentar o turismo
a duração dessa ação, a comunidade da praia de Boqueirão terá solidário no Vale do Jequitinhonha, em
oportunidade de conhecer outras experiências comunitárias de Minas Gerais, a parceria na elaboração de
desenvolvimento local, por meio de visitas técnicas. projetos de infraestrutura e a criação das
Estações Conhecimento, para fortalecer o
empreendedorismo e oferecer atividades de
arte, cultura e esporte para jovens.

78 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Brasil
CASE
Fortalecendo os municípios
A Fundação Vale integra e apoia a união de esforços mútuos para a cria-
ção de mecanismos capazes de aperfeiçoar a gestão pública, bem como
promover ações que contribuam para o desenvolvimento humano e
econômico das regiões em que atuamos. Uma iniciativa nesse sentido
foi a parceria firmada entre a fundação e a Prefeitura de Abaetetuba, no
Pará, área de influência da Vale.

Investimentos Sociais Em 2009, realizamos um seminário que deu início ao planejamento estra-
tégico da prefeitura. Em dois dias de trabalho, conduzidos por uma con-
A estratégia de desenvolvimento sultora especializada em gestão pública, foram levantados os marcos de
sustentável da Vale está ancorada em nossa governo e as metas a serem alcançadas até o fim do mandato. A ideia era
capacidade de gerar e distribuir valor. Além traçar metas que fossem concretas, mensuráveis e alcançáveis. Além dis-
dos mecanismos diretos e indiretos de so, foram levantados os programas existentes para a concretização desses
distribuição de riquezas, como pagamento objetivos. A partir daí, criou-se um grupo estratégico para acompanha-
de impostos, salários e benefícios, compra de mento das ações a serem implantadas para cumprimento das metas.
produtos e serviços, realizamos investimentos
sociais em projetos que trazem benefícios
para a comunidade local. Investimento social total Investimento social por tipo
(US$ milhões) (2009 – US$ 200,9 milhões)
Esses investimentos incluem ações de
educação, cultura, geração de renda e
estímulo ao fortalecimento do capital social, 231 231
por meio de programas da Fundação Vale, de 10%
200,9 18%
patrocínios1 e doações, entre outros. O total 12%
investido pela Vale em 2009 foi de US$ 200,9
12% 17%
milhões. A redução de 13% em comparação
a 2008 deve-se à estratégia de redução de 14% 16%
custos adotada pela empresa para enfrentar
o cenário econômico global recessivo,
destacando-se que essa queda é inferior à
queda de faturamento/produção. 2007 2008 2009 Relacionamento
Cultura
Infraestrutura
Conforme observado no gráfico ao lado, Treinamento
cerca de 16% do total investido, US$ 31,4 Saúde
milhões, é destinado a obras para melhoria Educação
Outros
de infraestrutura urbana. A queda dos
investimentos nesse setor de 2007 para 2008
(de acordo com o quadro abaixo) deve-se à
conclusão de projetos. O valor investido nos Investimentos em infraestrutura 2007 2008 2009
últimos três anos é de US$ 168 milhões. Total US$ milhões 99,2 37,7 31,4
Apoio a serviços públicos 6% 19% 60%
Por tipo Realização de obras 94% 81% 40%
1 A gestão de patrocínios da Vale considera, no processo de
Total 100% 100% 100%
aprovação, a adequação e a relevância dos projetos para a Pro bono 14% 18% 1%
realidade de cada local e seu alinhamento com a nossa estra- Engajamento comercial 13% 40% 26%
tégia de desenvolvimento sustentável. As áreas prioritárias Por forma
são: cultural, ambiental, social e técnica.
Materiais/produtos 73% 42% 73%
Total 100% 100% 100%

Por tipo – Apoio a serviços públicos: realizado por meio de pagamento de serviços, como arcar com os
custos da contratação de enfermeiros, professores etc. Realização de obras: obras de pavimentação de
estradas, construção de escola s e hospitais, entre outras.
Por forma – Pro bono: atividade desenvolvida em prol de benefício público, como alocação de pessoas com
funções definidas em atividades durante o tempo previsto de trabalho, com recursos da empresa.
Engajamento comercial: atividade que gera benefício público, mas que primariamente gera benefício
econômico ou retorno de investimento para a empresa. Materiais/produtos: investimento em infraestrutura
em espécie, por provisão de serviços ou pela entrega de um produto.

79
catalisador do desenvolvimento local

Brasil
CASE

Desenvolvimento da Grande Vitória


Em 2009, a Vale finalizou a elaboração do Diagnóstico Socioeconômico dos municípios da Grande Vitó-
ria, no Espírito Santo. Nessa região, a Vale opera plantas de pelotização de minério de ferro e o Porto de
Tubarão. O estudo, feito a partir da análise de dados oficiais e de entrevistas com lideranças, associações
de moradores e autoridades, vai orientar as ações e os investimentos sociais da empresa para o desen-
volvimento da região, que inclui, além da capital, as cidades de Cariacica, Serra e Vila Velha.

Ao entregar o diagnóstico para as autoridades do estado, a Vale anunciou a realização de cinco ações, já
nos primeiros meses de 2010, que representam um investimento da ordem de US$ 28,7 milhões. Esses
projetos foram criados levando em consideração as demandas prioritárias apontadas pelo estudo:

• com a Prefeitura de Vila Velha, será feito o projeto executivo de engenharia para as obras de dragagem
do Canal de Marilândia, que minimizará o alagamento da Av. Carlos Lindemberg, evitando a interdição
de uma das principais ligações entre Vila Velha, Cariacica e Vitória em dias de chuva intensa;

• parceria com as prefeituras da Serra e de Vitória no projeto de Melhorias do Sistema de Esgotamento


Sanitário do bairro Hélio Ferraz, que além de contribuir para a despoluição está associado a outro pro-
jeto de regularização fundiária de parte da comunidade, beneficiando cerca de 650 famílias;

• com a Prefeitura de Cariacica será desenvolvido o projeto executivo de pavimentação e drenagem de


25 quilômetros de vias públicas, já que a falta de mobilidade urbana foi apontada pelo diagnóstico
como uma das principais questões estruturais da cidade;

• para Vitória será feito o projeto executivo de restauração e implantação de duas construções históricas:
a biblioteca municipal no Palácio Domingos Martins e a residência Cerqueira Lima. A iniciativa está
alinhada com o projeto de revitalização da região central da capital capixaba;

• doação ao governo do estado da área conhecida como Morro da Companhia, onde já está instalado
o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema). No terreno, localizado em Cariacica, será instalado o
Centro de Pesquisas, Inovação e Desenvolvimento (CPID), que contará com estrutura para dar suporte
científico e tecnológico às indústrias em projetos ambientais.

80 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Nova
Caledônia
Canadá
CASE
Geração de emprego e renda Ações de apoio
às comunidades
Investimos, cada vez mais, na contratação de
mão de obra local, gerando oportunidades Nossas operações internacionais de níquel mantêm diversos investi-
de trabalho às populações das cidades mentos em infraestrutura. Na Vale Inco Newfoundland & Labrador, por
no entorno de nossas operações no exemplo, está em construção uma central de bombeiros que atenderá
intuito de alavancar o desenvolvimento às necessidades da comunidade, além de fornecer apoio à nossa ope-
socioeconômico comunitário. ração. A estação possuirá escritório, sala de treinamento e garagem
adequada para o caminhão de bombeiros, além de equipamentos de
Como grande parte de nossos negócios comunicação que servirão como Centro de Controle de Emergência. A
encontra-se em áreas remotas e de difícil conclusão da estação está prevista para o primeiro semestre de 2010.
acesso, atuamos em parceria com as
iniciativas pública e privada para fomentar Na nossa operação em Goro, na Nova Caledônia, estamos apoiando
a formação de serviços básicos, como alguns projetos, como a restauração de duas igrejas e de um supermer-
habitação e saúde, e qualificar profissionais cado. As ações são coordenadas pela Província do Sul e beneficiarão
para a nossa cadeia produtiva. a comunidade local. Em 2009, foi acordado um financiamento para a
construção de um Centro de Educação em Meio Ambiente, que, além
No Brasil, além dos programas de educação de fornecer informações sobre esse tema, oferecerá atividades educa-
externa da Valer – Educação Vale, os Centros tivas para crianças.
de Educação Profissional Vale (CEPs), criados
em parceria com instituições de ensino, Outra ação na área de infraestrutura urbana está sendo conduzida
exemplificam como se dá a nossa estratégia em Thompson, Manitoba. A Vale Inco opera a estação de tratamento
de contratação local. Os CEPs são escolas de água, que fornece água potável e gratuita para todas as residên-
de ensino profissionalizante, construídas e cias e atividades de negócios da cidade. Investimentos feitos pela
equipadas pela Vale, onde são ministrados empresa propiciaram melhorias na estação. Representantes da Vale
cursos de qualificação para as atividades da Inco também participam como membros do Comitê de Infraestrutu-
cadeia produtiva de mineração e com foco na ra da Cidade, auxiliando no planejamento de ações solicitadas pela
sustentabilidade e no fomento das vocações comunidade.
regionais, como cursos de construção civil e
hotelaria. Com atualmente quatro unidades,
três no Pará e uma em São Luís, os CEPs
formaram 13.623 pessoas em 2009, em
diversas qualificações técnicas.

A Vale investiu em 2009 US$ 1,5 milhão


em obras e equipamentos dos CEPs.
Em Parauapebas (PA), a implantação do
laboratório de soldagem, o mais moderno
da região, foi fundamental para a oferta
da formação de soldadores na região, em
parceria com a Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) e o Senai PA.

Em São Luís, foi implementado o programa


de formação de mão de obra local para a
construção do Píer IV do Porto de Ponta da
Madeira da Vale, que formou 300 jovens da
área do Itaqui Bacanca, vizinha às instalações
da nossa empresa. Ainda no CEP de São
Luís, por meio do projeto Indústria do Procuramos gerar oportunidades de trabalho para as
populações das cidades no entorno de nossas operações.

81
catalisador do desenvolvimento local

Conhecimento, de inclusão digital e incentivo nas áreas de carpintaria, serralharia, alfaiataria, está sendo implementada em parceria com o
à leitura, foram realizados mais de 8 mil eletricidade geral, além de construção civil, Senai Brasil, em função da ausência de escolas
atendimentos em 2009. O projeto é fruto de moda e confecções. Por intermédio da técnicas na região. Para dar continuidade
uma parceria com o Sesi e o Senai MA. Valer, foram iniciadas, em 2009, as ações à qualificação de profissionais, investimos
do Programa de Formação Profissional ainda no desenvolvimento da infraestrutura
Idealizamos também iniciativas que para capacitar profissionais nos cursos de educacional local, construindo escolas, salas
estimulam o desenvolvimento de uma rede Operação de Mina e Soldagem. A formação de aula e laboratórios.
de serviços e fornecedores locais. Além disso,
implementamos o Programa de Formação
• Mapeamento de profissionais por negócio, área e competências
Profissional, que irá qualificar técnicos para • Mapeamento da infraestrutura local
Diagnósticos
as nossas operações (leia mais no capítulo • Mapeamento do contexto social
Recursos humanos, pág. 43). • Mapeamento de fornecedores/parceiros
• Identificação de fontes de recrutamento
• Definição do pacote de remuneração
As estratégias de contratação são traçadas por
Atração e • Formação e especialização de profissionais
meio do mapeamento prévio de demandas do desenvolvimento • Desenvolvimento de instituições de educação profissional
mercado de trabalho local. Além de levantar • Parcerias e desenvolvimento da infraestrutura necessária para a
a quantidade de profissionais necessários em realização das formações
cada etapa das nossas operações, identificamos • Desenho do Plano de Transição de Pessoas, para apoiar o processo de
mudança de profissionais
outros pontos relevantes para a contratação • Apoio ao desenvolvimento da infraestrutura local: saúde, habitação,
local, tal qual exemplificado no quadro ao lado. Retenção educação e lazer
de pessoas
• Educação Continuada
Em 2009, a Vale apresentou um percentual • Gestão da Performance
• Carreira & Sucessão
geral de 77%2 de contratação local3. Para
posições de liderança, o índice é de 48%, uma
vez que as competências requeridas para os

Canadá
CASE

cargos gerenciais são mais específicas.

A estratégia de promover a sustentabilidade


e a autossuficiência das comunidades, por
Capacitar para crescer
meio da geração de empregos e renda, Em 2009, a Vale financiou, nas suas operações canadenses, duas iniciativas
também está sendo levada às nossas para fornecer capacitação às comunidades remotas e aborígenes. A pri-
operações no exterior. Em Omã, no Oriente meira foi a renovação da parceria entre a Vale Inco e a Canadian Executive
Médio, onde estamos implementando Service Organization (Ceso), organização sem fins lucrativos que atua na
uma planta de pelotização e um complexo promoção da autossuficiência das comunidades aborígenes e na redução
portuário, assumimos com o governo da pobreza. A partir de 2010 e até o fim de 2012, a Ceso receberá recursos
local o compromisso com o programa de anuais para desenvolver projetos de treinamento e tutoria.
“Omanização”. Trata-se de um plano para
aumentar de 60% para 80% a utilização de Os projetos responderão às necessidades identificadas pelas comunidades
mão de obra local em nossas operações no aborígenes em todo o Canadá. Os voluntários do Ceso serão responsá-
país, com o objetivo de maximizar a absorção veis pelo treinamento e pela tutoria – no local – tanto nas comunidades
de profissionais omanis no setor privado. como nos centros urbanos. Entre as ações a serem realizadas estão cria-
ção de empresas, desenvolvimento econômico comunitário e capacitação
Em Moçambique, África, onde desenvolvemos relacionada a finanças, recursos humanos e comunicação. A finalidade é
o projeto Moatize, nos mobilizamos para gerar desenvolver um grupo governante aborígene mais eficiente e economica-
mão de obra qualificada e, assim, contribuir mente saudável.
para o desenvolvimento regional. Com esse
objetivo, oferecemos cursos e treinamentos A outra iniciativa é uma parceria com o Cambrian College, instituição edu-
cativa em Sudbury, para desenvolver uma sala de aula itinerante que permi-
tirá a realização de estudos e trabalhos especializados, beneficiando as co-
2 Este indicador considera resultados globais, mas não inclui
operações canadenses, nas quais esse monitoramento não
munidades remotas do norte de Ontário. Por meio de em um trailer de alta
é realizado. Empregados próprios deste indicador (EC7) cor- tecnologia, equipado com ar, gás, aquecimento e uma antena parabólica,
respondem a 84% (2009) do total de empregados reportados
(LA1). Projetos não incluídos. que gera sua própria eletricidade, a sala de aula itinerante oferecerá vários
3 Apesar de o cálculo do indicador ter considerado como local o cursos, como eletrônica, soldagem, serralheiro, mecânico, entre outros.
estado de nascimento dos empregados, a prática de contrata-
ção adotada, quando aplicável, prioriza residentes do estado, e
não necessariamente os naturais dele.

82 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Mineração artesanal significativa da ocorrência dessas atividades em


e de pequena escala nossas áreas de concessão.

A mineração artesanal ou de pequena escala No Projeto Trés Valles, desenvolvido na


é responsável pela geração de trabalho e comunidade de Salamanca (Chile), 70
renda para milhares de famílias ao redor do mineradores artesanais que trabalhavam
mundo, exercendo um importante papel em áreas pertencentes à Vale foram
no desenvolvimento social e econômico de realocados. Desde 2007, está em vigência
muitos países. um acordo firmado com a Asociación Minera
de Salamanca (Asomi) por meio do qual,
Como empresa global, buscamos além da realocação para áreas autorizadas
contribuir para a transferência de boas para exploração, a Vale se compromete a
práticas tecnológicas e de saúde e contribuir para a melhoria das condições
segurança, principalmente em países em de produtividade, segurança e saúde,
desenvolvimento. Em 2009, aprovamos mediante a instalação e a transferência dos
a Política de Direitos Humanos da Vale, acampamentos e a implementação de um
que aborda, entre outros temas, questões sistema de assistência técnica ao terreno.
referentes a mineração artesanal e de
pequena escala. Esse assunto também Estão previstas também outras ações, como:
constará do Guia de Direitos Humanos, o apoio aos profissionais no cumprimento
que será desenvolvido no decorrer do dos padrões produtivos e de segurança
ano de 2010. estabelecidos pela legislação vigente e pelo
Acordo de Produção Limpa; a construção
No estado brasileiro de Minas Gerais, em de dois acampamentos, que atendam às
2008, a Vale fez o pedido de cessão gratuita condições de saúde e segurança requeridas
e voluntária dos direitos minerários sobre pela atividade; e a assistência técnica em
a Pedreira Santa Efigênia à Cooperativa temas relacionados a segurança, geologia e
dos Trabalhadores. Em dezembro de 2009, exploração mineral. A equipe da Vale também
com o apoio da empresa e da Universidade realiza mensalmente capacitação sobre temas
Federal de Ouro Preto (UFOP), a cooperativa de interesse do grupo.
protocolou o Formulário de Caracterização
do Empreendimento Integrado na
Superintendência Regional de Minas Gerais Nova
e no Departamento Nacional de Produção Caledônia
CASE

Mineral. O processo para a obtenção do


direto de lavra encontra-se em trâmite.

Em 2009, em Minas Gerais, a área de


Com as mãos na massa
Segurança Empresarial da Vale realizou Os residentes da Província do Sul de Nova Caledônia comemoraram a
fiscalizações nas unidades operacionais da inauguração do Prédio Comunitário, realizada em dezembro de 2009. As
empresa onde há risco de ocorrência de obras, que duraram sete meses, foram parcialmente financiadas pela Vale
prática de garimpagem clandestina. Há a Inco Nouvelle-Calédonie. O projeto empregou nove jovens, que aprende-
intenção de inserir esse tema na pauta de ram várias atividades da área de construção, como pintura, serviços elé-
reuniões realizadas com as comunidades desse tricos, alvenaria e carpintaria. Além do treinamento teórico, os aprendizes
estado localizadas próximas às operações. Ao tiveram oportunidade de praticar, possibilitando o ganho de experiência,
longo do ano foram identificadas 42 ocorrências essencial nesse campo.
e, com a intervenção da Polícia Civil, foram
detidas 22 pessoas. Em 2006, a Vale Inco Nouvelle-Calédonie criou o programa Projetos
Comunitários, em parceria com a Província do Sul e o Conselho Tradicional
Em 2008, a PT Inco havia registrado mineração Djubéa Kapone, que é um dos oito conselhos tradicionais na Nova
artesanal e de pequena escala em algumas Caledônia. Um dos objetivos do programa é proporcionar treinamento
áreas de concessão na Indonésia, especialmente para a juventude das tribos locais. O projeto já capacitou cerca de 60
no período de alta nos preços de níquel. Com a jovens na área da construção civil.
crise econômica em 2009, houve uma redução

83
catalisador do desenvolvimento local

Identificamos e analisamos as situações de


risco através de ferramentas específicas e
compatíveis com os processos produtivos. A Vale mantém um sistema de registro e
acompanhamento das ocorrências, que
contribui para a criação de mecanismos de
prevenção e a redução das consequências.

Ferrovias da Vale no Brasil

A Vale opera, no Brasil, aproximadamente


11 mil1 quilômetros de malha ferroviária. As
linhas percorrem dez estados, passando por
cerca de 400 municípios. Em muitos locais,
houve o crescimento das comunidades nas
proximidades das ferrovias, aumentando o
risco de incidentes.

Apesar de apresentarmos melhoria constante


no indicador Acidente por MTKm (milhão de
trem km), que leva em conta os acidentes em
função da quantidade de trens e da distância
percorrida, sabemos que ainda precisamos
Incidentes avançar mais.

Entre os aspectos relevantes da gestão As principais iniciativas em andamento são:


do relacionamento da Vale com as
comunidades estão a ação preventiva, • análise de vulnerabilidade de riscos;
o monitoramento permanente e a
busca de soluções para incidentes com • melhoria no sistema de gestão das
potencial para afetar as pessoas que vivem ocorrências ferroviárias;
nas regiões onde atuamos. A partir do
envolvimento da comunidade, agimos de • expansão do centro de capacitação
forma a prevenir os riscos, minimizar as ferroviária;
ocorrências e dar um atendimento rápido
quando um incidente ocorre. • campanhas educativas e de sensibilização;

• avaliação de novas tecnologias, como os


Ocorrência nas ferrovias operadas pela Vale no Brasil por MTKm freios eletropneumáticos;
(milhão de trem km)
• melhoria de sinalização;

90 83 • programa de controle de treinamentos e


78
80 reciclagem para as áreas operacionais.
70 67

60 Análise de riscos
50 43
40 Nossas atividades, produtos e serviços
26,2
30 24 25 22,8 envolvem aquisição, armazenamento,
20,5
15 17,9 18,1
20 13,0 10 10,5 14,1
manuseio, uso, transferência e descarte
9,0 7,4 6,6
10 6,0 6,0 5,2 4,4
2,8
5,5 3,8 de produtos químicos diversos, como
0 5,8 4,1 2,7
solventes, óleos lubrificantes e combustíveis,
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
sendo alguns potencialmente perigosos.
Fca EFvm EFc Fns A gestão desses produtos visa identificar e
minimizar os riscos de nossas operações, por
*Fonte: Unigofer – Sistema de gestão de ocorrências ferroviárias da Vale no Brasil, que possui equidade com os meio de procedimentos técnicos, equipes
registros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Ferrovia Norte Sul passou a ser operada pela
Vale em 2008. São 580 km construídos, dos quais 452 km estão em operação pela Vale, entre Açailândia e Colinas.
1 Incluindo a Ferrovia Norte Sul.

