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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Antes de estudar o que variação linguística, precisamos entender À IDADE


o que é linguagem. Por linguagem compreende-se a capacidade de se
Exemplo:
comunicar por meio de um código. Este, por sua vez, é um conjunto
de sinais utilizados para passar uma determinada mensagem. DOIS BONS FILHOS
Existem, basicamente, dois tipos de linguagem: a verbal e a não Outro dia um senhor de cinquenta anos me falava da mãe dele
verbal. mais ou menos assim:
- Se há alguém que eu adoro neste mundo é minha mãezinha.
Ela vai fazer 73 anos no dia 19 de maio. Está forte, graças a Deus e
LINGUAGEM VERBAL muito lúcida. Há 41 anos que está viúva, papai, coitado, faleceu muito
Aquela que utiliza a língua (oral ou escrita), que se manifesta por moço, com uma espinha de peixe atravessada no esôfago: pois não
meio das palavras. há dia em que mãezinha não se lembre dele com um amor tão bonito,
Exemplo: com um respeito...
“Batatinha quando nasce esparrama pelo chão. Mamãezinha Deu-se que no mesmo dia encontrei um rapaz de dezoito anos,
quando dorme põe a mão no coração.” que me contou mais ou menos assim:
- Velha bacaninha é a minha. Quando ela está meio adernada,
mais pra lá do que pra cá, ela ainda me dá uma broncazinha. Bronca
LINGUAGEM NÃO VERBAL de mãe não pega, meu chapa. Eu manjo ela todinha: lá em casa só
Aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra: tem bronca quando ela encheu a cara demais. A velha toma pra valer!
pintura, dança, música, gesto, mímica etc. Ou então foi um troço em que eu não meto a cara. Que é que eu
tenho com a vida da velha? Pensa que eu me manco. Quando ela tá
de bronca, o titio aqui já sabe: taco-lhe três equanil. É batata. Daí a
pouco ela fica macia e vai soltando o tutu... (Paulo Mendes Campos)

AO SEXO
Exemplo:
Homem: - Cara, preciso te contar o que aconteceu ontem na
festa...
Mulher: - Ai, menino! Preciso te contar o que aconteceu ontem
na festa...

À REGIÃO
Exemplo:
A mandioca, um presente da Amazônia, pode ser mencionada de
diferentes formas dentro do território brasileiro: “aipim”, “macaxeira”,
“castelinha”, “maniva” e “maniveira”.

À GERAÇÃO, ÉPOCA
Exemplo:
“Exmo. Sr. Unicamente a necessidade me sujerio a publicação deste
punhado de rimas (...) Eu e minha esposa, moça igualmente enferma,
desde que entramos no hospital, há quasi dois annos que, por exclusiva
injustiça, estamos privados das quotas dos donativos feitos pela
caridade aos que, como nós, vieram esconder seu infortúnio sob o tecto
hospitalar. E nem roupa nem um lençol recebemos do estabelecimento
estipendiado pela municipalidade, cujo prefeito Dr. Miguel Penteado
Dessa forma, a variação pode ser vista como uma manifestação da não se dignou prestar attenção às minhas queixas. (...)”
variabilidade das línguas, observada na diversidade de usos linguísticos (Firmo Anônio. Argueiros, 1924.)
de uma comunidade e explicada por fatores políticos, geográficos
ou culturais. Sob esse ponto de vista, a variação é manifestada por Na época atual, o texto acima seria transcrito da seguinte forma:
um conjunto de marcas realizadas no terreno prosódico, fonológico, “Exmo. Sr. Unicamente a necessidade me sugeriu a publicação
morfológico, sintático, léxico-semântico e discursivo. Há diversos tipos deste punhado de rimas (...) Eu e minha esposa, moça igualmente
de variação linguística, destacando-se as dialetais. enferma, desde que entramos no hospital, há quase dois anos que, por
As variações dialetais podem ocorrer quanto: exclusiva injustiça, estamos privados das quotas dos donativos feitos pela

