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Curso de Formação

de Técnicos de Operação Jr
do Abastecimento

2ª edição

Manutenção
Industrial

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PETROBRAS ABASTECIMENTO 2008
QualificAbast
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
© 2008 Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A.

Todos os direitos reservados

Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS


Avenida Chile, 65 – 20º andar – Ala Norte SALA 2001
CEP: 20031-912 – Rio de Janeiro – RJ

Revisado e Atualizado por:


CARLOS ALBERTO GURSKI
UN REPAR
REPAR/PR

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Índice
BREVE HISTÓRICO 05
CONCEITOS BÁSICOS 06
a.Missão da manutenção 06
b.Disponibilidade 06
c.Confiabilidade 06
d.Mantenabilidade 07
e.Falha e Defeito 08
f.O produto da manutenção 08
TIPOS DE MANUTENÇÃO 09
a.Manutenção corretiva 09
1.Corretiva Planejada 09
2.Corretiva não planejada 10
b.Manutenção preventiva 10
1.Preventiva sistemática 11
2.Preventiva não sistemática 11
c.Manutenção preditiva 12
d.Manutenção detectiva 14
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 15
MANUTENÇÃO DE ROTINA E PARADAS DE MANUTENÇÃO 17
a.Manutenção de rotina 17
b.Paradas de manutenção 23
TRABALHO EM EQUIPE 27
POLÍTICA E DIRETRIZES 29
a.Política 29
b.Diretrizes 29
MANUTENÇÃO AUTÔNOMA 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

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CONCEITOS BÁSICOS

Figura 1
Custos em função da confiabilidade ........................................07

Figura 2
Visão holística da manutenção ................................................08

ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO

Figura 3
Diretrizes de valor na Manutenção ...........................................15

MANUTENÇÃO DE ROTINA E PARADAS DE MANUTENÇÃO

Figura 4
Fluxograma simplificado de informações .................................18

Figura 5
Planejamento no SAP/R3 - Operações ....................................20

Figura 6
Planejamento no SAP/R3 – Diagrama PERT-CPM .................20

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Breve histórico
A evolução da manutenção pode ser dividida em três fases ou três gerações.

A primeira geração abrange o período antes da segunda guerra mundial, quando


a indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na sua
grande maioria, superdimensionados. Aliado a tudo isso, e em função da conjun-
tura econômica da época, há o fato de que a questão da produtividade não era
prioritária. Conseqüentemente, não era necessária uma manutenção sistemati-
zada, apenas serviços de limpeza, lubrificação e reparo após a quebra. A manu-
tenção era, fundamentalmente, corretiva.

A segunda geração vai desde a segunda guerra mundial até os anos 1960. As
pressões do período da guerra aumentaram a demanda por todo o tipo de
produto, ao mesmo tempo em que o contingente de mão-de-obra diminuiu
sensivelmente. Como conseqüência, nesse período, houve forte aumento da
mecanização, bem como da complexidade das instalações industriais. Começa
assim a evidenciar-se a necessidade de maior disponibilidade e confiabilidade
dos equipamentos e instalações, como um todo, na busca da maior
produtividade. Nessa época, a indústria estava bastante dependente do bom
funcionamento das máquinas. Isso levou à idéia de que as falhas dos
equipamentos poderiam e deveriam ser evitadas, o que resultou nos primeiros
conceitos de manutenção preventiva.

A terceira geração começa a partir da década de 1970, momento em que o


processo de mudança nas indústrias foi acelerado. A paralisação por falhas da
produção, que aumentava consideravelmente os custos, passou a ser uma
preocupação ainda maior nas empresas.

A crise do petróleo e o surgimento de concorrentes obrigavam as empresas a


aumentarem sua mecanização e posteriormente a implantação da automação.
As pressões pela preservação ambiental e pela segurança também passaram a
ser uma constante. Conseqüentemente, a busca por maiores índices de
confiabilidade e de disponibilidade dos equipamentos e instalações passou a ser
uma questão de sobrevivência.

Nesta geração reforçou-se o conceito de manutenção preditiva. Já no final do


século passado, novos critérios e sistemas de manutenção passaram a ser trata-
dos e adotados pelas organizações com o devido respeito e atenção, que
sempre foram deixados de lado em detrimento da produção.

Finalmente, houve um grande avanço da interação entre todas as fases de im-


plantação de novos sistemas industriais (projeto, fabricação, instalação e manu-
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tenção) e a garantia de disponibilidade e confiabilidade maiores torna-se mais
evidente.

Conceitos básicos
(a) Missão da manutenção

Até bem pouco tempo, o conceito predominante era de que a missão da manu-
tenção era a de restabelecer as condições normais dos equipamentos/sistemas,
corrigindo o defeito ou a falha destes. Hoje, a missão da manutenção é:

"garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a


atender ao processo de produção, com confiabilidade, segurança, preservação
do meio ambiente e custo adequados".

Na seção que trata dos tipos de manutenção abordaremos os conceitos de cada


tipo.

(b) Disponibilidade

Pode ser conceituada como:

"Capacidade de um item estar em condições de executar uma certa função em


dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado".

É a relação entre o tempo em que o equipamento ou instalação ficou disponível


para produzir e o tempo total.

