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Escola Diocesana São Francisco


José de Alencar

Prosa romântica no
Brasil e Portugal

Trabalho apresentado à disciplina de

Literatura, turma 2° ano E, período da

manhã da Escola Diocesana São Francisco

Solicitante: Profª. Socorro Oliveira

Santarém-Pa
2022

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Introdução

O século XIX foi marcado por um movimento chamado Romantismo, que


aconteceu entre 1836 a 1881. Esse movimento viu a mulher como um ser
idealizado e intocável para os homens, em uma época que ditavam regras
a serem obedecidas e assim obedecendo a essas regras elas eram bem
vistas na sociedade que viviam.
O presente artigo vem observar esse comportamento da mulher do século
XIX perante a sociedade, comparando com a personagem Lúcia na obra
Lucíola, demonstrando as transgressões vividas por ela, tendo em vista as
características do movimento romântico já que as obra foi escrita nesse
período e tratam de mulheres a frente desse tempo.
José de Alencar dar um novo olhar a respeito do comportamento da
mulher e critica uma sociedade patriarcal, pois ele cria novas
características para a mulher e traz a figura feminina como prostituta em
Lucíola.
Na obra Lucíola, vemos Lúcia com uma vida independente, não se
preocupando com o que a sociedade do Rio de Janeiro iria pensar, sendo
uma prostituta de luxo.
Desse modo, para entendemos melhor esse assunto se fez necessário
pesquisas bibliográficas de Alfredo Bosi no livro História Concisas da
Literatura Brasileira (2003); Afrânio Coutinho com A Literatura no Brasil
(1999); Douglas Tufano, Estudo de Língua e Literatura (1989); Faraco e
Moura em Língua e Literatura (1991) e a obra Lucíola de José de Alencar,
para assim podermos ter o melhor entendimento da personagem, do
movimento romântico e das características do perfil feminino.

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Biografia do autor
José de Alencar (1829-1877) foi um romancista, dramaturgo, jornalista,
advogado e político brasileiro. Foi um dos maiores representantes da
corrente literária indianista e o principal romancista brasileiro da fase
romântica. Entre seus romances destacam-se “Iracema” e “Senhora”
Foi escolhido por Machado de Assis para patrono da Cadeira n.º 23 da
Academia Brasileira De Letras
Infância e Juventude
José Martiniano de Alencar Júnior nasceu no sítio Alagadiço Novo,
Mecejana, Ceará, no dia 1 de maio de 1829. Era filho de José Martiniano
de Alencar, senador do império, e de Ana Josefina. Em 1838 mudou-se
com a família para o Rio de Janeiro.
Com 10 anos, José de Alencar ingressou no Colégio de Instrução
Elementar. Durante a noite, presenciava os encontros políticos de seu pai.
Em sua casa, tramou-se a maioridade de D. Pedro II, decretada em 1840.
Com 14 anos, José de Alencar foi para São Paulo, onde terminou o
secundário e ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Em 1844, ao ver o sucesso do livro “A Moreninha” de Joaquim Manuel de
Macedo, resolveu que seria escritor de romances. Entregou-se à leitura
dos autores mais influentes da época, como Alexandre Dumas, Balzac,
Byron, entre outros.
Em 1847, com 18 anos, iniciou seu primeiro romance “Os
Contrabandistas”, que ficou inacabado. Em 1848 foi para Pernambuco,
onde continuou seu curso na Faculdade de Direito de Olinda, concluído
em 1851. De volta a São Paulo levou o esboço de dois romances
históricos: Alma de Lázaro e O Ermitão da Glória, que só seriam publicados
no fim da vida.
Advogado, Jornalista e Primeiro Romance
Ainda em 1851, José de Alencar voltou para o Rio de Janeiro onde exerceu
a advocacia. Em 1854, ingressou no Correio Mercantil, na seção “Ao
Correr da Pena”, onde comentava os acontecimentos sociais, as estreias
de peças teatrais, os novos livros e as questões políticas.

