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O benefício mais patente com a utilização das metodologias ativas, decerto, é a possibilidade
de se desenvolverem habilidades no estudante, a fim de que seu demandado protagonismo
seja possível. Para tanto, o universo acadêmico “tem procurado desenvolver, implementar e
avaliar ambientes educativos que permitam o desenvolvimento de competências essenciais
como a autonomia intelectual, o pensamento crítico e a capacidade de aprender a aprender”
(MOTA; ROSA, 2018, p. 262).
Dentre as muitas opções de recursos educacionais a serem usados como metodologias ativas,
Silva (2020, p. 16-19) repassa um rol, separado por categorias: Recursos que permitem a
votação e enquete online, Recursos para criação colaborativa, Recursos para simulações,
Recursos de gestão de projetos, Recursos para disponibilização de conteúdos, Recursos para
comunicação, Recursos para gamificação e Recursos para produção de conteúdos. Tal
classificação, mais que uma taxonomia das possibilidades de utilização das metodologias
ativas, em verdade, revelam sua versatilidade e funcionalidade, porquanto ao docente
apresenta-se uma gama crescente de opções que podem servir às habilidades e
conhecimentos que se pretendem cultivar.
O Video-based learning (VBL) já vem sendo aplicado como metodologia ativa de ensino há um
certo tempo. Os primeiros experimentos envolvendo esse método datam da Segunda Grande
Guerra Mundial, ocasião em que os soldados norteamericanos eram treinados com uma
combinação de áudio e faixas de vídeos. O resultado obtido a partir desses experimentos,
conforme apontam Yusef, Chatti e Schroeder (2014, p. 112), foi um aumento em suas
habilidades com economia de tempo.
Os limites do alcance do ensino e da aprendizagem, antes muito adstritos às salas de aula, vão
ganhando um raio de ação cada vez maior, conforme apontou Moran (2012). Neste cenário, o
VBL - uso de vídeo para ensinar conhecimentos ou habilidades - alinha-se a esta proposta
progressiva de virtualização do ensino. As chances são de que, em algum momento da vida de
cada indivíduo, ele tenha aprendido algo assistindo a um vídeo, seja na aula de ciências do
ensino fundamental ou em um tutorial em alguma plataforma de mídias. Cada vez mais
organizações estão se aproveitando da eficácia do aprendizado baseado em vídeo, tornando-o
o verdadeiro futuro da aprendizagem corporativa
Donkor (2010) comparou a eficácia instrucional dos conteúdos baseados em vídeo com
materiais instrucionais tradicionais, baseados em impressão. Os resultados da investigação
mostraram que os materiais instrucionais baseados em vídeo são pedagogicamente superiores
aos materiais instrucionais tradicionais quando usados como materiais de educação a
distância. Em outra pesquisa, o resultado de Donkor (2011) mostrou que, quando a qualidade
dos materiais de vídeo instrucional, tais como 40 conteúdo, texto, imagens e som, parecem
bons e visíveis, os alunos online respondem positivamente aos estímulos educacionais
baseados em vídeo. Ainda de acordo com Donkor (2011), o uso de materiais instrucionais
baseados em vídeo provavelmente aumentará a motivação, o interesse interno e a aquisição
de habilidades práticas dos estudantes.
3) Informações processuais (como fazer): informações que são um prérequisito para aprender
e executar aspectos rotineiros das tarefas de aprendizagem. Essas informações são exibidas
apenas quando são necessárias e, por esse motivo, também são chamadas de informações
just-in-time, ou seja, que são espectadas no momento certo (VAN MERRIËNBOER, 2019, p.6); e
4) Prática de tarefa parcial: Exercício de itens fornecidos aos alunos para ajudá-los a atingir um
nível muito alto de automação para aspectos rotineiros selecionados de uma tarefa (VAN
MERRIËNBOER, 2019, p.7).
Os espaços de trabalho digitais das tecnologias de 'redes sociais' são lugares ideais para esse
tipo de trabalho, ao mesmo tempo simples e altamente transparente quando se trata de
auditoria de contribuições diferenciais. Os professores precisarão de habilidades de ordem
superior na construção de comunidades de aprendizagem se eles garantirem a inclusão e que
todos os alunos alcancem seu potencial
O estudante deve ter prazer ao aprender, uma vez que em nossa atualidade temos que dividir a
atenção com inúmeras coisas muito interessantes e urgentes que estão ao nosso redor. Já o
professor deve compreender que seu papel, no cenário de adoção do VBL, é o de acolhedor, de
facilitador, sempre baseando-se na confiança de que, ao considerar a carga cognitiva do aluno,
repassará o que for necessário para lhe desenvolver as competências e habilidades
inicialmente planejadas.
