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EQUIPE DIRETIVA
ORGANIZAÇÃO
EQUIPE EDITORIAL
ALINHAMENTO ESTRATÉGICO
Coleção
Projeção lato sensu
Volume 2
Copyright © Projeção
Brasília - 2020
658
Alinhamento estratégico / Organizadores, José Sérgio de Jesus ... [et al.] – Brasília:
Projeção, 2020. 55 p. ; 30 cm. (Coleção Projeção latu sensu, v. 2)
ISBN: 978-65-89213-22-2
06 ..................................................................Módulo 01
Alinhamento Estratégico
17 ........................................................................Módulo 02
Gestão do Conhecimento
28 ........................................................................Módulo 03
Comunicação Organizacional
44 ........................................................................Módulo 04
Aprendizagem e Cultra Organizacionais
M Ó D ULO 1
ALINHAMENTO ESTRATÉGICO
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao primeiro módulo da unidade curricular “Alinhamento
Estratégico”. Neste módulo, você vai conhecer sobre as principais definições relacionadas
ao alinhamento estratégico, principalmente, na relação entre as áreas de negócio e a área
de tecnologia da informação e comunicação. Nesta mesma perspectiva serão abordados os
fundamentos do alinhamento estratégico, especificando conceitos sobre aprendizagem orga-
nizacional, gestão da informação, sistemas de informações e suas relações com a estratégia
organizacional e planejamento estratégico.
Para Pietro et al. (2009, p. 317), a exe- rantir a ligação entre os planos de negócios e
cução bem-sucedida da estratégia é consi- de Tecnologia da Informação e Comunicação,
derada pelos executivos como uma prática definindo, mantendo e validando a proposta
relevante para o bom desempenho organiza- de valor da tecnologia, alinhando as opera-
cional. Para os autores, com base em Porter ções de tecnologia com as operações da or-
(1979), o alinhamento é um conceito central ganização (ITGI, 2007, p.8). Assim, o alinha-
retratado pelas pesquisas na área de estraté- mento estratégico identifica a necessidade
gia, que representam, em linhas gerais, dois de especificar os tipos de integração entre os
eixos sobre a questão da vantagem compe- domínios da tecnologia da informação e co-
titiva. municação e dos negócios, e isto deve ser um
processo contínuo de adaptação e mudança
O primeiro eixo aborda a questão da van-
(HENDERSON; VENKATRAMAN, 1999).
tagem competitiva com ênfase no poder do
mercado, sendo o alinhamento uma condição Para Brodbeck e Hoppen (2003), o im-
inerente ao ajuste da estratégia às oportuni- pacto da tecnologia de informação no de-
dades e ameaças do ambiente de atuação da sempenho dos negócios é alvo de diferentes
empresa (PORTER, 1979). Já o segundo eixo estudos e discussões. Pesquisadores das áre-
foca na visão da empresa baseada em recur- as de negócio e de tecnologia da informação
sos, cuja ênfase do alinhamento recai primei- realizam estudos para examinar as necessida-
ramente sobre os fatores internos. Para Mo- des e os benefícios do alinhamento da tecno-
reira (2013), o alinhamento estratégico entre logia da informação com o restante dos ne-
a Tecnologia da Informação e Comunicação e gócios (p. 10). Os executivos de TI também
os negócios pode representar um diferencial têm considerado o alinhamento entre as es-
competitivo para as organizações. O envolvi- tratégias de negócio e de TI como um dos ob-
mento geral da administração e a utilização jetivos principais da área, pela possibilidade
efetiva da tecnologia da informação e comu- de identificação de novas oportunidades de
nicação desempenham um importante papel negócios e pela obtenção de vantagens com-
para a disseminação dos objetivos organiza- petitivas baseadas em soluções de tecnologia
cionais e a implicação desta relação nas uni- da informação e comunicação.
dades de negócio é evidente.
A Figura 1 apresenta a relação de comu-
O alinhamento estratégico foca em ga- nicação entre os domínios TIC e negócios.
7
Podemos considerar esta relação como trans- Modelo de Luftman
cendente, pois existem trocas, sejam elas neces-
O modelo de Luftman considera que o ali-
sidades solicitadas ou serviços prestados, cujos
nhamento evolui a partir da adaptação conjunta
impactos influenciam em ambos os domínios
de estratégias entre a TIC e os negócios (MA-
(MOREIRA, 2013).
CHADO; BLAU, 2005). Luftman aponta que
Figura 1: Domínios de tecnologia da infor- para que exista alinhamento é necessário apoio
mação e comunicação e negócios e a relação de da alta administração à tecnologia da informa-
comunicação. ção e comunicação, que por sua vez, participa
do desenvolvimento estratégico da organização
(MACHADO; BLAU, 2005).
8
Grupo: Camada física em seus investimentos em tecnologia.
9
• Transformação tecnológica (A–B–D): A es- tor possa selecionar qual a melhor estratégia a
tratégia de negócio continuaria a ser a indu- ser adotada, pois, em alguns momentos terá que
tora da mudança, porém agora acionaria a apoiar o negócio, em outros deverá conduzir ino-
estratégia de tecnologia e depois a infraes- vações organizacionais. Este viés dá início a ideia
trutura de tecnologia. de que o alinhamento é uma situação dinâmica
e não puramente estática, pois a cada momento
• Potencial competitivo (B–A–C): A estratégia
necessitará ser ajustado de acordo com questões
de tecnologia seria a indutora da mudança a
situacionais, portanto a questão tempo e espaço
qual provocaria ajustes na estratégia de ne-
é muito relevante na avaliação das ações e estra-
gócio e consequentemente na infraestrutura
tégias a serem adotadas.
organizacional.
10
Figura 3: Modelo de alinhamento estratégico Figura 4: Relação transcendente entre os do-
de Beer e Eisenstat. mínios de tecnologia e negócios.
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DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estu-
dos (texto-base e leituras complementares) e respondeu o questioná-
rio.
Vamos lá?
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LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
A tecnologia da informação (TI) configura-se como um recurso capaz de suportar o negócio das
empresas, proporcionando agilidade, mobilidade e suporte à tomada de decisão. A interligação da
estratégia de TI à estratégia empresarial já foi objeto de estudo em relação ao modelo de TI.
