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INSTITUTO SUPERIOR POLITECNICO DE GAZA

DIVISÃO DE AGRICULTURA

CURSO DE ENGENHARIA ZOOTÉCNICA

MONOGRAFIA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ZOOTÉCNICO E RENDIMENTO DE CARCAÇA


DE MACHOS E DA FÊMEAS DE FRANGOS DE CORTE DA LINHAGEM COBB

Autor: Renato da Silva Alfredo Macuande

Tutor: Engo. Mikosa Nkole

Co-tutor: Engo. Queirós Mburine

Lionde, Novembro de 2021


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Monografia de investigação sobre Avaliação do desempenho zootécnico e rendimento de


500
carcaça de macho e fêmea de frangos de corte da linhagem Cobb na farma do ISPG,
apresentado ao curso de engenharia Zootécnica na Divisão de Agricultura do Instituto Superior
Politécnico de Gaza, como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia
Zootécnica.

Tutor: Engo. Mikosa Nkole

Co-tutor: Engo. Queirós Mburine


Índice

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................. i


LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................. ii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS........................................................................ iii
DEDICATÓRIA ......................................................................................................................................... iv
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................... v
RESUMO .................................................................................................................................................... vi
ABSTRACT ............................................................................................................................................... vii
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
1.1. Problemas do estudo e justificação ............................................................................................... 2
1.2. OBJETIVOS ................................................................................................................................. 3
1.2.1. Hipóteses ............................................................................................................................... 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................................... 4
2.1. Caracterização da produção avícola .............................................................................................. 4
2.2. Produção avícola em Moçambique ............................................................................................... 4
2.3. Origem e classificação da ave doméstica ...................................................................................... 5
2.3.1. Origem .................................................................................................................................. 5
2.3.2. Classificação das aves ........................................................................................................... 5
2.4. Frangos de Corte e linhagens comerciais ...................................................................................... 5
2.4.1. Linhagens comerciais ............................................................................................................ 6
2.4.2. Caracterização da linhagem Cobb500 ..................................................................................... 7
2.4.3. Sexo....................................................................................................................................... 8
2.4.4. Procedimento da Sexagem e suas vantagens ........................................................................ 9
2.5. Factores que influenciam a produção de frangos de corte .......................................................... 10
2.5.1. Densidade de criação .......................................................................................................... 10
2.5.2. Iluminação........................................................................................................................... 11
2.5.3. Temperatura ........................................................................................................................ 12
2.6. Parâmetros produtivos de frangos de corte ................................................................................. 13
2.6.1. Conversão Alimentar (CA) ................................................................................................. 13
2.6.2. Consumo de Ração (CR)..................................................................................................... 14
2.6.3. Ganho Médio Diário (GMD) .............................................................................................. 15
2.6.4. Ganho de Peso Total (GPT) ................................................................................................ 15
2.6.5. Taxa Viabilidade (TV) ........................................................................................................ 16
2.6.6. Índice de eficiência produtiva ............................................................................................. 16
2.6.7. Rendimento de carcaça ....................................................................................................... 16
3. METODOLOGIA ............................................................................................................................. 18
3.1. Matérias....................................................................................................................................... 18
3.2. Métodos....................................................................................................................................... 18
3.2.1. Localização ......................................................................................................................... 18
3.2.2. Delineamento experimental ................................................................................................ 19
3.2.3. Procedimentos experimentais ............................................................................................. 20
3.2.4. Parâmetros avaliados........................................................................................................... 23
3.2.5. Análise estatística................................................................................................................ 25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................... 26
4.1. Variáveis do desempenho zootécnico ......................................................................................... 26
4.1.1. Ganho médio diário............................................................................................................. 26
4.1.2. Ganho de peso total ............................................................................................................. 27
4.1.3. Consumo de ração ............................................................................................................... 29
4.1.4. Conversão alimentar ........................................................................................................... 29
4.1.5. Taxa de viabilidade ............................................................................................................. 31
4.1.6. Índice de Eficiência Produtiva (IFP) ................................................................................... 31
4.1.7. Rendimento de carcaça ....................................................................................................... 32
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 34
6. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................... 35
7. ANEXOS ............................................................................................................................................ 36
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação biológica da galinha doméstica ............................................................... 5


Table 2: Ilustração do desempenho produtivo da linhagem Cobb500 ........................................... 8
Tabela 3: Temperatura para o conforto térmico na criação de frangos de corte .......................... 12
Tabela 4:Tabela que ilustra os materiais e sua função................................................................. 18
Tabela 5:Layout experimental ..................................................................................................... 19
Tabela 6: Composição nutricional da ração da higest fornecida durante o período experimental.
....................................................................................................................................................... 22
Tabela 7: Tabela dos resultados dos parametros avalidos no periodo experimental ................... 26

i
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pintinho fêmea. Fonte: Cobb (2009) .............................................................................. 9


Figura 2: Pinto macho. Fonte: cobb (2009) ................................................................................... 9
Figura 3: Machos no empenamentos lento (penas primarias do mesmo comprimento) ............. 10
Figura 4: Penas do mesmo comprimento, Primárias mais curtas primárias mais curtas ........ Erro!
Marcador não definido.
Figura 5: Empenamento rápido fêmeas, penas primárias mais longas que as da cobertura. ...... 10
Figura 6: Mapa do distrito de Chókwè ........................................................................................ 19

ii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ANOVA - Análise de Variância


Ave/m2 - Ave por metro quadrado
CA- Conversão Alimentar
CR - Consumo de Ração
CV - Coeficiente de Variação
DCC - Delineamento Completamento Casualizado
DP- Desvio Padrão
FB- Fibra Bruta
GB- Gordura Bruta
GMD - Ganho Médio Diário
GPT- Ganho de Peso Total
IEP - Índice de Eficiência Produtivo
Kg – Quilogramas
Max - Máximo
Min - Mínimo
mg- miligramas
ºC- Graus Célsius
PF - Peso Final
PI - Peso Inicial
PB - Proteína Bruta
TV- Taxa de Viabilidade

iii
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Declaração

Declaro por minha honra que o presente trabalho de culminação do curso é resultado da minha
autoria, e das orientações dos meus tutores, elaborado de acordo com a metodologia descrita e
com base nas referências bibliográficas devidamente mencionadas no trabalho. Declaro ainda
que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição de ensino superior para
propósito semelhante ou obtenção de qualquer grau académico, apenas será publicado no ISPG.

______ de______________________ de_______

Assinatura

_______________________________________________________

(Renato da Silva Alfredo Macuande)

DEDICATÓRIA

iv
Dedico o presente trabalho,
Aos meus pais Alfredo Fernando Macuande e Telmina João Pacule, pelo apoio moral, confiança
que depositaram em mim durante toda a vida e desde os primeiros passos de escola.
Ao meu Tio Andrice Fernando Macuande pela força e inestimável apoio.
Aos meus irmãos Alfredo, Nócia, Cledson, e Dulce, para que vejam este trabalho como fonte de
inspiração para suas vidas.

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus todo-poderoso que nos criou e foi sábio nesta tarefa. Seu
fôlego de vida e sua presença me sustentaram, dando coragem para enfrentar barreiras e propor
sempre um mundo novo cheio de possibilidades e alegrias.

v
À minha família, em especial aos meus pais e aos meus irmãos pelo incentivo e colaboração,
principalmente nos momentos de dificuldade, a minha querida mãe, por tanto amor e dedicação.

Aos meus supervisores Engo. Mikosa Nkole e Engo. Queirós Figueiredo Mburine, pela prontidão
que tiveram para acolherem-me e orientar-me na elaboração desta monografia. Por todo o apoio
científico, bibliográfico, paciência, atenção, e disponibilidades que demonstraram, assim como
pelas críticas, correcções e sugestões relevantes durante a elaboração desta monografia.

Aos docentes do Instituto Superior Politécnico de Gaza, Divisão de Agricultura, em especial ao


curso de Engenharia Zootécnica, pelos conhecimentos, ensinamentos e acompanhamento
transmitidos ao longo da formação.

Aos meus amigos, colegas da turma e da Divisão em especial Émerson, Valentim, Manuel,
Isménia, António, Jeremias, Siquela, Banze, Rosa, Angelina, Ozias, entre outros pelo apoio
durante a formação.

Aos companheiros de casa, Titos, Queirós, Bernardo, Claudino, Erdito, Gerson, Guiven,
Manguele, Ailton, e em especial o meu amigo Queirós pela companhia, amizade e suporte
durante a formação.

A todos os amigos, colegas, professores, e trabalhadores do ISPG a todos que não foram
mencionados, porem que directa ou indirectamente influencia no meu percurso estudantil, meus
sinceros agradecimentos, que DEUS na sua infinita graça e misericórdia derrame bênçãos sem
medida em suas vidas!

Obrigado!

RESUMO

O experimento foi realizado na unidade de produção do ISPG distrito de Chókwè província de


Gaza num período de 35 dias, realizou-se com o objetivo de avaliar o desempenho produtivo e o
rendimento de carcaça do macho e da fêmea de frangos de corte da linhagem comercial Cobb.
Foi conduzido o experimento com número total de 90 pintos duma linhagem comercial Cobb500
num delineamento inteiramente casualizado, dois tratamentos (machos & fêmeas), com três

vi
repetições cada, totalizando seis unidades experimentais. Durante o período experimental, as
aves foram alimentadas com ração inicial (A1) de 1 - 21 dias e ração de acabamento (A2) de 22 a
35 dias e pesadas semanalmente para acompanhar o seu crescimento e consumo de ração. As
variáveis analisadas no estudo foram o Ganho de peso total (GPT), Ganho médio diário (GMD),
Consumo da Ração (CR), Conversão alimentar (CA), Taxa de Viabilidade (TV) e Índice de
Eficiência Produtiva (IFP), o rendimento da carcaça de cada repetição de todos tratamentos em
que para tal as aves foram pesadas semanalmente num período de 35 dias. Na comparação do
desempenho produtivo e rendimento de carcaça da linhagem Cobb500 os dados foram tabulados
no Microsoft Excel versão 2016, depois para análise estatística pelo programa Minitab versão
2018, e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de significância, os requisitos
teóricos (teste de normalidade, exibição da estatística descritiva, teste de igualdade de variâncias
para determinar se as variâncias ou os desvios padrões). No período total do experimento, de 1-
35 dias, tanto para peso médio diário, ganho de peso total, consumo de ração, os machos
apresentaram melhor desempenho (P <0,05), diferindo das fêmeas, porém essa diferença foi
significativa a partir da quarta semana.

