Você está na página 1de 7

SUPREMO 1

CONCÍLIO PROTESTANTE
INTRODUÇÃO

O teólogo John Owen foi de grande influência e por


unanimidade o mais bem conceituado teólogo puritano, e
muitos o classificariam, ao lado de João Calvino e de Jonathan
Edwards, como um dos três maiores teólogos reformados de
todos os tempos. No puritanismo, tido como pastor-teólogo,
Owen teve experiências marcantes em sua vida, vamos
começando destacando alguns desses eventos.

1. CONVERSÃO.
A conversão de Owen sem dúvidas foi um despertar, acontece
que Owen era um calvinista convicto com grande
conhecimento doutrinário, mas faltava sentido de realidade de
sua própria salvação. Quando Owen fez 26 anos, ele foi com
seu primo ouvir um presbiteriano famoso chamado Edmund
Calamy na Igreja de Santa Maria em Aldemanbury, mas
acabou que Calamy não pode pregar, então veio pregador do
país tomar o lugar de Calamy, o primo de Owen queria ir
embora, mas, algo segurava Owen naquele lugar, então o
pregador começou a pregar a o texto base foi Mateus 8:26
“Porque sois tímidos, homens de pouca fé?” Foi a palavra
designada de Deus para Owen, naquele dia houve um
despertar na vida de Owen, naquele dia, todas suas dúvidas,
dores, preocupações, medos, tudo que fazia ele se perguntar
se foi nascido de novo, acabou naquele dia, Owen se sentiu
adotado e amado como um filho de Deus. Quando você lê os
trabalhos práticos e penetrantes de Owen sobre a obra do
Espirito e a natureza verdadeira da comunhão com Deus, é
difícil demais duvidar da realidade do que Deus fez naquele
domingo de 1642.

2. CASAMENTO E MORTE DE SEUS FILHOS.


Owen era casado com uma moça chamada Mary Rooke, foi
casado com ela durante 31 anos, de 1644 até 1675, não
sabemos praticamente nada a respeito dela, mas sabemos de
um feito impressionante dela, ela foi de grande influência na
SUPREMO 2
CONCÍLIO PROTESTANTE
vida ministerial de Owen, até o fim de sua vida, ela deu onze
filhos, e todos, menos um morreram quando criança, e a única
filha que sobreviveu a infância, morreu jovem, ou seja, uma
média de a cada filho nascido e perdido a cada três anos na
vida adulta de Owen.

Nós não temos em nenhum de seus livros uma referência


sequer a Mary ou das crianças, tampouco de sua dor, vendo
que esse homem passou pelo vale da sombra da morte durante
tanto tempo de sua vida, me dá mais vontade de saber o
relacionamento dele com Deus.

3. COMEÇO POLÍTICO
O terceiro evento destes primeiros anos em Londres foi o
convite em 1646 para falar ao Parlamento. Naquela época,
havia dias de jejum durante o ano em que o governo pedia a
certos pastores que pregassem na Câmara dos Comuns. Foi
uma grande honra. Essa mensagem catapultou Owen para
assuntos políticos pelos próximos quatorze anos.

Não só isso, Cromwell, em 1651, nomeou Owen como reitor do


Christ Church College, em Oxford, e no ano seguinte também
o tornou vice-chanceler. Ele esteve envolvido com Oxford por
nove anos até 1660, quando Charles II retornou e as coisas
começaram a ir muito mal para os puritanos.

Apesar de toda essa pressão administrativa e até hostilidade


por causa de seu compromisso com a piedade e com a causa
puritana, ele estava constantemente estudando e escrevendo,
provavelmente até tarde da noite em vez de dormir. Isso mostra
como ele estava preocupado com a fidelidade doutrinária às
Escrituras.

4. PASTOR FUGITIVO ATÉ O FIM.

SUPREMO 3
CONCÍLIO PROTESTANTE
Owen foi dispensado de seus deveres como reitor em 1660
(tendo deixado a vice chancelaria em 1657), Cromwell morreu
em 1658, a monarquia com Carlos II estava de volta. O Ato de
Uniformidade, que colocou dois mil puritanos fora de seus
púlpitos, estava às portas (1662). Os dias que se seguiram para
Owen agora não eram os grandes dias acadêmicos e políticos
dos últimos quatorze anos. Ele era agora, (de 1660 até sua
morte em 1683), uma espécie de pastor fugitivo em Londres.

Por causa da situação política, ele nem sempre foi capaz de


permanecer muito tempo em um só lugar e estar com seu povo,
mas ele parecia carregá-los em seu coração, mesmo quando
ele estava se movendo. Perto do fim de sua vida, ele escreveu
ao seu rebanho: “Embora eu esteja ausente de vocês no corpo,
estou presente em mente, carinho e espírito com vocês e em
suas reuniões; pois espero que sejam achados minha coroa e
alegria no dia do Senhor”.

OBJETIVO DE VIDA: SANTIFICAÇÃO.


Por fim, Owen tinha um objetivo em mente, santidade, então
vamos nos afastar e nos aproximar da essência do que fez esse
homem vibrar e o que tornou ele tão importante, acho que um
dos melhores meio de se encontrar a essência e objetivo vida
de Owen é em seus livros, no começo do prefácio do livro Of
the Mortification of Sin in Believers, diz o seguinte:
“Espero sinceramente ter o desejo do meu coração para com
Deus e com o principal desígnio da minha vida. . . Que a
mortificação e a santidade universal possam ser promovidas
em meu próprio coração e nos caminhos dos outros, para a
glória de Deus, para que assim o evangelho de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo possa ser adornado em todas as coisas”.