AFFELDT, Fabrício Sobrosa; VANTI, Adolfo Alberto. Alinhamento estratégico de tecnologia da informação: análise
de modelos e propostas para pesquisas futuras. Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Jour-
nal of Information Systems and Technology Management, v. 6, n. 2, p. 203-226, 2009. Disponível em: https://
faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=180. Acesso em: 5 out. 2020.
Apesar da grande difusão da noção de competências entre empresas brasileiras, sua aplicação,
bem como seus resultados práticos, aparecem como um debate com mais sombras do que luzes,
mais impasses do que certezas. Na perspectiva de trazer um pouco de claridade a alguns de seus
pontos, este capítulo desenvo lve uma breve revisão das principais referências conceituais que
forma a noção de competência, vista aqui em suas diferentes dimensões: organizacional, grupal e
individual.
RUAS, Roberto Lima. Aprendizagem organizacional e competências: novos horizontes da gestão. Bookman, 2005.
Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=181. Acesso em: 5 out.
2020.
O objetivo desse trabalho é apresentar, pela primeira vez no Brasil, uma pesquisa exploratória que
analisa o direcionamento para o futuro, de acordo com os conceitos de Prahalad e Hamel (1990), e
sua associação com os processos de alinhamento estratégico, de recursos humanos e de tecnolo-
gia de informação. Para tal foram operacionalizados os conceitos de direcionamento para o futuro,
o de formalização do processo de planejamento, o de alinhamento estratégico da área de tecno-
logia de informação e o de alinhamento da área de recursos humanos. O estudo permite a análise
de cada uma das variáveis acima descritas, tanto em relação a sua confiabilidade e validade, como
também através de análises fatoriais.
NOGUEIRA, A. Roberto R.; MOREIRA, Paula C. A. O alinhamento estratégico e a construção do futuro: o ali-
nhamento estratégico e a construção do futuro: um estudo exploratório. RAC, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 103-125,
maio/ago., 1998. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=182.
Acesso em: 5 out. 2020.
13
SAIBA +
Você sabia que existem questionários validados para aplicação de pesquisas
organizacionais para verificação do nível de percepção dos colaboradores
acerca dos processos de alinhamento estratégico entre as áreas de tecnolo-
gia da informação e comunicação e de negócios?
Não bastar dizer e ter nos manuais que a empresa tem alinhamento estra-
tégico. Se este alinhamento não for percebido entre os seus colaboradores,
dificilmente vão perseguir objetivos comuns e metas compartilhadas, invia-
bilizando o alinhamento.
Processo de Planejamento - PP
Competências Essenciais - CE
Tecnologia e Inovação - TI
Cultura Estratégica - CE
Aprendizagem Organizacional - AO
https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=196
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Referências
AFFELDT, Fabrício Sobrosa; VANTI, Adolfo Alberto. Alinhamento estratégico de tecnologia da infor-
mação: análise de modelos e propostas para pesquisas futuras. Revista de Gestão da Tecnologia e
Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management, v. 6, n. 2, p.
203-226, 2009. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.
php?id=180. Acesso em: 5 out. 2020.
ATKIN, B.; BROOKS, A. A Total Facilities Management. Oxford: Blackwell Publishing Ltd, 2009. BEER,
M.; EISENSTAT, R. A. Developing an organization capable of implementing strategy and learning. Hu-
man Relations, v. 49, n. 5, p. 597-603, 1996.
BRODBECK, Ângela F.; HOPPEN, Norberto. Alinhamento estratégico entre os planos de negócio e
de tecnologia de informação: um modelo operacional para implementação. Revista de Administração
Contemporânea, v. 7, n. 3, p. 9-33, 2003.
LUFTMAN, J. N. Competing in the Information Age: Strategic Alignment in Practice. Oxford Univer-
sity Press. New York, 1996.
PORTER, M. E. How competitive forces shape strategy. Harvard Business Review, p. 137-145, 1979.
15
PRIETO, Vanderli Correia; CARVALHO, Marly Monteiro de; FISCHMANN, Adalberto Américo. Aná-
lise comparativa de modelos de alinhamento estratégico. Production, v. 19, n. 2, p. 317-331, 2009.
WEILL, P.; SUBRAMANI, M.; BROADBENT, M. IT Infraestructure for strategic Agility. Cambridge:
Massachusetts Institute of Technology, 2002.
16
M Ó D ULO 2
GESTÃO DO CONHECIMENTO
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao segundo módulo da unidade curricular “Alinhamento
Estratégico”. Neste módulo, você vai conhecer sobre as principais definições relacionadas à
gestão do conhecimento organizacional, principalmente, na relação entre as áreas de negócio
e a área de tecnologia da informação e comunicação.
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gem, seja por imitação (sociedades antigas), seja consequentemente, conceitos associados, tais
por compartilhamento (sociedades modernas). como:
No âmbito organizacional, ao se relacionar ges-
• Inteligência
tão com administração, a geração de conheci-
mento parte dos conteúdos para a prática. Este • Gestão estratégica
conteúdo, por sua vez, pode ser existente ou • Aprendizagem organizacional
resultado de um processo criativo estimulado
pelas empresas. Observe a Figura a seguir. Ela • Gestão de competências
mostra a evolução do processo criativo, tendo • Inovação
como origem a identificação e memória (memo-
• Propriedade intelectual
rização, manualização). O processo estruturante
é o compartilhamento. • Estratégias
• Compartilhamento
• Apropriação
• Proteção
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APRENDIZAGEM
DEVER SER
Possibilidades Desejos PODER SER
Demandas
O QUE?
VER COMO?
MÉTODO
ENXERGAR
ESTRATEGIAS
Resultados Requisitos
GESTÃO
Satisfação FAZER Meios ESTRATÉGICA
Padrão
Desejado
VIR A SER
QUEM…QUANDO
DEVIR
PRIMEIRA ORDEM:MUDA O FAZER
APRENDIZAGEM
SEGUNDA ORDEM:MUDAM OS CAMINHOS (Métodos)
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Conceitos Dados Informação Conhecimento
Sinais (Números,
palavras, imagens, Inteligência
Dimensões Comunicação
sons, cores e outras Competência
formas.
21
gias, hipóteses ou modelos. 2. Consciência organizacional: saber observar
as tendências, os fluxos de decisão e a políti-
2) Explícito para explícito (combinação) envolve
ca do ponto de vista da empresa.
a combinação de conjuntos diferentes de
conhecimento explícito. 3. Serviço: reconhecer e satisfazer as necessi-
dades dos clientes, internos e externos.