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caridade aos que, como nós, vieram esconder seu infortúnio sob o teto Exercício Resolvido
hospitalar. E nem roupa nem um lençol recebemos do estabelecimento
estipendiado pela municipalidade, cujo prefeito Dr. Miguel Penteado 02. O artigo do jornalista Marcos de Castro utiliza muitas vezes a
não se dignou prestar atenção às minhas queixas. (...)” linguagem coloquial. Assinale a alternativa em que não há exemplo
desse tipo de linguagem.
AO PLANO SÓCIO-ECONÔMICO a) “Mas - ora, bolas!”
Exemplo: b) “O diabo é que erros infelizmente costumam se espalhar”
VÁRIAS IDÉIAS c) “...se referirem à arena daqui, à arena de lá, arena não sei de
Acordou cedo, gritou: “Zica maldita!”. Rapaz, o vocabulário do onde”
tranca-ruas é ziquizira. “Rapaz, num vacila de madruga, entendeu?” d) “Assim, já são dezenas de arenas por esse Brasilzão”
“Entendi, os P.M. sobe o gás. Então vamos sumariar. Quantos de nóis e) “...mas via como ninguém os crimes cometidos contra o
cê quer matar? Grota, granja, boca, biqueira, movimento, verme, idioma”
milho a vida inteira. Mil grau, frenético, qual que é a urucubaca? Que
cê faz se não tiver que voltar para casa? Quem te deu um sorriso hoje,
Resolução: E
pique pá alguém de longe (...) Muitos sofre, eta que sofre, mas poucos
lembra. Povo gado, voto mal dado, fila quilométrica para encher prato Letra A: “ora bolas”
de deputado. Picha os muro, xinga os putos, mete a boca, depois Letra B: “O diabo”
cheira dentro da goma. (...)
Letra C: “não sei de onde”
(Ferréz. Caros Amigos nº 89.)
Letra D: “Brasilzão”

NORMA CULTA × NORMA COLOQUIAL Exercício Resolvido


A Norma ou Língua Culta é um tipo de variação linguística que
se caracteriza por seguir as normas estabelecidas de acordo com a 03. Na grafia do vocábulo inglês apartheid, o autor emprega
gramática normativa. Ela é falada e escrita em situações que exigem um tipo de letra (itálico) para mostrar que se trata de um
formalidade. Por sua vez, a Língua Coloquial é a variação linguística estrangeirismo; o mesmo não acontece com o vocábulo gay,
utilizada em situações informais. É a língua do cotidiano. provavelmente porque
a) se trata de um vocábulo de linguagem coloquial.
USO COLOQUIAL USO CULTO b) se refere a uma realidade moderna.
Pronúncia descuidada de certas Maior cuidado com a c) designa um representante da classe dos excluídos.
palavras. pronúncia. d) já teve seu emprego bastante difundido.
Uso de a gente. Uso de nós. e) é grafado dentro do sistema ortográfico de língua portuguesa.
Né, aí, pois é, ... x
Resolução: D
Uso de gírias e palavrões. x
Quando um estrangeirismo passa a ser muito usado em
Não utiliza das marcas de Utiliza das marcas de determinada língua, o natural é que ele passe a fazer parte dela.
concordância. concordância. Foi o que aconteceu com o termo “gay”. E alguns termos da
Colocação pronominal Colocação pronominal informática: mouse e site.
equivocada. correta.
Repetições. x
Excesso de gerúndio e Uso moderado de gerúndio e EXERCÍCIOS DE
estrangeirismo. estrangeirismo.
FIXAÇÃO
Exercício Resolvido

01. A norma culta é respeitada nas frases a seguir, à exceção de 01. Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.
uma. Assinale-a.
Meu caro Mário,
a) “Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador
Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima
pela primeira vez, cheguei em casa e bati na minha máquina”.
coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de
b) “Sabendo que ela aguentaria sem reclamar, como sempre, a ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo
pobrezinha”. o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu
c) “Outra coisa: ele é mais inteligente que você”. tempo e te chatear.
d) “Sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer Fernando Sabino.
que sabe”.
Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mário de Andrade, o
e) “Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente emprego de linguagem informal é bem evidente em:
quanto quem a usa não vale com ele”.
a) “se bem que haja”.
b) “que acabei de ler agora”.
Resolução: A
c) “Vem-me uma vontade”.
A falta de uma vírgula imediatamente após o vocábulo “jornal”,
d) “tudo o que ela me fez sentir”.
e também a regência do verbo chegar, pois que chega; chega A
algum lugar no contexto. e) “tomar seu tempo e te chatear”.

