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Universidade Púngué
Extensão de Tete
2022
Maciel Isaquiel Américo Nipadaue
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2022
I
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA........................................................................................................V
DEDICATÓRIA.............................................................................................................................VI
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................VII
Lista de Figuras..............................................................................................................................IX
Lista de Gráficos..............................................................................................................................X
Lista de Abreviaturas.....................................................................................................................XI
Resumo.........................................................................................................................................XII
CAPITULO 1: INTRODUÇÃO.....................................................................................................13
1.3. Justificativa............................................................................................................................14
1.4. Problematização.....................................................................................................................15
1.6. Objectivos................................................................................................................................19
1.6.2.Objectivos específicos:..........................................................................................................19
2. Matadouro...................................................................................................................................20
a) Matadouros clandestinos:...........................................................................................................20
2.3.1 Transporte..............................................................................................................................23
II
2.3.5. Insensibilização....................................................................................................................24
2.3.6. Sangria..................................................................................................................................24
2.3.7. Esfola....................................................................................................................................24
2.3.8. Evisceração...........................................................................................................................25
2.3.9. Lavagem...............................................................................................................................25
2.4. Resfriamento............................................................................................................................26
2.4.1. Embalagem...........................................................................................................................26
2.4.4. Distribuição..........................................................................................................................26
2.8. Zoonoses..............................................................................................................................31
2.8.3. Cisticercose......................................................................................................................32
3. METODOLOGIAS....................................................................................................................33
3.1. Métodos...................................................................................................................................33
3.2.Tipos de pesquisa.....................................................................................................................33
2.4.1.Pesquisa qualitativa...............................................................................................................34
3.6.1 Entrevista...............................................................................................................................35
........................................................................................................................................................38
5.1. Conclusões...............................................................................................................................61
5.2. Sugestões.................................................................................................................................61
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................62
APÊNDICES..................................................................................................................................66
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Maciel Isaquiel Américo Nipadaue declaro que esta Monografia serve como
instrumento de avaliação parcial e aquisição do grau de licenciatura, que é o resultado de uma
pesquisa pessoal e da orientação da supervisora. O seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente citadas no texto, nas notas e estão patentes na bibliografia
final.
Declaro ainda que esta Monografia não foi apresentada em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
_____________________________________
DEDICATÓRIA
Eu dedico esta Monografia aos meus amigos que me apoiaram e continuam a me apoiar nos
momentos bons e maus, considerando que eles acreditam em mim dando força para encarar o
curso de ensino de biologia com habilitações em ensino de Química, no decorrer da minha
vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade,
da perseverança e de procurar sempre em DEUS a força maior para o meu desenvolvimento
como ser humano.
Dedico Também a minha família que me proporcionaram a apoio moral e financeiro durante
esta longa caminhada. Em especial aos meus pais Isaquiel Américo Nipadaue e Joaquina
Xavier Odílo
VII
AGRADECIMENTOS
Tabela 2: Referente a questão: Quais são os factores que contribuem para o aparecimento de
doenças nos Matadouros clandestinos………………………………………………………..55
Lista de Figuras
Figura 5: Inspecção…………………………………………………………………………...41
Lista de Gráficos
Gráfico 2: Referente a questão: para onde é que o sr/a leva o animal (Caprino e Bovino) para
o abate……………………………………………………………………………………...…53
Gráfico 3: Referente a questão: Que motivos leva ou levou o sr/a a levar o seu animal
(Caprinos ou Bovino) o abate no matadouro clandestino………………………………….…54
XI
Lista de Abreviaturas
Resumo
CAPITULO 1: INTRODUÇÃO
Objectivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as
idades.
Objectivo 3.3: Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças
tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras
doenças transmissíveis
A pesquisa foi realizada na, Unidade Canongola, localizada no bairro Samora Machel na
cidade de Tete e Província do mesmo nome.
1.3. Justificativa
a) Por ser um estudante do curso de ensino de Biologia que se preocupa os seres vivos e sua
relação com o meio ambiente, especificando a Saúde Pública.
impactos na saúde pública e por saber que contudo isso há uma oportunidade de conhecer
os matadouros licenciados com condições apropriadas de higiene e ajudando a assim a
mitigar a problemática dos matadouros clandestino na Unidade Canongola no Bairro
Samora Machel, uma vez que há residentes que levam os animais para serem abatidos em
matadouros clandestinos e não em matadouros licenciados.
c) Por ser residente do Bairro Samora Machel-Unidade Canongola e vivenciar os fenómenos
directamente a necessidade de resposta sobre esta problemática do uso de matadouro
clandestino, sendo uma problemática que necessita de uma reflexão no que tange a uma
solução que beneficie, aos os munícipes da cidade de Tete, em particular os da unidade
Canongola.
d) Por me preocupar com o consumidor final que acaba sendo o mais prejudicado, um vez que
os alimentos de origem animal são vectores de contaminação durante todas as fases da
produção. Na maioria das vezes sem saber os riscos que estão correndo ao consumir esse
alimento abatido em péssimas condições de higiene sem nenhuma segurança, expondo a
diferentes tipos de microrganismos como vírus e bactérias que podem levar malefícios a
saúde até mesmo a morte.
