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1) Paulo ensinou que podemos nos batizar pelos

mortos para que possamos salvá-los. 1 Co 15.29

O que significa o batismo dos mortos mencionado em 1 Coríntios


15.29?
“Se não há ressurreição, que farão aqueles que se batizam pelos mortos? Se
absolutamente os mortos não ressuscitam, por que se batizam por eles?” (1Co
15.29 )
Inúmeras explicações, das mais ridículas às mais sofisticadas, já foram
apresentadas sobre este versículo. O Mormonismo (A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias), em particular, afirma que este versículo defende
sua visão quanto ao batismo dos mortos. Na prática, as pessoas vão ao seu
templo Mórmon local e vestem-se apropriadamente para um batismo, adotando
de forma representativa o nome da pessoa que morreu; assim, o mórmon é
batizado na água no lugar da pessoa falecida, que cumpre desse modo as
exigências necessárias para a sua salvação no mundo após a morte. E pode
agora desfrutar de outros benefícios espirituais.
Contudo, os mórmons estão incorretos. Eles pegaram este texto e o utilizaram
fora de contexto. Então, vamos examinar rapidamente 1Co. 15 para
conferirmos sobre o que Paulo estava falando quando mencionou o batismo
dos mortos.
Nos versículos 1-19, Paulo está contando em detalhes o evento da
ressurreição de Cristo. Começando no versículo 20 até o 23, Paulo fala sobre a
ordem dos acontecimentos da ressurreição. Cristo foi o primeiro a ressuscitar
(em um corpo glorificado) e os próximos serão aqueles que pertencerem a ele
quando retornar. Os versículos 24 – 29 falam sobre o reinado de Cristo e a
abolição da morte. E então aparece este versículo controverso: “Se não há
ressurreição, que farão aqueles que se batizam pelos mortos? Se
absolutamente os mortos não ressuscitam, por que se batizam por eles?”
Quase ao norte de Corinto havia uma cidade chamada Eleusis. Este era o local
onde os seguidores de uma religião pagã praticavam o batismo no mar a fim de
garantir uma boa vida após a morte. Esta religião foi mencionada por Homer no
hino a Deméter 478-79.1 Sabia-se que os coríntios eram fortemente
influenciados por outros costumes. Afinal, eles estavam numa área
economicamente próspera frequentada por muitas pessoas diferentes. É
possível que os coríntios estivessem sendo influenciados pelas práticas
religiosas encontradas em Eleusis, onde o batismo dos mortos era praticado.
Paulo estava citando o batismo dos mortos como exemplo de prática dos
pagãos em 1Co 15.29 quando disse: “…Se, absolutamente, os mortos não
ressuscitam, por que se batizam por causa deles?” Paulo não disse nós.2
É importante ressaltar isto porque a Igreja Cristã não estava praticando o
batismo dos mortos, mas sim os pagãos.
O argumento de Paulo era simples. A ressurreição é uma realidade que
acontecerá quando Jesus voltar. Até mesmo os pagãos acreditam na
ressurreição, do contrário, por que iriam se batizar pelos mortos?
Porém, muitos não estão convencidos deste argumento e afirmam que a
palavra “eles” não está no texto grego e, portanto, Paulo não está se referindo
aos pagãos. Vamos examinar:
A tradução literal do versículo é a seguinte: “O que fará o ser imerso em nome
dos mortos se inteiramente mortos não são ressuscitados porque também eles
são imersos em nome deles”.
A chave aqui é a palavra “baptizontai”, que significa “eles são batizados”. O
verbo está na terceira pessoa do plural do presente do indicativo, na voz
passiva. Em outras palavras: ELES ESTÃO SENDO BATIZADOS ou ELES
SÃO BATIZADOS.
Eu – 1ª pessoa do singular
Tu (Você) – 2ª pessoa do singular
Ele/Ela – 3ª pessoa do singular
Nós – 1ª pessoa do plural
Vós (Vocês) – 2ª pessoa do plural
Eles/Elas – 3ª pessoa do plural
É na última forma (eles/elas) que o verbo “batizar” se encontra. Portanto, a
melhor tradução é: “ELES são batizados”.

▪ 1.Bible Knowledge Commentary on 1Co. 15.29.


▪ 2.A Almeida RA traduz da seguinte maneira: “Doutra maneira, que farão os que se
batizam por causa dos mortos? Se, absolutamente, os mortos não ressuscitam, por
que se batizam por causa deles?: E a Almeida RC: “Doutra maneira, que farão os que
se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se
batizam eles, então, pelos mortos?” E a NTLH diz: “Pensem agora nas pessoas que
são batizadas em favor dos mortos: o que é que elas esperam conseguir? Se os
mortos não são ressuscitados, por que é que essas pessoas se batizam em favor
deles?”
Estudo de 1 Coríntios 15:29 – Comentado e Explicado

De outra maneira, que intentam aqueles que se batizam em favor dos mortos?
Se os mortos realmente não ressuscitam, por que se batizam por eles?
1 Coríntios 15:29

Comentário de Albert Barnes

Senão, o que eles devem fazer … – O apóstolo aqui retoma o argumento da


ressurreição que foi interrompida em 1 Coríntios 15:19 . Ele continua declarando
outras conseqüências que devem seguir a negação dessa doutrina, e daí infere
que a doutrina deve ser verdadeira. Não há, talvez, nenhuma passagem do Novo
Testamento em relação à qual tenha havido uma variedade maior de
interpretação que essa; e as opiniões dos expositores agora não se harmonizam
de maneira alguma em relação ao seu significado. É possível que Paulo aqui se
refira a alguma prática ou costume que existia em seu tempo a respeito do
batismo, cujo conhecimento agora está perdido. As várias opiniões que foram
recebidas em relação a essa passagem, juntamente com um exame delas, podem
ser vistas em Sinopse de Pool, Rosenmuller e Bloomfield. Pode não ser inútil
apenas se referir a alguns deles, que a perplexidade dos comentaristas pode ser
vista:

(1) Alguns afirmam que por “mortos” aqui se entende o Messias que foi morto, o
plural sendo usado para o singular, significando “o morto”.

(2) por outros, que a palavra “batizado” aqui é tomada no sentido de lavar,
purificar, purificar, como em Mateus 8: 4 ; Hebreus 9:10 ; e que o sentido é que
os mortos foram cuidadosamente lavados e purificados quando enterrados, com
a esperança da ressurreição e, por assim dizer, preparatórios para isso.
(3) por outros, que “ser batizado pelos mortos” significa ser batizado como
morto, ser batizado em Cristo e enterrado com ele no batismo, e que por sua
imersão eles eram considerados mortos.

(4) por outros, que o apóstolo se refere a um costume de batismo vicário, ou ser
batizado por aqueles que estavam mortos, referindo-se à prática de ter alguém
batizado no lugar de alguém que morreu sem batismo. Essa era a opinião de
Grotius, Michaelis, Tertullian e Ambrose. Tal era a estimativa que se formou,
supõe-se, da importância do batismo, que quando alguém morria sem ser
batizado, outra pessoa era batizada sobre seu corpo morto em seu lugar. Que
esse costume prevaleceu na igreja após o tempo de Paulo, foi abundantemente
provado por Grotius e é geralmente admitido. Mas as objeções a essa
interpretação são óbvias:

(a) Não há evidências de que esse costume tenha prevalecido no tempo de


Paulo.

(b) Não se pode acreditar que Paulo daria apoio a um costume tão sem sentido e
tão contrário às Escrituras, ou que ele o tornaria o fundamento de um
argumento solene.

(c) Não está de acordo com a tensão e o propósito de seu argumento. Se esse
costume tivesse sido mencionado, seu desígnio o levaria a dizer: “O que será
deles para quem outros foram batizados? Devemos acreditar que eles
morreram?