84 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

capacitadas, consultorias especializadas e eventos acidentais e os critérios de comunicação,


auditorias periódicas, a fim de nos manter otimizando a tomada de decisão por parte das
em conformidade com a legislação e com os áreas envolvidas.
demais requisitos aplicáveis.
A tabela a seguir apresenta os incidentes
As situações de risco associadas às nossas significativos2 com potencial impacto nas
operações são identificadas e analisadas comunidades, com as causas já identificadas e as
através de ferramentas específicas e ações de bloqueio adotadas nas nossas operações3:
compatíveis com os processos produtivos e,
com isso, possibilitam a adoção de medidas
preventivas apropriadas e alinhadas aos 2 “Incidente significativo” da GRI corresponde à definição de
“acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa
sistemas sob análise. Adicionalmente, cada os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta
impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança
unidade operacional conta, ainda, com dentro ou fora da unidade operacional.
um Plano de Atendimento a Emergência
3 Os incidentes ferroviários são reportados separadamente, por
específico, além de pessoal capacitado, a fim meio do indicador internacionalmente adotado (acidentes por
de minimizar as perdas e os danos às pessoas milhão de trem km). Os dados de derramamento são reportados
no capítulo Meio Ambiente, por meio do indicador EN23,
e ao meio ambiente. na página 63.

Realizamos, em 2009, um trabalho de


avaliação das situações de riscos, por meio
de auditoria externa, a fim de verificar o
grau de implantação do gerenciamento de
Localidade Empresa Incidente Causa(s) Ações de bloqueio
risco das unidades operacionais no Brasil,
considerando a identificação dos perigos, • Armazenamento em contêineres
Combustão de Vazamento e
as ações de bloqueio e os seus respectivos • Dique de contenção
Pará PPSA hidrossulfito de contato com
sódio água • Inspeção rotineira na área
planos de atendimento à emergência do armazém
para mitigar os impactos dos incidentes. A •R
 edimensionamento dos ponds
avaliação resultou num nível adequado de Transbordamento de armazenamento
Pará Alunorte
de lama vermelha
Chuvas intensas
•R
 edimensionamento do sistema
implantação, recomendando aprimorar os de bombeamento
procedimentos para realização de simulados. •R
 edimensionamento das bacias
Transbordamento de contenção
de efluente
Maranhão Vale
contendo minério
Chuvas intensas •R
 evisão do programa de
O processo de Análise e Gerenciamento de manutenção periódica da rede
de ferro de drenagem
Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente,
• Redimensionamento
 e segregação das
iniciado em 2008, continua em implantação Óleo no rio
Rede de redes de drenagem oleosa e pluvial
e já possibilitou a homogeneização e a Minas Gerais FCA
Itapecerica
drenagem oleosa
•R evisão do programa de
subdimensionada manutenção e inspeção
racionalização de recursos e materiais para
Queda de minério • Implantação de diques de
prevenção e mitigação dos riscos, tanto de ferro no
Ausência de contenção
Minas Gerais Vale estruturas de
ambientais como os de saúde e segurança, córrego Vargem
contenção
•R  evisão do programa de
Grande manutenção e inspeção
nas diferentes fases do ciclo de vida de nossos
•C
 omunicados imediatos à população
empreendimentos (mais detalhes na página 49). pelas autoridades locais
•M
 onitoramento do fornecimento de
Falha no água até sua normalização, de acordo
O processo de comunicação de ocorrências equipamento com os parâmetros do governo
ambientais foi aperfeiçoado com a publicação Interrupção do da planta de •A
 dequação dos equipamentos para
Manitoba Vale Inco fornecimento de tratamento de aumento da vazão de tratamento
de uma instrução específica de comunicação. água água que fornece de água e melhoria dos parâmetros
Foi publicada uma Instrução Corporativa para água potável para de potabilidade, visando ao
a cidade atendimento da demanda da
Comunicação de Ocorrências Ambientais, comunidade e à identificação de
que tem como objetivo estabelecer novas medidas de prevenção de
falhas de equipamentos de processo
a metodologia para classificação de
eventos acidentais e assegurar/garantir a Vale Inco •C
 ontrole do incêndio com o
Newfoundland As causas apoio das autoridades locais para
comunicação de ocorrências ambientais à & Labrador Incêndio florestal não foram minimização da área impactada
Newfoundland
área de meio ambiente para fins de apoio, and Labrador
(Planta atingindo 25 identificadas •R
 eforço das medidas de
de Long hectares pelas autoridades comunicação perante as
gerenciamento e acompanhamento. Harbour, em locais comunidades sobre os riscos de
Adicionalmente, esse procedimento construção) incêndio e a manutenção de aceiros1
possibilitou a homogeneização, em todos
1 Terreno desbastado de vegetação, que se abre em torno ou através das matas para evitar a propagação de incêndios.
os nossos negócios, da classificação dos

85
catalisador do desenvolvimento local

Moçambique
CASE

Reassentamento involuntário
Reassentamento em Moçambique As atividades de mineração, logística e
Em Moçambique, o Plano de Ação do Reassentamento visa ao atendimento total demais empreendimentos, algumas vezes,
de mais de 980 famílias até o fim de 2010, sendo 300 oriundas de Chipanga, Mi- exigem o deslocamento de comunidades.
thethe e Bagamoio. Essas famílias serão reassentadas no bairro 25 de Setembro, Sempre que possível, procuramos evitar ou,
na Vila de Moatize, onde fixarão residência e utilizarão os equipamentos de edu- pelo menos, minimizar o reassentamento,
cação e saúde já existentes. Tais equipamentos estão sendo expandidos e melho- buscando projetos alternativos.
rados para responder às demandas da população.
Desse total, o maior contingente, mais de 650 famílias, será reassentado na região Ao elaborar planos de reassentamento, a
de Cateme, que fica a 36 km da Vila de Moatize. A maior parte dessas famílias Vale busca adotar práticas alinhadas com as
tem perfil rural. Para esse reassentamento foi projetado um conjunto de infra- diretrizes do Banco Mundial sobre o tema.
estruturas básicas para moradia, atendimento de serviços de educação, cultura, As recomendações incluem ações para
saúde, esportes e espaço para o desenvolvimento das atividades de agricultura mitigar os impactos sociais e econômicos
(machambas), voltadas para consumo e venda. dos deslocamentos involuntários.

As duas regiões que estão recebendo as famílias deslocadas irão sediar uma Esta- A Vale está elaborando o Termo
ção Conhecimento, núcleo de desenvolvimento humano e econômico que pro- de Referência para Processos de
move atividades culturais, esportivas, de educação profissionalizante e de saúde. Reassentamento, com acompanhamento
Em Cateme, as atividades da Estação serão complementadas com a construção social. Nosso objetivo é assegurar
de uma fazenda-modelo e de módulos demonstrativos agropecuários. A fazen- um tratamento equitativo às famílias
da-modelo terá como finalidade a produção de alimentos para merenda escolar deslocadas, bem como oferecer acesso
e de farinha multimistura para o programa nutricional, além de contar com área a oportunidades de desenvolvimento
para pastagem. econômico e social.
Dentre as principais ações realizadas em 2009, destacam-se:
Os objetivos do documento são:
• visitas em campo para acompanhamento do impacto das obras, planejamento
e acompanhamento da execução de detonações e trabalhos com maquinário • adotar um princípio único para a atuação
de grande porte; dos empreendimentos, que considerem
• visitas domiciliares para entrega dos pacotes de subsídio alimentar; as boas práticas de responsabilidade
social corporativa;
• vistorias de imóveis identificados para atendimento das indenizações assistidas,
acompanhamento da regularização fundiária dos imóveis e sua efetiva transfe- • reproduzir e adaptar para a realidade
rência ao reassentado; dos nossos negócios os padrões de
• acompanhamento de cerimônias tradicionais; desempenho ditados pelo Banco Mundial,
pelo ICMM e pelo Pacto Global, entre
• identificação, negociação e pagamento de indenizações de machambas (áreas outros;
agrícolas) e imóveis comerciais e sazonais impactados pela obra;
• atendimento nos gabinetes de plantão social nas comunidades de origem e as- • orientar os diferentes processos na
sentamento de Cateme; Vale que envolvam o deslocamento de
pessoas;
• visitas em campo para o planejamento das frentes de remoção e inventário de
animais a trasladar;
• contribuir para estudos e programas
• traslado de animais (bovinos e caprinos por pastoreio, outros por transporte socioeconômicos;
rodoviário);
• reduzir os impactos causados pela
• acompanhamento do processo de transferência das famílias.
remoção;
O Plano de Ação para Reassentamento foi baseado em amplo censo socioeconô-
mico aplicado às comunidades vizinhas ao empreendimento e a áreas anfitriãs do • assegurar às famílias padrões adequados
reassentamento. Todo o processo seguiu as diretivas do Banco Mundial, que in- de qualidade de vida e mecanismos de
cluem ações como consulta às comunidades e às pessoas afetadas; disponibiliza- inclusão social.
ção de canal de comunicação para reclamações e busca de soluções com relação
à compensação e ao deslocamento; realização de censo socioeconômico para
identificar as pessoas a serem desalojadas pelo projeto; e participação informada
das comunidades em todas as etapas.

86 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Nossa expectativa é de que esse termo são identificadas famílias em situação de Fechamento de mina
de reassentamento apoie a implantação vulnerabilidade social. Nesses casos, o
dos nossos projetos, apontando caminhos processo de aquisição de patrimônio passa A Vale estabelece diretrizes corporativas no
possíveis de desenvolvimento sustentável, a ser acompanhado pela Fundação Vale, seu Guia de Fechamento de Mina para orientar
economicamente viável e socialmente justo que orienta equipes de campo e apoia os profissionais das unidades operacionais no
das comunidades afetadas. na possível necessidade de flexibilização processo de encerramento das atividades. Em
das condições de negociação. Em casos 2009, como resultado das discussões iniciadas
Em Minas Gerais, em 2009, 17 domicílios específicos poderão ser necessários em 2008 no grupo de trabalho que envolve
foram deslocados em função da implantação assistência e acompanhamento social, além as diferentes áreas da empresa, foi revisado
de projetos (Mina do Baú e Apolo) ou do de disponibilização de infraestrutura. o protocolo para a elaboração de planos de
impacto em áreas próximas às atividades fechamento de mina. Dando continuidade
operacionais em Itabira. Os reassentamentos O foco é evitar situações de conflito entre ao processo de aprimoramento da gestão do
foram realizados por meio de processos de as partes envolvidas, respeitar a legislação tema, o novo protocolo garante que todos os
indenização e indenização assistida, conforme local, os procedimentos propostos pela planos de fechamento de mina considerem
o acordo estabelecido entre as partes. Esse International Finance Corporation (IFC) e os aspectos sociais e econômicos, além dos
processo foi resultado das reuniões de garantir que o processo negocial seja justo e aspectos ambientais, relacionados ao término
Diálogo Social realizadas na comunidade. viabilize as mesmas ou melhores condições das operações.
de vida para as comunidades locais. Quanto às
Já no Peru, o Estudo de Impacto Ambiental comunidades indígenas, no Brasil, a legislação Em 2010, esse protocolo será avaliado por
do Projeto Bayóvar indicou a necessidade de não permite atividades de mineração em meio de sua aplicação em projetos piloto
remoção de três famílias, cuja atividade principal terras indígenas, o que impossibilita qualquer nas áreas de minério de ferro e de bauxita.
é a criação de gado. Foram construídas novas processo de aquisição de propriedade, bem O objetivo dessa iniciativa é realizar, nos
moradias para as famílias reassentadas. como a atividade de mineração, mesmo que próximos anos, a atualização dos planos
em parceria com essas comunidades. de fechamento de todas as unidades
O maior processo de reassentamento ocorreu mineradoras da Vale.
em Moçambique, na área próxima ao projeto Na Austrália e em operações da Vale Inco,
de carvão Moatize. Até o fim de 2009, 217 o processo de identificação e aquisição de Adicionalmente, para atender aos requisitos
famílias haviam sido deslocadas, sendo 203 propriedades se assemelha ao brasileiro definidos pela bolsa de valores dos EUA (SEC
por reassentamento sem indenização (com no que tange, por exemplo, a planos de – Securities and Exchange Commission), a
o acompanhamento de todo o processo comunicação, avaliação de propriedade, Vale realiza provisões para desmobilização
de transição) e 14 famílias optaram pela envolvimento do setor jurídico da Vale, de ativos dos empreendimentos mineiros
indenização, conforme acordo estabelecido análise da vulnerabilidade social, estudos da empresa. Os valores estimados para
entre as partes. Os compromissos assumidos socioeconômicos e registros de propriedade. provisão são revisados anualmente e
pela Vale na implantação da infraestrutura de Apesar da semelhança no processo, cada apresentados nas demonstrações contábeis.
suporte às famílias reassentadas envolvem região segue suas diretrizes, alinhandas com Em 2009, foi estimado US$ 1,12 bilhão para
a concepção do projeto urbanístico e as especificidades das legislações locais, desmobilização de ativos na Vale.
a construção de novas moradias, de inclusive nos casos em que envolvem
equipamentos sociais e de serviços, como povos indígenas.
escolas, postos de saúde, posto policial, entre
outros (leia mais no case da pág. 86). No Canadá, há diferentes processos
específicos para a identificação de
Aquisição de propriedade comunidades aborígenes que possam
ser afetadas pelas atividades da Vale Inco.
Nas unidades próprias da Vale no Brasil, A empresa trabalha diretamente com os
o processo de aquisição de propriedade representantes dessas comunidades para
respeita um procedimento formal e mitigar os possíveis impactos.
normativo, definido pela equipe de
patrimônio. Também são envolvidas a As operações da Vale Manganèse France e
Fundação Vale e as áreas de Comunicação da Vale Manganese Norway estão localizadas
Regional, Saúde e Segurança Ocupacional dentro de áreas industriais e, por esse
e Empresarial e Meio Ambiente. Os motivo, não possuem processo de aquisição
processos visam garantir que todas as de propriedades.
informações necessárias para a identificação
e os direitos usuais sejam respeitadas. Por
meio de levantamento socioeconômico,

87
catalisador do desenvolvimento local

Cadeia de Valor

Incentivo às
compras locais
Para dinamizar a economia nas regiões onde
atuamos, estimulamos a contratação de
fornecedores locais, além de promovermos o
desenvolvimento da nossa cadeia produtiva

FORNECEDORES às normas e aos contratos; transparência;


ética nas relações comerciais; saúde e
Para atender ao nosso compromisso segurança no trabalho; direitos humanos;
de construir um modelo de negócio meio ambiente, entre outros. Salientamos
sustentável e contribuir para uma sociedade também a importância de nossos fornecedores
mais justa, ambientalmente equilibrada e denunciarem práticas questionáveis do ponto
economicamente próspera, sabemos que é de vista ético, como situações de abuso de
essencial influenciar positiva e proativamente poder, fraude, apropriação indevida, suborno,
cada parceiro e demais envolvidos em nossa entre outras que estejam em desacordo com
cadeia produtiva. Por isso, lançamos em 2009 o os valores e as políticas da Vale. Para isso,
Código de Conduta do Fornecedor (disponível disponibilizamos um Canal de Denúncia,
em www.vale.com), que define a visão da Vale descrito no nosso site (www.vale.com).
sobre conduta ética nas relações comerciais
com as empresas que nos fornecem serviços Crescendo com a cadeia produtiva
e produtos. Da mesma forma, esperamos que
nossos fornecedores estendam esses critérios Lançado em 2008, o Programa Inove
internamente em suas empresas e para os busca promover o desenvolvimento dos
fornecedores por eles contratados. fornecedores regionais, principalmente
pequenos e médios, por meio do
Estimulamos nossos fornecedores a conhecer fortalecimento das relações com as entidades
e atuar com base em pactos, acordos, tratados de classe e os órgãos de governos. Além
e convenções internacionais, tais como: a disso, visa à capacitação, ao aumento da
Declaração Universal dos Direitos Humanos competitividade e ao incentivo à realização
da Organização das Nações Unidas (ONU), a de negócios, tornando os fornecedores mais
Agenda 21, o Pacto do Milênio, o Conselho preparados para atender às exigências do
Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na mercado. Até o fim de 2009, disponibilizamos
sigla em inglês), bem como documentos da cerca de US$ 48,8 milhões em crédito,
Organização Internacional do Trabalho (OIT). beneficiando 169 empresas fornecedoras em
sete estados do Brasil.
Dentre as questões abordadas no nosso
Código de Conduta do Fornecedor,
destacamos o atendimento à legislação,

88 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Brasil
Educação A distância

CASE
Em 2009, a plataforma de Educação a Distância
do Inove teve mais de 1.300 inscritos e contou Práticas premiadas
com a participação de cerca de 400 empresas nos
21 cursos desenvolvidos pela Valer – Educação Pelo segundo ano consecutivo, a Vale promoveu o Prêmio Fornecedores,
Vale, chamados Trilha Inove. O objetivo dos cursos como forma de estimular a busca pela excelência na qualidade de materiais e
é aumentar a competitividade dos pequenos e na prestação de serviços. A seleção foi feita a partir do Índice de Desempenho
médios fornecedores por meio da geração de de Fornecedores (IDF) e correspondeu ao período de setembro de 2008 a
conhecimento. Hoje, além da Trilha Inove para o novembro de 2009. O IDF é uma ferramenta que procura qualificar o nível de
desenvolvimento de fornecedores, com conteúdo serviços e de materiais fornecidos, além de incentivar o desenvolvimento e a
voltado à gestão empresarial, contamos também inovação dos parceiros em todo o Brasil.
com mais 37 cursos desenvolvidos em parceria
inédita com a Consist, representante oficial da A premiação, dividida em cinco edições (quatro regionais e uma nacional), con-
Harvard Business Publishing no Brasil, e já temos tou com a participação de 5.874 empresas. Dezesseis fornecedores foram pre-
mais de 20 estados participantes (leia mais no miados nas categorias Melhor Fornecedor Regional – Serviços, Melhor Fornecedor
case ao lado). Nacional – Material e Melhor Fornecedor Nacional – Serviço, todos divididos pelo
porte do contrato: pequeno, médio e grande. Também foram premiados os for-
INOVE PELO BRASIL E PELO MUNDO necedores nas categorias Destaque Saúde e Segurança, Destaque PDF (Progra-
ma de Desenvolvimento de Fornecedores), Destaque Meio Ambiente e Destaque
Entre as ações de promoção do Programa Educação. Este último é um reconhecimento às empresas que mais investiram
Inove, incluiu-se a divulgação em veículos na capacitação de seus empregados por meio das iniciativas de educação ofe-
de comunicação, internos e externos, além recidas pelo Programa Inove de Desenvolvimento de Fornecedores.
da realização de diferentes eventos. Destes,
ressaltamos o Dia do Fornecedor, iniciativa que Na cerimônia de premiação, realizada em dezembro de 2009, no Rio de Janeiro, a
reuniu aproximadamente 800 pessoas, entre Vale anunciou duas novidades: um pacote de cursos em parceria com a Consist,
fornecedores e empregados, nos estados de representante da Harvard Business Publishing no Brasil, e o Kit do Fornecedor.
Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Pará e Rio
de Janeiro. No evento foram discutidos temas A parceria com a Consist permite a realização de cursos online voltados
como Saúde e Segurança, Índice de Desempenho para liderança, gestão de negócios e desenvolvimento pessoal, todos
do Fornecedor (IDF) – ferramenta que avalia desenvolvidos pela Harvard Business Publishing. Com isso, a Vale pretende
serviços e produtos –, novas oportunidades de compartilhar ainda mais conhecimento com seus fornecedores regionais. Ao
negócio, ética e sustentabilidade, entre outros. Foi término da aprendizagem, os participantes receberão um certificado emitido
nessa ocasião que lançamos o nosso Código de pelo Programa Inove e pela Consist.
Conduta do Fornecedor.
Já o Kit do Fornecedor é uma iniciativa que facilita a adequação de fornece-
Outro evento do Inove que merece destaque dores às exigências de segurança da Vale. Através de acordos fechados com
é o workshop de internacionalização realizado seguradoras e empresas de equipamentos de proteção individual, o kit possi-
em dezembro de 2009, em Minas Gerais, bilita aos pequenos e médios fornecedores acesso a condições otimizadas de
com gerentes de projetos da Vale em Omã, fornecimento, como escala, logística e preços, resultando na redução subs-
Moçambique, Peru e Colômbia. Essa iniciativa tancial de custos para os fornecedores.
apresentou novas oportunidades de negócios e
contribuiu para a possível expansão internacional
dos fornecedores locais.

Em 2009, o Inove também deu continuidade ao


plano de diagnósticos regionais, para aprofundar
o nosso conhecimento das condições de oferta
e demanda de produtos e serviços nas nossas
áreas de atuação. A partir desse levantamento,
identificamos lacunas, gargalos e, principalmente,
as vocações locais a fim de aproveitarmos as
oportunidades e alavancarmos novos negócios
com fornecedores locais. Além da atualização dos
dados referentes ao Pará, estado onde foi realizado
o diagnóstico piloto em 2008, a análise foi feita
também nos estados de Minas Gerais e Maranhão.

89
catalisador do desenvolvimento local

Percentual de compras locais em termos Compras locais


de valores monetários – Resultados globais
Mesmo diante de um cenário de crise,
mantivemos o nosso compromisso e as
nossas ações voltadas à contratação de
85% fornecedores locais por ser esta uma medida
75% 71% importante para dinamizar a economia nas
52% regiões remotas onde atuamos, conforme
46% 43%
 ercentual médio de
P podemos observar no gráfico ao lado.
compras no país

 ercentual médio de
P A Vale reforça sua estratégia de
compras no estado/região
desenvolvimento e qualificação das
2007 2008 2009
empresas locais por meio de programas
como o Inove e da participação nos
Programas de Desenvolvimento de
Fornecedores Regionais (PDF), visando gerar
impactos positivos no médio e no longo
Percentual de compras locais em termos prazo. Atuamos também como empresa-
de valores monetários – Brasil -âncora do setor de mineração no Brasil no
Programa Tear – Tecendo Redes Sustentáveis,
que representa uma iniciativa bem-sucedida
93% de articulação entre diversos atores sociais,
87% 84% resultado de um convênio entre o Instituto
Ethos de Responsabilidade Social e o Fundo
53%  ercentual médio de
P
49% 44% compras realizadas Multilateral de Investimentos do Banco
no Brasil* Interamericano de Desenvolvimento (BID).
 ercentual médio de
P
compras realizadas
Melhoria contínua
nos principais estados**
2007 2008 2009
No Brasil, realizamos a gestão do
relacionamento com os nossos fornecedores
*Em 2007, o percentual das compras realizadas no Brasil considerava apenas as
unidades próprias. A partir de 2008, os dados das controladas foram incorporados. por meio de três etapas: qualificação com
**O percentual médio de compras realizadas nos estados considera as compras base nos nossos valores, avaliação de
realizadas por nossas principais operações localizadas no Espírito Santo, no
Maranhão, em Minas Gerais e no Pará – Brasil. desempenho e desenvolvimento. Essas
ações visam contribuir para a melhoria
contínua da nossa cadeia produtiva.

