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Estado da Arte do

Colágeno
Utilização da Suplementação de
colágeno
• Thiago Freitas - Nutricionista formado no Centro Universitário São Camilo;
• Especialista em nutrição aplicada ao exercício físico pela Universidade de
São Paulo (USP);
• Mestrando em cardiologia e distúrbios metabólicos pela Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP);
• Realiza atendimento particular voltado ao esporte e qualidade de vida, além
de realizar atendimento ambulatorial voluntário no setor de Lípides,
Hipertensão, Aterosclerose e Biologia Vascular da UNIFESP;
• CRN: 40062
Tópico 1:
Diferença entre o colágeno tipo 1 e tipo 2?

Tópico 2:
Evidências científicas sobre a suplementação de colágeno.
Diferença entre os colágenos

Tipo 1 Fibroblastos

Tipo 2 Condrócitos

Ambos são considerados colágenos fibrilares


Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 1

Colágeno Proteína mais 90% da


tipo 1 abundante na pele composição

Kavitha, O. Thampan, R. V. Factors Influencing Collagen Biosynthesis.


Journal of Cellular Biochemistry 104:1150–1160 (2008)
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 1

Sintetiza

Colágeno Elastina

Glicosaminoglicanas Glicoproteínas multiadesivas

Matriz
extracelular

Kavitha, O. Thampan, R. V. Factors Influencing Collagen Biosynthesis. Journal of Cellular Biochemistry 104:1150–1160 (2008)
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 1

Colágeno
Tripla Hélice
tipo 1

Regiões com
alta/baixa
densidade

Varma, S. Orgel, J.P.R.O. Schieber, J.D. Nanomechanics of Type I Collagen. Biophysical Journal 111, 50–56, July 12, 2016
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 1

Pele

Ossos

Cartilagem
Tecido conjuntivo

Tendões

Miofibrilas

Córnea

Charvolin, J. Sadoc, J.F. Type-I collagen fibrils: From growth morphology to local order. Eur. Phys. J. E (2019) 42: 49
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 2

Matriz
extracelular da • Componente essencial
cartilagem

• Componente
Formação óssea essencial

Desenvolvimento
• Componente
e formação dos necessário
olhos e córnea

Gregersen, P. A, Savarirayan, R. Type II Collagen Disorders Overview. GeneReviews® [Internet].


Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 2

Em sua composição
encontramos colágeno tipo
Articulações 2, além de proteoglicanos
e glicoproteínas

Atinge o pico aos 30 anos


de idade, após essa idade Função
ela vai lentamente articular
deteriorando

Células presentes no
Condrócito
tecido cartilaginoso

Poole, A.R et al. Type II collagen degradation and its regulation in articular cartilage in osteoarthritis. Ann Rheum Dis 2002;61(Suppl II):ii78–ii81
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 2

Condrócitos

Matriz
celular
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 2

Crescimento
cartilaginoso

• Formação e
função;
Ocorre desde a
• Maturação; Crescimento
primeira infância ósseo e tendíneo

Miosge, N. et al. Expression of collagen type I and type II in consecutive stages of human osteoarthritis. Histochem Cell Biol (2004) 122:229–236
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 2

Acumulação
Alteração nas de produto
fibras de de glicação
Envelhecimento colágeno não
enzimática

Queda de
Rigidez da
mobilidade
rede de
ou aumento
colágeno
de dor

Piora da
qualidade de
vida

Poole, A.R et al. Type II collagen degradation and its regulation in articular cartilage in osteoarthritis. Ann Rheum Dis 2002;61(Suppl II):ii78–ii81
Diferença entre os colágenos
• Colágeno tipo 2

Matrizes de
degradação
Colagenases
proteica MMP-13
(MMP)

Quebra do
colágeno e Hipertrofia Colágeno
MMP-13
remodelação compensatória tipo X
do condrócito

Poole, A.R et al. Type II collagen degradation and its regulation in articular cartilage in osteoarthritis. Ann Rheum Dis 2002;61(Suppl II):ii78–ii81
Diferença entre os colágenos
• Metabolismo proteico: Boca e estômago

Mastigação Boca

Desnaturação das Estômago


proteínas

Pepsina inicia a
hidrólise das Estômago
ligações peptídicas
Diferença entre os colágenos
• Metabolismo proteico: Intestino

Ação enzimática Intestino

Tripsina,
quimotripsina, elastase Pâncreas
e carboxipolipeptidase

Di, tri ou tetra


peptídeos para serem Intestino
absorvidos
Evidências
Evidências
• Suplementação

Grande parte do
colágeno utilizado em Hidrolisados
estudos científicos

Ossos de Escamas de
Pele de suínos
bovinos peixe

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação

Físicos
Para chegar na forma Diversos processos
hidrolisada degradativos são
realizados
Químicos

Biológicos

Quebrando os
“fios” que ligam o
colágeno

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Não existe consenso de como efetivamente funciona a suplementação de colágeno

3 hipóteses

Colágeno e seus fragmentos


Fragmentos de colágeno podem Fragmentos de colágeno podem podem aumentar o turnover
ser precursores de síntese de estimular a produção de colágeno cutâneo pela indução das células T
colágeno na pele; e proteoglicanos na pele; regulatórias e dos macrófagos M2.

