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Maciel Isaquiel Américo Nipadaue

Impactos do uso de Matadouros clandestinos em actividades de abate de animais


(caprinos e bovinos) na saúde pública, no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química

Universidade Púngué
Extensão de Tete
2022
Maciel Isaquiel Américo Nipadaue

Impactos do uso de Matadouros clandestinos em actividades de abate de animais


(caprinos e bovinos) na saúde pública, no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola

Monografia Científica a ser entregue à Faculdade de


Ciências Agrárias e Biológicas, no Curso de Licenciatura
em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de
Química para obtenção de grau de Licenciatura.

Supervisora: Mestre Juliana Paulo

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2022
I

ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA........................................................................................................V

DEDICATÓRIA.............................................................................................................................VI

AGRADECIMENTOS.................................................................................................................VII

Lista de Tabela e Quadros.............................................................................................................VII

Lista de Figuras..............................................................................................................................IX

Lista de Gráficos..............................................................................................................................X

Lista de Abreviaturas.....................................................................................................................XI

Resumo.........................................................................................................................................XII

CAPITULO 1: INTRODUÇÃO.....................................................................................................13

1.1. Enquadramento do tema......................................................................................................14

1.2. Delimitação do tema................................................................................................................14

1.3. Justificativa............................................................................................................................14

1.4. Problematização.....................................................................................................................15

1.5. Questões de Pesquisa...............................................................................................................18

1.6. Objectivos................................................................................................................................19

1.6.1. Objectivo geral:....................................................................................................................19

1.6.2.Objectivos específicos:..........................................................................................................19

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................20

2. Matadouro...................................................................................................................................20

a) Matadouros clandestinos:...........................................................................................................20

2.1. Historial dos Matadouros........................................................................................................20

2.2. Classificação dos Matadouros.................................................................................................21

2.2.1. Matadouro Licenciado..........................................................................................................21

2.2.2. Matadouros clandestinos......................................................................................................22

2.3. Descrição do processo de Abate de animais em matadouros Licenciados..............................23

2.3.1 Transporte..............................................................................................................................23
II

2.3.2 Recepção dos animais............................................................................................................23

2.3.3. Descanso e dieta hídrica.......................................................................................................23

2.3.4. Lavagem dos animais...........................................................................................................24

2.3.5. Insensibilização....................................................................................................................24

2.3.6. Sangria..................................................................................................................................24

2.3.7. Esfola....................................................................................................................................24

2.3.8. Evisceração...........................................................................................................................25

2.3.9. Lavagem...............................................................................................................................25

2.4. Resfriamento............................................................................................................................26

2.4.1. Embalagem...........................................................................................................................26

2.4.2. Embalagens em Bandejas.....................................................................................................26

2.4.3. Embalagens á vácuo.............................................................................................................26

2.4.4. Distribuição..........................................................................................................................26

2.4.5. Controle de Qualidade..........................................................................................................27

2.4.6. Abates Em Matadouros Clandestinos...................................................................................27

2.4.7. A Saúde Pública e o Bem-Estar Animal...............................................................................28

2.5. Impacto dos matadouros clandestinos.....................................................................................28

2.6. Factores de risco nos matadouros clandestinos.......................................................................29

2.8. Zoonoses..............................................................................................................................31

2.8.2. Encefalopatia espongiforme bovina (eeb)......................................................................32

2.8.3. Cisticercose......................................................................................................................32

CAPÍTULO III: METODOLOGIAS DE PESQUISA...................................................................33

3. METODOLOGIAS....................................................................................................................33

3.1. Métodos...................................................................................................................................33

3.2.Tipos de pesquisa.....................................................................................................................33

3.3. Quanto aos objectivos:............................................................................................................33

3.3.3. Pesquisa explicativa..............................................................................................................33


III

3.4.Quanto à forma de abordagem.................................................................................................34

2.4.1.Pesquisa qualitativa...............................................................................................................34

3.5. Quanto aos procedimentos......................................................................................................34

3.5.1. Pesquisa bibliográfica...........................................................................................................34

3.6. Técnicas e instrumentos de recolha de dados..........................................................................35

3.6.1 Entrevista...............................................................................................................................35

3.6.1.1 Tipo de Entrevista: Semi-estruturada.................................................................................35

3.6.2 Observação directa................................................................................................................36

3.7. População e amostra................................................................................................................36

CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


E  DISCUSSÃO.............................................................................................................................37

4.1.3. Matadouros clandestinos existentes no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola


(BSM-UC)......................................................................................................................................38

4.1.4 Matadouro Clandestino de Caprinos na Unidade Canongola, no Bairro Samora Machel


........................................................................................................................................................38

........................................................................................................................................................38

4.1.5 Matadouro Clandestino de Bovinos na Unidade Canongola, no Bairro Samora Machel


........................................................................................................................................................39

4.2. Apresentação de dados da entrevista e da visita ao matadouro...............................................40

4.1.3 Apresentação de dados da Visita Ao matadouro municipal da Unidade Chingale, no


Bairro Francisco Manyanga...........................................................................................................40

4.2.1. Apresentação de dados da entrevista com o inspector pecuário do Matadouro Municipal


de Chingale.....................................................................................................................................42

Quadro 1: referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista com o inspector


pecuário do Matadouro Municipal de Chingale.............................................................................42

4.1.3 Visita Ao matadouro do M’páduè, no Bairro Mpáduè..........................................................44

4.2.1. Apresentação de dados da entrevista com o técnico de saúde pública e gestão


comunitária.....................................................................................................................................45
IV

Quadro 2: referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista com o técnico de saúde


pública e gestão comunitária..........................................................................................................45

4.3. Comparação de Abate em Matadouros clandestinos da unidade Canongola com o


Matadouro Muncipal de Chingale e Matadouro de M´paduè;.....................................................47

4.3.1. Apresentação de dados da entrevista com os praticantes de abates em um dos


matadouros clandestino da Unidade Canongola, no Bairro Samora Machel................................55

4.3.2. Dados colhidos pelo método de observação directa.............................................................57

4.4. Propostas de Realização de Abates de animais ruminantes (Caprinos e Bovinos) para


minimizar os impactos do uso de matadouros clandestinos em actividades de abates de
animais (Caprinos e Bovinos)........................................................................................................58

4.5. Limitações encontradas nos matadouros visitados..................................................................60

5.1. Conclusões...............................................................................................................................61

5.2. Sugestões.................................................................................................................................61

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................62

APÊNDICES..................................................................................................................................66

GUIA DE ENTREISTA DIRIGIDO AO INSPECTOR PECUÁRIO DO MATADOURO


MUNICIPAL DE CHINGALE......................................................................................................67

GUIA DE ENTREISTA DIRIGIDO AOS RESIDENTES DO DO BAIRRO SAMORA


MACHEL-UNIDADE CANONGOLA.........................................................................................70

GUIA DE ENTREISTA DIRIGIDO AOS ABATEDORES EM MATADORES


CLANDESTINOSDO BAIRRO SAMORA MACHEL-UNIDADE CANONGOLA..................71
V

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Maciel Isaquiel Américo Nipadaue declaro que esta Monografia serve como
instrumento de avaliação parcial e aquisição do grau de licenciatura, que é o resultado de uma
pesquisa pessoal e da orientação da supervisora. O seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente citadas no texto, nas notas e estão patentes na bibliografia
final.

Declaro ainda que esta Monografia não foi apresentada em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Tete, 02 de Julho de 2022

_____________________________________

Maciel Isaquiel Américo Nipadaue


VI

DEDICATÓRIA
Eu dedico esta Monografia aos meus amigos que me apoiaram e continuam a me apoiar nos
momentos bons e maus, considerando que eles acreditam em mim dando força para encarar o
curso de ensino de biologia com habilitações em ensino de Química, no decorrer da minha
vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade,
da perseverança e de procurar sempre em DEUS a força maior para o meu desenvolvimento
como ser humano.

Dedico Também a minha família que me proporcionaram a apoio moral e financeiro durante
esta longa caminhada. Em especial aos meus pais Isaquiel Américo Nipadaue e Joaquina
Xavier Odílo
VII

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecer a Deus, por ter me concedido o privilégio de participar da


realização de abates de animais ruminantes (Bovinos e caprinos) no matadouro de Chingale e
no matadouro de M’páduè ambos da cidade de Tete.
E agradecer também aos meus familiares, colegas e amigos que contribuíram muito para que
esta monografia fosse feita.
Agradecer Ao meu Primo Real Armando Domingos que não só colaborou com a
conclusão deste trabalho como também me deu forças nos momentos difíceis da realização
deste trabalho.
Aos meus Pais Isaquiel Américo Nipadaue e Joaquina Xavier Odílo, aos meus colegas do
curso, pelo apoio incondicional, para a realização deste trabalho.
Agradecer a minha supervisora a Mestre Juliana Paulo que fez com que esse trabalho fosse
uma realidade. Aos funcionários do Matadouro de Chingale e do M’páduè que me receberam
com muito carinho e amor.
A todo corpo docente da Universidade Púnguè extensão de Tete, Departamento de Ciências
Biológicas e Agrárias curso de ensino de Biologia.

A todos, muito Obrigada!


VIII

Lista de Tabela e Quadros

Quadro 1: referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista com o inspector


pecuário do matadouro mucipal de chingale…………………………………………………42

Quadro 2: Referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista com o técnico de saúde


pública e gestão comunitária…………………………………………………………………46

Tabela 1: Referente às questões sobre o que é um matadouro clandestino………...………..52

Tabela 2: Referente a questão: Quais são os factores que contribuem para o aparecimento de
doenças nos Matadouros clandestinos………………………………………………………..55

Tabela 3: Referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista a abatedores dos


matadouros clandestinos……………………………………………………………….……56
IX

Lista de Figuras

Figura 1: Abate de caprinos em um matadouro clandestino na Unidade Canongola, no Bairro


Samora Machel ……………………………………………………………………………...38

Figura 2: Abate Clandestino de Bovino, na Unidade Canongola no Bairro Samora Machel.


Em um matadouro clandestino……………………………………………………………….39

Figura 3: Abate em um matadouro clandestino na Unidade Canongola, no Bairro Samora


Machel……………………..………………………………………………………………….40

Figura 4: Caprinos abatidos…………………………………………………………………..41

Figura 5: Inspecção…………………………………………………………………………...41

Figura 6: Momentos da entrevista ao inspector pecuário do matadouro de Chingal………...


………………………………………………………………………….......43

Figura 7: Frigorifico para realização da inspecção e conservação da carne..


………………………………………………………………….……………………...45
X

Lista de Gráficos

Gráfico 1: Referente a questão: Já ouviu falar acerca de matadouros clandestino?………….51

Gráfico 2: Referente a questão: para onde é que o sr/a leva o animal (Caprino e Bovino) para
o abate……………………………………………………………………………………...…53

Gráfico 3: Referente a questão: Que motivos leva ou levou o sr/a a levar o seu animal
(Caprinos ou Bovino) o abate no matadouro clandestino………………………………….…54
XI

Lista de Abreviaturas

BFM- UC –– Bairro Francico Manyanga- Unidade Chingale

BSM-UC ––Bairro Samora Machel- Unidade Canongola

RIISPOA –– Regulamento de Inspecção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal

SNS ––Sistema Nacional de Saúde


XII

Resumo

Esta pesquisa com o tema ‘‘Impactos do uso de matadouros clandestinos em actividades de


abate de animais (caprinos e bovinos) na saúde pública, no Bairro Samora Machel-Unidade
Canongola’’, Objectivou-se conhecer os impactos do uso de matadouros clandestinos em
actividades de abate de animais (caprinos e bovinos), promovendo a consciencialização
para minimizar essa prática ilegal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, no qual foi usada o
método de pesquisa exploratória para extrair o problema da pesquisa, pesquisa explicativa
para identificar os factores de risco nos matadouros clandestinos da unidade Canongol,
pesquisa bibliográfica na busca de artigos, fontes e teorias que sustentaram a pesquisa. Foi
usada a entrevista e a observação directa para a recolha de dado envolvendo todos residentes
da unidade Canongola, funcionários do matadouro de Chingale e M’padué técnicos de saúde
pública, inspectores pecuários dos matadouros e praticantes de abate em matadouros
clandestinos e com uma amostra de 28 indivíduos. Concluiu-se com esta pesquisa que o
abate de animais para o consumo da carne requer uma série de cuidados. Através das visitas
dos matadouros licenciados de M’páduè e do Mhingale no Bairro Francisco Manyanga foi
possível comparar o processo de abate em matadouro licenciado e clandestino onde se
verificou pela diferença que os matadouros clandestinos contribuem negativamente nos
impactos na saúde pública. Pois no matadouro licenciado há mais cuidado, profissionalismo
e inspecção.