(c) Confiabilidade

Podemos definir confiabilidade como:

"A capacidade de um desempenhar uma função requerida por um intervalo de


tempo estabelecido sob condições definidas de uso".

A confiabilidade será tanto maior quanto melhor for o desempenho da operação


e da manutenibilidade dos equipamentos/instalações. Considera-se que a
confiabilidade é a probabilidade estatística de não ocorrer falha de um
determinado tipo para certa missão, com um dado nível de confiança. O exemplo
a seguir ilustra bem os conceitos de disponibilidade e confiabilidade.

A disponibilidade da lâmpada que ilumina a mesa de cirurgia de um


neurocirurgião é altíssima, da ordem de um milhão de horas. Porém, de nada
adianta se ela apagar por 5 segundos no meio de uma cirurgia, ou seja, não tiver

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a adequada confiabilidade quando necessária.

A disponibilidade é função da confiabilidade e da mantenabilidade. Portanto,


quanto maior o número de falhas menor a confiabilidade de um item para as
condições estabelecidas. Os gráficos da Figura 1 apresentam os custos
relacionados com a confiabilidade.

Figura 1 – Custos em função da Confiabilidade

(d) Mantenabilidade

Pode ser definida como a maior ou menor facilidade com que um equipamento é
mantido, ou nos termos da NBR 5462:

“Capacidade de um item ser mantido ou recolocado em condições de executar


suas funções requeridas”.

Equipamentos importados têm uma baixa mantenabilidade, já que peças de


reposição ou a substituição demoram para chegar. Para aumentar a
mantenabilidade temos que deixar reservas em estoque, o que onera o custo
operacional da unidade.

Ou seja, se um item for difícil de ser reparado, que exija técnicas mais
elaboradas, material importado ou de difícil manuseio, se a remoção da área é
difícil, ou qualquer outro fator que provoque uma demanda de tempo elevada
para recolocação em operação, a mantenabilidade será baixa, e ações para
melhoramento precisam ser implementadas.

(e) Falha e Defeito

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Esses dois termos têm definição muito parecida, mas cuja diferença é
fundamental para avaliação da performance da manutenção.

Pela NBR 5462 temos as definições:

“Defeito é qualquer desvio de uma característica de um item em relação aos


seus requisitos.

Falha é o término da capacidade de um item desempenhar a função requerida”.

Um defeito significa que o equipamento ainda não deixou de realizar a função


para o qual foi projetado, mas que já sinaliza a necessidade de uma intervenção,
o defeito avisa sobre a quebra mais ou menos eminente do equipamento.

Já a falha representa a perda da função do equipamento, e é necessária uma


intervenção corretiva para colocação do mesmo em operação novamente.

Veremos mais adiante as definições sobre os tipos de manutenção e os


conceitos acima serão necessários.

(f) O produto da manutenção

O produto que a organização deseja comprar da manutenção é a maior disponi-


bilidade confiável ao menor custo. Assim, a manutenção pode ser definida como
toda a sistemática - política e diretrizes - adotada pela organização para esse
fim. Estando comprometidos com essa sistemática, os setores de operação, de
manutenção propriamente dita e de engenharia.

Figura 2 - Visão holística da manutenção

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Tipos de manutenção
Há várias ações técnicas que identificam a maneira pela qual é feita a
intervenção nos equipamentos, sistemas ou instalações. As denominações
convencionais dos tipos de manutenção, ou seja, das ações tomadas para
manter a função de um item são:

9 Manutenção corretiva

o Não planejada

o Planejada

9 Manutenção preventiva

o Sistemática

o Não sistemática

9 Manutenção preditiva

9 Manutenção detectiva

Os diversos tipos de manutenção também podem ser considerados como políti-


cas de manutenção.

(a) Manutenção corretiva

Manutenção efetuada após a ocorrência de uma falha destinada a recolocar um


item em condições de executar uma função requerida.

A manutenção corretiva está associada com uma falha, ou seja, a incapacidade


do item realizar a sua função. Ela pode ser classificada em Corretiva planejada e
não planejada.

1. Corretiva planejada
É a manutenção corretiva realizada em equipamento que não compromete a
continuidade operacional,

e por isso, pode ser executada após um planejamento, cuja função é agregar
valor em segurança, redução de custos, providenciar documentação e materiais
entre outras providências.

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2. Corretiva não planejada
É a manutenção corretiva realizada em equipamento cuja falha põe em risco a
continuidade operacional, pessoas ou ao meio ambiente.

Não há tempo para realizar um planejamento mais elaborado, mas somente o


suficiente para executar o serviço o mais rápido possível sem esquecer os
limites dos procedimentos de segurança. A manutenção corretiva não planejada
prejudica o controle de custos, e os riscos são maiores pela pressa na execução.
Representa também uma baixa confiabilidade pela falta de controle sobre o
sistema.

Um trabalho planejado é sempre mais barato, mais rápido e mais seguro e será
sempre de melhor qualidade. O planejamento depende das informações dos
sintomas fornecidas pelo acompanhamento do equipamento. Nesse caso, o
papel do técnico de operação é importantíssimo na observação do problema e
no relato da anomalia e mesmo que a decisão seja deixar o equipamento
funcionar até a quebra, o planejamento pode providenciar o material e preparar o
serviço com segurança.

(b) Manutenção preventiva

É a manutenção realizada antes que ocorra uma falha que impossibilite ao item
manter as funções requeridas.