1.4. Problematização
O problema está directamente associada à deterioração das condições sociais nas quais se
produzem e propagam novas epidemias e doenças da pobreza Embora não seja exclusivamente
a classe menos favorecida a única atingida nesse processo, é ela que reúne as condições mais
vulneráveis a um ambiente degradado caracterizado pela falta de saneamento básico e
ineficiência de sistemas preventivos de saúde e de segurança alimentar, contribuindo
sobremaneira para a degradação social trazendo de forma mais intensa o agravamento das
condições de vida. (DÖBEREINER et al, 2004)
Segundo Oliveira (2000) citado por André e Lucas afirma ainda que a actividade de abate dos
animais de pequeno, médio e grande porte, quando operacionalizada em desacordo com as
legislações ambiental e sanitária em vigor, pode gerar potencial comprometimento da
qualidade do solo e dos recursos hídricos, devido ao descarte inadequado dos resíduos gerados
e ausência de tratamento das águas residuárias; Além disso, as carnes podem actuar como meio
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O tema sobre matadouros clandestinos já vem sendo estudado em outras partes do mundo. Um
dos estudos foi desenvolvido por SILVEIRA, (2013) com o tema Abate Clandestino: Um
Risco para Saúde Pública. E também por SILVA e ALMEIDA, (2006) com o tema Abate
clandestino de bovinos: Uma reflexão sobre os riscos a saúde pública.
A cidade de Tete não é excepção face a essa problemática do uso de matadouros
clandestinos em actividades de abate de caprinos, e ainda sabe-se a que a província de Tete
possui muito gado caprino e bovino provenientes das zonas rurais e urbana, por isso mesmo, é
evidente que haja tais actividades em matadouros clandestinos.
Na cidade de Tete tem matadouro licenciado, para abates de animais (caprinos e bovinos) em
condições de higiene e segurança, aberta para atendimento ao público das 7 as 17 h. Mas os
abates na cidade de Tete não são feitos apenas no matadouro Licenciado. Pois existem
indivíduos que realizam actividades de abate de animais (caprinos e bovinos) em matadouros
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Daí que o tema irá contribuir para minimizar os impactos que as actividades de abate
de caprinos e bovinos em matadouros clandestinos para o bem-estar dos munícipes da cidade
Tete, em particular os do Bairro Samora Machel, Unidade Canongola que levam animais para
o abate em matadouros clandestinos.
Com este problema, esta pesquisa irá identificar e avaliar os riscos à saúde pública em
decorrência da implantação e operação de matadouros clandestinos na unidade Canongola,
Bairro Samora Machel, Para o alcance desse objectivo, além de analisar as condições físicas,
sanitárias e tecnológicas sendo estas condições mínimas para a preservação da saúde pública,
1.6. Objectivos
1.6.2.Objectivos específicos:
2. Matadouro
A evolução dos antigos matadouros a céu aberto, mal cheirosos e cheios de predadores, para
instalações industriais modernas começou com a descoberta dos processos de refrigeração com
amoníaco. A possibilidade de armazenar e transportar grandes quantidades de carne possibilitou
retirar o abate da proximidade das cidades e levá-los próximos aos locais de produção. A
evolução da biologia, com o estudo dos microorganismos causadores de doenças, levou a uma
constante procura por mais higiene e limpeza (ALVES, 2001).
Indústria da carne dos EUA no século passado, no início do século de 1900, possuía
condições extremamente insalubres, sem regulamentação e potencialmente perigosa para o
trabalhador. Crianças eram contratadas e forcadas a trabalhar por longas horas e por meio
míseros salários. Lavar as mãos ou usar toca na cabeça era assunto desconhecido, e
frequentemente a carne se contaminava com suar, cabelos e outras sujidades humanas. Os
equipamentos também causavam muitos acidentes de trabalho, por vezes negligenciados pelas
empresas. A regulamentação do sector começou em 1906 depois que o presidente norte
americano Theodore Roosevelt leu um livro chamado "Thejungle" , sobre a situação da classe
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Existem vários tipos de matadouros, sendo que o mais combatido e perigoso é o matadouro
clandestino. Há o matadouro de frango, o matadouro de bovino de pequeno e médio porte, e
alguns matadouros que não especificam um só tipo de abate, podendo
abater coelhos, porcos, cabritos, carneiros e aves em geral, normalmente de grande porte. Existe
também o matadouro ritual ou litúrgico, um caso à parte, considerado como uma profissão onde
um sacerdote de uma religião é o responsável pelo abate dos animais (BRAGGION et al,2004 ).
Refere-se ao tipo de matadouro com licença de abates de animais, para o consumo público e com
devida fiscalização, e com condições de funcionamento adequado para abates, que podem ser:
Matadouro de aves (frangos de corte) é uma empresa de grande porte, voltada para grande
produção e abate de aves para exportação.
Fonte: http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf).
Abatedouro clandestino é o abatedouro que está totalmente fora da lei, localizado normalmente
em sítios afastados, sem nenhuma condição de higiene, escondidos em clareiras de mata, onde se
faz o abate de animais sem nenhuma técnica padronizada. É perigoso pela falta de higiene do
local e do produto do abate, que é vendido em feiras livres por comerciantes sem escrúpulos. Só
são localizados pela polícia e fiscais da vigilância sanitária através de denúncias de vizinhos
próximos. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Abatedouro#cite_note-9
Nos matadouros clandestinos o sangue que escorre do animal fica por ali mesmo sendo
pisoteado, ou conduzido através de valas abertas no próprio solo para lagoas ou rios, concorrendo
para uma intensa contaminação da água que outras pessoas à frente irão utilizar para se banharem
ou para uso doméstico, inclusive para o preparo de alimentos. Moscas e outros insectos povoam
este local, outros animais dividem os restos de carne e deixam a sua colaboração para o processo
já acentuado de contaminação da carcaça (bovino ou caprino abatido, sangrado, esfolado,
eviscerado, desprovido de cabeça, patas, rabada, glândula mamária (na fêmea), verga, excepto
suas raízes, e testículos (no macho).
