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UFMG (11) ACADÊMICO - UFRGS

AVALIAÇÃO DO Objetivou-se nesta pesquisa analisar os TESE 2018


TRABALHO DOCENTE instrumentos e procedimentos de avaliação
ESUASESPECIFICIDADE do trabalho docente, bem como as
S NA UNESP concepções de avaliação e de qualidade da
educação, por partedosdocentes e da
instituição. Partimos da hipótese de que a
avaliação teria uma
característicaquantitativista, cuja tendência
seria a de mensurar a produtividade. Como
pontodepartidaanalisamos documentos
institucionais, tais como: relatórios de
avaliação institucional; anuáriosestatísticos;
instrumentos de avaliação; documentos do
Fórum de Avaliação; resoluções;portarias;
ofícios; instruções; legislação correlata; e
também jornais e publicaçõesdossindicatos de
docentes e servidores. Foi possível obter
dados sobre a universidade, seusdistintos
ciclos de expansão, trabalho do professor e
processos avaliativos ao qual é
submetido.Numa segunda fase da pesquisa,
foram realizadas oito entrevistas
semiestruturadascomdocentes de diferentes
perfis. Os relatos expressaram importantes
nuances sobre condiçõesdetrabalho e visões a
respeito dos processos avaliativos e da
qualidade da educação.
Haviatantocontradições como convergências
entre as concepções de avaliação e qualidade
da instituiçãoeaquelas defendidas pelos
docentes. As visões dos docentes sobre os
efeitos dosistemaavaliativo variavam
conforme os perfis e distintos
posicionamentos emrelação às
políticasvigentes e às práticas na universidade.
Notamos algumas especificidades da
avaliaçãodotrabalho docente na UNESP e seus
instrumentos. Estes, construídos no contexto
históricodeReforma do Estado e subordinados
à ideologia gerencialista e aos índices de
eficiênciaeprodutividade, assumem
proeminência. A racionalidade instrumental
jungiu-se aoesforçodaconsolidação da
pesquisa e da pós-graduação. O que implicou
emhiperburocratização,expressa em
hipernormatividade nas pontuações de
desempenho. Verificou-se uma infinidadede
resoluções, comissões e estruturas
administrativas de controle do trabalho
docenteedesuaprodução. A
hipernormatividade implica intensificação do
trabalho e redunda ementravesàqualidade da
educação. A quantofrenia e a racionalidade
instrumental passama fazer partedocotidiano
universitário, despertando a adesão de muitos
que acreditamser possível mediraqualidade da
educação, e que tendem a naturalizar o
produtivismo acadêmico e a
avaliaçãoquantitativa do desempenho. Mas
também despertavam críticas e
questionamentos. Emborahouvesse uma
tendência de naturalização do produtivismo
acadêmico e dos processosavaliativos, a
maioria dos professores apontou impasses,
senão obstáculos, à efetivaçãodaqualidade da
educação.
Palavras-chave: políticas educacionais;
avaliação; intensificação do trabalho;
produtivismoacadêmico; qualidade da
educação.
TRABALHO E Esta pesquisa objetiva analisar o trabalho e a TESE 2017
SUBJETIVIDADE DO subjetividade do professor que atua na
PROFESSOR DA PÓS- pósgraduação da UNESP, abrangendo as
GRADUAÇÃO DA relações entre sofrimento e prazer, adesão e
UNESP: O SENTIDO estranhamento em relação à sociabilidade
DO TRABALHO E AS produtiva e as possibilidades e impedimentos
RELAÇÕES ENTRE de construção de sentido no trabalho. Neste
SOFRIMENTO E percurso investigativo, examinamos a
PRAZER realidade de dois programas de pós-
graduação da área de humanidades que
possuem elevada performance acadêmica. Os
pressupostos teóricos fundamentam-se nas
contribuições da Psicodinâmica e do Trabalho
e Psicossociologia, às quais se articularam as
interlocuções de pesquisadores cujo foco de
análise abrange o trabalho, a subjetividade e a
saúde do professor universitário. A pesquisa
ancorou-se preliminarmente na análise de
documentos da UNESP, da pós-graduação e da
educação superior brasileira, compostos por
legislações, publicações, portarias e análises
estatísticas. Em seguida, aplicou-se
questionário, dotado de questões objetivas e
dissertativas, a uma amostra de 36
professores. Por fim, foram realizadas 10
entrevistas semiestruturadas com
professores. Com a triangulação dos dados,
algumas categorias orientadoras de análise
foram criadas: o sentido do trabalho e as
relações entre sofrimento e prazer no ofício
docente; a adesão e estranhamento em
relação à sociabilidade produtiva; a dinâmica
do coletivo de trabalho e do reconhecimento;
e a intensificação e precariedade do trabalho.
Aponta-se que o trabalho e a subjetividade do
professor da pós-graduação se inscrevem em
determinado contexto político-econômico
configurado pela predominância da esfera
financeira de acumulação capitalista
(mundialização do capital) e pela conformação
da Reforma do Aparelho de Estado às
diretrizes neoliberais. Neste cenário,
efetuaram-se profundas reformas no papel a
ser desenvolvido pela universidade,
transformando-a em uma instituição
gerencial, produtivista e mercantilizada.
Práticas de racionalização dos recursos
humanos e a propagação da ideologia da
excelência acadêmica se fazem presentes no
universo da educação, dentre eles, na UNESP,
denegrindo as condições de trabalho face sua
intensificação. A dinâmica do reconhecimento
– fator importante para obtenção do prazer
no trabalho –, se fragiliza devido aos conflitos,
a individualização das relações e a
competitividade entre os pares. Ainda assim, a
especificidade do ofício docente propicia a
existência de ecos de reconhecimento
autêntico em meio ao coletivo esgarçado. O
prazer e sofrimento se revelam para além de
sua aparente perspectiva dicotômica entre
potencial prazeroso ou desprazeroso nas
atividades, respectivamente, de
construção/transmissão do conhecimento
científico e de cunho
burocrático/administrativo. Apontamos para
um intrincado movimento dialético e
contraditório do processo de construção de
sentido no trabalho e das relações entre
sofrimento e prazer. Indicam-se vivências de
sofrimento convivendo com as de prazer, bem
como, as limitando, mas não as suprimindo.
Tem-se, ainda, que acompanhado de um
sofrimento patogênico decorrente das
pressões, sobrecarga e crises de sentido,
encontram-se formas de prazer narcísico e
fetichizado em vista da malversação da
dinâmica do reconhecimento. No entanto, isto
não elimina alternativas exitosas de
sofrimento criativo e de sublimação no
trabalho, decorrentes das irredutíveis e
inalienáveis dimensões intelectuais e criativas
do ofício, dos ecos de reconhecimento
autêntico e do sentido ético-político. Conclui-
se que várias são as possibilidades
apresentadas à subjetividade do professor da
pós-graduação, perscrutadas no complexo
interjogo dialético e contraditório do par
sofrimento e prazer e nos limites e
possibilidades de construção de sentido.