Palavras-chave: Abate, matadouros clandestinos, inspecção.


13

CAPITULO 1: INTRODUÇÃO

Na presente pesquisa com o tema “Impactos do uso de Matadouros clandestinos em


actividades de abate de animais (caprinos e bovinos) na saúde pública, no Bairro Samora
Machel-Unidade Canongola”, Objectiva-se Conhecer os impactos do uso de matadouros
clandestinos em actividades de Abate de animais (caprinos e bovinos), no Bairro Samora
Machel-Unidade Canongola, promovendo a consciencialização para combater ou minimizar
essa prática e enquadra-se no âmbito de Monografia científica. Para o efeito, apresenta-se
com cinco (5) capítulos: O primeiro capítulo (I) diz respeito a introdução na qual constam o
enquadramento do tema, delimitação do tema, a justificativa a contextualização do problema
da pesquisa, as perguntas de pesquisa, os objectivos da pesquisa. O segundo capítulo (II) é
reservado à Fundamentação Teórica. O terceiro capítulo (III) apresenta metodologias usadas
para a realização do trabalho, o quarto capítulo (IV) apresenta interpretação dos resultados
e  discussão e o quinto capítulo (V) apresenta a conclusão e sugestões.

No desenvolver desta pesquisa será abordado sobre actividades de abate de caprinos e


bovinos em matadouros clandestinos que contribuem em danos significativos ao meio natural,
especialmente num risco bastante alto à saúde dos vendedores e dos consumidores que
recebem um produto sem controle de qualidade e sem qualquer tipo de inspecção sanitária e
abatidas em condições precárias de higiene.
Nos dias actuais os abates clandestinos são praticados geralmente por produtores de
gados caprinos e bovinos e população menos favorecida , a fim de obter mais lucro e ter
menos gastos com investimentos estruturais. Esses abates são realizados sem o mínimo de
estrutura sanitária ou física. Os animais não tem devida fiscalização e geralmente são
submetidos a maus tratos, resultando em vários prejuízos a saúde e também a economia.
A pesquisa deste tema na saúde pública, directa ou indirectamente faz florescer mais a
expressão saúde ambiental, relacionada à degradação do meio ambiente, como reflexo de
actividades humana cujas consequências afectam a saúde da população. A produção de
alimentos para o consumo humano, além de afectar o meio natural, pode afectar, também, a
saúde humana, devido ao processo de produção e comercialização. O abate de caprinos e
bovinos, que é uma das principais fontes de proteína animal, muitas vezes é uma actividade
que degrada o meio ambiente e compromete a saúde da população da cadeia produtiva e dos
consumidores.
14

1.1. Enquadramento do tema

A presente pesquisa tem o seu em enquadramento em diversos campos de actuação e, no


que diz respeito ao ensino superior ela se enquadra na disciplina de educação ambiental e saúde
pública. E de salientar que a presente pesquisa tem o seu enquadramento nos seguintes
objectivos de desenvolvimento sustentável.

Objectivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as
idades.

Objectivo 3.3: Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças
tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras
doenças transmissíveis

1.2. Delimitação do tema

A pesquisa foi realizada na, Unidade Canongola, localizada no bairro Samora Machel na
cidade de Tete e Província do mesmo nome.

No que tange a localização geográfica ou mesmo a área de estudo, está localizada a


norte com a Unidade Chingale do Bairro Francisco Manyanga, a sul com o monte caloeira a
este com a Unidade Mambodzi do Bairro Samora Machel, a oeste com o mercado nsango do
Bairro Francisco Manyanga. A pesquisa abrangiu um período de cinco meses de Agosto até
Dezembro de 2021.

1.3. Justificativa

O desenvolvimento da pesquisa sobre o tema Impactos do uso de Matadouros clandestinos em


actividades de abate de animais (caprinos e bovinos) na saúde pública, no Bairro Samora
Machel-Unidade Canongola Justifica-se pelos seguintes Fundamentos:

a) Por ser um estudante do curso de ensino de Biologia que se preocupa os seres vivos e sua
relação com o meio ambiente, especificando a Saúde Pública.

b) Por reconhecer que o uso de matadouro clandestino em actividades de Abate de caprinos e


bovinos naquele Bairro merecia uma reflexão contextualizada e aprofundada sobre seus
15

impactos na saúde pública e por saber que contudo isso há uma oportunidade de conhecer
os matadouros licenciados com condições apropriadas de higiene e ajudando a assim a
mitigar a problemática dos matadouros clandestino na Unidade Canongola no Bairro
Samora Machel, uma vez que há residentes que levam os animais para serem abatidos em
matadouros clandestinos e não em matadouros licenciados.
c) Por ser residente do Bairro Samora Machel-Unidade Canongola e vivenciar os fenómenos
directamente a necessidade de resposta sobre esta problemática do uso de matadouro
clandestino, sendo uma problemática que necessita de uma reflexão no que tange a uma
solução que beneficie, aos os munícipes da cidade de Tete, em particular os da unidade
Canongola.

d) Por me preocupar com o consumidor final que acaba sendo o mais prejudicado, um vez que
os alimentos de origem animal são vectores de contaminação durante todas as fases da
produção. Na maioria das vezes sem saber os riscos que estão correndo ao consumir esse
alimento abatido em péssimas condições de higiene sem nenhuma segurança, expondo a
diferentes tipos de microrganismos como vírus e bactérias que podem levar malefícios a
saúde até mesmo a morte.

1.4. Problematização

O problema está directamente associada à deterioração das condições sociais nas quais se
produzem e propagam novas epidemias e doenças da pobreza Embora não seja exclusivamente
a classe menos favorecida a única atingida nesse processo, é ela que reúne as condições mais
vulneráveis a um ambiente degradado caracterizado pela falta de saneamento básico e
ineficiência de sistemas preventivos de saúde e de segurança alimentar, contribuindo
sobremaneira para a degradação social trazendo de forma mais intensa o agravamento das
condições de vida. (DÖBEREINER et al, 2004)

Segundo Oliveira (2000) citado por André e Lucas afirma ainda que a actividade de abate dos
animais de pequeno, médio e grande porte, quando operacionalizada em desacordo com as
legislações ambiental e sanitária em vigor, pode gerar potencial comprometimento da
qualidade do solo e dos recursos hídricos, devido ao descarte inadequado dos resíduos gerados
e ausência de tratamento das águas residuárias; Além disso, as carnes podem actuar como meio
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condutor de microrganismos patogénicos, capazes de comprometer não somente a saúde


ambiental, como também vulnerabilizar a segurança alimentar e nutricional da população.

Ainda é devido às estruturas inadequadas, o meio ambiente também é prejudicado, pois os


dejectos produzidos durante a actividade de abate ilegal não são tratados como ocorre nos
estabelecimentos registados, licenciados. Portando, há riscos de contaminação ambiental,
propagação de vectores transmissores de doenças e maior prejuízo para a saúde pública.
Especial atenção para a fase do abate, a qual ocorre não tendo em conta as boas práticas de
higiene, nem do bem-estar animal, obtendo-se assim matérias-primas (carnes e seus produtos)
sem qualquer garantia de higiene sanitária, nem de qualidade alimentar, para o
consumidor/para a saúde pública (entendida aqui, como conjunto de regras sanitárias ou de
higiene social para protecção e defesa dos interesses dos consumidores. (SEBRAE, 2005)
Assim, estas carnes e seus produtos, produzidos na sequência deste tipo de actividade
ilegal, não são próprias para consumo humano, pois apresentam uma série de características, a
seguir mencionadas, que não garantem de segurança nem de qualidade alimentar para consumo
público, ou seja são prejudiciais para a saúde por não terem sido asseguradas as condições de
higiene na sua preparação, manipulação ou comercialização, por se apresentarem
contaminadas, de origem externa ou outra. Não foram implementadas as medidas e as
condições necessárias para controlar as probabilidades de surgir um efeito nocivo para a saúde
e da sua gravidade em consequência de um perigo (biológico, físico ou químico), isto é um
risco incalculável para a saúde pública. (PARDI et al, 2001)

O tema sobre matadouros clandestinos já vem sendo estudado em outras partes do mundo. Um
dos estudos foi desenvolvido por SILVEIRA, (2013) com o tema Abate Clandestino: Um
Risco para Saúde Pública. E também por SILVA e ALMEIDA, (2006) com o tema Abate
clandestino de bovinos: Uma reflexão sobre os riscos a saúde pública.
A cidade de Tete não é excepção face a essa problemática do uso de matadouros
clandestinos em actividades de abate de caprinos, e ainda sabe-se a que a província de Tete
possui muito gado caprino e bovino provenientes das zonas rurais e urbana, por isso mesmo, é
evidente que haja tais actividades em matadouros clandestinos.
Na cidade de Tete tem matadouro licenciado, para abates de animais (caprinos e bovinos) em
condições de higiene e segurança, aberta para atendimento ao público das 7 as 17 h. Mas os
abates na cidade de Tete não são feitos apenas no matadouro Licenciado. Pois existem
indivíduos que realizam actividades de abate de animais (caprinos e bovinos) em matadouros
17

clandestinos, ou seja em matadouros clandestinos. Como o caso do Bairro Samora Machel, na


unidade Canongola, onde se tem frequentemente realizado tais actividades.

Daí que o tema irá contribuir para minimizar os impactos que as actividades de abate
de caprinos e bovinos em matadouros clandestinos para o bem-estar dos munícipes da cidade
Tete, em particular os do Bairro Samora Machel, Unidade Canongola que levam animais para
o abate em matadouros clandestinos.
Com este problema, esta pesquisa irá identificar e avaliar os riscos à saúde pública em
decorrência da implantação e operação de matadouros clandestinos na unidade Canongola,
Bairro Samora Machel, Para o alcance desse objectivo, além de analisar as condições físicas,
sanitárias e tecnológicas sendo estas condições mínimas para a preservação da saúde pública,

Desenvolve-se a seguinte questão de pesquisa:

 Quais são os impactos do uso de matadouros clandestinos em actividades de Abate de


animais (caprinos e bovinos), no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola.
18

1.5. Questões de Pesquisa

 Que locais do Bairro Samora Machel-Unidade Canongola, realizam abates de animais


(caprinos e bovinos), em matadouros clandestinos;
 Como funcionam os matadouros clandestinos existentes no bairro Samora Machel-Unidade
Canongola;
 Como funciona o matadouro Licenciado do bairro Francisco Manyanga-Unidade Chingale e
do Bairro M´paduè;
 Que diferença existe entre matadouros clandestinos do bairro Samora Machel-Unidade
Canongola e o matadouro Licenciado do bairro Francisco Manyanga-Unidade Chingale;
 Que propostas e sugestões podem ser implementadas para minimizar o uso de matadouros
clandestinos em actividades de abate de animais (caprinos e bovinos), no Bairro Samora
Machel-Unidade Canongola.
19

1.6. Objectivos

1.6.1. Objectivo geral:

 Conhecer os impactos do uso de matadouros clandestinos em actividades de Abate de


animais (caprinos e bovinos), no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola.

1.6.2.Objectivos específicos:

 Identificar os matadouros clandestinos existentes no bairro Samora Machel-Unidade


Canongola;
 Descrever o funcionamento dos matadouros clandestinos existentes no Bairro Samora
Machel-Unidade Canongola;
 Descrever o funcionamento dos matadouros Licenciado implantados no Bairro Francisco
Manyanga-Unidade Chingale e do M´paduè;
 Comparar os matadouros clandestinos do bairro Samora Machel-Unidade Canongola com os
matadouros licenciados localizados nos bairros Francisco Manyanga-Unidade Chingale e do
Bairro M´paduè;
 Propor sugestões que podem ser implementadas para minimizar o uso de matadouros
clandestinos em actividades de abate de animais (caprinos e bovinos), no Bairro Samora
Machel-Unidade Canongola.
20

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. Matadouro

Matadouro ou abatedouro é um lugar destinado ao abate de animais para o consumo público


(FONSECA, 2008).

a) Matadouros clandestinos: são estabelecimentos de abate de animais não sujeitos a qualquer


tipo de fiscalização onde os animais de todas as condições, na maioria das vezes doentes, são
submetidos aos mais terríveis massacres, abatidos sem as mínimas condições de higiene. Muitas
vezes em baixo de árvores ou em galpões improvisados, com piso de terra batida, por pessoas e
até crianças sem qualquer preparo. Por vezes rodeadas de cães e outros animais a espera de restos
que são atirados no local do abate com moscas, provocando um risco ao consumidor que irá
adquirir a “carne fresca” sem o menor conhecimento dos riscos a que podem estar submetidos
(ALMEIDA, 2020).