(d) É muito mais provável que o costume mencionado nesta opinião tenha
surgido de uma interpretação errônea dessa passagem das Escrituras, do que
existia no tempo de Paulo.
(5) restam duas outras opiniões, ambas plausíveis e uma provavelmente a
verdadeira. Uma é que a palavra batizado é usada aqui como em Mateus 20: 22-
23 ; Marcos 10:39 ; Lucas 12:50 , no sentido de estar sobrecarregado com
calamidades, provações e sofrimentos; e como significando que os apóstolos e
outros foram submetidos a grandes provações por causa dos mortos, isto é, na
esperança da ressurreição; ou com a expectativa de que os mortos
ressuscitassem. Essa é a opinião de Lightfoot, Rosenmuller, Pearce, Homberg,
Krause e do Prof. Robinson (veja o artigo do Lexicon ?apt??? Baptizo) e tem
muito que é plausível. Que a palavra é assim usada para denotar um profundo
afundamento em calamidades, não há dúvida. E que os apóstolos e os primeiros
cristãos se sujeitaram, ou foram submetidos a grandes e esmagadoras
calamidades por causa da esperança da ressurreição, é igualmente claro. Essa
interpretação também concorda com o teor geral do argumento; e é um
argumento para a ressurreição. E implica que essa era a crença plena e constante
de todos que suportaram essas provações, que haveria uma ressurreição dos
mortos. O argumento seria que eles demorariam a adotar uma opinião que
implicaria que todos os seus sofrimentos foram suportados por nada, e que Deus
os havia apoiado em vão; que Deus os havia mergulhado em todas essas
tristezas, e os havia sustentado neles apenas para decepcioná-los. Que essa
visão é plausível, e que ela se adapta ao esforço de observação nos versículos
seguintes, é evidente. Mas há objeções a isso:

(a) Não é o significado usual e natural da palavra “batizar”.

(b) Não se deve recorrer ao uso metafórico de uma palavra, a menos que seja
necessário.

(c) O significado literal da palavra aqui atenderá tanto ao desígnio do apóstolo


quanto ao metafórico.

(d) Essa interpretação não nos isenta de nenhuma das dificuldades relacionadas à
frase “pelos mortos”; e,
(e) É completamente mais natural supor que o apóstolo derivaria seu argumento
do batismo de todos os que eram cristãos, do que do batismo figurativo de
alguns que entraram nos perigos do martírio – a outra opinião, portanto, é: que o
apóstolo aqui se refere ao batismo como administrado a todos os crentes.

Essa é a opinião mais correta; é o mais simples e atende melhor ao design do


argumento. De acordo com isso, significa que eles foram batizados com a
esperança e a expectativa de uma ressurreição dos mortos. Eles haviam recebido
isso como uma das principais doutrinas do evangelho quando foram batizados.
Era parte da crença plena e firme de que os mortos ressuscitariam. O argumento
de acordo com essa interpretação é que este era um artigo essencial da fé de um
cristão; que foi abraçado por todos; que constituía parte de sua própria
profissão; e que, para alguém negar, era negar o que entrou no próprio
fundamento da fé cristã.

Se eles adotaram uma doutrina diferente, se negaram a doutrina da ressurreição,


deram um golpe na própria natureza do cristianismo e frustraram todas as
esperanças que foram estimadas e expressas em seu batismo. E o que eles
poderiam fazer? O que seria deles! Qual seria o destino de todos os que foram
assim batizados? Devia-se acreditar que todas as suas esperanças no batismo
eram vãs e que todos eles pereceriam? Como tal crença não pôde ser entendida,
o apóstolo deduz que, se eles se apegaram ao cristianismo, devem se apegar a
essa doutrina como parte de sua própria profissão. De acordo com essa visão, a
frase “pelos mortos” significa, com referência aos mortos; com alusão direta à
condição dos mortos e suas esperanças; com a crença de que os mortos
ressuscitarão. É evidente que a passagem é elíptica, e isso parece ser tão
provável quanto qualquer interpretação sugerida. Locke diz, francamente: “O
que foi esse batismo pelos mortos, eu não sei; mas parece, pelos versículos
seguintes, ser algo em que eles se expuseram ao perigo da morte. ” Tyndal
traduz isso, “sobre os mortos”. Doddridge afirma isso: “na sala dos mortos, que
acabaram de cair na causa de Cristo, mas ainda são apoiados por uma sucessão
de novos convertidos, que imediatamente se oferecem para preencher seus
lugares, como fileiras de soldados que avançam para o combate na sala de seus
companheiros que acabaram de ser mortos aos seus olhos. ”
Comentário de E.W. Bullinger

batizado, etc. Ver 1 Coríntios 15:20 . Esta pergunta segue de 1 Coríntios 15:19 .

batizado = ser batizado.

o morto. App-139.

por que eles são, & c . Leia, por que eles também são batizados? (É) para os
mortos. É permanecer morto, como Cristo permanece, se não houver
ressurreição, 1 Coríntios 15:13 . O argumento é: Qual é a utilidade de ser
batizado, se é apenas para permanecer morto? Nenhuma sugestão aqui do
batismo vicário que surgiu mais tarde entre os marcionitas e outros.

Comentário de John Calvin

29. Senão, o que eles farão? Ele retoma sua enumeração dos absurdos, que
decorrem do erro sob o qual os coríntios trabalharam. Ele se propusera desde o
início a fazer isso, mas introduziu instrução e consolo, por meio dos quais
interrompeu em algum grau o fio de seu discurso. A isso ele agora retorna. Em
primeiro lugar, ele apresenta essa objeção – que o batismo que aqueles
recebidos que já são considerados mortos não terá valor se não houver
ressurreição. Antes de expor esta passagem, é importante deixar de lado a
exposição comum, que se baseia na autoridade dos antigos e é recebida com
consentimento quase universal. Crisóstomo, portanto, e Ambrósio, que são
seguidos por outros, são de opinião (63)que os coríntios estavam acostumados,
quando alguém era privado do batismo por morte súbita, a substituir alguma
pessoa viva no lugar do falecido – para ser batizado em seu túmulo. Eles, ao
mesmo tempo, não negam que esse costume era corrupto e cheio de
superstição, mas dizem que Paulo, com o objetivo de refutar os coríntios, estava
contente com esse único fato (64) que, embora negassem que houvesse uma
ressurreição, eles nesse meio tempo declararam dessa maneira que acreditavam
nela. De minha parte, no entanto, não posso de forma alguma ser persuadido a
acreditar nisso (65)pois não se deve acreditar que aqueles que negaram que
houvesse uma ressurreição, junto com outros, fizeram uso de um costume desse
tipo. Paulo, então, teria recebido imediatamente esta resposta: “Por que você
nos incomoda com essa superstição das velhas, que você mesmo não
aprova?” Além disso, se eles tivessem feito uso dele, eles poderiam muito
prontamente ter respondido: “Se isso foi praticado por nós até agora por engano,
antes que o erro seja corrigido, do que ter peso ligado a ele para provar um
ponto de tamanha importância”.

Admitindo, no entanto, que o argumento fosse conclusivo, podemos supor que,


se uma corrupção como essa tivesse prevalecido entre os coríntios, o apóstolo,
depois de reprovar quase todas as suas falhas, teria ficado em silêncio quanto a
esta? Ele censurou acima de algumas práticas que não são de tão grande
importância. Ele não teve escrúpulos em dar instruções sobre as mulheres terem
a cabeça coberta, e outras coisas dessa natureza. Sua administração corrupta da
Ceia ele não apenas reprovou, mas também investiu contra ela com a maior
agudeza. Não teria ele, entretanto, pronunciado uma única palavra em referência
a uma profanação tão vil do batismo, que era uma falta muito mais grave? Ele
investiu com grande veemência contra aqueles que, freqüentando os banquetes
dos gentios, silenciosamente toleravam suas superstições. Ele teria permitido
que essa horrível superstição dos gentios fosse abertamente realizada na própria
Igreja sob o nome de batismo sagrado? Mas, admitindo que ele possa ter ficado
em silêncio, o que diremos quando ele expressamente menciona isso? É, peço-
vos, uma coisa provável que o Apóstolo apresentaria na forma de um argumento
um sacrilégio?(66) pelo qual o batismo foi poluído e convertido em um mero
abuso mágico, e ainda assim não disse nem uma palavra em condenação da
falha? Quando ele está tratando de assuntos que não são da maior importância,
ele introduz, no entanto, este parêntese, que ele fala como um homem. ( Romanos
3:5 ; Romanos 6:19 ; Gálatas 3:15 .) Não seria este um lugar mais apropriado e
adequado para tal parêntese? Agora, ao mencionar tal coisa sem qualquer
palavra de reprovação, quem não entenderia que era uma coisa permitida? De
minha parte, certamente entendo que ele fale aqui do uso correto do batismo, e
não de um abuso dessa natureza.