Palavras-chave: frango de corte, Linhagens Cobb500, desempenho produtivo, rendimento da


carcaça.

ABSTRACT

Poultry farming is one of the agricultural activities that has developed the most over the years.
The experiment was carried out in the production unit of the ISPG district of Chókwè province
of Gaza in a period of 35 days. This work aimed to evaluate the zootechnical performance and
carcass yield of male and female broilers of the commercial Cobb line fed with Higest ration. 90
chicks of a Cobb500 strain were used in a completely randomized design, with two treatments
(males, females), with three replicates each, totaling six (6) experimental units. During the
experimental period the birds were fed with initial feed (A1) from 1 - 21 days and growth feed
(A2) from 22 to 35 days and weighed weekly to monitor their growth and feed consumption. The
vii
variables analyzed in the study were Total Weight Gain (GPT), Average Daily Gain (GMD),
Feed Consumption (CR), Feed Conversion (AC) Viability Rate (TV) and Productive Efficiency
Index (IFP), the carcass yield for each repetition of all treatments in which the birds were
weighed weekly over a period of 35 days. When comparing the production performance and
carcass yield of the Cobb strain, the data were tabulated in Microsoft Excel version 2016, then
for statistical analysis using the Minitab version 2018 program, the margin of error used in the
decision of the statistical tests was at the 5% significance level, the theoretical requirements
(normality test, display of descriptive statistics, equality of variance test to determine whether
variances or standard deviations). In the total period of the experiment, from 1-35 days, both for
average daily weight, total weight gain, feed intake, males showed better performance (P <0.05),
differing from females, however this difference was significant at from the fourth week

Keywords: broiler chicken, Cobb500 lines, productive performance, carcass yield.

viii
1. INTRODUÇÃO

A avicultura de corte tem importância significativa na produção mundial de proteína animal.


Segundo a FAO (2006), a carne de frango de corte é responsável por mais 30% do total da
proteína animal consumida no mundo e trata-se do segmento que, nas ultimas décadas,
apresentou maiores transformações no sector técnico-produtivo, sendo ainda uma das
alternativas mais rápidas e de menor custo de produção de proteína animal.

Moçambique é um país essencialmente agrícola, onde a pratica da actividade pecuária é ainda


considerada complementar, de sobrevivência, principalmente em regiões onde a agricultura é
menos segura. Das actividades pecuárias desenvolvidas no Pais, avicultura é maior
contribuição a nutrição de famílias com baixa renda. (ÁVILA & OLIVEIRA, 2012).

Em Moçambique, tem-se utilizado muito as linhagens comerciais Cobb500® e Ross para a


produção de carne de frango, pois, seu potencial genético dessas linhagens se manifestam
conforme o ambiente fornecido. As instalações, o maneio, a alimentação, os desafios
sanitários, as variações de temperatura e as interações destes factores influenciam diretamente
o desempenho e o rendimento dos frangos de corte.

E seu potencial é baseado na mensuração de variáveis como peso corporal, consumo de


alimento, mortalidade, e rendimento de carcaça de cada sexo. É de fundamental importância
conhecer o desempenho zootécnico e bem como as características de carcaça de cada sexo
para cada linhagem comercial de frango de corte, para melhor atender as necessidades de
produtores e consumidores (Silva, 2006).

Segundo Lana (2000) e Arruda (2013), ressaltam que o sexo das aves influência na
uniformidade dos lotes, afetando no rendimento e qualidade de carcaça, por isso, recomenda-
se o arraçoamento separado por sexo, pois fêmeas e machos possuem necessidades e
desempenhos distintos.

Com o desenvolvimento crescente da avicultura de corte em moçambicana, cresce a demanda


por alternativas no sentido de maximizar o desempenho zootécnico e o rendimento de carcaça
dessa linhagem de frangos de corte. Uma das alternativas são estudos constantes para melhor
compreensão das necessidades do maior ganho de rendimento por sexo na criação de frangos
de corte. E diante do exposto, objetivou-se com o presente estudo avaliar o desempenho
zootécnico e rendimento da carcaça do macho e da fêmea de frangos de corte da linhagem
comercial cobb500

1
1.1.Problemas do estudo e justificação

Apesar do desenvolvimento crescente que a avicultura de corte que Moçambique tem vindo
registando actualmente, esta pratica produtiva ainda depende muito da importação dos
principais produtos para a fabricação de rações, por vezes importação dos ovos férteis, e dos
principais equipamentos. Dessa forma, as linhagens de frangos de corte, comercialmente
disponíveis, apresentam potenciais genéticos diferenciados devido à pressão de seleção
aplicada para cada uma das características de interesse económico (SANTOS, 2008).

Diversos fatores podem alterar ou influenciar o desempenho produtivo e seu rendimento de


carcaça das linhagens dos frangos de corte, destacando a genética, nutrição, ambiência, peso
do ovo e idade da matriz. Conforme as matrizes envelhecem, mudanças fisiológicas
acontecem interferindo na produção, e o sexo das aves alojadas também é um importante
fator, visando as diferentes necessidades de cada sexo.

Através do melhoramento genético clássico com mensuração de algumas variáveis como


peso vivo, consumo de alimento, condições ambientais de criação, e mortalidade e de
rendimento de carcaça foi possível obter as melhorias nas linhagens de frango de corte, sendo
fundamental o conhecimento do desempenho zootécnico de cada sexo das diferentes
linhagens comerciais e das características de carcaça que melhor atendem as exigências dos
produtores e consumidores final (SILVA, 2006).

O desempenho zootécnico e rendimento de carcaça de cada sexo das diferentes genéticas que
predominam o setor avícola apresentam diferenças nas características de velocidade de
crescimento, conversão alimentar e ganho de peso, que passam a ser fundamentais tanto na
escolha da linhagem ou criação separado por sexo, como da melhor nutrição a ser oferecida.
Face a essa situação, torna-se importante conhecer-se o comportamento das variáveis do
desempenho produtivo, rendimento e partes comerciáveis das linhagens geneticamente
melhoradas

2
1.2. OBJETIVOS

Objectivo Geral

Avaliar o desempenho zootécnico e rendimento de carcaça do macho e da fêmea de frangos


de corte da linhagem comercial Cobb500.

Objectivos específicos

 Sexar os pintos da linhagem cobb500;


 Determinar os parâmetros do desempenho zootécnico de cada sexo; e
 Identificar o sexo com melhor desempenho produtivo.

1.2.1. Hipóteses

H0: Não há diferença no desempenho zootécnico e rendimento de carcaça entre o macho e a


fêmea de frangos de corte da linhagem Cobb500.

H1: Há diferença no desempenho zootécnico e rendimento de carcaça entre macho e fêmea


de frangos de corte da linhagem Cobb500.

3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Caracterização da produção avícola

A avicultura é uma das atividades no setor pecuário que possui características favoráveis à
sua implantação, pela alta produção em pouco espaço de tempo e território. Possivelmente, as
aves são os animais que operam transformações fisiológicas com maior rapidez, produzindo
produtos (carne e ovos) de alto valor biológico (Géssica V. G, 20014)

Com o aumento da população e a necessidade da utilização da proteína animal na dieta


humana surgiu a necessidade de produzir mais alimentos, sendo estes em maior quantidade e
qualidade e a avicultura está seguindo o ritmo para aumentar seus índices de produção
progressivamente.

Nas últimas quatro décadas a produção de carne de aves nos países em desenvolvimento
aumentou cerca de 16 vezes e a dos países desenvolvidos cerca de cinco vezes de forma que
nos últimos cinco anos, a quantidade produzida pelos primeiros foi superior à dos últimos.
Em África, a produção avícola cerca 9,9% por ano no último quinquénio (FAO, 2007).

2.2. Produção avícola em Moçambique


Segundo GARCES (2006), a avicultura industrial em Moçambique ainda está muito pouco
desenvolvida e depende largamente das importações de pintos de dia, e das principais
matérias. Os principais centros produtivos são Maputo e Manica. Em 2004, produção
registada em Moçambique correspondeu a 4,2 mil toneladas de carne de frango e 2,1 milhões
de dúzias de ovos.
Moçambique é um país essencialmente agrícola, onde a praticada actividade pecuária é
considerada complementar, de sobrevivência, principalmente em regiões onde a agricultura é
menos segura. Das actividades pecuárias desenvolvidas no país, a avicultura é de maior
contribuição a nutrição de famílias com baixa renda, (FAO, 2006)).

De acordo com a FAO (2007), dos 38 milhões dos frangos consumidos em Moçambique em
2004, 17 milhões de frangos provinham do sector familiar, 7 milhões eram produzidos pelos
produtores comerciais locais e 14 milhões eram importados.

O sector comercial contribuiu no ano 2005 com 11,5% da produção global e viu a sua
produção nesse período a diminuir em 35,8%. Realce-se que este sector já contribuiu em
cerca de 50% na produção total de carne de frango nos anos de 2000 a 2001 (FAO, 2007).

4
2.3.Origem e classificação da ave doméstica
2.3.1. Origem
As aves são animais que possuem penas e são, pela evolução dos vertebrados, descendentes
dos répteis devido à presença de escamas nas canelas e outras semelhanças de natureza
anatómica (ALBINO & TAVERNARI, 2010).
As aves tiveram sua origem cerca de 150 milhões de anos atrás, a partir da galinha doméstica
(Gallusgallusdomesticus) surgiu a partir do processo de domesticação do Gallusbankiva,
mais comummente conhecido como galinha Vermelha do Mato (RedJungleFowl), que é
considerado ser a galinha ancestral das aves comerciais de hoje (CRAWFORD, 1990).

2.3.2. Classificação das aves

Segundo ANDRIGUETTO et al. (2000), as aves domésticas são usualmente classificadas em


Galiformes: galinha, peru, galinha-d’angola, pavão e faisão; Anseriformes: pato, marreco,
ganso e cisne; Columbiformes: pombos em geral; e passeriformes: pássaros em geral.