Todos os nossos fornecedores passam por


processos de seleção e cadastro pautados
Percentual de compras locais em termos pelo atendimento de critérios de naturezas
de valores monetários – outros países 2009 jurídica, fiscal, tributária, de saúde, segurança
e meio ambiente. Nosso cadastro é
frequentemente atualizado, com verificação
regular do cumprimento dessas exigências.
78% 78%
Além disso, todos os fornecedores são
53% monitorados, no Brasil, pela checagem
48% 46%  ercentual MÉDIO de
P periódica da lista do Ministério do Trabalho e
compras no país
Emprego que relaciona empresas envolvidas
 ercentual médio de
P
16% compras realizadas
com trabalho escravo, entre outras questões
nas principais legais (leia mais no capítulo de Direitos
províncias/estados
Humanos, nas págs. 115 e 116).
Austrália Canadá Indonésia

90 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

No processo de fechamento de contratos, Após a avaliação e a classificação, Para o segmento de transporte de


também verificamos se as empresas com as elaboramos planos de ação para aqueles passageiros no Brasil, realizamos pesquisas
quais mantemos negócios têm pendências fornecedores com desempenho menor do de satisfação de 2006 a 2009 nas Estradas de
no Instituto Nacional do Seguro Social que 50%, e as empresas mais bem avaliadas Ferro Vitória a Minas e Carajás. Além disso,
(INSS) e no Fundo de Garantia do Tempo são reconhecidas por meio do Prêmio disponibilizamos formulários de pesquisa de
de Serviço (FGTS), entre outras. Caso sejam Fornecedores (leia mais na pág. 89). satisfação e centrais de relacionamento para
constatas irregularidades e as empresas não que os nossos clientes possam expressar
se dispuserem a solucioná-las, estas poderão CLIENTES suas opiniões.
ser desligadas da nossa base.
Comunicação de valores De forma proativa, procuramos antecipar
Nova categoria no IDF e atender as tendências legislativas ou
Buscamos soluções que atendam às normativas de comunicação para dar
O Índice de Desempenho do Fornecedor necessidades de nossos clientes e de seus transparência e segurança jurídica às
(IDF) é a ferramenta que utilizamos para negócios, investindo na qualidade dos nossos operações e aos negócios, com a eficiência
avaliar todos os fornecedores de materiais, produtos e também no fortalecimento do que um mercado competitivo exige.
independentemente do valor do contrato, relacionamento de longo prazo.
e de serviços com contratos acima de US$ Além de cumprir a legislação e as
270 mil. Dentre outros objetivos, o IDF Os negócios da Vale são realizados, determinações dos órgãos reguladores
busca fornecer subsídios para a renovação predominantemente, com outras onde quer que atuemos, nossa estratégia de
do nosso cadastro, estabelecer um ranking empresas (business to business), e não comunicação está alinhada à nossa Missão,
de nossos parceiros e assegurar mais com consumidores finais (business to Visão e Valores e respeita nosso Código de
transparência com o mercado. Além disso, consumer). Desse modo, a nossa estratégia Conduta Ética.
busca incentivar o desenvolvimento e a de comunicação prioriza ações específicas
inovação dos nossos parceiros em todo o voltadas às empresas clientes. Em 2009, não registramos casos de não
Brasil. Em 2009, criamos uma nova categoria conformidade ou multas relacionados
no IDF: o Destaque Educação, destinado às As ações voltadas aos diferentes elos da a patrocínio, publicidade e promoção,
empresas que mais investiram na capacitação cadeia de valor, como fornecedores e demais tampouco casos relativos a fornecimento e
de seus funcionários durante o ano por meio parceiros, seguem a mesma linha e acontecem uso de produtos e serviços1.
das iniciativas de Educação a Distância do por meio de eventos como visitas técnicas,
Programa Inove. reuniões, feiras de negócios, exposições, As ações de comunicação institucional da
pesquisas de satisfação periódicas e outros. Vale têm como objetivo central fortalecer
Ao adotar esses mecanismos de nossa missão de transformar recursos
monitoramento, contribuímos para elevar os O contato permanente com nossos minerais em riqueza e desenvolvimento
padrões de gestão da nossa cadeia produtiva. clientes nos permite monitorar e avaliar sua sustentável.
Esse é um compromisso que já colocamos percepção sobre a qualidade de nossos
em prática e que pretendemos ampliar com a produtos e serviços e a assistência técnica Segurança de produtos e
criação do nosso Código de Ética. fornecida. As diferentes ferramentas também serviços
nos ajudam a identificar oportunidades de
Pelo IDF Serviços, os gestores da Vale dos melhoria de nossos produtos e serviços Gerenciamos os riscos em todas as etapas
contratos avaliam, trimestralmente, as e a monitorar o atendimento à norma do processo de extração mineral, dando
dimensões: Técnico-operacional (43,5%), internacional de qualidade ISO 9001 para especial atenção às etapas de extração/
Saúde e Segurança (20,5%), Meio Ambiente as unidades certificadas. Para atender às beneficiamento e distribuição. Esses
(18%), além de Obrigações Trabalhistas, especificidades e às características de cada procedimentos estão claramente definidos
Cíveis e Tributárias (18%). Os resultados são segmento de mercado, a metodologia, a na Instrução para Análise e Gerenciamento
informados por meio de um portal para periodicidade e a abrangência dessas práticas de Riscos de Saúde, Segurança e Meio
comunicação com os fornecedores. Já variam entre as nossas áreas de negócios. Ambiente (INS-0037).
pelo IDF Materiais, geramos informações
mensais sobre a base de fornecedores a Para o segmento de logística de carga geral,
partir de avaliações quanto aos seguintes realizamos avaliação com o objetivo de
1 Os processos são considerados relevantes com base nos
critérios: Pontualidade (50%), Conformidade monitorar a qualidade e o desempenho dos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos
(40%) e Competitividade (10%). Pelo portal, nossos serviços. Desde 2006, essas ações de indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema
de interesse da empresa ou de repercussão no público em
informamos os resultados. orientam a nossa busca pela excelência geral, independentemente de valor.
operacional.

91
catalisador do desenvolvimento local

Implementamos Em 2009, avançamos no cumprimento da 08 – Controle Operacional) e da Instrução de


Regulamentação Europeia associada ao Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde,
práticas, como
Registro, Avaliação, Autorização e Restrição Segurança e Meio Ambiente, reforçando
de melhorias na de Produtos Químicos (Reach, na sigla em a gestão de risco em todas as etapas do
ecoeficiência dos inglês). Como resultado da nossa participação ciclo de vida de nossos produtos e serviços.
nos consórcios do Reach, obtivemos e Além disso, procuramos identificar os riscos
precessos atualizamos dados científicos relacionados por meio de rotulagem com diagrama de
aos produtos e aos subprodutos do níquel, Hommel (simbologia que identifica perigos e
bem como a pelota de ferro, alumínio, cobalto riscos) para todos os produtos perigosos que
e metais preciosos. Essas novas informações circulam na Vale.
nos possibilitaram aprimorar a gestão de
risco dessas substâncias nas nossas unidades Os serviços de logística associados ao
operacionais. Ao mesmo tempo, essa iniciativa transporte de produtos perigosos conduzem
propiciará uma comunicação mais efetiva dos análise dos riscos à saúde e à segurança e
riscos aos nossos clientes, possibilitando-lhes ao meio ambiente durante todo o seu ciclo
um gerenciamento mais eficaz. de operação, assegurando o gerenciamento
da manutenção e do uso dos veículos, bem
Também passamos a exigir de nossos como da qualificação do pessoal envolvido.
fornecedores de produtos químicos o envio
das fichas de informações de segurança Princípios da prevenção
e emergência, bem como o atendimento
ao Reach, quando aplicável. Dessa forma, As áreas de negócio da Vale adotam os
conseguimos ter um melhor conhecimento princípios da prevenção da poluição
e entendimento dos riscos envolvidos no nos processos operacionais por meio da
manuseio, na transferência, no uso e na implantação de uma estratégia integrada
disposição das suas matérias-primas e dos que considera as variáveis tecnológicas,
insumos. Planejamos, em 2010, registrar a maior produtivas e de qualidade ambiental,
parte de suas substâncias químicas de acordo segurança e saúde ocupacional.
com as normas do Reach, sendo prevista a
conclusão do processo em junho de 2018. Por meio da elaboração de fluxogramas de
processo, as operações conduzem balanços
Nas unidades da Vale no Brasil, iniciamos de massa e energia que possibilitam a
o processo de implantação do Sistema identificação dos aspectos ambientais mais
de Gerenciamento de Saúde e Segurança significativos envolvidos e a quantificação
(Requisitos Sistêmicos RS 03 – Análise e das perdas através da geração de resíduos,
Gerenciamento de Riscos e Mudança e RS efluentes e emissões atmosféricas.

Com essa abordagem, já realizamos mudanças


nas matérias-primas e nos insumos utilizados,
Processo Prática implantada Ganhos ambientais alteramos os processos tecnológicos e
implementamos boas práticas de fabricação,
• Redução das emissões de flúor e material além de propor ações de controle e de
Alumínio Mudança no particulado
processo produtivo melhorias na ecoeficiência dos processos.
• Redução do consumo de água
O quadro ao lado resume alguns exemplos
Otimização da rota dessas práticas.
Manganês de transporte dos • Redução das emissões de CO2
produtos acabados
O aumento da recirculação de água,
Utilização de
Cobre caminhões • Redução das emissões de material particulado com a consequente minimização do
cobertos com lona consumo, nas usinas de pelotização e o
Aplicação de uso de equipamentos de alta eficiência
polímero nos energética (motores e bombas) nas usinas de
Ferrovia vagões e otimização • Redução das emissões de material particulado beneficiamento são exemplos de programas
do procedimento
de carga de ecoeficiência.

92 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


desenvolvimento local cadeia de valor

Em relação a controle e redução da Rotulagem nos estudos científicos a serem


toxicidade dos insumos produtivos, a Vale, conduzidos no âmbito do consórcio.
em conformidade com a legislação, não A Convenção 170 da Conferência Geral Alinhado ao Reach, as fichas de
utiliza substâncias classificadas como organo- da Organização Internacional do Trabalho emergência dos nossos produtos já
persistentes ou que possuam benzeno (OIT) estabelece que os procedimentos consideram os requisitos do Globally
em sua composição. Ao mesmo tempo, de rotulagem sejam obrigatórios apenas Harmonized System (GHS).
possuímos diretrizes vedando o uso de outras para produtos químicos perigosos.
cujos testes de toxicidade aguda e crônica Como a maioria dos produtos da Vale Alguns dos compostos do níquel já
superem os valores por ela especificados. não é classificada como perigosa, estão sujeitos ao requerimento de
procedimentos de rotulagem não são, em classificação e rotulagem, os quais são
A Vale trabalha no aprimoramento da geral, necessários. atendidos pela Vale Inco. As informações
gestão de produtos. Análises de ciclo de sobre origem de componentes,
vida estão sendo realizadas para o níquel No entanto, a Vale possui a ficha de conteúdo, uso seguro e disposição do
e o manganês, em cooperação com as emergência dos seus produtos, nas produto são passadas aos clientes. A
associações minerais correspondentes, a quais estão definidas as propriedades Vale Inco conduz estudos específicos
saber, o Instituto do Níquel e o Instituto do físico-químicas, os cuidados durante direcionados à avaliação toxicológica
Manganês. Adicionalmente, planejamos o manuseio e uso, as medidas de e ecotoxicológica dos seus produtos
para 2010 a análise do ciclo de vida controle dos riscos envolvidos, além dos à base de níquel, por meio dos quais
do minério de ferro (pelotas). Níquel, procedimentos em caso de emergência. identifica os principais perigos, as rotas
manganês, minério de ferro (pelotas), cobre de exposição, mede e monitora os
e alumínio são produtos que precisam O processo de registro do Reach níveis de exposição e propõe ações
passar pelo processo regulatório europeu subsidiará possíveis melhorias no preventivas apropriadas, de forma a
do Reach (Registro, Avaliação, Autorização processo descrito acima, especialmente manter os riscos em níveis aceitáveis.
e Restrição a Produtos Químicos). A Vale
trabalha ainda na frente de inovação
tecnológica buscando alternativas para a
redução dos resíduos minerais e industriais,
com estudos para utilização dos finos de
minérios das barragens, uso de resíduos do
processamento de alumina na construção
civil, uso de energias mais limpas e
eficientes em processos de pelotização e
logística, entre outras iniciativas.

Trabalhamos no aprimoramento da
gestão dos nossos produtos.

93
Agente global
de sustentabilidade
Cientes da importância de equilibrar os aspectos
sociais, ambientais e econômicos dos nossos
negócios, procuramos manter uma visão global
de sustentabilidade alinhada com padrões de
desempenho internacionais. Queremos gerar
valor de longo prazo a todas as nossas partes
interessadas e garantir a adaptação e o respeito
às culturas e às realidades locais.

94 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


NEWFOUNDLAND e labrador
CANADÁ
Nossas ações são planejadas em
conjunto com as comunidades das
áreas em que atuamos, combinando,
por exemplo, as passagens do
nosso navio de acordo com a rotina
dos aborígenes do Canadá. Com
essa iniciativa, agimos de modo a
respeitar as culturas locais.

95
agente global de sustentabilidade

mudanças climáticas

Liderança a
favor do clima Em 2009, a Vale intensificou sua
atuação em relação ao compromisso de
contribuir globalmente para lidar com o
Com ações e investimentos, fortalecemos o desafio das mudanças climáticas e suas
consequências. Buscamos uma maior
compromisso de atuar ativamente diante
aproximação com os diversos públicos e
dos desafios das mudanças climáticas, a nos posicionamos mais fortemente em
partir das prioridades definidas nos pilares relação ao tema, inclusive coordenando
ações em conjunto com organizações
do Programa Carbono Vale setoriais, outras empresas e governos.

No dia a dia de suas atividades, a Vale atua ações de eficiência energética, incluindo uso
de acordo com as Diretrizes Corporativas e desenvolvimento de tecnologias baseadas
sobre Mudanças Climáticas e Carbono, em energias renováveis; e iniciativas para
instituídas em 2008. Em 2009, continuamos a redução do consumo de água e de outros
desenvolver ações pautadas nos cinco pilares recursos naturais estratégicos nos países onde
do Programa Carbono Vale, parte integrante estamos presentes. Os esforços de nossos
dessas diretrizes. A meta do programa é empregados, aliados à busca de parcerias e
alcançar padrões de excelência em relação à aos investimentos contínuos em tecnologias
gestão de emissões de gases de efeito estufa inovadoras e em ações de conscientização,
(GEE) até 2012. contribuem para as iniciativas existentes de
redução de emissões de GEE.
Entre as diversas medidas que
empreendemos para contribuir no Em 2009, a Vale liderou o lançamento da
contexto das mudanças climáticas e de “Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças
suas consequências estão: investimentos na Climáticas”, em conjunto com o Instituto
proteção de florestas e outros ecossistemas; Ethos e o Fórum Amazônia Sustentável.
A carta apresentou os compromissos
voluntários de 30 grandes empresas
brasileiras no que tange a contribuir para os
Pilares do Programa Carbono Vale esforços globais de redução dos impactos
1 – Avaliação estratégica do impacto da mudança do clima nos negócios e na capacitação da das mudanças climáticas. Leia mais sobre essa
empresa para atuar no novo ambiente competitivo iniciativa, que está relacionada ao quarto pilar
2 – Suporte e indução de iniciativas de redução de emissões e sequestro de dióxido de carbono do Programa Carbono Vale, no case ao lado.

3 – Cooperação e parcerias para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e para a


implementação de ações de mitigação e adaptação nos territórios em que atuamos Em uma ação de cooperação para pesquisa
4 – Engajamento com governos e setores produtivos para monitoramento e contribuição na e desenvolvimento de tecnologias limpas e
elaboração de marcos regulatórios necessários para o enfrentamento das mudanças climáticas energias renováveis, em 2007 Vale se associou
5 – Transparência e aprimoramento contínuos ao BNDES1 e à Sygma Tecnologia para a
criação da Vale Soluções em Energia (VSE).

1 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

96 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

A VSE atua essencialmente na pesquisa e no


desenvolvimento de sistemas integrados
para geração distribuída de energia, nas
áreas de gaseificação, turbinas a gás e a
vapor e motores de combustão, incluindo
multicombustíveis. Seu foco é promover
a criação de tecnologias limpas e energias
renováveis.

Diagnósticos e Iniciativas

A Vale realiza o diagnóstico de seu


desempenho em mudanças climáticas por Os cinco pilares do Programa Carbono Vale
meio do acompanhamento dos indicadores orientam nossas ações para contribuirmos no
contexto das mudanças climáticas.
estabelecidos pela Global Reporting Initiative
(GRI) e de indicadores de intensidade de
emissões por receita e por produção.

Brasil
CASE

Em 2009, de acordo com o Carbon Disclosure


Project (CDP), a Vale continuou registrando
a menor intensidade de emissão por receita
entre as grandes mineradoras, com 522
Compromisso conjunto
toneladas de CO2 equivalente/US$ milhão A Vale, com o apoio do Instituto Ethos e do Fórum Amazônia Sustentável, li-
de receita. Leia mais informações no quadro derou o lançamento da “Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas”. O
Posição consolidada entre os líderes. documento é um marco na posição do setor produtivo rumo à economia de
baixo carbono. Pela primeira vez, um grupo de empresas com grande relevân-
Em alinhamento com o primeiro pilar cia na economia nacional se une em torno do assunto e assume compromissos
do Programa Carbono Vale, realizamos concretos e conjuntos para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
anualmente a mensuração das nossas Até o fim de 2009, cerca de 30 empresas já haviam assinado o documento.
emissões diretas e indiretas de gases de efeito
estufa. A cada ano introduzimos melhorias Lançada durante o seminário “Brasil e as Mudanças Climáticas”, que reuniu em-
no inventário, destacando-se, em 2009, o presas, governo e sociedade civil, em agosto de 2009, a carta especifica cinco
início de uma abordagem progressiva para a compromissos voluntários assumidos pelas corporações signatárias, tais como
implantação da quantificação das emissões elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa e engajamento
indiretas de escopo 3, conforme informado perante o governo, a sociedade civil e nossos setores de atuação para a contri-
na pág.100. buição na discussão sobre os marcos regulatórios no tema. Além disso, propôs
sugestões de debate para a participação do governo brasileiro na 15ª Confe-
O inventário de emissões da Vale é submetido rência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
anualmente a uma verificação externa, (COP 15), realizada em dezembro, e ideias para contribuir para a formulação do
de acordo com as diretrizes definidas no marco regulatório brasileiro de gestão da mudança do clima.
“Greenhouse Gas (GHG) Protocol: A Corporate
Accounting and Reporting Standard A carta foi reconhecida como uma das importantes iniciativas em torno do
– Revised Edition”, do World Resources tema, sendo nominalmente citada pelo Fórum das Nações Unidas de Mudan-
ças Climáticas (United Nations Leadership Forum on Climate Change), que
aconteceu em 22 de setembro, em Nova York, nos EUA.

97
agente global de sustentabilidade

Posição consolidada entre os líderes


além de outras oportunidades relativas ao uso
Em 2009, a Vale manteve sua posição como empresa latino-americana de energias renováveis apontadas pela equipe
mais bem posicionada no índice que avalia o grau de transparência das de desenvolvimento de novos negócios
informações sobre mudanças climáticas, de acordo com o relatório global da VSE (descrição detalhada dos projetos
do Carbon Disclosure Project (CDP). A Vale obteve 74 pontos, em uma escala implementados e em andamento na pág. 102).
de 0 a 100, na avaliação de transparência do CDP (CDLI – Carbon Disclosure
Leadership Index), ficando bem acima da média de 59 pontos do Setor Demos continuidade à nossa participação
de Materiais, que considera empresas de mineração, siderurgia, química, nas discussões, no Brasil, sobre marcos
manufatura e papel e celulose. regulatórios e desenvolvimento dos
mercados de carbono, com entidades
Divulgado em setembro, o ranking mostra a Vale em segundo lugar entre como o Conselho Empresarial Brasileiro
as empresas dos países que não fazem parte do Anexo 1 (aqueles que têm para o Desenvolvimento Sustentável
obrigações com metas de redução no Protocolo de Quioto), atrás apenas da (CEBDS) e o Instituto Ethos de Empresas e
sul-coreana Samsung Electronics. Responsabilidade Social, bem como com
instituições setoriais, a exemplo da Federação
O chamado relatório Global 500 é produzido anualmente pelo CDP, que das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
representa um grupo de 475 grandes investidores, cujos ativos somam US$ e da Confederação Nacional da Indústria
55 trilhões. A ONG envia questionários a mais de 3.700 grandes empresas (CNI). Também integramos fóruns públicos,
solicitando informações sobre suas emissões de gases do efeito estufa (GEE), como o Fórum Amazônia Sustentável e o
potenciais riscos e oportunidades relacionadas a mudanças climáticas e suas Fórum Econômico Mundial. No Canadá, a
estratégias para gestão associada. As respostas são totalmente voluntárias. Vale Inco tem participado das consultas ao
setor privado sobre o regime regulatório de
No relatório do Goldman Sachs focado em mudanças climáticas1, publicado mudanças climáticas desenvolvido pelas
em maio de 2009, a Vale foi líder no ranking que combina a avaliação da províncias e pelo Governo Federal.
performance na gestão das mudanças climáticas e a previsão de retorno sobre
investimento, dentro da categoria Abatement Leaders (líderes em redução). Emissões consolidadas
O banco de investimentos considerou no documento que a empresa gerencia de Gases de Efeito Estufa
suas emissões de forma mais efetiva que seus pares. Foram analisados
relatórios públicos de cerca de 800 companhias globais, divididas em 24 Como nos anos anteriores, o inventário de
setores, com valor de mercado equivalente a cerca de 90% do índice MSCI Gases de Efeito Estufa da Vale de 2009 seguiu
World, composto por ações de empresas de 48 países. as diretrizes definidas no Greenhouse Gas
Protocol2 e metodologias de cálculo e fatores
1 GS Sustain – Change is coming: a framework for climate change – a defining issue of the 21st century. de emissão do IPCC e dos guias de orientação
dos governos nacionais dos locais onde
operamos3.