As partes não aproveitadas das carcaças são jogadas nos terrenos ao redor para deleite das aves
de rapina, ao fim do qual o odor de carne deteriorada é insuportável, atraindo outros visitantes
famintos ou servindo de meio de contaminação ambiental e de transmissão de doenças para
outros animais semelhantes. Estas mesmas condições se repetem para outros animais como
suínos, caprinos, aves e até equinos, cuja carne certamente será comercializada como se fosse
bovina ou utilizada para preparo da tão apreciada carne seca ou de sol (TIGRE et al, 2012).
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2.3.1 Transporte
Os bovinos são transportados em caminhões de carroçaria adaptada, podendo ser de madeiras
como de liga metálica. A capacidade do caminhão pode variar havendo caminhões que
transportam de cinco até vinte e dois animais. Está etapa é de extrema importância para o produto
final, pois é geralmente no transporte que há estresse e lesões na carne devido a más condições
das rodovias, falta de espaço, calor entre outros factores que podem afectar a qualidade da carne
(SARCINELLI; VENTURE; SILVA 2007, apud http://www.facilcam.br/anais/ix_ eepa/data
/uploads/11-03.pdf).
Segundo RABELO (2000), logo após o transporte é os animais são deixados em currais, por
meio de rampas adequadas, que tenham a mesma altura do caminhão. Nesta etapa do processo é
analisadas vacinas, sanidade do animal, separado animais doentes dos sadios, observado as
condições dos currais e dos animais, para ai sim serem separados em lotes e seguir para descanso
e para uma dieta hídrica.
Logo após o descanso os animais são dirigidos por uma rampas ao boxe de atordoamento, onde é
feito o banho de aspersão. Ao final da rampa ela se afunila, para que passe um animal de cada
vez. Para lavagem pode se utilizar chuveiros de cima para baixo, de baixo para cima e nas
laterais para que haja uma melhor limpeza do animal. Essa limpeza causa uma espécie de esfola
higiénica e em regiões como cascos, ânus devem ser feitas com mangueiras nos currais. Os
animais devem ficar pouco tempo para que seque de maneira correta. Essa limpeza tem como
finalidade, limpara a pele do animal e reduzir poeira, diminuindo a sujeira na sala de abate
(SILVA, 2011).
2.3.5. Insensibilização
Depois da lavagem é realizada a insensibilização que tem como objectivo deixar o animal
inconsciente até o fim da sangria. Esse processo tem como objectivo manter o animal
inconsciente para que ele seja abatido sem causar angústia e dor, de acordo com as leis de abate
humanitário. Existem várias maneiras de se realizar o atordoamento, como: marreta, martelo
pneumático não perfurante, arma de fogo, pistola pneumática de penetração. O abate também
pode ser realizado pelo método Kasher e pela insensibilização por electronarcose
(SARCINELLI; VENTURIN; SILVA, 2007apud
http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf).
2.3.6. Sangria
Depois de atordoar o animal é realizada a sangria, onde é feito um corte com facas, devidamente
esterilizadas para que não haja contaminação da carcaça, atingindo os grandes vasos sanguíneos.
O sangue do animal vai escorrendo por uma espécie de calha e direccionado para
armazenamentos em tanques, onde é vendida para industrias que fazem a separação da fibrina,
albumina e plasma. O processo ocorre de maneira rápida, durando entorno de 5 minutos retirando
aproximadamente 60%, pois se retirado uma quantia maior pode haver a putrefacção da carne.
Nesta etapa também é feito o corte dos chifres que são transformados em farinhas ou mesmo
vendidos inteiros (SILVA, 2012, apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-
agroindustria/11-03.pdf).
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2.3.7. Esfola
2.3.8. Evisceração
Saindo da esfola a carcaça parte para a evisceração, onde é feito uma abertura no abdómen do
bovino para a retirada de órgãos da cavidade pélvica, vísceras abdominais, menos os rins, das
vísceras torácicas, da traqueia e esófago, onde são conduzidas para inspecção através de mesa
rolante. Essa etapa deve ser realizada com extremo cuidado, pois é na etapa da evisceração onde
existe maior chance de contaminação da carcaça. O corte mal realizado pode ocasionar lesões no
trato gastrointestinal e urinário. A carcaça segue para lavagem, enquanto as vísceras e órgãos vão
para triparia (SILVA e BATALHA, 2000).
2.3.9. Lavagem
Das carcaças As carcaças são divididas em duas por uma serra eléctrica, logo após evisceração é
retirado os rins, o rabo, gorduras e a medula, onde são lavadas com jatos de água com
aproximadamente 39°C com pressão de no mínimo 4 atm para eliminação de coágulos e pêlos
( MAPA et al, 2007). Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a limpeza
da carcaça com água quente tem como objectivo a redução da contagem microbiana. A
contaminação bacteriana inicial e o armazenamento são factores importantes que determinam a
durabilidade da carne, ou seja, quanto melhor fosse o cuidado no começo do processo quanto a
contaminação, mais tempo de prateleira a carne terá ( MAPA et al, 2007).
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2.4. Resfriamento
As carcaças divididas são encaminhadas para resfriamento para conservação, para reduzir
temperatura interna das carcaças para menos 7°C, elas são dispostas em câmaras frias com
temperaturas variando entre 0 e 4°C. O tempo médio em que a carne bovina deve permanecer em
resfriamento deve ser de 36 horas (SILVA e BATALHA, 2000).
2.4.1. Embalagem
Para produtos de origem animal devem ser considerados: tipo de embalagem e o mercado param
qual ela será vendida. Alguns tipos de embalagem são em bandejas, a vácuo. Segundo Tesser
(2009 apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf),
Actualmente nos mercados existe um grande crescimento de carnes embaladas a vácuo, para
acondicionamento de carnes. O principal objectivo da embalagem a vácuo é isolar a carne do
oxigénio ambiente, pois esse oxigénio favorece o crescimento microbiano que são potenciais
deteriorantes e por consequência acabam por alterar as características da carne (TESSER, 2009
apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf).