Tabela 1: Classificação biológica da galinha doméstica

Categoria Nome Científico


Reino Animal
Filo Chortada
Subfilo Vertebrados
Classe Aves
Subclasse Neognmithes
Supe rodem Neognathe
Ordem Galliforme
Subordem Galli
Família Phasianinal
Género Gallus
Espécie Domesticus
Fonte: ANDIGUEITO et al. (2000)

2.4.Frangos de Corte e linhagens comerciais

Frangos de corte ou “Broilers” são frangos com 6 a 8 semanas de idade, de ambos os sexos,
com pesos entre 1,3 a 2,3 kg, de carne tenra e suave, pele macia e cartilagens flexíveis. A
produção de frangos de corte tem crescido rapidamente em todo o mundo, com melhorias na

5
qualidade do produto final e redução nos custos de exploração derivados da intensificação do
nível de produção (GARCÊS, 2006).

Segundo ALBINO & TAVERNARI (2010), as características desejáveis em frangos de corte


são as seguintes: boa conversão alimentar, rápido ganho de peso, crescimento uniforme,
empenamento precoce, peito largo, pernas curtas, resistir a doenças e boa pigmentação de
pele.

2.4.1. Linhagens comerciais

O frango de corte que se conhece actualmente é o resultado de sucessivos melhoramentos


genéticos que foi sofrendo através dos cruzamentos de várias linhagens puras que deram
origem ao que se conhece como híbridos de carne (GARCÊS, 2006).

Grande parte do aumento da produtividade avícola vem sendo obtida através de utilização de
técnicas modernas principalmente no que diz respeito à genética. No passado a maioria das
linhagens eram aquelas denominadas convencionais ou clássicas, em que a selecção genética
não se detinha á conformação do frango, dando-se maior importância ao ganho de peso. Nos
dias actuais as linhagens clássicas estão perdendo espaço rapidamente, pois as linhagens
comercializadas actualmente são desenvolvidas para obtenção do máximo desempenho
zootécnico e rendimento de cortes e carcaça (MOREIRA et al. 2003).

A base genética para obtenção das linhagens comerciais inicia com os cruzamentos de quatro
raças puras (New Hampshire, Cornish, Playmouth Rock branca ou barrada, Australorp),
obtendo os bisavôs, depois os avós, as matrizes e finalmente com o cruzamento das matrizes
têm-se as linhagens comerciais (MOREIRA, et al.2003).

O melhoramento genético de frangos com o passar dos anos, tem introduzido no mercado
linhagens mais modernas de alto rendimento produtivo. Desta forma, é necessário definir
características e limites de produção para essas novas linhagens, pois as mesmas podem ter
comportamentos diferenciados em relação ao ambiente em que são submetidas criadas.
Embora praticamente todas as linhagens existentes hoje no mercado sejam de alto
rendimento, existem diferenças entre as mesmas, visto que o resultado final depende de quais
características foram focadas no programa de formação da linhagem. Da mesma forma que
novas linhagens surgem no mercado, novas pesquisas são de fundamental importância para à
indústria e o produtor a fim de estabelecer novos parâmetros de criação (ARRUDA, 2013).

6
2.4.2. Caracterização da linhagem Cobb500

A linhagem Cobb500 é um frango de corte robusto, que surgiu pela necessidade de um


produtor com conformação superior e alta conversão alimentar, que através do cruzamento de
fêmeas White Rock e machos Vantress iniciou-se a produção de aves da linhagem Cobb500 ,
cujo os frangos apos um rigoroso processo de seleção adquiriram características como
obtenção da melhor conversão alimentar, alto ganho de peso, baixa mortalidade e alto
rendimento da carcaça (Cobb Vantress Brasil 2002), tais características são imprimidas pelo
melhoramento genético.

Em densidade de 15 aves/m2 a (16aves/m2) Cobb500 apresenta características que


possibilitam maior desempenho em comparação a linhagem Ross, devido a maior rusticidade
e resistência a adversidades de temperatura e maneio enquanto para a linhagem Ross com
aumento da densidade poderá diminuir o desempenho das aves. Esse aumento de densidade
alojamento possibilita o aumento de ganho de peso/m2 forma linear (NOWICKI et al., 2011).

A capacidade de suportar o calor e inversamente proporcional ao teor de húmida relativa do


ar. Quanto maior a humidade relativa, mais dificuldades a ave tem de remover o calor interno
pelas vias aéreas, o que leva ao aumento da frequência respiratória. Pintinhos de7 dias de
idade mantidos a 4oc abaixo de conforto térmico recomendado são semelhantes ao mantido a
temperatura de conforto, porém animais criados a altas temperaturas obtiveram desempenho
pior que animais mantidos em temperatura de conforto. (SILVA et al., 2009).

Frangos de corte de linhagem cobb500 de 1 a 11 dias de idade submetidas a temperatura


ambiente máximas e mínimas de 29,05oC e 21,21oC, respectivamente apresentam redução no
ganho de peso médio e no consumo médio de ração, não tendo efeitos significativos sobre a
conversão alimentar, porém, destaca-se o possível stress dos animais por frio, com gastos de
maiores de energia para a termorregulação corporal, reduzindo o desempenho (TOLEDO et
al., 2007).

7
Tabela2: Ilustração do desempenho produtivo da linhagem Cobb500

Semanas GP (g) Ganho médio CA (g) CR (g)


acumulados diário acumulados acumulados
1 193 28.0 0.76 145
2 528 38.5 1.03 541
3 1018 41.1 1.22 1239
4 1615 58.2 1.37 2209
5 2273 65.3 1.50 3399
Fonte: COBB-VANTRESS, (2015)

2.4.3. Sexo
Segundo a literatura relatada por Schmidt & Custódio (1998) em que foi realizado um
experimento a fim de analisar as características de carcaça de frangos de corte de ambos
sexos. Os autores verificaram que, ao analisar o efeito de sexo, as fêmeas apresentaram maior
rendimento de carcaça e maior acúmulo de gordura abdominal. Neste mesmo estudo foi
observado uma interação significativa de genótipo com sexo para as características de
rendimento de carcaça e gordura abdominal.
De acordo com Tabajara (1997) o sexo apresentou principalmente na metade da fase final de
criação uma grande diferença de peso dos frangos vivos, onde machos e fêmeas da linhagem
Ross sendo criados sob as mesmas condições, os machos apresentaram maiores pesos
corporais e consequentemente um maior rendimento de carcaça em relação ao %PV.
Segundo Moreira et al. (2004) o sexo influencia na fase final de criação no ganho de peso,
consumo de ração e na conversão alimentar, sendo que os machos são superiores as fêmeas,
exceto na conversão alimentar, onde as fêmeas apresentam valores maiores.
Conforme a literatura de (SHIROMA et al., 1996), os machos expressam melhores
rendimentos de carcaça com cabeça e pés, melhor rendimento de coxas, menor porcentagem
de pele de peito e menor porcentagem de gordura abdominal e gordura da interna da moela.
Da mesma forma, Vargas Junior et al. (1996) verificaram que os machos obtêm melhores
rendimentos de carcaça e coxa, porém, os rendimentos de peito e sobrecoxas não foram
influenciados pelo sexo das aves. Segundo Stringhini et al. (2003), os machos tiveram
desempenho e peso de carcaça superiores às fêmeas, porém nas características de rendimento
de carcaça, mostraram-se semelhantes. Sendo assim, os machos apresentaram maior peso de
carcaça e melhor rendimento de carcaça expresso em termos de carcaça eviscerada/peso vivo
e carcaça eviscerada/carcaça depenada e sangrada.

8
LANA (2000) e ARRUDA (2013), ressaltam que o sexo das aves influência na uniformidade
dos lotes, afectando no rendimento e qualidade de carcaça, por isso, recomenda-se o
arraçoamento separado por sexo, pois fêmeas e machos possuem necessidades e
desempenhos distintos.

2.4.4. Rendimento de Carcaça


Características de rendimento de carcaça, como a produção de carne de peito atendendo as
exigências do mercado consumidor, passam a ter implicações econômicas importantes na
rentabilidade da atividade avícola. Isso porque cada vez mais o consumidor exige uma
qualidade diferenciada dos produtos adquiridos. Nesse sentido, as empresas avícolas possuem
preocupação com a qualidade de cortes, como do peito desossado, representado pela
qualidade sensorial, além da qualidade pós abate, como maciez, pH, suculência, sabor, cor,
ausência de calos, hematomas e hemorragias. Características como comprimento e espessura
do peito podem apresentar diferenças pela linhagem, sexo e idade das aves (ALMEIDA et al.,
2002).

2.4.5. Procedimento da sexagem e suas vantagens


Podem ser obtidas melhoras de uniformidade quando se criam lotes com populações de um só
sexo, desde o alojamento, (COBB, 2009).
A sexagem é feita pela observação do empenamento das asas, nas fêmeas o empenamento é
mais rápido que no macho; nas fêmeas se observa as penas secundárias mais curtas que as
primárias, e nos machos as penas secundárias são do mesmo tamanho que as primárias ou até
mais compridas. Durante a sexagem também é feita a retirada de pintos refugos, pintos
mortos, com má formação e umbigo mal cicatrizado, (COBB, 2009). Os lotes podem ser
sexados pela técnica de sexagem pelas plumas, descrita na figura 1:

Figura 1: Pintinho fêmea. Fonte: Cobb, (2009) Figura 2: Pinto macho. Fonte: Cobb, (2009)

9
Fig. 3:Machos no empenamento lento Fig.4: Penas do mesmo comprimento,
(penas primarias do mesmo comprimento). primarias mais curtas.

Figura 4: Empenamento rápido fêmeas, penas primárias mais longas que as da cobertura.
Portanto, vantagens são encontradas na criação com separação de sexo em relação ao sistema
misto, tais como: possibilita o aproveitamento mais racional das instalações e dos
equipamentos, pela melhor adequação de comedouros e bebedouros, oferece condições da
ave demonstrar toda sua potencialidade genética, propicia melhor adaptação da densidade do
lote, maior uniformidade dos lotes, permite a utilização de programas de alimentação e rações
específicas e possibilita o uso de rações menos proteicas e calóricas para as fêmeas,
aprimorando a eficiência de utilização dos nutrientes e diminuindo os custos da criação
(LANA, 2000). Ambos os sexos podem ser manipulados mais eficientemente, no que diz
respeito à alimentação, iluminação e densidade do lote.

2.5. Factores que influenciam a produção de frangos de corte

2.5.1. Densidade de criação


A densidade correcta de alojamento é essencial para o êxito do sistema de produção de
frangos de corte, pois garante o espaço adequado ao desempenho máximo das aves.