Consiste na mais importante ação da manutenção, já que é a atuação no sentido


de preservar a função do item, e não somente recolocá-lo em operação após a
ocorrência da falha. É uma atuação proativa, de antecipação dos problemas, em
oposição à ação reativa representada pela manutenção corretiva.

As empresas benchmarking de manutenção perseguem uma meta de 80% de


manutenção proativa que é a soma da realização de intervenções preventivas,
preditivas e detectivas e 20% de manutenção reativa (corretiva planejada e não
planejada). Por essas metas percebe-se a importância da prevenção e do
domínio da situação dos equipamentos para a manutenção moderna. Pode ser
dividida em sistemática e não sistemática:

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1. Preventiva Sistemática
É a manutenção realizada em intervalos predeterminados, focando ou o
desgaste conhecido que o item sofre após um período de uso, ou o atendimento
à legislação específica para o equipamento.

São intervenções realizadas com uma freqüência conhecida. Enquadram-se


nessa categoria o atendimento a normas regulatórias como a NR-13 (vasos e
equipamentos pressurizados), paradas programadas de manutenção, aferições
da medição em sistemas de faturamento entre outros. Como compõem um plano
de intervenções pré-definido, cada estratégia de intervenções é chamado de
Plano de Manutenção”.

2. Preventiva não sistemática


É a manutenção preventiva realizada em função do acompanhamento do
desempenho ou de características do equipamento.

O equipamento gradualmente vai dando sinais da sua situação. Pequenos


vazamentos, diminuição na espessura da chapa, consumo de óleo, vibrações,
aquecimentos, que podem ser ou medidos ou mesmo percebidos pelos nossos
sentidos. A Manutenção Industrial deve acompanhar esses sintomas (fornecidos
não só pelos funcionários da manutenção em si, mas por também por técnicos
de operação) e definir uma intervenção preventiva antes que o equipamento
deixe de cumprir suas funções.

Inversamente à política de manutenção corretiva, a manutenção preventiva pro-


cura obstinadamente evitar a ocorrência de falhas, ou seja, procura prevenir.

A manutenção preventiva será tanto mais conveniente quanto:

9 mais altos forem os custos de falhas;

9 mais as falhas prejudicarem a produção; e

9 maiores forem as implicações de falhas na segurança pessoal e


operacional.

E será obrigatória quando:

9 Obedecer à normas regulamentadoras

9 Atender aos padrões das certificações (ISO, SPIE, etc)

9 Garantir precisão no faturamento

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Se, por um lado, a manutenção preventiva proporciona um conhecimento prévio
das ações, permitindo uma boa condição de gerenciamento das atividades e
nivelamento de recursos, além de previsibilidade de consumo de materiais e
sobressalentes; por outro lado, promove a retirada do equipamento ou sistema
de operação para a execução dos serviços programados.

(c) Manutenção preditiva

A manutenção preditiva, também conhecida por manutenção sob condição ou


manutenção com base no estado do equipamento, pode ser definida da seguinte
forma.

“Manutenção preditiva é a atuação realizada com base em modificação de


parâmetro de condição ou desempenho cujo acompanhamento obedece à uma
sistemática”.

A manutenção preditiva foi uma grande quebra de paradigma na manutenção e


tanto mais se intensifica quanto mais o conhecimento tecnológico desenvolve
equipamentos que permitam a avaliação confiável das instalações e dos
sistemas operacionais em funcionamento.

Seu objetivo é prevenir falhas nos equipamentos ou sistemas através de acom-


panhamento de parâmetros diversos, permitindo a operação contínua do equi-
pamento pelo maior tempo possível. Na realidade, o significado do termo manu-
tenção preditiva é o de predizer as condições dos equipamentos.

A manutenção preditiva privilegia a disponibilidade à medida que não promove a


intervenção nos equipamentos ou sistemas, pois as medições e verificações são
efetuadas com o equipamento em produção. Dessa forma apóia e reduz ao
mínimo a manutenção preventiva e reduz o número de intervenções corretivas.

Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge o limite previamente esta-


belecido, é tomada a decisão de intervenção. Normalmente, esse tipo de acom-
panhamento permite a preparação prévia do serviço, além de outras decisões e
alternativas relacionadas com a produção.

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As condições básicas para se adotar a manutenção preditiva são as seguintes:

9 O equipamento, sistema ou instalação deve permitir algum tipo de


monitoramento/medição;

9 O equipamento, sistema ou instalação deve merecer esse tipo de ação


em função dos custos envolvidos;

9 As falhas devem ser oriundas de causas que possam ser monitoradas e


ter sua progressão acompanhada; e

9 Seja estabelecido um programa de acompanhamento, análise e diag-


nóstico, sistematizado.

9 Os fatores indicados para a análise da adoção de política de manutenção


preditiva são os seguintes:

9 Aspectos relacionados com a segurança pessoal e operacional;

9 Redução dos custos pelo acompanhamento constante das condições dos


equipamentos, evitando intervenções desnecessárias; e

9 Manter os equipamentos operando, de modo seguro, por mais tempo.

A redução de acidentes por falhas catastróficas em equipamentos é significativa.


Também a ocorrência de falhas não esperadas se reduz, o que proporciona,
além do aumento da segurança pessoal e da instalação, redução de paradas
inesperadas da produção e os consideráveis prejuízos associados.