Mortificação significa guerra ao nosso próprio pecado com o


objetivo de matá-lo. Ele parafraseou essa verdade na
memorável frase: “Mate o pecado ou ele matará você”.

SUPREMO 4
CONCÍLIO PROTESTANTE
A santidade pessoal e a vida pública frutífera de Owen não
simplesmente “aconteceram” com ele. Ele os perseguiu, havia
estratégias de disciplina pessoal e legitimidade pública que
Deus usava para fazer dele o que ele era. Em toda a nossa vida
e ministério, à medida que nos preocupamos com as pessoas
e defesa da fé, podemos aprender muito com a busca de
santidade de Owen em particular e em público.

TRINDADE
Uma das áreas em que Owen obteve muito destaque foi na
doutrina da trindade, ela foi a doutrina fundacional em sua
teologia – o que na observação de Richard Muller é em geral
uma verdade entre os teólogos reformados ortodoxos. Owen
assegurou que, quando se remove a doutrina da Trindade “a
alma perde o fundamento de todos os frutos de bondade e
amor”, Sincliar Ferguson chama Owen de “um teólogo
profundamente trinitário”, Carl Trueman escreveu: “Em todas
as suas obras – quer tratem de Deus, quer da redenção, quer
da justificação – a doutrina da Trindade é sempre fundacional”
O que John Owen queria dizer com Trindade? Em seu
catecismo menor, Owen escreveu: “{pergunta} Existe apenas
um Deus? {Resposta} Apenas um no que se diz respeito a sua
essência e ser, mas um em três pessoas distintas: Pai, Filho e
Espirito Santo.

Em seu catecismo maior, Owen definiu “pessoa” como “um


modo distinto de subsistência ou ser, diferenciado das outras
pessoas com base em suas próprias propriedades”. Owen
apresentou essas propriedades diferenciadoras como:
• O Pai é a “única fonte da divindade (Jo 5.26,27; Ef 1 .3)”.
• O Filho é “gerado por seu Pai desde a eternidade (SI 2.7; Jo
1.14; 3.16)”.
• O Espírito “procede do Pai e do Filho (Jo 14.17; 16.14; 15.26;
20.22)”. Em outra passagem, Owen apresentou seguinte o
resumo da doutrina da Trindade: “que Deus é um; que esse
Deus uno é Pai, Filho e Espírito Santo; que o Pai é o Pai do
Filho; e o Filho é o Filho do Pai; e que o Espírito Santo é o
SUPREMO 5
CONCÍLIO PROTESTANTE
Espírito do Pai e do Filho; e que, no que diz respeito às suas
relações mútuas, distinguem -se um do outro”. Quanto às três
pessoas divinas, escreveu que “são princípios de operação ou
atuação distintos, vivos, divinos, inteligentes e voluntários e
isso em atos internos e por meio destes de um com os demais
e em atos que externamente dizem respeito à criação e a várias
partes dela. Ora, essa distinção originariam ente está nisto:
que o Pai gera o Filho, e o Filho é gerado pelo Pai, e o
Espírito Santo procede de ambos”. Embora Owen tenha
defendido meticulosamente a doutrina da Trindade, ele não a
considerava um a simples questão de debate ou fidelidade
confessional. Carl Trueman escreveu: “Owen exibe aquele
aspecto mais aprazível da teologia pré-crítica: seu propósito
essencialmente eclesiástico e prático[...] Era teologia feita
dentro da igreja para o benefício da igreja”.

Observou que isso foi especialmente válido no caso da doutrina


da Trindade: “a Trindade estava no âmago da soteriologia
cristã e, por esse motivo, precisa estar também no âmago da
adoração cristã”. Deus se revelou com o Trindade a fim de que
os homens pudessem andar com ele em obediência, amor,
temor e felicidade, conforme exigiu deles. Enquanto os
remonstrantes viam a Trindade como uma doutrina que não
era nem fundamental nem proveitosa, Owen a via como
fundamental à fé salvadora e também com o muito proveitosa
à experiência espiritual dos crentes. Pois Owen via a
experiência cristã como comunhão com o Deus misterioso, e,
desse modo, sua teologia era, nas palavras de Robert Letham,
“um exemplo magnífico de síntese de construtos metateóricos,
exegese e dogma católicos e piedade pastoral prática”

Isso tudo foi apenas um breve resumo de John Owen, um


puritano, teólogo, homem de Deus, um exemplo que nós
devemos tomar pra si e praticar diariamente.
Sejamos piedosos e santos mesmo nesses tempos de guerra.

SUPREMO 6
CONCÍLIO PROTESTANTE
Deseja ser guardado da tentação e guardado de cair quando
for tentado? Crer que Deus nos persevera não é suficiente.
Deus quer que oremos por essa preservação e que
continuemos em oração. “Orando em todo tempo” (veja Lucas
18:1, Efésios 6:18) Se não mantemos um espírito constante de
oração, podemos esperar ser distraídos por uma corrente
contínua de tentações.

Quanto mais alguém está próximo do céu, mais ele deseja estar
ali. Porque Cristo está ali. Porque quanto mais frequentes e
firmes são nossas visões dEle pela fé, mas anelamos e
gememos pela remoção de todas as obstruções e
impedimentos. O gemer é um desejo veemente, mesclado com
tristeza, pela falta daquilo que se deseja.

Se somos sábios, não tenhamos confiança alguma em nós


mesmos e coloquemos confiança no poder preservador de
Deus.

Que Deus abençoe a todos.

SUPREMO 7
CONCÍLIO PROTESTANTE

Você também pode gostar