2.4.4. Distribuição
De acordo com Oliveira et al (2013), apesar da maioria dos grandes frigoríficos estarem mais
atentos ao mercado interacional, com expectativa de ganhar mais, entretanto o mercado mais
rentável ainda para esses frigoríficos é o próprio mercado interno. Cerca de 90% de toda carne
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produzida destinada para o mercado interno, como consequência do grande consumo por carne
bovina e caprina.
Do produto final Na saída do produto para o consumidor é o último momento em que a empresa
pode analisar problemas com relação a qualidade do produto, pois se um produto de pouca
qualidade passa e chega as prateleiras, todo o cuidado que houve durante todo o processo de
produção e até mesmo no pré- abate foram inválidos. Outro factor que também deve ser levado
em consideração é o transporte do produto final. Há ainda a utilização de CD (Centro de
Distribuição) que facilita a entrega junto aos clientes de maneira veloz e competente, por estarem
centradas em lugares estratégicos de simples acesso. Aqui se podem citar os controlos adoptados
pelas empresas para avaliarem as condições do produto a ser expedido e do local que realizará tal
operação (SOBER, 2010 apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-
agroindustria/11-03.pdf).
Um alimento de qualidade começa com uma matéria-prima nas mesmas condições. Não existe
processo tecnológico por mais refinado e sofisticado, que possa tornar bom um produto a partir
de matéria-prima de má qualidade, entretanto por falha ou má condução do processo, uma
matéria-prima boa pode ensejar em um produto ruim. Assim, na carne ou em seus produtos
derivados, a matéria-prima é o animal vivo, sendo fundamental as suas condições de saúde,
principalmente com respeito às chamadas zoonoses que são as doenças transmitidas de diversas
formas entre seres humanos e animais (SILVEIRA et al, 2015).
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Neste circuito de produção clandestina de carnes, por norma estão envolvidas pessoas com
instalações em áreas geográficas rurais, ou na periferia urbana, cuja actividade sócio económica é
a agro-pecuária e/ou a comercialização a retalho de carnes e seus produtos (talhos), relacionados
com a própria actividade ilícita em si, com o furto de animais, com o estado de saúde dos animais
(animais doentes, de menor valor económico) e com o aumento da procura em certas épocas do
ano com vista á obtenção de maiores proveitos económicos (SILVEIRA et al, 2015).
Há que considerar as fases de criação e engorda e posterior abate e transformação ou
comercialização. Nestas etapas os parâmetros que têm que ver com os pré-requisitos,
designadamente, as instalações (construção e circuitos), a qualidade da água e do ar, a ração, a
cama dos animais, os programas de higienização e controlo de pragas, o controlo dos resíduos, a
medicamentação utilizada, e a própria temperatura e ventilação, são factores importantes que
devem ser controlados, pois deles dependem a saúde e bem-estar dos animais para produção de
géneros alimentícios para alimentação humana, e em consequência a qualidade e a segurança das
carnes produzidas (SERENO et al, 2012).
Os matadouros clandestinos (a maioria) não há condições apropriadas para dispor de muitos dos
restos que são descartados, como urina, fezes, entranhas, ossos, cabeças. Estes elementos atraem
insectos que transmitem doenças, poluem fontes de água, cães costumam levar ossos para locais
habitados e causam mau cheiro e poluição visual. Os descartes de sangue e tecidos carregam
29
traços de medicamentos próprios para cavalos, mas impróprios para humanos (Dodman, 2018
apud Santos e Padilha, 2015).
O consumo dos produtos de origem animal não inspeccionados alavanca a diversas doenças
veiculadas por alimentos, e afecta directamente o departamento de saúde, o que gera gastos ao
município. Deste modo, mesmo com medidas legais vigentes, ainda se faz necessário a formação
de normas e portarias para combater o abate ilegal (SILVEIRA et al., 2015). A produção da carne
denominada clandestina é feita por pecuaristas que não investiram em sanidade ou por
produtores que insistem em fazer abate fora dos padrões. Ela é caracterizada por um produto
com baixo valor, associado à qualidade inferior, onde o principal objectivo é a competição de
preços, atendendo assim consumidores de baixa renda, que não possuem exigências pela
qualidade do alimento. Este processo de produção tem várias falhas e na maioria das vezes
trata-se de uma irregularidade propriamente dita, crime (PASCOAL et al., 2011).
Por ser executado de forma improvisada, sem os devidos cuidados sanitários, o abate clandestino
pode resultar em contaminação de nascentes, rios, açudes e córregos, causando desequilíbrio
ambiental e disseminação de doenças, pois, por se tratar de água de fácil acesso acabam
sendo eliminados dejectos, vísceras e sangue nestas águas (COSTA et al., 2011). Essas
águas acabam sendo consumidas por animais e até pessoas que residem nas propriedades rurais,
que não possuem sistema de captação de água seguro, desencadeando assim uma fonte de
contaminação em massa (SILVEIRA et al., 2015).
conta que esta actividade de risco no abate de animais não é exercida por gente qualificada e
fica à cargo dos mais marginalizados na sociedade: jovens, homens, pobres e aculturados.