Xavier, em artigo publicado em 2011, descreveu os nativos digitais como uma geração que está
constantemente se atualizando tecnologicamente, cuja aquisição do letramento ocorre cada
vez mais cedo, quase tão espontânea quanto aprender a falar e a escrever. Segundo o autor,
embora esses nativos digitais dominassem muitas tecnologias contemporâneas, esse potencial
não era aproveitado e ampliado na/pela escola. O autor defendia um direcionamento
educativo sistemático que possibilitasse aos estudantes usufruírem de suas habilidades
também no âmbito pedagógico, explorando a colaboração e a potencialidade multissemiótica3
dos recursos no ciberespaço (XAVIER, 2011).
Entretanto, uma pesquisa mais recente, de Azevedo et al. (2018), questiona essa condição de
nativos digitais atribuída aos jovens. Esses autores refletem sobre o mito do nativo digital a
partir de um mapeamento realizado em 58 artigos, publicados entre 2008 e 2018, sobre o
conceito de letramento e termos inter-relacionados. Os autores também mencionam as
mudanças trazidas pelas tecnologias digitais, nas formas de se comunicar, produzir e
compartilhar conhecimentos, o que requer novas competências e habilidades diferenciadas
dos leitores/navegadores, em direção ao “desenvolvimento da competência e fluência
tecnológica, leitora e escritora” (AZEVEDO et al., 2018, p. 616).
Isto sinaliza para a necessidade de a escola projetar os processos formativos com TDIC,
considerando de modo mais realista as habilidades dos alunos na cultura digital e, mais
importante, a função estratégica de prepará-los para operar suas habilidades linguísticas sobre
substrato digital. (ALVES et al., 2019, p. 163).
O desafio passa a não ser mais transmitir conteúdo apenas, mas identificar quais habilidades e
competências os alunos conseguem desenvolver de forma prática e sistêmica, buscando
desenvolver estratégias cognitivas, a fim de desenvolver discentes para além do conhecimento
técnico e humano, sendo capaz de formar alunos criativos, com pensamento crítico, reflexivo,
colaborativo, capaz de trabalho em equipe e resolver problemas complexos.
Buscar modificar o modelo de ensinar e aprender das escolas, tendo como alvo resultados
efetivos, é algo abrangente, que passa por muitas etapas e, assim, surgem muitos
questionamentos: Como os alunos aprendem melhor? Existe jeito certo de ensinar? Qual o
modelo de ensino ideal que envolve naturalmente os alunos? Deve-se, ainda, analisar como
engajar os alunos, incentivando a sua participação e interação nas aulas, como desenvolver
suas habilidades e competências.
Eis que nasce uma nova habilidade mais refinada nas questões voltadas, também, para a
aprendizagem deste professor no século XXI e suas habilidades, para que possa desenvolver
atitudes nos alunos de forma crítica e inovadora.
Nessa perspectiva, vale ressaltar que esta modalidade requer um preparo ao ensino e maior
habilidade do professor, cabendo à escola fornecer condições e ao professor buscar
desenvolver tais habilidades. As metodologias ativas aplicam práticas que possibilitam os
alunos a estimularem a criatividade e a inovação, visando desenvolver relações significativas
entre aprender novos saberes e, de maneira atrativa, estimular a aprendizagem através de
significados. Quanto mais os alunos são incentivados a buscar, criar e refletir sobre tais
práticas, com base em suas experiências e vivências de mundo, mais aprendem. Esses aspectos
que fazem parte do contexto do aluno devem ser aproveitados, respeitando-se assim, as
diversas interações e conexões presentes na sala de aula.
Nesta nova configuração atual, muda o papel do professor que passa a não ser o único e
exclusivo detentor do conhecimento e o protagonismo passa a ser do aluno. Tais mudanças,
implicam uma nova postura e atitude acadêmica, levando o professor a adotar novas
habilidades e atitudes. Neste sentido, podemos ressaltar a importância da atualização no que
diz respeito às modernizações sobre o ramo educacional.
Progressivamente, a escola irá repensar o seu papel na sociedade e em como iremos formar
esta geração com a transformação da tecnologia e empreendedorismo, habilidades que serão
cada vez mais práticas e exigidas pelo mercado de trabalho. Algumas habilidades, como saber
trabalhar em equipe, empatia, gestão do tempo, habilidade sócio emocional ou inteligência
emocional, trabalhar com a diversidade de projetos e pessoas envolvidas, habilidades de
ressignificar o que aprendeu e seu pensamento, sabendo lidar com as diferenças, são
habilidades e competências essenciais e o desempenho destas competências, será um grande
diferencial nos alunos.
Com isso, a gestão escolar passa a agir de forma individual e personalizada, levando em
consideração que o aluno de hoje tem desejos e comportamentos 32 diferentes de outrora e
isso requer novas habilidades para atuar com este novo perfil de aluno, respeitando, assim, a
performance individual e coletiva dos alunos