3) Explícito para tácito (internalização) é o pro-
cesso de incorporação do conhecimento ex- A relação dinâmica complexa da gestão do
plícito para o conhecimento tácito. conhecimento permite a compreensão da gestão
4) Tácito para tácito (socialização) é um proces- caórdica, que consiste na conversão do caos em
so de compartilhamento de experiências e, ordem. Em outras palavras, é a organização (no
a partir daí, de criação do conhecimento tá- sentido de organizar) dos processos, converten-
cito, como modelos mentais ou habilidades do problemas e possibilidades. Para tanto, há de
técnicas compartilhadas. se investir também em liderança para ampliar o
desempenho. Em todos os casos, possivelmente,
Quando as empresas investem em gestão do o resultado é sucesso nos negócios, colaborado-
conhecimento, passam a ter consciência de sim res motivados e clientes satisfeitos.
mesmo. Assim, desenvolvem consciência emo-
cional, autoconhecimento e autoconfiança. A liderança, neste contexto, passa a afetar o
ambiente de trabalho na forma como ocorre à co-
Consciência emocional: intuição para tomar operação entre os indivíduos, no intercâmbio de
decisões conhecimentos, na delegação de responsabilida-
des e competências intra e interorganizacionais,
Autoconhecimento: reconhecer as potenciali-
em suma exerce influência em toda a dinâmica
dades e limitações
rede da aprendizagem, bem como no comparti-
Autoconfiança: clareza da capacidade e do lhamento do conhecimento organizacional. Os
valor individual desafios iniciais da liderança direcionam a dois
aspectos chaves: primeiro; o de acolher o novo
A consciência de si mesmo está diretamente
paradigma emergente; e em segundo, o de con-
relacionada aos níveis de desempenho organi-
duzir o processo de mudança organizacional
zacional. Quando mais baixa a consciência, mais
rumo à nova sociedade do conhecimento, a par-
baixo o desempenho porque também são baixos
tir da criação de visão e valor, inovação e assun-
os níveis de questionamento, positividade, pro-
ção de riscos necessários (SANTOS et al., 2014,
dutividade, assertividade. Essa perspectiva da
p. 578 – 579).
alta consciência é válida tanto para a organização
como um todo quanto para os colaboradores em De um lado, é evidente que estamos viven-
termos individuais, pois acarreta transparência, do em um ambiente cada vez mais turbulento,
adaptabilidade, busca por conquista, iniciativa e onde vantagens competitivas precisam ser, per-
otimismo, resultando em consciência social, com manentemente, reinventadas e onde setores de
três elementos bem específicos: baixa intensidade em tecnologia e conhecimen-
to perdem, inexoravelmente, participação eco-
1. Empatia: saber perceber as emoções dos de-
nômica. Neste contexto, o desafio de produzir
mais, entender seu ponto de vista, demons-
mais e melhor vai sendo suplantado pelo desafio,
trar interesse ativo.
22
permanente, de criar novos produtos, serviços, caracteriza por um processo de reorganização e
processos e sistemas gerenciais. Por sua vez, a reformulação de sua visão de mundo, dos seus
velocidade das transformações e a complexida- valores básicos e de suas estruturas sociais e po-
de crescente dos desafios não permitem mais líticas (CASTELLS, 1999). As atividades que ocu-
concentrar estes esforços em alguns poucos pavam o lugar central nas organizações deixam
indivíduos ou áreas das organizações (TERRA, de ser aquelas que visam produzir ou distribuir
2010, p. 2). Assim, emerge a economia do co- objetos e passam a ser aquelas que produzem
nhecimento com base em: e distribuem informação e conhecimento (DRU-
CKER, 1993).
• Conhecimento como valor
• Propriedade intelectual
23
DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estu-
dos (texto-base e leituras complementares) e respondeu o questioná-
rio.
Vamos lá?
24
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
O conhecimento tem se tornado um recurso cada vez mais estratégico para as organizações bus-
carem sua competitividade e sobrevivência: surgem assim as organizações baseadas no conheci-
mento. O objetivo deste artigo é propor bases conceituais para um modelo de gestão para aquelas
organizações. Tal modelo parte de uma arquitetura organizacional baseada em quatro fundamen-
tos: estratégia, estrutura, tecnologia/processos e pessoas. A estratégia foca o conhecimento como
a competência essencial da organização. A estrutura busca a flexibilidade para a criação e dissemi-
nação do conhecimento.
PEREIRA, Heitor José. Bases conceituais de um modelo de gestão para organizações baseadas no conhecimento.
XXII SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – FIA/USP – Salvador, nov. 2002. Anais, CD-ROM,
São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/
resource/view.php?id=187. Acesso em: 5 out. 2020.
Para potencializar o alcance de novas conquistas, as organizações necessitam conduzir sua Gestão
do Conhecimento e sua Inteligência Competitiva de forma sistemática e alinhada com o seu Posi-
cionamento Estratégico. O conhecimento empresarial surge como um ativo de especial importân-
cia para qualquer trabalho produtivo a partir da progressiva constatação do papel fundamental que
exerce nos processos de produção.
SILVA, Francisco Antônio Cavalcanti; ESPÍNOLA, Marcos José Costa; VILAR, Rosângela Maria. Gestão do conhe-
cimento e inteligência competitiva: desafios para as organizações produtivas. Inf. & Soc. : Est., João Pessoa, v. 16,
n. 1, p. 91-100, jan./jun. 2006. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.
php?id=188. Acesso em: 5 out. 2020.
25
SAIBA +
Para Fukunaga (2017), conhecimento e gestão certamente são conceitos
que obviamente já existem há certo tempo, mas, a combinação “gestão do
conhecimento” é, recente. Na história recente do campo da gestão do co-
nhecimento é possível identificar três origens que se deram em localidades
bem distintas: Japão, Europa e Estados Unidos.
26
Referências
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial. Rio de Janeiro: Campus,
1998.
DRUCKER, Peter. Sociedade pós capitalista. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1993.
DRUCKER, P. et al. Gestão do conhecimento. Harvard Business Review. Rio de Janeiro: Campus,
2000.