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02. Você pode dar um rolê de bike, lapidar o estilo a bordo de um II. ( ) De acordo com o texto, em uma análise científica de
skate, curtir o sol tropical, levar sua gata para surfar. construções linguísticas, deve ser considerada a adequação à
Considerando-se a variedade linguística que se pretendeu reproduzir situação em que tais construções foram empregadas.
nesta frase, é correto afirmar que a expressão proveniente de III. ( ) Infere-se do texto que seu autor é linguista e, como tal,
variedade diversa é: defende que os gramáticos, em vez de formularem regras,
a) “dar um rolê de bike”. assumam atitude científica, ou seja, descrevam e expliquem todas
as construções linguísticas, visto que, segundo o autor, todas são
b) “lapidar o estilo”. legítimas, como sintetiza no último período do texto.
c) “a bordo de um skate”. IV. ( ) No período compreendido entre as linhas 11 e 13, está implícita,
d) “curtir o sol tropical”. na comparação entre incorreções gramaticais e “terremotos”
e) “levar sua gata para surfar”. (.13), a referência aos erros crassos de determinadas construções
linguísticas, visto que estes, tal como os terremotos, têm poder
03. Texto I de destruição.
PRONOMINAIS V. ( ) Preservando-se o sentido original e a correção gramatical do
Dê-me um cigarro texto, o trecho “e um cientista não tem remédio senão reconhecer
Diz a gramática os fatos” (.13-14) poderia ser assim reescrito: um cientista, se
Do professor e do aluno não aceitar os fatos tal como são, não conseguiria explicá-los.
E do mulato sabido VI. ( ) Como a palavra preferência pertence ao mesmo campo
Mas o bom negro e o bom branco semântico de comparação, o trecho “prefere (...) etc.”(.2)
da Nação Brasileira poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: prefere a
Dizem todos os dias pronúncia de alguma região do que outra etc.
Deixa disso camarada a) I e II. b) III. c) II, III e IV. d) IV. e) V.
Me dá um cigarro
ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988 05.
Texto II
“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação
familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja
reproduzir a fala dos personagens (...).”
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa.
São Paulo: Nacional, 1980.

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-


se afirmar que ambos:
a) condenam essa regra gramatical.
b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
c) criticam a presença de regras na gramática.
d) afirmam que não há regras para uso de pronomes.
e) relativizam essa regra gramatical.

04. É verdade que quase todo mundo tem suas preferências, detesta
algumas construções, prefere a pronúncia de alguma região etc.
A fala do primeiro personagem mostra o emprego de uma variação
Mas o linguista precisa manter uma atitude científica, com atenção
popular da língua portuguesa falada, o que é demonstrado :
constante às realidades da língua e total respeito por elas. Se ele
verifica que as pessoas dizem frases como “Se você ver ela, fala com ela a) pela utilização de vocábulos raros como “baita”
pra me telefonar”, precisa reconhecer essa construção como legítima b) pelo emprego do vocativo “cara”
na língua. Por outro lado, em um texto escrito, ele provavelmente c) pela falta de pontuação
encontraria outra frase, que igualmente precisa ser reconhecida. As
duas coexistem, cada qual no seu contexto. O linguista, cientista da d) pela omissão de palavras com em “das duas uma”
linguagem, observa a língua como ela é, não como algumas pessoas
acham que ela deveria ser. Condenar uma construção ou uma palavra 06. A frase “Não adianta falar mil vezes” mostra
ocorrente como incorreta é mais ou menos como decretar que é a) a tendência ao exagero como efeito expressivo.
“errado” que aconteçam terremotos. Eles acontecem, e um cientista b) o aborrecimento com ações erradas, mas repetidas.
não tem remédio senão reconhecer os fatos. O objetivo dos linguistas
é descrever e explicar, e não, prescrever formas certas e proibir formas c) o destaque do motivo do erro citado.
erradas. Para nós, “certo” é aquilo que ocorre na língua. d) a utilização de gíria para melhor efeito da mensagem.
Mário A. Perini. Gramática do português brasileiro. e) a ênfase numa ação útil, mas ineficiente.
São Paulo: Parábola Editorial, 2010, p.20-1 (com adaptações)

Julgue os itens subsequentes, relativos ao texto acima e marque o(s) 07.


correto(s). DEIXAR RECIPIENTES COM ÁGUA NO CHÃO
I. ( ) No trecho “que igualmente precisa ser reconhecida” (.8), Nunca deixe as garrafas e galões usados para armazenar água no
o emprego do advérbio “igualmente” possibilita a elipse do chão, local por onde passa insetos e naturalmente é mais sujo do que
segmento “como legítima na língua” (.6-7) após a locução outras partes da casa. Prefira deixar os recipientes em locais mais altos,
verbal “ser reconhecida”. como bancadas ou em cima da mesa, do que em locais próximos ao
chão, para evitar possível contaminação da água.