Em termos de impacto na produção, a manutenção preditiva é a que oferece


melhores resultados, pois intervém o mínimo possível na planta. Entretanto, é
fundamental que, tanto o pessoal de manutenção como os técnicos de operação
responsáveis pelas análises e diagnósticos sejam bem treinados e estejam, de
fato, comprometidos com as políticas e diretrizes da manutenção.

Não basta apenas medir, é preciso analisar os resultados e formular diagnósti-


cos. Embora isto possa parecer óbvio, é comum encontrar-se, em algumas em-
presas, sistema de coleta e registro de informações de acompanhamento de
manutenção preditiva que não produzem ação de intervenção com a qualidade
equivalente aos dados registrados.

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(d) Manutenção detectiva

A manutenção detectiva está ligada à palavra "detectar". Pode ser definida da


seguinte forma:

“Manutenção detectiva é a atuação efetuada em sistemas de proteção e busca


detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de operação e
manutenção”.

São tarefas executadas para verificar se um sistema de proteção ainda está


funcionado. Um exemplo simples e objetivo é o botão de teste de lâmpadas de
sinalização e alarme em painéis, ou o teste que se faz em um detector portátil de
H2S antes de se dirigir a uma área com risco de vazamento de gás.

A identificação de falhas ocultas é primordial em alguns sistemas para garantir a


confiabilidade. Em sistemas complexos, essas ações só devem ser levadas a
efeito por pessoal treinado.

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Engenharia de Manutenção

O grupo que faz a Engenharia de Manutenção se constitui no centro de


inteligência onde as diretrizes de manutenção são tomadas. Não há necessidade
de um grupo formal, se bem que sua existência seja favorável, mas de um
conjunto de colaboradores com experiência profissional e conhecimentos tácitos
(acadêmicos), dedicados a resolver os problemas de confiabilidade,
disponibilidade e mantenabilidade dos equipamentos.

Recebendo informações dos equipamentos com maiores custos envolvidos, que


apresentem indisponibilidade freqüente, que sejam objeto das diversas diretrizes
de SMS ou regulatórias, o grupo de engenharia de manutenção pode direcionar
os diversos recursos como técnicos, contratos, ferramentas, treinamento,
materiais sobressalentes entre outros, no sentido de aumentar a confiabilidade
de todo o sistema.

A figura 3 permite a visualização do esquema de forças que interagem na


manutenção, e as competências centrais (core competences) da manutenção.

Figura 3 – Diretrizes de Valor na Manutenção

SMS, Normas e
Certificações

Planejamento de
performance do Planejamento
equipamento orçamentário

Engenharia de
Manutenção

Análise de Planejamento
perdas Disponibilidade Controle de
Análise de
Custos Custos
Execução

Registro Registro
de perdas de custos

Gerenc. sobressalentes Técnicos e ferramentas

Gerenc. de Contratos Gerenc. do conhecimento

Alocação de Recursos

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A Engenharia de Manutenção é central nesse processo, como mostra o
diagrama acima. É ela quem recebe as informações, elaborando estratégias
para reduzir custos e aumentar disponibilidade operacional. É da Engenharia de
Manutenção que partem também as orientações para que o planejamento
elabore os diversos planos de manutenção preventiva, preditiva ou detectiva,
interferindo também nos sistemas de compras e especificação de materiais e
contratos. As diversas análises de deficiência de treinamento e capacitação de
pessoal também são de sua responsabilidade.

Uma boa Engenharia de Manutenção é essencial para a realização da


manutenção com classe mundial, reconhecida como de padrão (benchmarking)
a ser seguido pelas demais empresas.

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Manutenção de Rotina e
Paradas de Manutenção

As intervenções de manutenção podem ser divididas em dois conjuntos com


características bem distintas, que são Manutenção de Rotina e Paradas de
Manutenção. Apesar da manutenção ser executada constantemente durante as
campanhas das unidades, certos equipamentos essenciais não podem ser
mantidos sem que ocorra uma interrupção total ou parcial da produção. De
tempos em tempos temos que parar esses equipamentos para realização de
revisão geral, parando a produção de unidades ou mesmo de toda a refinaria. É
o que chamamos de Parada de Manutenção. A seguir descrevemos
sucintamente os dois conjuntos

(a) Manutenção de Rotina

A Manutenção de rotina é realizada em unidades em operação. A Petrobras


utiliza o sistema de controle informatizado SAP-R3, módulo PM, para
planejamento, programação, direcionamento de custos e os diversos controles e
informações necessárias para o estudo de engenharia da manutenção.

Nesse programa são identificados:

9 Os serviços que serão feitos;

9 Quando os serviços serão feitos;

9 Quais os recursos necessários;

9 Quanto tempo será gasto em cada serviço;

9 Qual será o custo de cada serviço;

9 Quais materiais serão aplicados; e

9 Quais máquinas, dispositivos e ferramentas serão utilizados.

Outras informações também estão presentes no Sistema Informatizado de


Gerenciamento e Controle da Manutenção, como quem fez o apontamento,
quando que o serviço poderá ser executado, se existe impedimentos
operacionais, se falta documentação, qual o centro de custo responsável, entre

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inúmeros outros detalhes disponíveis a qualquer instante, mesmo após a
conclusão dos serviços.