Indaguemos agora o significado. Ao mesmo tempo, eu era de opinião que Paulo


aqui apontou o desígnio universal do batismo, pois a vantagem do batismo não
se limita a esta vida; mas ao considerar as palavras depois com maior cuidado,
percebi que Paulo aqui aponta algo peculiar. Pois ele não fala de todos quando
diz: Que farão os batizados ? etc. Além disso, não gosto de interpretações, que
são mais engenhosas do que sólidas. O que então? Eu digo que aqueles que
são batizados como mortos, que são vistos como já mortos, e que perderam
completamente a esperança da vida; e desta forma a partícula ?p?? terá a força
do latim pro , como quando dizemos,habere pro derelicto ; — considerar
abandonado (67) Esta significação não é forçada. Ou se você preferir outro
significado, ser batizado pelos mortos significa - ser batizado para beneficiar os
mortos - não os vivos, (68) Agora é bem sabido que desde o início da Igreja,
aqueles que, enquanto ainda catecúmenos, (69) adoeceram, (70) se sua vida
estivesse manifestamente em perigo, estavam acostumados a pedir o batismo,
para que não deixassem este mundo antes de fazer uma profissão de
cristianismo; e isso, para que possam levar consigo o selo de sua salvação.

Parece dos escritos dos Padres, que quanto a este assunto, também, se insinuou
depois uma superstição, pois eles acusam aqueles que retardaram o batismo até
o momento de sua morte, que, sendo de uma vez por todas purificados de todos
os seus pecados , eles podem neste estado encontrar o julgamento de
Deus. (71) Realmente um erro grosseiro, que procedeu em parte de grande
ignorância e em parte de hipocrisia! Paulo, no entanto, aqui simplesmente
menciona um costume que era sagrado e de acordo com a instituição divina -
que se um catecúmeno, que já havia em seu coração abraçado a fé
cristã, (72) visse que a morte estava iminente sobre ele, ele perguntou batismo,
em parte para sua própria consolação, e em parte para a edificação de seus
irmãos. Pois não é um pequeno consololevar o sinal de sua salvação selado em
seu corpo. Há também uma edificação, a não perder de vista – a de fazer uma
confissão de sua fé. Eles foram, então, batizados pelos mortos, visto que não
poderia ser de nenhum serviço para eles neste mundo, e a própria ocasião de
pedirem o batismo foi que eles perderam a esperança da vida. Vemos agora que
não é sem razão que Paulo pergunta, o que eles fariam se não restasse esperança
após a morte? (73) Esta passagem também nos mostra que aqueles impostores
que perturbaram a fé dos coríntios planejaram uma ressurreição figurativa,
tornando o objetivo mais distante dos crentes neste mundo, repetindo-o uma
segunda vez,Por que eles também são batizados pelos mortos? dá-lhe maior ênfase:
“Não são apenas os batizados que pensam que vão viver mais, mas também os
que têm a morte diante dos olhos; e isso, para que na morte possam colher o
fruto de seu batismo”.

Comentário de Adam Clarke

Senão, o que eles devem fazer que são batizados pelos mortos – Este é
certamente o verso mais difícil do Novo Testamento; pois, apesar dos homens
maiores e mais sábios terem trabalhado para explicá-lo, existem até hoje quase
tantas interpretações diferentes quanto intérpretes. Não empregarei meu
tempo, nem o de meu leitor, com um grande número de opiniões discordantes e
conflitantes; Farei algumas observações:

1. A doutrina da ressurreição de nosso Senhor era uma grande


doutrina entre os apóstolos; eles consideraram e pregaram isso
como a demonstração da verdade do Evangelho.
• As multidões que adotaram o cristianismo se converteram na evidência dessa
ressurreição.

• Essa ressurreição foi considerada a promessa e a prova da ressurreição de todos os


crentes em Cristo, à posse da mesma glória em que ele havia entrado.

• O batismo que eles receberam eles consideraram como um emblema de sua morte e
ressurreição natural. Esta doutrina que São Paulo prega mais claramente, Romanos 6:
3-5 ; : Não sabeis que muitos de nós que foram batizados em Jesus Cristo, foram
batizados em sua morte? Portanto, somos sepultados com ele pelo batismo na morte;
que, como Cristo ressuscitou dos mortos, também devemos andar em novidade de
vida: pois, se formos plantados juntos à semelhança de sua morte, também estaremos
em sua ressurreição.

• É evidente disso que todos os que morreram na fé de Cristo morreram na fé da


ressurreição; e, portanto, alegremente entregaram suas vidas à morte, ao receberem
alegremente a deterioração de seus bens, sabendo em si mesmos que tinham no céu
uma substância melhor e duradoura, Hebreus 10:34 .

• Como é o corpo, também são os membros; aqueles que foram devidamente


instruídos e adotaram o cristianismo, acreditavam que, como todos os que haviam
morrido na fé de Cristo deveriam ressuscitar, também eram batizados na mesma fé.

• Como muitos dos seguidores primitivos de Cristo selaram a verdade com seu
sangue, e Satanás e seus seguidores continuaram inalterados, todo homem que
assumiu a profissão de cristianismo, que era realizada mediante o batismo, se
considerava expondo sua vida ao perigo mais iminente e oferecer sua vida àqueles que
já haviam oferecido e dado a deles.

• Ele foi, portanto, batizado em referência a este martírio; e, tendo em conta os


mortos, ele recebeu alegremente o batismo, para que, se fosse levado por uma morte
natural ou violenta, pudesse ser criado à semelhança da ressurreição de Jesus Cristo e
à de seus ilustres mártires.

• Como o martírio e o batismo estavam tão intimamente e intimamente


conectados, ßapt??es?a? , para ser batizado, era usado para expressar a morte
violenta pelas mãos dos perseguidores. Então, Mateus 20:22 , Mateus 20:23 ; :
“Mas Jesus respondeu e disse: Você pode beber do copo que eu beberei? Etc.” (Vocês
podem passar por meus sofrimentos?) “Eles lhe dizem: Nós somos capazes. Ele lhes
disse: Certamente bebereis do meu cálice” (você deve suportar sua parte das aflições
do Evangelho) “e fique batizado com o batismo com o qual sou batizado (isto é,
sofrereis o martírio.) Veja também Marcos 10:38 . Portanto, Lucas 12:50 : “Eu tenho
um batismo para ser batizado; e como sou fortalecido até que seja realizado! “Ou seja,
devo morrer violentamente para a salvação dos homens.

10. A soma do significado do apóstolo parece ser a seguinte: se não houver


ressurreição de mortos, aqueles que, ao se tornarem cristãos, se expõem a todo
tipo de privações, cruzes, sofrimentos graves e morte violenta, não podem ter
compensação, nem qualquer motivo suficiente para induzi-los a se expor a tais
misérias. Mas, como eles recebem o batismo como um emblema da morte em
voluntariamente mergulhar na água, também o recebem como um emblema da
ressurreição para a vida eterna, saindo da água; assim eles são batizados pelos
mortos, em perfeita fé da ressurreição. Os três versículos seguintes parecem
confirmar esse sentido.