PEREIRA, Heitor José. Bases conceituais de um modelo de gestão para organizações baseadas no
conhecimento. In: XXII SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – FIA/USP – Sal-
vador, nov. 2002. Anais, CD-ROM, São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002. Disponível em:
https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=187. Acesso em: 5 out.
2020.
SANTOS, Fabiana Besen; TECCHIO, Edivandro; FIALHO, Francisco Antônio Pereira. Liderança au-
têntica e gestão do conhecimento. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 12,
n. 1, p. 579-588, jan./jul. 2014. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/
resource/view.php?id=189. Acesso em: 5 out. 2020.
SILVA, Francisco Antônio Cavalcanti; ESPÍNOLA, Marcos José Costa; VILAR, Rosângela Maria. Ges-
tão do conhecimento e inteligência competitiva: desafios para as organizações produtivas. Inf. &
Soc. : Est., João Pessoa, v. 16, n. 1, p. 91-100, jan./jun. 2006. Disponível em: https://faculdadeproje-
cao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=188. Acesso em: 5 out. 2020.
SILVA JÚNIOR, Celestino A. O espaço da administração no tempo da gestão. In: Política e gestão da
educação: dois olhares. Rio de Janeiro: DP&A, v. 1, p. 199-211, 2002.
TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial. 2005.
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MÓDULO 3
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao terceiro módulo da unidade curricular “Alinhamento
Estratégico”. Neste módulo, você vai conhecer sobre as principais definições relacionadas à
comunicação organizacional, principalmente, na relação entre as áreas de negócio e a área de
tecnologia da informação e comunicação.
A comunicação é um dos fatores mais im- ção e seus públicos internos e externos, no
portantes nas organizações (KUNSCH, 2003; âmbito da sociedade global.
GIBSON et al., 1981). A Comunicação Orga-
O domínio da comunicação, seja ela in-
nizacional possui muitas definições, depen-
terna ou externa, é essencial para a sobre-
dendo do contexto sob o qual é avaliada e,
vivência da organização. O conhecimento
segundo Medrano (2007), pode ser definida
dos fluxos e das interações entre os diver-
como “um processo que ocorre, que tem lu-
sos níveis da organização pode auxiliar na
gar, entre os membros de uma coletividade
organização de estruturas comunicacionais
social”. Já Kunsch (2003) entende a Comuni-
eficazes, mediadas por variados canais, inclu-
cação Organizacional como uma teoria que
sive por sistemas informatizados. O Quadro
estuda como o fenômeno comunicacional se
1 apresenta a abordagem teórico-conceitual
processa dentro das organizações, analisa o
de Scroferneker (2006), sobre Comunicação
sistema, o funcionamento e o processo de
Organizacional, que destaca autores e suas
mediação da comunicação entre a organiza-
diferentes percepções.
29
AUTOR DEFINIÇÃO COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
“engloba relações públicas, estratégias organizacionais (public affairs),
marketing corporativo, propaganda corporativa, comunicação interna
RIEL (1995) e externa, enfim um grupo heterogêneo de atividades de comunicação,
voltadas, fundamentalmente, para os públicos ou segmentos com os
quais a organização se relaciona e depende”.
“a comunicação nas organizações deve ser entendida de forma inte-
gral, permeando todas as ações organizacionais, viabilizando de manei-
RESTREPO J.
ra permanente a construção de sua cultura e identidade, e marcando
(1995)
um estilo próprio e suas formas de projetar-se exteriormente (a cons-
trução de sua imagem)”.
Fonte: Adaptado de Scroferneker (2006).
Para Curral e Chambel (2001), a definição de sobre os processos de comunicação nas organi-
comunicação é “o processo pelo qual um grupo zações, historicamente vinculada ao domínio das
gera a informação”. Medrano (2007) complemen- empresas, segundo Deetz (2001), voltou-se nas
ta que a Comunicação Organizacional refere-se, últimas três décadas para o campo da Comuni-
também, aos fluxos de dados – que são coad- cação Organizacional, e as práticas de comuni-
juvantes, de algum modo – dos seus processos cação continuam como apoio às relações que as
de comunicação e intercomunicação. A necessi- organizações estabelecem com grupos externos
dade humana de se comunicar leva a comunica- e internos.
ção organizacional a impulsos unicamente social.
Segundo Tubbs e Moss (2003), “a comunicação
humana ocorre no contexto das organizações”.
ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS
30
Quadro 2: A Comunicação Organizacional na história
TEORIA DA CONTIN-
TEORIA CLÁSSICA TEORIA HUMANISTA TEORIA DE SISTEMAS
GÊNCIA
Max Weber, Frede- Elton Mayo, Kurt Lewin, Joan Woodward, Tom Buns,
E. Trist, Daniel Katz, Rob-
rick W. Taylor, Henri Rensis Likert, Douglas Stalker, Paul Lawrence, Jay
ert Kahn
Fayol Mcgregos, Chris Argyris Lorsch
• Comunicação formal
e informal entre sis- • Comunicação básica
• Comunicação for- temas e subsistemas. formal dentro e entre
• Comunicação
mal e informal. sistemas.
muito formal. • Oral e escrita.
• Oral e escrita. • Oral e escrita.
• Preponderância • Horizontal e vertical.
escrita. • Horizontal, vertical • Horizontal e vertical,
• Regulação variável. interna e externa.
• Vertical descen- e ascendente, verti-
dente. cal e descendente. • Conteúdo básico or- • Regulação variável
ganizacional interno segundo demandas do
• Muito regulada. • Flexível.
e externo. entrono (situacional).
• Conteúdo bási- • Conteúdo básico
• Descentralização • Conteúdo básico orga-
co de normas e grupal (padrões de
variável. nizacional e externo.
procedimentos. necessidades) e
interno. • Busca de equilíbrio • Descentralização variá-
• Centralização interno e externo.
• Alta descentraliza- vel segundo as deman-
das decisões.
ção na tomada de das do contexto.
• Importância da re-
• Supervisão pró- decisão. troalimentação. • Comunicação como
xima e controle.
• Flexibilidade interna elemento integrador.
• Consideração das
• Não considera sem considerar ele- necessidades indivi- • Necessidades totais ou
as necessidades mentos externos. duais. parciais segundo de-
dos empregados.
• Alta consideração manda do contexto.
• Nível individual,
• Nível organiza- das necessidades subsistemas e siste- • Nível organizacional ou
cional. dos empregados. mas sem ênfases na parcial, segundo de-
informação de entra- manda do contexto.
da e saída.