Palavras-chave: Educação Superior; Trabalho


do Professor; Manipulação da Subjetividade;
Sofrimento e Prazer; Reconhecimento no
Trabalho.
A presente pesquisa tem o objetivo de 2017 DISSERT
Sofrimento e prazer compreender e analisar o sofrimento no AÇÃO
no trabalho: um trabalho a partir da perspectiva do professor
estudo sobre os da Educação Básica. Como sofrimento e prazer
processos de saúde- não são incompatíveis, mas sim um par
doença de contraditório e indissociável, tratamos não
professores da somente daquilo que no trabalho faz sofrer,
educação municipal mas sim como os professores lidam com o
sofrimento, de forma a considerarmos as
possibilidades de prazer que surgem no
embate desse par. No percurso investigativo
examinamos a realidade de uma escola
pública municipal da zona periférica de um
município do Estado de São Paulo. A pesquisa
se pauta no referencial teórico da
Psicodinâmica do Trabalho, como também em
estudos referentes à educação básica
brasileira que analisam os desdobramentos da
Reforma do Estado nas políticas educacionais
e no trabalho docente. A análise se ancora em
dados obtidos nos anos 2015 e 2016 por meio
de: questionário respondido por uma amostra
de 29 professores; entrevistas
semiestruturadas com 8 professores;
documentos oficiais da educação fundamental
brasileira e educação municipal; dados da
Divisão de Medicina e Segurança do Trabalho
sobre afastamentos por motivos de saúde dos
professores. As categorias de análise
construídas - condições e cotidiano de
trabalho; reconhecimento e relações de
trabalho; autonomia e sentido no trabalho; a
condição feminina no trabalho docente -
permitiram compreender os embates entre
sofrimento e prazer e de que maneira
interferem no trabalho, subjetividade e saúde.
O cotidiano de trabalho é constituído por
cargas elevadas de horas/aula, intensificação
dos ritmos e demandas e invasão do labor nos
espaços de não trabalho, em um contexto de
precarização objetiva e subjetiva. Nas relações
de trabalho estabelecidas entre os pares que
trabalham no mesmo ano escolar o
reconhecimento se configura como pontual,
senão limitado. Identificou-se haver
estratégias de luta para o reconhecimento.
Cerca de metade do grupo se mantém na
escola todos os anos e parte dele partilha de
um ideal político de educação
transformadora. A unidade coletiva,
contraditória, contém rixas e desavenças
internas que dificultam e/ou criam obstáculos
às relações cooperativas e solidárias. Há
impedimentos objetivos e subjetivos que os
afastam do sentido autêntico do trabalho.
Sofrimento e adoecimento foram identificados
na narrativa de seis dos oito entrevistados.
Prazer e sofrimento coexistem, mas o
sofrimento se sobrepõe ao prazer, num
contexto de precariedade, degradação de si e
dos coletivos, submetendo trabalhadores a
um desgaste que afeta o bem-estar, saúde,
identidade profissional e qualidade do
trabalho.