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Fragmentos de colágeno podem ser precursores de síntese de colágeno na pele

Não necessita de
Síntese proteica precursores para o
seu início

tRNA Aminoácidos

Peptídeos

Essa primeira hipótese não consegue explicar os mecanismos de síntese

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Fragmentos de colágeno podem ser precursores de síntese de colágeno na pele

São quebradas em E utilizadas onde há


Proteínas aminoácidos para necessidade
serem absorvidas biológica

Peptídeos de Não participam de


forma endógena ou Translação proteica
colágeno
exógena

Alguns estudos recentes observaram que fragmentos de colágeno podem


influenciar o metabolismo de matrizes extracelulares

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Fragmentos de colágeno podem estimular a produção de colágeno e proteoglicanos na pele

Avaliação o consumo
Poucos estudos de fragmentos de Síntese da matriz
colágeno (baixo peso) extracelular

Avaliação o consumo Síntese da matriz


Alguns estudos de fragmentos de extracelular
colágeno (alto peso)

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos

Inibe a fixação de Inibindo a


Fragmentos de
condrócitos na síntese de
colágeno
matriz celular colágeno

Degradação da
matriz
Evidências
• Suplementação: Mecanismos

Fragmentos de Produzidos por Síntese de


colágeno danos UV procolágeno
Evidências
• Suplementação: Mecanismos

Peptídeos de Produção de Fibroblastos


colágeno ácido hialurônico cutâneos
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Fragmentos de colágeno podem estimular a produção de colágeno e proteoglicanos na pele

Achados em
Achados In Vitro
estudos clínicos
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Fragmentos de colágeno podem estimular a produção de colágeno e proteoglicanos na pele

Fragmentos
In vitro
de alto peso Formando di
molecular e tri
peptídeos

Fragmentos Sofrem
Clínicos de baixo peso processos
molecular digestivos

Suplementação
Evidências
• Suplementação: Mecanismos

Fibroblastos Dipeptídeos Síntese de ácido


cutâneos (Pro-Hyp) hialurônico

Possível mecanismo que justifique a suplementação,


justamente pela formação de cadeias de di ou
tripeptídeos
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Colágeno e seus fragmentos podem aumentar o turnover cutâneo pela indução das células T
regulatórias e dos macrófagos M2

Remodelamento Remoção de tecidos


Macrófagos M2
cutâneo “velhos”

Macrófagos M2 Papel antiinflamatório

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Colágeno e seus fragmentos podem aumentar o turnover cutâneo pela indução das células T
regulatórias e dos macrófagos M2

2 mecanismos
distintos podem
explicar essa via

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Sistema mediado pela tolerância oral

Ao consumir o Ocorre uma resposta


Induzindo a produção
colágeno aos antígenos
de células tReg
alimentares

Esse modelo em questão foi observado em uma doença chamada esclerose


sistêmica cutânea difusa

Suprimiu as
Suplementação de
respostas
colágeno tipo 1
autoimunes
Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Mecanismos
Sistema mediado pela falta de tolerância oral
Poucas evidências associadas a esse mecanismo

Consumo Formação Proliferação


de de di e tri das células
colágeno peptídeos tReg

Com a
Quebra presença de
Absorção uma
Hidroxila

Barati, M. et al. Collagen supplementation for skin health: A mechanistic systematic review. Cosmet Dermatol. 2020;00:1–10.
Evidências
• Suplementação: Estudo clínicos

11 estudos
Quando possível De forma preliminar, foi
foram
descreveu o observada melhora em
incluídos
peso molecular marcadores cutâneos com
do colágeno a suplementação do
colágeno

Descreveu a
marca do
colágeno
Evidências
• Suplementação: Estudo clínicos

6 estudos A suplementação de colágeno


foram pode ser benéfica, mas não
Incluiu estudos
incluídos devemos esquecer que outros
muito variados
fatores também apresentam
impacto na pele

Descreveu a
marca do
colágeno
Evidências
• Suplementação: Estudo clínicos

10 estudos Boa descrição A suplementação de colágeno


foram dos efeitos do se demonstrou segura e eficaz,
incluídos colágeno embora os mecanismos ainda
não sejam bem descritos na
literatura.

Descreveu a
origem do
colágeno
Portanto
• Existe uma diferença na função do colágeno tipo 1 e tipo 2;

• Ao consumirmos o colágeno, ele vai ser quebrado como qualquer outra proteína, porém
dependendo do peso molecular ele pode ter atuação nas matrizes extracelulares;

• Os mecanismos envolvidos ainda não foram completamente elucidados;

• Aparentemente a sua suplementação se demonstrou segura e eficaz para melhora de


marcadores estéticos;

• Os estudos são muito variados, com doses diferentes, tempos diferentes e populações
diferentes, sendo necessário cautela na sua leitura e interpretação;

• O processo de manutenção da saúde da pele é multifatorial, não dependendo


exclusivamente do colágeno consumido/suplementado;
Obrigado

nutri_thips

Pitadas de Nutrição

nutri.thips@gmail.com

(011) 97372-5728

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