2.1. Historial dos Matadouros

A evolução dos antigos matadouros a céu aberto, mal cheirosos e cheios de predadores, para
instalações industriais modernas começou com a descoberta dos processos de refrigeração com
amoníaco. A possibilidade de armazenar e transportar grandes quantidades de carne possibilitou
retirar o abate da proximidade das cidades e levá-los próximos aos locais de produção. A
evolução da biologia, com o estudo dos microorganismos causadores de doenças, levou a uma
constante procura por mais higiene e limpeza (ALVES, 2001).
Indústria da carne dos EUA no século passado, no início do século de 1900, possuía
condições extremamente insalubres, sem regulamentação e potencialmente perigosa para o
trabalhador. Crianças eram contratadas e forcadas a trabalhar por longas horas e por meio
míseros salários. Lavar as mãos ou usar toca na cabeça era assunto desconhecido, e
frequentemente a carne se contaminava com suar, cabelos e outras sujidades humanas. Os
equipamentos também causavam muitos acidentes de trabalho, por vezes negligenciados pelas
empresas. A regulamentação do sector começou em 1906 depois que o presidente norte
americano Theodore Roosevelt leu um livro chamado "Thejungle" , sobre a situação da classe
21

trabalhadora, da corrupção da industria frigorifica, e a real qualidade da carne, escrito pelo


jornalista Upton Sinclair. Sinclair visitou as industrias processadoras de carne nos EUA, a fim de
reunir informações para o seu livro. Ele observou a situação precária de trabalho dos imigrantes,
os quais permaneciam em salas escuras e sem ventilação; a ausência de local adequado para
lavagem das mãos, o transporte de produtos cárneos com presença de sujeiras, pregos velhos,
ferrugem e algumas vezes ratos. Após a assinatura da lei de inspecção de carnes pelo presidente
Roosevelt, a industria frigorifica passou a se tornar mais parecida as que se conhecem hoje.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/historiadeAbatedouro#cite_note-5

Em Moçambique os matadouros existem quase em todo o País. Estes matadouros foram


construídos para mitigar a problemática da contaminação de doenças devido a falta de
matadouros. Na cidade de Tete o matadouro foi construído no bairro Francisco Manyanga
unidade Chingale no ano de 2004 para responder a prática de abates de animais (Caprinos e
bovinos) em matadouros clandestinos.

2.2. Classificação dos Matadouros

Existem vários tipos de matadouros, sendo que o mais combatido e perigoso é o matadouro
clandestino. Há o matadouro de frango, o matadouro de bovino de pequeno e médio porte, e
alguns matadouros que não especificam um só tipo de abate, podendo
abater coelhos, porcos, cabritos, carneiros e aves em geral, normalmente de grande porte. Existe
também o matadouro ritual ou litúrgico, um caso à parte, considerado como uma profissão onde
um sacerdote de uma religião é o responsável pelo abate dos animais (BRAGGION et al,2004 ).

2.2.1. Matadouro Licenciado

Refere-se ao tipo de matadouro com licença de abates de animais, para o consumo público e com
devida fiscalização, e com condições de funcionamento adequado para abates, que podem ser:

Matadouro de frango é, normalmente, uma empresa estabelecida de pequeno ou médio porte,


especializada no abate e distribuição de frangos para o mercado alimentício etc. Existem,
também, as avícolas de grande porte, que fazem criação do frango e possuem seu próprio
matadouro.

Matadouro de bovino é uma empresa de pequeno ou médio porte especializada no abate


de bois. As empresas de grande porte estão incluídas na pecuária de corte, onde o abate principal
22

é de novilho ou garrote seleccionado, sendo que o gado adulto, uma parte é vendido como


reprodutor e para a produção de leite.

Matadouro de aves (frangos de corte) é uma empresa de grande porte, voltada para grande
produção e abate de aves para exportação.

Matadouro ritual ou litúrgico local onde é feito o abate de aves e animais por


um sacerdote ou rabino com seus rituais específicos de acordo com a religião.

Fonte: http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf).

2.2.2. Matadouros clandestinos

Abatedouro clandestino é o abatedouro que está totalmente fora da lei, localizado normalmente
em sítios afastados, sem nenhuma condição de higiene, escondidos em clareiras de mata, onde se
faz o abate de animais sem nenhuma técnica padronizada. É perigoso pela falta de higiene do
local e do produto do abate, que é vendido em feiras livres por comerciantes sem escrúpulos. Só
são localizados pela polícia e fiscais da vigilância sanitária através de denúncias de vizinhos
próximos. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Abatedouro#cite_note-9

Nos matadouros clandestinos o sangue que escorre do animal fica por ali mesmo sendo
pisoteado, ou conduzido através de valas abertas no próprio solo para lagoas ou rios, concorrendo
para uma intensa contaminação da água que outras pessoas à frente irão utilizar para se banharem
ou para uso doméstico, inclusive para o preparo de alimentos. Moscas e outros insectos povoam
este local, outros animais dividem os restos de carne e deixam a sua colaboração para o processo
já acentuado de contaminação da carcaça (bovino ou caprino abatido, sangrado, esfolado,
eviscerado, desprovido de cabeça, patas, rabada, glândula mamária (na fêmea), verga, excepto
suas raízes, e testículos (no macho).
As partes não aproveitadas das carcaças são jogadas nos terrenos ao redor para deleite das aves
de rapina, ao fim do qual o odor de carne deteriorada é insuportável, atraindo outros visitantes
famintos ou servindo de meio de contaminação ambiental e de transmissão de doenças para
outros animais semelhantes. Estas mesmas condições se repetem para outros animais como
suínos, caprinos, aves e até equinos, cuja carne certamente será comercializada como se fosse
bovina ou utilizada para preparo da tão apreciada carne seca ou de sol (TIGRE et al, 2012).
23

2.3. Descrição do processo de Abate de animais em matadouros Licenciados

2.3.1 Transporte
Os bovinos são transportados em caminhões de carroçaria adaptada, podendo ser de madeiras
como de liga metálica. A capacidade do caminhão pode variar havendo caminhões que
transportam de cinco até vinte e dois animais. Está etapa é de extrema importância para o produto
final, pois é geralmente no transporte que há estresse e lesões na carne devido a más condições
das rodovias, falta de espaço, calor entre outros factores que podem afectar a qualidade da carne
(SARCINELLI; VENTURE; SILVA 2007, apud http://www.facilcam.br/anais/ix_ eepa/data
/uploads/11-03.pdf).

2.3.2 Recepção dos animais

Segundo RABELO (2000), logo após o transporte é os animais são deixados em currais, por
meio de rampas adequadas, que tenham a mesma altura do caminhão. Nesta etapa do processo é
analisadas vacinas, sanidade do animal, separado animais doentes dos sadios, observado as
condições dos currais e dos animais, para ai sim serem separados em lotes e seguir para descanso
e para uma dieta hídrica.

2.3.3. Descanso e dieta hídrica

De acordo com o Regulamento de Inspecção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem


Animal (RIISPOA), os animais devem permanecer em jejum, dieta hídrica e descanso de 12
horas a 24 horas, com ressalva caso a distância percorrida pelos animais no transporte seja
pequena, para que eles se recuperem o mais rápido possível das condições adversas durante o
transporte (SILVA, 2011). Segundo SILVA (2011), esse descanso e dieta hídrica têm como
finalidade diminuir o conteúdo gástrico para facilitar a evisceração da carcaça, e também
recuperar as reservas de glicogénio muscular, que com o estresse se reduzem.
24

2.3.4. Lavagem dos animais

Logo após o descanso os animais são dirigidos por uma rampas ao boxe de atordoamento, onde é
feito o banho de aspersão. Ao final da rampa ela se afunila, para que passe um animal de cada
vez. Para lavagem pode se utilizar chuveiros de cima para baixo, de baixo para cima e nas
laterais para que haja uma melhor limpeza do animal. Essa limpeza causa uma espécie de esfola
higiénica e em regiões como cascos, ânus devem ser feitas com mangueiras nos currais. Os
animais devem ficar pouco tempo para que seque de maneira correta. Essa limpeza tem como
finalidade, limpara a pele do animal e reduzir poeira, diminuindo a sujeira na sala de abate
(SILVA, 2011).

2.3.5. Insensibilização

Depois da lavagem é realizada a insensibilização que tem como objectivo deixar o animal
inconsciente até o fim da sangria. Esse processo tem como objectivo manter o animal
inconsciente para que ele seja abatido sem causar angústia e dor, de acordo com as leis de abate
humanitário. Existem várias maneiras de se realizar o atordoamento, como: marreta, martelo
pneumático não perfurante, arma de fogo, pistola pneumática de penetração. O abate também
pode ser realizado pelo método Kasher e pela insensibilização por electronarcose
(SARCINELLI; VENTURIN; SILVA, 2007apud
http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf).

2.3.6. Sangria

Depois de atordoar o animal é realizada a sangria, onde é feito um corte com facas, devidamente
esterilizadas para que não haja contaminação da carcaça, atingindo os grandes vasos sanguíneos.
O sangue do animal vai escorrendo por uma espécie de calha e direccionado para
armazenamentos em tanques, onde é vendida para industrias que fazem a separação da fibrina,
albumina e plasma. O processo ocorre de maneira rápida, durando entorno de 5 minutos retirando
aproximadamente 60%, pois se retirado uma quantia maior pode haver a putrefacção da carne.
Nesta etapa também é feito o corte dos chifres que são transformados em farinhas ou mesmo
vendidos inteiros (SILVA, 2012, apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-
agroindustria/11-03.pdf).
25

2.3.7. Esfola

Na etapa da esfola é realizada a retirada do couro do animal. O método utilizado é o sistema


aéreo onde o animal é suspenso em um trilho, o que ajuda no quesito higiénico sanitário e
tecnológico. A esfola é feita através do corte dos chifres e das patas dianteiras, abertura do
pescoço onde é feito um corte longitudinal da pele do peito até o ânus e o corte das patas
traseiras. Nesta fase acontece a retirada do couro e desarticulação da cabeça, no momento da
retirada do couro, deve se haver cuidado para não existir a contaminação do couro e da carne
pelas mãos e pela faca, caso haja uma contaminação visível deve ser retirado com um corte
superficial com a faca, e nunca limpando com água. Para finalizar a separação da pelas nas
extremidades do animal é feito mecanicamente por tracção (SARCINELLI; VENTURIN;
SILVA, 2007 apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-
03.pdf).

2.3.8. Evisceração

Saindo da esfola a carcaça parte para a evisceração, onde é feito uma abertura no abdómen do
bovino para a retirada de órgãos da cavidade pélvica, vísceras abdominais, menos os rins, das
vísceras torácicas, da traqueia e esófago, onde são conduzidas para inspecção através de mesa
rolante. Essa etapa deve ser realizada com extremo cuidado, pois é na etapa da evisceração onde
existe maior chance de contaminação da carcaça. O corte mal realizado pode ocasionar lesões no
trato gastrointestinal e urinário. A carcaça segue para lavagem, enquanto as vísceras e órgãos vão
para triparia (SILVA e BATALHA, 2000).

2.3.9. Lavagem
Das carcaças As carcaças são divididas em duas por uma serra eléctrica, logo após evisceração é
retirado os rins, o rabo, gorduras e a medula, onde são lavadas com jatos de água com
aproximadamente 39°C com pressão de no mínimo 4 atm para eliminação de coágulos e pêlos
( MAPA et al, 2007). Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a limpeza
da carcaça com água quente tem como objectivo a redução da contagem microbiana. A
contaminação bacteriana inicial e o armazenamento são factores importantes que determinam a
durabilidade da carne, ou seja, quanto melhor fosse o cuidado no começo do processo quanto a
contaminação, mais tempo de prateleira a carne terá ( MAPA et al, 2007).
26

2.4. Resfriamento
As carcaças divididas são encaminhadas para resfriamento para conservação, para reduzir
temperatura interna das carcaças para menos 7°C, elas são dispostas em câmaras frias com
temperaturas variando entre 0 e 4°C. O tempo médio em que a carne bovina deve permanecer em
resfriamento deve ser de 36 horas (SILVA e BATALHA, 2000).