Para a elaboração do inventário foram


Institute (WRI) e do World Business Council for questionário do Carbon Disclosure Project considerados os gases de efeito estufa
Sustainable Development (WBCSD). (CDP). significativos em termos de emissões
absolutas (toneladas/ano) para o conjunto
A partir das informações de nosso inventário de Ao longo de 2009, a Vale promoveu uma
emissões, buscamos desenvolver ações, tanto ampla discussão estratégica com base
2 A Corporate Accounting and Reporting Standard – Revised
de longo prazo como de aplicação imediata, em cenários regulatórios e de mercado, Edition do World Resources Institute (WRI) e World Business
que fortalecem nossa estratégia de aumento de visando identificar os potenciais desafios e Council for Sustainable Development (WBCSD).

eficiência energética e redução de consumo de oportunidades provenientes das mudanças 3 IPCC 2006 Guidelines for National Greenhouse Gas Invento-
energia e de emissões de GEE. climáticas para cada área de negócio ries (GNGGI). Para algumas unidades de negócio internacio-
nais, a Vale buscou utilizar as seguintes metodologias basea-
da empresa. Esse projeto envolveu os das em legislação nacional: o “Metal Mining – Greenhouse Gas
Quantification Guidance”, do Canadá; o “National Greenhouse
Em relação ao princípio da transparência, departamentos de alumínio, carvão, cobre, Accounts (NGA) Factors”, da Austrália; o “U.S. Inventory of
preconizado no quinto pilar do Programa energia, minério de ferro, participações em Greenhouse Gas Emissions and Sinks 1990-2004 (EPA 2006)”,
dos Estados Unidos; o “The Norwegian Emission Inventory
Carbono Vale, divulgamos anualmente siderurgia e níquel, entre outros. 2008 – Documentation of methodologies for estimating
emissions of greenhouse gases and long-range transboun-
informações sobre as emissões de GEE, assim dary air pollutants”, da Noruega; e o “National Greenhouse
como sobre as políticas e as estratégias da Ampliamos também o portfólio de projetos Gas Inventory Report of Japan, Ministry of the Environment,
Japan Greenhouse Gas Inventory Office of Japan (GIO), CGER,
Vale em relação ao tema. Essa divulgação é de redução de emissões e sequestro NIES”, do Japão.
feita neste relatório de sustentabilidade, em de carbono. Esse portfólio contém
relatórios regionais publicados no Canadá e um conjunto de potenciais projetos já
na Austrália e através da nossa resposta ao identificados nas unidades operacionais,

98 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

de atividades conduzidas pela empresa4 em alumínio na Valesul, em abril de 2009, quando a


100% das unidades incluídas no limite deste unidade passou a produzir tarugos por extrusão a
relatório. Não foram consideradas nesse partir de lingotes de alumínio e sucata.
inventário as emissões associadas a empresas
nas quais a Vale detém participação acionária, Cabe destacar que, em alinhamento com o
mas não detém o controle operacional. protocolo de cálculo da Austrália, a Vale deduz
de suas emissões a venda do gás natural
Incluímos no inventário, como Escopo (essencialmente metano) liberado na mina de
1, as emissões de fontes diretas de GEE, carvão subterrânea de Integra, o qual é vendido
provenientes da queima de combustíveis para geração de energia elétrica. Essa dedução
não renováveis, dos processos de produção representou uma redução de cerca de 70% nas Evolução das emissões diretas e
(uso de explosivo, pelotização, produção de emissões da mina em relação ao ano anterior.
indiretas (Escopos 1 e 2) de GEE
ferroligas, níquel, alumínio, carvão vegetal e
(milhões de toneladas de CO2 equivalente)
ferro-gusa) e das emissões fugitivas em minas Ao mesmo tempo, houve aumento nas emissões
de carvão, em equipamentos e instalações de algumas unidades, em decorrência de fatores
que pertencem à Vale ou são controlados pontuais, como a ampliação da frota de navios
operacionalmente por ela. da Seamar Shipping e a expansão na produção 16,8
15,2
de bauxita na mina de Paragominas, de alumina 1,3
1,4 15,5
12,9
No Escopo 2 estão contabilizadas as emissões na refinaria Alunorte, de carvão na mina de
13,8 0,8
indiretas, geradas pelo consumo de energia Carborough Downs e de potássio na mina de
12,1
elétrica proveniente da rede de distribuição5. Taquari-Vassouras.

Além disso, adotando uma postura proativa, O total de emissões diretas em 2009 foi de
a Vale também inventaria e divulga 12,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente,
separadamente as emissões diretas de número 22% inferior ao registrado em 2008.
CO2 associadas ao consumo de fontes Já as emissões indiretas em 2009 totalizaram
2007 2008 2009
renováveis, tais como o biodiesel, o etanol cerca de 770 mil toneladas de CO2 equivalente,
e o carvão vegetal. representando uma redução de 40% nas emissões indiretas

emissões em relação ao ano anterior. emissões diretas

No ano de 2009, a Vale manteve o esforço


de aprofundar o detalhamento de fontes
emissoras, buscando reduzir as incertezas
associadas ao inventário. Como resultado
desse trabalho, realizamos o levantamento
das emissões diretas referentes aos processos
de tratamento interno de resíduos da Vale no
Emissões em 2009 - Escopo 1 (emissões diretas), Escopo 2
Brasil, em aterros sanitários, compostagem e (emissões indiretas) e Fontes Renováveis.
incineração. No entanto, demonstrou-se que
essas fontes de emissão não são relevantes
para o resultado geral da Vale. 2009 (milhões
de toneladas CO2
equivalente)
A redução do volume de emissões reflete,
Escopo 1 Insumos combustíveis 8,7
principalmente, os efeitos da contração da
Escopo 1 Insumos não combustíveis 3,4
economia global, que levou a Vale a reduzir
a produção em diversas unidades, gerando Escopo 2 0,8
queda no consumo de combustíveis. Outro Escopo 1 + Escopo 2 12,9
fator que influenciou esse resultado foi o Fontes Renováveis 0,3
encerramento das operações de fundição de

4 CO2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), N2O (óxido nitroso) e


PFCs (perfluorcarbonos CF4 e C2F6).

5 Em 2009 não houve compra de vapor proveniente de empre-


sas terceirizadas (Escopo 2).

99
agente global de sustentabilidade

Atuamos de acordo A redução das emissões indiretas está a empresa começou um diagnóstico
relacionada à diminuição de 23% no preliminar dos riscos associados à sua cadeia
com nossas Diretrizes
consumo de energia elétrica pelas unidades de fornecimento, em uma abordagem
Corporativas sobre da Vale, em função da queda da produção. progressiva. O objetivo é iniciar o processo de
Mudanças Climáticas Além disso, a adoção de novo fator de inclusão, no inventário da Vale, das emissões
emissão (tCO2e por MWh consumido) para de fontes indiretas de outras origens (Escopo
Inventários no Brasil, o qual é modificado 3), tais como: tratamento externo de resíduos,
ano a ano6, resultou, em 2009, em uma viagens aéreas de funcionários, transporte
diminuição das emissões indiretas para as de produtos, matérias-primas, insumos e
unidades da Vale no Brasil de cerca de 60%. resíduos realizados por terceiros, bem como
O fator de emissão da rede interligada de transporte de funcionários.
distribuição de energia elétrica brasileira foi
reduzido em quase 50%. Isso se deve à queda Essas emissões foram geradas,
na demanda de energia elétrica em 2009 principalmente, pelo transporte marítimo
no Brasil, o que acarretou uma redução na de produtos para Ásia e Europa e resultaram
carga das centrais termoelétricas nacionais preliminarmente em 0,6 milhão de toneladas
no período de pico de consumo, ampliando a de CO2e. A Vale pretende implantar melhorias
participação das energias renováveis. no processo de coleta desses dados e,
ainda, ampliar a sua abrangência, incluindo
Buscando atender à crescente demanda dos a quantificação de emissões associadas
investidores e de outras partes interessadas, à extração e à produção de materiais/
combustíveis comprados, bem como a
6 O Operador Nacional do Sistema (ONS) passou a divulgar utilização de nossos produtos vendidos,
separadamente fatores de emissão da rede interligada
nacional brasileira utilizados para projetos MDL (Mecanismo
considerando a materialidade das emissões e
de Desenvolvimento Limpo) e fatores para a elaboração de as atividades críticas para os nossos negócios.
Inventários.

Realizamos anualmente a mensuração das nossas


emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa.

100 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Camada de ozônio menor intensidade de emissão de CO2 por recursos hídricos superficiais e níveis dos
unidade de receita1, portanto, temos um aquíferos na Bacia do Rio Tocantins, biomas
Em 2009, as emissões de substâncias menor risco de impacto nos nossos custos, da região, os efeitos secundários, como
destruidoras da camada de ozônio (SDO) da em relação a outras empresas do setor. potencial de ocorrência de queimadas,
Vale totalizaram 1,58 tonelada. O significativo e ainda impactos sobre atividades
aumento com relação às emissões reportadas Como resultado do protocolo de intenções econômicas, principalmente a agricultura.
em 2008, de 0,35 tonelada, é decorrência da firmado em 2008 com o Instituto Nacional de
ampliação do escopo da coleta de dados e de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Vale elaborou o A partir de 2010, planejamos retomar os
variações normais no uso desse tipo de gás. segundo relatório sobre os impactos físicos trabalhos desenvolvidos sobre impactos
das mudanças climáticas nos estados do Pará físicos, com o objetivo de identificar
As unidades no Brasil consumiram e Maranhão (Brasil), durante o ano de 2009. as potenciais consequencias sobre as
aproximadamente 5 toneladas de gases Esse estudo focalizou os potenciais impactos operações da Vale e, a partir dessas
refrigerantes CFCs e HCFCs. Já as unidades sobre disponibilidade de água no solo, informações, planejar nossas ações futuras
na Austrália, nos EUA, no Canadá, na Europa de mitigação e adaptação.
e na Ásia consumiram apenas gases HCFCs.
1 O relatório global do Carbon Disclosure Project (disponível
No Brasil, onde temos a maior parte de em www.cdproject.net) de 2009 divulgou que o indicador de
nossas operações, a Vale está substituindo intensidade de emissão por receita da Vale foi de 522 tCO2e/
US$ milhão, demonstrando que a empresa continua com a
os equipamentos de refrigeração que usam menor intensidade entre as grandes mineradoras.
CFCs por outros com menor potencial de
degradação da camada de ozônio.

Riscos e Oportunidades Riscos regulatórios Riscos físicos Oportunidades


• Redução na atividade
econômica geral; • Alterações (positivas
As Diretrizes Corporativas sobre Mudanças ou negativas) no
• Impacto indireto • Desenvolvimento de projetos
Climáticas da Vale estabelecem um amplo volume e na origem de créditos de carbono no
de introdução de da produção, causadas
conjunto de ações para a gestão de riscos e novas tecnologias âmbito do Mecanismo de
pelos impactos físicos Desenvolvimento Limpo, em
oportunidades relativos a esse tema. que promovam a regionais das mudanças
substituição de produtos climáticas para processos industriais e projetos
Receita no longo prazo; florestais;
empresas do setor;
A Avaliação Estratégica realizada em 2009, • Impactos indiretos • Desenvolvimento de projetos
• Potencial impacto de créditos de carbono
com base em uma análise de cenários sobre as condições de (positivo ou negativo)
mercado, em função no âmbito dos mercados
regulatórios e de mercado, identificou nos serviços de voluntários, em processos
da alteração nos custos logística, causado pelas
os potenciais desafios e oportunidades da cadeia produtiva da industriais e projetos florestais;
alterações na produção
provenientes das mudanças climáticas sobre indústria de siderurgia em áreas de influência. • Desenvolvimento de
no médio prazo. projetos no âmbito do REDD
nossas áreas de negócio. Essa análise apontou
(Redução de Emissões por
que a Vale é a mineradora diversificada com • Investimentos adicionais Desmatamento e Degradação);
em adaptação
• Investimentos (infraestrutura) no • Pesquisa e desenvolvimento
para adaptações médio e no longo prazo; para geração de energia mais
em processos de limpa;
Investimento produção por • Revisão de prazos para
Emissões totais de SDO a implementação de • Desenvolvimento de análise de
mudanças de riscos associados à mudança
(total: 1,58 toneladas) regulamentação no projetos por causa do
aumento de ocorrência do clima no desenvolvimento
médio prazo. de projetos de capital.
0,2% de eventos climáticos
extremos.
4,9% 0,1%
8,7% • Introdução de metas
de emissão obrigatórias
e custos tributários
para emissão de GEE;
• Elevação nos custos • Potencial demanda
• Projetos de eficiência
dos insumos na por ações sociais e
86,1% energética e redução de
metalurgia e mineração ambientais nas áreas de emissões de GEE;
Custo (carvão, água, energia, influência;
por exemplo). • Potenciais incentivos
• Custos adicionais de
financeiros para a geração
• Potencial imposição seguros das instalações
de energia mais limpa.
de taxas de ajuste de produção.
Brasil
Ásia
alfandegárias de forma
a evitar vantagens
Canadá competitivas a países
Austrália sem taxação.
Europa

101
agente global de sustentabilidade

Investimos na eficiência Iniciativas de redução de emissões no flare1, reduzindo assim seu potencial
de aquecimento global. Foram capturadas
energética e na redução
Como parte da estratégia de aumento 23,4 mil toneladas do gás metano, ou
da emissão de gases de de eficiência energética e de redução de seja, no total, as emissões reduzidas foram
efeito estufa emissões de gases de efeito estufa, de de 426,8 mil tCO2e2, após a dedução de
acordo com o segundo pilar do Programa 65,4 mil tCO2e das emissões geradas pela
Carbono Vale, realizamos o diagnóstico de queima do gás no flare.
oportunidades e avaliamos a viabilidade de
implantação de algumas medidas específicas 3. Integra Underground Mine – Austrália:
nas nossas unidades operacionais. nesta unidade, os gases liberados pela
mina de carvão são capturados e vendidos
A energia, em suas diversas formas, é para a geração de eletricidade na Central
componente indispensável às atividades Termoelétrica de Glennies Creek (10
da Vale. Dessa forma, estabelecemos os MW de capacidade), que é implantada
seguintes princípios norteadores da gestão e operada por terceiros. Em 2009, o
de energia: número de conexões da termoelétrica
à rede de drenagem de gás aumentou,
• Otimização
 dos custos de suprimento – incrementando a quantidade de gás
busca pelo custo mínimo de produção ou queimada para a geração de energia. Essa
de aquisição dos insumos energéticos; ação promoveu uma redução de emissão
de 10,1 mil toneladas de metano, ou seja,
• Segurança do abastecimento – busca pela 211,6 mil tCO2e, quando comparado ao
confiabilidade do suprimento de energia em cenário de linha de base no qual o gás seria
atendimento às demandas das unidades da ventilado diretamente para a atmosfera.
Vale, com os níveis de qualidade requeridos;
4. Clydach Nickel Refinery – Reino Unido: em
• Sustentabilidade
 ambiental – busca pelo setembro de 2009, a unidade de Clydach
equilíbrio entre as atividades energéticas e a trocou o antigo sistema de acionamento
proteção ao meio ambiente; e por um inversor de frequência, tendo
como benefício secundário a redução
• Eficiência energética – conservação e uso no consumo de energia elétrica de
racional da energia. aproximadamente 700 MWh por ano. Isso
acarretou uma diminuição das emissões de
Dentre as ações de eficiência energética e cerca de 380 tCO2e por ano3.
redução de emissão de gases de efeito estufa
já implementadas, destacam-se: 5. Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e
Mina de Corumbá (Urucum Mineração) –
1. Usinas de Pelotização de Tubarão – no Brasil: nessas unidades estamos utilizando
Brasil: continuamos promovendo a etanol, combustível renovável, na frota
substituição de óleo combustível por gás de veículos leves, preferencialmente
natural (menos carbono intensivo) nas Usinas ao uso da gasolina. Desde o primeiro
5 e 6 (Nibrasco) e na Usina 7 (Kobrasco), no semestre de 2009, essas iniciativas já estão
Complexo de Tubarão, situadas no estado sendo aplicadas na frota das empresas
do Espírito Santo. Essas iniciativas voluntárias, terceirizadas que realizam o transporte de
operacionalizadas ao final de 2007, funcionários da Vale, reduzindo as emissões
resultaram em uma redução de emissão de das unidades em cerca de 80 toneladas de
GEE efetiva, em 2009, de 31,5 mil tCO2e nas CO2e por ano.
Usinas 5 e 6 e de 16,5 mil tCO2e na Usina 7.

2. Carborough Downs – Austrália: os gases de


jazidas de carvão (essencialmente metano) 1 Dispositivo que realiza a queima de gases do processo.

são pré-drenados das áreas a serem 2 O potencial de aquecimento global do metano é 21 vezes
mineradas e posteriormente queimados o do gás carbônico. Para o total de metano capturado nas
jazidas de carvão, temos 492.127 toneladas de CO2e.
3 Calculado com base em fator de conversão padrão do Reino
Unido (Defra).

102 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

6. Valesul – Brasil: foram realizadas diversas


ações de eficiência energética, como:
adequação do software utilizado para
controle dos queimadores do forno,
reduzindo o consumo de gás pelo
equipamento; implantação de um sistema
de controle de pressão, com consequente
redução da perda de calor para a atmosfera;
e implementação de um sistema de
controle de mistura ar/gás, permitindo o
ajuste fino das chamas do forno e maior
controle da combustão. Essas ações
promoveram a redução de consumo de gás
natural pela unidade em 73,8 mil m3, com
consequente redução de 150 tCO2e.
Temos como estratégia intensificar o uso de fontes
Também identificamos algumas renováveis para reduzirmos as emissões atmosféricas.
oportunidades de redução de emissão na
fase de implementação, a exemplo de:

1. Albras – Brasil: em janeiro de 2009, a Albras operações. O projeto, atualmente em fase Além dos vários projetos implantados ou
obteve seu primeiro projeto aprovado de construção, representa um investimento em implementação, iniciamos também o
e registrado na ONU no contexto do de US$ 410 milhões e é o principal item do estudo de viabilidade para alguns projetos.
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo programa de redução de custo de energia Por exemplo, a refinaria de níquel de
(MDL), para a redução das emissões da PT Inco. Clydach está testando uma tecnologia de
de gases perfluorcarbonos (PFCs). Sua transferência de calor à base de fluido no
implantação completa permitirá uma 4. Voisey’s Bay, Newfoundland e Labrador processo de produção de pelotas de níquel,
redução de emissão estimada em 80 mil – Canadá: existem três iniciativas de com o objetivo de substituir o sistema atual,
tCO2e por ano. O monitoramento para eficiência energética em desenvolvimento: que utiliza os gases quentes provenientes da
emissão inicial dos créditos de carbono combustão do gás natural, para aquecimento
referentes ao projeto está previsto para o a. A
 dequação de geradores de energia do níquel líquido.
primeiro semestre de 2010. elétrica a diesel para melhoria do fator de
carregamento, uma vez que a operação Também estamos promovendo a avaliação
2. Projeto Biodiesel e Consórcio Biopalma com a potência abaixo da máxima do técnica da utilização de gás natural e diferentes
– Brasil: por meio do Consórcio com a equipamento se torna menos eficiente. misturas de biodiesel na frota de locomotivas
Biopalma da Amazônia S.A., a Vale vai Essa ação resultará em uma melhoria das ferrovias, visando verificar os impactos
produzir óleo de palma, matéria-prima para na eficiência térmica (aproveitamento na potência, na eficiência energética, na
obtenção de biodiesel, a partir de 2014. da energia do diesel) de 27%, que trará manutenção e na emissão de poluentes.
Além de participar do consórcio, a Vale é redução do consumo específico de
responsável pela implantação e operação combustível de 1,8%. A estratégia da Vale é prosseguir com a
da planta de biodiesel que terá parte de intensificação do uso de fontes renováveis e de
sua produção destinada a alimentar a b. D
 esativação dos aquecedores elétricos uso racional da energia como forma de obter
frota de locomotivas do Sistema Norte, e utilização do sistema de aquecimento melhores resultados no que diz respeito ao seu
bem como máquinas e equipamentos por glicol (aditivo anticongelante e desempenho na área de eficiência energética
de grande porte das minas de Carajás, no transportador de calor) para manter a e redução de emissões atmosféricas.
Brasil. O combustível utilizado será o diesel temperatura dos motores de geradores
B20, 80% diesel puro e 20% biodiesel B100. em 40°C e minimizar o desgaste causado
por partidas a frio, reduzindo o consumo
3. Projeto Karebbe – Indonésia: está em de óleo diesel pelos geradores.
implantação uma terceira usina hidrelétrica,
em Karebbe, no rio Larona, em Sorowako, c. U
 tilização da rede de distribuição de glicol
Indonésia. O projeto irá incrementar a existente para aquecimento de duas
produção de energia hidrelétrica em 33%, áreas da unidade que originalmente eram
ou seja, 90 MW, reduzindo custos através da atendidos por caldeiras a óleo, com redução
substituição da energia térmica em nossas no consumo de óleo pelas mesmas.