A densidade de frangos/m2 varia com o clima da região, a época do ano, o peso e idade das
m2
aves a abate e o maneio do ambiente pelo criador. Pode ir de 10 frangos/ no verão de 12
m2
frangos/ no inverno ou em pavilhões com sistemas automáticos de controlo de temperatura
(GARCÊS, 2006).

10
A densidade de alojamento deve ser considerada na produção de frangos de corte, já que o
excesso de animais por área pode provocar stress, mortalidade, baixo desempenho, enquanto
o retorno do investimento nas instalações pode ser afectado, se houver subutilização de áreas
(ARAÚJO et al., 2007).

A redução do espaço no interior dos pavilhões pode contribuir para a redução do desempenho
devido à maior disputa pelo acesso aos comedouros e bebedouros, e, também pode levar a
uma redução da qualidade de ar ocasionado pelo aumento da concentração de gases no
interior dos aviários. Em consequência disso normalmente ocorre a redução da qualidade de
carcaça juntamente com a queda da eficiência alimentar (FEDDES et al., 2002).

2.5.2. Iluminação
Na criação de frangos de corte, o uso do programa de luz contínua tem sido uma prática
comum nos últimos anos. Porém, a exposição do frango à luz contínua pode resultar em uma
ave “imunologicamente deficiente”, visto que a alta taxa de crescimento tem correlação
negativa com rusticidade. Isto pode ser evidenciado pelo menor tamanho dos órgãos vitais,
especialmente coração e pulmões, em relação ao peso da ave, devido à seleção para rápido
crescimento e melhor conversão alimentar. Assim, níveis altos de estresse provocados pelas
atuais práticas de manejo, causam redução na resposta imunitária (URRUTIA,1997).
Uma forma de contornar estes problemas é através do controle da taxa de crescimento
precoce do frango.
Deste modo, um programa bem elaborado de restrição no início do crescimento, geralmente,
melhora a conversão alimentar e a sobrevivência, diminuindo, ao mesmo tempo, patologias
como ascite e entortamentos de pernas. Estes benefícios são relevantes, principalmente,
quando se consideram frangos de corte machos que apresentam uma taxa de crescimento
mais acelerada em relação às fêmeas.
Segundo Rutz e Bermudez (2004), os programas de luz podem ser classificados em luz
constante, intermitente e crescente. No programa de luz constante, utiliza-se um fotoperíodo
de mesmo comprimento, durante todo o ciclo de crescimento, possibilitando acesso uniforme
aos comedouros durante todo o dia.
Baseia-se no princípio de que as aves consomem pequenas quantidades em intervalos
regulares. Já o programa de luz intermitente, apresenta ciclos repetidos de luz e escuro dentro
de um período de 24 horas. Acredita-se que a luz intermitente sincronize melhor o consumo
de alimento com a passagem do bolo alimentar pelo trato digestório dos frangos. Além disso,

11
durante o período escuro do ciclo, a produção de calor é reduzida. E o programa de luz
crescente, que fornece uma série de fotoesquemas, nos quais o fotoperíodo é aumentado
conforme o frango avança a idade. O fotoperíodo inicial curto visa propiciar a redução no
consumo de ração e na taxa de ganho de peso, sem afetar o desenvolvimento esquelético.
Dessa forma, o esqueleto é capaz de suportar a velocidade do desenvolvimento da massa
muscular.
2.5.3. Temperatura
A temperatura é o mais importante elemento meteorológico que influi directamente para o
conforto térmico e funcionamento geral dos processos fisiológicos, por envolver a superfície
corporal dos animais, afeta directamente a velocidade das reações que ocorrem no organismo
que influenciam a produção animal. A temperatura interna das aves é de 41,1ºC, e por se
tratar de animais homeotermos, o seu sistema fisiológico trabalha para manter esta
temperatura estável, accionando assim mecanismos de repostas quando elas são submetidas a
desafios térmicos (SANTOS, 2012).

As altas temperaturas reduzem o consumo de alimento, o ganho de peso prejudicando o


desempenho dos frangos, elevam também o índice de mortalidade. Já as baixas temperaturas
podem melhorar o ganho de peso mais as custas de elevada conversão alimentar (SANTOS,
2012). Com relação às baixas temperaturas, ocorre um factor positivo que é o aumento do
ganho de peso, mas, associado a isso, há o aumento da taxa de conversão alimentar.
Temperaturas menores que 10°C promovem redução no ganho de peso e na eficiência
alimentar, entre 10°C e 21°C a eficiência alimentar permanece afectada (SANTOS, 2012).

O excesso de frio e, principalmente, o excesso de calor, resultam em menor produtividade,


afectando também o crescimento e a saúde das aves, o que, em situação extrema, pode
ocasionar um acréscimo da mortalidade dos lotes (SALGADO et al. 2007).

Tabela 3.Temperatura para o conforto térmico na criação de frangos de corte

Idade (Semanas) Temperaturas (c)


1 32-34
2 28-32
3 26-28
4 24-26
5 18-24
Fonte: OLIVEIRA et al. (2006)

12
2.6.Parâmetros produtivos de frangos de corte

O desempenho do lote pode ser avaliado através de índices ou indicadores como: índice de
eficiência produtiva, ganho de peso, consumo da ração, conversão alimentar, viabilidade e
mortalidade (GARCÊS, 2006)

O desempenho produtivo das aves pode ser avaliado utilizando os seguintes zootécnicos:
ganho de peso (GP), obtida pela diferença entre a massa viva das aves ao final e ao início de
um período de tempo considerado; consumo da ração (CR) quantidade de ração consumida
durante o período considerado, conversão alimentar (CA) relação entre a quantidade da ração
consumida e o ganho de massa ou peso corporal correspondente ao período de tempo
considerado e a mortalidade (M%) percentagem dos animais mortos durante o período do
ciclo produtivo considerado (ABREU et al., 2000 & MAPA 2009).

2.6.1. Conversão Alimentar (CA)

É o parâmetro zootécnico de maior influência sobre (IEP), até mesmo por se tratar de
influência mais importante na avicultura moderna onde o frango é um transformador de grãos
em carne. Sofre grande influência do ambiente de criação. É o produto da divisão de ração
pelo peso total de lote na retirada das aves. A ração consumida pelas aves que morrem é
contabilizada, sendo assim, quanto maior a mortalidade pior a conversão alimentar. O ideal é
utilizar a conversão alimentar corrigida para um determinado peso padrão. (MORIRA et al.,
2003).

Em condições semelhantes de maneio e de nutrição, conversão alimentar dos frangos de corte


machos apresenta-se superior ao das fêmeas, isso deve pela melhor eficiência no
aproveitamento dos alimentos, melhorando a conversão alimentar com maior deposição de
tecido muscular (API, 2014).

Deficiências ou desequilíbrios de nutrientes que compõem a ração podem ter efeitos graves
sobre a qualidade óssea, conversão alimentar, no bem-estar e no desempenho de frangos de
corte (LANA, 2000).

Netos & CAMPOS (2004), em estudos concluíram que a conversão alimentar foi afectado
significativamente pela linhagem, na qual a linhagem Ross 308 destacou-se positivamente.

13
2.6.2. Consumo de Ração (CR)

A nutrição animal é um factor importante no desempenho dos frangos de corte, pois a


conversão do alimento em carne depende basicamente deste. De acordo com as exigências
nutricionais garantindo melhor desempenho produtivo das aves quando mal balanceada
aração baixa o desempenho dos frangos por intermédio de composição deficiente
(ANDRIGUETO, 2000).

Com o avanço genético das aves, houve uma melhoria na taxa de crescimento, conversão
alimentar e no rendimento de carcaça, no entanto, para obter esses melhores resultados são
necessárias algumas mudanças na nutrição das aves. Como o desempenho produtivo é o
resultado do potencial genético no qual tem-se a influência do ambiente e da nutrição, o
conhecimento das exigências nutricionais das aves é importante para que as aves possam
expressar o máximo de seu potencial genético (TOLEDO et al., 2007).

Com a grande importância e custo dos ingredientes, a proteína tem sido considerada como o
maior custo da alimentação, representando de 40 a 45% do custo total e com isso, passou a
ser utilizado considerando como nível ótimo, não havendo deficiência nem mesmo sobras dos
aminoácidos que compõem a proteína utilizada na dieta. Os aminoácidos lisina, metionina e
triptofano são os considerados ideais e principais na proteína das aves, sendo utilizados de
forma sintética para reduzir custo e garantir qualidade (HURWITZ et al., 1998).

Do custo total de produção na avicultura, cerca de 70 à 78% tem sido atribuído à alimentação,
sendo que a energia e as fontes de proteína são responsáveis pela maior parte desse custo.
Além do alto preço dos alimentos protéicos utilizados na alimentação das aves, o excesso de
proteína pode provocar um aumento na excreção de nitrogênio e na emissão de amônia. Já a
energia em excesso provoca um acumulo desnecessário de gordura, principalmente na região
abdominal, o que não é desejado, acarretando maiores custos e um desequilíbrio no sistema
termoregulatório (INNOCENTINI, 2009).

Desta forma, para Pucci et al., (2010), a dieta dos frangos de corte deve ser elaborada de
modo a fornecer a energia e os nutrientes essenciais à saúde e à produção eficiente. Os
componentes nutricionais básicos necessários às aves são água, aminoácidos, energia,
vitaminas e sais minerais. Esses componentes precisam agir em conjunto para garantir boa
estrutura esquelética e desenvolvimento muscular adequado. A qualidade dos ingredientes, a
forma física da ração e a higiene afetam diretamente a atuação destes nutrientes básicos.

14
A escolha da dieta ideal deve levar em consideração os seguintes fatores fundamentais:
criação de aves separadas por sexo, linhagem das aves, disponibilidade e custo da matéria-
prima, pesos finais e níveis de gordura definidos pelo mercado, valor da carne e rendimento
de carcaça, coloração da pele, textura e sabor da carne e capacidade da fábrica de ração
(CARVALHO et al., 2008).

2.6.3. Ganho Médio Diário (GMD)

Para avaliar o desempenho das aves, durante o alojamento, pode se realizar pesagens
periodicamente de uma amostra de aves para obter-se o peso medio (PM) das mesmas,
deixando para pesa-las todas ao final da criação, quando o lote e entregue ao batedouro.