Comentário de Thomas Coke

1 Coríntios 15:29 . Senão, o que eles devem fazer, etc. – “Tais são os nossos
pontos de vista e esperanças, como cristãos; caso contrário, o que devem fazer os
que são batizados em sinal de abraçarem a fé cristã na sala dos mortos, que
acabaram de cair na causa de Cristo, mas cujos lugares são preenchidos por uma
sucessão de novos convertidos, que imediatamente se oferecem para sucedê-
los, como fileiras de soldados que avançam para o combate na sala de seus
companheiros, que acabaram de Se a doutrina a que me oponho é verdadeira
e os mortos não ressuscitam, por que eles são assim batizados no quarto dos
mortos, tão alegremente prontos, no perigo de suas vidas? manter a causa de
Jesus no mundo? ” Seria quase infinito enumerar, e muito
mais, examinar todas as interpretações que foram dadas dessa frase
obscura, ?pe? t?? ?e???? . Não há razão para acreditar que o costume
supersticioso, mencionado por Epifânio, de batizar uma pessoa viva, como
representando alguém que morreu sem ser batizado, seja mencionado aqui; é
mais provável que tenha surgido de um erro desta passagem do que ter
prevalecido tão cedo. O Sr. Cradock supõe que alude à lavagem de cadáveres,
não combina com a gramática, nem realmente faz qualquer sentido significativo.
Os cristãos primitivos estavam acostumados, em geral, a reservar o batismo de
adultos para ocasiões solenes, particularmente no domingo de Pentecostes. Mas
não é de todo improvável que, quando algum eminente cristão morreu,
especialmente mártires, alguns foram escolhidos dentre os catecúmenos que
estavam se preparando para o batismo e, em homenagem a esses eminentes
santos e para preencher seus lugares, foram batizados por o morto. O Dr. Whitby,
pelas palavras, para os mortos, entende: “para aquele Jesus que, de acordo com
sua doutrina, ainda deve estar morto”; e ele observa que o plural ?? ?e???? é
freqüentemente usado nas escrituras, quando se fala de uma pessoa; e que
a ressurreição ?e???? – dos mortos em geral, é três vezes mencionada por este
apóstolo, quando se fala apenas da ressurreição de Cristo. Veja as reflexões.

Comentário de Scofield

morto

isto é, que, através do ritual introdutório do batismo, estão ocupando os lugares


nas fileiras deixadas vagas pelos cristãos que morreram.

Comentário de John Wesley

Senão, o que farão os que são batizados pelos mortos, se os mortos não
ressuscitam? por que eles são batizados pelos mortos?

Quem é batizado pelos mortos – Talvez seja batizado na esperança de receber


bênçãos depois de serem contados com os mortos. Ou “batizados no quarto dos
mortos” – daqueles que acabaram de cair na causa de Cristo: como soldados que
avançam no quarto de seus companheiros que caíram diante de seus rostos.
Referências Cruzadas

Mateus 20:22 – Disse-lhes Jesus: “Vocês não sabem o que estão pedindo.
Podem vocês beber o cálice que eu vou beber? ” “Podemos”, responderam eles.

Romanos 6:3 – Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em
Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte?

1 Coríntios 15:16 – Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo


ressuscitou.

1 Coríntios 15:32 – Se foi por meras razões humanas que lutei com feras em
Éfeso, que ganhei com isso? Se os mortos não ressuscitam, “comamos e
bebamos, porque amanhã morreremos”.

Os Mórmons – Batismo Pelos Mortos


Batismo pelos mortos
Afirmam que é válido o batismo pelos mortos, isto porque sem batismo
ninguém herda o céu.

A Bíblia afirma
“Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente
os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?” –
1Coríntios 15:29

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o
juízo” – Hebreus 9:27

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie” – Efésios 2:8-9

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” – Marcos
16:15-16
2) A bíblia ensina que podemos consultar os mortos, o próprio
Rei Saul fez isso e falou com o profeta Samuel que já era
morto. 1 Samuel 28

O caso de Saul e a feiticeira de En-Dor


O caso de Saul e a feiticeira de En-Dor, em 1 Samuel 28, tem gerado muita
polêmica e muitas especulações. Como pesquisador do espiritismo no Brasil, já
por vários anos, tenho sido questionado nos seminários que tenho ministrado
acerca deste caso. Nossa posição é que não foi Samuel quem apareceu para
Saul e, sim, houve ali uma manifestação de outro espírito ou fraude. A seguir
analisaremos o caso.
I – Antes do encontro
O motivo que levou esse rei a recorrer à “médium”, “mãe de santo”,
“macumbeira”, pessoa que consultava os mortos para resolver o seu problema,
é o mesmo motivo que leva hoje milhões de brasileiros a buscarem uma
solução para os seus problemas no Espiritismo, apesar de Saul saber que
Deus não admitia esse procedimento.

Foi o desespero a causa principal, pois os inimigos de Israel, os filisteus,


estavam prestes a atacar os israelitas, e quando viu o acampamento dos seus
inimigos, com seu aparato militar, “foi tomado de medo, e muito se estremeceu
o seu coração” (versículo 5). Após ter-lhe sido recusada a resposta divina foi
que ele então procurou a médium.

Saul estava desesperado, perturbado espiritualmente, porque Deus não lhe


respondia de forma alguma, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.
Em outras palavras, O Senhor não lhe respondeu nem pessoalmente (por
sonhos), nem por através dos sacerdotes (Urim) – os responsáveis pela
intercessão do povo diante de Deus – e nem pelos profetas, os instrumentos de
Deus para revelar sua vontade aos homens.

Antes da morte de Samuel, Saul havia desterrado os médiuns e os adivinhos,


porém quando Saul procurou a “médium”, Samuel já estava morto (1 Samuel
25.1). Deus o rejeitara, pois o Espírito de Deus havia se afastado dele
conforme 1 Samuel 16.14.
II – O encontro com a feiticeira
O capítulo 28 trata da suposta sessão espírita, em que o rei estava
desesperado, atormentado, com urgência, porque os filisteus estavam
próximos e o rei Saul sabia que era pecado, desobediência a Deus, consultar
pessoas envolvidas com feitiçaria, espiritismo e consulta aos mortos, (Êxodo
22.18, 1 Samuel 28.3). Foi como se Saul dissesse: “Se Deus não me responde,
então o diabo vai me responder”. E ele fez isso. O texto de 1 Samuel 28.7-25,
que narra detalhadamente a sessão espírita, foi escrita por uma testemunha
ocular, alguém que viu o que se passou naquele “terreiro”, (versículos 7,8).
Provavelmente, tenha sido um servo de Saul, que o levou lá e acreditava no
poder da “mãe de santo” e sabia muito bem onde ela poderia ser encontrada.
Portanto provavelmente os fatos da sessão espirita foram registrados por
alguém que não era temente a Deus. Assim Saul apelou à médium de En-Dor
como o último recurso de um desesperado, em flagrante violação de uma lei
divina que ele mesmo anteriormente procurara cumprir.

A própria médium sentiu-se receosa quando descobriu a identidade de Saul,


que se apresentara a ela disfarçado. Depois de o rei ter-lhe assegurado que
nenhum mal lhe aconteceria, a mulher deu início à sessão, evocando a
presença de Samuel a pedido de Saul. É necessário notar que o rei não viu o
pretenso Samuel que se manifestou na ocasião (versículo13).
III – Descrevendo a sessão
Durante a sessão espírita, em momento algum, a Bíblia diz que o rei Saul viu
com os seus próprios olhos, o “profeta Samuel”, como afirma a Bíblia:
“Entendendo Saul que era Samuel…” Quando ele perguntou à mulher: “Que
vês?”, ela respondeu: “Vejo um deus que sobe da terra” (versículo 13).
Insatisfeito com a resposta, ele inquiriu novamente: “Como é a sua figura?”, ao
que ela respondeu: “vem subindo um ancião, e está envolto numa capa”. A
narrativa bíblica diz então que “entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se
com o rosto em terra e se prostrou” (versículo 14) [Ênfase acrescentada] Saul
deduziu que o vulto que subia da terra, ao qual ele não via, era o profeta
Samuel.