Curiosamente em nosso estudo, encontramos mulheres exercendo papéis nessa actividade. Os
factores de risco são a falta de higiene no local de abate, o descarte de peles no solo que
depois é consumida por cães, falta de inspecção, falta condições para o abate no que tange a
materiais adequados usados para o abate (BAPTISTA, 2008).
et al, 2012). As vísceras, assim como as carcaças, passam pela inspecção, um trabalho
minucioso que tem como objectivo evitar a liberação de carcaças de animais doentes. Esse
acompanhamento é feito por meio do médico veterinário, nomeado Auditor Fiscal, que
são do MAPA, e pode ter a contribuição dos auxiliares de Inspecção contratados pelos
frigoríficos (BAPTISTA, 2008). Muito se é discutido sobre a importância da inspecção
ante morte dos animais e pós morte das carcaças e vísceras. O Regulamento de Inspecção
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), reforça sua importância
indispensável para a saúde pública, visto que através dela será possível a detecção de
doenças como, encefalopatia espongiforme bovina, raiva, e várias outras doenças do
sistema nervoso. Após analisar as vísceras e carcaças será estabelecido o destino das
mesmas com segurança (DIAS e CASTRO, 2012). A inspecção conta com pilares básicos
e simples que não deixam de ser de importância, a observação de todas as carcaça e vísceras,
palpação das vísceras, órgãos ou carcaças, incisão tanto de órgãos quando de linfonodos,
olfacção, avaliação da carcaça completa, ou seja, suas vísceras, órgãos, cavidades e
linfonodos . Para que não haja dúvidas sobre as carcaças e seus anexos, é feita a identi-
ficação nos mesmos, cabeça, órgãos e carcaça (PORTUGAL, 2012).
Durante a inspecção pós morte é necessário avaliar novamente, deve-se observar o
escore da carcaça, a cabeça, todas as glândulas, todos os músculos da mastigação, língua,
linfonodos e as cavidades (BAPTISTA, 2008).
2.8. Zoonoses
As zoonoses são doenças compartilhadas por homens e animais, podendo ser causadas por
bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Sua transmissão pode se dar através das vias
directas ou indirectas. De acordo com estudos, existem mais de 200 tipos diferentes de
zoonoses, porém, devido as subnotificações e falta de investigações são pouco identificadas.
As zoonoses além de transmitidas por fômites, consumo e contacto, também podem ocorrer de
forma oportunista, com maior ocorrência em trabalhadores rurais, magarefes e médicos
veterinários (ACHA e SZYFRES, 2001).
Zoonose de importância mundial, causada por bactéria em forma de bacilo, não encapsulada,
denominada Mycobacterium bovis. Quando acomete os bovinos normalmente é
assintomática. Causa grande diminuição de produtividade, levando os animais a
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apresentarem caquexia e após abatido à condenação total da carcaça ou tratamento pelo calor,
visto que o bacilo não resiste a altas temperaturas (PINTO, 2003).
Podendo ser pelo contacto com secreções nasais de humanos e animais contaminados,
consumo de leite não fervido e carne má cozida, contacto com fezes e urina (através de
estercos comummente utilizados na adubação de hortas), secreções vaginais e sémenes
(SILVA et al., 2011).
2.8.3. Cisticercose
ténias, que são eliminados nas fezes dos seres humanos, poderá se desenvolver a
cisticercose.
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3. METODOLOGIAS
3.1. Métodos
3.2.Tipos de pesquisa
Segundo Gil (2007, p.43), uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra
descritiva, posto que a identificação de factores que determinam um fenómeno exige que este
esteja suficientemente descrito e detalhado. Que foi usada com objectivo obter conteúdos que
35
2.4.1.Pesquisa qualitativa
De acordo com (Lakatos e Markoni, 1990 ) pesquisa qualitativa é aquela que tem como fim
de registar, analisar fenómenos, buscar e identificar as causas assim como procurar melhores
soluções seja através da aplicação do método experimental, ou seja, através de interpretação
possibilitada pelos métodos qualitativos. Ou seja, a pesquisa qualitativa é aquela cujas
informações não são quantificadas, a interpretação de fenómenos recolhidos e atribuição de
significados é feita de forma qualitativa.
Que foi usada com objectivo de compreender e identificar os impactos que os matadouros
clandestinos trazem a saúde pública, nos habitantes daquela unidade administrativa, e para
propor possíveis soluções do problema da pesquisa.
Que foi usada com objectivo de buscar fontes e teorias que permitiu o autor conhecer o
que já se estudou sobre o tema da pesquisa e que sustentaram o tema da pesquisa, em
manuais, páginas da internet e revistas em Pdf.
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3.6.1 Entrevista
A entrevista é um dos instrumentos básicos para a recolha de dados. De acordo com Gil,
2002, a condução de uma entrevista é antecedida de uma preparação que contempla a
selecção dos tópicos, a elaboração de questões, a consideração do tipo de análise e a
preparação de um plano de entrevista.
Neste trabalho de pesquisa usou-se essa técnica para explorar o conhecimento de alguns
moradores da unidade Canongola e alguns praticantes dessa actividade, bem como o
inspector e o técnico de saúde pública no que tange aos impactos na saúde pública do uso de
matadouros clandestinos no Bairro Samora Machel, Unidade Canongola e o motivo pelo qual
alguns moradores levam os animais para o abate em matadouros clandestinos.
Com este tipo de entrevista mencionado, elaborou-se um guião de entrevista, que serviu de
instrumento de colecta de dados durante realização da pesquisa. Para se obter conclusão do
tema estudado.
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3.6.2 Observação directa – De acordo com LUDKE e ANDRÉ (2003, apud LAKATOS e
MARKONI, 1990), o conteúdo da observação deve compreender uma parte descritiva e outra
mais reflexiva. Essa técnica auxiliou o autor a averiguar as provas e na colecta de
informações relacionados ao problema da pesquisa.