Para encontrar este valor (GMD) deve-se dividir o peso total do lote pelo numero de aves
entregues e, posteriormente, pelo numero de dias que estas ficaram alojadas (COTTA,2003)

Quanto maior for o GMD, mais rápido os frangos chegarão ao peso de abate e,
consequentemente, mais lotes de frango poderão ser alojados durante o ano, conferindo maior
rentabilidade do produtor da empresa integradora.

2.6.4. Ganho de Peso Total (GPT)

É o peso das aves em determinado momento do ciclo produtivo. O ganho de peso pode ser
expresso em forma de ganho semanal ou acumulado, as pesagens são feitas semanalmente de
forma a controlar o desempenho (GARCÊS, 2006).

Existem diferenças no desempenho produtivo e também no ganho de peso total nas diferentes
linhagens, o mesmo é influenciado pela linhagem, sexo e a idade sendo importante
estabelecer o melhor peso de abate tanto para fêmea quanto para o macho, no qual possibilita
obter melhor qualidade da carne. Aves mais velhas e os machos apresentam aumento do peso
devido ao aumento da espessura do músculo pectoralis major (API, 2014).

Na comparação das aves sexadas, verifica-se que os machos apresentam maior peso de
carcaça e melhor rendimento da carcaça eviscerada em relação ao peso vivo e também da
carcaça eviscerada com relação a carcaça depenada e após a sangria. O maior peso de
carcaça, bem como o maior rendimento da carcaça por parte dos machos é justificado pela
maior percentagem de gordura apresentada pelas fêmeas, a qual acaba interferindo no ganho
de peso e na conversão alimentar deste grupo STRINGHINI et al. (2003).

15
2.6.5. Taxa Viabilidade (TV)

É a diferença entre as aves alojadas e as retiradas para o abate, em percentagem entre as aves
não abatidas e importante fazer distinção entre as aves de refugos e as mortas (MOREIRA et
al., 2003). No geral aceita se como normal uma percentagem de mortalidade de 3% acima
dessa é considerada fora dos padrões aceitáveis como normais, e consequentemente uma taxa
de viabilidade de 97% (GARCÊS, 2006).

Conforme HEIER et al. (2002), a mortalidade em frangos de corte pode ser influenciada por
diversos factores. Dentre eles destacam as características do próprio pavilhão onde as aves
são alojadas, sistema de ventilação, o tamanho do pavilhão, a densidade de alojamento,
sistema de fornecimento de ração e água.

2.6.6. Índice de eficiência produtiva

O principal indicador a ser utilizado quando o objectivo é mensurar o desempenho produtivo


de um lote de frangos de corte, também chamado de factor de produção. Este índice mede a
eficiência produtiva atingida durante produção de um lote de aves. Os parâmetros que
compõem são: ganho de peso diário (kg), viabilidade (%), tempo em idade, e conversão
alimentar. Portanto, deseja-se abater as aves com maior peso vivo e viabilidade na menor
idade e conversão alimentar possível, que resultará num valor alto de IEP, consequentemente,
se os parâmetros já citados não apresentar os resultados desejados o IEP será inferior que
resultara em baixo desempenho do lote Mendes & Patrício, (2004).

2.6.7. Rendimento de carcaça

No que alcança termo rendimento de carcaça, Ribeiro (1989) relata ser a percentual relação
que existe e pode ser ponderada entre as partes comestíveis e não comestíveis acrescentadas
as perdas. A parte visual de apresentação das carcaças se constitui na qualidade da mesma,
associada à composição química e as características organolépticas da carcaça.

É nas lições de Mendes (1990), que se torna possível chegar à compreensão da produção de
pintos de corte, engorda de frangos, abate e processamento, posto que se leva em
consideração o completo segmento da integrada e total operação, de forma que é possível
mencionar à característica de maior contribuição para fins de maximizar o retorno
econômico. Ademais, no rendimento de carcaça são vários os fatores que guardam relevante
influência, quais sejam, a linhagem, a nutrição, o sexo, o peso ao abate, o tempo de sangria, a

16
temperatura de escaldamento, o resfriamento da carcaça e a quantidade de gordura na
carcaça.

Segundo a literatura de Mendes et al. (1993a) onde foi realizado um estudo afim de se avaliar
o efeito do peso do abate sobre o rendimento de carcaça de frangos de corte da linhagem
Arbor Acres, de ambos os sexos, com pesos de abate de 1,5, 2,0 e 2,5 kg, respectivamente,
com 37, 44 e 51 dias de idade, onde foi verificado que o rendimento carcaça eviscerada (sem
cabeça, pescoço e pés), aumentou (P <0,05) e a percentagem de cabeça diminuiu (P <0,05) à
medida que as aves eram abatidas com pesos mais elevados. As percentagens de peito, dorso
e asas nas aves abatidas com 1,5 kg foram menores que aquelas abatidas com 2,0 e 2,5 kg. O
rendimento de pernas nas aves abatidas com 2,5 kg foi maior que com 2,0 e 1,5 kg. Os
machos apresentaram maiores percentagens (P <0,05) de pernas que as fêmeas, enquanto que
estas foram superiores em peito e asas.

Conforme a Broiler Performance & Nutrition Supplement (2015) para rendimentos de


carcaça da linhagem Cobb500, se obtiveram os seguintes resultados para fêmeas: Peso vivo
1,6 (kg) 71,89%, 1,8 (kg) 72,32%, 2,0 (kg) 72,75%, 2,2 (kg) 73,18%, 2,4 (kg) 73,61%, 2,6
(kg) 74,04%, 2,8 (kg) 74,47%, 3,0 (kg) 74,90%. Para os animais machos os rendimentos
foram: Peso vivo 1,6(kg) 71,93%, 1,8 (kg) 72,28, 2,0 (kg) 72,63%, 2,2 (kg) 72,98%, 2,4 (kg)
73,33%, 2,6 (kg) 73,68%, 2,8 (kg) 74,03%, 3,0 (kg) 74,38%, 3,2 (kg) 74,73%, 3,4 (kg)
75,08%, 3,6 (kg) 75,43%, 3,8 (kg) 75,78%, 4,0 (kg) 76,13%.

Importa mencionar o estudo acerca do efeito do cruzamento de linhagens sobre o rendimento


de carcaça de frangos de corte Mendes et al. (1994) cujas conclusões se direcionaram para o
efeito das diferentes linhagens sobre a percentagem de carcaça eviscerada (sem patas, cabeça
e pescoço) e sobre a percentagem de pernas, apesar de não terem se observado possíveis
diferenças sobre as percentagens de asas, dorso, cabeça, pescoço, patas, moela, fígado,
coração e gordura abdominal. Os rendimentos de carcaça e de cortes de frango são
características de alto valor econômico na produção de carne e, à medida que as aves se
tornam mais pesado, estes rendimentos aumentam.

Existem diferenças no desempenho produtivo e também no rendimento de carcaça das


diferentes linhagens e sexagem das aves, sendo importante estabelecer o melhor peso de
abate tanto para fêmea quanto para o macho, no qual possibilita obter melhor qualidade nos
cortes e qualidade da carne.

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3. METODOLOGIA

3.1. Matérias

Tabela 4.Tabela que ilustra os materiais e sua função

Matérias Função
1 Balança Pesagem da ração e pitos (frangos);
2 Pintos Produção experimental;
3 Caderno do campo, e Caneta Registo de todos dados realizados;
4 Vassoura; puxadores; pás Utensílio para higienização do local do ensaio;
5 Ração (A1,A2) Para alimentação do início ate ao fim;
6 Vacinas, vitaminas Uso preventivo, estímulo do crescimento;
7 Comedouros e bebedouros Fornecimento de alimentos.
Fonte: Autor, (2021)

3.2. Métodos

3.2.1. Localização

O presente trabalho foi conduzido nas instalações da unidade de produção do ISPG, instalada
no Posto Administrativo de Lionde, no Distrito de Chókwè. O Distrito de Chókwè localiza-se
a Oeste da região do Sul de Moçambique, concretamente a Sudoeste da Província de Gaza,
entre as coordenadas geográficas: 24˚05’ e 24˚48’ Latitude Sul; 32˚33’e 33˚35’ Longitude
Este (INE, 1999). O Distrito possui uma superfície de 2.600 Km2 (3,43% da área total da
Província), situando-se no curso médio do rio Limpopo, com os seguintes limites: a Norte, rio
Limpopo que o separa dos Distritos de Massingir, Mabalane e Guijá, a Sul, Distrito de Bilene
e pelo rio Mazimuchope que o separa do Distrito de Magude, Província de Maputo, a Este,
Distritos de Bilene e Chibuto e a Oeste, Distritos de Magude e Massingir, (Plano Estratégico
de Desenvolvimento do Distrito, 2012). Uma população recenseada em 1997 de 173.277
habitantes e estimada à data de 1/1/2005 em cerca de 214.183 habitantes, o distrito de
Chókwè tem uma densidade populacional de 88 hab/km2, (MAE, 2015).

O clima do Distrito é tropical seco, com uma temperatura média anual de 24˚C; a
precipitação média anual situa-se entre 500 a 800 mm, confirmando o gradiente do litoral
para o interior, enquanto a evapotranspiração potencial de referência (ETo) é da ordem de
1.400 a 1.500mm. A humidade relativa média anual está entre 60 a 65% (MAE, 2015)

18
A baixa pluviosidade é aliada as elevadas temperaturas, resultando numa acentuada
deficiência de água. A irregularidade da chuva provoca secas frequente mesmo na estação de
chuvas. O Distrito é propensas há calamidades naturais cíclicas, secas prolongadas, ventos
fortes, ciclone, especificamente nas localidades de Malau (Posto Administrativo de Lionde),
Machinho e Matuba (Posto Administrativo de Macarretane) e cheias de grande magnitude.
Ministério da Administração Estatal, (2005)

Figura 5. Mapa do distrito de Chókwè

Fonte: Autor, (2021)

3.2.2. Delineamento experimental

O delineamento usado foi delineamento completamente caualizado (DCC), composto por


dois (2) tratamentos (machos vs fêmeas), com três repetições para cada tratamento,
totalizando seis (6) unidades experimentais.

Tabela 5. Layout experimental

Layout (desenho experimental)

T2/R1 T1/R3 T2/R3

T1/R2 T2/R2 T1/R1

Fonte: Autor, (2021)

19
Para a realização do experimento foi utilizado um grupo genético de frangos de corte da
linhagem Cobb500 adquiridos da empresa Higest, sendo feito sexagem 45 machos e 45 fêmeas
totalizando 90 pintos.