2.4.1. Embalagem

Para produtos de origem animal devem ser considerados: tipo de embalagem e o mercado param
qual ela será vendida. Alguns tipos de embalagem são em bandejas, a vácuo. Segundo Tesser
(2009 apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf),

2.4.2. Embalagens em Bandejas

Embalagens em bandejas são as mais comuns em supermercados, são bandejas de poliestireno


recobertas com filme de PVC. Este tipo de embalagem é uma boa opção para acondicionar
produtos in natura que consomem oxigénio e libera gás carbónico, mesmo dentro da embalagem,
o que acaba dando uma vida útil maior a carne (TESSER, 2009apud
http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf)).

2.4.3. Embalagens á vácuo

Actualmente nos mercados existe um grande crescimento de carnes embaladas a vácuo, para
acondicionamento de carnes. O principal objectivo da embalagem a vácuo é isolar a carne do
oxigénio ambiente, pois esse oxigénio favorece o crescimento microbiano que são potenciais
deteriorantes e por consequência acabam por alterar as características da carne (TESSER, 2009
apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-agroindustria/11-03.pdf).

2.4.4. Distribuição
De acordo com Oliveira et al (2013), apesar da maioria dos grandes frigoríficos estarem mais
atentos ao mercado interacional, com expectativa de ganhar mais, entretanto o mercado mais
rentável ainda para esses frigoríficos é o próprio mercado interno. Cerca de 90% de toda carne
27

produzida destinada para o mercado interno, como consequência do grande consumo por carne
bovina e caprina.

2.4.5. Controle de Qualidade

Do produto final Na saída do produto para o consumidor é o último momento em que a empresa
pode analisar problemas com relação a qualidade do produto, pois se um produto de pouca
qualidade passa e chega as prateleiras, todo o cuidado que houve durante todo o processo de
produção e até mesmo no pré- abate foram inválidos. Outro factor que também deve ser levado
em consideração é o transporte do produto final. Há ainda a utilização de CD (Centro de
Distribuição) que facilita a entrega junto aos clientes de maneira veloz e competente, por estarem
centradas em lugares estratégicos de simples acesso. Aqui se podem citar os controlos adoptados
pelas empresas para avaliarem as condições do produto a ser expedido e do local que realizará tal
operação (SOBER, 2010 apud http://www.fecilcam.br/anais/ix_eepa/data/uploads/11-
agroindustria/11-03.pdf).

2.4.6. Abates Em Matadouros Clandestinos

Na qualidade de um alimento, factores como o valor nutritivo, a apresentação, o sabor, as


características dos ingredientes e aditivos de sua formulação e principalmente as suas condições
sanitárias são essenciais. A carne, fruto de modificações físicas e químicas no tecido muscular do
animal abatido, terá uma boa condição para consumo humano se estas modificações acontecerem
a partir de sua higidez sanitária e o desenvolvimento de técnicas adequadas de abate (SILVEIRA
et al, 2015).

Um alimento de qualidade começa com uma matéria-prima nas mesmas condições. Não existe
processo tecnológico por mais refinado e sofisticado, que possa tornar bom um produto a partir
de matéria-prima de má qualidade, entretanto por falha ou má condução do processo, uma
matéria-prima boa pode ensejar em um produto ruim. Assim, na carne ou em seus produtos
derivados, a matéria-prima é o animal vivo, sendo fundamental as suas condições de saúde,
principalmente com respeito às chamadas zoonoses que são as doenças transmitidas de diversas
formas entre seres humanos e animais (SILVEIRA et al, 2015).
28

2.4.7. A Saúde Pública e o Bem-Estar Animal

Neste circuito de produção clandestina de carnes, por norma estão envolvidas pessoas com
instalações em áreas geográficas rurais, ou na periferia urbana, cuja actividade sócio económica é
a agro-pecuária e/ou a comercialização a retalho de carnes e seus produtos (talhos), relacionados
com a própria actividade ilícita em si, com o furto de animais, com o estado de saúde dos animais
(animais doentes, de menor valor económico) e com o aumento da procura em certas épocas do
ano com vista á obtenção de maiores proveitos económicos (SILVEIRA et al, 2015).
Há que considerar as fases de criação e engorda e posterior abate e transformação ou
comercialização. Nestas etapas os parâmetros que têm que ver com os pré-requisitos,
designadamente, as instalações (construção e circuitos), a qualidade da água e do ar, a ração, a
cama dos animais, os programas de higienização e controlo de pragas, o controlo dos resíduos, a
medicamentação utilizada, e a própria temperatura e ventilação, são factores importantes que
devem ser controlados, pois deles dependem a saúde e bem-estar dos animais para produção de
géneros alimentícios para alimentação humana, e em consequência a qualidade e a segurança das
carnes produzidas (SERENO et al, 2012).

2.5. Impacto dos matadouros clandestinos

A falta de fiscalização nos estabelecimentos não só envolve a falta de profissionais em órgãos


fiscalizadores (isso nos grandes centros), pois em muitas regiões do mundo , envolvem também
as questões sociais. Muitos estabelecimentos de abates, são clandestinos e é a única fonte de
renda da população desses locais, então, além da falta de fiscalização, há a manipulação política e
repressão dos donos desses estabelecimentos. Abate feito em más condições, falta de
equipamento para processamento dos subprodutos, pequena quantidade de subprodutos e baixo
valor final contribuem para a produção de resíduos dos matadouros. O uso da água leva a grandes
quantidades desses resíduos. A descarga directa de águas residuais não tratadas nas águas
superficiais ou no sistema público de esgotos causa maus cheiros, água pobre em oxigénio e
problemas sanitários e ambientais (ROÇA, 2001).

Os matadouros clandestinos (a maioria) não há condições apropriadas para dispor de muitos dos
restos que são descartados, como urina, fezes, entranhas, ossos, cabeças. Estes elementos atraem
insectos que transmitem doenças, poluem fontes de água, cães costumam levar ossos para locais
habitados e causam mau cheiro e poluição visual. Os descartes de sangue e tecidos carregam
29

traços de medicamentos próprios para cavalos, mas impróprios para humanos (Dodman, 2018
apud Santos e Padilha, 2015).

O abate clandestino é caracterizado principalmente em duas diferentes circunstâncias. Existem


várias consequências dessa prática, como, por exemplo, os maus tratos aos animais, trabalho
escravo humano, despesas ao SUS e proliferação de zoonoses. Além de colocar em risco a
saúde alimentar, coloca também a economia, pois não será recolhido impostos, o que baixará o
custo de produção, fazendo com que essas empresas ilegais utilizem meio desleal na disputa
de mercado, a chamada concorrência predatória (ROSA et al., 2016).

O consumo dos produtos de origem animal não inspeccionados alavanca a diversas doenças
veiculadas por alimentos, e afecta directamente o departamento de saúde, o que gera gastos ao
município. Deste modo, mesmo com medidas legais vigentes, ainda se faz necessário a formação
de normas e portarias para combater o abate ilegal (SILVEIRA et al., 2015). A produção da carne
denominada clandestina é feita por pecuaristas que não investiram em sanidade ou por
produtores que insistem em fazer abate fora dos padrões. Ela é caracterizada por um produto
com baixo valor, associado à qualidade inferior, onde o principal objectivo é a competição de
preços, atendendo assim consumidores de baixa renda, que não possuem exigências pela
qualidade do alimento. Este processo de produção tem várias falhas e na maioria das vezes
trata-se de uma irregularidade propriamente dita, crime (PASCOAL et al., 2011).

Por ser executado de forma improvisada, sem os devidos cuidados sanitários, o abate clandestino
pode resultar em contaminação de nascentes, rios, açudes e córregos, causando desequilíbrio
ambiental e disseminação de doenças, pois, por se tratar de água de fácil acesso acabam
sendo eliminados dejectos, vísceras e sangue nestas águas (COSTA et al., 2011). Essas
águas acabam sendo consumidas por animais e até pessoas que residem nas propriedades rurais,
que não possuem sistema de captação de água seguro, desencadeando assim uma fonte de
contaminação em massa (SILVEIRA et al., 2015).

2.6. Factores de risco nos matadouros clandestinos


O termo risco popularmente, além do sentido de possibilidade ou chance (oportunidade), tem o
sentido de perigo. Sobre o factor de risco, tratando de saúde pública em matadouros
clandestinos, há probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde. Tendo em
30

conta que esta actividade de risco no abate de animais não é exercida por gente qualificada e
fica à cargo dos mais marginalizados na sociedade: jovens, homens, pobres e aculturados.
Curiosamente em nosso estudo, encontramos mulheres exercendo papéis nessa actividade. Os
factores de risco são a falta de higiene no local de abate, o descarte de peles no solo que
depois é consumida por cães, falta de inspecção, falta condições para o abate no que tange a
materiais adequados usados para o abate (BAPTISTA, 2008).

Além de expor os animais ao extremo sofrimento, o abate clandestino ainda coloca em


risco a saúde pública e causa danos a economia. Devido ao momento actual em que a
humanidade está passando, cada dia as ofertas surpreendentes de carne são cada vez mais
praticadas, e devido à crise financeira muitas pessoas acabam influenciadas pelo valor abaixo
de mercado, sem preocupação com a procedência da mesma. Na maioria das vezes sem saber
os riscos que estão correndo ao consumir esse alimento sem inspecção, sem seguir o mínimo
de higiene, sem segurança alguma, expondo a matéria-prima a diferentes tipos de
microrganismos, toxinas, bactérias e vírus, que podem levar a vários malefícios a saúde e até a
morte (SILVEIRA et al., 2015).
Além das consequências ao mercado de produtos de origem animal e saúde pública, há
ainda o temido maus-tratos aos animais, que se faz presente, outra dura negligência
presente nessa actividade abominável, em que os animais são expostos a estresse, exaustão
e dores. Durante o processo de matança, estes animais não passam pelo processo de
insensibilização, com isso são expostos a uma morte extremamente estressante, sofrida e
dolorosa. Essa carne posteriormente terá sua qualidade comprometida, devido à grande
exposição ao estresse prolongado, há esgotamento das reservas de glicogénio, pouca redução
do pH, o que se resultará em uma carne DFD, em inglês Dark, Firm, Dry, em
português escura, firme e seca (ALVEZ e MANCIO, 2007).

2.7. Inspecção ante morte e pós morte

Em seu estudo BRAGGION et al (2004) relataram que o transporte é o segundo causador de


lesões nos animais, perdendo apenas para o manejo nos currais de espera, que possui alta
incidência devido a superlotação. As lesões são causadas devido a mistura de
diferentes lotes, velocidade alta, estradas danificadas, coices, chifradas e pisoteios O médico
veterinário é importante em todas as fases, nos frigoríficos licenciados é possível identificar
patologias nos primórdios da produção antes que a sanidade possa ser comprometida (TIGRE
31

et al, 2012). As vísceras, assim como as carcaças, passam pela inspecção, um trabalho
minucioso que tem como objectivo evitar a liberação de carcaças de animais doentes. Esse
acompanhamento é feito por meio do médico veterinário, nomeado Auditor Fiscal, que
são do MAPA, e pode ter a contribuição dos auxiliares de Inspecção contratados pelos
frigoríficos (BAPTISTA, 2008). Muito se é discutido sobre a importância da inspecção
ante morte dos animais e pós morte das carcaças e vísceras. O Regulamento de Inspecção
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), reforça sua importância
indispensável para a saúde pública, visto que através dela será possível a detecção de
doenças como, encefalopatia espongiforme bovina, raiva, e várias outras doenças do
sistema nervoso. Após analisar as vísceras e carcaças será estabelecido o destino das
mesmas com segurança (DIAS e CASTRO, 2012). A inspecção conta com pilares básicos
e simples que não deixam de ser de importância, a observação de todas as carcaça e vísceras,
palpação das vísceras, órgãos ou carcaças, incisão tanto de órgãos quando de linfonodos,
olfacção, avaliação da carcaça completa, ou seja, suas vísceras, órgãos, cavidades e
linfonodos . Para que não haja dúvidas sobre as carcaças e seus anexos, é feita a identi-
ficação nos mesmos, cabeça, órgãos e carcaça (PORTUGAL, 2012).
Durante a inspecção pós morte é necessário avaliar novamente, deve-se observar o
escore da carcaça, a cabeça, todas as glândulas, todos os músculos da mastigação, língua,
linfonodos e as cavidades (BAPTISTA, 2008).

2.8. Zoonoses

As zoonoses são doenças compartilhadas por homens e animais, podendo ser causadas por
bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Sua transmissão pode se dar através das vias
directas ou indirectas. De acordo com estudos, existem mais de 200 tipos diferentes de
zoonoses, porém, devido as subnotificações e falta de investigações são pouco identificadas.
As zoonoses além de transmitidas por fômites, consumo e contacto, também podem ocorrer de
forma oportunista, com maior ocorrência em trabalhadores rurais, magarefes e médicos
veterinários (ACHA e SZYFRES, 2001).

