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DOI: http://dx.doi.org/10.590/S1414-40772015000200009
Avaliação educacional:
a abordagem por competências
Abstract: In this article, we discuss the references used in the understanding of the concept of competences,
in order to clarify and broaden its range. In the educational field, evaluation is a wide and com-
plex process that greatly exceeds the level of the individual, with both collective and institutional
consequences. The process goes far beyond the meritocratic classification of students, programs
and institutions and should concern the investigation of human development and the construction
of citizenship, considering subjective and contextual issues. The characteristics of the evaluation
process should be formative and developmental, aiming to influence the reconfiguration of contexts,
social conditions and pedagogical proposals, in order to create more favorable options for the cons-
truction of the necessary competences for the profile that one wants to build. Over the past decade,
studies, researches and educational policies have used the competence assessment as a guide to
design instruments, as well as to monitor the quality of the educational and professional processes.
Thus, considering the challenges of the proposals that involve studies of the dynamic process of
competence development and its evaluation, this article also discusses the competency matrix as
a theoretical and methodological option to consolidate evaluation procedures. The matrix aims to
provide indicators, strategies and actions that promote more favorable choices for the educational
and professional attainment based on competences, taking into account a more global context.
Introdução
Avaliar é um processo que envolve concepções, crenças, valores, princípios,
teorias, conceitos, metas, desejos, trajetórias; quando tal processo tem como
foco a educação torna-se potencialmente mais complexo, gerando intrincados
desafios à sua verificação e registro.
A avaliação educacional tem sido, historicamente, a via pela qual a sociedade
se vale para conhecer tendências, responsabilidades, resultados e coerências
entre teorias e práticas na área. A avaliação pode gerar transformações, justi-
ficativas ou descrédito sobre o que se avalia, dependendo dos múltiplos fatores
que a influenciam. Avalia-se para agir, tomar decisões, sustentar argumentos.
E, especialmente no caso educacional, para guiar indicadores da qualidade.
Entretanto, por mais que se defenda uma lógica de construção, avanços e
negociação advindos dos processos avaliativos, as estratégias, procedimentos,
instrumentos, conteúdos e finalidades adotados nem sempre correspondem aos
critérios e fatores almejados. Há, subjacente à avaliação, uma trama de signi-
ficados, alguns mais explícitos que outros, que merecem ser considerados em
dimensões amplas e diversificadas.
Para além de medidas ou atributos de ordem quantitativa ou qualitativa,
a avaliação caracteriza-se por um mapeamento de contextos, relações, repre-
sentações inseridas em dimensões histórico-culturais específicas. Uma teia de
intrincados fios e tecidos subjetivos sustentam não somente as linhas interpre-
tativas de resultados avaliativos ou as escolhas instrumentais, mas, sobretudo,
princípios, perfis, concepções que a tornam factível.
Nesse sentido, a complexidade do processo avaliativo reflete a complexidade
dos envolvidos e suas relações: quem avalia, quem ou o que é avaliado, os con-
textos e intenções criam teias intersubjetivas, em um processo permanente de
constituição e de diferenciação, no qual a subjetividade não se configura como
um fenômeno exclusivamente individual, mas interrelaciona-se aos sistemas
de relações sociais e a cenários historicoculturais constituídos e presentes nos
contextos formativos.
A avaliação na educação deve ser entendida, portanto, como um processo
amplo, com desdobramentos coletivos e institucionais, além de individuais. Um
processo que tem um compromisso para além dos produtos da educação e da
classificação meritocrática de alunos, cursos, instituições, mas, principalmente,
um processo com características educativas, pedagógicas, psicológicas, que
deve ocupar-se da investigação acerca da formação humana e da construção da
cidadania, considerando, sobremaneira, questões intersubjetivas constituídas
em tempos e espaços específicos.
BOTERF, 2003, 2000, 1999, 1998, 1994; WITTORSKI, 1998a, 1998b; ZA-
RIFIAN, 2003, 2001, 1999).
Vários autores, em diversas áreas do conhecimento, vêm debatendo as
proximidades, os distanciamentos e os consensos entre as noções de saberes
(eruditos, escolares, populares), conhecimentos, competências, habilidades e
savoir-faire (NÓVOA, 1992; PERRENOUD, 2002; ROPÉ, 1997). Especial-
mente a respeito do conceito de competências, é fundamental considerar o
alerta de não se reduzir o seu desenvolvimento ao treinamento de um conjun-
to de capacidades que realcem, essencialmente, a dimensão técnica da ação
profissional (DIAS SOBRINHO; RISTOFF, 2002; GOERGEN, 2000, 2002;
MENEGHEL; LAMAR, 2002; RISTOFF, 2002).
Há que se ampliar a compreensão do conceito de competência, sob pena
de não se conseguir desenvolver procedimentos e métodos adequados à sua
avaliação, caso se entenda competência, apenas, enquanto objetivos de tarefas
ou desempenhos correspondentes e esperados a apenas um determinado perfil,
estanque e pré-determinado.
Compreender a noção de competência em uma dimensão ampla, con-
templando não só aspectos racionais, cognitivos ou mentais, mas também
processos intersubjetivos, afetivos, socioculturais, torna-se premente em um
cenário no qual as subjetividades perpassam processos educativos e por eles
são transformados.
Historicamente, a noção de competência era utilizada desde a Idade Média
pela linguagem jurídica: os juristas designavam tribunais competentes para um
determinado tipo de julgamento a pessoas ou instituições “com competência”
para realizar certos atos juridicamente válidos (ISAMBERT-JAMATI, 1997).
Ao longo dos anos, o conceito foi sendo vinculado, de forma mais geral, a uma
capacidade reconhecida de ação ou de expressão sobre determinados assuntos,
assumindo um caráter polissêmico que permitiu evocar uma multiplicidade de
conhecimentos e de saberes, bem como suas diversas fontes, quer seja a escola
quer sejam outras origens dessa aprendizagem.
A noção de competência ligada ao mundo do trabalho adquiriu contornos
diversos a partir de influências históricas e econômicas. Nos anos 1970, o
conceito de competência atrelava-se a um saber tácito, um saber fazer, fruto
de práticas de trabalho oriundas de oportunidades diferentes e de uma ausên-
cia de sistematização e articulação com o conhecimento teórico, motivado
por uma divisão técnica e fragmentada do trabalho. À medida que o contexto
sócio-histórico e econômico se modificou, gerando maior complexidade aos
Considerações finais
Desenvolver e avaliar competências na educação requer tempo e disponibi-
lidade, além de um olhar crítico frente às propostas educacionais que assumem
um enfoque indevido acerca dessa questão.
Referências
2008
2
Este texto tem por finalidade oferecer aos professores da UNISINOS alguns subsídios
para pensarem suas práticas avaliativas dentro da atual orientação pedagógica da
Instituição, contextualizando, problematizando e fomentando o debate e a criação de
estratégias coerentes para a avaliação da aprendizagem no desenvolvimento de
competências.
3
Iniciamos este texto falando acerca da relação necessária entre metodologia de ensino
e avaliação no processo de ensino e aprendizagem, passando por uma problematização de
idéias circulantes na Universidade, materializadas em ditos que regulam e direcionam o
trabalho docente e movimentam e produzem efeitos tanto no corpo discente quanto na ação
docente. Na seção E agora?, cercamos algumas questões que envolvem a prática de sala de
aula universitária, tentando sinalizar possibilidades de trabalho que efetivamente
contribuam para a realização de um trabalho centrado no desenvolvimento de competências
acadêmicas e profissionais.
1Entende-se por estratégias de ensino as maneiras utilizadas no desenvolvimento do trabalho pedagógico: aulas
expositivas, seminários, trabalhos em grupo, resolução de exercícios, estudos de caso, atividades em laboratório,...
2 Para aprofundar entendimentos sobre avaliação, sugerimos as seguintes leituras: PASSOS, Ilma; VEIGA,
por determinadas estratégias pode contribuir para que o aluno perceba que diferentes
estratégias são necessárias para desenvolver diferentes competências. Isso significa que o
processo deve ser conduzido de modo claro, sustentado por uma organização com foco no
aproveitamento/aprendizagem do aluno.
do aluno. Vem daí que a intensificação de seus esforços tende a se refletir em um melhor
aproveitamento acadêmico. Deve ficar muito claro para professores e alunos: a criação de
estratégias para retomada da aprendizagem é uma oportunidade de rever os pontos frágeis e
promover superação e aprimoramento e não uma “ajuda” ou “jeitinho” apenas, para que o
aluno seja aprovado.
Cabe ressaltar que, no processo de avaliação, nem tudo será formalizado, sendo, em
alguns casos3, mais adequado trabalhar-se por meio de acompanhamento e aconselhamento
dos alunos. Esse acompanhamento será, preferencialmente, individual. Nos casos em que
isso se torna inviável, pode-se optar por um olhar sobre o coletivo4.
De modo geral, o que apresentamos nesta seção pode ser entendido como
pressupostos que devem balizar a avaliação da aprendizagem no âmbito da UNISINOS. O
planejamento das atividades acadêmicas e sua execução estão a cargo dos professores, que
necessitam traduzir essas orientações para o trabalho cotidiano com os alunos, detalhando
como procederão para dar conta daquilo que está sendo proposto. Muitas dúvidas surgem
nesse momento. Com o intuito de contribuir com a criação de estratégias eficazes e criativas
para a avaliação de competências, são problematizados na seção seguinte alguns
entendimentos que têm circulado na Universidade e que vêm inquietando parte significativa
do corpo docente desta Instituição.