31
O estudo da comunicação nas organizações 90 caracterizou-se pela a emergência de uma série
ganhou especial destaque a partir dos anos 40. de teorias e propostas, que buscaram ‘enxergar’
Sexton e Staudt (1959) publicaram uma revisão as organizações e (re)interpretá-las. [...] Além da
de literatura sobre a comunicação organizacional teoria crítica [destaca-se], com base em estudos
e encontraram 178 títulos, a maioria publicados realizados por Fernández Colado (2001), a teoria
entre 1945 e 1958. Simon (1955) destacou o narrativa pós-moderna e a teoria da administração
processo de comunicação como essencial para a baseada em equipes como as propostas básicas
organização e Bavelas e Barret (1951) descreveram que alimentaram a comunicação das organizações
a comunicação como o processo básico das nessa década. [...] A teoria narrativa pós-moderna
organizações, a partir doqual todas as outras é composta por três narrativas fundamentais: a
funções derivam (CURRAL E CHAMBEL, 2001). condição pós-moderna, a economia pastiche e o
simulacro. [...] A teoria da administração baseada
De acordo com Scroferneker (2006), em equipes se caracteriza, essencialmente, pela
comunicação multidirecional nas organizações.
Os estudos da comunicação organizacional
Assume destaque o papel dos líderes, identificados
são marcados, tomando como referência dois
como responsáveis por gerar grupos de trabalhos
grandes períodos, de 1900-1970 e de 1970 até
o presente momento. No período que se estende fortes e coesos (SCROFERNEKER, 2006).
de 1900 a 1970, os diferentes conceitos e teorias
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
desenvolvidos apoiaram-se fundamentalmente na
Doutrina Retórica Tradicional, na Teoria das Relações Gibson et al. (1981) dá uma vertente da Ad-
Humanas e na Teoria da Gestão Organizacional.
ministração quando se refere à Comunicação
[...] A partir de então, as abordagens teóricas
Organizacional. Para o autor, as funções admi-
centraram-se na Teoria Moderna ou Empírica, na
nistrativas básicas (planejar, organizar, controlar
Teoria Naturalista e na Teoria Crítica.
e dirigir) são operacionalizadas mediante a ativi-
A autora faz uma revisão de literatura, abar- dade de comunicação, ressaltando sua importân-
cando diversos autores que contextualizam a cia para o funcionamento das organizações.
evolução das teorias sobre a comunicação orga-
A estrutura da organização deve propiciar a
nizacional, e em suma:
comunicação basicamente em três direções dife-
Os recentes trabalhos de comunicação rentes (GIBSON et al., 1981):
organizacional foram moldados pelo interesse na
comunicação empresarial e industrial – dos anos (i) de cima para baixo, quando a emissão das
20 aos anos 50 – e pela influência da escola de mensagens parte dos indivíduos que estão em
relações humanas, dos anos 50 até meados de uma posição hierárquica superior, e normalmen-
1970. [...] Os anos 80 trazem uma ‘[...] reviravolta
te são instruções ou determinações para alguma
no conhecimento acadêmico da comunicação
atividade;
organizacional’, o que não significou ‘[...] uma
ruptura completa com o passado”. É nesse contexto (ii) de baixo para cima, quando o emissor das
que novas correntes emergem, dentre elas, a
mensagens está em um nível hierárquico inferior
teoria Naturalista e a teoria Crítica. [...] A teoria
ao do receptor; e
crítica surge no final dos anos 80. Alguns de seus
pressupostos teóricos podem ser encontrados no (iii) horizontalmente, que consiste na comu-
materialismo dialético. A organização é vista sempre
nicação estabelecida entre os pares. Kunsch
como uma arena de conflitos: um campo de batalha
(2003), Curral e Chambel (2001), Tubbs e Moss
– o locus do conflito de classes. [...] a década de
32
(2003) corroboram com a abordagem de Gibson Medrano (2007) enfatiza que a Comunica-
et al. (1981), quando consideram a existência dos ção Organizacional integrada como uma filoso-
três tipos de fluxos por meio do qual a comuni- fia que direciona a convergência entre diversas
cação pode ser feita na organização (ascendente, áreas, como as Relações Públicas (Comunicação
o descendente e o horizontal). Institucional), Comunicação Interna (Comunica-
ção Administrativa) e o Marketing (Comunicação
O homem é um ser social, portanto uma co-
Mercadológica). O autor ainda indica as termino-
municação eficaz é essencial. A efetividade da
logias que são usadas indistintamente no Brasil
comunicação pode ser influenciada pelos ca-
para designar todo trabalho de comunicação es-
nais pela qual ela é mediada. Enquanto Curral
tabelecido em ou por organizações: Comunica-
e Chambel (2001) consideram que o canal mais
ção Organizacional; Comunicação Empresarial; e
efetivo dentro de uma organização, para que a
Comunicação Corporativa.
comunicação de mensagens complexas, seja o
encontro presencial por permitir o contato pes- Kunsch (2003) sistematiza os tipos de comu-
soal, resposta imediata, e para evitar eventuais nicação e influências primárias na transmissão de
problemas de comunicação, Quinn (1992) perce- informações (Quadro 3), em função do nível de
be a importância dos processos organizacionais à análise, item que será tratado a posteriori neste
medida que as organizações aumentam seu con- estudo.
teúdo intelectual.
• A perspectiva interpretativa-simbólica:
significados compartilhados e comportamento
social.
33
Quadro 3: Tipos de comunicação e influências primárias na transmissão de informações
INFLUÊNCIAS PRIMÁRIAS NA
CONTEXTO DA TIPO DE COMUNICAÇÃO
TRANSMISSÃO DE
COMUNICAÇÃO (nível de análise)
INFORMAÇÕES
• Fenômenos cognitivos e papéis
Independente da organização • Interpessoal
e normas sociais
34
• O feedback: é necessário o processo de fee- Kunsh (2003) ressalta que as organizações
dback para a comunicação, pois evita as dis- precisam avaliar os fatores intrínsecos e extrín-
torções que poderão ocorrer na comunica- secos do que constituem um aglomerado de
ção entre mensagem pretendida e proposta. pessoas que trabalham coletivamente para atin-
gir metas, cada uma com a sua cultura, universo
• O ruído: é o conjunto de todos os fatores
cognitivo, maneira de pensar, sob pressão dos
que distorcem a mensagem pretendida pelo
ambientes internos e externos, além das bar-
comunicador.
reiras presentes no processo de comunicação,
No que se refere especificamente aos ruídos pontuando o lado humano das organizações. É
no processo de comunicação, Curral e Chambel importante compreender a complexidade do ato
(2001) relacionam as seguintes categorias: comunicativo na gestão do processo de comuni-
cação, relevando “as barreiras, os níveis de aná-
• Problemas semânticos: problemas decorren-
lise, as redes, os fluxos, os meios e as diversas
tes da complexidade da mensagem do emis-
modalidades comunicacionais existentes”:
sor para o receptor.