Na maior parte da unidade Canongola do bairro Samora Machel possuem os tais matadouros
clandestinos, espalhados em locais diferentes onde são abatidas ruminantes como boi e
cabrito, frequentemente. Isso inclui até residências, sem contar com locais próximos a um
mercado, e outros locais escondidos no meio de alguma vegetação onde os praticantes dessa
actividade se destacam mais a fim de arrecadar mais fundos económicos, no que tange ao
abate de animais. Estes praticantes não se importam com os riscos a saúde pública. Nestes são
realizados actividades de abate sem o mínimo de condições sanitárias adequadas e sem
fiscalização.
Um dos matadouros clandestinos está localizado nas esquinas próximo ao mercado de cabrito
e mercado de milho, dentro de uma pequena mata o matadouro clandestino de cabrito
funciona de segunda a segunda e sempre tem indivíduos que fazem deste o seu local de
trabalho. É preciso muita atenção e aproximação para identificar este matadouro clandestino,
pois está distante do alcance do público.
Um dos matadouros clandestinos está localizado nas esquinas próximo ao mercado de Bois e
mercado de cabritos, dentro de uma pequena mata o matadouro clandestino de Bovinos
também funciona de segunda a segunda e sempre tem indivíduos que fazem deste o seu local
de trabalho. É preciso muita atenção e aproximação para identificar este matadouro
clandestino
Nesta etapa pretendia-se fazer uma apresentação de dados observados no campo, que são as
actividades realizadas no matadouro de Chingale no bairro Francisco Manyanga, ou seja o
seu funcionamento. Para esta etapa foi possível recolher os dados com ajuda e entrevista do
inspector veterinário Lucas Macufa. Sobre como a descrição das actividades realizadas
naquele matadouro, o inspector Macufa enquanto assistíamos as actividades afirmou que
Primeiro o cliente dá entrada o animal um dia antes do abate.
chegada ao cural, para analisar possíveis causas de lesões, além do transporte são advindas
também do desembarque, estresse térmico, mistura de diferentes lotes nos currais de espera,
superlotação e falta de bebedouros nos currais de espera. A inspecção ante morte também é
essencial para qualidade final do produto.
No que se refere às etapas do processo de produção segue adiante sua descrição. Em primeiro
lugar os animais são recebidos nos currais onde permanecem por um tempo mínimo de 16
horas, para descanso. Só então são conduzidos até a sala de abate onde é realizado o
atordoamento por meio de um choque eléctrico. Após o atordoamento, cujo objectivo é deixar
o animal imóvel e inconsciente, é realizada a sangria que efectiva a morte. Em seguida os
animais são conduzidos em uma plataforma com rodas até o local onde é feita a esfola,
evisceração com uso de facas. Nesta fase, primeiro são retiradas as patas e logo depois se
realiza a esfola do animal seguida da evisceração (retirada das vísceras). O processo segue
com a divisão do animal em partes de forma a constituir a carcaça. Depois de pronta, a
carcaça é colocada em uma sala de inspecção.
Por fim é feita a inspecção pós-morte que consiste na análise dos órgãos internos do animal
para posterior consumo.
Com base na entrevista realizada com o inspector pecuário Lucas Macufa , foi possível colher
as seguintes respostas.
PERGUNTAS RESPOSTAS
Matadouro é um local como este onde nos
O que é um matadouro. encontramos, onde se realiza abates de animais
para o consumo humano.
A diferença existente entre estes dois matadouros
é que este (Municipal) é um matadouro
Qual é a diferença existente entre este licenciado, com materiais necessários para o
matadouro municipal é aquele abate e com inspecção antes e depois do abate. Já
escondido na comunidade o clandestino é aquele em que não possui
(Clandestino). nenhuma licença de abate e que os animais e as
carcaças não são inspeccionadas antes e nem
depois do abate.
Qual pode ser o motivo de Alguns A maioria deve ser pelo facto de querer ter menos
munícipes da cidade de Tete, em gastos com as taxas, uma vez que em matadouro
particular os da unidade Canongola no licenciado as taxas são um pouco mais elevadas
Bairro Samora Machel preferirem em relação as do matadouro clandestino.
44
Discussão dos resultados das questões referentes da entrevista com o inspector pecuário
do matadouro de Chingale : Em relação a questão de o que é um matadouro respondeu
que Matadouro é um local como este onde nos encontramos, onde se realiza abates de animais
para o consumo humano. Sobre Qual é diferença existente entre este matadouro
municipal e Clandestino, respondeu que este (Municipal) é um matadouro licenciado, com
materiais necessários para o abate e com inspecção antes e depois do abate. Já o clandestino é
aquele em que não possui nenhuma licença de abate e que os animais e as carcaças não são
inspeccionadas antes e nem depois do abate. E sobre a questão de Qual pode ser o motivo de
preferência de alguns moradores levarem animais para o abate em matadouros
clandestinos, respondeu que a maioria deve ser pelo facto de querer ter menos gastos com as
taxas, uma vez que em matadouro licenciado as taxas são um pouco mais elevadas em relação
as do matadouro clandestino. E sobre Quais são as doenças que podem ser causadas ao
homem por consumo de carne não inspeccionada ou que estejam contaminados,
respondeu que O consumo de carne ou mesmo produtos da carne contaminados pode ser a
causa de diversas doenças graves, que são compartilhadas por homens e animais como:
tuberculose bovina, cisticercose, carbúnculo hemático, listeriose, estreptococose,
toxoplasmose, mormo, yersinose, intoxicações estafilocócicas e alimentares, salmoneloses,
entre outras. Essas doenças só podem ser devidamente identificadas mediante a inspecção
ante morte e pós-morte às quais os animais são submetidos no matadouro licenciado,
procedimento que não ocorre em matadouros clandestinos.