Palavras-chave: Trabalho do professor; Ensino


municipal; Sofrimento e Prazer; Psicodinâmica
do Trabalho.
Organização do A Educação a Distância (EaD) tem passado por
Trabalho Docente na mudanças significativas na
Educação a Distância: contemporaneidade que dizem respeito,
implicações da inclusive, à forma como se organiza o trabalho
polidocência no docente. Na EaD, não apenas um, mas vários
contexto da profissionais devem atuar em consonância
Universidade Aberta para garantir os processos de ensino-
do Brasil (UAB) aprendizagem. Além disso, nomeadamente na
experiência brasileira, a modalidade tem se
desenvolvido, nas instituições públicas,
fomentada por políticas de caráter
emergencial como o Sistema Universidade
Aberta do Brasil (UAB). Para além das
complexidades inerentes à docência na EaD,
soma-se, pois, aspectos que tangenciam a
precarização do trabalho. Posto isso, esta
pesquisa tem como objetivo precípuo analisar
as implicações decorrentes da forma como se
organiza o trabalho docente na EaD à luz do
conceito de polidocência. Com vistas a
atender o objetivo colimado, nossa análise
está alicerçada em cinco objetivos específicos,
a saber: executar um estudo bibliométrico
sobre a produção científica da área;
caracterizar o Sistema Universidade Aberta do
Brasil e a configuração da docência adotada
em seus cursos, analisando as implicações na
institucionalização da EaD; discriminar a
divisão do trabalho docente e suas
implicações à docência na EaD; averiguar as
relações de trabalho entre os docentes na
EaD; investigar os saberes e conhecimentos
docentes utilizados na EaD e suas implicações
nas relações de saber e poder no contexto da
polidocência. No que concerne à metodologia,
utilizamos a triangulação metodológica, tendo
em vista que lançamos mão,
concomitantemente, dos métodos qualitativo
e quantitativo. Os procedimentos
metodológicos, por sua vez, ocorreram da
seguinte forma: análise bibliométrica
utilizando a base de teses elaborada pelo
Grupo Horizonte; análise documental a partir
dos projetos pedagógicos de cursos oferecidos
a distância no âmbito do Sistema UAB;
aplicação de questionários virtuais aos
docentes-autores/conteudistas,
docentesformadores/aplicadores e docentes-
tutores virtuais e presenciais que atuam ou já
atuaram no âmbito do Sistema UAB;
entrevistas semiestruturadas com estes
mesmos docentes. Por meio da investigação,
observamos que as pesquisas sobre a EaD e,
em especial, sobre o trabalho docente na
modalidade, ainda representam uma muito
pequena parcela da produção científica
relacionada à Educação no Brasil. Também
verificamos que o Sistema UAB tem
padronizado a configuração do trabalho
docente na EaD. Nosso estudo desvela, ainda,
que a docência na modalidade se apresenta
dividida e fragmentada, de modo que a cada
profissional cabe um conjunto específico de
atividades e funções. Além disso, a EaD possui
características atinentes à reestruturação
produtiva, como a flexibilização e o
teletrabalho que, dentre outros aspectos,
incorrem em perversidades aos trabalhadores.
Na pesquisa também identificamos que os
saberes e conhecimentos docentes são
demasiadamente intrincados. Assim, a base
de conhecimento para o ensino de cada
profissional se origina de fontes
multifacetadas e inclui saberes e
conhecimentos concernentes às tecnologias
digitais. Nosso estudo também sugere que as
relações de saber se relacionam com as de
poder no contexto da polidocência.

Palavras-chave: Educação a Distância;


Trabalho Docente; Polidocência; Sistema
Universidade Aberta do Brasil

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