• Efeito do estatuto: o nível de estatuto de- • Barreiras: (i) pessoais, relevando as idiossin-
termina a autoridade e a tendência de quem crasias de cada indivíduo, bem como seus
emite mais, ou menos, mensagens. valores e emoções; (ii) administrativas, como
a forma com que as organizações atuam e
• Ausência de feedback: não há certificação da processam suas informações; (iii) excesso
efetividade da comunicação. de informação, como consequência da falta
• Distrações: eventos externos que interferem de seleção de prioridades; (iv) comunicação
no processo de comunicação. incompleta e parcial, com informações frag-
mentadas, distorcidas ou sonegadas; e (v)
• Percepção do outro: cada indivíduo tem uma
outras barreiras como audição seletiva, juízo
percepção diferente do mundo, de acordo
de valor, falta de credibilidade da fonte de in-
com as suas subjetividades, que pode in-
formação, semântica, linguagem intergrupal,
fluenciar na interpretação da informação.
diferença de status, entre outras.
Continuando a ideia de caracterização do
• Níveis de análise da comunicação: (i) intra-
processo de Comunicação Organizacional, é in-
pessoal, sobre o que se passa dentro do indi-
teressante referenciar o “modelo mecanicista”
víduo; (ii) interpessoal, sobre o que se passa
que, segundo Kunsch (2003), dominou a Comu-
entre indivíduos; (iii) organizacional, sobre
nicação Organizacional nas décadas de 1960,
as relações internas da organização com o
1970 e 1980, e continua em pleno século XXI
ambiente externo; e (iv) tecnológico, sobre
em algumas organizações. Tal modelo
a utilização de tecnologias para processar e
Considera e avalia a comunicação sob o distribuir informações.
prisma funcionalista e da eficácia organizacional
• Redes: (i) formais, que representam o con-
(...). Preocupa-se com as estruturas formais e não
junto de canais e meios de comunicação
formais de comunicação e com a prática em função
estabelecidos de forma consciente e deli-
do resultado, deixando de lado as análises do
contexto social, político, econômico, tecnológico e berada, traduzidos em normas e estratégias
organizacional (KUNSCH, 2003). da organização; (ii) informação, baseado nas
35
relações sociais, que pode ser a forma mais
rápida de atender as demandas mais urgen-
tes e instáveis.
36
DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estu-
dos (texto-base e leituras complementares) e respondeu o questioná-
rio.
Vamos lá?
37
6. Você procura sempre o ambiente e o momento mais adequados para
conversar sobre um assunto delicado?
7. Você tem facilidade de ver as coisas pelo ponto de vista dos outros?
10. Ao falar com uma pessoa você presta atenção na linguagem corpo-
ral dela e qual o seu significado? (expressão facial, postura, gestos etc.)
12. Você demonstra real interesse no que a outra pessoa está dizendo?
(por exemplo, olhar nos olhos, ficar atento ao que diz, respeitar opinião)
38
14. Você tem o hábito de fazer anotações sobre os itens mais impor-
tantes de uma conversação?
TOTAL DE PONTOS__________
39
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
40
SAIBA +
Kunsch (2014) destaca o poder que a comunicação exerce no mundo con-
temporâneo. Essa comunicação precisa ser considerada não meramen-
te como instrumento de divulgação ou transmissão de informações, mas
como processo social básico e como um fenômeno presente na sociedade.
Deve ser concebida como um poder transversal que perpassa todo o sis-
tema social global, incluindo neste âmbito as organizações. Em sua obra
“Comunicação Organizacional: contextos paradigmas e abrangência con-
ceitual”, Kunsch (2014) analisa o papel das organizações no contexto da
sociedade contemporânea, suas transformações, implicações e novas exi-
gências; enfatiza a importância de considerar o ambiente socioeconômico
para situar as práticas da comunicação organizacional, e destaca o poder
que a comunicação exerce na era digital com todo o aparato das inovações
e implementações tecnológicas, bem como dos impactos na comunicação
das organizações.
41
Referências
CURRAL, L.; CHAMBEL, M. J. Processos de comunicação nas organizações. In: José FERREIRA,
Maria Carvalho. Manual de psicossociologia das organizações. Cap. 13. FERREIRA, J.M.C et al. (Co-
ords.). Lisboa: McGraw Hill, 2001.
DEETZ, S. Conceptual foundations. In: JABLIN, F. M.; PUTNAM, L. L. (Orgs.). The new handbook
of organizational communication: advances in theory, research, and methods. Thousand Oaks, CA,
2001, p.3-46.
GIBSON, J. L. et al. Organizações: comportamento, estrutura, processos. São Paulo: Atlas, 1981.
QUINN, J. B. et alii. Innovation explosion: using intellect and software to revolutionize growth stra-
tegies. New York: Free Press, 1997.
42
SCROFERNEKER, C. M. A. Trajetórias teórico-conceituais da comunicação organizacional. FAME-
COS. Porto Alegre, n. 31, p. 47-53, dez. 2006.
TUBBS, S. L.; MOSS, S. Human communication: principles and contexts. 9. ed. Boston: McGraw-
-Hill, 2003.
43
MÓD ULO 4
APRENDIZAGEM E CULTURA ORGANIZACIONAIS
44
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao quarto módulo da unidade curricular “Alinhamento
Estratégico”. Neste módulo, você vai conhecer sobre as principais definições relacionadas à
aprendizagem organizacional e à consequente cultura organizacional, principalmente, na rela-
ção entre as áreas de negócio e a área de tecnologia da informação e comunicação.