3.2.3. Procedimentos experimentais

3.2.3.1. Preparação do aviário

Antes da recepção dos pintos, primeiro fez se a limpeza seca e depois húmida. A seca
compreendeu a retirada da cama de palha da produção anterior com ajuda de pá e vassoura, e
a húmida consistiu na lavagem de todos equipamentos do aviário (bebedouros, comedouros,
redes) usando detergente liquido sunlight. Após a limpeza fez se a desinfecção do aviário
com creolina- 750ml numa proporção de 5ml de creolina para 10 litros de água misturado
com água.

O maneio pré-alojamento fez se um dia antes da chegada dos pintos consistiu na montagem
do layout (divisos dos compartimentos), colocação da cama de palha de arroz em todos
compartimentos numa espessura 5cm, montagem das cortinas de sacos nas janelas.

3.2.3.2. Recepção dos pintos

O alojamento foi feito imediatamente a chegada dos pintos no aviário e consistiu no


descarregamento dos pintos do carro ao aviário, a primeira actividade feita logo a chegada
dos pintos no aviário foi a sexagem, processo de identificação e separação do macho da
fêmea observando as penas na articulação distal de cada pinto.

Tendo em conta o período que foi conduzido o experimento era necessário o pré-aquecimento
do aviário que teve início 8hrs antes da chegada dos pintos montando aquecedores á carvão
garantindo assim que a temperatura do ar estivesse adequada quando os pintos fossem
alojados, todo ciclo produtivo utilizou-se iluminação artificial, e luz natural quando fosse dia.

3.2.3.3. Sexagem e a colocação


Tendo em conta alguns procedimentos a seguir primeiro segurou se a ave de forma que se
veja ela de cima, a seguir abriu se a asa da ave cuidadosamente, como se fosse abrir um
leque, observou se duas fileiras de penas nas asas, uma inferior (primárias) e outra superior
(penas de cobertura), nesse sentido as penas da fileira inferior (primárias) forem mais longas
que as da fileira superior, trata-se de uma fêmea e quando as penas da fileira forem inferior

20
(primárias) são do mesmo comprimento ou mais curtas que as da fileira superior, trata-se de
um macho.

Após a sexagem do macho da fêmea fez se a pesagem de todos os pintos de cada repetição
dos dois tratamentos e dividiu se pelo igual numero de pintos de cada repetição, e o peso
obtido para os ambos tratamentos foi de 3600g, que o mesmo peso em função ao crescimento
dos pintos ia se notando a diferença, e a distribuição foi duma forma aleatória 15 Aves por
compartimentos identificados em tratamento obedecendo as repetições, onde estavam
colocados bebedouros infantis contendo água com açúcar.

A avaliação da densidade foi mediante a relação entre período (época do ano) e número de
aves/m2. A densidade de alojamento usado no aviário de produção foi de15 aves/1.2m 2, visto
que nesse período as temperaturas foram baixas.

3.2.3.4. Maneio alimentar


O programa de alimentação do período experimental foi dividido em duas fases (primeira
fase: ração inicial A1 de 1° ao 19° de idade (com 20.50% Proteína Bruta, 3000,00 Energia
Metabolizável, 5% de Gordura Bruta, 5% de Fibra Bruta e 5% de Cinzas aproximadamente),
e segunda fase: ração de crescimento A2 (com 18% de Proteína Bruta, 3100,00 Energia
metabolizável, 4.5% de Gordura Bruta, 5% de Fibra Bruta e 5% de Cinzas aproximadamente)
de 20° ao 35° dias de idade), para atender as exigências de cada fase de criação das aves. Na
dieta das aves foram utilizadas rações comerciais balanceadas para as duas fases de criação.
Para tratamento 1 (machos) na primeira semana o consumo medio por animal foi de 157g,
para tratamento 2 (fêmeas) o consumo medio por ave foi 146g, ate no final do experimento
que foi ate aos 35 dias a media do consumo da ração por ave para o macho foi 3545g e para a
fêmea foi 3256g, respectivamente.
Sendo água fornecida ad libitum, abastecendo-se os bebedouros e comedouros diariamente
duas vezes ao dia as 8h e16h.

21
Tabela 6. Composição nutricional da ração da Higest fornecida durante o período
experimental.

Nutriente Ração inicial (A1) Ração crescimento (A2)


Proteína Bruta, % 20.50 18.00
Energia Metabolizável 3000.00 3100.00
Gordura Bruta, % 5.00 4.50
Fibra Bruta, % 5.00 5.00
Cinzas, % 5.00 5.00
Fonte: Higest, (2019)
3.2.3.5. Maneio sanitário
Foram acauteladas todas medidas sanitárias ou profiláticas a partir de vacinações, densidade
dos frangos, limpezas constantes.

Para vacinação foram vacinados os pintos no sétimo dia de vida antes submetidos a um jejum
até 2 horas, depois administrou-se a vacina Newcastle via água, onde num frasco era de 1000
doses, e depois distribuía -se por todos os bebedouros de modo a garantir que todos os
frangos recebessem a vacina. No décimo quatro dia os frangos foram submetidos a vacina
contra Gumboro numa proporção de 1 frasco para 1000 doses, e aos 21 dias administrou se
mais uma vacina Newcastle. Antibióticos vs Vitaminas (Bactefort, Kitabac, Agrar- Stess Aid
Wsa, Electrovite forte, ilustrado com imagem nos anexos.

3.2.3.6. Actividades rotineiras


Sendo água fornecida ad libitum, foi necessário o fornecimento do mesmo liquido
diariamente duas vezes ao dia as 8h e 16h, e o fornecimento da ração, mas obedecendo as
pesagens para obtenção quantidade consumida.

A limpeza quando necessária retirava toda cama molhada, restos de ração nos
compartimentos.

Foram avaliados dois factores distintos sendo divididos em duas etapas de avaliação. Na
primeira etapa comparou-se o desempenho zootécnico entre os sexos da mesma linhagem em
estudo, analisados semanalmente nos períodos acumulados de 1 - 7, 1 - 14, 1 - 21, 1 - 28, e 1
- 35 dias de idade. Para obtenção do peso vivo, todas as aves de cada unidade experimental
foram pesadas no início do experimento e semanalmente. Na segunda etapa foram avaliados
os dados inerentes ao rendimento da carcaça e rendimento das partes nobres.

22
3.2.3.7. Processo de abate
Para avaliação do rendimento de carcaça foi realizado aos 36 dias de idade dos animais. Para
o efeito foram selecionadas aleatoriamente uma ave por cada compartimento experimental, as
quais foram pesadas individualmente, identificadas, e separadas para serem submetidas ao
processo de jejum de alimento por seis horas, o objectivo deste procedimento foi de esvaziar
o trato digestivo, evitando assim que o alimento ingerido e o material fecal contaminem as
carcaças durante o processo de evisceração.

O procedimento de abate foi desenvolvido no laboratório secção da divisão de processamento


de alimentos no ISPG. Todo processo de abate foi manualmente sendo assim cada ave foi
submetida a segunda pesagem depois a sangria através de corte transversal da veia jugular,
escaldadas as aves em água fervente numa panela por período de dois a três minutos, seguido
do processo de depenagem, limpeza e sua evisceração manual (na evisceração não foi retirada
a cabeça, os pés e o pescoço), por último cada ave foi resfriada a uma temperatura ambiente
por 30min aproximadamente.

Na determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso do animal vivo e a carcaça


depenada e eviscerada (carcaça completa com cabeça, pescoço e pés). Para as análises dos
cortes, as carcaças resfriadas foram pesadas, em seguida foram obtidos os cortes cabeça +
pés, file de peito, coxa com osso, sobrecoxa com osso, e dorso com pele.

3.2.4. Parâmetros avaliados

No experimento foram analisados os parâmetros de ganho de peso diário (kg), ganho de peso
total, consumo de ração (kg), conversão alimentar, taxa de viabilidade (%), e índice eficiência
produtivo, que são dadas por seguintes equações, segundo MANUAL DE MANEJO DE
FRANGOS ROSS, (2014)

 Ganho Médio Diário (GMD)


Calculado após o fim do ciclo foi obtido através da divisão de peso total das aves por dias de
duração do ciclo produtivo em gramas, conforme a fórmula 1.

GMD= Eq.1

 Ganho de Peso Total (GPT)

23
Foi obtido através da subtracção de peso final com peso inicial. Conforme a fórmula abaixo.

𝐺𝑃𝑇 = 𝑃𝑓–𝑃𝑖 Eq.2

 Consumo da Ração (CR)


Os dados referentes ao consumo da ração foram obtidos através do consumo total dividido
por número total das aves.

𝐶𝑅 = Eq.3

 Conversão Alimentar (CA)


Foi calculado pela divisão do consumo total da ração dividido por ganho de peso total.

çã
𝐶𝐴 = Eq.4

 Taxa de viabilidade (TV)


Para calcular-se a viabilidade foram registadas as mortalidades durante a fase experimental,
retirar-se o número de aves sobreviventes e dividiu-se pelo número de aves instaladas e
multiplicou-se por 100, conforme a fórmula.

TV = Eq.5

 Índice de Eficiência Produtiva (IFP)


Foi calculado de acordo com a fórmula descrita abaixo.

á
IEP = Eq.6
ã

Para determinar o rendimento de carcaça será calculado em relação ao peso eviscerado pelo
peso vivo, expresso de acordo com Mendes et al., (2004), Eq. 7 e Eq.8

% RC= Eq.7

Para obtenção da percentagem de cada corte, foi utilizado o peso do corte em relação ao peso
eviscerado da carcaça fria, pela seguinte equação:

%RCi= 8

Onde “i” corresponde ao corte cabeça + pés, filé de peito, asa, coxa, sobre-coxa e dorso com
pele.

24
3.2.5. Análise estatística

Todos os parâmetros foram tabulados no programa Microsoft Excel 2016, avaliados com o
auxílio do programa estatístico computacional Minitab versão 2018, submetidas a análise de
variância (ANOVA), e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
significância, os requisitos teóricos (normalidade, homogeneidade de variação, descrição
estatística, e independência das variáveis).

25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.Variáveis do desempenho zootécnico

Os resultados do desempenho zootécnico (ganho médio diário, ganho de peso total, consumo
de ração, conversão alimentar, taxa de viabilidade, e índice eficiência produtivo) nos períodos
de 1-35 dias estão apresentados na tabela 7.