2.8.1. Tuberculose bovina

Zoonose de importância mundial, causada por bactéria em forma de bacilo, não encapsulada,
denominada Mycobacterium bovis. Quando acomete os bovinos normalmente é
assintomática. Causa grande diminuição de produtividade, levando os animais a
32

apresentarem caquexia e após abatido à condenação total da carcaça ou tratamento pelo calor,
visto que o bacilo não resiste a altas temperaturas (PINTO, 2003).

Podendo ser pelo contacto com secreções nasais de humanos e animais contaminados,
consumo de leite não fervido e carne má cozida, contacto com fezes e urina (através de
estercos comummente utilizados na adubação de hortas), secreções vaginais e sémenes
(SILVA et al., 2011).

2.8.2. Encefalopatia espongiforme bovina (eeb)

A Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como doença da vaca louca


nos bovinos, faz parte de um conjunto de Encefalopatias de mamíferos. Já nos humanos é
responsável pela doença denominada de Creuzfeld-Jakob. Seu agente etiológico é chamado
de príon, um agente infeccioso composto de proteínas que degenera rapidamente as células do
sistema nervoso. Possui dois diferentes tipos de apresentação, a clássica que é a de maior
relevância no presente trabalho, trata-se directamente da contaminação por ingestão de carne ou
derivados contaminados sem devida identificação por inspecção Sua ocorrência se dá após o
consumo da proteína animal contaminada, muitas vezes clandestina, está irá se encontrar com
outras proteínas que passaram por mutação, e sem o tratamento de desnaturação causará a
doença. Já na forma atípica ocorre em bovinos adultos, sem a necessidade de ingestão de carne
contaminada, diante de estudos existentes, pode-se ocorrer devido a factores genéticos
(SOBCZAK, 2001)

2.8.3. Cisticercose

Doença zoonótica de maior ocorrência em frigoríficos regularizados, causando grande dilema


para saúde pública e grandes prejuízos económicos em toda a cadeia de produção, do produtor
até o frigorífico responsável pelo abate. Possui um complexo denominado teníase- cisticercose,
que tem como agente etiológico o metacestódeo Taenia saginata que necessita de dois
hospedeiros para findar seu ciclo de vida (AQUINO et al., 2017).

Segundo ANTENORE (1998), o ciclo se completa através do bovino e do ser humano. No


bovino ocorre a fase larval, caracterizando-o como hospedeiro intermediário, já no humano
ocorre a forma adulta, caracterizando-o como hospedeiro definitivo. Nos humanos quando há
ingestão de carne crua ou malcozida que contenha cisticercos, larvas, irá ocorrer o
desenvolvimento da ténia adulta. Quando ingeridos alimentos com presença dos ovos das
33

ténias, que são eliminados nas fezes dos seres humanos, poderá se desenvolver a
cisticercose.
34

CAPÍTULO III: METODOLOGIAS DE PESQUISA

3. METODOLOGIAS

3.1. Métodos

O método é a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e a explicação de


fenómenos. Esses procedimentos se assemelham ao método científico que consistem em
delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las com base nas relações
encontradas, fundamentando-se nas teorias existentes (TRIVIÑOS, 1987).

3.2.Tipos de pesquisa

3.3. Quanto aos objectivos:

3.3.1. Pesquisa Exploratória – Seu objectivo é a caracterização inicial do problema, sua


classificação e de sua definição. Constitui o primeiro estágio de toda pesquisa científica. Este
método vai se usar na contextualização do problema da pesquisa bem como análise do
mesmo a fim de se extrair a questão principal do problema. Para Gil (2007, p. 112), os
estudos descritivos podem ser criticados porque pode existir uma descrição exacta dos
fenómenos e dos factos.

Que se usou na contextualização do problema da pesquisa sobre os impactos do uso de


matadouros clandestinos na unidade Canongola, visando uma maior compreensão do
problema. Usou-se também para extrair a questão principal do problema da pesquisa.

3.3.3. Pesquisa explicativa

Este tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os factores que determinam ou que


contribuem para a ocorrência dos fenómenos (GIL, 2002). Ou seja, este tipo de pesquisa
explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos.

Segundo Gil (2007, p.43), uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra
descritiva, posto que a identificação de factores que determinam um fenómeno exige que este
esteja suficientemente descrito e detalhado. Que foi usada com objectivo obter conteúdos que
35

facilitaram na explicação e compreensão dos factores de risco nos matadouros clandestinos


e , as devidas conclusões do pesquisado e explicação do fenómeno estudado.

3.4.Quanto à forma de abordagem

2.4.1.Pesquisa qualitativa

De acordo com (Lakatos e Markoni, 1990 ) pesquisa qualitativa é aquela que tem como fim
de registar, analisar fenómenos, buscar e identificar as causas assim como procurar melhores
soluções seja através da aplicação do método experimental, ou seja, através de interpretação
possibilitada pelos métodos qualitativos. Ou seja, a pesquisa qualitativa é aquela cujas
informações não são quantificadas, a interpretação de fenómenos recolhidos e atribuição de
significados é feita de forma qualitativa.

Que foi usada com objectivo de compreender e identificar os impactos que os matadouros
clandestinos trazem a saúde pública, nos habitantes daquela unidade administrativa, e para
propor possíveis soluções do problema da pesquisa.

3.5. Quanto aos procedimentos

3.5.1. Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já


analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos,
páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica,
que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém
pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando
referências teóricas publicadas com o objectivo de recolher informações ou conhecimentos
prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (LAKATO e MARKONI,
1990).

Que foi usada com objectivo de buscar fontes e teorias que permitiu o autor conhecer o
que já se estudou sobre o tema da pesquisa e que sustentaram o tema da pesquisa, em
manuais, páginas da internet e revistas em Pdf.
36

3.6. Técnicas e instrumentos de recolha de dados

A presente pesquisa baseou-se na técnica de observação directa e Entrevista, ou seja,


para se obter as informações, foram entrevistados os seleccionados que fizeram parte da
amostra e outros dados foram recolhidos através da observação directa.

3.6.1 Entrevista

A entrevista é um dos instrumentos básicos para a recolha de dados. De acordo com Gil,
2002, a condução de uma entrevista é antecedida de uma preparação que contempla a
selecção dos tópicos, a elaboração de questões, a consideração do tipo de análise e a
preparação de um plano de entrevista.

Neste trabalho de pesquisa usou-se essa técnica para explorar o conhecimento de alguns
moradores da unidade Canongola e alguns praticantes dessa actividade, bem como o
inspector e o técnico de saúde pública no que tange aos impactos na saúde pública do uso de
matadouros clandestinos no Bairro Samora Machel, Unidade Canongola e o motivo pelo qual
alguns moradores levam os animais para o abate em matadouros clandestinos.

3.6.1.1 Tipo de Entrevista: Semi-estruturada

Na entrevista semi-estruturada, o entrevistador segue um roteiro de perguntas previamente


estabelecidas. Contudo, não precisa segui-las rigorosamente. Isto é, a entrevista
semiestruturada combina perguntas definidas com perguntas espontâneas, que surgem apenas
no momento da entrevista. O processo deste tipo de entrevista se assemelha ao contexto de
uma conversa informal. O entrevistador deve ficar atento para dirigir a discussão para assunto
que interessa a pesquisa. Para isso pode fazer perguntas adicionais além das questões que
havia sido definido no roteiro. Fonte: https://blog.mettzer.com/entrevista-pesquisa-qualitativa

Com este tipo de entrevista mencionado, elaborou-se um guião de entrevista, que serviu de
instrumento de colecta de dados durante realização da pesquisa. Para se obter conclusão do
tema estudado.
37

3.6.2 Observação directa – De acordo com LUDKE e ANDRÉ (2003, apud LAKATOS e
MARKONI, 1990), o conteúdo da observação deve compreender uma parte descritiva e outra
mais reflexiva. Essa técnica auxiliou o autor a averiguar as provas e na colecta de
informações relacionados ao problema da pesquisa.

3.7. População e amostra

A população foi de todos os praticantes de abates de animais em matadouros


clandestinos no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola, funcionários do matadouro
municipal de Chingale e de M’padue, Técnicos de Saúde pública e moradores da unidade
Canongola, no Bairro Samora Machel. A amostra foi de um total de 20 residentes da unidade
Canongola, 6 praticantes de actividades de abates de animais em matadouros clandestinos, 1
inspector pecuário do matadouro municipal de Chingale e um técnico de Saúde Pública e
Gestão Comunitária.

Os elementos que compõem amostra foram seleccionados com base na acessibilidade ou


conveniência que para (TACHIZAWA e MENDES, 1999) é uma forma de amostra não
probabilística que consiste em seleccionar os elementos a que tem acesso, admitindo que
esses possam, de alguma forma, representar o universo sem descriminação de sexo, idade
nem pela categoria profissional.
38

CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


E  DISCUSSÃO 

Para o estudo de, impactos do uso de matadouros clandestinos em actividade de abate


de animais (Caprinos e Bovinos) foram entrevistados um total de 20 moradores da unidade
Canongola, 4 praticantes dessa actividade e um técnico de Saúde Pública e Gestão
Comunitária e 1 inspector pecuário.

Os resultados apresentados neste capítulo foram agrupados em seguintes categorias para


melhor elucidação.
 Matadouros clandestinos existentes no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola (BSM-
UC);
 Funcionamento dos Matadouros clandestinos do Bairro Samora Machel-Unidade
Canongola (BSM-UC);
 Descrição do Funcionamento do Matadouro municipal de Chingale do Bairro Francisco
Mnyanga-Unidade Chingale (BFM-UC);
 Descrição do Funcionamento do Matadouro de M’paduè;
 Comparação de Abate em Matadouros clandestinos da unidade Canongola com o
Matadouro Municipal de Chingale e Matadouro de M´paduè;
 Propostas de Realização de Abates de animais ruminantes (Caprinos e Bovinos) para
minimizar os impactos do uso de matadouros clandestinos em actividades de abates de
animais (Caprinos e Bovinos);

Também será feita através da ilustração de tabelas, quadros e gráficos apresentando-se os


resultados obtidos de forma percentual em todas as questões. Através da apresentação em
tabelas e notas percentuais será mais fácil de comparar os resultados, o que irá facilitar a
compreensão nos leitores.
39

4.1.3. Matadouros clandestinos existentes no Bairro Samora Machel-Unidade Canongola


(BSM-UC)

Na maior parte da unidade Canongola do bairro Samora Machel possuem os tais matadouros
clandestinos, espalhados em locais diferentes onde são abatidas ruminantes como boi e
cabrito, frequentemente. Isso inclui até residências, sem contar com locais próximos a um
mercado, e outros locais escondidos no meio de alguma vegetação onde os praticantes dessa
actividade se destacam mais a fim de arrecadar mais fundos económicos, no que tange ao
abate de animais. Estes praticantes não se importam com os riscos a saúde pública. Nestes são
realizados actividades de abate sem o mínimo de condições sanitárias adequadas e sem
fiscalização.

4.1.4 Matadouro Clandestino de Caprinos na Unidade Canongola, no Bairro Samora


Machel

Um dos matadouros clandestinos está localizado nas esquinas próximo ao mercado de cabrito
e mercado de milho, dentro de uma pequena mata o matadouro clandestino de cabrito
funciona de segunda a segunda e sempre tem indivíduos que fazem deste o seu local de
trabalho. É preciso muita atenção e aproximação para identificar este matadouro clandestino,
pois está distante do alcance do público.

Figura 1: Abate de caprinos em um matadouro clandestino na Unidade Canongola, no


Bairro Samora Machel.
40

Fonte: Autor (2021

4.1.5 Matadouro Clandestino de Bovinos na Unidade Canongola, no Bairro Samora


Machel

Um dos matadouros clandestinos está localizado nas esquinas próximo ao mercado de Bois e
mercado de cabritos, dentro de uma pequena mata o matadouro clandestino de Bovinos
também funciona de segunda a segunda e sempre tem indivíduos que fazem deste o seu local
de trabalho. É preciso muita atenção e aproximação para identificar este matadouro
clandestino

Figura 2: Abate Clandestino de Bovino, na Unidade Canongola no Bairro Samora


Machel. Em um matadouro clandestino

Fonte: Autor (2021)


41

Um dos matadouros clandestinos no bairro Samora Machel, Unidade Canongola esta


escondido ao lado de um pequeno mercado de suínos que esta próximo a estrada nacional
número 7 em direcção ao parque de estacionamento Nabila. E para não serem vistos por a
maioria das pessoas que passam, os abates são realizados por trás de caminhões próximo a um
muro abandonado e rodeado de pessoas, interessados em comprar a carne. Alguns deles
controlam o movimento de autoridades municipais de forma preocupada, indicando um medo
pela prática ilícita.