Assim como acontece numa sessão espírita, o médium fala como se fosse a
própria pessoa falecida, as pessoas não conseguem ver, mas somente ouvir a
voz do espírito que fala por intermédio do médium. No caso, por exemplo, de
Chico Xavier, ninguém ouve nem vê, mas simplesmente recebe a mensagem
psicografada, ou seja, escrita.
IV – Analisando as profecias de “Samuel”
A profecia do falso Samuel, isto é, o que iria acontecer na vida de Saul foi
clara, como se vê no versículo 19: “O SENHOR entregará também a Israel
contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o
acampamento de Israel o Senhor entregará na mão dos filisteus” Essa profecia
não se cumpriu na íntegra, conforme passaremos a observar: Saul não foi
entregue nas mãos dos filisteus; ele se suicidou (1 Samuel 31:4) e seu corpo
foi recolhido do campo de batalha pelos moradores de Jabes-Gileade (1
Samuel 31:11-13).

Também não morreram todos os filhos de Saul – este tinha seis filhos e três
deles sobreviveram. Morreram na batalha Jônatas, Abinadabe e Malquisua (2
Samuel 31:8-10; 21:8). Esses fatos tornam essa profecia uma flagrante
contradição com o testemunho divino a respeito de Samuel, pois está escrito
que “o Senhor era com ele, e nenhuma das sua palavras deixou cair em terra”
(1 Samuel 3:19).
É claro, portanto, que não foi Samuel quem se manifestou em En-Dor. Tudo
não passou de uma fraude ou de artimanha de um espírito maligno.
V – Saul e Samuel no mesmo lugar?
O suposto Samuel disse a Saul, “… amanhã tu e teus filhos estareis comigo” (1
Samuel 28.19). Saul ao morrer, não foi para o mesmo lugar onde estava o
verdadeiro Samuel, pois este se encontrava no paraíso no Sheol, conforme
prometido por Deus em sua Palavra àqueles que o temem (conforme Lucas
16.19-31). Sobre o rei Saul, entretanto, foi pronunciado o juízo divino: na Bíblia
encontra-se explicitada a causa de sua morte.

“Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor,
por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também porque
interrogara e consultara uma necromante”. 1 Crônicas 10.13.VI
Conclusão
Admitir-se que o profeta Samuel apareceu naquela sessão espírita e conversou
com o rei Saul é negar a moral de Deus. Se o Espírito do Senhor se afastara
do rei Saul, se Deus não lhe respondera mais, ou seja, Deus não lhe respondia
pelos meios legais, e se o profeta Samuel nunca mais o procurou até o dia em
que faleceu, (1 Samuel 15:35), será que o nosso Deus permitiria que Samuel
falasse com Saul numa sessão espirita proibida por Ele, e através de “mãe de
santo”, uma “médium”?

A desobediência sempre traz o juízo divino. A consulta aos mortos é proibida


por Deus (Dt. 18. 9-12) e qualquer tentativa de se estabelecer contato com eles
é desobediência aos preceitos de Deus, e suas trágicas consequências não se
farão esperar.
Isaías nos adverte: “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os
adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu
Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se
eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!” (Isaías 8.19,20)

1 Samuel 28 – "Respondeu-lhe o rei: Não temas; que vês? Então, a mulher


respondeu a Saul: Vejo um deus que sobe da terra" (v. 13).
O texto de hoje traz um assunto que causa muitas discussões entre estudiosos
da Bíblia: o espiritismo. Afinal de contas, Saul falou ou não com o "espírito" de
Samuel?
Meus amados, a Bíblia mesma diz como devemos estudá-la: "Porque é
preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e
mais regra; um pouco aqui, um pouco ali" (Isaías 28:10).
Assim como este assunto, todos os outros precisam ser estudados desta
forma, buscando respostas em toda a Palavra. Só assim percebemos a perfeita
coerência das Escrituras ainda que a diferença entre um escritor e outro seja
de séculos.
Não é diferente no capítulo de hoje. Percebam que o verso 3 diz que "Saul
havia desterrado os médiuns e os adivinhos", pois Deus mesmo havia dado a
ordem de que não houvesse no meio de Seu povo quem lidasse com estas
magias ocultas, "pois todo aquele que faz tal coisa é ABOMINAÇÃO ao
SENHOR" (Deuteronômio 18:12). Ora, se era abominação, já aprendemos que
a prática de se consultar "mortos" é reprovável diante de Deus. Certo? Ok.
Continuando…
Saul, quando foi à presença da médium, foi disfarçado. Mas ela não era uma
adivinha?
Isso me lembra de um conto em que um homem ligou para um adivinho, que,
ao atender, disse: "Alô, quem é?" E só ouviu do outro lado da linha: tuum-tuum-
tuum… Ou seja, sua adivinhação não era de nada!
O mesmo aconteceu com aquela médium, que foi enganada pelo rei.
E após fazer sua "mandinga" a Bíblia diz que a mulher deu um grito. Um grito?
Quer dizer que ela se assustou com o que ela mesma dizia ser capaz de fazer,
foi? Foi. E ali ela percebeu que não se tratava de qualquer consulta fajuta como
estava acostumada a fazer. Mas estava diante de Saul, aquele mesmo que
havia aniquilado todos os seus colegas de "vodu".
Saul, percebendo que ela via algo sobrenatural, a acalmou e perguntou o que
ela via. A resposta da mulher é de arrepiar: "vejo um deus que sobe da terra"
(v. 13).
Pergunta: Aquela mulher viu Samuel? Não. Viu uma figura que ela identifica
como um deus que sobe da terra.
Em Eclesiastes 9:5, está escrito que "os mortos não sabem coisa nenhuma…
porque a sua memória jaz no esquecimento". Como, pois, explicar isso?
Percebam o que diz o verso 14: "Perguntou ele [Saul]: Como é a sua figura?
Respondeu ela: Vem subindo um ancião e está envolto numa capa.
Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se
prostrou", diante daquele estranho ser.
Perceberam? Saul entendeu, concluiu que aquilo que a mulher descreveu só
podia ser Samuel. Se realmente o fosse, Deus não teria condenado a sua
atitude: "Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o
SENHOR… e também porque interrogara e consultara uma necromante" (1
Crônicas 10:13).
Outra evidência de que não era o profeta Samuel quem falou com Saul,
encontramos em Jó 7:9 e 10, que diz: "Tal como a nuvem se desfaz e passa,
aquele que desce à sepultura jamais tornará a subir. Nunca mais tornará à sua
casa, nem o lugar onde habita o conhecerá jamais". Indubitavelmente, aquele
ser misterioso não era Samuel, nem tampouco alguém da parte de Deus.
Percebam o que o "Samuel" disse a Saul no verso 16: "Por que, pois, a mim
me perguntas, visto que O SENHOR TE DESAMPAROU E SE FEZ TEU
INIMIGO?" Opa! Como é a história? Deus desamparou Saul e se tornou Seu
inimigo? Mas que conversa é essa? Sabem que conversa é essa? Daquele que
é especialista em distorcer a Palavra de Deus: Satanás.
Das duas uma. Ou aquele "Samuel" era o próprio diabo, ou um de seus
demônios personificados.
Porque, meus irmãos, "não é de admirar, porque o próprio Satanás se
transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros
[demônios ou anjos caídos] se transformem em ministros de justiça" (2
Coríntios 11:14-15).
Deus JAMAIS desampara a ninguém. Nós que, por livre e espontânea vontade,
nos distanciamos dEle. Saul escolheu fechar o seu coração para o SENHOR.
Por isso não conseguia mais ouvir a Sua voz (v. 6).
Deus não é inimigo de ninguém. Muito pelo contrário, Ele nos convida a sermos
Seus amigos (João 15:15).
Portanto, jamais partiria do profeta Samuel que Deus desampara ou se faz
inimigo de alguém.
Samuel, como todos os outros filhos de Deus que já morreram, descansam
para serem despertados uma única vez para sempre, no Grande Dia do
SENHOR (1 Tessalonicenses 4:16-17).
Não deis crédito, portanto, amados, a qualquer coisa que se assemelhe à
atitude de Saul. Pois, como já vimos, tudo relacionado a isto é abominação aos
olhos de Deus. A Bíblia é muito clara com relação a isto e não deixa margem
de dúvida.
"Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e
outros para a vergonha e horror eterno" (Daniel 12:2).
Satanás e seus anjos caídos têm ludibriado multidões com aparições
fantasmagóricas. Tomam forma de pessoas que já se foram e enganam os
corações enlutados. Contudo, as Escrituras nos deixam bem claro de que, por
mais que Satanás se mostre como um anjo de luz, sua intenção sempre foi e
sempre será a de levar o máximo de vidas que ele puder para o mesmo destino
dele: a destruição eterna.
Prestem atenção no que está escrito em Isaías: "Quando vos disserem:
Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso,
não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os
mortos?" (Is. 8:19).
Cuidado com doutrinas baseadas em textos isolados da Bíblia! Muitos têm
usado as Escrituras como fez o Maligno no deserto. Satanás tentou levar Cristo
à queda usando a Palavra de Deus. Mas Cristo venceu porque usou o ASSIM
DIZ O SENHOR dentro de seu contexto (Mateus 4).
Portanto, como vimos, a própria Bíblia nos responde acerca da imortalidade da
alma. Somos criaturas mortais, e só há Um que é imortal e a Bíblia também
nos responde: "O Rei dos reis e SENHOR dos senhores; o único que possui
imortalidade" (1 Timóteo 6:15-16).
Haverá O DIA em que todos os mortos serão despertados, não como o inimigo
tem mostrado, de forma estranha e incorpórea, mas, de forma maravilhosa e
corpórea. Pois, breve está o Dia em que "a trombeta soará, os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é
necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o
corpo mortal se revista da imortalidade" (1 Coríntios 15:52-53).
Compreendem? Somos mortais. Só Deus é imortal e só Ele, um dia, pode nos
conceder a imortalidade.
Não demos ouvidos, pois, a qualquer forma de adivinhação, necromancia ou
diálogo com "mortos".
Somos filhos do Deus vivo! Cristo disse: "Eu sou…a vida" (João 14:6). A única
coisa que devemos saber sobre a morte é o que já vimos hoje,que ela é
passageira e que, muito em breve, vai deixar de existir (Apocalipse 21:4).
Não perca tempo com os engodos de Satanás, porque ele já está condenado à
morte.
Apegue-se à promessa dAquele que venceu a morte ao terceiro dia: "porque
Eu vivo, vós também vivereis" (João 14:19).
Bom dia, futuros cidadãos do Reino imortal!
3) Deus aceita sacrifício humano, pois Jefté, após a batalha,
cumpriu seu voto e matou a sua própria filha e ofereceu a
Deus. Juízes 11