103
agente global de sustentabilidade

biodiversidade

Riqueza natural
protegida
Com investimentos contínuos Investimos em ações direcionadas à manutenção dos
ecossistemas, à conservação das espécies e ao uso sustentável
em pesquisa e novas
dos recursos naturais, de forma a contribuir para o atendimento
tecnologias, buscamos avançar das demandas atuais e resguardar a qualidade de vida para
em nosso compromisso de dar as futuras gerações. Para isso, além de monitorar e avaliar
continuamente os impactos de nossas operações sobre os
prioridade à sustentabilidade ambientes naturais, desenvolvemos tecnologias voltadas à
de nossas operações, melhoria da qualidade da recuperação de áreas mineradas ou
alteradas por outras atividades antrópicas.
desenvolvendo-as de forma
integrada com a conservação
da biodiversidade e respeitando
as diferentes formas de vida

Para gestão da biodiversidade em práticas e o aperfeiçoamento de resultados, Principais ações desenvolvidas em 2009
nossas áreas de negócio, cumprimos os sob a diretriz de uma atuação responsável,
regulamentos governamentais em vigência comprometida com a conservação da • Na Reserva Natural Vale (Linhares/
nos países onde atuamos, adotando a biodiversidade e com o uso sustentável dos ES), foram desenvolvidos 127 projetos,
legislação brasileira como parâmetro mínimo recursos naturais. englobando pesquisas próprias e projetos
de atuação. Internamente, desenvolvemos e estudos desenvolvidos em parceria
e definimos uma série de procedimentos Paralelamente, estão sendo elaborados com outras instituições. Esses projetos
que são aplicados obrigatoriamente em indicadores de avaliação de nosso incluíram estudos populacionais e
todas as unidades operacionais e que são desempenho em biodiversidade. Esses ecológicos, investigações sobre dinâmica
determinados em documentos que trazem a indicadores ponderam nossa atuação em florestal e estrutura de vegetação e
definição das ações e das responsabilidades. território brasileiro e em outros países, mudanças climáticas. Associadas às
Tomamos, ainda, como base para nossa considerando que nossas atividades são atividades de proteção ecossistêmica
atuação, as diretrizes de Boas Práticas e o desenvolvidas em diferentes biomas e em (também realizadas na Reserva Biológica
Manual de Ferramentas propostos pelo áreas com condições ambientais distintas de Sooretama – Sooretama/ES desde
Conselho Internacional de Mineração e em relação ao histórico de ocupação e 1998), desenvolvimento de tecnologias e
Metais (ICMM), do qual somos signatários. uso do solo. Alguns dos indicadores são procedimentos para recuperação de áreas
complementares aos propostos pela Global degradadas, produção de mudas e ações
Estamos elaborando nosso Guia de Reporting Initiative (GRI) e estão relacionados de educação ambiental, essas iniciativas
Biodiversidade e nosso Guia de Recuperação às normas e aos princípios estabelecidos pela justificam o título de Posto Avançado da
de Áreas Degradadas. Esses dois documentos Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Reserva da Biosfera da Mata Atlântica,
reúnem as diretrizes e as ferramentas que A aplicação desses indicadores contribuirá concedido pela Unesco em 2008.
devem ser aplicadas em todas as unidades para a gestão das unidades operacionais e
operacionais. Com previsão de publicação para a transparência no desenvolvimento de • No Parque Estadual de Ilha Grande (Angra
em 2010, os guias foram idealizados com nossas atividades. dos Reis/RJ), renovamos o protocolo de
o objetivo de promover a excelência em intenções assinado com o governo do

104 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Estamos elaborando nossos Guias de Biodiversidade


e de Recuperação de Áreas Degradadas.

estado, dando continuidade ao Plano


de Desenvolvimento Sustentável dessa
Unidade de Conservação.

• Para
 efetivar a proteção das áreas mantidas
como Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPNs) no Quadrilátero Ferrífero de
Minas Gerais, foram continuadas as ações
de elaboração dos Planos de Manejo e
implantação de atividades para construção
e manutenção de aceiros e cercas. Além
disso, foram implementadas as ações para encontradas naturalmente em locais de de doação de mudas, aquisição de insumos e
Proteção Ecossistêmica das unidades, a baixa densidade populacional e/ou que são assistência técnica.
exemplo das atividades desenvolvidas na consideradas ameaçadas de extinção.
Reserva Natural Vale (Linhares/ES). Em outra frente, foi instituído o Programa
• Desenvolvimento,
 em parceria com o Extensão Ambiental, que promove
• No Centro de Pesquisas e Conservação da governo, a comunidade local e empresas do a restauração ecológica de áreas de
Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero setor do níquel, de um plano de ação para preservação permanente, incluindo mata
de Minas Gerais (CeBio – Sabará/MG), conservação da biodiversidade na cidade ciliar e entorno de nascentes localizadas em
que integra o Plano de Fechamento da de Sudbury, no Canadá. Essa iniciativa foi propriedades rurais no estado. Para isso, o
Mina de Córrego do Meio, foi realizado realizada em resposta aos resultados colhidos governo do estado conta com a contribuição
o mapeamento da vegetação local e por uma abrangente Avaliação de Riscos da Vale no fornecimento de assistência
elaborado o “Plano de Gestão de Áreas Ecológicos, que identificou como prioritária técnica, mudas e insumos. Neste primeiro
Verdes Existentes na Mina Córrego do para a recuperação uma área de 80 mil ano, fornecemos 330 mil mudas, destinadas
Meio”. Demos continuidade aos programas hectares, na bacia de Sudbury, impactada por à recuperação de aproximadamente 272
técnicos, tais como: resgate de mudas; práticas históricas de produção de níquel e hectares de Mata Atlântica.
coleta e beneficiamento de sementes; outras atividades industriais.
e produção de mudas e insumos, além A terceira ação com o Governo do Espírito
da formação de banco de germoplasma União de esforços no Espírito Santo Santo foi a criação do Projeto Florestas
pertinente às espécies vegetais de maior Piloto, que vai implantar e manter florestas-
expressividade do Quadrilátero Ferrífero Três diferentes iniciativas realizadas em -modelo, compostas por florestas de
e da formação de banco de dados para parceria com o Governo do Espírito Santo produção e florestas de proteção (unidades
a gestão das informações provenientes são focadas em ações para recuperação demonstrativas desses dois tipos de uso),
dessas atividades. de áreas degradadas e conservação da em áreas do estado que atualmente estão
biodiversidade no estado. alteradas. Em 2009, foram realizadas visitas
• Assinatura
 e efetivação do convênio técnicas para diagnóstico e caracterização das
de colaboração para recuperação e O Programa Vale Proteger, que realiza a áreas a serem contempladas pela iniciativa.
manutenção do arboreto do Jardim restauração ecológica de áreas prioritárias de Também foi elaborado o projeto técnico para
Botânico do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/ Mata Atlântica localizadas em propriedades implantação de duas unidades planejadas,
RJ). A partir desse convênio, foi aberto rurais e em Unidades de Conservação do segundo o qual uma delas permanecerá
um canteiro denominado Espaço Vale no Espírito Santo, alcançou, em 2009, a marca integralmente sob responsabilidade da Vale,
Arboreto, destinado ao cultivo de plantas de 259 hectares trabalhados. A Vale contribui devendo ser implantada ainda em 2010.
raras do Brasil, contemplando espécies com a elaboração dos projetos técnicos, além

105
agente global de sustentabilidade

Gestão das áreas sensíveis Cerrado (Brasil), Floresta da Costa Leste empresa foram implantadas em locais que
Africana (Moçambique), Mata Atlântica (Brasil) se encontravam ambientalmente alterados
Localização e tamanho e Wallacea (Indonésia), somadas àquelas e biologicamente descaracterizados
da área ocupada pela Vale situadas no Japão e na Nova Caledônia, pela existência de atividades antrópicas
que correspondem a 48% das áreas da Vale anteriores (exploração madeireira e pecuária,
As áreas operacionais da Vale ocupam cerca que estão localizadas em regiões mundiais por exemplo) ou que se destinavam
de 3.517 km2, dos quais 3.508 km2 estão na de alta diversidade biológica. As operações exclusivamente a atividades industriais
superfície e 9 km2 são subterrâneas. Essas presentes nos biomas Floresta Amazônica (principalmente no caso de Distritos
áreas estão relacionadas à extração de (Brasil), Floresta Boreal (Canadá) e Pantanal Industriais Municipais e áreas urbanizadas).
minérios e às atividades de processamento (Brasil), por sua vez, estão associadas a regiões Apesar disso, as operações da Vale são
e produção industrial, além de transporte classificadas como wilderness areas, que realizadas e planejadas de forma a causar
dos produtos, incluindo ferrovias e portos. totalizam 52% da área considerada. a menor alteração possível aos ambientes
O acréscimo de área em relação aos 2.713 naturais associados, independentemente do
km² reportados em 2008 se deve à expansão Embora algumas das unidades operacionais estado de conservação inicial da área, e as
de unidades operacionais e à inserção de da Vale estejam situadas em regiões ações ambientais realizadas paralelamente às
empreendimentos fora do Brasil que não classificadas como hotspots e wilderness operações contribuem de forma positiva para
haviam sido incluídos no ano anterior. areas, em muitos casos as atividades da a conservação da biodiversidade local.

Do total de terras, 9% estão localizadas dentro


de áreas legalmente protegidas (unidades de
conservação) e 28% estão dentro de áreas Tabela 1: Quantidade e posição das áreas operacionais da Vale em relação
de alto índice de biodiversidade (fora de às áreas sensíveis – áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade
áreas protegidas) definidas pelos governos definidas pelos governos locais – 2009
de cada país (Tabela 1). Considerando o
território situado no entorno das Unidades Posição
Áreas operacionais em relação às áreas sensíveis relativa km2
Operacionais, registramos um total de
Adjacente 516,1
516 km² associados a áreas legalmente
Área protegida Dentro 309,8
protegidas.
Total 825,9
De forma complementar, ressalta-se que
Áreas de alto índice de biodiversidade Dentro 974,2
2.644 km2 de áreas operacionais da Vale
Total 974,2
estão inseridas em regiões mundiais de
alta diversidade biológica, denominadas Os procedimentos para análise da posição das áreas operacionais adotados pela Vale em relação às áreas
protegidas e de alto índice de biodiversidade estão em processo de aperfeiçoamento visando atender de
hotspots ou wilderness areas1 (Tabela 2). forma equitativa às definições estabelecidas pelos governos e às situações observadas em diferentes países.
Houve um acréscimo de 337 km² nesse tipo Em 2009, para cálculo da área adjacente a uma área sensível, foi utilizado um raio de interferência a partir dos
limites externos das áreas protegidas, excluindo-se das análises as terras indígenas e as áreas de alto índice de
de ocupação em relação ao reportado em biodiversidade. Quando uma unidade operacional está adjacente a mais de uma área sensível, optamos por
2008, principalmente em função da expansão considerar o valor dessa unidade cumulativamente.

de operações, bem como da contabilização


de áreas fora do Brasil que não haviam sido
inseridas no ano anterior. Tabela 2: Atividades operacionais da Vale e sua localização em relação às áreas
mundiais de alto índice de biodiversidade – hotspots e wilderness areas – 2009
Dentre as áreas consideradas como hotspots,
Tipo de operação Área (km2) Porcentagem
destacam-se as operações nos biomas
Total de áreas (hotspots + wilderness areas) 2.644,3
Extração 971,0 36,7%
1 Hotspots e wilderness areas são grandes áreas geográficas con- Processamento/Produção/Transporte 1.673,3 63,3%
sideradas importantes para a conservação da fauna e da flora
mundiais, que funcionam como categorias complementares
de importância para a biodiversidade, sendo oficialmente re- Hotspots – Subtotal 1.274,0
conhecidas por diversas organizações internacionais. Os hots-
pots são áreas mais ameaçadas e de grande riqueza biológica Extração 405,6 31,8%
no planeta, possuindo grande número de espécies de plantas Processamento/Produção/Transporte 868,4 68,2%
vasculares endêmicas e apresentando-se reduzidas a 30% ou
menos de sua cobertura vegetal original. As wilderness areas,
por sua vez, constituem grandes extensões de área (mais de 1
milhão de hectares cada) com biodiversidade representativa
Wilderness areas – Subtotal 1.370,3
e atualmente pouco ou não modificadas (áreas selvagens), Extração 565,4 41,3%
possuindo mais de 70% da área original intacta e densidade
humana menor ou igual a cinco pessoas por km². Processamento/Produção/Transporte 804,9 58,7%

106 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Impactos na biodiversidade Impactos indiretos

As operações realizadas pela Vale podem De forma geral, as atividades da Vale podem gerar
acarretar impactos diretos ou indiretos sobre impactos indiretos significativos decorrentes de
a biodiversidade, sendo adotado um amplo alterações em componentes do meio físico, que
conjunto de ações para prevenir, controlar funcionam como suporte para os elementos do
e minimizar os impactos. Todos os nossos meio biótico, ocasionando redução da qualidade
empreendimentos já são construídos com ambiental local. Os principais impactos indiretos
sistemas de controle de impactos, que são estão relacionados a:
definidos de acordo com as especificidades de
cada projeto, o tipo de atividade a ser realizada • alterações diversas da paisagem decorrentes
e sua localização, podendo ser aperfeiçoados da movimentação de solo (superficial e
ou alterados de acordo com as demandas subterrâneo) e da alteração de corpos d’água
observadas durante a fase operacional. ou criação de represas, por exemplo;

Impactos diretos • emissões de gases atmosféricos e de material


particulado, que podem afetar a qualidade do ar;
Os impactos diretos significativos
estão relacionados, especialmente, à • geração de efluentes líquidos com possíveis
supressão de vegetação, realizada em reflexos na qualidade da água e do solo;
função da implantação ou expansão de
empreendimentos. Esse tipo de atividade • geração de resíduos sólidos com potencial
pode acarretar perda de indivíduos da flora e para causar assoreamento de corpos d’água e
da fauna, assim como a fuga dos espécimes alteração na qualidade da água e do solo;
para áreas vizinhas, alterando a qualidade
ambiental, ainda que temporariamente, • geração de ruídos e vibração, decorrentes de
também nesses locais. Assim, como perfuração de rocha, detonação de explosivos,
consequência da perda e/ou redução do entre outras atividades, que podem afetar
hábitat natural, podem ser desencadeadas espécies da flora e, especialmente, da fauna.
alterações na estrutura das comunidades
vegetais e animais. A intensidade dessas
mudanças vai depender das condições
ambientais locais e do grau de conservação Para prevenir, controlar e minimizar os
possíveis impactos na biodiversidade,
dos remanescentes presentes na área desenvolvemos um conjunto de ações.
diretamente afetada e na área de influência
dos empreendimentos.

107
agente global de sustentabilidade

Estratégias para medição e sistemas de controle de emissões vegetais, que irão garantir a estabilização
gestão de Impactos atmosféricas, e monitoramento do uso de do solo e sustentabilidade da recuperação
combustíveis fósseis; ao longo do tempo;
As ações adotadas para a gestão dos
impactos na biodiversidade atendem aos • c ontrole de emissões de material • elaboração de planos operacionais de
regulamentos nacionais e às melhores particulado por meio de ações específicas, supressão da vegetação e investigação
práticas recomendadas por organizações como umectação de vias e implantação de de alternativas locacionais, considerando
internacionais. Adicionalmente, cinturões verdes, que reduzem a dispersão aspectos relativos às espécies de flora
desenvolvemos iniciativas próprias que de partículas pelo vento, além de realizar e de fauna, bem como a presença de
superam as exigências legais. Com o objetivo continuamente estudos de novas medidas ecossistemas raros, de forma a evitar a
de manter a qualidade em todos os locais para minimizar esse tipo de emissão; perda de espécies ameaçadas de extinção;
em que operamos, a gestão dos impactos
conta com um conjunto padronizado de •g
 estão integrada de resíduos, abrangendo • realização de atividades para resgate de
procedimentos, periodicamente revisado desde a segregação dos materiais na origem flora (coleta de sementes e de epífitas,
e atualizado, e com o acompanhamento até o seu encaminhamento para reciclagem por exemplo) e resgate ou salvamento de
contínuo das medidas implantadas nas ou para destinação adequada, no caso de fauna, de acordo com as características
diferentes unidades. Isso nos possibilita resíduos perigosos ou que necessitem de ambientais de cada local e aspectos
detectar oportunidades de melhoria e cuidado especial; regionais (contexto de inserção das
aperfeiçoamento dos procedimentos, bem operações);
como desenvolver novas soluções técnicas. • a dequação de drenagens superficiais e
implantação de dispositivos que diminuam • desenvolvimento e implantação de
Dentre as ações adotadas pela Vale para a velocidade de escoamento da água para projetos de restauração ecossistêmica para
gestão de impactos de nossas operações evitar o carreamento de sólidos e a geração a recuperação de áreas degradadas.
na biodiversidade, estabelecidas nos de focos de erosão;
Procedimentos Operacionais e, portanto, Essas ações consistem em normas de
obrigatórios para todas as Unidades • r econformação do solo e contenção operação de todos os empreendimentos da
Operacionais, destacam-se: adequada de taludes por meio da instalação Vale. São, portanto, medidas implantadas
de dispositivos que funcionam como ou em processo de implantação em nossas
• identificação de oportunidades de redução uma barreira física contra o carreamento unidades, de acordo com a aplicabilidade
das emissões de gases do efeito estufa, por de sedimentos e insumos pela ação das em cada fase de desenvolvimento dos
meio de investimento em equipamentos de chuvas e semeadura ou plantio de espécies projetos e com o tipo de operação realizada.

Protegemos por iniciativa própria ou a partir


de parcerias 10.321km2 de áreas naturais.

108 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Planos de gerenciamento da Conservação de Espécies Elaboramos planos


biodiversidade
específicos de
De acordo com os estudos de viabilidade
O conjunto de ações definidas como ambiental que desenvolvemos para cada gerenciamento da
de aplicação obrigatória em todas as uma das Unidades Operacionais, há o registro biodiversidade para cada
Unidades Operacionais constituem o da ocorrência de aproximadamente 2.850
nosso Plano Básico de Gerenciamento da espécies vegetais e 3.400 espécies animais
unidade operacional
Biodiversidade, que abrange desde a fase de nas áreas influenciadas por nossas atividades,
planejamento e implantação dos projetos incluindo invertebrados e vertebrados
até o seu fechamento. Embora siga ações (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).
padronizadas, esse plano é desenvolvido Desse total, 114 são classificadas como
de forma a respeitar o histórico, o contexto internacionalmente ameaçadas, de acordo
ambiental e as particularidades de cada com a Lista Vermelha da International Union
empreendimento. for Conservation of Nature (IUCN) (Tabela 3),
e 165 constam em listas nacionais oficiais de
Para as unidades operacionais localizadas espécies ameaçadas de extinção (Tabela 4).
em áreas protegidas e/ou consideradas
de alto índice de biodiversidade, são
elaborados planos específicos de
gerenciamento da biodiversidade. Exemplos Tabela 3: Número de espécies ameaçadas de extinção* incluídas na lista internacional
dessa prática são as ações específicas (IUCN) e presentes na região de inserção das Unidades Operacionais da Vale
desenvolvidas na região amazônica, norte
do Brasil, tais como: Lista Criticamente Em Perigo/ Quase em Baixo
Extinta** Vulnerável Total
Internacional em Perigo Ameaçada Perigo Risco
Fungos - 1 - - - - 1
• Plano de Prevenção e Combate a
Incêndios em Ecossistemas no Mosaico Plantas - 2 15 29 - 23 69
de Unidades de Conservação da Província Moluscos - - - - - 2 2
Mineral de Carajás – abrange as Unidades Artrópodes - - - 1 - - 1
de Conservação que abrigam operações Peixes - - - 1 - - 1
da Vale e áreas protegidas vizinhas; Répteis - - - 1 - - 1
Aves 1 1 3 8 6 - 19
• Levantamento e Monitoramento de Mamíferos - 1 5 6 8 - 20
Fauna na Floresta Nacional de Carajás e
Total 1 5 23 46 14 25 114***
na Floresta Nacional de Tapirapé-Aquiri
– estudos de fauna de longo prazo para
conservação das espécies, licenciamento
ambiental, padronização das metodologias Tabela 4: Número de espécies ameaçadas de extinção* incluídas em listas nacionais oficiais
aplicadas a estudos de fauna, geração de de cada país e presentes na região de inserção das Unidades Operacionais da Vale
dados científicos, suprimento de lacunas
Lista Criticamente Em Perigo/ Preocupação
de conhecimento, capacitação técnica e Extinta** Vulnerável Total
Nacional em Perigo Ameaçada Especial
desenvolvimento regional. Fungos - - 1 - 1 2
Plantas - - 49 2 1 52
Na Região Sudeste do Brasil, encontra-
Moluscos - - 3 - 3
-se em processo de elaboração o Plano
de Conservação da Biodiversidade do Artrópodes - - 8 1 2 11
Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, Peixes - - 6 - 3 9
voltado a uma região de transição entre Anfíbios - - 1 - 2 3
os biomas Mata Atlântica e Cerrado, que Répteis - - 2 1 1 4
abriga diversas operações da Vale em áreas Aves 1 2 32 16 6 57
protegidas de propriedade da empresa. Mamíferos - 1 4 14 5 24
Total 1 3 106 34 21 165

*A mesma espécie pode constar em ambas as listagens (Nacional e IUCN).


**Espécie com registro histórico para a área de inserção de uma das Unidades Operacionais da Vale.
***Houve inserção de dados relativos a empreendimentos localizados fora do Brasil que não haviam sido incluídos no ano anterior.