Os dados resultantes desta pesquisa apontam que os impactos do consumo de carne abatidas
em matadouros clandestinos, são de transmissão de doenças, não só as conhecidas como
doenças da saúde pública como também as zoonoses que são doenças transmitidas de animal
para o homem. E as taxas de abate são altas em relação a dos matadouros clandestino que são
muito baixas, fazendo com que os residentes da unidade Canongola prefiram levar animais
para o abate em matadouros clandestinos.
46
Foi pela falta de condições e fraca aderência dos clientes para o abate de bovinos em
matadouro de Chingale no bairro Francisco Manyanga que o inspector Lucas Macufa
direccionou o autor ao matadouro do M’páduè com muita afluência de clientes e condições
um pouco mais adequadas para o abate de bovinos.
Com a inspectora Sumaila foi possível descrever as etapas de abate dos bovinos no qual ela
afirmou que: O animal deve permanecer no curral durante um período de aproximadamente
24 horas para o processo de inspecção no qual é denominada ante morta e repouso do próprio
animal, nesse processo faz-se a rejeição total caso o animal apresente algumas anomalias ou
doenças zoonoses como a Brucelose. Acrescentou ela que após o abate realiza-se inspecção
pois morta na carcaça onde os órgãos afectados são rejeitados, esse processo é chamado de
rejeição parcial.
Com base na entrevista realizada com o técnico de saúde pública e gestão comunitária Real
Domingos Armando, com o objectivo de conhecer os impactos que a carne abatida em
matadouros clandestinos pode trazer a saúde pública, foi possível colher as seguintes
respostas.
PERGUNTAS RESPOSTAS
O que é Saúde. É o estado de normalidade.
É a aplicação de conhecimentos médicos ou não,
com objectivo de organizar sistemas e serviços de
saúde, actuar em factores condicionantes e
O que é Saúde pública. determinantes do processo de saúde e doença
controlando a incidência de doenças nas
populações através de acções de vigilância e
intervenções governamentais.
Quais São as Doenças da Saúde Existem várias. HIV, Cólera, Diarreia, Malária,
Pública. Tuberculose, Anemia, sífilis e muitas outras.
Quais são as doenças da saúde pública As doenças mais frequentes na nossa comunidade
mais frequentes na nossa comunidade. são: HIV, Cólera, diarreia, Malária, e Tuberculose
etc.
Quais são os riscos para a saúde Os riscos são maiores, mas pelo que muitos ja
pública de se consumir carne de sabem os riscos e de contaminação de doenças
48
animais não inspeccionados. como a diarreia as, zoonoses que são doenças que
são transmitidas de animais para o homem.
Fonte: Autor (2021)
Os dados resultantes desta pesquisa apontam que há sempre impactos na saúde pública,
quando se trata de carne abatidas em matadouros clandestinos, ou seja sem o mínimo de
condições de higiene e inspecção. Esses impactos são as doenças da saúde pública como
diarreia, cólera e as zoonoses que segundo ACHA e SZYFRES, (2001) são doenças
compartilhadas por homens e animais, podendo ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou
protozoários.
MATADOURO LICENCIADO
variando entre 0 e
4°C. O tempo médio
de resfriamento é de
36 horas.
Embalagem Não embalam por Embalam para que Não embalam
falta de frigorífico, seja vendida.
pois o cliente leva a
carcaça no mesmo
dia em que o animal
foi abatido
Embalagens em Não realizam pelo Realizam Não realizam
Bandejas motivo anterior
Embalagens a vácuo Não realizam Não realizam Não realizam
Controle de Há controle de Há controle de Não há controle de
qualidade qualidade qualidade qualidade
Fonte: Autor (2021)
Sim Não
No Questão Respostas %
Gráfico 2: Referente a questão: Para onde é que o Sr/a leva animal (caprino ou Bovino)
para o abate.
0.5
50%
40%
0.3
30%
0.2
20%
10%
0%
Matadouro
Gráfico 3: Referente a questão: Que motivos leva ou levou o Sr/a a levar o seu animal
(Caprino ou Bovino) para o abate no matadouro clandestino.
40%
0.3
30%
0.2
20%
10%
0%
Motivos
responderam que levam pela urgência, 20% que correspondem a 4 residentes responderam
que não levam por ambos motivos. Os dados resultantes desta pesquisa apontam que a
maior parte dos residentes do bairro Canongola levam animais aos matadouro clandestinos,
por estes apresentarem baixos preços Essa preferência explica-se pelo facto de a muitos
residentes serem de baixa renda.
No Questão Respostas %
Os dados resultantes desta pesquisa apontam que os abatedores clandestinos do bairro Samora
Machel- Unidade Canongola realizam abates de caprinos e bovinos, cobrando baixas taxas em
relação as do matadouro licenciado e abatem em média 13 cabeças de gado caprino e
quantidade incerta de bois. Factores estes que podem contribuir para o aumento de abates
clandestinos de caprinos e bovinos, causando assim impactos na saúde pública, pondo em
risco a saúde dos residentes daquele bairro, na unidade Canongola, como também em outros
bairros da cidade de Tete.
Durante a pesquisa foi possível observar directamente nas ruas e avenidas, centros de venda
de animais não só caprinos e bovinos como também suínos. Durante a observação no bairro
Samora Machel-Unidade Canongola notou-se varias residências e locais escondidos onde se
efectua abates clandestinos. Contando com residências e espaços escondidos descobertos pelo
autor, no total foram contabilizados 19 locais de abates clandestinos, valores que são
considerados altos para o nível de risco que causa a saúde pública. Uma das formas de
59
identificar os tais matadouros clandestinos, foi por meio de ajuda de alguns residentes e pelos
gritos dos animais sendo esfolados. Observou-se também processos de abates em matadouros
licenciados de Chingale e M’padue e em matadouros clandestinos.
