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Parceria entre professor e pedagogo

melhora trabalho em sala de aula03/10/2019 -


16:00

Em uma única turma em que o professor encontra estudantes com potencial


pedagógico muito alto, alunos com distorção idade-série e, ainda, jovens com
necessidades especiais que frequentam as Salas de Recurso, como amenizar
as discrepâncias e aprimorar o processo de ensino e aprendizagem?

Esse foi o desafio encontrado pelo Rafael Ivanhinchen, professor de Geografia


do Colégio Estadual do Campo de Lagoa Seca, em Candói (Centro-Sul) e, para
encará-lo ele contou com o apoio da pedagoga Bibiana Turco em sala de aula.
A parceria firmada pela dupla ajudou Rafael a desenvolver estratégias
pedagógicas para valorizar as potencialidades dos seus alunos, como materiais
didáticos extras direcionados e atividades em grupo.

Para Rafael, a observação de sala de aula é primordial, pois permite ao


pedagogo conhecer a fundo as salas de aula e possibilita ao professor
compartilhar a realidade e as peculiaridades do trabalho diário, além de
estabelecer, entre os profissionais, uma relação de apoio mútuo.

“Apenas números, como notas e frequência, não são capazes de indicar toda a
realidade. É preciso conhecer o cotidiano da sala, compreender o que ali
acontece e propor ações”, afirma. “Por mais que seja um trabalho que ainda
está no início, já está dando resultado”.

A prática pedagógica implementada pela dupla é uma técnica de formação que


aproxima professores e pedagogos e possibilita a continuidade do trabalho que
já é desenvolvido fora da sala de aula, quando os profissionais analisam,
juntos, como está a aprendizagem do aluno, quais são as dificuldades
encontradas durante as aulas e como ajudar o professor a encontrar soluções.

“A observação de sala de aula é um instrumento de formação importante


porque possibilita que o professor e o pedagogo vivenciem juntos a prática
daquilo que foi conversado e planejado antes. É uma técnica que pressupõe
um trabalho conjunto e uma cumplicidade muito grande entre os profissionais”,
explica Raph Gomes Alves, Diretor de Educação da Secretaria de Estado da
Educação e do Esporte.

CUMPLICIDADE – A prática também tem sido aplicada no Colégio Estadual


Bernardina Schleder, em União da Vitória (Sul). Pedagoga da instituição,
Marcia Pressendo explica que todos os trabalhos desenvolvidos no colégio são
muito bem conversados entre a tutora do Núcleo Regional de Educação e a
equipe pedagógica da instituição.
“Nas orientações que recebemos da Seed, fica muito claro que nada deve ser
imposto. O primeiro passo é apresentar todas as práticas aos professores, a
fim de gerar envolvimento da equipe e também promover uma noção de
pertencimento. É um trabalho muito democrático”, conta, ressaltando que o
objetivo é sempre enfrentar as principais dificuldades dos alunos.

O mesmo ocorre no colégio de Candói. Segundo o diretor da instituição, Cleiton


Kloster, a prática nas aulas do professor Rafael só foi efetivada após a
concordância do docente. Desde então, foi estendida também a aulas de
Português e Língua Matemática.

O processo resultou na melhoria da aprendizagem da turma, inclusive na


comparação entre a primeira e segunda edição da Prova Paraná – a
expectativa agora é pelo resultado da terceira. Ainda, Kloster afirma que a
presença da pedagoga na sala elevou a autoestima e o senso de
responsabilidade dos alunos.

“Tudo depende de um trabalho em equipe, e a nossa equipe é muito engajada.


Quando a proposta foi apresentada aos professores, eles aceitaram e, agora,
estamos colhendo os frutos desse trabalho”, afirma o diretor.

COMO FUNCIONA – Para que a observação em sala de aula resulte em um


intercâmbio positivo de experiências e conhecimentos, deve ser implementada
de forma a fortalecer a relação de confiança entre os profissionais. Para isso, é
fundamental que a prática seja planejada e negociada com o professor.

“O diálogo e o planejamento dessa observação são fundamentais. Professor e


pedagogo devem definir juntos os propósitos da observação, os aspectos que
serão observados e como isso será analisado no momento formativo posterior,
quando os profissionais conversam sobre a aula, sobre os acertos e sobre o
que pode ser aprimorado”, pontua Gomes Alves

No espaço de atuação é visto o papel do pedagogo na articulação, e na parceria que se traduz


em um processo formativo contínuo, como desencadeadores para a formação do aluno. Assim
como: (...) o professor é responsável, na sala de aula, pela mediação aluno/conhecimento,
parceria entre coordenador pedagógico-educacional e professor concretiza as mediações
necessárias para o aperfeiçoamento do trabalho pedagógico na escola (PLACCO, 2006, p. 95).

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