Dito 1: Na avaliação expressa por conceitos não existe reprovação. Se eu cumprir todas as
tarefas solicitadas, automaticamente estou aprovado.
Essa é uma noção bastante arraigada entre os professores e não de todo infundada,
talvez apenas um pouco exagerada. A avaliação por competências, ao exigir do professor um
maior conhecimento do processo de aprendizagem de cada aluno, coloca-nos uma grande
questão: como compatibilizar uma avaliação processual com turmas com grande número de
alunos? Como proporcionar aos alunos uma avaliação que funcione como estratégia para
direcionar o desenvolvimento das competências, sem que isso acabe por tornar-se um ônus
excessivo de trabalho para o docente? A resposta não é fácil, nem está pronta. É necessário
buscar alternativas criativas para fazer frente a esse que vem se constituindo como um dos
grandes desafios da prática docente atual. Na seção E agora? Apontando necessidades,
sinalizando possibilidades procura-se avançar nessa discussão.
7
Dito 3: Trabalhos em grupo são para “ajudar na nota” do aluno e “dar menos trabalho” ao
professor.
O trabalho em grupo, que tem como vantagens não apenas viabilizar a diversificação
dos instrumentos de avaliação, como também estimular a capacidade de trabalhar em equipe
e a discussão entre membros de um grupo, pode facilmente acabar sendo realizado apenas
por parte dos componentes ou sendo realizados por todos através de uma metodologia de
partição da atividade, funcionando como uma espécie de “linha de montagem”, em que cada
um faz sua parte sem ter noção do todo. Esse ponto também será retomado na seção E agora?
Apontando necessidades, sinalizando possibilidades.
Dito 5: Incentivar o aluno a aperfeiçoar seus trabalhos é “dar chance para ser aprovado”.
Segundo o que já foi comentado, a avaliação por competências, que deve ter foco no
processo visando bons resultados, pressupõe que os alunos tenham a oportunidade de
superar suas lacunas na aprendizagem. Dentro dessa lógica, o professor precisa criar
maneiras para essa retomada, sendo que o incentivo ao aperfeiçoamento dos trabalhos a
partir de orientações é uma estratégia eficiente para isso. Ser exigente no processo,
provavelmente levará o aluno a obter bons resultados e ser aprovado, pelo trabalho e estudo
dispensados, não por facilidades proporcionadas.
5 Conteúdo, aqui está sendo entendido como os conhecimentos específicos de cada área. Entendemos que
habilidades e atitudes também são conteúdos que devem ser desenvolvidos na formação de um profissional.
8
Nota ou conceito? Como a cultura acadêmica tende a uma maior utilização da nota,
essa forma de registro mantém certa naturalização de ser a forma mais adequada de avaliar,
por isso os conceitos e pareceres produzem no grupo certa desacomodação, certo movimento
para que novas formas e estratégias de ensino também sejam mobilizadas. Esse nos parece
ser o maior ganho nessa escolha. Movimentar o grupo de professores na busca de outras
alternativas e estratégias de ensino, que possam ser ainda mais eficazes. Quando a
preocupação é com a qualidade da formação, a nota ou o conceito é uma decorrência do
acompanhamento do processo de aprendizagem do aluno e cumprem uma demanda de
registro institucional.
Nesta seção, são discutidos alguns pontos acerca da avaliação que são temas de
questionamentos recorrentes entre os professores. Ressalte-se que os interrogantes que
surgem por ocasião do planejamento da avaliação da aprendizagem não se esgotam nos
9
• racionalizar o uso dos instrumentos de avaliação, não há como avaliar com qualidade
através de muitos instrumentos. Uma sugestão é a utilização de um instrumento, cujo
resultado do trabalho possa ser aperfeiçoado pelos alunos, após a primeira
devolução;
• utilizar uma prova individual, combinada com outro instrumento de avaliação, que
poderá ser um trabalho em grupo;
Outra dimensão que não pode ser desconsiderada nesta modalidade de trabalho é a
ação pedagógica do professor, que precisa ser ativa, pois ele precisa acompanhar o trabalho,
prestar auxílio, desafiar, realizar permanente intervenção nos grupos. Também é importante
reservar períodos para os alunos produzirem e apresentarem, de modo que possam receber
feedback imediato do professor.
6 Maiores detalhes sobre possibilidades grupais na obra de Anastasiou e Alves (2004). Cf. ANASTASIOU, Léa das
Graças C.; ALVES, Leonir Pessate. Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de
trabalho em aula. 3 ed. Joinville, SC: UNIVILLE, 2004.
11
Também concorrem para um bom resultado dos trabalhos em grupo as atitudes dos
alunos, sendo importante orientá-los nesse sentido. Entre outras, destacam-se: respeito às
idéias divergentes, negociação, saber ouvir, esperar sua vez para falar, usar bem o tempo
disponível, etc.
Como construir uma escala de valores coerente e adequada àquilo que está
sendo avaliado?
1. Prova
Para elaboração de uma prova, é importante que o professor tenha claro o que
pretende avaliar para, a partir disso, elaborar estratégias adequadas. As provas
eminentemente práticas (em laboratórios, por exemplo) sempre deverão solicitar a relação
entre a tarefa desempenhada com as teorias estudadas. As provas escritas, normalmente
entendidas como “teóricas”, deverão oportunizar a relação entre teoria e prática.
De acordo com o trabalho pedagógico que vem sendo assumido pela UNISINOS, a
prova deve priorizar a mobilização de competências, não sendo pensada apenas como
demonstração (transmissão) de conhecimento. Isso significa dar preferência a questões ou
tarefas que possibilitem ao aluno estabelecer relações entre teorias e a prática profissional,
buscando tanto quanto possível representar a complexidade dos problemas reais, ainda que
levando em conta as limitações inerentes ao momento de sua resolução (disponibilidade de
tempo, acesso a informações,...). As questões ou tarefas da prova devem buscar desenvolver
no aluno um pensamento crítico-reflexivo e não a simples repetição de informações.
tempo e a qualquer tipo de material. A decisão sobre o melhor procedimento deve ser
tomada levando-se em conta a especificidade do que está sendo avaliado. Principalmente
naqueles casos em que seja necessário um grande número de informações para realização da
prova, tais como formulários e dados, deve-se considerar a possibilidade de consulta,
buscando elaborar questões que demandem do aluno a articulação dessas informações.
Embora no ambiente acadêmico muitas vezes as provas com questões objetivas sejam
associadas com avaliações de baixa qualidade, em determinadas circunstâncias, sua escolha
poderá ser adequada. No caso de provas que abranjam a avaliação de muitas competências,
as questões objetivas permitem uma maior diversificação de temáticas, ampliando o espectro
da avaliação. Um cuidado importante na elaboração diz respeito à formulação das questões,
que devem ser pensadas de modo a estimular o raciocínio e não banalizar o instrumento.
Sendo conveniente, podem ser combinadas com questões dissertativas focadas nos pontos
considerados mais relevantes.
7 TANCREDI, Regina Maria S. Puccinelli Tancredi. O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem através das
No dia da devolução da prova, seus resultados devem ser discutidos com a turma.
No caso de exercícios e problemas, deve-se encaminhar, de alguma maneira, sua solução
junto com os alunos. No caso de questões dissertativas que envolvam a produção de textos, o
professor deve apresentar possibilidades de respostas, apontando como foi realizada a
correção. Para as questões objetivas, não basta apresentar uma grade de resultados, mas
deve-se comentar cada questão, justificando a resposta.
2. Seminário
1. Definição dos temas que serão explorados por cada grupo: nessa etapa o
professor pode definir os temas ou deixar à escolha dos alunos.
4. Apresentação oral: desde o início, o professor deve deixar claro o que deverá
ser apresentado, bem como o tempo de que cada grupo irá dispor e os
recursos (retroprojetor, projetor multimídia, vídeo, quadro branco,...). Pedir
que todos os membros do grupo participem da apresentação oral pode
parecer uma garantia de que todos participarão de sua elaboração, mas o que
muitas vezes acontece é a simples divisão do texto para essa ocasião. Além
disso, a divisão da apresentação entre muitos apresentadores pode torná-la
cansativa e enfadonha. Caso o professor queira verificar o conhecimento de
cada participante sobre o tema desenvolvido, pode pensar em alternativas,
como perguntas individuais no final. A participação dos colegas pode ser
incentivada por meio de diversas estratégias, como, por exemplo, sorteio de
comentadores ao final ou entrega de relatórios sobre os trabalhos.
Um comentário que, por vezes, vem partindo dos alunos é sobre sua insatisfação em
relação aos seminários. Muitas vezes, os seminários tornam-se o único instrumento
alternativo às provas, fazendo com que parte significativa das aulas seja ocupada pelas
apresentações dos alunos. Essas exposições orais nem sempre conseguem ter um formato
claro e organizado, podendo tornar-se cansativas, principalmente quando ocupam períodos
inteiros de aula. Para contornar esse inconveniente, o professor pode selecionar temas para
os seminários, cujas apresentações possam ser alocadas ao longo do semestre, articuladas
com outros aspectos do planejamento. Isso faz com que não aconteçam muitas apresentações
seguidas e dá maior espaço para que o professor retome o que foi apresentado,
complementando eventuais lacunas e retomando possíveis incorreções.