109
agente global de sustentabilidade

Áreas protegidas (1%), Mata Atlântica (6%), Nova Caledônia Tapirapé-Aquiri. Há também áreas protegidas
(<1%) e Wallacea (11%), além de propriedades no entorno de nossas operações, como as
Atualmente, protegemos 10.321 km2 de áreas localizadas na região de transição entre a Reservas Particulares do Patrimônio Natural,
naturais, incluindo sítios de propriedade Mata Atlântica e o Cerrado (1%) (Tabela 5). situadas em Minas Gerais, na região de
da empresa (4%), áreas arrendadas (3%) e transição entre os biomas Mata Atlântica e
Unidades de Conservação oficiais protegidas Parte das unidades operacionais da empresa Cerrado. As ações de proteção realizadas em
em parceria com os governos locais (93%). está dentro das áreas protegidas que Carajás são extensivas a todas as reservas
Essas áreas abrangem territórios nos biomas ajudamos a preservar, a exemplo da Floresta do Mosaico de Unidades de Conservação,
Floresta Amazônica (82%), Florestas Boreais Nacional de Carajás e da Floresta Nacional do abrangendo a Floresta Nacional do

Tabela 5: Áreas Protegidas pela Vale a partir de parcerias ou por iniciativa própria

Área Protegida Localização Bioma Propriedade Área (km2)


Parque Botânico de Tubarão Brasil (Espírito Santo) Mata Atlântica Própria 0,3
Cinturão Verde de Tubarão Brasil (Espírito Santo) Mata Atlântica Própria 5,5
Reserva Natural Vale Brasil (Espírito Santo) Mata Atlântica Própria 217,9
Reserva Biológica de Sooretama Brasil (Espírito Santo) Mata Atlântica Parceria/ICMBio *
242,0
Parceria/Governo
Convento da Penha Brasil (Espírito Santo) Mata Atlântica 0,5
do Estado
Parque Botânico de São Luis Brasil (Maranhão) Floresta Amazônica Própria 1,1
Cinturão Verde de Ponta da Madeira Brasil (Maranhão) Floresta Amazônica Própria 1,2
12 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN) no Quadrilátero Brasil (Minas Gerais) Mata Atlântica/Cerrado Própria 70,4
Ferrífero de Minas Gerais
Áreas de Proteção de quatro Pequenas
Brasil (Minas Gerais) Mata Atlântica Própria 3,3
Centrais Hidrelétricas (PCH)
Floresta Nacional de Carajás Brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria/ICMBio* 4.119,5
Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri Brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria/ICMBio *
1.925,5
Floresta Nacional do Itacaiúnas Brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria/ICMBio *
824,5
Reserva Biológica do Tapirapé Brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria/ICMBio* 997,0
Área de Proteção Ambiental do
Brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria/ICMBio* 206,4
Igarapé do Gelado
Zona de Proteção Albras/Alunorte Brasil (Pará) Floresta Amazônica Própria 25,3
Áreas em Proteção pelo
Brasil (Pará) Floresta Amazônica Arrendada (terceiros) 323,0
Projeto Vale Florestar
Cinturão Verde Valesul Brasil (Rio de Janeiro) Mata Atlântica Própria 0,7
Parceria/Governo
Parque Estadual da Ilha Grande Brasil (Rio de Janeiro) Mata Atlântica 120,5
do Estado
Cinturão Verde Sergipe Brasil (Sergipe) Mata Atlântica Própria 0,5
Florestas Boreais do Canadá Canadá Florestas Boreais Própria 56,1
Parceria/Governo
Floresta Tropical de Sorowako Indonésia Wallacea 1.180,0
da Indonésia
Parceria/Governo
Reserva Natural Forêt Nord Nova Caledônia Maquis Shrubland** 0,01***
da Nova Caledônia
Total       10.321,2

*Fonte: ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Ministério do Meio Ambiente.
**Tipo de vegetação natural presente no hotspot intitulado Nova Caledônia.
***Medidas adicionais de biodiversidade, incluindo a proteção de áreas, estão sendo desenvolvidas visando ao início das operações da Vale Inco Nouvelle-Calédonie.

110 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Itacaiúnas, a Reserva Biológica do Tapirapé e de restauração ecológica e proteção da


a Área de Proteção Ambiental do Igarapé do vegetação nativa em áreas próprias e
Gelado, que não abrigam nossas operações. arrendadas e também plantação de florestas
Temos também outras áreas protegidas industriais; estas, porém, não consideradas na
próprias e contempladas por parcerias que tabela. Nas áreas em recuperação provisória,
não estão relacionadas às nossas atividades, o destaque é a zona de transição entre os
como a Reserva Natural Vale (Linhares/ES), a biomas Mata Atlântica e Cerrado, onde ocorre
Reserva Biológica de Sooretama (Sooretama/ uma combinação de empreendimentos
ES) e o Parque Estadual da Ilha Grande (Angra antigos e áreas em desenvolvimento mais
dos Reis/RJ). recente, com um volume significativo
de áreas destinadas à recuperação e que
Áreas impactadas e em podem vir a ser novamente empregadas em
recuperação atividades operacionais.

A área total impactada pela Vale no período


de 2007 a 2009, considerando todos os
empreendimentos sob responsabilidade da Tabela 6: Área suprimida e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale
empresa, foi de 90 km². Ainda nesse período, no período de 2007 a 2009 (em km2)
foram iniciadas atividades para recuperação
de 68 km2, entre os quais estão inseridas áreas Área em Recuperação
Ano Área
em recuperação permanente (72%) e áreas Impactada Área em Recuperação Área em Recuperação Área Total em
em recuperação provisória (28%) (Tabela 6). Permanente Provisória Recuperação
2007 17,7 7,5 6,2 13,7
O total de áreas destinadas à recuperação 2008 32,6 12,8 7,2 20,0
(considerando recuperação permanente
2009 39,4 29,7 5,4 35,1
e provisória) foi inferior ao tamanho da
área total impactada em cada ano, como Total 89,7 50,0 18,8 68,8
consequência da realização de ampliações,
A recuperação de áreas degradadas é um processo gradativo e que demanda ações de médio e longo prazos, sendo
assim como da implantação de novas adotado o termo “Em Recuperação” para indicar as áreas nas quais as atividades foram implantadas e se encontram em
unidades no período. Em contrapartida, andamento (recuperação inicial de algumas funções ecossistêmicas e gradativo incremento de espécies objetivando o
retorno da vegetação a um estado mais próximo possível do original). O termo “Em Recuperação Permanente” corresponde
observa-se uma tendência de aumento a áreas que não serão mais afetadas pelas atividades da empresa, e “Em Recuperação Provisória” compreende aquelas que
podem vir a ser novamente empregadas em atividades operacionais.
do volume total de áreas disponibilizadas
para as ações de recuperação ao longo dos
anos, especialmente aquelas destinadas
à recuperação permanente, o que pode Tabela 7: Área impactada e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale
ser atribuído à dinâmica natural de em 2009 de acordo com o bioma (em km2)
desenvolvimento das atividades de lavra e
ao encerramento das operações em algumas Área em Recuperação
localidades (Tabela 6). Área Área em Área em Área
Bioma Impactada Recuperação Recuperação Total em
Permanente Provisória Recuperação
A análise das áreas impactadas pelas
Floresta da Costa
atividades da Vale em 2009 por tipo de 16,7 0,2 0,0 0,2
Leste Africana
bioma permite observar que houve uma Floresta
maior quantidade de áreas suprimidas 8,6 21,7 0,5 22,2
Amazônica
na Floresta da Costa Leste Africana e na Mata Atlântica/
Floresta Amazônica (Tabela 7), como 5,9 0,6 4,7 5,3
Cerrado (transição)
resultado da implantação e da expansão Florestas Tropicais
4,5 4,1 0,02 4,1
dos empreendimentos localizados em Australianas
Moçambique (Projeto Moatize) e no Brasil Floresta Boreal
2,1 1,6 0,2 1,7
(especialmente Complexo Sossego, Projeto Canadense
Paragominas, Projeto Salobo e Complexo Wallacea 1,3 1,4 0,0 1,4
de Carajás). Já para as áreas em processo de Outros* 0,4 0,2 0,0 0,2
recuperação permanente, destaca-se o maior
Total 39,4 29,7 5,4 35,1
volume na Floresta Amazônica, decorrente
da implantação de áreas atribuídas ao
*No item Outros estão contabilizadas supressões e recuperações permanentes de pequena extensão realizadas em outros
Projeto Vale Florestar, que engloba ações biomas localizados no Brasil (Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal) e na Nova Caledônia.

111
agente global de sustentabilidade

Brasil
CASE

Gavião-real
A Floresta Nacional de Carajás, uma das principais áreas de conservação am-
biental no Brasil, foi o cenário do estudo realizado por pesquisadores para
conhecer e preservar a harpia (Harpia harpyja), uma das maiores e mais for-
tes aves de rapina do mundo. A partir da descoberta de um ninho com uma
família dessa ave, conhecida também como gavião-real, foi estabelecida Balanço do impacto
uma parceria entre a Vale, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-
diversidade (ICMBio) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O volume de áreas impactadas pela
atividade de exploração mineral foi superior
Essa parceria gerou a criação do Projeto de Conservação do Gavião-real, que à quantidade de áreas nas quais foi iniciado
abrange atividades voltadas a preservar a espécie, atualmente listada como o processo de recuperação permanente no
quase ameaçada de extinção no Brasil e em âmbito internacional. A Vale período de 2007 a 2009. Isso ocorreu em
garantiu os recursos, o ICMBio concedeu permissão para o uso da floresta e decorrência da realização de ampliações
o Inpa coordenou as atividades dos especialistas. em determinadas áreas e da implantação
de novos projetos. Entretanto, é possível
Uma das ações do projeto foi o monitoramento de dois ninhos da espécie, observar o crescimento, ano a ano, do volume
dentro da Floresta Nacional de Carajás, durante oito meses. O resultado de áreas em recuperação permanente.
desse trabalho está descrito no livro Harpia, lançado pela Vale em 2010,
um documento que posiciona a relevância dessa ave na biodiversidade No período de 2007 a 2009, as atividades
brasileira. As 144 páginas do livro, ilustradas com fotos inéditas de João de exploração mineral da Vale impactaram
Marcos Rosa e textos de Frederico Drumond Martins e Tânia M. Sanaiotti, 86 km2 e foram iniciadas atividades para
trazem detalhes do dia a dia da harpia. recuperação permanente em 49 km2. O
resultado é um saldo de fechamento de 534
km2 em 2009 (Tabela 8).

As atividades de recuperação de áreas


degradadas são desenvolvidas pela Vale
com base no Plano de Fechamento de
Mina de cada empreendimento, que é
elaborado ainda na etapa de planejamento
das operações, levando em consideração as
especificidades de cada empreendimento
e as condições ambientais da região.
Aperfeiçoado ao longo de toda a fase
de operação, o Plano de Fechamento de
Mina tem como objetivo garantir que
as características ambientais retornem à
situação mais próxima possível à observada
antes do início das operações. Em alguns
casos, entretanto, pode-se destinar a área
para outra finalidade, a exemplo do Centro de
Pesquisas e Conservação da Biodiversidade
do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais
(CeBio – Sabará/MG), decorrente do Plano de
Fechamento da Mina de Córrego do Meio.

112 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Desenvolvemos as atividades de recuperação


de áreas degradadas com base no Plano de
Fechamento de Mina de cada empreendimento.

Em 2009, ao levarmos em consideração


as atividades de recuperação e plantio
realizadas voluntariamente em terras
de terceiros e em terras arrendadas, não
relacionadas às nossas operações
extrativas, superamos a proporção
de 1 hectare recuperado/plantado para
cada hectare suprimido no mundo,
conforme o compromisso assumido no
relatório anterior.

Para isso, mantivemos as ações de


recuperação e plantio de terras arrendadas,
por meio do Projeto Vale Florestar, no estado
do Pará, Brasil, que alcançou em 2009 um
total de 570 km². Com os projetos Vale
Proteger e Extensão Ambiental, ambos
desenvolvidos no estado do Espírito Santo,
Brasil, realizamos voluntariamente, até 2009,
a recuperação de aproximadamente 5,3 km2.
Em Sudbury, a partir de um plano de ação
para a conservação de biodiversidade
proposto para a cidade e executado em
parceria com empresas do setor, governo
e comunidade local, foi recuperado
1,5 km² de áreas localizadas fora de
nossas propriedades, em 2009.

Tabela 8: Saldo de Abertura e Saldo de Fechamento das atividades de extração de minérios


realizadas pela Vale no período de 2007 a 2009 (em km2)

Áreas impactadas Áreas impactadas Áreas em recuperação Áreas impactadas


Ano (Saldo de no ano de permanente no ano (Saldo de
Abertura) referência de referência Fechamento)
2007 488,9 16,5 7,4 498,0

2008 506,3 30,1 11,9 524,6

2009 524,6 39,1 29,6 534,1

Saldo de Abertura anual representa a posição no início do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas.
Saldo de Fechamento representa a posição ao término do ano em relação à quantidade total de terras a serem recuperadas.
A diferença entre o Saldo de Fechamento de 2007 e o Saldo de Abertura de 2008 ocorreu em decorrência da aquisição de novos ativos operacionais pela Vale.
Não inclui operações logísticas, sendo consideradas apenas as atividades de lavra, beneficiamento e transformação mineral.
As áreas em recuperação provisória não são computadas, sendo consideradas apenas aquelas em processo de recuperação permanente.

113
agente global de sustentabilidade

Direitos Humanos

Esferas de
influência
Como empresa global, entendemos A proteção dos direitos humanos é abordada por diversos
princípios, leis e convenções internacionais. O debate
que devemos não só nos inserir no
sobre o tema requer atenção de todos os setores da
debate internacional sobre os direitos sociedade. Acreditamos que as empresas tenham um
humanos, mas também contribuir importante papel sob esse aspecto, sobretudo na forma
como gerenciam o assunto e na influência que podem
para sua promoção a fim de melhorar exercer em sua cadeia de valor e nos outros stakeholders
as condições de vida da população com os quais se relacionam.

Em 2009, aprovamos a nossa política de trabalho forçado e infantil e à promoção


direitos humanos, que estabelece diretrizes dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Colaborando e princípios para atuação da Vale no que Procuramos estabelecer relacionamento
com a ONU se refere ao respeito aos direitos humanos com fornecedores, parceiros e clientes
em nossos projetos e operações, ao longo que compartilhem dos nossos princípios
Em 2009, participamos de uma do ciclo de vida das nossas atividades e e valores, realizando a conscientização
consulta regional à América Latina e cadeia produtiva, nas regiões onde estamos e a prática dos direitos humanos e
Caribe conduzida pelo representante presentes. A política reforça os conceitos e os aprimorando, continuamente, a avaliação de
especial do Secretário-Geral das princípios éticos abordados em nosso Código riscos de violação.
Nações Unidas para os Direitos de Conduta Ética.
Humanos e Empresas, professor • Com as comunidades locais, indígenas
John Ruggie. O objetivo da nossa De acordo com a nossa Política, promovemos e quilombolas, nossa atuação é baseada
participação foi contribuir para a os direitos humanos em nossa esfera de no diálogo e no respeito mútuos. Assim,
elaboração do documento Protect, influência por meio das seguintes ações: procuramos manter um relacionamento de
Respect and Remedy: A Framework engajamento contínuo, apoiando iniciativas
for Business and Human Rights. • Para os empregados, proporcionamos que contribuam para o desenvolvimento
condições dignas de trabalho e buscamos socioeconômico e ambiental das regiões
Além disso, os Relatórios de promover ações educacionais que onde atuamos, do início ao término das
Sustentabilidade da Vale 2007 e viabilizem o crescimento profissional nossas atividades.
2008 foram reconhecidos pelo Pacto e pessoal, procurando sempre manter
Global da ONU pela sua qualidade e um ambiente de trabalho saudável. Não • Perante os governos, observamos a
transparência como Comunicação de toleramos discriminação ou assédio de legislação e a regulamentação das
Progresso Notável (COP), segundo qualquer natureza, inclusive moral ou sexual. localidades onde atuamos e cooperamos
critério de avaliação adotado pela Respeitamos a liberdade de associação e a com as autoridades na promoção dos
instituição. negociação coletiva e a diversidade. direitos humanos internacionalmente
reconhecidos. Também cooperamos
• Na cadeia produtiva, promovemos ações com a apuração de quaisquer incidentes
de conscientização dos direitos humanos, envolvendo desrespeito a esses direitos ao
com especial atenção à erradicação do longo da nossa cadeia produtiva.

114 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Para conhecer a nossa Política de Direitos


Humanos na íntegra, acesse www.vale.com.

• Na
 sociedade, expressamos nosso Em 2009, elaboramos uma cláusula Também adotamos outras medidas
engajamento por meio de várias formas: contratual específica – que menciona a preventivas, entre as quais a realização de
somos signatários do Pacto Global da observância ao Código de Conduta do auditorias em contratos e subcontratos, a
Organização das Nações Unidas (ONU), Fornecedor, à Política de Desenvolvimento aplicação de questionário de avaliação social
como compromisso voluntário de garantia Sustentável e à Política de Direitos Humanos para fornecedores, além de programas de
de direitos humanos fundamentais em da Vale. Essa cláusula foi aplicada, como treinamento e capacitação profissional (leia
conformidade com a Declaração Universal piloto, no contrato de implantação da Wind mais na pág. 88).
dos Direitos Humanos da ONU. Também Fence (barreira de vento) no Complexo de
integramos o Conselho Internacional Tubarão, no estado do Espírito Santo. Nossa Em caso de desrespeito aos direitos
de Mineração e Metais (ICMM, na sigla previsão é de que, no decorrer de 2010, essa humanos, devidamente comprovado
em inglês) e estamos alinhados com a cláusula seja adotada gradativamente nos por autoridades governamentais e por
Organização Internacional do Trabalho (OIT), demais contratos da Vale. instrumentos previstos na legislação,
cujas diretrizes inspiram as nossas ações. notificamos o fornecedor/parceiro ou cliente
No Brasil, no que se refere aos fornecedores para a adoção de medidas corretivas e, caso
Estamos agora em fase de elaboração de um das nossas unidades próprias, possuímos um não sejam adotadas tais medidas, podemos
Guia de Direitos Humanos. Nosso objetivo mecanismo de monitoramento baseado na rescindir a relação comercial.
é materializar as diretrizes e os princípios lista publicada pelo Ministério do Trabalho
descritos em nossa Política em ações efetivas e Emprego (MTE) que identifica casos Em 2009, não foram identificadas, em nossas
de nosso dia a dia na empresa. Dessa forma, de empresas denunciadas por possíveis operações ou cadeia de valor, a ocorrência
acreditamos contribuir para uma gestão cada ocorrências de trabalho forçado. Com base de trabalho infantil. No entanto, nesse
vez mais focada e integrada das questões de nessa listagem, cruzamos o nosso cadastro período, foi constatado um caso de empresa
direitos humanos, onde quer que atuemos. de fornecedores. Essa verificação é feita fornecedora de equipamentos de proteção
não só pelo CNPJ das empresas, como individual (EPIs) que possuía condições de
Esse guia vai orientar nossos empregados também por meio do CPF dos proprietários, trabalho degradante em sua cadeia de valor.
e apoiar o aprimoramento e a definição de garantindo que nenhum fornecedor da Vale, O contrato com essa empresa foi suspenso
processos que assegurem o exercício de seja empresa ou seu proprietário, esteja e seu cadastro, removido da relação de
nossas atividades pautadas no respeito e na envolvido com essas questões. fornecedores da Vale.
promoção dos direitos humanos.

Ao mesmo tempo, estamos desenvolvendo


uma ferramenta de gestão dos aspectos
relacionados a direitos humanos a ser
implantada em nossas operações, assim Esferas de influência da Vale
como nos processos de análise de aquisições para fins de respeito e promoção dos direitos humanos
significativas e de integração pós-aquisição.

Estamos também elaborando uma


ferramenta interna para avaliação de aspectos
sociais que contempla o tema direitos
humanos, em especial trabalho infantil e
trabalho forçado. O objetivo é melhorar
continuamente nosso desempenho.
Empregados Fornecedores Comunidades Governo Sociedade
(contratados), (Local,
Atuamos na nossa cadeia de valor Parceiros, Tradicional/
Clientes Indígenas)
Procuramos estabelecer relações com entidades
que compartilhem dos mesmos princípios e
valores que a Vale. Nosso modelo de contratos
possui cláusulas de natureza trabalhista e
previdenciária, tributária, de saúde e segurança
e qualidade. Cientes da importância de
incentivar práticas sustentáveis na nossa cadeia
produtiva, agimos de forma proativa.

115
agente global de sustentabilidade

Direitos humanos no ar

A série Que trabalho é esse? foi novamente exibida em 2009,


no Canal Futura, de veiculação no Brasil. O vídeo é destinado
à conscientização da sociedade sobre os riscos de trabalho
análogo ao escravo. A iniciativa dá continuidade às ações da
Vale de disseminação dos direitos humanos.

Identificamos que os fornecedores críticos O objetivo é ajudar nossos fornecedores Segurança, Questão Estratégica
das nossas unidades próprias do Brasil em a incorporar a responsabilidade social
relação aos direitos humanos são aqueles nas suas estratégias de negócios. Em Concluímos, em 2009, o treinamento de
que desempenham atividades de segurança 2010 realizaremos a segunda rodada do reciclagem em direitos humanos para quase
empresarial, fornecimento de madeira, programa, envolvendo fornecedores do 2 mil profissionais de segurança terceirizados
carvão vegetal e gusa. Realizamos análises estado de Minas Gerais. e mais de 70 empregados próprios. Também
relativas aos direitos humanos de todos esses iniciamos o treinamento no Canadá, na
fornecedores, seguindo lista do Ministério do • As empresas Alunorte1, Albras e Valesul, Colômbia, em Moçambique, no Peru e
Trabalho e Emprego (MTE), conforme descrito da cadeia de alumínio, são certificadas no Reino Unido. Na Colômbia, além dos
anteriormente. pela norma de responsabilidade social SA profissionais de segurança empresarial, foram
8000, que segue padrão internacional e treinados os militares do exército colombiano
Além disso, em função da identificação de está alinhada ao cumprimento de leis e que atuam em áreas próximas às operações
risco de utilização de carvão vegetal de convenções de direitos humanos, tanto da Vale.
madeira não certificada, eventualmente na cadeia de fornecedores quanto no
envolvendo trabalho forçado e/ou infantil, ambiente de trabalho. Em 2010, expandiremos os treinamentos
na cadeia de nossos clientes produtores de para outras operações globais. Além disso,
ferro-gusa, incluímos cláusulas contratuais • Na operação da PT Inco, na Indonésia, elaboraremos um guia de implementação
que permitem a rescisão do contrato além de os contratos possuírem cláusulas que auxilie gestores e empregados na
de fornecimento de minério caso seja referentes a direitos humanos, monitoramos compreensão e na aplicação do tema em
evidenciada alguma irregularidade. As o desempenho dos itens definidos nos seu dia a dia.
cláusulas referem-se à proteção ambiental, contratos, bem como realizamos auditorias
ao desenvolvimento socioeconômico, à não de conformidade. A Vale apoia ainda a iniciativa de
utilização de trabalho infantil e/ou escravo ou implementação do “disque-denúncia”2 no
análogo ao escravo e a qualquer outro tipo Mantemos um Canal de Denúncias (descrito sudeste do Pará, no Espírito Santo e no Rio
de trabalho irregular. em www.vale.com), que, dependendo da de Janeiro, firmando nosso compromisso
legislação local, pode ser utilizado inclusive voluntário de garantia dos direitos humanos.
A seguir listamos outras iniciativas em prol para recebimento de questões relacionadas Nos estados brasileiros de Minas Gerais e
dos direitos humanos adotadas em nossa a direitos humanos. Além disso, em nosso do Espírito Santo, apoiamos o Programa
cadeia produtiva: site oferecemos um canal de comunicação, Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) –
o Fale Conosco, que contempla a categoria de caráter social preventivo –, conduzido pela
• Participamos do Programa Tear, Sustentabilidade, para encaminhamento Polícia Militar e que envolve crianças e famílias.
desenvolvido pelo Instituto Ethos, no Brasil, de dúvidas.
desde 2006, desempenhando o papel de
empresa-âncora do setor de mineração.
1 A empresa Alunorte obteve a referida certificação em 2009. 2 O disque-denúncia é um canal de comunicação disponibiliza-
do para o recebimento de denúncias que são encaminhadas
para as autoridades governamentais.