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Em 1855 assumiu as funções de gerente e redator-chefe do “Diário do
Rio”, onde publicou, em folhetim, seu primeiro romance Cinco Minutos,
em 1856. No dia 1 de janeiro de 1857 começou a publicar o romance O
Guarani, também em forma de folhetim, que alcançou enorme sucesso e
logo foi editado em livro.
Vida Política
Em 1858, José de Alencar abandonou o jornalismo para ser Chefe da
Secretaria do Ministério da Justiça, chegando a Consultor com o título de
Conselheiro, ao mesmo tempo em que lecionava Direito Mercantil.
Em 1860, com a morte do pai, se candidatou a deputado pelo Ceará, pelo
partido conservador, sendo reeleito em quatro legislaturas. Na visita a sua
terra Natal se encantou com a lenda de "Iracema" e a transformou em
livro.
Em 1865, sob um pseudônimo, publicou Cartas de Erasmo, dirigidas ao
imperador onde descrevia a situação do país. Defendia um governo forte e
propunha uma abolição gradativa da escravatura. Embora D. Pedro II não
simpatizasse com Alencar, não se opôs a sua escolha para o Ministério da
Justiça do Império. Em 1870 foi eleito senador pelo Ceará, porém, com os
conflitos com o Ministro da Marinha não foi o escolhido. Voltou para a
Câmara, onde permaneceu até 1877, porém rompido com o partido
Conservador.
Literatura
Mesmo no auge da carreira política, José de Alencar não abandonou a
literatura. Em 1864, casou-se com Georgina, com quem teve quatro filhos,
entre eles, Mário Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai. Viu suas
obras atacadas por jornalista e críticos que faziam campanha sistemática
contra o romancista.
Triste e desiludido passou a publicar sob o pseudônimo de Sênio, porém, a
maioria o louvava. Durante toda sua vida procurou trazer para os livros as
tradições, a história, a vida rural e urbana do Brasil. Famoso, a ponto de
ser aclamado por Machado de Assis, como “o Chefe da literatura
nacional”.
48 anos José de Alencar faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro
de 1877 vítima de tuberculose…….. fim

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Resumo da obra
O romance Lucíola conta a história de Lúcia, uma cortesã. Paulo é o
narrador e narra sua chegada ao Rio de Janeiro em 1855, onde vê Lúcia a
primeira vez. Sem saber que ela era cortesã, ele se apaixona por ela nesse
primeiro momento, porque a vê como uma menina encantadora, meiga e
angelical.
A primeira impressão que Paulo tem de Lúcia acaba quando ele a vê na
Festa da Glória, onde ela é apresentada como mulher bonita e não como
uma “dama”. Mesmo assim Paulo prefere guardar para si a primeira
impressão que teve dela.
Paulo descobre onde Lúcia mora e vai visitá-la frequentemente. Ela se
entrega a ele e após isso passa a desprezar o amor de Paulo. Essa relação
é embasada no amor carnal, fato que se tornará um empecilho para a
união dos dois.
Após consumado o amor entre eles, Paulo perde um pouco da inocência
enquanto Lúcia será “purificada”, abandonando a cortesã e revivendo a
virgem pura que foi.
Lúcia decidir vender sua casa luxuosa para morar numa mais simples.
Então relata toda sua história para Paulo: sua família sofreu com um surto
de febre amarela em 1850, para comprar os medicamentos Lúcia se
entregou a Couto aos 14 anos, mas quando o pai descobriu a expulsou de
casa. Assim, Maria da Glória finge sua própria morte quando sua amiga
faleceu e assumiu o nome dela.
Com o tempo, Lúcia passa a rejeitar outros homens, ficando apenas com
Paulo. Ela engravida dele, mas fica doente, acreditava que estava assim
porque seu corpo não era puro.
Lúcia confessa todo seu amor por Paulo, mas deseja que ele se case com a
irmã dela, Ana, que agora mora com os dois. Ele se recusa. Lúcia rejeita
fazer o aborto e acaba morrendo grávida.
Paulo cria Ana como filha e após 6 anos ela se casa e Paulo permanece
triste com a morte de Lúcia, seu único amor.