3. Monografia
A avaliação por meio de monografias tem sido motivo de tensões entre alunos e
professores. Com a popularização da internet, a cópia de textos vem se acentuando. Muitas
vezes, após o aluno realizar uma rápida busca, bastam dois comandos – copiar e colar – e o
trabalho está pronto, sem que ao menos uma leitura seja necessária. Detectar esse tipo de
procedimento é hoje relativamente simples, bastando digitar partes do trabalho em um
mecanismo de busca on line.
A solução de exercícios e problemas poderá ser utilizada como uma estratégia para
desenvolvimento das competências, sendo conduzida por meio do trabalho em grupo (nesse
caso, preferencialmente em sala de aula) ou como uma construção coletiva, orientada pelo
professor. Nesses casos, mesmo não se constituindo em instrumento formal de avaliação,
pode ser tomado como um elemento subjetivo de avaliação que permite ao professor
identificar dificuldades da turma e, até mesmo, dos indivíduos, possibilitando a reorientação
do seu planejamento. É importante que o professor realize um fechamento da atividade
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5. Estudos de Casos
Estudos de casos podem ser utilizados nas mais diversas áreas, mas são usados,
sobretudo, naquelas situações em que desejamos fazer o aluno assumir a posição de atuação
e tomada de decisões frente aos casos apresentados. Tem como principal característica
desafiar os alunos a mobilizarem suas competências para a análise de situações que
potencialmente irão encontrar na sua vida profissional. Ou seja, constituem-se numa
expressiva articulação teórico-prática.
8CESAR, Ana Maria. Método do Estudo de Caso (Case Studies) ou Método do Caso (Teaching Cases)? Uma análise dos
dois métodos no Ensino e Pesquisa em Administração. Disponível em <http://www4.mackenzie.com.br/fileadmin/
Graduacao/CCSA/remac/jul_dez_05/06.pdf>. Acessado em 22/10/2007.
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como algo que efetivamente aconteceu, envolvendo o leitor em uma sensação de realidade.
Para tanto, podem-se apresentar dados variados e, até mesmo, impressões pessoais e
subjetivas, deixando ao aluno sua análise e validação como informação relevante.
A seleção de casos deve ter como principal critério sua articulação com aquilo que
está sendo estudado. Entretanto, não apenas é possível, como é desejável, que o caso tenha
caráter transdisciplinar.
6. Elaboração de Projetos9
A noção de projeto é bastante ampla e pode ser aplicada a diversas áreas: um projeto
de pesquisa, um projeto arquitetônico, um projeto mecânico, um projeto cultural, um projeto
de inclusão. A elaboração de projetos pode ser utilizada como estratégia mobilizadora da
aprendizagem e como instrumento de avaliação em diversas áreas. O ponto de partida
constitui-se em estabelecer um determinado objetivo ou conjunto de objetivos, que poderão
estar expressos em questões investigativas. Os alunos terão que desenvolver um projeto que
permita atingir os objetivos e responder as questões investigativas de maneira satisfatória.
Esse objetivo poderá ser, entre outros tantos possíveis, a realização do Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC), a construção de um hospital, a fabricação de um motor, a
execução de um filme, a maneira de ampliar e qualificar o acesso a recursos de informática.,
um projeto pedagógico para crianças e ou jovens em diferentes contextos. Em muitos desses
9 Nesse item, está-se tomando projeto como planejamento para realizar uma atividade ou criar um produto. Não
se está trabalhando com o conceito de Projeto de Aprendizagem que pode ser encontrado em SCHLEMMER, E.
Projetos de Aprendizagem baseados em Problemas: Uma metodologia interacionista/construtivista para
formação de comunidades em Ambientes Virtuais de Aprendizagem Colaborativa. Revista Digital da CVA-
RICESU, v.1, n. 2, novembro 2001. Disponível em <http://www.ricesu.com.br/colabora/n2/artigos/
n_2/id02.htm>. Acesso em 22/10/2007.
21
casos, o projeto não será executado. Porém, em alguns casos isso será possível e, até mesmo,
necessário (como seria o projeto de pesquisa relativo ao TCC).
7. Resenhas e Artigos
8. Portfólio
A idéia de portfólio é originária do campo das Artes Plásticas e consiste numa coleção
de materiais – como fotografias, recortes de jornais e revistas, material gráficos de divulgação
e peças produzidas – por meio do qual ele apresenta seu trabalho. Posteriormente, o termo
passou a ser empregado de modo mais amplo, incluindo empresas em geral. No campo da
Educação, o portfólio será constituído por diferentes documentos produzido pelo aluno ao
longo de um período letivo. Poderá conter resumos, resoluções de exercícios, questionários,
representações gráficas, notas pessoais,... O professor, ao acompanhar a construção do
portfólio do aluno, consegue perceber suas necessidades educacionais. Isso o torna um bom
instrumento para perceber o processo de desenvolvimento de competências e um recurso
capaz de potencializar uma intervenção docente positiva.
LAI - Laboratório Adaptado de Informática: Laboratório que atende aos alunos cegos ou com
baixa visão e passa o material necessário para a escrita Braille. Este também é um serviço
coordenado pela Diretoria de Ação Social e Filantropia. 12
em 04/06/2008.
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Assim também esse texto se propôs a discutir questões que impactam diretamente o
trabalho acadêmico, revisar um conjunto de possibilidade de entendimento e ação
pedagógica para subsídio docente e apontar para o desafio coletivo dessa Universidade com
processos de ensino e de aprendizagem qualificados e comprometidos com o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes dos sujeitos em formação, de
forma articulada com sua missão, que é a de “promover a formação integral da pessoa
humana e sua capacitação ao exercício profissional, incentivando o aprendizado contínuo e a
atuação solidária, para o desenvolvimento da sociedade.”
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DOM ORLANDO DOTTI
RUA IRMÃO TOMAZ 293-BAIRRO BOM JESUS
CAÇADOR-SANTA CATARINA- CEP 89504670
CÓDIGO DO INEP: 42072379
COMPETÊNCIAS GERAIS
(CG1) Conhecimento: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
(CG2) Pensamento Crítico e Criativo: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a
reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
(CG3) Repertório Cultural: Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.
(CG4) Comunicação: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
(CG5) Cultura Digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
(CG6) Trabalho e Projeto de Vida: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
(CG7) Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta
(CG8): Autoconhecimento e Autocuidado: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
(CG9): Empatia e Cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito
ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
(CG10): Responsabilidade e Cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
1. Professores Turmas relacionadas a cada professor
RENATO VOGEL 205, 206, 303, 304 e 305
JOCIANE MATTOS
(CEG1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de
resolução de problemas.
(CEG2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a
compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.
(CEG3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do
espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.
(CEG4) Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das
geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.
(CEG5) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o
meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem
conhecimentos científicos da Geografia.
(CEG6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a
consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
(CEG7) Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as
questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias
filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes
conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e
comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais,
culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e
sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que
caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas
(cidade/campo, cultura/ natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual etc.), explicitando suas ambiguidades.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de
modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos
populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas,
sociais, ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e
relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel
de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos
populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e
no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
(EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição,
ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio geográfico.
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas
urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a
sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos
naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida das populações locais - entre elas
as indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais -, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e
socioambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos sustentáveis.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo
as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo
responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização
ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da
sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes
comunidades, entre outros).
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações
técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos
de estratificação e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da
contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus
efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
(EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem para a formação
de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de
desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às
diferenças e às liberdades individuais.
(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e
afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no
mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.
(EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações
afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão
precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país.
(EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira
e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa
da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.
(EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando
conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
(EM13CHS604) Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e
suas formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos dessa atuação para as populações locais.
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os
progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e
das violações desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo.
5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
5.1 – PRIMEIRO ANO
1º TRIMESTRE
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Reconhecer o espaço geográfico e brasileiro como produto das relações sociedade-natureza humanizada, em constante modificação através do
processo histórico;
Identificar as diferentes formas de regionalização do espaço brasileiro e suas implicações na organização e desenvolvimento da sociedade brasileira;
Compreender a situação socioeconômica e política do Brasil frente à sociedade e os organismos mundiais;
Analisar, compreender e relacionar o quadro natural brasileiro com a atual condição socioeconômica do Brasil.
Analisar as características humanas do espaço brasileiro para que possa formar uma consciência crítica sobre a conjuntura atual, e da influência das
constantes transformações demográficas na organização da sociedade;
Identificar e compreender a diversidade cultural brasileira na formação da sociedade e a necessidade do respeito e preservação das diferentes
identidades culturais do país.
Compreender a estrutura demográfica brasileira, sua evolução ao longo dos anos e as necessidades de reestruturação das bases socioeconômicas
para a garantia de uma sociedade futura mais equilibrada.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar e analisar os principais organismos que comandam as relações internacionais e suas importâncias para a manutenção da paz na sociedade
mundial;
Compreender a evolução do capitalismo e a sua influência na organização socioeconômica mundial e nas relações internacionais;
Identificar o papel da ONU nas relações internacionais destacando a sua importância na resolução dos problemas sócio-políticos que ocorrem no
mundo;
Compreender a organização das ordens mundiais ao longo do século XX;
Analisar as características socioeconômicas do espaço mundial na atualidade compreendendo os efeitos da globalização sobre a formatação dos atuais
relacionamentos sócias e econômicos entre as diferentes nações.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
8. A Geopolítica da China:
8.1. A revolução chinesa e a experiência socialista;
8.2. A abertura econômica e o socialismo de mercado;
8.3. A China como potência emergente.
9. A Geopolítica da Índia:
9.1. Os grandes contrastes demográficos e sociais;
9.2. A instabilidade política;
9.3. A economia emergente.
3º trimestre
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar a geopolítica do continente africano identificando os diferentes momentos históricos relacionados a sua situação de dependência em relação
aos grandes centros internacionais;
Efetuar uma análise crítica dos graves problemas sociais enfrentados pelos países africanos;
Compreender as razões que desencadearam um conjunto de revoluções no norte africano conhecido como a Primavera Árabe;
Compreender a instabilidade política e os conflitos regionais do Oriente Médio;
Discutir a geopolítica da América Latina a fim de compreender a sua situação de dependência frente aos Estados Unidos;
Compreender as instabilidades políticas e as fragilidades econômicas dos muitos países latino-americanos.