45
tores intra e interpisíquicos, e envolve uma mu- gem Organizacional, uma vez que se desenvolve
dança comportamental e atitudinal que envolve em grupo por meio do compartilhamento de um
os planos afetivo, motor e cognitivo. conjunto de crenças, valores, símbolos e normas.
iv. contínua busca por transformação organiza- No que se refere aos aspectos relevantes da
cional. Aprendizagem Organizacional, é possível relacio-
nar os seguintes níveis:
ELEMENTOS CENTRAIS DA APRENDIZAGEM
ORGANIZACIONAL • Aprendizagem organizacional sob nível de
análise individual: “crescimento de insights e
A aprendizagem a nível organizacional pode de reestruturações bem-sucedidas de pro-
ser maior que a aprendizagem individual, porém blemas organizacionais, provenientes de in-
não se estabelece sem ela. Nonaka e Takeuchi divíduos que exercem papéis decisivos na
(1997) consideram que a mediação da aprendi- estrutura e nos resultados da organização”.
zagem individual para o nível organizacional de-
• Aprendizagem organizacional sob nível de
pende de quatro formas de tratamento e conver-
análise grupal: “aquisição, sustentação e mu-
são dos conhecimentos tácito e explícito:
dança de significados intersubjetivos através
i. socialização, conversão do conhecimento tá- da expressão e transmissão de ações coleti-
cito para tácito; vas de grupo” (COOK; YANOW, 1993).
ii. externalização, conversão do conhecimento • Aprendizagem organizacional sob nível de
tácito para explícito; análise organizacional: “processo pelo qual
iii. combinação, conversão do conhecimento a base do conhecimento organizacional é
explícito para explícito; e construída e desenvolvida” (SHRIVASTAVA,
1983). “codificação de inferências oriundas
iv. internalização, conversão do conhecimento da história da organização que se manifes-
explícito em tácito. tam por meio de rotinas que guiam o com-
Schein (1985) agrega a Cultura Organizacio- portamento”; “mudança no comportamento
nal como elemento que favorece a Aprendiza- organizacional”; “a capacidade, conjunto de
processos internos que mantêm ou melho-
46
ram o desempenho baseado na experiência, zacionais e individuais que direcionam a conduta
cuja operacionalização envolve a aquisição, a da organização. Os valores organizacionais dão
disseminação e a utilização do conhecimen- suporte à manutenção da missão e da visão da
to” (DIBELLA et al, 1996). organização. Os valores individuais caracterizam
a personalidade individual adaptada ao ambiente
Pode haver aprendizagem organizacional em
organizacional e constituem atributos, crenças e
três circunstâncias:
desejos.
i. quando a mudança acontece em nível do
Os valores da organização podem ser im-
grupo ou sistema;
plícitos ou explícitos e definem questões éticas
ii. quando for constatada a mudança no conhe- aceitáveis. Barichello et al. (2002) aponta que a
cimento e valores coletivos; cultura organizacional é um conjunto de valores
implícitos que ajudam as pessoas na organização
iii. quando forem observadas mudanças nos pa-
a entender quais ações são consideradas aceitá-
drões comportamentais e normativos coleti-
veis e quais são consideradas inaceitáveis, e que
vamente partilhados.
“permite entender como uma organização fun-
No que se refere às suas perspectivas, a ciona, como são encarados os problemas, por-
aprendizagem organizacional relaciona (SHRI- que as pessoas agem de tal forma e respondem
VASTAVA, 1983): daquela maneira aos obstáculos que encontram”.
47
talações; histórias, lendas, mitos e símbolos; cional e ainda explora tais limites como:
e
• Características organizacionais que inibem a
• declarações formais da filosofia organizacio- aprendizagem.
nal e seus credos.
• Pressupostos de cultura genuína de apren-
As abordagens utilizadas no estudo do tópi- dizagem.
co apresentam indício de realidades organizacio-
• Orientações baseadas em Cultura Organiza-
nais estruturadas por um conjunto de normas,
cional inovadora.
diretrizes, crenças, valores e rituais, que estão
fortemente relacionadas à Comunicação Orga- • Ambiente de segurança psicológica a favor
nizacional, responsável pela criação, transmissão do estabelecimento da cultura de aprendi-
e formalização, de forma simbólica, do conheci- zagem.
mento da organização. Segundo Schein (1985), a • Cultura organizacional que motive produção
cultura pode ser algo que a organização tem ou de cultura de aprendizagem.
algo que a organização é. Assim, a organização
pode ter normas, diagnósticos, missão e visão, No que se refere às interseções entre Cultura
ou pode ser um fenômeno social, com enfoque Organizacional e Aprendizagem Organizacional,
individual e coletivo, embasado em correntes seus conceitos “são vistos como indissociáveis,
cognitivista, estruturalista e simbólica. uma vez que as pessoas aprendem dentro de
contextos culturais decisivos na própria natureza
AS RELAÇÕES DA CULTURA ORGANIZACIO- do que é aprendido” (COOK; YANOW, 1993).
NAL
Proposta de um modelo conceitual de Constru-
A Cultura Organizacional pode estar presen- ção de Conhecimento
te nos processos de Comunicação Organizacio-
nal. Isso significa que as inferências pessoais, que Considerando os conceitos e elementos le-
constituem valores (IASBECK, 1999), podem in- vantados neste material estudo, no contexto das
terferir na efetividade do fluxo de comunicação. organizações que mantêm processos bem defini-
Tal concepção pode impactar nos processos de dos e gerenciáveis, é possível considerar a Cul-
Aprendizagem Organizacional (SILVA, 2002), tura Organizacional como base que influencia e
e consequentemente na Gestão do Conheci- direciona as ações de uma organização, definin-
mento. Barichello et al. (2002) apontam a rela- do suas diretrizes, procedimentos, normas, con-
ção entre comunicação e cultura, sendo que “a dutas, valores, objetivos, e impacta nos aspectos
comunicação faz parte do processo cultural de morais, éticos e profissionais dos colaboradores.
uma organização e, desse modo, as formas como
A Cultura Organizacional pode nortear a Co-
essa comunicação é, estrategicamente, utilizada
municação Organizacional, a Gestão do Conheci-
e compreendida são processos constitutivos da
mento e a Aprendizagem Organizacional, em um
sua cultura”.
ciclo dinâmico e não isolado que pode favorecer
Conforme percepções de Narbal, os limites o estabelecimento de espaços de Construção de
entre a Cultura Organizacional e a Aprendizagem Conhecimento, estruturados por normas, valores
Organizacional estão nos espaços de criação, organizacionais e individuais, crenças e desejos,
transmissão e perpetuação da Cultura Organiza- sejam implícitos e/ou explícitos.