8 Fatos que Provam que Jefté não Sacrificou sua Filha


O voto de Jefté, relatado em Juízes 11.29-40, é uma passagem bastante
conhecida. Vejamos, pois, o texto:

Então o Espírito do Senhor se apossou de Jefté. Este atravessou Gileade e


Manassés, passou por Mispá de Gileade, e daí avançou contra os amonitas.
E Jefté fez este voto ao Senhor: Se entregares os amonitas nas minhas mãos,
aquele que vier saindo da porta da minha casa ao meu encontro, quando eu
retornar da vitória sobre os amonitas, será do Senhor, e eu o oferecerei em
holocausto.
Então Jefté foi combater os amonitas, e o Senhor os entregou nas suas mãos.
Ele conquistou vinte cidades, desde Aroer até as vizinhanças de Minite,
chegando a Abel-Queramim. Assim os amonitas foram subjugados pelos
Israelitas.
Quando Jefté chegou à sua casa em Mispá, sua filha saiu ao seu encontro,
dançando ao som de tamborins. E ela era filha única. Ele não tinha outro filho ou
filha.
Quando a viu, rasgou suas vestes e gritou: Ah, minha filha! Estou angustiado e
desesperado por tua causa, pois fiz ao Senhor um voto que não posso quebrar.
Meu pai, respondeu ela, sua palavra foi dada ao Senhor. Faça comigo o que
prometeu, agora que o Senhor o vingou dos seus inimigos, os amonitas.
E prosseguiu: Mas conceda-me dois meses para vagar pelas colinas e chorar
com as minhas amigas, porque jamais me casarei.
Vá!, disse ele. E deixou que ela fosse por dois meses. Ela e suas amigas foram
para as colinas e choraram porque ela jamais se casaria.
Passados os dois meses, ela voltou a seu pai, e ele fez com ela o que tinha
prometido no voto. Assim, ela nunca deixou de ser virgem. Daí vem o costume
em Israel de saírem as moças durante quatro dias, todos os anos, para celebrar
a “memória”1 da filha de Jefté, o gileadita. (NVI)
Jefté liderou Israel como um juiz. Durante a batalha com os amonitas, fez um
voto ao Senhor, no qual prometeu sacrificar sua filha como holocausto, caso
fosse vitorioso.

Muitos teólogos e comentaristas afirmam que Jefté foi precipitado e tolo ao fazer
esse tipo de voto. Deus não poderia ser adorado com sacrifícios humanos
(Deuteronômio 32.17; Salmo 106.37-38). O voto imprudente de Jefté revela
ausência de fé e imaturidade para liderar Israel.

Alguns sugerem também que Jefté viveu em tempos difíceis, e que foi
influenciado pela cultura pagã de nações próximas a Israel, as quais incluíam
sacrifícios humanos a seus deuses, para que alcançassem seus favores.
Portanto, esta interpretação defende que Jefté fez um voto imprudente ao
Senhor.
Se, porém, analisarmos Juízes 11 meticulosamente, vamos perceber 8 fatos no
contexto que, se tomados em conjunto, asseguram que Jefté não “matou” sua
filha.

1. Jefté não foi um homem precipitado.

A conduta de Jefté endossava sua piedade. Ele demonstrou aos anciãos de


Israel e ao rei dos Amonitas que também era um homem cauteloso.

Anteriormente, ele não havia aceito o pedido dos anciãos para se tornar o líder
de Israel; cuidadosamente, os interpelou antes para descobrir quais eram suas
verdadeiras intenções. Jefté também não se precipitou na batalha, mas enviou
mensageiros aos Amonitas para tentar encontrar uma solução diplomática em
vez da guerra, a fim de intervir pela causa de Israel (Juízes 11.11-28).

2. Em suas discussões com os Amonitas, Jefté mostrou


conhecer bem as Escrituras.

É muito provável que Jefté tivesse conhecimento de Levítico 18.21 e


Deuteronômio 12.29-32, leis que proíbem sacrifícios humanos – especialmente
os dos próprios filhos – e que são uma abominação para o Senhor. Por isso
“Deus expulsou os cananeus, porque ofereciam seus filhos e filhas como
sacrifício a Moloque”.2

Ademais, seria estranho um pecado grave como o sacrifício humano, condenado


pela Escritura, acontecer naquela época, uma vez que Juízes 11 está em um
contexto de reforma espiritual. Israel, incluindo Jefté, tinha se arrependido e
voltado para os caminhos do Senhor, após muitos desvios para adorar outros
deuses (Juízes 2.11-13; 3.5-7, 12, 15; 4.1; 6.1; 10.6…).

3. Quando Jefté fez o voto, o Espírito de Deus estava sobre


ele.