6. PROJETOS
5.1. Projeto(s) Integrador(es) incluindo Temas Transversais das Diretrizes Curriculares Nacionais – Ensino Fundamental
7. METODOLOGIA DE ENSINO
- Metodologia de ensino a ser executada é o percurso formativo. De acordo com PCSC 2014, o percurso formativo é processo constitutivo e constituinte da
formação humana que norteia a importância d história, cultura, contexto social, linguagens, inteligência emocional, valores e virtudes, conhecimentos
sistematizados e conhecimentos cotidianos do sujeito (aluno) numa interação intrapessoal e interpessoal.
- As estratégias de ensino aprendizagem estão relacionadas ao percurso formativo da Proposta Curricular de Santa Catarina e às 10 (dez) competências da
BNCC. Portanto, “é fundamental que as práticas pedagógicas a serem levadas a efeito nas escolas considerem a importância do desenvolvimento de todas
as potencialidades humanas, sejam elas físicas/motoras, emocionais/afetivas, artísticas, lingüísticas, expressivo-sociais, cognitivas, dentre outras,
contribuindo assim para o desenvolvimento do ser humano de forma unilateral”. (PCSC, 2014, p.31)
- As aulas de Educação Física serão realizadas em pequenos e grandes espaços, usando as diferentes áreas da escola: salas de aula, áreas de
convivência, quadra externa, ginásio esportivo e também demais espaços adequados para a prática de atividades físicas. Serão realizadas atividades
recreativas e lúdicas, individuais e em grupo. Serão realizadas aulas expositivas e explicativas através de projetor, com apresentação de assuntos conforme
o conteúdo programático, vídeos e imagens.
8. AVALIAÇÃO
O instrumento de utilizado será avalição processual, cumulativa e formativa dando ênfase às habilidades, competências e socialização. Assim, a avaliação
dos alunos será registrada através da observação do APRENDER A CONHECER, APRENDER A FAZER, APRENDER A SER e APRENDER A CONVIVER.
Art.7º Ter-se-ão como aprovado, quanto ao rendimento da avaliação em todas as etapas e modalidades da Educação Básica, o aluno que:
I. Obtiver a média anual igual ou superior a seis (6) em todas as disciplinas;
II. Obtiver a média semestral igual ou superior a 6 (seis) em todas as disciplinas, na Educação de Jovens e Adultos e, também, no caso dos cursos técnicos
subsequentes/concomitantes ofertados nos CEDUPs e EEBs;
III. Não será adotado exame final em nenhum ano ou série letiva na Educação Básica, na Educação Profissional e na Educação de Jovens e Adultos;
IV. Para efeito de cálculo do resultado de aprovação, em todas as etapas e modalidades da Educação Básica e Profissional deve-se aplicar a fórmula: Soma
da média dos trimestres ÷ 3 ˃ ou = 6 (seis);
V Ter-se-ão como reprovado o aluno que obtiver média final inferior a 6 (seis).
Como consta no PPP da escola, a nota trimestral no boletim será calculada tendo, no mínimo, 4 avaliações. Essas 4(quatro) avaliações são: a) uma prova
teórica individual sem consulta, b) uma prova teórica individual de recuperação de nota da prova, c) trabalho, d) nota de competências socioemocionais.
a- Provas:
Todos os alunos têm direito à recuperação de conteúdo e à recuperação de nota da prova. A prova de recuperação será aplicada após a recuperação de
conteúdos, porém os alunos que obtiveram notas acima de 7,0 (sete) na(s) prova(s) podem optar por não fazê-la. Nesse caso, deverão ocupar-se de uma
boa leitura de livros permanecendo em sala de aula. Em todas as disciplinas, a recuperação da prova teórica deverá ser realizada através da aplicação de
uma nova prova individual e sem consulta.
Obs.: A prova poderá ser substituída por projeto pedagógico (Ex.: aplicação de metodologia ativa) mediante a discussão da importância desse projeto entre
professor(a) e direção/coordenação e o aval dos mesmos. Essa substituição só poderá ser em 1(um) dos 3(três) trimestres.
b- Trabalho
O trabalho será realizado para desenvolver as habilidades, atitudes e virtudes que contemplam as 10 competências da BNCC. Portanto, será um trabalho
individual com consulta ou em equipe. Haverá recuperação de conteúdos, porém a nota de trabalho não será recuperada considerando que o trabalho é
feito em equipe e/ou consulta.
c- Competências socioemocionais
A nota de competências sócioemocionais atende à exigência da RESOLUÇÃO Nº 183 (artigo nº 5) de 19 de novembro de 2013 e a da BNCC (10ª
competência), e tem o mesmo peso de uma prova ou de um trabalho e sua atribuição é da competência do professor da disciplina. Essa nota deve
representar o resultado da observação do professor quanto às atitudes e valores do aluno. Não há recuperação de nota para competências socioemocionais.
Além das 4(quatro) avaliações em cada trimestre, há um instrumento chamado de campo “conselho de classe”.
Obs.: Os resultados do simulado interno/externo, provas regionais e OBMEP poderão ser transformados em bonificação (máximo é 1,0 ponto) e
acrescentados à média final do trimestre. Simulado = a todas as disciplinas e OBMEP = somente para Matemática.
A avaliação dos alunos portadores de laudo por Segundo Professor: Registro na ficha individual, portfólio de fatos observados em sala de aula
(semanal ou quinzenal) e relatório pedagógico trimestral.
10. REFERENCIAS
-- Dez competências da Base Nacional Comum Curricular. Disponível http://download.basenacionalcomum.mec.gov.br/ Acesso 23 de outubro de 2019.
- Proposta Curricular de Santa Catarina, SED, 2014
- Currículo Base da Educação infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense. SED, 2019
- Projeto Político Pedagógico 2019 da EEB. Dom Orlando Dotti
- Lei Federal nº 9394, de 20 de dezembro de 1996
- Resolução CEE/ SC nº 183/2013 de 19 de novembro de 2013
- Portaria Nº109 de 07/02/2019
- Orientações Curriculares com Foco no que Ensinar: Conceitos e conteúdos para a Educação Básica (documento preliminar) – SED – SC.
Bibliografia Básica:
MORREIRA, Igor. Geografia: Ensino Médio – Projeto Vivá volumes 1, 2 e 3. Curitiba: Editora Positivo, 1.ª Edição, 2016.
SILVA, Edilson Adão Cândido Da. Geografia em rede volumes 1, 2 e 3 . São Paulo: FTD, 2013.
Bibliografia Complementar:
MAGNOLI, Demétrio; ARAUJO, Regina. A Nova Geografia: Estudos de Geografia. São Paulo: Moderna, 1995.
MÉDICI, Miriam de Cássia; ALMEIDA, Miriam Lino de. Geografia. São Paulo: Nova Geração, 2005.
MOREIRA, Igor. O espaço geográfico: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 1999.
MOREIRA, João Carlos e SENE, de Eustáquio. Geografia Geral e do Brasil. Espaço Geográfico e Globalização. 3 ed., São Paulo: Scipione,
2007.
OLIVA, Jaime; GIANSANTI, Roberto. Espaço e Modernidade: Temas de Geografia. São Paulo: Mundial, 1996.
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6
Cadernos PDE
Resumo
Este artigo tem o objetivo de apresentar os resultados dos estudos realizados no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado pela Secretaria de Estado de Educação do Estado do
Paraná. O estudo analisou sobre as dificuldades apresentadas pelos professores sobre o
planejamento, ou seja, procuramos analisar o processo de planejar nas suas diferentes concepções.
Dessa forma, este estudo apresenta subsídios para uma melhor compreensão de sanar as
dificuldades enfrentadas no momento da elaboração do Plano de Trabalho Docente e interpretações
teóricas das concepções pedagógicas que permeiam as escolas e as práticas desenvolvidas no dia a
dia dos trabalhos escolares, bem como, as metodologias desenvolvidas. Para tanto, o estudo permeia
o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola confrontando-o com o planejamento que está sendo
realizado e com a forma avaliativa que é praticada pelos educadores no processo
ensino/aprendizagem. Logo, esse estudo objetiva com que os professores compreendam sobre a
importância do processo avaliativo e saibam como tomar decisões coerentes e consistentes que
estejam relacionadas ao ensinar e ao aprender, também a possibilidade de repensarem sua prática
educativa no cotidiano escolar, Compreendemos que este é o processo que envolve o conhecimento
de como, porque e para que planejar, visando os conhecimentos teóricos na prática, promovendo
mudanças significativas no ensino/aprendizagem, a fim de promover uma educação de qualidade.