48
Existem características comuns entre a Cul- ta as trocas formais e informais de informação,
tura e Comunicação Organizacional que definem apropriação, compartilhamento, participação e
o estilo da organização, exprimindo a sua identi- colaboração, e pode direcionar a Comunicação
dade. A formalidade e a informalidade, por exem- Organizacional, sobretudo, com os sistemas de
plo, para a Comunicação Organizacional, têm a informações, tecnologias e memórias. Quando
sua importância e ambas impactam na comuni- a ênfase está na própria nos canais e processos
cação estratégica. de comunicação, criação, inovação, pesquisa e
desenvolvimento, a Gestão do Conhecimento
Barichello et alli (2002) consideram que
pode resultar em Aprendizagem Organizacional,
observar atentamente as subjetividades e in-
constructo que estimula a Comunicação Orga-
terpretações das informações mediadas pelos
nizacional. Assim, a relação entre os construc-
colaboradores é uma ação estratégica para a or-
tos Comunicação Organizacional, Aprendizagem
ganização, pois trata-se de um processo coletivo
Organizacinal e Gestão do Conhecimento, in-
de produção de sentidos, vivo e em construção,
fluenciados pela Cultura Organizacional, podem
e não apenas um sistema de informações formal,
resultar em espaços de Construção de Conheci-
estático, e descrito em normas.
mento, que, segundo Kanuka e Anderson (1998)
Figura 1: Elementos dos espaços de Cons- dependem do conhecimento acumulado, das ex-
trução de Conhecimento nas organizações periências vivenciadas, interação e integração de
ambientes.
49
conhecimento organizacional deve ser entendida
como um processo que “organizacionalmente”
amplifica o conhecimento criado pelos indivíduos
e o nível do grupo através do diálogo, discussão,
compartilhar de experiência, fazer sentido ou
comunidade de prática.
50
DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estu-
dos (texto-base e leituras complementares) e respondeu o questioná-
rio.
Vamos lá?
51
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
Neste artigo buscamos problematizar, por meio da perspectiva epistemológica pós-moderna, parte
da produção nacional de pesquisas e estudos sobre cultura organizacional brasileira. Para tanto,
primeiramente apresentamos aspectos da perspectiva pós-moderna de análise, focando em suas
contribuições para o estudo da cultura nas organizações. Em seguida, desenvolvemos uma breve
apresentação das idéias centrais de artigos publicados em periódicos e congressos nacionais, no
período de 1991 a 2000, que versaram sobre cultura organizacional brasileira, buscando traçar
suas características fundamentais.
ALCADIPANI, Rafael; CRUBELLATE, João Marcelo. Cultura organizacional: generalizações improváveis e concei-
tuações imprecisas. RAE, São Paulo. v. 43. n. 2, abr./maio/jun., 2003. Disponível em: https://faculdadeprojecao.
nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=194. Acesso em: 5 out. 2020.
Este texto reconstitui a bibliografia norteamericana, a partir de 1979, situando os tópicos que re-
ceberam maior destaque por parte de acadêmicos e consultores organizacionais. Agrupa sob um
mesmo título várias opiniões, indicando diversos aspectos investigados em pesquisas empíricas.
Detalha conceitos e levanta algumas interrogações sobre os conteúdos ideológicos implícitos nos
estudos citados.
FREITAS, Maria Ester de. Cultura organizacional grandes temas em debate. RAE, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 73-82,
jul./set., 1991. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=195.
Acesso em: 5 out. 2020.
52
SAIBA +
Bruno-Faria e Fonseca (2014) avaliam medidas de cultura de inovação e
de cultura organizacional para análise da associação com inovação, porque,
para os autores, a cultura tem sido objeto de estudo em diferentes países e
áreas de conhecimento. Almeja-se com seu desenvolvimento que os mem-
bros de uma organização compartilhem valores associados à inovação.
53
Referências
BARRETO, Leilianne Michelle Trindade da Silva et al. Cultura organizacional e liderança: uma relação
possível? R. Adm., São Paulo, v. 48, n. 1, p. 34-52, jan./fev./mar. 2013. Disponível em: https://facul-
dadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=193. Acesso em: 5 out. 2020.
CHILD, J. et al. Cooperative strategy: managing alliances, networks, and joint ventures. 2. Ed. New
York: Oxford, 2005.
COOK, S.; YANOW, D. Culture and organizational learning. Journal of Management Inquiry. Newbury
Park, v.2, n.4, p.373-390, 1993.
DEETZ, S. Conceptual foundations. In: JABLIN, F. M.; PUTNAM, L. L. (Orgs.). The new handbook
of organizational communication: advances in theory, research, and methods. Thousand Oaks, CA,
2001, p.3-46.
DIBELLA, A. J. et al. Organisational Learning Style as a Core Capability. In: Moingeon, B.; Edmondson,
A. (Orgs.) Organisational learning and competitive advantage. London: Sage, 1996.
FLORES, F. Creando organizaciones para el futuro. 5. ed. Santiago, Chile: Dolmen Ediciones, 1997.
FREITAS, Maria Ester de. Cultura organizacional grandes temas em debate. RAE, São Paulo, v. 31,
n. 3, p. 73-82, jul./set., 1991. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/
resource/view.php?id=195. Acesso em: 5 out. 2020.
GARVIN, D. Building a learning organization. Harvard Business Review. Boston, p. 78-91, jul./ago,
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54
IASBECK, L. C. A. A cultura organizacional na comunicação empresarial. São Paulo: Intercom, 1999.
KANUKA, H.; ANDERSON, T. Online Social Interchange, Discord, and Knowledge Construction.
Journal of Distance Education, v.13. n.1, p.57-74, 1998.
SCHEIN, E. H. Organizational culture and leadership: a dynamics view. San Francisco, Jossey Bass,
1985.
SILVA, S. L. Gestão do conhecimento: uma revisão crítica orientada pela abordagem da criação do 53
conhecimento. Ciência da Informação, v. 33, n. 2, p.143-151, maio/ago. 2004.
55