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Aspectos da narrativa
GÊNERO
Lucíola é um romance urbano que tem como cenário o Rio de Janeiro.
Foco narrativo e espaço: Lucíola é narrado em primeira pessoa, que no
caso Paulo que também é personagem do livro, possui um foco narrativo
mais limitado .
TEMPO
O romance se passa no Rio de Janeiro metade do século 19 .A narração e
em sequência e nessa época Paulo tinha 25 anos e tinha a acabado de
chegar de Olinda.
PERSONAGENS
Lúcia/Maria da glória: É uma cortesã e tem os cabelos anelados e olhos
escuros e no final ela morre,grávida.
Paulo:E o homem que Lúcia se apaixona.
Sá: Amigo de Paulo e ex amante de Lúcia. É ele quem apresentar Lúcia a
Paulo. Ele fala mal de Lúcia, e Paulo não se agrada disso.
Ana:irmã mais nova de Lúcia.
Laura e nina:Paulo marca um encontro com nina para fazer ciúmes a
Lúcia, mas ele não foi.
Rochinha: tem uma vida irrigada de bebidas alcoólicas.
Cunha:Assim como Sá,fica falando mal de Lúcia.
Couto:foi o homem que se aproveitou da inocência e necessidade de
Lúcia quando tinha 14 anos.
Jesuína:mulher que ajudou Lúcia quando ela foi expulsa de casa.
Jacinto:Paulo achava que ele é Lúcia eram amantes o que não era
verdade.
LINGUAGENS
É uma linguagem poética, rebuscada om frases bem trabalhadas ,melosas.

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Temas abordados na obra
Nas obras dessa fase, há um conflito entre o indivíduo e esta sociedade.
No caso de Lucíola, porém, este conflito é realçado, uma vez que
estes valores e preconceitos estão enraizados nos próprios protagonistas.
Assim, o conflito não se dá somente entre o indivíduo e a sociedade, mas
também dentro do próprio indivíduo.
Submissão do amor romântico (valorização da virgindade), crítica social e
crítica moral (Lúcia deixa de ser cortesã para si mesma, mas não para a
sociedade que a vê com preconceito).

Características da prosa romântica


TEMPO PSICOLÓGICO
Não é material nem mensurável, é subjetivo!
Ele flui na mente das personagens; reflete suas angústias e ansiedades...
Sua passagem é alheia à nossa vontade.
Nesta obra, revela seus conflitos interiores e chega a antecipar as
características da escola realista, sucessora do Romantismo.
FLASHBACK = retorno ao passado para explicar detalhes do “presente”. Na
obra, a inserção de um evento ocorrido antes do episódio narrado.
Havia oito dias que Lúcia não andava boa. A fresca e vivace [adjetivo de
dois gêneros =vivaz] expansão de saúde desaparecera sob uma langue
morbidez que a desfalecia; [...]
Tudo isto me inquietava; atribuindo a sua mudança a algum pesar oculto,
a tinha interrogado, suplicando-lhe que me confiasse as mágoas que a
afligiam. [cap. XXI]
IDEALIZAÇÃO DA MULHER
Lúcia é idealizada e comparada às coisas mais belas e puras: “a mais
bonita mulher do Rio de Janeiro e também a mais caprichosa e excêntrica.
Ninguém a Compreende.” (p. 29)
Nessa fase, as personagens resgatam-se, ou seja, LUCÍOLA, através do
sofrimento e da morte, purifica-se da nódoa que a impedia de ser perfeita:
A prostituição