1
Professora Pedagoga QPM do Colégio Estadual Papa João XXIII– E.M.N; professora PDE pela
UNESPAR – Campus de Paranavaí. E-mail: marialuciasantos@seed.pr.gov.br
2
Doutora pela UEM, Docente e Orientadora pela UNESPAR – Campus de Paranavaí no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE. e-mail: sol_perin@yahoo.com.br
1. INTRODUÇÃO
Para tanto, é preciso que o professor conheça a realidade dos seus alunos, a
partir de um diagnostico que favoreça a ele conhecer algumas das dificuldades
apresentadas. A partir dai, promover as intervenções necessárias, a fim de que o
aluno supere suas limitações e o professor tenha um bom desempenho no
momento de trabalhar os conteúdos, para que possa atingir os objetivos esperados
Para tratar sobre essa questão, a pesquisa se centrará sobre o ato de
planejar e como buscar novos meios de avaliar, com objetivo de contribuir com os
educadores do Colégio acima citado e considerar que o despertar interesses pelo
assunto, favorecerão aos educadores meios que possibilitem seu trabalho, junto aos
educandos, cada vez mais eficazes e significativos. Entendemos que somente com
um estudo aprofundado sobre o tema é que podemos ter uma maior compreensão
daquilo que pretendemos desenvolver e um melhor conhecimento teórico
metodológico para que possa subsidiar o professor no momento da elaboração do
plano de trabalho docente com a finalidade de melhorar o ensino aprendizagem e,
assim, proporcionar aos alunos uma educação de qualidade com resultados
eficientes.
Dessa forma, é preciso que a escola faça uma organização curricular, um
planejamento eficaz e um processo de Avaliação coerente com o conteúdo
trabalhado, ou seja, o processo deve ser claro, preciso e adequado à aprendizagem
dos alunos.
Acreditamos que a apropriação destes conhecimentos é de fundamental
importância, pois a teoria subsidia a prática do professor de forma que ele possa
proporcionar uma educação de qualidade a todos os alunos do Colégio Estadual
Papa João XXIII.
2. A IMPORTÂNCIA DE PLANEJAR PARA O PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM
Vale ressaltar que o objetivo dessa Pedagogia era preparar o homem para o
mundo do trabalho, deixando os conteúdos educacionais fragmentados, pois, o que
importava era apenas a produção industrial, atendendo aos interesses da sociedade
capitalista. Desse modo, o tecnicismo negava tudo que determinava o bem social
tendo como princípio a neutralidade científica distanciando, assim o planejamento da
prática educativa.
A Tendência Progressista Libertadora não atua em escolas, porém visa levar
professores e alunos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem,
utiliza temas geradores retirados da problematização do cotidiano dos educandos.
Grupos de discussão. A relação é de igual para igual, horizontalmente. Valorização
da experiência vivida como base da relação educativa. Codificação-decodificação.
Resolução da situação problema. Questiona concretamente a realidade das relações
do homem e a natureza e com os outros homens visando uma transformação social
de acordo com Luckesi, (1994. p 7) “[...] o importante não é a transmissão de
conteúdos específicos ,mas despertar uma nova forma da relação com a experiência
vivida”
A Tendência Progressista Libertária apresenta a transformação da
personalidade num sentido libertário e auto gestionário. As matérias são colocadas,
mas não exigidas. Vivência grupal na forma de autogestão. Não diretiva, o professor
é orientador e os alunos livres. Prima pela valorização da vivência cotidiana.
Aprendizagem informal via grupo. A relação aluno prima pela não diretividade,
recusa qualquer forma de poder e autoridade sendo apenas um instrutor-monitor do
grupo.
Tendência Progressista: "Crítico-social dos conteúdos ou histórico-crítica".
Difusão dos conteúdos concretos indissociáveis da realidade social. Conteúdos
culturais universais que são incorporados pela humanidade frente à realidade social.
O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o
saber sistematizado. Papel do aluno como participador e do professor como
mediador entre o saber e o aluno. Baseadas nas estruturas cognitivas já
estruturadas dos alunos, ou seja, parte dos conhecimentos que o aluno já possui
(conhecimento prévio) para atingir um nível mais avançado do conhecimento
(síntese).
De acordo com a Pedagogia Dialética, a escola tem a função de promover a
transmissão e a compreensão dos conteúdos sistematizados, ou seja, conteúdos
científicos. Saviani, ao correlacionar a teoria dialética do conhecimento com a
correspondente metodologia de ensino-aprendizagem. Diz que:
[...] o movimento que vai da síncrese (“a visão caótica do todo”) à síntese
(“uma rica totalidade de determinações e de relações numerosas”) pela
mediação da análise (“as abstrações e determinações mais simples”)
constitui uma orientação segura tanto para o processo de descobertas de
novos conhecimentos (o método científico) como para o processo de
transmissão-assimilação de conhecimentos (o método de ensino) (SAVIANI,
1999, p.83).
Após uma breve análise sobre as tendências pedagógicas que fizeram parte
da prática pedagógica dos educadores no Brasil ou, de certa forma, ainda fazem, é
necessário refletir sobre a importância de planejar, entendendo que, para o nosso
estudo, o planejamento é o instrumento norteador de todo trabalho educativo.
Perceberam também que para bem a avaliar é preciso antes planejar, pois,
um trabalho só tem resultados com qualidade quando este é bem planejado de
acordo com aquilo que se espera.
Portanto, para isso se faz necessário também a mudança de metodologia
como diz (VASCONCELLOS, 2005, p.68). “[...] não se pode conceber uma avaliação
reflexiva, crítica, emancipatória, num processo de ensino passivo, repetitivo,
alienante”. A postura pedagógica do professor é de suma importância para o seu
sucesso profissional diante dos alunos e até mesmo de toda a comunidade escolar.
Para finalizar, consideramos que é necessário repensar a forma que
formulamos nosso planejamento, as metodologias as quais utilizamos para ensinar,
assim como os procedimentos adotados para o processo avaliativo para verificar se
o nível de aprendizagem apresentado por nossos alunos é adequado e satisfatório.
Com este trabalho, sobre Planejamento demonstramos que é possível o professor
elaborar seu plano de trabalho de maneira que esteja condizente com a realidade e
possibilite os alunos a expressarem seu conhecimento, para que o aluno demonstre
interesse pela aprendizagem significativa. A escola precisa se organizar de forma
que estes tenham o interesse pelo conhecimento e valorizem o saber para que
também eles possam obter uma aprendizagem satisfatória e significativa.
9. REFERÊNCIAS
CORAZZA, Sandra Mara. Manifesto por uma Dialética: Contexto & Educação.
Universidade de Ijuí/RS, vol. 6, n. 22, abr/jun 1991.
COTRIN, Gilberto. Educação para uma escola democrática: história e filosofia da
educação. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1988.
DALMÁS, Ângelo. Planejamento Participativo na Escola: elaboração,
acompanhamento e avaliação. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
DEMO, Pedro. Educação e Qualidade. Campinas: Papirus, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa,
34. ed.São Paulo: Paz e Terra, 1996 (coleção leitura)
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 2. ed.
Campinas: Autores Associados, 2003.
GASPARIN, José Luiz; PENETUCCI, Maria Cristina. Pedagogia histórico-crítica:
da teoria à prática no contexto escolar. PDE/2008. Disponível
em<http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2289-8.pdf> Acesso
em: 30. set.2014.
GÔNGORA Francisco Carlos, Tendências Pedagógicas na Pratica Escolar,
Edições Loyola. São Paulo. 1985.
RESUMO
O planejamento nos possibilita ter uma visão em relação ao nosso contexto e as nossas ações, pois,
quando planejamos construímos mentalmente o que queremos alcançar e como trabalharemos para que
realize conforme planejado. Este ato nos permite ter uma visão ampla da nossa atuação como também
o estudo de novas abordagens para melhor atender a nossa necessidade. Neste trabalho, buscamos
fazer uma revisão bibliográfica a respeito do planejamento escolar, para que evidenciemos a sua
importância para o nosso cotidiano e nossa atuação no ambiente escolar. O trabalho será dividido em
Plano da escola, plano de ensino e plano de aula, que nada mais é, formas diferenciada de
planejamentos utilizadas nas escola. Cada seção, será explicada separadamente, sendo eles: O plano da
escola, que é uma visão global sobre o funcionamento institucional, é um documento democrático
construído em conjunto com o corpo docente. No plano de ensino, é posto o roteiro que os professores
se utilizaram para aplicar durante todo o semestre e/ou ano letivo, sendo mais detalhado do que o
plano de aula. Este por sua vez, trata-se do planejamento semanal, no qual o professor irá detalhar a
forma que irá trabalhar em sala de aula, nele será posto os conteúdos e sua duração. Como aparato
teórico, utilizaremos textos do livro Didática do autor Libâneo, como também dos estudiosos Gama e
Figueiredo, Fonseca, Vasconcellos, Córdova e Schewtschik. Para que os resultados fossem possíveis,
utilizamos a pesquisa Bibliográfica, na qual possibilitou ter um olhar amplo em relação a temática.
INTRODUÇÃO
1
Graduanda do Curso de Pedagogia Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, juciferreira206@email.com;
2
Graduanda do Curso de Pedagogia Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, gerlandiabto@gmail.com;
3
Graduanda do Curso de Pedagogia Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, mgabriellabsouza@gmail.com;
4
Graduanda do Curso de Pedagogia Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, luizagoncalvess2@gmail.com;
que imperceptível e inconscientemente. Todos nós planejamos, seja uma viagem, seja um de
trabalho, seja na vida cotidiana, seja na vida profissional. Colocamos nossos objetivos e
planejamos maneiras de cumpri-lo. É a partir de um planejamento prévio que podemos decidir
qual decisão tomar e qual os caminhos a percorrer.