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Nesse segmento há alguns problemas no emprego culto da língua. Com base na visão de Bagno sobre a norma-padrão, é correto afirmar
Na frase “Deixar recipientes com água no chão” há um problema de que:
a) mau emprego de forma verbal. a) O papel da escola é ensinar norma-padrão. É preciso criar
b) falta de concordância adequada. condições para que o português padrão seja aprendido.
c) existência possível de ambiguidade. b) O ensino de norma-padrão deve vir articulado com práticas de
análise de textos, de maneira que o aluno possa ter domínio pleno
d) seleção de vocábulo inadequado. da escrita e da leitura.
e) ausência de pontuação correta. c) Não se deve ensinar norma-padrão na escola. A educação em
língua materna não é sinônima de um ensino exclusivo de uma
08. única modalidade de emprego da língua, muito menos de uma
modalidade obsoleta e anti-intuitiva.
d) A norma-padrão deve ser ensinada nas escolas, levando-se em
consideração os usos regionais e locais. A variação existente hoje
no português do Brasil é fruto da dinâmica populacional e da
natureza do contato dos diversos grupos sociais, em diferentes
períodos da história. É essa diversidade que deve ser valorizada.

02. Segundo Fiorin (2008, p.163-164), há, num texto, basicamente


três instâncias enunciativas. Assinale a alternativa que se refere às
instâncias citadas pelo autor.
a) O segundo nível da hierarquia enunciativa é constituído do ele e
do nós instalado no enunciado.
b) O terceiro nível da hierarquia enunciativa instala-se quando o
Na fala da ovelha, há alguns problemas de correção; o fato linguístico narrador dá voz a uma personagem em discurso indireto.
que se opõe à norma culta da língua, nesse caso, é a: c) O primeiro nível é o do ato produtor do enunciado. O enunciado
a) mistura de tratamentos; d) utilização de grafia errada; é assim definido como uma sequência enunciada desprovida de
b) conjugação errada de verbos; e) ambiguidade de construções. marcas de enunciação.

c) falha na concordância; d) A primeira é a do enunciador e do enunciatário. Esse primeiro


nível é o da enunciação considerada como o ato implícito de
produção do enunciado e logicamente pressuposto pela própria
09. Assinale a opção que indica a característica que marca a língua existência do dito.
escrita e não a língua falada.
a) O receptor está ausente, o que impede o progressivo refinamento 03. Coupé”, “dez mil-réis”, “cinco tostões”, “lacaio” constituem um
do enunciado diante de dificuldades. léxico que comprova a variação linguística entre:
b) O referente também envolve a situação, provocando ausência de a) regiões. c) níveis sociais. e) situações de fala.
alusões claras a esse referente.
b) gerações. d) fala e escrita.
c) As conexões entre as frases é menos explícita, com presença de
conectores como então, aí etc.
04. Leia o texto para responder a esta questão.
d) As repetições são frequentes, assim como as omissões, esqueci-
mentos, desvios etc.
e) Vocabulário mais reduzido.

10. Considerando o contexto, a expressão destacada no segmento:


“... a imprensa vem derramando nos ouvidos da sociedade uma
verdadeira enxurrada de denúncias (fundadas ou não)...” tem o
sentido corretamente expresso em
a) série de conflitos. d) abundância de acusações.
b) acusações indevidas. e) sequência de inconveniências.
c) revelações indesejadas.

EXERCÍCIOS DE

TREINAMENTO Na escrita de gêneros do discurso oficiais, o uso da língua portuguesa


em sua variedade padrão é obrigatório. Na charge, verifica-se:
a) a observância da norma padrão com o uso de “distraído” em vez
01. “O que se entende por norma-padrão, nos estudos mais recentes de “distraída” que deveria concordar com “Vossa Excelência”.
sobre variação linguística e ensino, é o modelo de língua descrito-
b) a ocorrência de desvio da norma padrão pela falta de vírgula
prescrito pela tradição gramatical, uma língua extremamente idealizada,
separando o vocativo.
construída com base nos usos de um grupo não muito amplo de
escritores e, mesmo assim, não de todos esses usos, mas só daqueles c) a observância da norma padrão com o uso do imperativo
que o próprio gramático considera exemplares ou recomendáveis.” “Desculpe” em vez de “Desculpa”.
(BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. d) a ocorrência de desvio da norma padrão pelo uso de “Vossa
São Paulo: Parábola, 2011 p 31) Excelência” em vez de “Sua Excelência”.