Os dados obtidos na observação indicam que pode haver mais matadouros clandestinos não
descobertos, pelo autor ou pelas autoridades competentes. Uma vez que estes locais de abate
não estão localizados a vista do público. E que os matadouros clandestinos são os que causam
mais impacto negativo na saúde pública em relação ao matadouros licenciados, uma vez que
estes funcionam em péssimas condições de higiene, sem inspecção e sem condições
necessárias para o funcionamento.
Propõem-se segundo SOBCZAK, (2011) que para mudar essa realidade, entidades
ligadas ao sector, com o apoio do poder público, devem realizar debates em busca de
medidas para abolir esta prática com a participação de entidades protectoras dos
animais, que há muito tempo tem lutado contra a clandestinidade e em favor do abate
humanitário, técnica que tem se tornado uma exigência mundial, inclusive, dos países
importadores da carne;
Propõem-se educação em Saúde promovida pelo profissional de saúde, activistas, ou
outros profissionais ligados directa ou indirectamente na área. (Goldbamum, 2003)
afirma que a prevenção só acontece efectivamente a partir da consciencialização da
comunidade envolvida, procurando sensibiliza-los para mudanças;
60
Devido a falta de condições adequadas algumas fases do processo de abate dos animais, não
são realizados.
Lavagem dos animais que segundo PEREIRA, et al. (2006) tem como finalidade, limpar a
pele do animal e reduzir poeira, diminuindo a sujeira na sala de abate
Dieta hídrica Segundo Roça (2011), o descanso acompanhado com a dieta hídrica tem
como finalidade diminuir o conteúdo gástrico para facilitar a evisceração da carcaça, e
também recuperar as reservas de glicogénio muscular, que com o estresse se reduzem.
Embalegens a vácuo que segundo AIRES, et al. (2018) tem como principal objectivo de
isolar a carne do oxigénio ambiente, pois esse oxigénio favorece o crescimento
microbiano que são potenciais deteriorantes e por consequência acabam por alterar as
características da carne.
Embalagens em Bandejas que segundo ,
PESSOA, et al. (2016) é uma boa opção
para acondicionar produtos in natura que
consomem oxigénio e liberta gás ______________
5.1. Conclusões
Após o término da pesquisa foi possível obter conclusões que actividade de abate de caprinos
e bovinos em matadouros licenciados é de grande relevância económico e social para os
munícipes não só do Bairro Samora Machel, como também ao nível da cidade de Tete já que
ela traz emprego e renda nos seus diversos níveis, a começar pela criação, reprodução, abate,
entre tantas outras actividades afins. O abate de animais para o consumo da carne requer uma
série de cuidados. Através da visitas dos matadouros licenciados de M’páduè e do Chingale
no Bairro Francisco Manyanga foi possível comparar o processo de abate em matadouro
licenciado e clandestino onde se verificou pela diferença que os matadouros clandestinos
contribuem negativamente nos impactos na saúde pública. Pois no matadouro licenciado há
63
mais cuidado, profissionalismo e inspecção. Foi possível observar que para se consumir
produto de origem animal com boa qualidade e com segurança deve haver inspecção desde o
pré-abate onde ocorre muitos problemas com o transporte do animal, que ocasiona lesões na
carcaça e estresse no animal, no processamento onde ocorrem contaminações microbianas por
falta de esterilização de materiais, ou erros na evisceração que podem prejudicar toda a
carcaça do animal e também a distribuição do produto final, tendo esse cuidado o tempo de
prateleira do produto se torna maior, a confiabilidade do consumidor é conquistada e o
consumo é mais seguro em relação a carne de animal abatido em matadouro clandestino .
Através das entrevistas e recolha de dados pode-se concluir também que um dos principais
impactos na saúde pública é a contaminação de doenças (Zoonoses) que estes animais não
inspeccionados podem causar as pessoas que consomem a carne. E estes impactos
demonstram claramente que os matadouros clandestinos contribuem negativamente para a
saúde pública pondo em risco a saúde das pessoas, podendo causar doenças graves ou até a
morte.
5.2. Sugestões
Sugere-se a sensibilização dos residentes da unidade Canongola, no Bairro Samora Machel,
para que caso queiram abater os seus animais levem estes aos matadouros licenciados, pois
vale mais gastar um pouco mais para preservar a saúde, do que optar pelo mais barato que
pode acabar trazendo problemas a saúde. Sugere-se também aos residentes da unidade
Canongola, no Bairro Samora Machel e cidade de Tete em geral, para que após a compra da
carne vendida no mercado (Canongola) ou em outros mercados da cidade, cozer bem para que
possa prevenir os possíveis riscos de contaminação de doenças. E que denunciem as
autoridades competentes os abatedores dos matadouros clandestinos.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
1- O que é um matadouro.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
69
4- Quais são as doenças que podem ser causadas ao homem pelo consumo de carne não
inspeccionadas ou que estejam contaminados.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
1. O que é saúde.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. O que é saúde pública.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
71
3- Para onde é que o Sr/a leva animal (Caprino ou Bovino) para o abate.
No matadouro: clandestino__________ licenciado________ Mato pessoalmente________
4- Que motivo leva ou levou o Sr/a, a levar o seu animal (Caprino ou Bovino) para o abate
no matadouro clandestino.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5- Quais são os factores que contribuem para o aparecimento de doenças nos matadouros
clandestinos.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Como vai amigo, eu estou interessado em abrir um projecto de abate de cabritos e Bois, peço
que me ajude com ideias, e com algumas dúvidas que eu tenho.