116 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


mudanças climáticas biodiversidade direitos humanos

Direitos Indígenas

Em 2009, promovemos atividades que beneficiaram mais de 5,5 mil


índios em diversos estados brasileiros, como o povo Xikrin, no Pará.

Construindo alianças
Pautamos nosso Para fortalecer o diálogo e o respeito pelas As discussões internas sobre essa diretriz
comunidades indígenas e quilombolas tiveram início em 2008 e reforçaram a
relacionamento com as
estamos construindo diretrizes para o necessidade de alinhamento global e de
comunidades indígenas relacionamento com Povos Indígenas e ações de capacitação de nossas equipes
e quilombolas no programa de capacitação para orientar para o diálogo contínuo. Entendemos que
empregados e contratados que têm interface essas ações também devem envolver os
diálogo contínuo e no com essas comunidades. contratados de empresas terceirizadas
respeito à cultural local e prestadoras de serviços que tenham
Os documentos contam com a colaboração interface com Povos Indígenas.
de especialistas e de equipes internas
responsáveis pelo relacionamento com Povos Outra frente em permanente
Indígenas em suas operações. As referências aprimoramento é a avaliação do
para a construção dessas diretrizes são o componente indígena nas etapas
histórico do nosso relacionamento com as preliminares dos processos de
comunidades próximas às nossas atividades, a licenciamento, permitindo a identificação
legislação dos países nos quais atuamos, além de possíveis impactos diretos e indiretos,
de convenções internacionais e normas da assim como a determinação das ações
Organização das Nações Unidas (ONU) e de de relacionamento, mitigação ou
boas práticas sobre direitos indígenas. compensação necessárias.

117
agente global de sustentabilidade

Ações intersetoriais • participação de empregados nas Em Ontário, nosso Grupo de Trabalho com
comemorações do Dia do Índio e em Aborígenes, formado por membros de
Para dar continuidade às ações de cerimônias de casamentos tradicionais; diferentes áreas, como meio ambiente, pesquisa
etnodesenvolvimento1, em 2009 mineral, projetos e recursos humanos, continua
promovemos atividades que beneficiaram Povo Krenak desenvolvendo atividades regulares nas
mais de 5,5 mil índios nos estados brasileiros • para apoiar o programa de pecuária leiteira, comunidades aborígenes nas nossas áreas de
do Pará, do Maranhão e de Minas Gerais. em implantação, foi realizada ação de operação no Canadá. Essa iniciativa visa manter os
Para a realização dessas ações, contamos capacitação de representantes das quatro líderes aborígenes atualizados sobre as questões
com o apoio de órgãos governamentais, comunidades, que, em parceria com a ligadas à sustentabilidade e aos negócios
universidades e ONGs. Universidade Federal de Viçosa, tiveram aulas relevantes para Vale e para a comunidade.
expositivas, simulações e visita a unidades- Atualmente, o grupo de trabalho e membros do
Podemos destacar as seguintes iniciativas: -modelo e fazendas de diversos portes; Povo Sagamok Anishnawbek negociam o Acordo
de Diminuição dos Impactos (Impact Benefit
Povo Kayapó Comunidades Quilombolas de Jambuaçu Agreement). O objetivo é o desenvolvimento da
• apoio e parceria com a ONG Floresta • visitas às instalações da Estação mina de Totten, localizada no limite do Território
Protegida para a realização de expedições Conhecimento da Área de Preservação Tradicional de Sagamok. A negociação deve ser
pelo rio Branco para desobstrução e melhoria Permanente do Gelado (APA), onde concluída em junho de 2010.
da trafegabilidade e detecção de pontos foi possível demonstrar alternativa de
vulneráveis, invasões e outras situações que desenvolvimento humano e econômico Na Austrália, a Vale envolve os representantes de
ponham em risco a Terra Indígena; para populações de áreas rurais; Povos Indígenas nos processos decisórios. Antes
de iniciar as operações, buscamos identificar
• parceria com a Fundação Nacional do Ações dos Voluntários Vale suas necessidades e valores sociais e culturais.
Índio (Funai) para apoio à coleta de • distribuição de brinquedos às crianças Procuramos também encorajar os membros
castanha-do-pará por meio da entrega de dos Povos Kayapó e Krenak, no Pará e em de comunidades indígenas a trabalharem em
materiais que possibilitaram a eficiência Minas Gerais. nossas operações.
da coleta e a qualidade do produto. Essa
iniciativa visa melhor valor de mercado Em outros países onde há forte presença de Buscamos estabelecer uma relação construtiva,
e, consequentemente, à melhoria na Povos Indígenas, também desenvolvemos de benefícios mútuos, respeito à diversidade
qualidade de vida do Povo Kayapó; ações de resgate cultural. Em 2009, a Vale cultural e aos direitos dessas populações; no
Nouvelle-Calédonie assinou um convênio entanto, permanecem em discussão ações
Povo Xikrin com instituições de educação locais judiciais. Quanto ao processo relativo ao Povo
• parceria com a Fundação Nacional de Saúde para o ensino da língua nativa do Povo Xikrin do Cateté, o mesmo permanece em
(Funasa) para a melhoria da qualidade da Kanak nas escolas de ensino médio. Essa andamento, assim como a ação movida pela
água por meio de desinfecção dos poços ação dá continuidade às iniciativas que Fundação Nacional do Índio (Funai) contra a Pará
artesianos usados pelo Povo Xikrin da Terra desenvolvemos em 2008, Ano Internacional Pigmentos S.A., controlada pela Vale, que discute
Indígena Cateté; das Línguas pela Unesco, como a produção o repasse financeiro ao Povo Indígena Tembé.
de cartilhas com o registro da língua
• visita de líderes indígenas às instalações nativa Kanak, marcada pela influência da Outra questão envolvendo Povos Indígenas
dos empreendimentos Salobo e Sossego, colonização francesa. trata da ação movida pelo Conselho Indigenista
permitindo o intercâmbio cultural; Missionário (Cimi) e pela Associação de
Como resultado do Pacto de Desenvolvimento Desenvolvimento e Preservação dos Rios Araguaia
• treinamento de funcionários e contratados Sustentável do Grande Sul, assinado entre a e Tocantins contra o Ibama e o Consórcio Estreito
Vale dos novos empreendimentos que Vale Inco Nouvelle-Calédonie e as populações Energia, alegando a inadequação do componente
têm interface com Povos Indígenas, como Kanak, implementamos em outubro de 2009 indígena avaliado no processo de licenciamento.
Salobo, que convive com a presença de o Comitê Consultivo Indígena Ambiental, Para tanto, foi proposto em 2009 um Termo de
indígenas durante o período de coleta de que garante a participação de autoridades no Cooperação entre Consórcio, Funai e Ibama para a
castanha-do-pará; monitoramento ambiental da operação na realização de projetos.
região sul, bem como a preservação da cultura
do Povo Kanak. Outros dois pilares do Pacto são Em Minas Gerais o Consórcio Hidrelétrico de
1 A noção de etnodesenvolvimento refere-se à construção de
um modelo de desenvolvimento que respeite os direitos e
a criação de uma fundação e da associação de Aimorés dá continuidade ao projeto acordado com
incorpore as perspectivas e interesses dos Povos Indígenas. reflorestamento (prevista para 2010). o Povo Krenak, que prevê ações sociais, ambientais
Entre suas principais diretrizes estão: garantia da satisfação
das necessidades básicas, incorporação da “visão endógena” e culturais, enquanto, no Pará, a Vale aguarda a
indígena sobre o desenvolvimento, valorização dos conheci-
mentos, tecnologia e recursos indígenas, favorecimento da
definição das Comunidades Quilombolas do
relação equilibrada com o meio ambiente e fortalecimento da Território de Jambuaçu para dar continuidade às
participação indígena nos processos decisórios. Essa noção
de etnodesenvolvimento tem sido utilizada por diversas ações previstas no acordo firmado.
instituições no Brasil, como Fundação Nacional do Índio
(Funai), Ministério do Meio Ambiente (MMA), entre outras, e
internacionais, como o Banco Mundial.

118 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


ESCOPO DO RELATÓRIO (LIMITE)

Abrangência do A metodologia de definição de limites foi a mesma adotada nos relatórios de


sustentabilidade 2007 e 2008. O escopo de empresas que compõem o relatório

relatório
é atualizado anualmente. O destaque foi a inclusão da Vale Australia, empresa
adquirida em 2007, desde o relatório 2008. As informações das empresas adquiridas
em 2009 serão integradas nos indicadores de desempenho reportados nos
próximos relatórios, consoante com a abordagem progressiva adotada.

O quadro abaixo apresenta a forma como as principais empresas da Vale, em


termos de sustentabilidade, foram consideradas neste relatório.

Negócio Indicadores de desempenho Forma de gestão Questões e dilemas


• Vale (1)
• Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização – Itabrasco (2)
• Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização – Kobrasco (2)
Minério
• Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização – Nibrasco (2) • Samarco Mineração S.A.
de ferro e
• Companhia Hispano-Brasileira de Pelotização – • Zhuhai YPM Pellet Co., Ltd.
pelotas Hispanobras (2)
• Urucum Mineração S.A. (3) (4)
• Vale Oma Pelletizing LLC
• Vale Manganês S.A.
Manganês e • Vale Manganèse France
ferroligas • Vale Manganese Norway A S
• Urucum Mineração S.A. (3) (4)
• Vale (5)
• Ferrovia Centro-Atlântica S.A. – FCA • Log-in Logística Intermodal S.A.
• MRS Logística S.A.
Logística • Ferrovia Norte Sul S.A. • Consórcio de Rebocadores da Barra dos Coqueiros
• Companhia Portuária Baía de Sepetiba – CPBS (3) • Consórcio de Rebocadores da Baía de São Marcos
• Seamar Shipping
• Vale
Potássio,
• Cadam S.A.
caulim e
• Pará Pigmentos S.A. – PPSA
fosfato • Compañía Minera Miski Mayo S.A.C. (Projeto Bayovar)
• Vale
Cobre
• Salobo Metais S.A. (3)
• Vale
• Alunorte – Alumina do Norte do Brasil S.A.
Alumínio • Albras – Alumínio Brasileiro S.A. • Mineração Rio do Norte S.A. - MRN
• Valesul Alumínio S.A. (3)
• Companhia de Alumina do Pará - CAP
• ThyssenKrupp-CSA – Siderúrgica
do Atlântico Ltda. – CSA
Siderurgia • Vale • California Steel Industries – CSI
• Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais
S.A. – Usiminas (6)
• Vale Moçambique Limitada (Projeto Moatize) • Shandong Yankuang Int. Coking Co. Ltd.
Carvão • Vale Australia (Carborough Downs, Broadlea • Henan Longyu Energy Resources Co. Ltd.
e Integra Coal) • Vale Australia (Isaac Plains)
• Consórcios de Energia: Igarapava, Porto Estrela,
Candonga, Capim Branco, Funil, Aimorés, Estreito
Energia
e Gesai – Geração Santa Isabel (7)
• Vale Soluções em Energia S.A. – VSE
• Vale
• Vale Inco Limited
• Vale Inco Newfoundland & Labrador Limited
• Vale Inco Metals (Shanghai) Co., Ltd.
• Novamet (Novamet Specialty Products Corporation)
• Vale Inco Europe Limited (Clydach Refinery e Acton Refinery)
• PT International Nickel Indonesia Tbk (PT Inco)
Níquel (8) • Korea Nickel Corporation
• Vale Inco Nouvelle-Calédonie S.A.S.
• Inco Advanced Technology Materials (IATM Shenyang) Co., Ltd.
• Inco Advanced Technology Materials (IATM Dalian) Co., Ltd.
• Vale Inco New Nickel Materials (Dalian) Co. Ltd.
• Vale Inco Japan Limited
• Taiwan Nickel Refining Corporation
• Exide Group Incorporated
(1) Inclui operações das empresas Minerações Brasileiras Reunidas S.A. – MBR, Minas da Serra Geral S.A. – MSG e Baovale Mineração S.A. – Baovale. (2) Os ativos são operados pela Vale. (3) Desde novembro de
2007, essas empresas assumiram a marca Vale, ainda que a razão social das empresas não tenha sido alterada. As razões sociais das empresas têm como referência dezembro de 2009. (4) Inclui operações da
CPFL (Companhia Paulista de Ferroligas – CPFL). (5) Inclui operações da Estrada de Ferro Carajás – EFC e da Estrada de Ferro Vitória a Minas – EFVM. (6) A Vale vendeu sua participação na Usiminas em abril de
2009. (7) Continuamos nossos esforços para obter as licenças ambientais necessárias à construção da usina hidrelétrica Santa Isabel. (8) A participação da Vale na Inmetco (International Metals Reclamation
Company, Inc.) e Jinco Nonferrous Metals Co., Ltd. foi vendida em dezembro de 2009.

119
A CLASSIFICAÇÃO UTILIZADA NO QUADRO DA PÁGINA ANTERIOR SEGUIU
O SEGUINTE CRITÉRIO:

Indicadores de desempenho

Inclui as unidades próprias da Vale, empresas controladas1 e empresas que operamos.


Os indicadores de desempenho são apresentados ao longo do relatório.

Forma de gestão

Consideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência


significativa: inclui coligadas com participação da Vale, direta ou indireta, de 20% a 50% do
capital votante ou empresas em que a Vale possui controle compartilhado. A Vale possui
assento nos diferentes órgãos de administração dessas entidades, podendo integrar,
ainda, comitês que tratam de questões relacionadas a meio ambiente, saúde e segurança,
recursos humanos e finanças, entre outros temas. Por meio dessa atuação, a Vale participa
de decisões estratégicas e influencia a elaboração de normas e políticas dessas empresas2,
incluindo questões de sustentabilidade.

1 Por apresentarem baixo impacto em sustentabilidade, as informações sobre as empresas de pesquisa mineral não foram
incluídas no cálculo da maior parte dos indicadores de desempenho.
2 Observando a legislação vigente do local do estabelecimento da empresa.

Questões e dilemas

Consideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência. Inclui
coligadas com participação, direta ou indireta, da Vale inferior a 20% do capital votante.

Empresa Produtos e/ou serviços Participação acionária da Vale Questões relevantes

5,9% das ações ordinárias e Faz parte da estratégia


Usiminas* Produtos de aço de longo prazo da Vale
2,9% do capital total
na siderurgia promover o
desenvolvimento do setor
26,87% do capital social da joint no Brasil, agregando valor ao
TKCSA Placas de aço
venture após setembro de 2009 minério e gerando riqueza e
desenvolvimento para o país
Participação direta e indireta
Tráfego em áreas com
MRS Transporte ferroviário (37,9% do capital votante** e comunidades urbanas
41,5% do capital total)

*A Vale vendeu sua participação na Usiminas em abril de 2009.


**A Vale, em razão de questões concorrenciais, renunciou ao direito de voto inerente às ações ordinárias da MRS
Logística S.A. detidas diretamente por ela e vinculadas ao acordo de acionistas da companhia.

120 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Verificação externa

Relatório dos Auditores Independentes sobre Asseguração Limitada do Relatório de


Sustentabilidade da Vale S.A., com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative – GRI G3

Aos
Administradores e acionistas da
Vale S.A.
1. Aplicamos procedimentos de asseguração limitada sobre determinadas informações contidas no Relatório de Sustentabilidade
da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, elaborado sob a responsabilidade da administração da
Companhia. Nossa responsabilidade é a de emitir um relatório de asseguração limitada sobre as informações divulgadas neste
Relatório de Sustentabilidade.

2. O trabalho de asseguração limitada foi realizado de acordo com a Norma e Procedimentos de Asseguração – NPO 01, emitida
pelo IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, sobre trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria
ou de revisão de informações financeiras históricas, e compreendeu: (a) o planejamento dos trabalhos considerando a
relevância e o volume das informações qualitativas e quantitativas, bem como os controles internos correspondentes; (b) a
indagação e discussão junto a profissionais da Vale S.A. para entendimento dos principais critérios, premissas e metodologias
utilizados na preparação do Relatório de Sustentabilidade, assim como os processos de gestão e consolidação de indicadores
e itens de perfil; (c) a validação, por meio de testes em bases amostrais, das evidências que suportam os dados qualitativos e
quantitativos do Relatório de Sustentabilidade; (d) o confronto das informações contidas no Relatório de Sustentabilidade com
os requisitos da Global Reporting Initiative GRI-G3; (e) visitas às unidades brasileiras Minas Cauê e Fábrica, em Minas Gerais; Porto
de Tubarão, Usinas Um e Dois e Ferrovia Vitória a Minas, no Complexo de Tubarão, Espírito Santo, e unidade Taquari Vassouras,
em Sergipe, além das unidades Open Cut e Underground, da Integra Coal, na Austrália.

3. Nosso trabalho teve como objetivo verificar se os dados incluídos no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., no que tange
à obtenção de informações qualitativas, medições e cálculos de informações quantitativas, se apresentam em conformidade
com as diretrizes da GRI-G3. As informações históricas, informações de mercado, informações descritivas, metas, projeções
e opiniões sujeitas a avaliações subjetivas não estão no escopo dos trabalhos desenvolvidos e, portanto, nosso relatório não
proporciona asseguração limitada ou razoável sobre tais informações.

4. Conforme as diretrizes GRI-G3, a Vale declara um Nível de Aplicação A+ em seu Relatório de Sustentabilidade relativo ao
exercício findo em 31 de dezembro de 2009, o qual reporta 86 indicadores, entre essenciais, adicionais e do Suplemento
Setorial de Mineração e Metais (Mining & Metals Sector Supplement). Os procedimentos por nós aplicados foram considerados
suficientes para confirmar que o nível de aplicação declarado pela Vale está de acordo com as diretrizes GRI-G3.

5. Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimento de qualquer modificação relevante que deva
ser feita nas informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro
de 2009, para que as mesmas estejam apresentadas de acordo com as diretrizes GRI-G3.

6. As informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativas aos exercícios de 2007 e 2008 e apresentadas
para fins de comparação foram revisadas por outros auditores independentes, que emitiram relatórios de asseguração limitada
em 12 de junho de 2008 e 24 de julho de 2009, respectivamente.

Rio de Janeiro, 07 de junho de 2010.

ERNST & YOUNG José Carlos Costa Pinto


Auditores Independentes S.S. Sócio
CRC – 2SP 015.199/O-6-F-RJ CRC 1 RJ 066.960/O-9

121
Relatório dos Auditores Independentes sobre Asseguração Limitada do
Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., com base nas Diretrizes do ICMM’s
Sustainable Development Framework Assurance Procedure
Aos
Administradores e acionistas da
Vale S.A.
Aplicamos procedimentos de asseguração limitada sobre informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A. 2009
("Relatório"), especificamente relacionadas às diretrizes do Sustainable Development Framework Assurance Procedure, emitido pelo
International Council on Mining and Metals - ICMM, conforme detalhado a seguir.

Responsabilidades da Vale S.A.


O Relatório foi elaborado pela Vale S.A. ("Companhia"). A Companhia é responsável pela coleta e apresentação de informações
reportadas e por manter controles internos definidos para suportar o processo de reporte do Relatório. No momento do fechamento
do processo de verificação externa do Relatório, inexistiam requisitos obrigatórios de preparação, publicação e verificação externa de
Relatórios de Sustentabilidade.

Responsabilidades da Ernst & Young


Revisar determinadas informações divulgadas no Relatório referente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009 e elaborado sob
responsabilidade da administração da Companhia, com consequente emissão de relatório de asseguração limitada. Nossos trabalhos
foram realizados de acordo com a Norma e Procedimentos de Asseguração – NPO 01, emitida pelo IBRACON – Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil, sobre trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria ou de revisão de informações financeiras históricas,
e com as diretrizes do Sustainable Development Framework Assurance Procedure (‘Framework’), emitido pelo International Council on Mining
and Metals- ICMM.

Objeto de revisão (Subject Matter)


Vale S.A. é membro do International Council on Mining and Metals- ICMM e, portanto, comprometida na obtenção de asseguração de seu
Relatório em consonância com o Framework emitido pelo ICMM. Com base no Framework, verificamos os seguintes objetos de revisão
(Subject Matters):
Subject Matter 1: o alinhamento da Companhia aos 10 princípios de Desenvolvimento Sustentável e aos Position Statements do ICMM.
Subject Matter 2: os riscos materiais de desenvolvimento sustentável declarados pela Companhia e oportunidades baseadas em sua
própria revisão do negócio e na visão e expectativas de seus stakeholders.
Subject Matter 3: a existência e status de implementação de sistemas e abordagens utilizados pela Companhia para gerenciar os riscos e
oportunidades por ela identificados como materiais.
Subject Matter 4: o desempenho da Companhia durante o período do Relatório para os riscos e oportunidades por ela identificados
como materiais.
Subject Matter 5: o nível de aplicação auto-declarado segundo as diretrizes da GRI G3.

Para todos os Subject Matters consideramos os limites do relatório definidos na página 119 do mesmo.

Escopo da verificação
Nossos trabalhos de asseguração limitada compreenderam questionamentos à administração da Companhia sobre os seguintes
aspectos:

Materialidade
• Indicadores de desempenho, declarações e demais informações reportadas refletindo os impactos sociais, ambientais e econômicos
significantes da empresa.
• Fatores internos e externos considerados na determinação dos indicadores de desempenho, declarações e demais informações
relevantes reportadas no Relatório.
• Informações relacionadas ao desempenho da empresa no período do Relatório.