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05. Leia a historinha O limoeiro de Maurício de Sousa. mudar o cenário. Agora, uma denúncia de misoginia na internet,
Legenda: termo que significa ódio a mulheres, é investigada pela Polícia Federal,
que tem mais estrutura para apurar os casos.
CB – Chico Bento (falando com um limoeiro que ele plantou)
A nova lei já surtiu efeito. Na quinta-feira 10, a PF executou a
P – Pai do Chico Bento operação Bravata, expedindo oito mandados de prisão contra pessoas
M – Mãe do Chico Bento acusadas de propagar ódio na internet, principalmente contra
CB: – Vixi! Como você cresceu! Inté parece qui foi onte qui prantei mulheres. Um dos presos, Marcelo Valle Silveira Mello, detido em
esse limoero! Agora, já ta cheio di gaio! Quase da minha artura! Como Curitiba, já havia sido indiciado em 2009 por crime de racismo na
o tempo passa, né? Uns tempo atrais, ocê era deste tamanhico! Fiz internet — foi, inclusive, a primeira pessoa a responder por isso no
um buraquinho i ponhei ocê inda mudinha dentro! Protegi dos ventos, Brasil — mas liberado alegando insanidade. Voltou a ser condenado
do sor, das geada... i nunca dexei fartá água! Imagina si eu ia dexá ocê em 2012, durante a operação Intolerância, também da PF, e cumpriu
passá sede! Hoje você ta desse tamanhão! Quero vê o dia im qui ocê um ano de pena. Desta vez, foi detido por incitar a violência contra
tivé mais grande qui eu! Imagina só! Cum uns gaio cumprido cheio di diversos grupos sociais, inclusive com registro de disseminação de
limão i umas fia bem larga, pra dá sombra pra quem tivé dibaxo! Aí, conteúdo pedófilo, em um fórum anônimo na internet. Está em prisão
num vô percisá mais mi precupá c’ocê, né limoero? Pruque aí ocê vai preventiva. Para a professora Lola Aronovich, da Universidade Federal
tá bem forte! Vai sabê si protegê do vento do sor i da geada, sozinho! do Ceará (UFC), é uma vitória. Lola acusa Mello de ameaçá-la de morte
I suas raiz vão tá tão cumprida qui ocê vai podê buscá água por sua e de ter criado, em 2015, um site em nome dela em que se vendiam
conta! Ocê vai sê dono doce mesmo! Sabe, limoero...Tava pensando... remédios abortivos e se dizia que ela havia realizado um aborto em
Acho que dispois, vai sê eu qui vô percisá docê! Isso é... Quando eu sala da aula. A legislação, inclusive, leva seu nome: Lei Lola. Blogueira
ficá mais véio! Craro! Cum uns limão tão bão qui ocê tem... i a sombra feminista que publica denúncias de violência contra mulheres em seu
qui ocê dá, pode mi protegê inté dos pongo di chuva! Ocê vai fazê site desde 2011, começou a ser perseguida em 2012 e, desde então,
isso, limoeiro? Cuidá de mim também? Num importa! O importante é fez 11 boletins de ocorrência.
qui eu prantei ocê! I é ansim qui eu gosto! Do jeito qui ocê é. Conseguir fazer uma denúncia, portanto, é difícil, seja porque
P (para M): – Muié... tem reparado como nosso fio cresceu? as autoridades ainda não estão preparadas ou porque há muita
Fonte: Chico Bento, nº 354. descrença em relação a esse tipo de crime, o virtual. Em relatório
enviado à Organização das Nações Unidas (ONU) sobre violências
Considerando a variação linguística utilizada, assinale a opção que de gênero na internet brasileira, as organizações Coding Rights e
apresenta uma visão preconceituosa a respeito do texto. InternetLab mostraram que a falta de credibilidade dada às vítimas
é um dos motivos que levam ao aumento de casos. “A banalização
a) A criação do personagem Chico Bento permite que as crianças
de manifestações de violência online sob a crença de que elas
com antecedentes urbanos se familiarizem com a cultura rural.
começam e terminam no meio digital é a primeira forma de diminuir
b) O Conselho Nacional de Cultura deveria proibir a publicação da a gravidade desse problema”, aponta o documento. “As mulheres
revista, pois o modo de falar do Chico pode influenciar a fala das são subestimadas em suas denúncias e, quando há respostas da
crianças brasileiras. Justiça, não são eficientes”, afirma Juliana Cunha, diretora de projetos
c) Em sala de aula, Chico Bento pode se transformar em um símbolo especiais da ONG Safernet. Na semana passada surgiu uma iniciativa
do multiculturalismo que ali deve ser cultivado. para auxiliar as vítimas: o Facebook e a ONG brasileira Think Olga
d) As historinhas do Chico Bento funcionam como um recurso para lançaram a plataforma Conexões que Salvam, com orientações sobre
despertar nos alunos a consciência da diversidade sociolinguística. o que fazer em situações de perseguição e ameaças virtuais.