No âmbito educacional não é diferente, há uma infinidade de planejamentos que
auxiliam tanto a prática do professor como também o funcionamento na escola. O ato de
planejar é de fundamental importância tanto para o professor como para a escola.
Em relação ao professor, o planejamento vem com o intuito de norteá-lo em relação a
sua turma, no qual permite abranger as necessidades nelas existentes, como também adequar
sua prática a realidade dos alunos, resultando em uma experiência satisfatória do professor
para o aluno e vice-versa. Em relação à escola, é ele que vai organizar de maneira eficaz o seu
funcionamento, elencando os objetivos e metas que serão cumpridos no decorrer do ano
letivo.
No decorrer do artigo, será posto alguns conceitos de planejamento, de acordo com
Libâneo e outros autores pesquisadores na área. Este trabalho é de grande relevância para o
meio acadêmico, uma vez que se faz necessário ter domínio sobre o planejamento,
principalmente no âmbito educacional.
METODOLOGIA
PLANO DA ESCOLA
No plano da escola, está explícito que o plano geral da escola deve ser construído e
discutido por todo corpo docente de forma democrática e consensual. Este plano é elaborado
de forma mais global, sobre ele Libâneo (1994) diz que
Sendo assim, o plano da escola, vem com o objetivo de descrever a estrutura escolar
como um todo. É ele que vai orientar o corpo docente sobre as suas ações durante todo o ano
letivo, para tanto, é importante que o professor tenha em mãos este plano de ação, para que
assim possam produzir seus materiais e suas aulas de acordo com ele. Desse modo, ele irá
orientar o professor a planejar suas aulas de forma a cumprir tais objetivos.
O plano da escola é essencial para que haja um bom desempenho escola, já que nele
está colocado os passos que a escola vai dar durante todo o ano letivo. Nele, deve expressar
todos os propósitos que a escola pretende alcançar, qual o tipo de educação pretende oferecer,
além de organizar as etapas dos trabalhos que irão ser realizados.
Para organizar de forma eficiente o plano da escola, Libâneo, em seu livro “Didática”
trás um roteiro, nele contem sete “passos”, o primeiro se trata do posicionamento que a escola
pretende ter perante a sociedade em relação à educação. Assim, a escola deve explicitar o que
vai desenvolver para tornar o processo de ensino e aprendizagem eficiente.
No segundo está a organização das bases teórico-metodológicas, na qual deverá ser
questionada o tipo de indivíduo que a escola quer formar, as teorias de ensino e aprendizagem
que deverá desenvolver e a relação entre o ensino e o desenvolvimento das capacidades
intelectuais dos alunos.
No terceiro ponto, retrata a caracterização do contexto que a escola esta inserida, sua
situação econômica, social, politica e cultural, produzindo uma descrição destas
características para poder melhor trabalhar suas necessidades. No quarto ponto, entram em
discussão os alunos, suas origens, condições de vida, sua cultura e suas características
psicológicas. No quinto ponto, será abordado os objetivos que a escola pretende alcançar
enquanto a aquisição do conhecimento, as capacidades que pretende se desenvolver neles e
suas habilidades.
No sexto ponto, é posta as disciplinas que serão trabalhadas, os objetivos e os
conteúdos. Neste ponto, é visto quais as formas de avaliação e como será feita a estrutura
curricular. No sétimo ponto são definidas a estrutura de atividade docente, as reuniões, as
atividades que serão desenvolvidas durante o ano letivo, as atividades extraclasse e as
reuniões com os pais e/ou responsáveis.
PLANO DE ENSINO
Desta forma, a avaliação será o peso medidor da aprendizagem e é a partir dela que o
professor poderá visualizar os resultados de sua prática e poder fazer alteração caso
necessário.
PLANO DE AULA
O plano de aula é uma espécie de plano de ensino, porém mais detalhado, por abordar
de maneira mais profunda os tópicos gerais que foram previstas no plano de ensino.
Ela [a aula] é feita de prévias e planejadas escolas de caminhos, que são diversos do
ponto de vista dos métodos e técnicas de ensino; [...] também se constrói, em sua
operacionalização, por percalços, que implicam correções de rota na ordem didática,
bem como mudanças de rumo; [...] está sujeita a improvisos, porque não foram
previstos, mas não pode construir-se por improvisações. (ARAÚJO, 2008, p. 60-62
apud SCHEWTSCHIK).
Para elaborar de forma consistente uma aula, é necessário que o professor leve em
consideração o tempo de aula, os objetivos gerais da matéria e a sequência de conteúdos do
plano de ensino. Pois, durante a aula pode acontecer alguns imprevistos, porém é de extrema
importância que se tenha um plano em mãos para que possa contornar a situação e com isso
não tornar a aula em uma perca de tempo.
Em relação à avaliação, o professor deve buscar verificar o rendimento do aluno. Esta
deve ser feita no início, durante e no final de cada unidade temática. Segundo Libâneo (1994),
é importante que cada professor ao fim de sua aula faça uma auto avaliação da sua própria
aula, no qual o próprio levante questões sobre ela, tais como, se o objetivo foi cumprido, se
foi satisfatório, entre outros questionamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das pesquisas feitas, foi possível perceber a importância do planejamento para o
cotidiano escolar. O planejamento em si, possibilita ao professor um melhor aperfeiçoamento
de sua prática como também traçar seus objetivos a respeito de suas aulas.
O planejamento não pode ser considerado algo inflexível, pois ele deve ser constante e
seguindo o curso da realidade. Não podendo ele, exigir que a realidade se adeque ao que está
posto. O professor deve ter em mente que o planejamento é um guia e não algo definitivo,
pois ele deve permiti-lo a modificar sempre que algo não esteja como planejado.
Embora seja provada a sua eficácia, muitos professores ignoram o fato de sua
existência, preferem não fazê-lo, o que causa grandes transtornos em suas aulas, uma vez que
não tem a previsão correta do que se deve fazer e nem qual a duração para aquele período.
Ao elaborar um planejamento, é importante que se tenha em mente os objetivos e metas,
para que o planejamento se tenha um sentido/finalidade. O planejamento é, portanto, de
acordo com Libâneo (1994) um processo de racionalização, organização e coordenação
docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS]
REFERÊNCIAS
LIBANEO, José Carlos. O planejamento escolar. In: Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
SCHEWTSCHIK, Annaly. O planejamento de aula: Um instrumento de garantia de
aprendizagem. 2017.
- clareza e objetividade;
- Atualização do plano periodicamente;
- Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
- Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo
abordado;
- Articulação entre a teoria e a prática;
- Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no
processo de ensino-aprendizagem;
- Sistematização das atividades com o tempo;
- Flexibilidade frente a situações imprevistas;
- Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas,
jornais, filmes entre outros;
- Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes.
Pré-requisitos
Pré-requisito refere-se a algo aprendido anteriormente e que
integra uma nova aprendizagem. Essa nova aprendizagem não
pode ocorrer sem que o pré-requisito tenha sido apreendido e
esteja disponível na memória ativa do aluno. Por exemplo, para
compreender um conteúdo sobre a história do continente
americano, o aluno deve ter como pré-requisitos os conceitos
de Terra, conceitos de sociedade, o nove dos continentes,
leituras de mapas etc.
O que deverá ser revisto na aula
Toda aprendizagem repousa em aprendizagens anteriores.
Recordar assuntos, conceitos e operações já aprendidas
facilita novas aprendizagens e permite aplicar o conhecido a
novas situações. Cada plano de aula deve ser concluído com
orientações sobre a aula seguinte, ressaltando para os alunos
a relação com os objetivos gerais do curso.
Materiais necessários
A possibilidade de materiais é quase infinita – tudo o que existe
no mundo, a rigor, pode tornar-se objeto de aprendizagem. No
entanto, é preciso considerar alguns aspectos sobre esse
ponto: os materiais devem estar disponíveis no momento da
aula; devem ser compatíveis com as formas de apresentar o
conteúdo; e as instruções de uso devem ser claras para que o
tempo da atividade seja proveitoso.
Como avaliar
Ao final do plano de aula, o professor deve ter consciência de
como, a partir de todos os tópicos citados acima, vai avaliar se
os objetivos foram atingidos. A única forma de saber se o aluno
aprendeu é oferecendo oportunidades para que ele demonstre
o aprendizado, seja por meio de provas, trabalhos de campo,
exposições ou outras formas de avaliação.
A expansão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na educação e na tendência de
utilização de mídias requer habilidades do Letramento Midiático e Informacional desenvolvidas
por meio de estratégias inovadoras de ensino e aprendizagem (MORAN, 2012). Ferramentas
tecnológicas, tecnologias de comunicação e mídia participativa (mídias interativas) são
incorporadas nos currículos de educação formal, e sua eficácia e aceitação no processo de
ensino e aprendizagem torna-se um tema de pesquisa.
O benefício mais patente com a utilização das metodologias ativas, decerto, é a possibilidade
de se desenvolverem habilidades no estudante, a fim de que seu demandado protagonismo
seja possível. Para tanto, o universo acadêmico “tem procurado desenvolver, implementar e
avaliar ambientes educativos que permitam o desenvolvimento de competências essenciais
como a autonomia intelectual, o pensamento crítico e a capacidade de aprender a aprender”
(MOTA; ROSA, 2018, p. 262).