O Espírito de Deus dotou Jefté de conhecimento, sabedoria, bravura e força


sobrenatural para vencer os amonitas. No entanto, o mesmo Espírito impeliria
Jefté a fazer um voto que contrariasse notavelmente preceitos da Escritura
revelados por Ele mesmo? Receio que não. A Palavra e o Espírito nunca se
contradizem.

No Antigo Testamento, sempre que o Espírito capacitava e/ou direcionava


alguém para cumprir uma tarefa importante, como foi com Gideão (Juízes 6.25-
40), Sansão (Juízes 14.1-7; 10-20; 15.14-20), entre outros, não significa que
eles não pecavam, mas que não pecavam “durante” ou “no” serviço a Deus.
Também é pouco provável que Israel seguisse a Jefté como um líder se ele
tivesse desobedecido a Escritura de forma tão notória, sacrificando
inexoravelmente sua filha.
4. Um caminho melhor para Juízes 11.31.

Algumas traduções nos impedem de entender essa passagem corretamente.


David Murray nos oferece duas opções para solucionar o problema.3

O hebraico no versículo 31 pode ser traduzido de duas formas:

Opção 1: Aquele que vier saindo da porta da minha casa ao meu encontro,
quando eu retornar da vitória sobre os amonitas, será do Senhor, e eu o
oferecerei em holocausto.
Opção 2: Aquele que vier saindo da porta da minha casa ao meu encontro,
quando eu retornar da vitória sobre os amonitas, será do Senhor, ou eu o
oferecerei em holocausto.
Segundo Murray, “a opção 2 é a melhor tradução neste contexto e descreve Jefté
tendo duas possibilidades em mente. “Se é uma pessoa, ela será dedicado ao
Senhor. Se for um animal, será oferecido como um sacrifício”.

Já a palavra “holocausto” olah (‫)עלה‬, no hebraico, nem sempre denota


“sacrifício”. Esta palavra também traz a ideia, dependendo do contexto em que
está inserida, de “completa dedicação”. Neste caso, o versículo 31 pode ser
traduzido assim: quem sair da porta da minha casa ao meu encontro, quando eu
retornar da vitória sobre os amonitas, “será do SENHOR. E eu o oferecerei para
se dedicar completamente a Ele.
Não obstante, Juízes 11.40 diz que as filhas de Israel tinham o costume anual
de peregrinar até os montes para se “lamentar” pela filha de Jefté.

A palavra hebraica ‫ ְל ַתנּ֕ ֹות‬foi traduzida ambiguamente por “lamentar” pela


a ARC e Almeida Século 21, que destoa completamente do seu verdadeiro
significado. ‫ ְל ַתנּ֕ ֹות‬não é traduzida com o sentido de “pranto” em nenhum outro
lugar na Bíblia. Em vez disso, essa palavra significa “celebrar” (conforme traduziu
a NVI, a Bíblia de Jerusalém e a American Standard Version) ou “comemorar”
(conforme traduziu a New American Standard Bible e a Holman Christian
Standard Bible).
As filhas de Israel, com efeito, não lamentaram a morte da filha de Jefté; pelo
contrário, elas festejaram e enalteceram sua decisão de viver para servir a Deus,
a qual envolvia devoção total.

5. Após derrotar os Amonitas e encontrar sua filha, Jefté teve


bastante tempo para refletir acerca do que faria.

Ele concedeu à sua filha dois meses para chorar por sua virgindade. Contudo,
se realmente Jefté pretendesse sacrificá-la, previsivelmente os sacerdotes de
Siló teriam o alertado durante aquele tempo sobre a proibição divina concernente
ao sacrifício humano, o que seria praticamente impossível de ser feito.
A imolação de uma vítima humana nunca havia sido feita por nenhum israelita
que fosse um adorador do verdadeiro Deus. Mas, supondo que o caso de Jefté
fosse uma exceção, a oferta de sua filha deveria ter sido feita em Siló, onde o
tabernáculo, o único local designado para o sacrifício, foi estabelecido, ou em
algum outro lugar a leste do Jordão.
Entretanto, o sacrifício não poderia ter sido oferecido em Siló, não apenas porque
Jefté provavelmente não iria para lá, por conta da inimizade que tinha com os
Eframitas, em cujo território estava, mas porque nenhum sacerdote teria se
disponibilizado a colocar uma vítima humana sobre o altar de Deus. E, se o
próprio Jefté tivesse sacrificado a filha em sua própria casa, ele teria incorrido
em uma culpa tripla de presunção ímpia do ofício sacerdotal, por oferecer em um
lugar não aceito, e apresentado um sacrifício repugnante à lei e ao caráter de
Deus.4
Jefté “não poderia cometer um crime quando ele mesmo estava sendo um
executor da justiça de Deus para punir ímpios”.5

6. Mesmo se o voto de Jefté tivesse sido imprudente, Levítico


5.4-5 lhe oferecia a possibilidade de se arrepender, e
Levítico 27 a possibilidade de redimir sua filha mediante o
pagamento de um resgate.

Jefté não recorreu a essas alternativas porque não pensou em tirar a vida de sua
única filha.

7. Quando a filha de Jefté foi aos montes se lamentar por dois


meses, ela não chorou por sua morte iminente, mas por sua
virgindade perene (Juízes 11.38).

Todavia, as expressões ela se foi com as suas companheiras e chorou a sua


virgindade, e nunca teve relações com homem algum (Juízes 11.38-39), não
teriam sentido se a filha de Jefté tivesse morrido. Ele não prometeu matar sua
filha, mas consagrá-la ao serviço a Deus, o que requereu preservar sua
virgindade por toda a vida.
Por causa do voto, o versículo 35 menciona um detalhe importante: Jefté rasgou
suas vestes. Essa expressão possui vários significados [“luto” (Gênesis 37.34-
35); “más notícias” (2 Samuel 13.30-31); “indignação” (Mateus 26.65);
“arrependimento” (1 Reis 21.27-29)] dependendo do contexto. Rasgar as
vestes aqui é uma manifestação de “tristeza” e “lamento”. Jefté “sacrificou” a
felicidade de um possível casamento de sua filha para “condená-la” a viver como
uma solteira – uma decepção lancinante para uma donzela hebréia naquela
época, embora ela tenha entendido e aceitado cumprir o voto ao Senhor.

8. Jefté é bem lembrado em vez de ser tido como um exemplo


negativo na Escritura.

Ele governou Israel por seis anos. 1 Samuel 12.11 menciona Jefté como um dos
juízes que livrou Israel de seus inimigos. Samuel não teria endossado Jefté se
ele tivesse sacrificado a própria filha. Mais importante ainda, Hebreus 11.32
menciona Jefté como um herói da fé em vez de um exemplo adverso.
Adam Clark corrobora:

Parece evidente que a filha de Jefté não foi sacrificada a Deus, mas consagrada
a ele em um estado de perpétua virgindade, como o texto diz. As pessoas assim
dedicadas ou consagradas a Deus deveriam viver em um estado de celibato
imutável. Destarte, esta posição célebre não violenta qualquer parte do texto, ou
qualquer regra adequada de exegese.6
Finalmente, Juízes 11.39 diz que Jefté levou seu voto adiante, mas não aludi que sua filha
morreu; antes, declara que ela nunca conheceu um homem intimamente. Jefté cumpriu o seu
voto e sua filha viveu o resto de sua vida como uma virgem, servindo integralmente ao
Senhor.
4) Deus aprova a nossa mentira, pois Raabe mentiu e foi muito
abençoada. Josué 2 / 6.22-25

Por que Deus aprovou a mentira de Raabe e das parteiras


hebreias?

Você pergunta: Estou fazendo um estudo sobre mentira e me chamou muito a


atenção dois casos na Bíblia: um deles é sobre a mentira das parteiras de
Israel (hebreias), que mentiram ao Faraó e não mataram os meninos quando
nasciam. Elas foram abençoadas por Deus por esse ato. O outro caso é da
prostituta Raabe que não entregou os servos de Deus espiões e também
mentiu para protegê-los. Em ambos os casos elas foram abençoadas por Deus.
Como entender Deus abençoando atos de mentira?