Figura 3: Abate em um matadouro clandestino no Bairro Samora Machel-Unidade


Canongola.

Fonte: Autor (2021)

4.2. Apresentação de dados da entrevista e da visita ao matadouro

4.1.3 Apresentação de dados da Visita Ao matadouro municipal da Unidade Chingale,


no Bairro Francisco Manyanga

Nesta etapa pretendia-se fazer uma apresentação de dados observados no campo, que são as
actividades realizadas no matadouro de Chingale no bairro Francisco Manyanga, ou seja o
seu funcionamento. Para esta etapa foi possível recolher os dados com ajuda e entrevista do
inspector veterinário Lucas Macufa. Sobre como a descrição das actividades realizadas
naquele matadouro, o inspector Macufa enquanto assistíamos as actividades afirmou que
Primeiro o cliente dá entrada o animal um dia antes do abate.

Para o abate de caprinos: Em observação directa e o guia do inspector veterinário, notou-se


que é realizada a inspecção ante morte que consiste na observação do animal após a
42

chegada ao cural, para analisar possíveis causas de lesões, além do transporte são advindas
também do desembarque, estresse térmico, mistura de diferentes lotes nos currais de espera,
superlotação e falta de bebedouros nos currais de espera. A inspecção ante morte também é
essencial para qualidade final do produto.

No que se refere às etapas do processo de produção segue adiante sua descrição. Em primeiro
lugar os animais são recebidos nos currais onde permanecem por um tempo mínimo de 16
horas, para descanso. Só então são conduzidos até a sala de abate onde é realizado o
atordoamento por meio de um choque eléctrico. Após o atordoamento, cujo objectivo é deixar
o animal imóvel e inconsciente, é realizada a sangria que efectiva a morte. Em seguida os
animais são conduzidos em uma plataforma com rodas até o local onde é feita a esfola,
evisceração com uso de facas. Nesta fase, primeiro são retiradas as patas e logo depois se
realiza a esfola do animal seguida da evisceração (retirada das vísceras). O processo segue
com a divisão do animal em partes de forma a constituir a carcaça. Depois de pronta, a
carcaça é colocada em uma sala de inspecção.

Por fim é feita a inspecção pós-morte que consiste na análise dos órgãos internos do animal
para posterior consumo.

Figura 4: Caprinos abatidos Figura 5: Inspecção

Fonte: Autor (2021) Fonte: Autor (2021)


43

4.2.1. Apresentação de dados da entrevista com o inspector pecuário do Matadouro


Municipal de Chingale

Com base na entrevista realizada com o inspector pecuário Lucas Macufa , foi possível colher
as seguintes respostas.

Quadro 1: referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista com o inspector


pecuário do Matadouro Municipal de Chingale

PERGUNTAS RESPOSTAS
Matadouro é um local como este onde nos
O que é um matadouro. encontramos, onde se realiza abates de animais
para o consumo humano.
A diferença existente entre estes dois matadouros
é que este (Municipal) é um matadouro
Qual é a diferença existente entre este licenciado, com materiais necessários para o
matadouro municipal é aquele abate e com inspecção antes e depois do abate. Já
escondido na comunidade o clandestino é aquele em que não possui
(Clandestino). nenhuma licença de abate e que os animais e as
carcaças não são inspeccionadas antes e nem
depois do abate.
Qual pode ser o motivo de Alguns A maioria deve ser pelo facto de querer ter menos
munícipes da cidade de Tete, em gastos com as taxas, uma vez que em matadouro
particular os da unidade Canongola no licenciado as taxas são um pouco mais elevadas
Bairro Samora Machel preferirem em relação as do matadouro clandestino.
44

levar os seus animais para o abate em


matadouros clandestinos.

O consumo de carne ou mesmo produtos da carne


contaminados pode ser a causa de diversas
doenças graves que são compartilhadas por
homens e animais como: tuberculose bovina,
Quais são as doenças que podem ser cisticercose, carbúnculo hemático, listeriose,
causadas ao homem por consumo de estreptococose, toxoplasmose, mormo, yersinose,
carne não inspeccionada ou que intoxicações estafilocócicas e alimentares,
estejam contaminados. salmoneloses, entre outras. Essas doenças só
podem ser devidamente identificadas mediante a
inspecção ante morte e pós-morte às quais os
animais são submetidos no matadouro legalizado,
procedimento que não ocorre em matadouros
clandestinos
Qual é a taxa aplicada a abates de entra do animal as taxas são de 15 meticais para
caprinos e de bovinos. caprinos e 30 meticais para bovinos. Mas depois
do Abate as taxas são de 10 meticais por
quilograma.
Fonte: Autor (2021)

Figura 6: Momentos da entrevista ao inspector do matadouro de Chingale

Fonte: Autor (2021)


45

Discussão dos resultados das questões referentes da entrevista com o inspector pecuário
do matadouro de Chingale : Em relação a questão de o que é um matadouro respondeu
que Matadouro é um local como este onde nos encontramos, onde se realiza abates de animais
para o consumo humano. Sobre Qual é diferença existente entre este matadouro
municipal e Clandestino, respondeu que este (Municipal) é um matadouro licenciado, com
materiais necessários para o abate e com inspecção antes e depois do abate. Já o clandestino é
aquele em que não possui nenhuma licença de abate e que os animais e as carcaças não são
inspeccionadas antes e nem depois do abate. E sobre a questão de Qual pode ser o motivo de
preferência de alguns moradores levarem animais para o abate em matadouros
clandestinos, respondeu que a maioria deve ser pelo facto de querer ter menos gastos com as
taxas, uma vez que em matadouro licenciado as taxas são um pouco mais elevadas em relação
as do matadouro clandestino. E sobre Quais são as doenças que podem ser causadas ao
homem por consumo de carne não inspeccionada ou que estejam contaminados,
respondeu que O consumo de carne ou mesmo produtos da carne contaminados pode ser a
causa de diversas doenças graves, que são compartilhadas por homens e animais como:
tuberculose bovina, cisticercose, carbúnculo hemático, listeriose, estreptococose,
toxoplasmose, mormo, yersinose, intoxicações estafilocócicas e alimentares, salmoneloses,
entre outras. Essas doenças só podem ser devidamente identificadas mediante a inspecção
ante morte e pós-morte às quais os animais são submetidos no matadouro licenciado,
procedimento que não ocorre em matadouros clandestinos.

E por fim em relação questão de Qual é a taxa aplicada a abates de caprinos e de


bovinos., respondeu que entrada do animal as taxas são de 15 meticais para caprinos e 30
meticais para bovinos. Mas depois do Abate as taxas são de 10 meticais por quilograma.

Os dados resultantes desta pesquisa apontam que os impactos do consumo de carne abatidas
em matadouros clandestinos, são de transmissão de doenças, não só as conhecidas como
doenças da saúde pública como também as zoonoses que são doenças transmitidas de animal
para o homem. E as taxas de abate são altas em relação a dos matadouros clandestino que são
muito baixas, fazendo com que os residentes da unidade Canongola prefiram levar animais
para o abate em matadouros clandestinos.
46

4.1.3 Visita Ao matadouro do M’páduè, no Bairro Mpáduè

Foi pela falta de condições e fraca aderência dos clientes para o abate de bovinos em
matadouro de Chingale no bairro Francisco Manyanga que o inspector Lucas Macufa
direccionou o autor ao matadouro do M’páduè com muita afluência de clientes e condições
um pouco mais adequadas para o abate de bovinos.

Com a inspectora Sumaila foi possível descrever as etapas de abate dos bovinos no qual ela
afirmou que: O animal deve permanecer no curral durante um período de aproximadamente
24 horas para o processo de inspecção no qual é denominada ante morta e repouso do próprio
animal, nesse processo faz-se a rejeição total caso o animal apresente algumas anomalias ou
doenças zoonoses como a Brucelose. Acrescentou ela que após o abate realiza-se inspecção
pois morta na carcaça onde os órgãos afectados são rejeitados, esse processo é chamado de
rejeição parcial.

Figura 7: Frigorífico para realização da inspecção e conservação da carne

Fonte: Autor (2021)


47

4.2.1. Apresentação de dados da entrevista com o técnico de saúde pública e gestão


comunitária

Com base na entrevista realizada com o técnico de saúde pública e gestão comunitária Real
Domingos Armando, com o objectivo de conhecer os impactos que a carne abatida em
matadouros clandestinos pode trazer a saúde pública, foi possível colher as seguintes
respostas.

Quadro 2: referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista com o técnico de


saúde pública e gestão comunitária

PERGUNTAS RESPOSTAS
O que é Saúde. É o estado de normalidade.
É a aplicação de conhecimentos médicos ou não,
com objectivo de organizar sistemas e serviços de
saúde, actuar em factores condicionantes e
O que é Saúde pública. determinantes do processo de saúde e doença
controlando a incidência de doenças nas
populações através de acções de vigilância e
intervenções governamentais.

Quais São as Doenças da Saúde Existem várias. HIV, Cólera, Diarreia, Malária,
Pública. Tuberculose, Anemia, sífilis e muitas outras.
Quais são as doenças da saúde pública As doenças mais frequentes na nossa comunidade
mais frequentes na nossa comunidade. são: HIV, Cólera, diarreia, Malária, e Tuberculose
etc.
Quais são os riscos para a saúde Os riscos são maiores, mas pelo que muitos ja
pública de se consumir carne de sabem os riscos e de contaminação de doenças
48

animais não inspeccionados. como a diarreia as, zoonoses que são doenças que
são transmitidas de animais para o homem.
Fonte: Autor (2021)

Discussão dos resultados das questões referentes a entrevista de abatedores em


matadouros clandestinos: Em relação a questão de o que é saúde respondeu que é o caso da
normalidade. Sobre o que é saúde pública, respondeu que é a aplicação de conhecimentos
médicos ou não, com objectivo de organizar sistemas e serviços de saúde, actuar em factores
condicionantes e determinantes do processo de saúde e doença controlando a incidência de
doenças nas populações através de acções de vigilância e intervenções governamentais. E
sobre quais são as doenças da saúde pública, respondeu que Existem várias. HIV, Cólera,
Diarreia, Malária, Tuberculose, Anemia, sífilis e muitas outras. E sobre quais são as doenças
da saúde pública mais frequentes na nossa comunidade respondeu que as doenças mais
frequentes na nossa comunidade são: As doenças mais frequentes na nossa comunidade são:
HIV, Cólera, Malária, diarreia e Tuberculose etc. E por fim sobre Quais são aos riscos para
a saúde pública de se consumir carne de animais não inspeccionados, respondeu que Os
riscos são maiores, mas pelo que muitos já sabem os riscos e de contaminação de doenças
como a diarreia, as zoonoses que são doenças que são transmitidas de animais para o homem.

Os dados resultantes desta pesquisa apontam que há sempre impactos na saúde pública,
quando se trata de carne abatidas em matadouros clandestinos, ou seja sem o mínimo de
condições de higiene e inspecção. Esses impactos são as doenças da saúde pública como
diarreia, cólera e as zoonoses que segundo ACHA e SZYFRES, (2001) são doenças
compartilhadas por homens e animais, podendo ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou
protozoários.