06. Na construção do texto foram utilizados alguns neologismos. Um


PERSEGUIÇÃO ONLINE claro exemplo desse efeito linguístico é dado pela palavra:
Maiores alvos de assédio e violência na internet, mulheres ganham a) Lei. c) Blogueira.
amparo com nova lei que atribui investigações à Polícia Federal. b) Brasil. d) InternetLab.
Em dois anos, número de casos cresceu 26.000%
Faz um ano que a dona de casa Alessandra Cristiane de Castro 07.
Fuzinaka, 44 anos, abre sua conta do Facebook com medo. Desde UMA CARTA E O NATAL
que checou suas mensagens e viu que um desconhecido havia lhe Este será o primeiro Natal que enfrentaremos, pródigos e lúcidos.
escrito, elogiando a roupa que ela usava no caminho para a academia, Até o ano passado conseguimos manter o mistério — e eu amava o
passou a se sentir ameaçada. “Não tem coisa melhor do que acordar brilho de teus olhos quando, manhã ainda, vinhas cambaleando de
e dar de cara com você”, ele disse certa vez, entre outras coisas que sono em busca da árvore que durante a noite brotara embrulhos e
mostravam que ele a perseguia. “Ficou amedrontador, cheguei ao coisas. Havia um rito complicado e que começava na véspera, quando
ponto de não sair mais sozinha de casa”, afirma Alessandra. Foi à eu te mostrava a estrela de onde Papai Noel viria, com seu trenó e suas
delegacia, onde minimizaram sua situação e sugeriram que procurasse renas, abarrotado de brinquedos e presentes.
a Defensoria Pública. Foi a uma Delegacia da Mulher, mas estavam sem
Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e profundamente.
sistema. A epopeia enfrentada por mulheres que, como Alessandra,
Tua irmã, embora menor, creio que ela me embromava: na realidade,
são assediadas pela internet, é resultado da dificuldade de acesso à
ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos
Justiça para se investigar autores dos assédios virtuais e puni-los. Com
força para manter em nós mesmos. Ela não fazia força para isso, e
isso, a prática deixa de ser coibida, e é natural que o número de casos
desde que a árvore amanhecesse florida de pacotes e coisas, tudo
cresça vertiginosamente.
dava na mesma. Contigo era diferente. Tu realmente acreditavas em
Segundo levantamento do Instituto Avon, situações de assédio mim e em Papai Noel.
online aumentaram 26.000% entre 2015 e 2017. E esse é apenas
Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e
um dos tipos de problema enfrentados. O espectro da violência
eu nem posso repelir a infâmia e o falso testemunho. De qualquer
abrange agressões verbais, ameaças diretas, exposição de dados
forma, pediste um acordeão e uma caneta — e fomos juntos, de mãos
e fotos e disseminação de discursos de ódio — que podem incluir,
dadas, escolher o acordeão.
além das ofensas de gênero, racismo e homofobia. De acordo
com a Organização das Nações Unidas (ONU), 95% de todos os O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai
comportamentos agressivos e difamadores em ambientes virtuais têm saber o preço, o prazo da garantia, o fabricante. Não será o mágico
mulheres como alvo. Uma nova legislação promulgada em abril pode brinquedo de outros Natais.