O diagrama esquemático abaixo (figura 4) é um fluxograma simplificado da


seqüência das informações referentes ao serviço em suas diversas etapas.

Figura 4 – Fluxograma Simplificado de Informações

Os passos são descritos abaixo:

Processamento das solicitações de serviços (Notas de Manutenção)

É a entrada (input) do sistema. Os serviços, independentes de sua origem,


devem ser pedidos através da solicitação de serviços, que no SAP-R3 são
chamados de “Notas de Manutenção”.
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As Notas de Manutenção podem ser oriundas da área operacional de produção,
da inspeção de equipamentos e da própria manutenção. É importante a
verificação por parte de um responsável que verifique se a solicitação é
procedente, ou seja, sua real necessidade, se o serviço já não foi solicitado
anteriormente, ou se ele não será objeto de uma outra intervenção no sistema.

Na nota de manutenção constam, entre outras, as seguintes informações

9 Equipamento a ser mantido;

9 A prioridade da intervenção;

9 A descrição dos sintomas;

9 A especialidade líder do evento;

9 O centro de custos responsável (através do local de instalação do


equipamento)

9 Se há alguma limitação operacional para o início dos serviços.

Planejamento dos serviços

Nessa fase são definidas as tarefas que compõem o trabalho, os recursos


necessários, qual o tempo estimado para cada uma delas e sua seqüência. É
aberta a Ordem de Manutenção, os planejadores revisam os dados que vêm da
Nota de Manutenção e pela sua expertise determinam quais os passos a serem
seguidos.

No exemplo abaixo (Figuras 5 e 6 “Planejamento no SAP-R3” - vazamento no


selo do B-2122) temos as operações previstas e a seqüência estabelecida. Note
que há necessidade de preenchimento de outros campos pelo planejador, porém
o assunto foge do escopo desse curso e será apresentado em outra
oportunidade.

Figura 5 – Planejamento no SAP/R3: Operações

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Figura 6 – Planejamento no SAP-R3: Diagrama PERT - CPM

O exemplo mostra um serviço relativamente simples. O planejamento de um

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serviço pode conter dezenas de tarefas, exigindo grande experiência do
planejador.

Programação dos serviços

A programação dos serviços é a etapa que define quais são os serviços a serem
executados em função das prioridades já definidas, recursos disponíveis (mão-
de-obra, materiais, máquinas) e liberação pela produção.

Gerenciamento da execução dos serviços

O gerenciamento da execução dos serviços, do ponto de vista do planejamento,


está voltado para o seguinte:

9 Resolver problemas no andamento dos serviços;

9 Controle de back-log, que é a carteira de serviços da manutenção;

9 Acompanhamento da execução no tocante ao cumprimento da progra-


mação, isto é, se os serviços programados estão sendo executados;

9 Acompanhamento dos desvios em relação ao tempo previsto. Caso haja


desvios significativos, o tempo deve ser alterado para que o sistema
continue programando o serviço.

Registro dos serviços e recursos.

O registro dos serviços e recursos objetiva informar ao sistema:

9 Quais recursos foram utilizados, quantos homens/hora foram gastos no


serviço e se o serviço foi concluído ou não. Esse processo é conhecido
como apropriação;

9 Que materiais foram aplicados;

9 Quais os gastos com serviços de terceiros.

Gerenciamento de equipamentos

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Consiste em fornecer informações relevantes para o histórico dos equipamentos.
O código incluído no sistema faz a ligação com o histórico do equipamento,
permitindo a inserção desses dados.

Administração da carteira de serviços

Administrar a carteira de serviços da manutenção significa fazer o acompanha-


mento e a análise visando ter:

9 Acompanhamento orçamentário – previsão x realização global e


separada por especialidade, por área ou por unidade operacional;

9 Cumprimento da programação pelas diversas áreas e especialidades;

9 Tempos médios de execução de serviços;

9 Índices de atendimento incluindo demora entre solicitação e início dos


serviços;

9 Backlog global, por especialidade e por área;

9 Composição da carteira de serviços – percentual por especialidade,


percentual por prioridade, por área, por unidade, etc.;

9 Índice de ocupação da mão-de-obra disponível; e

9 Índices de bloqueio de programação separados por causa.

Gerenciamento dos padrões de serviços

Apesar dos serviços de manutenção apresentarem uma característica de diversi-


dades muito grande, é possível e importante o estabelecimento de padrões de
manutenção. A manutenção em trocadores de calor, por exemplo, tem uma se-
qüência conhecida, que pode ser colocada sob forma de padrão, ou seja, uma
vez planejado um serviço, o mesmo planejamento pode ser usado em outros
equipamentos do mesmo tipo, ou no mesmo equipamento numa intervenção
futura.

Gerenciamento dos recursos

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A programação dos serviços é feita com horizonte semanal. Só deve ser
permitida a execução dos serviços cujos recursos necessários (mão-de-obra,
materiais e equipamentos) estejam disponíveis e sem uso previsto para outros
serviços na mesma semana.

Administração de estoques

Os materiais retirados do estoque devem ser automaticamente repostos, sem a


necessidade de intervenção do planejador para isso. Do mesmo modo, somente
podem ser programados serviços cujos materiais estejam disponíveis, sejam
eles itens de estoque, ou comprados somente para aquela atividade.