4.3. Comparação de Abate em Matadouros clandestinos da unidade Canongola com o


Matadouro Muncipal de Chingale e Matadouro de M´paduè;

MATADOURO LICENCIADO

Etapas do processo Matadouro Matadouro de M MATADOURO


de Abate (Bovinos e Municipal de ´paduè CLANDESTINO
caprinos) Chingale
Os animais são Os animais são Os animais são
49

transportados em transportados em transportados na


camiões ou carros camiões ou carros maior parte das vezes
com carroçaria com com carroçaria com a pé até ao local de
capacidade variada, capacidade variada, abate, por vezes de
Transporte
havendo carros que havendo carros que caros com capacidade
transportam de 1 a 5 transportam de 5 a 20 de transportar 1 ou 2
animais no caso de animais no caso de bois, e 5 a 10
bovinos e de 5 a 20 bovinos e de 5 a 70 cabritos.
no caso de caprinos. no caso de caprinos.
Recepção dos Logo após o Logo após o Logo após a chegada
Animais transporte os animais transporte os animais dos animais, os
são deixados em são deixados em abatedores não
curais, por meio de curais, por meio de perdem mais tempo e
rampas adequadas. rampas adequadas. abatem de
Nesta etapa é Nesta etapa é imediatamente os
analisado a sanidade analisado a sanidade animais.
do animal, separando do animal, separando
animais doentes de animais doentes de
animais sadios. animais sadios.
Descanso e dieta Os animais não Os animais não Os animais não
hídrica passam por uma dieta passam por uma dieta descansam e nem
hídrica, mas hídrica, mas passam por uma dieta
descansam de 12 a descansam de 12 a hídrica
24, para que eles se 24, para que eles se
recuperem o mais recuperem o mais
rápido possível das rápido possível das
condições adversas condições adversas
durante o transporte. durante o transporte.
Lavagem dos animais Os animais não são Os animais não são Os animais não são
lavados antes do lavados antes do lavados antes do
abate. abate. abate.
Insensibilização No caso dos bovinos, No caso dos bovinos, Não realizam a
os animais são os animais são insensibilização.
insensibilizados por insensibilizados por
50

uma marreta para uma marreta para


manter o animal manter o animal
inconsciente e que inconsciente e que
ele seja abatido sem ele seja abatido sem
causar dor. E os causar dor. E os
caprinos não são caprinos não são
insensibilizados insensibilizados
O método utilizado é Também é usado o Na esfola o animal é
o sistema aéreo onde sistema aéreo onde o suspenso em um
o animal é suspenso animal é suspenso em gancho improvisado,
em um gancho, o que um gancho, o que por vezes em ramos
ajuda na higienização ajuda na higienização de árvores, em locais
do animal. A esfola é do animal. A esfola é de péssimas
feita através do corte feita através do corte condições de higiene.
dos chifres e das dos chifres e das A esfola é feita
patas dianteiras, patas dianteiras, através do corte dos
Esfola abertura do pescoço abertura do pescoço chifres e das patas
onde é feito um corte onde é feito um corte dianteiras, onde é
longitudinal da pele longitudinal da pele feito um corte
do peito até o ânus e do peito até o ânus e longitudinal da pele
o corte das patas o corte das patas do peito até o ânus e
traseiras. Nesta fase traseiras. Nesta fase o corte das patas
acontece a retirada do acontece a retirada do traseiras. Nesta fase
couro e da cabeça. couro e da cabeça. acontece a retirada do
couro e da cabeça.
Na evisceração é Na evisceração é Na evisceração é
feito uma abertura no feito uma abertura no feito uma abertura no
abdómen para a abdómen para a abdómen para a
retirada de órgãos da retirada de órgãos da retirada de órgãos da
Evisceração
cavidade pélvica, cavidade pélvica, cavidade pélvica,
vísceras abdominais, vísceras abdominais, todas vísceras,
menos os rins, das menos os rins, das traqueia e esófago.
vísceras torácicas, da vísceras torácicas, da Os órgãos retirados
traqueai e esófago, traqueia e esófago, são tratados por cima
51

daí a carcaça é daí a carcaça é da pele estendida no


conduzidas para a conduzidas para a solo, em locais sem
inspecção. Pois é na inspecção. Pois é na higiene rodeadas de
etapa da evisceração etapa da evisceração moscas e por vezes
onde existe maior onde existe maior por cães a espera da
chance de chance de pele e sem a devida
contaminação da contaminação da inspecção.
carcaça. O corte mal carcaça. O corte mal
realizado pode realizado pode
ocasionar lesões no ocasionar lesões no
trato gastrointestinal trato gastrointestinal
e urinário. e urinário.
Não realizam a As carcaças são Não realizam a
lavagem, mas os divididas em duas lavagem, Após a
coágulos são por uma serra evisceração o cliente
removido apenas eléctrica, logo após leva de
manualmente, evisceração é retirado imediatamente a sua
Lavagem
durante o processo de os rins, o rabo, carcaça.
inspecção. gorduras e a medula,
onde são lavadas com
água morna corrente
para eliminação de
coágulos e pêlos.
Resfriamento Não realizam o As carcaças divididas Não realizam o
resfriamento, porque são encaminhadas resfriamento.
a frigorifico está para resfriamento
avariado, sendo para conservação,
assim o cliente é para reduzir
obrigado a levar a sua temperatura interna
carcaça no mesmo das carcaças para
dia do abate menos 7°C, elas são
dispostas em câmaras
frias com
temperaturas
52

variando entre 0 e
4°C. O tempo médio
de resfriamento é de
36 horas.
Embalagem Não embalam por Embalam para que Não embalam
falta de frigorífico, seja vendida.
pois o cliente leva a
carcaça no mesmo
dia em que o animal
foi abatido
Embalagens em Não realizam pelo Realizam Não realizam
Bandejas motivo anterior
Embalagens a vácuo Não realizam Não realizam Não realizam
Controle de Há controle de Há controle de Não há controle de
qualidade qualidade qualidade qualidade
Fonte: Autor (2021)

Gráfico 1: Referente a questão: Já ouviu falar acerca de matadouro clandestino?

Sobre ouvir ou não falar de matadouros clandestinos


90%
0.8
80%
70%
60%
50%
40%
30%
0.2
20%
10%
0%
Respostas

Sim Não

Fonte: Autor (2021)


53

Em relação a questão de ouvir ou não falar de matadouros clandestinos, dos 20


residentes entrevistados, 80% que correspondem a 16 residentes responderam que conhecem
o que são matadouros clandestinos, 20% que não conhecem o que são matadouros
clandestinos.
Os dados resultantes desta pesquisa apontam que a maior parte dos residentes do
bairro Samora Machel unidade Canongola já ouviram falar de matadouros clandestinos.

Tabela 1: Referente a questão sobre o que é um matadouro clandestino.

No Questão Respostas %

Locais escondidos onde matam animais 10%

2 O que é um matadouro Lugar de abates de animais de forma ilegal 50%


clandestino.
Lugares de abate de animais por emergência e 40%
preços baixos

Fonte: Autor (2021)

Em relação a questão sobre o que é um matadouros clandestino, dos 20 residentes


entrevistados, 10% que correspondem a 2 residentes responderam que são locais escondidos
onde matam animais, 50% que correspondem a 10 residentes responderam que são Lugares de
abates de animais de forma ilegal, 40% que correspondem a 8 residentes responderam que
são Lugares de abate de animais por emergência e preços baixos.
Os dados resultantes desta pesquisa apontam que a maior parte dos residentes do
bairro Samora Machel-unidade Canongola conhece matadouro clandestino como lugar de
abate de animais de forma ilegal.
54

Gráfico 2: Referente a questão: Para onde é que o Sr/a leva animal (caprino ou Bovino)
para o abate.

Local onde os resindentes de canongola levam animais para


60% o abate

0.5
50%

40%

0.3
30%

0.2
20%

10%

0%
Matadouro

Licenciado Clandestino Mato pessoalmente

Fonte: Autor (2021)

Em relação aos locais onde os residentes de Canongola, no Bairro Samora Machel


levam animal para o abate, dos 20 residentes entrevistados, 30% que correspondem a 6
residentes responderam que levam os animais para o abate no matadouro licenciado, 50% que
correspondem a 10 residentes responderam que levam os animais para o abate no matadouro
55

Clandestino, 20% que correspondem a 4 residentes responderam que matam os animais


pessoalmente.
Os dados resultantes desta pesquisa apontam que a maior parte dos residentes do
bairro Samora Machel, Unidade Canongola levam animais para o abate nos matadouros
clandestinos.

Gráfico 3: Referente a questão: Que motivos leva ou levou o Sr/a a levar o seu animal
(Caprino ou Bovino) para o abate no matadouro clandestino.

Principais motivos de levar animais para o abate no


60% matadouro clandestino
0.5
50%

40%

0.3
30%

0.2
20%

10%

0%
Motivos

Preço baixo Urgência Preço baixo e Urgência

Fonte: Autor (2021)

Em relação aos motivos pelos quais os residentes de Canongola, no Bairro Samora


Machel levam animal para ser abatido em matadouros clandestinos, dos 20 residentes
entrevistados, 50% que correspondem a 10 residentes responderam que levam pelos baixos
preços que os matadouros clandestinos oferecem, 30% que correspondem a 16 residentes
56

responderam que levam pela urgência, 20% que correspondem a 4 residentes responderam
que não levam por ambos motivos. Os dados resultantes desta pesquisa apontam que a
maior parte dos residentes do bairro Canongola levam animais aos matadouro clandestinos,
por estes apresentarem baixos preços Essa preferência explica-se pelo facto de a muitos
residentes serem de baixa renda.

Tabela 2: Referente a questão: Quais são os factores que contribuem para o


aparecimento de doenças nos matadouros clandestinos

No Questão Respostas %

Falta de higiene, 30%

5 Quais são os factores que Falta de condições para o funcionamento 10%


contribuem para o aparecimento e inspecção
de doenças nos matadouros
Falta de Higiene e falta de condições 60%
clandestinos
para o funcionamento e inspecção.

Fonte: Autor (2021)

Em relação aos factores que contribuem para o aparecimento de doenças nos


matadouros clandestinos, dos 20 residentes entrevistados, 30% que correspondem a 6
residentes responderam que é a falta de higiene, 60% que correspondem a 12 residentes
responderam que é a falta de condições para o funcionamento e inspecção, 10% que
correspondem a 2 residentes responderam que é a falta de condições para o funcionamento e
inspecção.
Os dados resultantes desta pesquisa apontam que a maior parte dos residentes do
bairro Samora Machel- Unidade Canongola consideram falta de higiene e falta de condições
para o funcionamento e inspecção como factores que contribuem para o aparecimento de
doenças nos matadouros clandestinos.
57

4.3.1. Apresentação de dados da entrevista com os praticantes de abates em um dos


matadouros clandestino da Unidade Canongola, no Bairro Samora Machel

Os dados desta entrevista foram obtidos de uma amostra de 6 praticantes de abates em


matadouros clandestinos dois quais 4 são abatedores de caprinos e 2 de bovinos. O número da
amostra é menor pois estes praticante não efectuam entrevistas do género por desconfiança
uma vez que as actividades realizadas são clandestinas.

Tabela 3: Referente às perguntas e respostas resultantes da entrevista a abatedores em


matadores clandestinos do BSM-UC.

Questões Respostas Nr de Nr de Número em


Abated Abatedo percentage
ores de r de m
caprin Bovino
o
Quantos clientes Depende do movimento
3 ––––– 75%
recebe por dia para existente no mercado de
abate de caprino cabritos, quantos mais as
pessoas compram, mais
clientes temos.
10 a 15. ––––––
1 25%
Por semana pode haver 1, 2
Quantos clientes ––– 1 50%
ou 3 abates de Boi.
recebe por dia para Abate de boi não acontece
abate de Bovinos ––– 1 50%
todos os dias e nem todas as
semanas, até há semana em
que não abatemos.
Qual é a taxa de A taxa é de 30 meticais para
4 ––––
pagamento para cada cada abate de cabrito
100%
abate de cabrito?
Qual é a taxa de A taxa é de 100 meticais para
––––– 2
58

pagamento para cada cada abate de Boi


abate de Boi?
Fonte: Autor (2021)

Discussão dos resultados das questões referentes da entrevista a abatedores em


matadores clandestinos: Em relação a primeira questão de quantos clientes recebem por dia
para abate de caprinos, que pretendia saber-se por parte dos abatedores sobre o fluxo de
residentes que levam animais ao matadores clandestinos, verificou-se que 75% responderam
que Depende do movimento existente no mercado de cabritos, quantos mais as pessoas
compram, mais clientes temos., 25% respondeu que abate 10 a 15 cabeça de gado caprino. E
segunda questão para bovinos 50 % responderam que Depende do movimento existente no
mercado de cabritos, quantos mais as pessoas compram, mais clientes temos, 25% respondeu
que abate 10 a 15 cabeça de gado caprino.
Em relação a terceira questão de qual é a taxa de pagamento para cada abate de cabrito
que pretendia saber-se por parte dos abatedores sobre o preço de cada abate de caprinos,
verificou-se que 100% responderam que custa 30 meticais. E a segunda questão para bovinos
100 % responderam que custa 100 meticais.

Os dados resultantes desta pesquisa apontam que os abatedores clandestinos do bairro Samora
Machel- Unidade Canongola realizam abates de caprinos e bovinos, cobrando baixas taxas em
relação as do matadouro licenciado e abatem em média 13 cabeças de gado caprino e
quantidade incerta de bois. Factores estes que podem contribuir para o aumento de abates
clandestinos de caprinos e bovinos, causando assim impactos na saúde pública, pondo em
risco a saúde dos residentes daquele bairro, na unidade Canongola, como também em outros
bairros da cidade de Tete.