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Quanto à caneta, também a compramos juntos. Escolheste a cor bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos
e o modelo, e abasteceste de tinta, para “já estar pronta” no dia de que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades
Natal. Sim, a caneta estava pronta. Arrumamos juntos os presentes não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns
em volta da árvore. Foste dormir, eu quedei sozinho e desesperado. aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência?
E apanhei a caneta. Escrevi isto. Não sei, ainda, se deixarei esta A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais
carta junto com os demais brinquedos. Porque nisso tudo o mais para a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir
roubado fui eu. Meu Natal acabou e é triste a gente não poder mais conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços e mediações
dar água a um velhinho cansado das chaminés e tetos do mundo. que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis ao
Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 31/12/2017.
aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma
reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo
Entre os segmentos a seguir, assinale aquele que mostra um vocábulo predeterminado não será, inevitavelmente, superficial? O pensamento
que exemplifica o uso coloquial de linguagem. que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco?
(Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96)
a) “Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e
profundamente.” Sobre a constituição do texto, é CORRETO afirmar que
b) “Tua irmã, embora menor, creio que ela me embromava: na a) em alguns trechos, há interlocução entre locutor e leitor.
realidade, ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que
nós fazíamos força para manter em nós mesmos.” b) nele predomina a linguagem oral.
c) “Ela não fazia força para isso, e desde que a árvore amanhecesse c) o 1º parágrafo apresenta a ideia que será desenvolvida ao longo
florida de pacotes e coisas, tudo dava na mesma.” do texto.
d) “Contigo era diferente.” d) o uso da 3ª pessoa do singular é predominante.
e) “Tu realmente acreditavas em mim e em Papai Noel.”
10. A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do
repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma
08. A explicação dada pelo menino para o uso de meias vermelhas forma do falar popular regional é
traz uma marca de emprego coloquial da língua em:
a) “Isso é um desaforo”
a) “No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou
ao circo”; b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
b) “Colocou em mim essas meias vermelhas”; c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
c) “Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo ia rir de d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
mim, por causa das meias vermelhas” e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
d) “Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar
as meias vermelhas”;
e) “Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e EXERCÍCIOS DE

COMBATE
quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho
era dela.”

09.
RAPIDINHO
01.
Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida
moderna, especialmente da crescente velocidade com que fazemos
as coisas acontecerem. Mudanças que antigamente levavam séculos
para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às
vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em
poucos dias. Nas sociedades tradicionais, as normas de conduta, as
leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma
extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro,
mas sempre muito devagar. [...]
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram
substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo
sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maravilhas da
eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar
as possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos.
Para que perder tempo? Se podemos fazer depressa o que os nossos
antepassados só conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos
de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático
da modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no
século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money. [...]
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros
do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez
(Caco Galhardo. Folha de S.Paulo, 04.08.2017)
mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho,
somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e —
Na tira, a presença do termo “Vossa Mercê” na fala do Vovô revela
habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada
fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. [...] a) variedade de língua arcaica, para deixar claro à interlocutora a
importância da diferença de idade.
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em
que somos mais ou menos obrigados a viver, não estaremos, de b) respeito excessivo dele ao dirigir-se à interlocutora, para contestar
qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mesmo se formos a ideia de que é antiquado.