Outros itens podem ser mencionados para detalhar as atividades de manutenção


de rotina, como as reuniões de planejamento, grupos de trabalho etc. Entretanto
a visão geral fornecida já permite um posicionamento de cada aluno, e novos
conhecimentos serão adquiridos no dia-a-dia com a manutenção.

(b) Paradas de Manutenção

Nem todos os equipamentos podem ser mantidos com as unidades ou sistemas


em operação. Muitos deles não possuem reserva e a operação contínua provoca
desgastes que exigem intervenção antes que uma falha, com todos os seus
efeitos indesejáveis, aconteça.

A parada de uma unidade, entretanto, envolve custos significativos por perda de


produção. Clientes podem deixar de ser atendidos, programações de
recebimento de petróleo têm que ser alteradas, efluentes e poluentes podem
ultrapassar os limites legais, entre outros impactos que podem ser considerados.

Em termos de manutenção, a parada exige um aporte de recursos muito


elevado, tanto de materiais como de mão-de-obra própria e contratada. Oficinas
devem ser ampliadas, a logística de transporte, refeições e controle de acesso
deve ser incrementada.

Em termos operacionais a parada e a partida da unidade são momentos críticos,


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que exigem o maior grau de atenção,pois são os momentos onde o maior
número de acidentes pode acontecer. Durante a parada a operação deve estar
atenta para verificar se todos os serviços que ela solicitou estão sendo
executados, e ela deve confirmar se os equipamentos podem ser fechados após
realizada a manutenção.

Nessas breves palavras podemos verificar que o evento “Parada de


Manutenção” exige comprometimento e esforços de todo o pessoal da planta,
com o objetivo de diminuir ao máximo o tempo de execução, e portanto a
indisponibilidade operacional, e controlar os custos envolvidos. Alguns detalhes
do planejamento das paradas são colocados abaixo:

Software de Controle

A Petrobras utiliza para gerenciamento de paradas dois softwares principais: O


SAP-R3 para gerenciamento dos custos envolvidos, desde a época de
planejamento, no provisionamento de recursos financeiros, até a apropriação
dos gastos durante a execução.

O outro software de gerenciamento da parada é o MS-Project, da Microsoft,


utilizado para estabelecer a seqüência de atividades, sua duração e
conhecimento dos caminhos críticos, ou seja, da seqüência cuja soma das
durações resulta no tempo mínimo para execução da parada. Esse caminho
crítico demanda maior atenção durante o planejamento e na sua execução, pois
qualquer atraso nas atividades que o determinam provoca automaticamente
atraso na partida da unidade.

Outros softwares são utilizados em diversos momentos, como ACET, para


controle de equipamentos, SAAG, SIGER e SIGA, para gestão de atas de
reunião, indicadores e relatórios de não-conformidade, e outros.

Planejamento

As unidades são acompanhadas durante as campanhas para verificar o estado


dos equipamentos críticos (que levam à parada da unidade) tanto pela
Manutenção como pela Operação e Inspeção de Equipamentos. As conclusões
dos técnicos são levadas às reuniões de GMCP (Grupo Multifuncional de
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Campanha e Parada), que definem se as questões levantadas serão objeto de
serviços em paradas de unidades, ou se devem ser tratadas como melhorias de
projeto ou mesmo manutenção de rotina.

Ao mesmo tempo, a Inspeção de Equipamentos sabe de antemão as


necessidades legais de intervenção de cada equipamento, e juntamente com o
histórico do estado encontrado em outras paradas, define previamente o escopo
dos serviços, detalhando-os numa documento que envia ã Manutenção.

De posse de todas essas informações, a Manutenção elabora o cronograma das


atividades, e seguindo as orientações sobre a execução em tempo ou custo
mínimo, determina qual o prazo para executar todas as atividades.

A direção da planta então, sabendo o tempo estimado de parada de produção,


os recursos envolvidos e as necessidades legais e de estado dos equipamentos,
reúne-se com os envolvidos mais a gerência de Comercialização e definem um
plano que deve ser aprovado pela Sede, que analisa a parada em termos de
estratégia de todo o refino da Petrobrás, verificando se não há outras unidades
parando no mesmo período (risco de desabastecimento no mercado), se as
logísticas de transporte de petróleo e derivados pode ser alterada e se o escopo
está adequado.

Autorizada pela sede, a unidade inicia os trabalhos de planejamento da parada,


que pode ser feita por pessoal contratado ou próprio. Um planejamento de
paradas de grande porte pode levar até dois anos para conclusão, e o prazo
máximo para alteração de escopo da parada é de seis meses antes do seu
início. Esse prazo mínimo é necessário não só, mas principalmente pela
dificuldade de compra de grande quantidade de material em tempo reduzido.

Execução

Decididos os prazos e o início da parada, são contratados os executantes e


chamados os necessários apoios de mão-de-obra de outras unidades. Os
trabalhos se iniciam previamente à data de início da parada, o que é chamado
de pré-parada, quando todos os serviços que podem ser adiantados são
executados.

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Grande envolvimento operacional acontece na parada da unidade, com apoio
constante da manutenção, para que todos os equipamentos sejam drenados e
perfeitamente desenergizados, ou seja, fornecer o ambiente mais inerte e seguro
possível.