Tabela7. Tabela dos resultados dos parâmetros avaliados no período experimental

Media dos tratamentos


Parâmetro Zootécnico Macho (T1) Fêmea (T2) P-val CV (%)
1 – 35 (dias)
Peso vivo inicial, (g) 40 40 ─ −
Peso vivo final, (g) 2154 a 2025 b − −
Ganho de peso médio diário, (g) 65.63 a 60.34 a 0.015 1.39
Ganho de peso total, (g) 2183 a 1985 b 0.025 3.35
Consumo de ração total, (g) 3545 a 3256 b 0.032 3.32
Conversão alimentar, (kg/kg) 1.6 1.65 0.426 4.65
Taxa Viabilidade, (%) 96 96 1000 1.34
Índice de eficiência produtiva, (%) 368 340 0.344 10.38
Rendimento de carcaça (%) 71.85 70.91 0.755 4.77
Coeficiente de variação (CV, %); Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem entre
si pelo Teste de Tukey a 5% de significância.

Para algumas variáveis analisadas como (ganho médio diário, ganho de peso total, consumo
de ração), no período de 1-7, 1-14, e 15- 21 dias, pode-se notar na (tabela 8 nos anexos) que
não houve influência do sexo (P>0,05) sobre as variáveis analisa das. Entre tanto houve um
aumento das mesmas variáveis favoráveis para os machos a partir dos 28 dias ate ao final do
ciclo de produção, tendo se observado se diferença significativa do sexo para as mesmas
variáveis (P> 0,05).

4.1.1. Ganho médio diário

Na fase inicial (até 21 dias), foi observado que não houve diferenças significativas entre
machos, e fêmeas. A partir da quarta semana até ao final do período experimental, machos
diferenciaram significativamente (P< 0,05) entre as médias de ganho medio diário de machos
e fêmeas, tendo para machos atingido uma média de 65.63g, e 60,34g respectivamente.

26
GMD
70.00 65.63
60.34
60.00 51.20
47.83
45.06 46.01
50.00
Peso em (g)

39.69
37.71
40.00 29.48
29.14
30.00 GMD
20.00 GMD
10.00
0.00
7DDE 14DDE 21DDE 28DDE 35DDE
Idade em (Semanas)

Resultados esses inferiores do resultado do suplemento de desempenho para frangos de corte


500
Cobb (Cobb-Vantress, 2015), cita 68.3g de ganho médio diário para machos e 62.2g para
fêmeas aos 35 dias de idade.

Resultados semelhantes do GARCIA NETO (2004), quando comparados lotes de machos,


fêmeas e mistos, constatou-se diferenças significativas (P <0,05) para as linhagens B e C. Em
ambas as linhagens, os machos e os lotes mistos demonstraram ganho médio de peso superior
que as fêmeas. Isto é creditado ao facto de que os machos levam menos tempo para serem
abatidos. STRINGHINI et al. (2003), também encontraram diferenças significativas (P
<0,05), onde machos demonstraram melhor desempenho.

Um estudo realizado por SANTOS et al. (2005), em trabalho realizado com o objectivo de
avaliar o potencial genético de crescimento de machos e fêmeas da linhagem Cobb500
utilizando as estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz, observaram que até os 21
dias de idade a curva de crescimento se manteve semelhante entre os sexos, porém, a partir
dos 21 dias, os machos demonstraram superioridade no crescimento em relação às fêmeas,
sendo que ganharam mais peso e, à medida que a idade avançou, essa diferença tendeu a
aumentar. Porém, segundo os mesmos autores, os valores médios da taxa de crescimento
diária demonstraram que, embora os machos tenham maiores taxas de crescimento corporal
em relação às fêmeas, o comportamento do crescimento foi o mesmo.

4.1.2. Ganho de peso total


Na fase inicial (até 21 dias), foi observado que não houve diferenças significativas entre
machos, fêmeas. A partir da quarta semana, machos diferenciaram no ganho de peso
significativamente (P< 0,05) entre as médias de ganho de peso total de machos e fêmeas,

27
tendo até no final do ciclo de produção os machos atingidos 2183g em relação 1.985g para
fêmeas.

GPT
2500 2183
1985
2000
1454
Peso em (g)

1500 1273
960
886
1000 GPT
491
483
500 166
164 GPT

0
7DDE 14DDE 21DDE 28DDE 35DDE
Idade em (Semanas)

Resultados inferiores comparando com o suplemento de desempenho e nutrição de frangos de


corte Cobb500 (Cobb-Vantress, 2015), cita 2.392g de ganho de peso total para machos, e
2.153 g para fêmeas aos 35 dias de idade.

Resultados semelhantes do API et al., (2017), ao avaliarem o efeito do sexo e linhagens sobre
o desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte, observaram que os machos das
linhagens Cobb 500 apresentaram melhores valores para peso vivo, ganho de peso em relação
às fêmeas.

BERNARDO (2018) no estudo comparativo de linhagens comerciais de frango de corte por


meio de variáveis de desempenho e fisiológicas, observou que na segunda e terceira semanas
de experimento foi observado comportamento diferente para a variável GP, em que em todas
as linhagens sendo os machos com maior GP (P<0,05) em relação às fêmeas, demonstrando
que independentemente da linhagem estudada existe superioridade dos machos em relação as
fêmeas para ganho de peso.

Também MARTINS et al. (2012), o sexo influenciou no desempenho das linhagens


estudadas, e os lotes de machos obtiveram melhores resultados para as variáveis ganho de
peso, com 2.712 gramas para os machos contra 2.323 g para as fêmeas.

28
4.1.3. Consumo de ração

Na fase inicial foi observado que não houve diferenças significativas entre machos e fêmeas,
a partir da quarta semana machos diferenciaram significativamente (P<0,05), até no fim do
experimento, tendo se observado para machos a consumirem uma média 3545g e para as
fêmeas 3256g de ração.

CR
4000 3545
3256
3500
3000
Peso em (g)

2500 1997
1808
2000
1500 1045
961 CR
1000 474
441 CR
500 157
146
0
7DDE 14DDE 21DDE 28DDE 35DDE
Idade (semanas)

Resultados semelhantes comparados com o suplemento de desempenho e nutrição de frangos


de corte Cobb500 (Cobb-Vantress, 2015) citam 3540g de consumo de ração para machos, e
3258 g para fêmeas aos 35 dias de idade.

Também no estudo SCHMIDT et al., (2005), em relação ao consumo de ração encontraram


efeito do sexo (P<0,01) maior consumo de ração dos machos a partir da quarta semana foi
superior ao das fêmeas em 10,2%.

Da mesma forma com API et al. (2017) ao avaliarem o efeito da sexagem e linhagens sobre o
desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte, observaram que os machos das
linhagens Cobb500 apresentaram melhores valores para consumo de ração em relação às
fêmeas.

GOTTARDI, C. P. F. F et al.; (2019), avaliar o efeito do sexo sobre desempenho produtivo e


características de carcaça de frangos de corte observou o maior consumo de ração (P<0,05)
foi observado para os machos, sendo que as fêmeas e os mistos não diferiram entre si.

4.1.4. Conversão alimentar

Na conversão alimentar, em todas as fases não foi encontrado diferenças significativas


(P>0,05) entre os tratamentos, tendo até ao final do experimento os machos atingirem 1.60g e
fêmeas 1.65g.

29
CA
1.70
1.65
1.80
1.60 1.41
1.38
1.40
Peso em (kg)

1.07
1.05
1.20
0.90
0.89
1.00 0.74
0.80 CA
0.60
CA
0.40
0.20
0.00
7DDE 14DDE 21DDE 28DDE 35DDE
Idade em (Semanas)

Resultados superiores comparados com o suplemento de desempenho e nutrição de frangos


de corte Cobb500 (Cobb-Vantress, 2015) citam 1.48g de conversão alimentar para machos, e
1.51g para fêmeas aos 35 dias de idade.

Da mesma forma Segundo Martins et al.; (2012), o sexo influenciou no desempenho das
linhagens estudadas, e os lotes de machos obtiveram melhores resultados para a variável
conversão alimentar (1,77) que as fêmeas (1,83) e lotes mistos (1,80) da mesma linhagem.

Resultados semelhantes do MOREIRA et al.; (2004), trabalhando com efeito de densidade


populacional sobre desempenho, rendimento de carcaça e qualidade da carne com linhagens
diferentes (Cobb 500, Ross 308 e Hybro PG), notaram que, na fase de 21 a 35 dias, o ganho
de peso, o consumo de ração, conversão alimentar foram superiores para os machos em
relação às fêmeas em todos os parâmetros avaliados, excepto na conversão alimentar.

Também em trabalho de STRINGHINI et al., (2003), o desempenho dos machos foi superior
ao das fêmeas, segundo os autores, as fêmeas apresentam maior quantidade de gordura
corporal, interferindo no aumento da conversão alimentar e diminuição do ganho de peso das
aves, o que justifica os melhores resultados de macho e misto quando comparados a fêmea.

Diferente do IVANDRO API, (2014), ao avaliar efeito da sexagem e de linhagens no


desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte, nas primeiras semanas avaliadas
não foi possível observar diferenças significativas da sexagem em relação à conversão
alimentar. A partir da quarta semana, os machos passaram a ter melhor aproveitamento do
alimento ingerido, apresentando melhor conversão, o que se tornou constante desta fase até a
data de abate, apresentando 1,61 kg/kg.

30
4.1.5. Taxa de viabilidade

Não houve diferença significativa (P>0,05) quando analisada a taxa de viabilidade até aos 35
dias, tendo a mesma taxa de 96% para todos tratamentos.

Taxa de viabilidade
98.5 98 98 98
98
97.5
TV EM %

97
CR
96.5 96 96
CR
96
95.5
95
7DDE 14DDE 21DDE 28DDE 35DDE
IDADE ( SEMANAS)

Resultados semelhantes do MOREIRA et al., (2004), para essa variável não observaram
diferenças entre linhagem e nem entre a sexagem de frangos de corte da linhagem Cobb e
Ross, obtendo valores baixos para esta variável, mesmo utilizando diferenças nas densidades
populacionais de criação (13 e 16 aves/m2).

Este resultado foi inferior comparado com o recomendado por GARCÊS (2006), que afirma
que a taxa de viabilidade tem que ser de 97%, e mortalidade de 3% e uma acima dessa é
considerado fora dos padrões aceitáveis como normais.