4.3.2. Dados colhidos pelo método de observação directa

Durante a pesquisa foi possível observar directamente nas ruas e avenidas, centros de venda
de animais não só caprinos e bovinos como também suínos. Durante a observação no bairro
Samora Machel-Unidade Canongola notou-se varias residências e locais escondidos onde se
efectua abates clandestinos. Contando com residências e espaços escondidos descobertos pelo
autor, no total foram contabilizados 19 locais de abates clandestinos, valores que são
considerados altos para o nível de risco que causa a saúde pública. Uma das formas de
59

identificar os tais matadouros clandestinos, foi por meio de ajuda de alguns residentes e pelos
gritos dos animais sendo esfolados. Observou-se também processos de abates em matadouros
licenciados de Chingale e M’padue e em matadouros clandestinos.

Os dados obtidos na observação indicam que pode haver mais matadouros clandestinos não
descobertos, pelo autor ou pelas autoridades competentes. Uma vez que estes locais de abate
não estão localizados a vista do público. E que os matadouros clandestinos são os que causam
mais impacto negativo na saúde pública em relação ao matadouros licenciados, uma vez que
estes funcionam em péssimas condições de higiene, sem inspecção e sem condições
necessárias para o funcionamento.

4.4. Propostas de Realização de Abates de animais ruminantes (Caprinos e Bovinos)


para minimizar os impactos do uso de matadouros clandestinos em actividades de abates
de animais (Caprinos e Bovinos).

A literatura levanta algumas possíveis causas para a perpetuidade do abate clandestino. Os


mais citados são: a elevada carga tributária, fiscalização deficiente dos órgãos de inspecção
sanitária e a tradição de comercialização de carnes em pequenos supermercados, em que a
fiscalização é mais complexa e o consumo é mais sensível à variação de preços (SILVA &
BATALHA, 2000).

Para a realização de Abates de animais ruminantes (Caprinos e Bovinos) para minimizar os


impactos do uso de matadouros clandestinos em actividades de abates de animais (Caprinos
e Bovinos) propõem-se as seguintes medidas:

 Propõem-se segundo SOBCZAK, (2011) que para mudar essa realidade, entidades
ligadas ao sector, com o apoio do poder público, devem realizar debates em busca de
medidas para abolir esta prática com a participação de entidades protectoras dos
animais, que há muito tempo tem lutado contra a clandestinidade e em favor do abate
humanitário, técnica que tem se tornado uma exigência mundial, inclusive, dos países
importadores da carne;
 Propõem-se educação em Saúde promovida pelo profissional de saúde, activistas, ou
outros profissionais ligados directa ou indirectamente na área. (Goldbamum, 2003)
afirma que a prevenção só acontece efectivamente a partir da consciencialização da
comunidade envolvida, procurando sensibiliza-los para mudanças;
60

 Propõem-se o envolvimento da acção das instituições de saúde, sociais e económicas.


Pois segundo (SANTOS e TAHAM, 2013) estas podem estimular o desenvolvimento
dos mecanismos de saúde ou doença;
 Propõem-se segundo (SANTOS e PADILHA, 2015) evitar actividades em
estabelecimentos que aumentam o risco de doença. Ao prevenir padrões de vida social,
económica ou cultural que se sabe estarem ligados a um elevado risco de doenças;
 Propõem-se segundo PINHEIRO, et al. (2013) que as autoridades devem investir em
fiscalização e procurar dar subsídios para que os donos de matadouros licenciados
possam se reduzir as taxas de pagamento fazendo com que essa prática diminua, já que
ela se configura como um problema social;
 Propõem-se o desenvolvimento de acções para minimização dos efeitos da ignorância,
que é de inspeccionar casa por casa, Pois há praticantes de abate que mesmo sabendo dos
riscos a saúde pública, ainda realizam tais actividades de forma ilegal e em péssimas
condições de higiene pondo a risco a saúde das pessoas que consomem a carne;
 Visto que o abate clandestino ainda é um problema presente no Bairro Samora Machel,
unidade Canongola e cidade de Tete em geral , propõem-se que a população procurar
saber a origem dos produtos comprados e denunciar os locais que realizam essa prática,
assim como os comerciantes que disponibilizam os produtos para venda.
61

4.5. Limitações encontradas nos matadouros visitados

Devido a falta de condições adequadas algumas fases do processo de abate dos animais, não
são realizados.

PROCESSOS NÃO REALIZADOS

Matadouro Municipal de Chingale Matadouro de M’páduè


Resfriamento que segundo SILVA, 2011
ajuda na conservação, para reduzir
62

temperatura interna das carcaça em


câmaras frias com temperaturas variando
entre 0 e 4°C. O tempo médio em que a _________________
carne bovina deve permanecer em
resfriamento deve ser de 36 horas

Lavagem dos animais que segundo PEREIRA, et al. (2006) tem como finalidade, limpar a
pele do animal e reduzir poeira, diminuindo a sujeira na sala de abate
Dieta hídrica Segundo Roça (2011), o descanso acompanhado com a dieta hídrica tem
como finalidade diminuir o conteúdo gástrico para facilitar a evisceração da carcaça, e
também recuperar as reservas de glicogénio muscular, que com o estresse se reduzem.
Embalegens a vácuo que segundo AIRES, et al. (2018) tem como principal objectivo de
isolar a carne do oxigénio ambiente, pois esse oxigénio favorece o crescimento
microbiano que são potenciais deteriorantes e por consequência acabam por alterar as
características da carne.
Embalagens em Bandejas que segundo ,
PESSOA, et al. (2016) é uma boa opção
para acondicionar produtos in natura que
consomem oxigénio e liberta gás ______________

carbónico, mesmo dentro da embalagem,


o que acaba dando uma vida útil maior a
carne.
Fonte: Autor (2021)

5.1. Conclusões
Após o término da pesquisa foi possível obter conclusões que actividade de abate de caprinos
e bovinos em matadouros licenciados é de grande relevância económico e social para os
munícipes não só do Bairro Samora Machel, como também ao nível da cidade de Tete já que
ela traz emprego e renda nos seus diversos níveis, a começar pela criação, reprodução, abate,
entre tantas outras actividades afins. O abate de animais para o consumo da carne requer uma
série de cuidados. Através da visitas dos matadouros licenciados de M’páduè e do Chingale
no Bairro Francisco Manyanga foi possível comparar o processo de abate em matadouro
licenciado e clandestino onde se verificou pela diferença que os matadouros clandestinos
contribuem negativamente nos impactos na saúde pública. Pois no matadouro licenciado há
63

mais cuidado, profissionalismo e inspecção. Foi possível observar que para se consumir
produto de origem animal com boa qualidade e com segurança deve haver inspecção desde o
pré-abate onde ocorre muitos problemas com o transporte do animal, que ocasiona lesões na
carcaça e estresse no animal, no processamento onde ocorrem contaminações microbianas por
falta de esterilização de materiais, ou erros na evisceração que podem prejudicar toda a
carcaça do animal e também a distribuição do produto final, tendo esse cuidado o tempo de
prateleira do produto se torna maior, a confiabilidade do consumidor é conquistada e o
consumo é mais seguro em relação a carne de animal abatido em matadouro clandestino .

Através das entrevistas e recolha de dados pode-se concluir também que um dos principais
impactos na saúde pública é a contaminação de doenças (Zoonoses) que estes animais não
inspeccionados podem causar as pessoas que consomem a carne. E estes impactos
demonstram claramente que os matadouros clandestinos contribuem negativamente para a
saúde pública pondo em risco a saúde das pessoas, podendo causar doenças graves ou até a
morte.

5.2. Sugestões
Sugere-se a sensibilização dos residentes da unidade Canongola, no Bairro Samora Machel,
para que caso queiram abater os seus animais levem estes aos matadouros licenciados, pois
vale mais gastar um pouco mais para preservar a saúde, do que optar pelo mais barato que
pode acabar trazendo problemas a saúde. Sugere-se também aos residentes da unidade
Canongola, no Bairro Samora Machel e cidade de Tete em geral, para que após a compra da
carne vendida no mercado (Canongola) ou em outros mercados da cidade, cozer bem para que
possa prevenir os possíveis riscos de contaminação de doenças. E que denunciem as
autoridades competentes os abatedores dos matadouros clandestinos.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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homens e animais. Vol 2. n 33. 2001.
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controle. R. cient. eletr. Med. Vet., 2018.
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riscos a saúde pública. Revista científica Multidisciplinar Núcleo de conhecimentos. Ano
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 TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução a pesquisa em ciência sociais: a pesquisa qualitativa em
educação. São Paulo: Atlas, 1987. 175 p.
67
68

APÊNDICES

GUIA DE ENTREISTA DIRIGIDO AO INSPECTOR PECUÁRIO DO


MATADOURO MUNICIPAL DE CHINGALE

Sou estudante da Universidade Púnguè, Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia,


com Habilitações em ensino de Química, estou a realizar um trabalho de investigação
científica para a culminação do meu curso, com o título: Impactos do uso de matadouro
clandestinos em actividades de Abate de animais (caprinos e bovinos), no Bairro
Samora Machel-Unidade Canongola., gostaria que responde-se as questões duma forma
clara.

1- O que é um matadouro.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
69

2- Qual é a diferença existente entre este matadouro municipal e aquele escondido na


comunidade (Clandestino).
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

3- Qual pode ser o motivo de alguns munícipes da cidade de Tete em particular os da


unidade Canongola no Bairro Samora Machel preferirem levar os seus animais para o
abate em matadouros clandestinos.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4- Quais são as doenças que podem ser causadas ao homem pelo consumo de carne não
inspeccionadas ou que estejam contaminados.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5- Qual é a taxa aplicada a abates de caprinos.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Muito obrigado pela colaboração
70

GUIA DE ENTREISTA DIRIGIDO AO TÉCNICO DE SAÚDE PÚBLICA E GESTÃO


COMUNITÁRIA

Sou estudante da Universidade Púnguè, Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia


com Habilitações em ensino de Química, estou realizar um trabalho de investigação científica
para a culminação do meu curso, com o título: Impactos do uso de matadouro clandestinos
em actividades de Abate de animais (caprinos e bovinos), no Bairro Samora Machel-
Unidade Canongola., gostaria que responde-se as questões duma forma clara.

1. O que é saúde.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. O que é saúde pública.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
71

3. Quais são as doenças da saúde pública.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4. Quais são as doenças da saúde pública mais frequentes na nossa região.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5. Quais são os riscos para a saúde pública de se consumir carne de animais não
inspeccionados?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Muito obrigado pela colaboração

GUIA DE ENTREISTA DIRIGIDO AOS RESIDENTES DO DO BAIRRO SAMORA


MACHEL-UNIDADE CANONGOLA

Sou estudante da Universidade Púnguè, Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia,


com Habilitações em ensino de Química, Estou a realizar trabalho de investigação científica
para a culminação do meu curso, com o título: Impactos do uso de matadouro clandestinos
em actividades de Abate de animais (caprinos e bovinos), no Bairro Samora Machel-
Unidade Canongola, gostaria que responde-se as questões duma forma clara.

1- Já ouviu falar acerca de matadouro clandestino?


Sim_______ Não________

2- O que é um matadouro clandestino.


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
72

3- Para onde é que o Sr/a leva animal (Caprino ou Bovino) para o abate.
No matadouro: clandestino__________ licenciado________ Mato pessoalmente________

4- Que motivo leva ou levou o Sr/a, a levar o seu animal (Caprino ou Bovino) para o abate
no matadouro clandestino.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5- Quais são os factores que contribuem para o aparecimento de doenças nos matadouros
clandestinos.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Muito obrigado pela colaboração

GUIA DE ENTREISTA DIRIGIDO AOS ABATEDORES EM MATADORES


CLANDESTINOSDO BAIRRO SAMORA MACHEL-UNIDADE CANONGOLA

Como vai amigo, eu estou interessado em abrir um projecto de abate de cabritos e Bois, peço
que me ajude com ideias, e com algumas dúvidas que eu tenho.

1- Quantos clientes recebe por dia para o abate de caprinos.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2- Quantos clientes recebe por dia para o abate de bovinos (Bois).


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
73

3- Qual é a taxa de pagamento para cada abate de caprinos (cabritos).


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4- Qual é a taxa de pagamento para cada abate de (caprinos) cabrito.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Muito obrigado pela ajuda

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