Os serviços programados são executados com a necessária rapidez, e por isso a


atenção deve ser redobrada por todos com relação a segurança. A abertura dos
equipamentos revela a existência de serviços não previstos e o escopo tende a
aumentar consideravelmente. O cronograma do caminho crítico é seguido com
cuidado para evitar deslizes no prazo, porém seqüências não críticas podem vir
a sê-lo, por erros na execução ou aparecimento de serviços não previstos.

A partida da unidade também exige envolvimento intenso operacional e da


manutenção, para que todos os sistemas sejam energizados com segurança

Uma última observação ainda deve ser feita. As paradas podem ser
programadas, ou seja, previstas com no mínimo um ano de antecedência, ou
não programadas, que ocorrem pela perda súbita da função de equipamentos
críticos ou mesmo quando o equipamento dá sinais que precisa de uma
intervenção rápida, apesar de ainda não ter falhado. Ambas as situações
também exigem muito cuidado e dedicação da força de trabalho ainda mais
porque o curto prazo de planejamento pode aumentar os riscos associados.

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Trabalho em equipe

O trabalho em equipe é um fator crítico de sucesso da organização como um


todo e da operação e manutenção em particular. Não raramente uma organiza-
ção com muitos talentos individuais consegue resultados inferiores aos de outra
com menos talentos individuais e mais espírito de equipe.

Embora a questão da importância do trabalho em equipe já tenha sido tema de


diversos cursos, seminários e congressos, tanto no Brasil quanto no exterior,
muitas empresas ainda não conseguiram fazer com que a manutenção e a ope-
ração formassem um verdadeiro time na busca de soluções para a organização.
Pelo contrário, é comum se encontrar especialistas em apontar o erro do outro
sobre o qual ele não tem ação, esquecendo-se do seu próprio problema sobre o
qual ele pode e deve agir.

É comum, ainda, que esses times não se formem nem dentro da manutenção
nem dentro da operação, o que torna a situação ainda mais dramática. Esta é
uma questão que precisa ser encarada, pois é um fator crítico de sucesso para
uma organização que necessita atingir a excelência empresarial para sobreviver
no mercado.

É importante, também, que cada pessoa entenda que o espírito de equipe é fator
crítico de sucesso para a sua empregabilidade.

A questão é mais abrangente e envolve não só a integração da manutenção com


a operação, mas também a engenharia, e deve ser buscada de duas formas:

Educação - através de um trabalho persistente de treinamento, vivências, visitas


a empresas de alta competitividade, depoimentos de pessoas reconhecidas
como tendo vivenciado experiências bem sucedidas. Enfim, é uma nova cultura
onde todos reconhecem a importância desse tema, mas poucos conseguem
implementá-la. É uma questão de sobrevivência e, como tal, uma questão
estratégica.

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Organização - é preciso criar mecanismos organizacionais que favoreçam a
formação dessas equipes mistas de manutenção e operação, trabalhando de
forma integrada para a otimização do todo. Isso pode ser conseguido através de
estrutura matricial, times multifuncionais que envolvem operação, manutenção,
engenharia, segurança, entre outras especialidades. As empresas que já estão
no estágio da excelência empresarial têm o trabalho em equipe como um dos
fatores de sucesso.

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Política e diretrizes
A seguir são explicitadas as políticas e diretrizes da Petrobras para manutenção
de suas refinarias de petróleo.

(a) Política

Contribuir para o atendimento do programa de produção, maximizando a


confiabilidade e a disponibilidade dos equipamentos e instalações dos órgãos
operacionais, otimizando os recursos disponíveis com qualidade e segurança e
preservando o meio ambiente, contribuindo para a continuidade do desenvolvi-
mento do refino.

(b) Diretrizes

1. Manutenção com qualidade, tomando por referência indicadores de


desempenho das melhores empresas, preferencialmente internacionais.

2. Aumento da confiabilidade e da disponibilidade das unidades industriais


através do trabalho integrado com a operação e a engenharia, atuando
prioritariamente nas seguintes áreas:

9 Ênfase na manutenção preditiva e na engenharia de


manutenção;

9 Solução de problemas crônicos;

9 Eliminação de resserviços;

9 Elaboração e utilização de procedimentos;

9 Participação da análise de novos projetos;

9 Participação em programas de manutenção produtiva total –


TPM; e

9 Ênfase em paradas de manutenção de mínimo prazo.

3. Garantia dos prazos de execução de serviços, especialmente das pa-


radas de manutenção programadas das unidades.

4. Elaboração dos planos de inspeção que garantam os tempos de cam-


panha das unidades.

5. Preservação da melhoria contínua da capacitação através da busca,


avaliação, aplicação e incorporação de novas tecnologias; da realização

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dos programas de treinamento; e do desenvolvimento de novos métodos e
procedimentos.

6. Redução das interdependências na execução dos serviços de manu-


tenção e inspeção, priorizando a capacitação, a multifuncionalidade e a
garantia da qualidade pelo executante.

7. Orientação dos recursos próprios de supervisão para a gestão das


atividades de manutenção, de inspeção e de suprimento,
macroplanejamento, análise preditiva, suporte técnico, preservação da
experiência e competência e para a fiscalização dos serviços contratados.