Dentre as muitas opções de recursos educacionais a serem usados como metodologias ativas,
Silva (2020, p. 16-19) repassa um rol, separado por categorias: Recursos que permitem a
votação e enquete online, Recursos para criação colaborativa, Recursos para simulações,
Recursos de gestão de projetos, Recursos para disponibilização de conteúdos, Recursos para
comunicação, Recursos para gamificação e Recursos para produção de conteúdos. Tal
classificação, mais que uma taxonomia das possibilidades de utilização das metodologias
ativas, em verdade, revelam sua versatilidade e funcionalidade, porquanto ao docente
apresenta-se uma gama crescente de opções que podem servir às habilidades e
conhecimentos que se pretendem cultivar.
O Video-based learning (VBL) já vem sendo aplicado como metodologia ativa de ensino há um
certo tempo. Os primeiros experimentos envolvendo esse método datam da Segunda Grande
Guerra Mundial, ocasião em que os soldados norteamericanos eram treinados com uma
combinação de áudio e faixas de vídeos. O resultado obtido a partir desses experimentos,
conforme apontam Yusef, Chatti e Schroeder (2014, p. 112), foi um aumento em suas
habilidades com economia de tempo.
Os limites do alcance do ensino e da aprendizagem, antes muito adstritos às salas de aula, vão
ganhando um raio de ação cada vez maior, conforme apontou Moran (2012). Neste cenário, o
VBL - uso de vídeo para ensinar conhecimentos ou habilidades - alinha-se a esta proposta
progressiva de virtualização do ensino. As chances são de que, em algum momento da vida de
cada indivíduo, ele tenha aprendido algo assistindo a um vídeo, seja na aula de ciências do
ensino fundamental ou em um tutorial em alguma plataforma de mídias. Cada vez mais
organizações estão se aproveitando da eficácia do aprendizado baseado em vídeo, tornando-o
o verdadeiro futuro da aprendizagem corporativa
Donkor (2010) comparou a eficácia instrucional dos conteúdos baseados em vídeo com
materiais instrucionais tradicionais, baseados em impressão. Os resultados da investigação
mostraram que os materiais instrucionais baseados em vídeo são pedagogicamente superiores
aos materiais instrucionais tradicionais quando usados como materiais de educação a
distância. Em outra pesquisa, o resultado de Donkor (2011) mostrou que, quando a qualidade
dos materiais de vídeo instrucional, tais como 40 conteúdo, texto, imagens e som, parecem
bons e visíveis, os alunos online respondem positivamente aos estímulos educacionais
baseados em vídeo. Ainda de acordo com Donkor (2011), o uso de materiais instrucionais
baseados em vídeo provavelmente aumentará a motivação, o interesse interno e a aquisição
de habilidades práticas dos estudantes.
3) Informações processuais (como fazer): informações que são um prérequisito para aprender
e executar aspectos rotineiros das tarefas de aprendizagem. Essas informações são exibidas
apenas quando são necessárias e, por esse motivo, também são chamadas de informações
just-in-time, ou seja, que são espectadas no momento certo (VAN MERRIËNBOER, 2019, p.6); e
4) Prática de tarefa parcial: Exercício de itens fornecidos aos alunos para ajudá-los a atingir um
nível muito alto de automação para aspectos rotineiros selecionados de uma tarefa (VAN
MERRIËNBOER, 2019, p.7).
Os espaços de trabalho digitais das tecnologias de 'redes sociais' são lugares ideais para esse
tipo de trabalho, ao mesmo tempo simples e altamente transparente quando se trata de
auditoria de contribuições diferenciais. Os professores precisarão de habilidades de ordem
superior na construção de comunidades de aprendizagem se eles garantirem a inclusão e que
todos os alunos alcancem seu potencial
O estudante deve ter prazer ao aprender, uma vez que em nossa atualidade temos que dividir a
atenção com inúmeras coisas muito interessantes e urgentes que estão ao nosso redor. Já o
professor deve compreender que seu papel, no cenário de adoção do VBL, é o de acolhedor, de
facilitador, sempre baseando-se na confiança de que, ao considerar a carga cognitiva do aluno,
repassará o que for necessário para lhe desenvolver as competências e habilidades
inicialmente planejadas.
Xavier, em artigo publicado em 2011, descreveu os nativos digitais como uma geração que está
constantemente se atualizando tecnologicamente, cuja aquisição do letramento ocorre cada
vez mais cedo, quase tão espontânea quanto aprender a falar e a escrever. Segundo o autor,
embora esses nativos digitais dominassem muitas tecnologias contemporâneas, esse potencial
não era aproveitado e ampliado na/pela escola. O autor defendia um direcionamento
educativo sistemático que possibilitasse aos estudantes usufruírem de suas habilidades
também no âmbito pedagógico, explorando a colaboração e a potencialidade multissemiótica3
dos recursos no ciberespaço (XAVIER, 2011).
Entretanto, uma pesquisa mais recente, de Azevedo et al. (2018), questiona essa condição de
nativos digitais atribuída aos jovens. Esses autores refletem sobre o mito do nativo digital a
partir de um mapeamento realizado em 58 artigos, publicados entre 2008 e 2018, sobre o
conceito de letramento e termos inter-relacionados. Os autores também mencionam as
mudanças trazidas pelas tecnologias digitais, nas formas de se comunicar, produzir e
compartilhar conhecimentos, o que requer novas competências e habilidades diferenciadas
dos leitores/navegadores, em direção ao “desenvolvimento da competência e fluência
tecnológica, leitora e escritora” (AZEVEDO et al., 2018, p. 616).
Isto sinaliza para a necessidade de a escola projetar os processos formativos com TDIC,
considerando de modo mais realista as habilidades dos alunos na cultura digital e, mais
importante, a função estratégica de prepará-los para operar suas habilidades linguísticas sobre
substrato digital. (ALVES et al., 2019, p. 163).
O desafio passa a não ser mais transmitir conteúdo apenas, mas identificar quais habilidades e
competências os alunos conseguem desenvolver de forma prática e sistêmica, buscando
desenvolver estratégias cognitivas, a fim de desenvolver discentes para além do conhecimento
técnico e humano, sendo capaz de formar alunos criativos, com pensamento crítico, reflexivo,
colaborativo, capaz de trabalho em equipe e resolver problemas complexos.
Buscar modificar o modelo de ensinar e aprender das escolas, tendo como alvo resultados
efetivos, é algo abrangente, que passa por muitas etapas e, assim, surgem muitos
questionamentos: Como os alunos aprendem melhor? Existe jeito certo de ensinar? Qual o
modelo de ensino ideal que envolve naturalmente os alunos? Deve-se, ainda, analisar como
engajar os alunos, incentivando a sua participação e interação nas aulas, como desenvolver
suas habilidades e competências.
Eis que nasce uma nova habilidade mais refinada nas questões voltadas, também, para a
aprendizagem deste professor no século XXI e suas habilidades, para que possa desenvolver
atitudes nos alunos de forma crítica e inovadora.
Nessa perspectiva, vale ressaltar que esta modalidade requer um preparo ao ensino e maior
habilidade do professor, cabendo à escola fornecer condições e ao professor buscar
desenvolver tais habilidades. As metodologias ativas aplicam práticas que possibilitam os
alunos a estimularem a criatividade e a inovação, visando desenvolver relações significativas
entre aprender novos saberes e, de maneira atrativa, estimular a aprendizagem através de
significados. Quanto mais os alunos são incentivados a buscar, criar e refletir sobre tais
práticas, com base em suas experiências e vivências de mundo, mais aprendem. Esses aspectos
que fazem parte do contexto do aluno devem ser aproveitados, respeitando-se assim, as
diversas interações e conexões presentes na sala de aula.
Nesta nova configuração atual, muda o papel do professor que passa a não ser o único e
exclusivo detentor do conhecimento e o protagonismo passa a ser do aluno. Tais mudanças,
implicam uma nova postura e atitude acadêmica, levando o professor a adotar novas
habilidades e atitudes. Neste sentido, podemos ressaltar a importância da atualização no que
diz respeito às modernizações sobre o ramo educacional.
Progressivamente, a escola irá repensar o seu papel na sociedade e em como iremos formar
esta geração com a transformação da tecnologia e empreendedorismo, habilidades que serão
cada vez mais práticas e exigidas pelo mercado de trabalho. Algumas habilidades, como saber
trabalhar em equipe, empatia, gestão do tempo, habilidade sócio emocional ou inteligência
emocional, trabalhar com a diversidade de projetos e pessoas envolvidas, habilidades de
ressignificar o que aprendeu e seu pensamento, sabendo lidar com as diferenças, são
habilidades e competências essenciais e o desempenho destas competências, será um grande
diferencial nos alunos.
Com isso, a gestão escolar passa a agir de forma individual e personalizada, levando em
consideração que o aluno de hoje tem desejos e comportamentos 32 diferentes de outrora e
isso requer novas habilidades para atuar com este novo perfil de aluno, respeitando, assim, a
performance individual e coletiva dos alunos
AS CONTRIBUIÇÕES DAS METODOLOGIAS ATIVAS NA APRENDIZAGEM: O
ALUNO COMO PROTAGONISTA DO SABER 1
RESUMO
INTRODUÇÃO
1 METODOLOGIAS ATIVAS
Quando nos referimos a Metodologias Ativas, pensamos ser algo novo, algo
atual (se considerarmos o termo, que surgiu em meados dos anos 80) mas, se
observarmos as estratégias, as características e as dinâmicas, percebemos que há
pontos em comuns com autores de outros tempos. Por exemplo, uma das ideias
centrais das MAs, é que o aluno esteja no centro da aprendizagem. Quando
pensamos sobre essa ideia lembramos de Dewey, no século XIX e início do século
XX, Freire (2009), Rogers (1973), que enfocam essa ideia e que pressupõem a
superação de uma educação bancária.