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Tipo de romance a que pertence a obra
Lucíola é um típico exemplar do período romântico. Passado no Rio de
Janeiro, é um romance urbano que transparece os valores da sociedade
brasileira do século XIX. O Romance Urbano ou Romance de Costumes
designam as obras que retratam o Brasil, principalmente o Rio de Janeiro,
no Segundo Reinado (1831-1840).
Apontam os aspectos negativos da vida urbana e dos costumes burgueses.
Características
Esses romances abordam as intrigas amorosas e as desigualdades
econômicas. O fim é, invariavelmente, feliz e com a vitória do amor...
Aspecto melodramático;
Prevalência de um final feliz;
Amor idealizado;
Costumes da elite burguesa;
Eventual critica politica e social;
Rio de Janeiro como espaço da ação;
Mulher idealizada;
Heroísmo;
dificuldade amorosa;
divulgação de valores morais;
linguagem simples.
Vale ressaltar que, apesar de a expressão “romance urbano” ser
fortemente associada ao século XIX, ela também pode ser usada, na
atualidade, para se referir a romances cujo espaço da ação são os grandes
centros urbanos brasileiros.

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Explicação do tema da obra

LÚCIA = Lúcifer
Traços de personalidade, como o de seduzir o homem, espoliá-lo, tirar-lhe
a graça divina, para submetê-lo à sua própria dominação como o faria
Lúcifer.
Lúcia (prostituta) e Lúcifer estão associados pela capacidade de perverter,
atentar e seduzir.
A capacidade de a Lúcia estar entre a sedução e a inocência; de mostrar-se
ora como prostituta – maliciosa e sensual, denunciando erotismo; noutras
vezes apresentar-se, adversamente, como donzela pura e casta. Na
realidade, o que pretendeu com essa metáfora foi mostrar ao leitor que,
embora ela comercializasse o seu próprio corpo – situação, Exterior –
ainda preservava, dentro de si, um estado de inocência que ela própria,
por forças das circunstâncias, fora obrigada a adormecer.
Porém na nota do autor há uma explicação diferente para esse título:
Lucíola é o nome de um vagalume que vive no pântano e que vai brilhar
na lama. Isso quer dizer que mesmo essa protagonista sendo uma cortesã
que está presa na lama da prostituição, ainda assim guarda uma pureza na
alma

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Conclusão

Neste trabalho percebemos a transgressão da personagem


de José de Alencar na obra Lucíola, mostrando aspectos
dos perfis femininos com características que não eram
comuns na sociedade do século XIX, mas, distintas comas
características do movimento romântico, pois esse
movimento idealizava a mulher e por mais que Lúcia
transgredisse na sociedade, ela era idealizada na obra,
acabando se rendendo aos homens.
Alencar trata de uma mulher que era cortesã, luxuosa e
independente, atribuindo-lhe muitas críticas na sociedade
patriarcal.
Assim observamos como eram tratadas as mulheres do
século XIX e que elas tinham muitas diferenças das
personagens das obras de Alencar criadas com posturas e
comportamentos não aceitos naquela sociedade.
Entretanto verificamos que as mulheres evoluíram desde o
século XIX até os dias de hoje, tornando-se mais
independentes e com comportamentos bem diferentes das
mulheres dessa sociedade patriarcal.

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Responsáveis pelo trabalho escrito

Rafaelle: prosa romântica e elaboração do trabalho escrito

Cíntia: resumo da obra, contexto histórico, elaboração da capa e


sumário, texto dissertativo argumentativo

Ana Beatriz: biografia do autor

Vitor Samuel: tipo de romance

Ariane: aspectos da narrativa

Suame: temas abordados na obra e explicação do tema da obra

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Referências

 https://www.ebiografia.com/jose_alencar/
 https://www.todamateria.com.br/prosa-romantica-no-
brasil/?utm_source=whatsapp&utm_medium=referral
 https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/luciola-
resumo-da-obra-de-jose-de-alencar/
 https://images.app.goo.gl/Wmus1UeR4WSVrhum7
 https://www.todoestudo.com.br/literatura/
luciola#:~:text=Em%20Luc%C3%ADola%2C%20h
%C3%A1%20uma%20cr%C3%ADtica,completa
%20por%20meio%20da%20morte
 https://www.coladaweb.com/resumos/luciola

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