Caro leitor, iremos fazer agora, juntos, uma análise para buscarmos
compreender essas questões e verificar se Deus aprovou a mentira delas e se
existe algo nos textos que possa nos ajudar a compreender melhor essa
questão:

(1) Vamos começar analisando o caso mais simples, o das parteiras de Israel.
Faraó havia dado uma ordem terrível: “O rei do Egito ordenou às parteiras
hebreias, das quais uma se chamava Sifrá, e outra, Puá, dizendo: Quando
servirdes de parteira às hebreias, examinai: se for filho, matai-o; mas, se for
filha, que viva” (Êxodo 1:15-16).

As parteiras tinham duas opções: obedecer ao Faraó e serem assassinas de


muitas crianças ou desobedecê-lo e arriscar a própria vida, tentando contar a
ele alguma história (ainda que parcialmente verdadeira) para se safar dessa.

Elas escolheram a segunda opção. Na sequência a Bíblia diz sobre elas: “E


Deus fez bem às parteiras; e o povo aumentou e se tornou muito forte” (Êxodo
1:20). Aqui observamos que Deus as abençoa. E muitos questionam nesse
caso se Deus as teria abençoado mesmo elas tendo mentindo. Vejamos:

(2) Podemos pensar aqui primeiramente que, apesar de Deus detestar a


mentira, pois ela é um pecado, Ele compreende a situação difícil que essas
mulheres estavam vivendo naquele momento.

O que seria mais destrutivo: ser assassinas de diversos bebês ou mentir ao


faraó? Evidentemente o pecado maior seria compactuar com a matança que
faraó queria impor.

Assim, Deus teria sido misericordioso com elas porque elas escolheram o “mal
menor”. Em segundo lugar, podemos também pensar que essas parteiras
seguiram um princípio importante na decisão tomada por elas:
O que seria mais destrutivo: ser assassinas de diversos bebês ou mentir ao
faraó? Evidentemente o pecado maior seria compactuar com a matança que
faraó queria impor.

Assim, Deus teria sido misericordioso com elas porque elas escolheram o “mal
menor”. Em segundo lugar, podemos também pensar que essas parteiras
seguiram um princípio importante na decisão tomada por elas:

obedecer ao desejo de Deus de dar vidas àquelas crianças era maior do que
obedecer às ordens de um tirano.

Nesse caso, salvar a vida dos bebês seria a melhor escolha a fazer.
Vejamos: “Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa
obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

(3) No caso da prostituta Raabe, observamos que acontece algo parecido. Ela
protege os espiões do povo de Deus dos homens de Jericó que estavam
querendo matá-los: “Mandou, pois, o rei de Jericó dizer a Raabe: Faze sair os
homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a
terra” (Josué 2:3).

Raabe não exita em protegê-los e para isso mente (Josué 2:5). O resultado
disso foi a proteção recebida por ela, entendida por muitos como uma
grandiosa bênção de Deus:

“Porém a cidade será condenada, ela e tudo quanto nela houver; somente
viverá Raabe, a prostituta, e todos os que estiverem com ela em casa,
porquanto escondeu os mensageiros que enviamos” (Josué 6:17).

(4) No caso de Raabe ela teve de fazer uma escolha também difícil: proteger
os homens que serviam ao Deus a qual ela estava começando a conhecer e da
qual seu coração estava começando a amar e crer ou ser fiel ao seu próprio
povo, um povo pagão e maligno.

Ela escolheu honrar os homens de Deus e o povo de Deus. Em minha opinião


o que temos aqui não é uma aprovação de Deus a uma mentira, mas o puro
exercício da misericórdia de Deus na vida de uma mulher pagã (em processo
de conversão) que demonstrou uma grande fé no Senhor:

“e lhes disse: Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor que
infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados.
Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante
de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos
amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes”
(Josué 2:9-10).
A misericórdia de Deus foi tão grande na vida dessa mulher que ela é apontada
como trisavó do rei da Davi e fazendo parte da genealogia de Jesus Cristo
(Mateus 1:5).

(5) Sendo assim, esses dois casos não podem ser considerados um exemplo
de aprovação de Deus ao uso de mentiras. São casos bastante específicos e
extremos e devem ser analisados dentro de seus contextos (conforme fizemos)
para que se compreenda exatamente a atitude misericordiosa de Deus em
situações que fogem à normalidade.

Você tem percebido como os sinais da segunda vinda de Cristo estão cada vez
mais intensos?
Exatamente por conta disso se faz necessário cada vez mais conhecermos as
profecias de APOCALIPSE para nos prepararmos! MAS O LIVRO DE
APOCALIPSE É BEM COMPLICADO DE ENTENDER, NÃO É MESMO?
5) Deus foi injusto com Jó, pois mesmo sendo Jó fiel, Deus
instigou Satanás a oprimi-lo. Jó 2.3

Deus permitiu que Jó sofresse para provar que o amor de Jó era


verdadeiro. Deus não explicou a Jó a razão de seu sofrimento mas Jó se
manteve fiel a Deus. O sofrimento de Jó não foi castigo por pecado.

Amor ou interesse?

Jó era um homem íntegro e temente a Deus. Em Jó 1:8 o próprio Deus


confirma que Jó era irrepreensível. Jó não merecia castigo porque não
pecava e seu coração era bom.

Veja aqui a história de Jó.

Satanás acusou Jó de só servir a Deus por causa das bênçãos que ele recebia.
Jó era próspero e feliz, tinha filhos e era respeitado por todos. Mas se ele
perdesse tudo, certamente iria amaldiçoar a Deus (Jó 1:9-11). Satanás estava
sugerindo que Jó era interesseiro, não amava a Deus de verdade, com
amor incondicional.

Deus sabia que o amor de Jó era verdadeiro. Para provar isso, ele permitiu que
Satanás atacasse Jó, roubando seus bens, matando seus filhos e tirando sua
saúde. Mas Jó se manteve fiel a Deus e não pecou (Jó 1:20-22; Jó 2:9-10).
Satanás foi derrotado.

Pecado ou injustiça?

Mas Jó não sabia a razão de seu sofrimento. Ele não sabia sobre a
acusação de Satanás nem que Deus estava provando que seu amor era
verdadeiro. Jó e seus amigos apenas sabiam que Deus é Justo, por isso não
entendiam como uma pessoa inocente poderia sofrer. Eles pensavam que o
sofrimento era sempre um castigo pelos pecados (Jó 4:7-9). Se isso era
verdade, ou Jó estava em pecado, ou Deus estava sendo injusto.

Os amigos de Jó assumiram que ele tinha pecado escondido que precisava


confessar. Mas Jó, que era inocente e sabia disso, começou a entender que o
sofrimento nem sempre é resultado de pecado.

Jó exigiu uma explicação para seu sofrimento mas Deus lhe mostrou que há
coisas maiores que nós, que não podemos entender. Quando Deus falou, Jó
entendeu que o mais importante não é entender porquê e se arrependeu de
exigir explicações (Jó 42:1-3). Ele confiou em Deus, mesmo não recebendo
explicação.

Deus declarou que os amigos de Jó estavam errados, provando que Jó


não estava em pecado. Na verdade, foram os amigos de Jó que pecaram,
falando coisas erradas sobre Deus! Mas quando os amigos de Jó se
arrependeram e Jó orou por eles, Deus perdoou seu pecado (Jó 42:7-8). Deus
restaurou a sorte de Jó, recompensando-o por sua fidelidade em meio a tanto
sofrimento.

O sofrimento de Jó não foi por causa de pecado nem foi injustiça de


Deus. Jó sofreu por razões que ele não poderia entender mas ele se manteve
fiel e Deus não o abandonou. A grande pergunta de Jó não é: “por que Deus
permite o sofrimento?”. A grande pergunta é: mesmo assim, você ainda ama
a Deus?

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