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

c) diferença de usos linguísticos entre as gerações, corroborando a a) “futebor” é uma variedade devidamente usada na língua padrão.
avaliação da interlocutora sobre ele. b) “cumpadi” é uma variedade inadequada ao contexto do
d) intolerância da interlocutora com ele, cuja linguagem se mostra enunciado.
tão informal quanto a dela. c) “firme” é uma variedade com sentido diverso na língua oral e
e) opção por uma linguagem mais à vontade para agradar a escrita.
interlocutora, que mostra ter princípios. d) “firme” é uma variedade linguística empregada como jargão.
e) “futebor” é uma variedade que impede a comunicação dos falantes.
02. O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias
acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído
compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras 05. A construção, empregada por Mário de Andrade, que mais se
na venda; ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; ouviam-se desvia da norma culta do português escrito, para expressar tendência
gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela da língua coloquial falada, é:
fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que a) Se dava então um progresso cultural verdadeiramente fatal.
mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer b) É mesmo isso que o torna simpático...
animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
c) [...] o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas.
Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como
d) Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de
formigas; fazendo compras.
seus poemas.
Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura,
e) Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileiramente por
que se dispunha a começar a limpeza da casa.
essa poesia analfabeta.
– Nhá Dunga! gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa;
se você tem cuscuz de milho hoje, bata na porta, ouviu? 06.
Aluísio Azevedo, O cortiço. BOIADEIRO
* ensarilhar-se: emaranhar-se.
** rezinga: resmungo. De manhãzinha, quando eu sigo pela estrada
Minha boiada pra invernada eu vou levar:
Constitui marca do registro informal da língua o trecho São dez cabeças: é muito pouco, é quase nada
a) “mas um só ruído compacto” (. 2-3). Mas não tem outras mais bonitas no lugar
b) “ouviam-se gargalhadas” (. 4-5).
Vai boiadeiro, que o dia já vem,
c) “o prazer animal de existir” (. 8). Leva o teu gado e vai pensando no teu bem.
d) “gritou ela para baixo” (. 14). De tardezinha, quando eu venho pela estrada,
A fiarada tá todinha a me esperar;
e) “bata na porta” (. 15).
São dez fiinho, é muito pouco, é quase nada,
Mas não tem outros mais bonitos no lugar.
03. O texto motivou a construção das frases abaixo, que devem ser
consideradas independentes dele. A formulação que atende à clareza Vai boiadeiro, que a tarde já vem
e à norma-padrão escrita é: Leva o teu gado e vai pensando no teu bem.
a) Ainda que indispensável, como a vida contemporânea comprova E quando eu chego na cancela da morada,
à exaustão, os relógios acabam sendo símbolo de opressão e Minha Rosinha vem correndo me abraçar.
correria no mundo atual. É pequenina, é miudinha, é quase nada
b) A peça (um relógio de quartzo), à qual se fez menção na aula, foi Mas não tem outra mais bonita no lugar.
desmontada pelo tutor dos técnicos mais experientes, que queria
demonstrar com minúcias a montagem do artefato. Vai boiadeiro, que a noite já vem,
Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem!
c) Pelo que diz-se nos textos especializados, devem haver, mesmo,
(Armando Cavalcante e Klecius Caldas. Boiadeiro. In: Beth Cançado.
diferentes qualidades do tempo e das circunstâncias de seus
Aquarela brasileira, vol. I. Brasília: Editora Corte Ltda., 1994. p.59)
respectivos relógios, em que todos devem dar atenção.
d) Se o fotógrafo vir até aqui e não encontrar o responsável pela Mas não tem outras mais bonitas no lugar.
vitrine de relógios raros, será excessão se não abandonar o projeto O emprego da forma verbal tem em vez de há no verso mencionado
e dar o contrato por encerrado, sem mesmo se despedir. se deve
e) Continui ou não a polêmica sobre a relevância da adoção do a) à necessidade de substituir um monossílabo tônico por um átono.
horário de verão no país, é certo: que não é implantado sem
prejuízo do nosso “relógio biológico”. b) à exigência métrica de uma sílaba a mais.
c) à intenção de reforçar o sentido de “existir» nos versos.
04. d) à obediência ao disposto pela norma-padrão.
e) ao objetivo dos compositores de representar a fala regional, popular.

07.

Disponível em: http://100melhoresfilmes.blogspot.com.br/. Acesso em: 02 dez. 2013

Ao analisar o contexto e os termos do diálogo entre os personagens


da tirinha, entende-se que a palavra

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

A análise do cartum permite afirmar:


A partir do que o garoto diz, pode-se entender que há um choque linguístico entre o que é ensinado pela escola como norma padrão e a norma
popular falada pelos alunos.
( ) Certo ( ) Errado

08. Marque C, se a proposição é certo; E, se a proposição é errado.


Cada comunidade desenvolve uma norma linguística comum a todos os falantes e, por isso, compreendida por todos.
Em assim sendo, os falantes da Bahia somente conseguem entender o que é produzido linguisticamente pelos falantes de sua comunidade.
( ) Certo ( ) Errado

09.

Marque C, se a proposição é certo; E, se a proposição é errado.


A variação que se encontra nesse cartum é do tipo diamésica.
( ) Certo ( ) Errado

10. EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO


01. C 04. B 07. B 10. C
02. D 05. B 08. C
03. B 06. C 09. B
EXERCÍCIOS DE COMBATE
01. C 04. C 07. CERTO 10. ERRADO
02. E 05. A 08. ERRADO
03. B 06. E 09. CERTO

ANOTAÇÕES

A ideia presente nesse cartum não procede, visto que, se todos os


brasileiros conseguem se entender em todo o país, não se pode
defender que exista uma forma de falar exclusiva de determinado lugar.
( ) Certo ( ) Errado

RESOLUÇÃO EM VÍDEO
Abra o ProApp, leia o QR Code, assista à resolução
de cada exercício e AVANCE NOS ESTUDOS!

GABARITO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. E 04. B 07. C 10. D
02. B 05. B 08. A
03. E 06. A 09. A

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