4 Para o educador e pesquisador Marc Prensky (2001), os nativos digitais estão acostumados a obter informações
de forma rápida e costumam recorrer primeiramente a fontes digitais e à Web antes de procurarem em livros ou
na mídia impressa. Por causa desses comportamentos e atitudes e por entender a tecnologia digital como uma
linguagem, Prensky os descreve como Nativos Digitais, uma vez que “falam” a linguagem digital desde que
nasceram.
6
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Está seção apresenta os artigos que foram selecionados para a revisão, bem
como uma análise com relação as questões de pesquisa que foram levantadas.
Após o processo de busca dos trabalhos no Google Acadêmico e aplicação
dos critérios de exclusão, mencionados na metodologia, seis artigos foram
incorporados nessa revisão sistemática. O Quadro 1 apresenta os seis trabalhos que
fazem parte da revisão sistemática.
O quarto artigo, de Martuze Souza Ramos Arão, Alene Mara França Sanches
Silva e Isabela Araújo Lima, apresenta um estudo de caso realizado em uma turma
de segundo ano do ensino fundamental de uma escola estadual localizada na
Cidade de Aracaju/SE. A pesquisa ocorreu com 20 alunos de idade entre 7 e 9 anos,
sendo que oito crianças encontravam-se no nível silábico de leitura e escrita e 12
encontravam-se no nível silábico alfabético. Ferreiro e Teberosky (1999) chamam de
“revelar os processos de aquisição do pensamento”, quando apresentam os níveis
de hipóteses de escrita. A pesquisa exploratória envolveu aplicação da metodologia
ativa como estratégia de incentivo a proatividade dos discentes para o
desenvolvimento da leitura e escrita e a potencialização da aprendizagem.
O artigo número 5 descreve a intervenção pedagógica com ênfase em
metodologias ativas a partir de 10 estudantes do Ensino Fundamental de uma
escola localizada em Formosa/Goiás. As intervenções tiveram ênfase em desafios,
jogos e situações problemas. Foram realizados jogos de memória, forca dos nomes,
jogos de quantificação, cilada, ache encaixe, sequência de imagens, entre outros.
Inicialmente, foram verificados os conhecimentos prévios dos estudantes através de
uma testagem de nível da psicogênese da língua escrita em primeiro lugar, a
necessidade de reconhecimento da especificidade da alfabetização, entendida como
12
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARÃO, Martuse Sousa Ramos; SILVA, Alene Mara França Sanches; LIMA, Isabela
Araújo. A metodologia ativa no processo ensino-aprendizagem nas séries
iniciais do ensino fundamental. In: Congresso Nacional de Educação, 2018,
Olinda PE. Anais. CONEDU, 2018. Disponível em:
<https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV117_MD1_
SA1_ID7934_03092018225642.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2020.
BACICH, L.; MORAN, J. Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. In:
Revista Pátio, nº 25, p.45-47. São Paulo: ECA/USP, 2015. Disponível em:
<http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2015/07/hibrida.pdf> Acesso em:
24 abr. 2017.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê?. São Paulo: Cortez,
1998.
MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In:
BACICH, Lilian; MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação
inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2015. p. 1-25.
PRENSKY, Marc. Digital Natives Digital Immigrants. In: PRENSKY, Marc. On the
Horizon. NCB University Press, Vol. 9 N. 5, October, 2001. Disponível em:
<https://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20-
%20Digital%20Natives,%20Digital%20Immigrants%20-%20Part1.pdf>. Acesso em:
12 jul. 2021.
SOARES, Flávia Rodrigues; BRITO, Anny Gabriellen Cardoso de; BESSA, Sônia.
Propondo um ambiente desafiador e de interação social com crianças do 1º
ano do ensino fundamental. In: III CICED - Congresso de Iniciação Científica
Estágio e Docência do Campus Formosa - Prática pedagógica e a formação
19
docente: teoria e realidade, 2018, Goiás. Anais. UEG, 2018. Disponível em:
<file:///C:/Users/Windows%207/Downloads/12790-Texto%20do%20artigo-37281-1-
10-20190214.pdf>. Acesso em: 20 out. 2020.
Quarto, se o aluno se preparou antes do encontro presencial, o tempo da aula pode ser
dedicado ao aprofundamento da sua compreensão sobre o conhecimento adquirido
Metodologias Ativas é uma forma de interagir com o decisões em grupos ou mesmo individual
para que seja encontrados soluções para os problemas
Autonomia;
Reflexão;
Problematização da realidade;
Trabalho em equipe;
Para isso, o aluno precisa cumprir todas as etapas, principalmente com sua
preparação individual. O professor também precisa verificar e garantir esse
preparo. É importante destacar que, a implantação do TBL ainda requer quatro
princípios fundamentais: equipe heterogêneas, mantidas ao longo das
atividades; responsabilidade e comprometimento do aluno, individual e em
grupo; atividades que promovam a aprendizagem e o crescimento da equipe; e
oferta constante de feedback por parte do professor (michaelsen; knight; fink,
2002).
PI – Peer Instruction
O Peer Instruction (instrução entre pares) é um método de ensino interativo,
baseado em evidência e faz que os alunos aprendam enquanto debatem entre
si, instigados por perguntas de múltipla escolha, que indicam as dificuldades e
promove ao estudante uma oportunidade de pensar sobre conceitos
desafiadores. A técnica promove a interação em sala de aula para envolver os
discentes a abordar aspectos críticos da disciplina. Inicialmente o professor
apresenta o tema, e logo após o foco muda do instrutor para o aluno, com a
apresentação do Concep Test ao participante.
educação tem que ser integral e que seja além do desempenho acadêmico, um estudante
protagonista, ou seja que desenvolvam competências e habilidades fundamentais para o
contexto em que está inserido, capaz de transformar e de relacionar o conhecimento
com a escola e com seu ambiente. “As Metodologias Ativas dão ênfase ao papel
protagonista do aluno e todas as etapas do processo, experimentando, desenhando,
criando, com orientação do professor”. (BACICH; MORAN, 2018, p. 4).
Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos cada vez estão mais presentes
no cotidiano escolar. Para gerações acostumadas jogar, a linguagem de desafio,
recompensas, de competição e cooperação é atraente e fácil de perceber. Os jogos
colaborativos e individuais, de competição e colaboração, de estratégia, com etapas e
habilidades bem definidas se tornam cada vez mais presentes nas diversas áreas de
conhecimento e níveis de ensino. (2015, p. 62).
O papel do professor é mais que de curador e orientador curador que escolhe o que é
relevante entre tantas informações disponíveis e ajuda que os alunos encontrem sentido
no mosaico de materiais e atividades disponíveis. Curador, no sentido também de
cuidador ele cuida de cada um, dá apoio, acolhe, estimula, valoriza, orienta e inspira.
Orienta a classe, os grupos e cada aluno. Ele tem que ser competente intelectualmente,
ativamente afetivamente e gerencialmente (gestor de aprendizagens múltiplas e
complexas). Isso exige profissionais melhores preparados, remunerados, valorizados.
Infelizmente não é o que acontece na maioria das instituições educacionais. (2015, p.
65)..
Berbel (2011) já deixou esta mesma ideia exposta em um de seus textos, que para o
ensino fundamental, prevê ainda como objetivo, o desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação
de atitudes e valores. Para o ensino médio, entre outros objetivos, no Art. 35, em seu
inciso III, prevê-se o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico
Diante deste exposto, inclui-se nesse processo a inserção de metodologias ativas, pois
estas têm este potencial de despertar a curiosidade, à medida que os alunos se inserem
na teorização e trazem elementos novos, ainda não considerados nas aulas ou na própria
perspectiva do professor. O quanto estes alunos irão se empenhar em relação a novas
aprendizagens, pela compreensão, pela escolha e pelo interesse, é condição essencial
para ampliar suas possibilidades de exercitar a liberdade e a autonomia em sua vida
profissional no futuro (BERBEL, 2011)
O estudo de caso como modalidade de pesquisa não pode ser confundido como
estratégia de ensino, mas proporcionar o desenvolvimento da capacidade de análise,
síntese e julgamento dos estudantes (GIL, 2009)
Portanto é necessário pensar na função do ensino e qual a sua finalidade, para que o
aluno enxergue que é preciso continuar a se desenvolver através do aprendizado de
novos conteúdos, e para que isso aconteça, os professores devem se planejar levando em
consideração as contribuições dos alunos tanto no início das atividades como no
transcorrer das mesmas, ajudá-los a encontrar sentido no que fazem, estabelecendo
metas, oferecer ajuda, promover a atividade mental e um ambiente que facilite o auto-
aprendizado, potencializar autonomia e avaliar conforme o crescimento do aluno e
estimulá-lo a auto avaliação (ZABALA, 1998)
Para Zabala e Arnau (2010), os alunos aprenderam um conteúdo factual quando são
capazes não apenas de repetir sua definição, mas principalmente de utilizá-la para
interpretação, compreensão, ou seja, quando são capazes de situar os fatos, objetos ou
situações concretas naquele conceito que os inclui. Assim, para avaliar se o aluno de
fato domina uma competência, o professor precisa verificar se ele é capaz de reproduzi-
la.
“Apenas números, como notas e frequência, não são capazes de indicar toda a
realidade. É preciso conhecer o cotidiano da sala, compreender o que ali
acontece e propor ações”, afirma. “Por mais que seja um trabalho que ainda
está no início, já está dando resultado”.