8. Utilização plena dos recursos próprios de execução orientados para os


serviços de grande complexidade tecnológica ou críticos, atuando,
prioritariamente, de forma multidisciplinar.

9. Implementação de auditorias periódicas pela sede, em conjunto com os


órgãos operacionais, para verificação do uso das diretrizes de gestão na
área de manutenção.

10. Contratação de empresas capacitadas técnica e gerencialmente, ob-


servando os aspectos de economicidade, qualidade, preservação de
tecnologia, risco operacional, riscos materiais e humanos e necessidade
de conhecimento global de sistemas, viabilizando o desenvolvimento e a
consolidação da experiência do prestador de serviços e buscando
contratos o mais próximo possível dos de parceria através da:

9 Contratação que garanta a multifuncionalidade, a otimização de


métodos e de recursos e a minimização de interfaces;

9 Incentivo ao aumento da produtividade dos serviços e da


disponibilidade das instalações com ganhos divididos entre as
partes;

9 Adoção de prazos contratuais longos;

9 Exigência de empregados qualificados e certificados pelo PNQC – Pro-


grama Nacional de Qualificação e Certificação da ABRAMAN;

9 Realização de análise de valor nos contratos mais representativos; e

9 Manutenção de programas de auditorias nos contratos.

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Manutenção autônoma

Esta seção apresenta os conceitos básicos da manutenção autônoma e destaca


a sua importância para as organizações como filosofia de manutenção e como
fator crítico de sucesso para o crescimento profissional dos técnicos de
operação.

Com o sistema da manutenção produtiva total (TPM – Total Produtive


Maintenance), que teve início no Japão na década de 1970, a manutenção
autônoma foi inserida como um dos oito pilares de sustentação do sistema.

O conceito de TPM de forma simples pode ser:

“A manutenção realizada por todos os empregados da organização, onde o


comprometimento e o trabalho em equipe é o fator crítico de sucesso para o
alcance da excelência na produtividade, na qualidade e, conseqüentemente, na
competitividade”.

No Brasil, o programa chegou a partir de meados dos anos 1980. Até por volta
de 1994, muitas organizações implantavam a manutenção autônoma nas suas
plantas, mas sem muito sucesso. Os principais motivos do insucesso foram:

9 Dificuldades para mudar a cultura operacional – "técnico de operação só


opera";

9 Falta de conhecimentos técnicos dos técnicos de operação;

9 Falta de treinamento adequado para os técnicos de operação;

9 Implantação isolada, sem o alicerce de um sistema integrado de


manutenção;

9 Falta de comprometimento da alta direção;

9 A própria falta de conhecimento do programa e despreparo das


gerências.

A manutenção autônoma consiste no técnico de operação mantenedor trabalhar


em perfeita sintonia com a manutenção e com a engenharia, executando tarefas
simples de manutenção das instalações e dos equipamentos sob "seu domínio",
relatando as anomalias mais complexas; e acompanhando os respectivos

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tratamentos a fim de manter a confiabilidade e a maior disponibilidade dos
mesmos.

A seguir, alguns tópicos que contribuem para sinergia entre a operação e a ma-
nutenção no sentido de garantir a confiabilidade e a disponibilidade das instala-
ções e dos equipamentos, bem como a segurança e o meio ambiente.

9 Ser proativo, antecipando-se ao menor sintoma de anomalia nas insta-


lações e nos equipamentos.

9 Ser minucioso na observação de anomalias. Todos os detalhes devem


ser considerados.

9 Relatar sempre as anomalias detectadas conforme padrão existente para


esse fim.

9 Acompanhar, de forma sistemática, o tratamento das anomalias relatadas


e checar o resultado.

9 Acompanhar, sempre que possível, os serviços que estão sendo realiza-


dos em sua área pelo pessoal da manutenção, principalmente quando
houver desmontagens. É nessa hora que se tem maiores oportunidades
de se conhecer os equipamentos.

9 Estar sempre atento às alterações físicas de qualquer natureza nos


equipamentos e nas instalações. Mantendo apurados os quatro sentidos
principais: visão, audição, olfato e tato.

9 Executar as limpezas nos equipamentos da área. Ao fazer a limpeza, o


técnico de operação, além de estar preservando, está tendo contato mais
íntimo com o equipamento. Nesse momento, estar atento pode ajudá-lo a
detectar o início de um problema que poderá resultar numa falha.

9 Combater os desperdícios, principalmente quando oriundos de vaza-


mentos de produtos, pois, nesse caso, além do desperdício, está se
colocando em risco a segurança e o meio ambiente.

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Referências bibliográficas

KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção - Função Estratégica, Brasil, 2001.

Apostila de Manutenção Industrial © 2003 Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A.

Apostila de Noções de Confiabilidade © 2003 Petrobras – Petróleo Brasileiro


S.A.

HAARMAN, Mark; DELAHAY, Guy. Value Driven Maintenance – New Faith in


Maintenance, Netherlands, 2004

WIREMAN,Terry. Benchmarking Best Practices in Maintenance Management,


New York, 2004

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma NBR 5462 –


Confiabilidade e Mantenabilidade, Brasil, 1994

KARDEC, Alan; LAFRAIA, João Ricardo. Gestão Estratégica e Confiabilidade,


Brasil, 2002

Apostila SAP-R3 curso MAN 228. Petrobras, REPAR, Brasil, 2005

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