122 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Abrangência
• Informações de desempenho de desenvolvimento sustentável relacionadas aos riscos materiais declarados pela Companhia, de acordo
com os limites e período do Relatório.
• Apresentação de dados das unidades operacionais relacionados aos riscos materiais declarados pela Companhia, se relevante.

Exatidão
• Confiabilidade e exatidão de dados coletados nos níveis operacionais para os riscos materiais declarados pela Companhia, quando
relevante.

Os riscos declarados pela Vale S.A. foram selecionados com base na avaliação de materialidade realizada pela Companhia e especificada no
texto do Relatório de Sustentabilidade, em sua seção Estratégia de Sustentabilidade, que compreendeu a análise de cobertura da mídia
no período do Relatório, entrevista com agentes considerados decisivos, posicionamentos públicos da empresa e temas considerados
relevantes no relacionamento com os stakeholders em anos anteriores. Os três riscos considerados materiais pela Vale S.A. foram:
• Emprego e relações de trabalho
• Minimização de impactos ambientais
• Desempenho dos negócios

Procedimentos realizados
Em aderência à verificação recomendada pelo ICMM, nosso trabalho de asseguração limitada incluiu os seguintes procedimentos:

• Entrevista com uma seleção de executivos da Companhia responsável por saúde, segurança, meio ambiente, relacionamento com
comunidades e governança corporativa, a fim de confirmar os assuntos materiais para o negócio;
• Análise das políticas e diretrizes da empresa para verificação do seu alinhamento com os princípios do ICMM, seus requisitos mandatórios
e position statements;
• Verificação, em base amostral, de documentações e informações públicas relacionadas à gestão de sustentabilidade e desempenho;
• Verificação, em base amostral, da existência e estágio de implementação dos sistemas e abordagens usados para gerenciar os riscos
materiais declarados;
• Visitas às unidades brasileiras Minas Cauê e Fábrica, em Minas Gerais, Porto de Tubarão, Usinas Um e Dois e Ferrovia Vitória a Minas, no
Complexo de Tubarão, Espírito Santo, e unidade Taquari Vassouras, em Sergipe, além das unidades Open Cut e Underground, da Integra
Coal, na Austrália; e
• Revisão do texto final do Relatório para verificação da adequação do relato em relação aos riscos materiais declarados e dados de
desempenho identificados durante o processo de verificação.

Limitações de escopo
O escopo de nosso trabalho de verificação não incluiu:

• Verificação da exatidão, fidedignidade e materialidade de bancos de dados, declarações, informações, sistemas ou abordagens
relacionados às áreas diversas daquelas relacionadas aos riscos materiais declarados;
• Declarações futuras da empresa, assim como metas, intenções e projetos a serem desenvolvidos futuramente;
• Comparação com dados históricos;
• Verificação de eficácia de quaisquer sistemas de gestão da empresa;
• Avaliação dos riscos da Companhia e da eficiência de suas ferramentas de gestão.

Conclusão
Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimento de qualquer modificação relevante que deva ser feita nas
informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da Vale S.A., relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2009, em relação à
aderência dos Subject Matters reportados com o Framework do ICMM e os princípios de materialidade, abrangência e exatidão enunciados
pelo Global Reporting Initiative - GRI G3.

Rio de Janeiro, 07 de junho de 2010.

ERNST & YOUNG José Carlos Costa Pinto


Auditores Independentes S.S. Sócio
CRC – 2SP 015.199/O-6-F-RJ CRC 1 RJ 066.960/O-9

123
Nível de aplicação GRI

Aplicação das
diretrizes
O presente relatório atinge o nível de aplicação A+ da GRI, que estabelece o relato de todos os itens de
perfil, de informações sobre a forma de gestão para cada categoria de indicador e de todos os indicadores
de desempenho essenciais e do Suplemento Setorial de Mineração e Metais.

C C+ B B+ A A+
Obrigatório

Autodeclarado
Com verificação externa

Com verificação externa

Com verificação externa


Examinado por
terceiros
Opcional

Examinado pela GRI

C C+ B B+ A A+
Responder a todos os critérios
Responder aos itens:
elencados para o Nível C, mais:
1.1;
1.2;
Perfil da G3 2.1 a 2.10; O mesmo exigido para o Nível B
3.9, 3.13;
3.1 a 3.8, 3.10 a 3.12;
4.5 a 4.13,
4.1 a 4.4, 4.14 a 4.15
4.16 a 4.17
Conteúdo do relatório

Com Verificação externa

Com Verificação externa

Com Verificação externa

Informações Informações sobre a Forma de


Forma de Gestão divulgada para
sobre a Forma de Não exigido Gestão para cada Categoria de
cada Categoria de Indicador
Gestão da G3 Indicador

Responder a um mínimo de 20 Responder a cada Indicador


Indicadores de Responder a um mínimo de 10 Indicadores de Desempenho, essencial da G3 e do
Desempenho da G3 Indicadores de Desempenho, incluindo pelo menos um de Suplemento Setorial com
& Indicadores de incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas a devida consideração ao
Desempenho do cada uma das seguintes áreas de de desempenho: econômico, Princípio da Materialidade de
Suplemento desempenho: social, econômico e ambiental, direitos humanos, uma das seguintes formas: (a)
Setorial ambiental. práticas trabalhistas, sociedade, respondendo ao indicador ou (b)
responsabilidade pelo produto. explicando o motivo da omissão.

124 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Princípios Pacto Global Princípios ICMM
Direitos Humanos
1. Implementar e manter práticas comerciais éticas e
1. Respeitar e proteger os direitos sistemas sólidos de governança corporativa.
humanos
2. Integrar as considerações de desenvolvimento
sustentável dentro do processo decisório corporativo.
2. Impedir violações de direitos humanos
3. Defender direitos humanos fundamentais e respeitar
Direitos do Trabalho culturas, costumes e valores nas negociações com
funcionários e outros que sejam afetados por nossas
3. Apoiar a liberdade de associação no atividades.
trabalho e a negociação coletiva

4. Implementar estratégias de gestão de risco baseadas


4. Eliminar todas as formas de trabalho em dados válidos e ciência legítima.
forçado ou compulsório

5. Buscar a melhoria contínua de nossa saúde e o


5. Abolir o trabalho infantil desempenho em segurança.

6. Buscar a melhoria contínua de nosso desempenho


6. Eliminar a discriminação no ambiente ambiental.
de trabalho

Proteção ao Meio Ambiente 7. Contribuir com a preservação da biodiversidade e


promover abordagens integradas de planejamento
7. Apoiar uma abordagem preventiva sobre o uso da terra.
aos desafios ambientais
8. Facilitar e estimular a criação responsável de
produtos, o uso, a reutilização, a reciclagem e o
8. Desenvolver iniciativas para promover
maior responsabilidade ambiental descarte de nossos produtos.

9. Contribuir para o desenvolvimento social, econômico


9. Desenvolver e difundir tecnologias que e institucional das comunidades onde operamos.
não agridam o meio ambiente

Contra a Corrupção 10. Implementar o engajamento eficaz e transparente,


a comunicação e as providências de contato
10. Combater a corrupção em todas independentemente das verificadas com nossos
as suas formas, inclusive extorsão
e propina interessados.

Como signatária do Pacto Global e do ICMM, a Vale comprometeu-se a adotar, em suas práticas de negócios,
os princípios elencados acima. Ao longo do relatório, foram apresentados cases que retratam nossa atuação e
cuja relação com esses princípios está indicada no quadro abaixo.

correlação de práticas da vale com pacto global e ICMM


Princípio
Cases Pacto Global
Princípio ICMM Págs.

Atuação além de nossa operações 1, 7, 8 7, 9 12


Mão de obra qualificada - - 41
Incentivo à pesquisa 7, 8, 9 6, 7, 8 45
Incentivo à inovação 1, 7, 8 5, 6, 8 47
Conviver com lagos 7, 8, 9 6, 7 56
Tecnologia inovadora no controle atmosférico 8, 9 6 65
Formando campeões - 9 77
Pesca na praia do Boqueirão 1, 8 3, 9, 10 78
Fortalecendo os municípios 1 9 79
Desenvolvimento da Grande Vitória 1, 8, 9 9, 10 80
Ações de apoio às comunidades 7, 8 3, 9 81
Capacitar para crescer 1 3, 9 82
Com as mãos na massa 1, 8 3, 9 83
Reassentamento em Moçambique 1, 7, 8 3, 9, 10 86
Práticas premiadas - 9 89
Compromisso conjunto 7, 8 2, 6, 10 97
Gavião-real 7, 8 7 112

125
Índice Remissivo GRI e Correlação com Pacto Global e ICMM

Princípio Princípio
Índice Págs.
Pacto Global ICMM
Estratégia e análise
1.1. Mensagem da Presidência e da Presidência do Conselho. 2,10 4-7
1.2. Descrição dos impactos, riscos e oportunidades. 4 11-13
Perfil organizacional
2.1. Nome da organização. 10 Informações corporativas
2.2. Marcas, produtos e/ou serviços. 10 2
2.3. Estrutura operacional. 10 2
2.4. Localização da sede da organização. 10 2
2.5. Atuação geográfica. 10 2
2.6. Natureza jurídica. 10 Informações corporativas
2.7. Mercados atendidos. 10 2
2.8. Porte da organização. 10 2 , 17
2.9. Mudanças durante o período coberto pelo relatório. 2, 10 9
2.10. Prêmios e certificações. 10 Informações corporativas
Parâmetros para o relatório
Perfil do relatório
3.1. Período coberto pelo relatório. 9
3.2. Data do relatório anterior. 9
3.3. Periodicidade. 9
3.4. Dados para contato. 9
Escopo e limite do relatório
3.5. Definição do conteúdo. 10 , 11
3.6. Limite do relatório. 119, 120
3.7. Escopo do relatório. 119, 120
3.8. Base para a elaboração do relatório. 119, 120
119, 120 e ao longo
3.9. Técnicas de medição e bases de cálculos. do relatório
119, 120 e ao longo
3.10. Consequências de reformulações de informações. do relatório
119, 120 e ao longo
3.11. Mudanças significativas. 2 do relatório
Sumário de conteúdo da GRI
3.12. Sumário GRI. 126-128
Verificação
3.13. Verificação externa. 121, 122
Governança, compromissos e engajamento
Governança
4.1. Estrutura de governança. 1 21
4.2. Indicação caso o presidente do mais alto órgão de governança 21
1
também seja um diretor executivo.
4.3. N
 úmero de membros independentes ou não-executivos do mais alto 21
1
órgão de governança.
4.4. Mecanismos para recomendações a órgãos de governança. 1 21
4.5. Relação entre remuneração e o desempenho econômico e socioambiental. 1 22
4.6. Processos para evitar conflitos de interesse. 1 21, 22
4.7. Qualificações de conselheiros. 1 21
4.8. Valores, códigos de conduta e princípios internos. 1 23
4.9. Atuação do Conselho de Administração. 1, 4 21
4.10. Autoavaliação do Conselho de Administração. 1 21
Compromissos com iniciativas externas
4.11. Princípio da precaução. 27
4.12. Cartas, princípios e iniciativas. 24, 25
4.13. Participação em associações. 25
Engajamento dos stakeholders
4.14. Relação de stakeholders. 10, 11
4.15. Identificação de stakeholders. 10, 11
4.16. Engajamento dos stakeholders. 10, 24, 25
4.17. Principais temas e preocupações de stakeholders. 10
Desempenho econômico
Abordagem de gestão econômica (objetivos e desempenho, política e
16-19
outras informações contextuais).
Desempenho econômico
EC1. Valor econômico gerado e distribuído. 9 17
EC2. Riscos e oportunidades relacionados a mudanças climáticas. 7 9 101
EC3. Plano de pensão. 38, 39
EC4. Ajuda financeira significativa recebida do governo. 18
Presença de mercado
EC5. Relação salário mínimo interno/local. 1 9 36
EC6. Gastos com fornecedores locais. 9 90
EC7. Contratação local. 6 9 81,82

Indicadores atendidos integralmente


Indicadores atendidos parcialmente

126 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Índice Remissivo GRI e Correlação com Pacto Global e ICMM

Princípio Princípio
Índice Págs.
Pacto Global ICMM
Impactos econômicos indiretos
EC8. Investimentos em infraestrutura. 9 79
EC9. Impactos econômicos indiretos. 72, 73
Desempenho ambiental
Abordagem de gestão ambiental (objetivos e desempenho, política, responsabilidade
organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras 52-69, 96-113
informações contextuais).
Materiais
EN1. Materiais usados. 8 6 63
EN2. Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem. 8, 9 6 63
EN3. Consumo de energia direta. 8, 9 6 66, 67
EN4. Consumo de energia indireta. 8 6 68, 69
EN5. Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência. 8, 9 6 66, 102, 103
EN6. Produtos e serviços ecoeficientes. 8, 9 6 66
EN7. Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas. 8, 9 6 66, 102, 103
Água
EN8. Água retirada por fonte. 8 6 54, 55
EN10. Água reciclada e reutilizada. 8, 9 55
Biodiversidade
EN11. Localização dentro de áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade. 8 7 106
EN12. Impactos na biodiversidade. 8 7 107
EN13. Hábitats protegidos ou restaurados. 8 110, 111
EN14. Gestão de impactos na biodiversidade. 8 108
EN15. Lista Vermelha da IUCN. 8 109
Emissões, efluentes e resíduos
EN16. Emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa. 8 6 98, 99
EN17. Outras emissões indiretas relevantes de gases causadores do efeito estufa, por peso. 8 6 100
EN18. Iniciativas para reduzir emissões de gases de efeito estufa. 7, 8, 9 102, 103
EN19. Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio. 8 6 101
EN20. NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso. 8 6 64, 65
EN21. Descarte de água. 8 6 56 - 58
EN22. Peso total de resíduos. 8 6 59, 60
EN23. Derramamentos significativos. 8 6 63
EN24. Resíduos perigosos transportados. 8 60
EN26. Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e
7, 8, 9 6 91-93
a extensão da redução desses impactos.
Produtos e serviços
EN27. Produtos e embalagens recuperados. 8, 9 62
Conformidade
EN28. Valor monetário de multas significativas. 8 6, 8 65
Geral
EN30. Investimentos em proteção ambiental. 7, 8, 9 54
Desempenho social – Práticas trabalhistas e trabalho decente
Abordagem de gestão dos aspectos trabalhistas (objetivos e desempenho, política,
responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e 32-51
acompanhamento, outras informações contextuais).
Emprego
LA1. Trabalhadores por tipo de emprego e região. 3 33, 34
LA2. Taxa de rotatividade. 6 9 40
LA3. Benefícios a empregados. 37
Relações entre trabalhadores e a administração
LA4. Acordos de negociação coletiva. 1, 3 3 39
LA5. P
 razo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais,
3 3 39
incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação coletiva.
Segurança e saúde ocupacional
LA6. Representação em comitês de saúde e segurança. 1, 3 3, 5 50
LA7. Doenças ocupacionais, dias perdidos e óbitos. 1 5 48
LA8. Programas de educação, aconselhamento e prevenção relacionados a doenças graves. 1 5 49
LA9. Saúde e segurança em acordos com sindicatos. 1 3 50
Treinamento e educação
LA10. Horas de treinamento. 6 2 41
LA11. Gestão de competências e aprendizagem contínua. 3 41
LA12. Análise de desempenho e desenvolvimento de carreira. 37
Diversidade e igualdade de oportunidades
LA13. Composição dos grupos responsáveis pela governança. 1, 6 3 35, 36
LA14. Proporção de salário homens/mulheres. 1, 6 35
Desempenho social – Direitos humanos
Abordagem de gestão dos aspectos de direitos humanos (objetivos e desempenho,
política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, 114, 118
monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

Indicadores atendidos integralmente


Indicadores atendidos parcialmente

127
Índice Remissivo GRI e Correlação com Pacto Global e ICMM

Princípio Princípio
Índice Págs.
Pacto Global ICMM
Práticas de gestão e investimento
HR1. P
 ercentual e número total de contratos de investimentos significativos que incluam
cláusulas referentes a direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações 1, 2 2, 3 115
referentes a direitos humanos.
HR2. Percentual de fornecedores avaliados e medidas tomadas. 1, 2, 3, 4, 5, 6 3 115, 116
Liberdade de associação e negociação coletiva
HR4. Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas. 1, 2, 6 3 35
HR5. Operações com risco à liberdade de associação e negociação coletiva. 1, 2, 3 3 39
Trabalho infantil
HR6. Operações com risco de trabalho infantil. 1, 2, 5 3 115, 116
Trabalho forçado e escravo
HR7. Operações com risco de trabalho forçado ou análogo. 1, 2, 4 3 115, 116
Práticas de segurança
HR8. Treinamento da segurança em direitos humanos. 1, 2 3 116
Direitos indígenas
HR9. Violações de direitos indígenas. 1, 2 118
Desempenho social – Sociedade
Abordagem de gestão dos aspectos sociais (objetivos e desempenho, política,
responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e 72-93
acompanhamento, outras informações contextuais).
Comunidade
SO1. Gestão de impactos das operações nas comunidades. 4 73
Corrupção
SO2. Avaliações de riscos relacionados à corrupção. 10 1 30
SO3. Treinamento em políticas anticorrupção. 10 1 30
SO4. Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. 10 1 29
Políticas públicas
SO5. Participação na elaboração de políticas públicas. 1-10 24
SO6. Contribuições a partidos políticos. 10 24
Concorrência desleal
SO7. Ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio. 31
Conformidade
SO8. Multas e sanções não-monetárias por não-conformidade
31
a leis e regulamentos.
Desempenho social – Responsabilidade pelo produto
Abordagem de gestão dos aspectos referentes à responsabilidade sobre o produto
(objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e 88-93
conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).
Saúde e segurança do cliente
PR1. Avaliação de impactos. 1 8 91-93
Rotulagem de produtos e serviços
PR3. Procedimentos de rotulagem de produtos e serviços. 8 8 93
PR5. Práticas relacionadas à satisfação do cliente. 91
Comunicação e marketing
PR6. Adesão às normas. 91
PR7. Não-conformidade. 91
Conformidade
PR9. Multas relacionadas ao fornecimento e uso dos
91
produtos e serviços.
Indicadores setoriais de mineração e metais*
MM1. Identifica as operações nas quais a contribuição econômica local e o impacto do
desenvolvimento são de especial importância e interesse para as partes interessadas
9 78, 81, 90
(por exemplo, operações em áreas remotas) e define políticas referentes à avaliação
dessa contribuição.
MM2. Valor agregado desagregado para nível nacional. 17
MM3. O número/percentual de operações identificadas que requerem planos de
gerenciamento da biodiversidade e o número/percentual de operações onde os 7, 9 109
planos estão implementados.
MM4. P
 ercentual de produto(s) derivado(s) de materiais secundários. 62
MM5. Descreve as políticas para a avaliação dos atributos da ecoeficiência e da
sustentabilidade dos produtos (por exemplo, reciclabilidade, uso do material, uso de 8, 9 8 91-93
energia, toxicidade, etc.).
MM6. Descreve a abordagem ao gerenciamento do estéril, rochas, rejeitos e lama/resíduos. 6, 8 60, 61
MM7. Descreve os incidentes significativos que afetam as comunidades durante o
período de relatório e os mecanismos usados para solucionar os incidentes e 9 84, 85
suas consequências.
MM8. Descreve os programas nos quais a organização relatora tenha estado envolvida
que trataram da mineração artesanal e de pequena escala (ASM) dentro de áreas de 9 83
operação da empresa.
MM9. Descreve as políticas e atividades de reassentamento. 3 86, 87
MM10. N úmero ou percentual de operações com planos de fechamento, abrangendo os
2 87
aspectos sociais – incluindo a transição da mão de obra –, ambientais e econômicos.
MM11. Descreve o processo de identificação de propriedades e direitos usuais das
comunidades locais, incluindo aqueles dos povos indígenas e os mecanismos usados 1, 2 3 87
para resolver os conflitos.
MM12. Descreve a abordagem à identificação, preparação e reação a situações de
4 49
emergência que afetem os funcionários, comunidades ou o meio ambiente.
MM13. N úmero de novos casos de doença ocupacional por tipo. Descreve os programas
1 5 50
para prevenir doenças ocupacionais.
EN23 MM. Q uantidade total de terra adquirida, arrendada e gerenciada para as atividades
7 112, 113
de produção ou uso extrativista.

Indicadores atendidos integralmente


*Versão draft. Indicadores atendidos parcialmente

128 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009


Créditos
Coordenação Geral
Departamento de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável

Apoio Editorial
Departamento de Comunicação Corporativa e Imprensa

Projeto Gráfico e Editorial


Report Comunicação

Revisão
Assertiva Produções Editoriais

Apoio Operacional
CSC Computer Sciences Brasil S.A.

Verificação Externa
Ernst & Young

Fotografia
Acervo Previ/Marcos Almeida pág. 5;
Arquivo do Consórcio Brasileiro para Produção de Óleo de Palma pág. 103.
Banco de Imagens Vale págs. 8, 13, 19 e 117;
Banco de Imagens Vale Australia págs. 48 e 81;
Banco de Imagens Vale/Cassio Vasconcellos págs. 97, 105 e 108;
Banco de Imagens Vale/Edu Simões págs. 20, 36 e 53;
Banco de Imagens Vale/Eugênio Sávio págs. 46, 69, 84 e 93;
Banco de Imagens Vale/Eny Miranda pág. 47;
Banco de Imagens Vale Inco pág. 94;
Banco de Imagens Vale (Moatize) págs. 70, 72 e 75;
Banco de Imagens Vale - Nitro/João Marcos Rosa pág. 14, 107 e112;
Banco de Imagens Vale/Rosane Bekierman pág. 77;
Banco de Imagens Vale/Vitor Schwama pág. 26;
Editora Globo/Stefano Martini pág. 7;
Eugênio Sávio págs. 24, 33, 39, 51, 56, 59 e 89;
José Armenio de Brito Cruz pág. 44;
Marcelo Shoubia págs. 17, 41, 80, 100 e 113;
Sam Santos pág. 8 (foto Tito Botelho Martins).

Informações Pré-impressão e impressão


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(Fotógrafo: Marcelo Shoubia).

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Relatório de Sustentabilidade 2009

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