No estudo do MACARI (2004), acrescenta que a mortalidade na primeira semana de vida das
aves deve ser no máximo de 0,8% e de 0,5% em cada semana até ao fim do ciclo produtivo
totalizando 2,8% de mortalidade e 97,2% de taxa de viabilidade.

4.1.6. Índice de Eficiência Produtiva (IFP)

O índice de eficiência produtiva (IEP) é o principal indicador para mensurar o desempenho


zootécnico de um lote de frangos de corte. Para (IEP) não foi estatisticamente afectado (P ≥
0,05), tendo o macho obtido 368 para as fêmeas 340.

31
IEP
500 436 452
450 411 412
390
387
400 357 357
350 312 312
300
250
200 IEP
150 IEP
100
50
0
7DDE 14DDE 21DDE 28DDE 35DDE
Idade em (Semana)

Resultados esses que se assemelham com MARTINS, J.M.S. et al., (2012), também observou
maiores índices de eficiência produtiva, para lotes de machos, estes apesar de não terem
maiores índices de viabilidade que lotes de fêmeas e mistos, apresentam menores índices de
conversão alimentar e maiores valores de ganho médio de peso, valores que contribuíram
para um maior Índice de Eficiência Produtiva.

Também IVANDRO AI et al., (2014), analisando efeito da sexagem e de linhagem no


desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte, a linhagem Hubbard apresentou
diferenças significativas para o IEP (366,64 pontos), seguido da linhagem Cobb e da
linhagem Ross, com interacção entre linhagem e sexagem, o melhor resultado foi com macho
Hubbard. Na comparação das fêmeas, a fêmea Hubbard também apresentou diferença
significativa em relação a Cobb e Ross, com valores de 340,7; 300,7; 279,7 pontos
respectivamente.

4.1.7. Rendimento de carcaça

Não foi encontrada diferença significativa no rendimento da carcaça (frangos inteiro, sem
penas e eviscerado) com tendência de um melhor resultado para macho, com um rendimento
de 71, 85% para machos em relação a 70,91% para fêmea.

Estes resultados assemelham-se aos encontrados por ALMEIDA et al., (2009); STRINGHINI
et al., (2003) E SCHETTINO et al. (2006) não encontraram diferenças significativas no
rendimento de carcaça em relação ao sexo.

Resultados diferentes foram encontrados por ZANELLA et al., (2000), observaram


diferenças na comparação da sexagem, onde os machos apresentaram maiores rendimentos de

32
peso de carcaça e melhor rendimento da carcaça eviscerada em relação ao peso vivo e a
carcaça eviscerada em relação carcaça depenada e sangrada.

GARCIA et al., (2005), detectaram menor rendimento da linhagem Ross e também das
fêmeas em relação aos machos e a linhagem Cobb.

33
5. CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos no presente estudo de avaliação do desempenho


zootécnico e rendimento de carcaça do macho e da fêmea de frangos de corte da linhagem
Cobb500, conclui – se o seguinte:

 Para os parâmetros desempenho zootécnico tais como peso vivo, peso medio diário,
consumo de ração, houve diferenças significativas a partir da quarta semana tendo os
machos superados em comparação com as fêmeas, pelo que aceitamos a nossa
hipótese inicial;
 Para o rendimento de carcaça, todos tratamentos mostraram bons rendimentos, com
pouca tendência de maior resultado para machos, mesmo assim não apresentando
diferenças significativas; e
 No presente estudo, todos os tratamentos apresentaram bom desempenho produtivo e
de carcaça, embora ter havido diferença significativa para alguns parâmetros, devendo
assim os criadores avícolas basear-se nos critérios de mercado para a escolha da
sexagem ou criação mista.

34
6. RECOMENDAÇÕES

Com base no presente trabalho, recomenda-se:

 A criação separada por sexo de frangos de corte a mesma apresenta meras vantagens
tendo o sexo influencia na uniformidade dos lotes afectando no rendimento e
qualidade da carcaça; e
 Mais estudos devem ser realizados com mais tempo de criação no intuito de se obter
mais informações do desempenho zootécnico e rendimento de carcaça do frango de
corte visto que a genética evolui rapidamente, e a nutrição deve a acompanharem este
avanço para que os melhores índices zootécnicos sejam alcançados.

35
7. ANEXOS

Parâmetros avaliar
Media dos GMD (g) GPT (G) CR (g) CA TV (%) IEP
tratamentos 1 - 7 dias
Macho (T1) 29.48 166 157 0.74 98 390
Fêmea (T2) 29.14 164 146 0.74 98 387
Pval 0.714 0.714 0.408 0.911 1000 0.941
CV (%) 3.54 4.40 9.03 7.89 3.94 11.46
1 - 14 dias
Macho (T1) 39.69 491 474 0.89 98 436
Fêmea (T2) 37.71 483 441 0.90 98 411
Pval 0.248 0.31 0,235 0.963 1000 0.44
CV (%) 4.63 1.88 6.61 5.4 3.94 7.87
1 - 21 dias
Macho (T1) 47.83 960 1045 1.05 98 452
Fêmea (T2) 45.06 886 961 1.07 98 412
Pval 0.13 0.089 0.079 0.781 1000 0.401
CV (%) 3.83 4.39 4.4 5.43 3.94 10.1
1 - 28 dias
Macho (T1) 51.20 a 1454 a 1997 a 1.38 96 357
Fêmea (T2) 46.01 b 1273 b 1808 b 1.41 96 312
Pval 0.045 0.03 0.041 0.744 1000 0.249
CV (%) 4.54 4.97 3.72 8.49 1.34 21.45
1 - 35 dias
Macho (T1) 65.63 a 2183 a 3545 a 1.65 96 368
Fêmea (T2) 60.34 b 1985 b 3256 b 1.70 96 340
Pval 0.001 0.025 0.032 0.599 1000 0.344
CV (%) 1.39 3.35 3.32 5.45 1.34 10.38
Coeficiente de variação (CV, %); Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna
diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de significância.

36
Variáveis (partes nobres)
Carcaça File do Asa Coxa Sobre Dorso Cabeça +
(%) peito (%) (%) (%) coxa (%) completo (%) pés (%)
Tratamentos Aos 35 dias
Macho (T1) 71.85 35.23 11.62 15.27 18.11 20.25 12.87
Fêmea (T2) 70.91 35.07 11.53 13.54 17.34 20.07 12.66
Pval 0.755 0.937 0.890 0.063 0.412 0.869 0.808
CV (%) 4.77 6.74 6.26 5.76 5.86 5.97 7.83

Análise de Variância (ganho de peso médio) aos 7 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMENT 1 0,1667 0,1667 0,16 0,714
Erro 4 4,2993 1,0748
Total 5 4,4660

Análise de Variância (ganho de peso medio) aos 21 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMENT 1 11,44 11,442 3,62 0,130
Erro 4 12,65 3,162
Total 5 24,09

Análise de Variância (ganho de peso medio) aos 35 dias

Fonte DF Adj SS Adj MS F-Value P-Value


TRATAMENT 1 36.085 36.0850 70.54 0.001
Error 4 2.046 0.5116
Total 5 38.131

Análise de Variância (ganho de peso total) aos 7 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMENT 1 8,167 8,167 0,16 0,714
Erro 4 210,667 52,667
Total 5 218,833

37
Análise de Variância (ganho de peso total) aos 21 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMENT 1 8210 8210 5,00 0,089
Erro 4 6566 1641
Total 5 14776

Análise de Variância (ganho de peso total) aos 35 dias

Fonte DF Adj SS Adj MS F-Value P-Value

TRATAMENT 1 48096 48096 7.32 0.054

Error 4 26293 6573

Total 5 74388

Análise de variância (consumo de ração) aos 7 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMT 1 158.9 158.9 0.85 0.408
Erro 4 744.0 186.0
Total 5 902.9

Aos 21 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMT 1 10664 10664 5,47 0,079
Erro 4 7794 1949
Total 5 18458

Aos 35 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMT 1 88209 88209 5,94 0,071
Erro 4 59354 14839
Total 5 147564

38
Análise de Variância (conversão alimentar) aos 7 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRATAMT 1 158,9 158,9 0,85 0,408
Erro 4 744,0 186,0
Total 5 902,9

Aos 21 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRAT 1 0,000285 0,000285 0,09 0,782
Erro 4 0,013002 0,003250
Total 5 0,013286

Aos 35 dias

Fonte DF Adj SS Adj MS F-Value P-Value


TRAT 1 0.003634 0.003634 0.33 0.599
Error 4 0.044613 0.011153
Total 5 0.048247

Análise de Variância (Taxa de viabilidade) aos 7 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRAT 1 0.0000 0.0000 0.00 1.000
Erro 4 59.2593 14.8148
Total 5 59.2593

Aos 21 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRAT 1 0.0000 0.0000 0.00 1.000
Erro 4 59.2593 14.8148
Total 5 59.2593

Aos 35 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRAT 1 0,00000 0,00000 0,00 1,000
Erro 4 6,58436 1,64609

39
Total 5 6,58436

Análise de Variância (Índice de Eficiência produtiva) aos 7 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRAT 1 1244 1244 0,59 0,486
Erro 4 8445 2111
Total 5 9689

Aos 21 dias

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


TRAT 1 4175 4175 1,90 0,240
Erro 4 8782 2196
Total 5 12957

Aos 35 dias

Fonte DF Adj SS Adj MS F-Value P-Value


TRAT 1 1201 1201 1.15 0.344
Error 4 4174 1043
Total 5 5374

Análise de variância percentual de rendimento de carcaça

Fonte GL SQ (Aj.) QM (Aj.) Valor F Valor-P


Tratamento 1 1.301 1.301 0.11 0.755
Erro 4 46.414 11.603
Total 5 47.715

40
Fig 1.
Aviário usado para condução do ensaio Fig 2. Aquecedores a carvão

Fig 3.
Antibióticos vs vitaminas Fig 4. Recipientes usados para diluição de vit, ant

Fig 5.
Desinfectante para pediluvio no aviário Fig 6. Pesagens semanais de frangos de corte

41
Fig 7. Amostra de Frangos depenados Fig 8. Amostra de Frangos eviscerados

Fig 09. Ilustracao de partes nobres do frango Fig 10. Ilustracao do frango na pesagem

Fig 11. Ilustracao de frangos depenados na pesagemFig 12. Ilustracao de partes nobres de frango

42
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